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Crimes Contra a Dignidade Sexual

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Parte especial
Crimes contra dignidade sexual
Direito Penal V
Alterações:
Nos últimos 10 anos a legislação referente aos crimes sexuais foi completamente remodelada, porém poderiam ter sido mais robustas.
Até 2009 os crimes sexuais estavam no rol dos crimes contra os costumes.
Ação penal:
⇢ Como descobrir a ação penal de um crime?
Se a lei não disser nada, a ação penal é pública 
Antes a ação penal era privada (até 2009) 
Deixavam os crimes sexuais impunes
- Lei 12.015/09: a ação penal nos crimes sexuais se tornou pública condicionada à representação da vítima. (continua precisando da vítima)
- Lei 13.718/18: ação pública incondicionada.
Não precisa mais da vítima
O cara cometeu um fato delituoso em 2017 a vítima não denunciou. Em 2018 o MP denunciou.
Não retroage porque é malefício ao Réu
Prazo de 6 meses para a vítima denunciar ação privada (prazo decadencial.)
↬ De início os crimes sexuais se processavam mediante ação penal privada sobre o pretexto de proteger a vítima da vitimologia secundária. Em 2009 a Lei 12.015/09 definiu que tais crimes se processariam mediante ação penal pública condicionada à representação da vítima. Contudo a Lei 13.718/18 definiu que os crimes sexuais são processados mediante ação penal pública incondicionada, o que é prejudicial ao réu, não retroagindo
Estupro (art. 213 CP):
Bem jurídico: Dignidade sexual
Ato sexual sem consentimento / Difícil Provar
Elementos:
Constranger – Alguém a praticar ou a permitir que se pratique à conjunção carnal ou ato libidinoso.
Cópula Vaginica
Violência – Grave Ameaça
Crime mais difícil de julgar, não tem testemunha
Elemento subjetivo:
Dolo (não existe estupro culposo)
Sujeitos:
Ativo: Qualquer pessoa
Passivo: Qualquer pessoa
(menos os vulneráveis – crime específico)
- Existe estupro dentro do casamento
- Impotente pode realizar estupro
↬ Com a revogação do crime de atentado violento ao pudor o crime de estupro passou a abarcar a conjunção carnal e os atos libidinosos diversos, que antes configuravam crime autônomo. Portanto o agente que praticava no mesmo contexto uma conjunção carnal e um ato libidinoso forçados respondia por dois crimes, um crime de estupro e outro de atentado violento ao pudor. Com a alteração o agente passou a responder por crime único (tipo misto alternativo), o que é mais benéfico, retroagindo. Além disso, como as práticas configuram o mesmo crime, presentes os demais requisitos do art. 71 (crime continuado) passou a ser possível o crime continuado, o que também é mais benéfico devendo retroagir.
Precisa contato físico pra ter estupro? Existe estupro virtual? Não, é estupro do mesmo jeito.
Qual a tipificação do beijo lascivo (forçado)? Crime de constrangimento ilegal art. 146 CP: forçar alguém a fazer algo que não é obrigado, porém a pena é baixa e vai pro juizado (injusto). Contudo hoje tende a ir para a tipificação de importunação sexual, art. 215-A.
Consumação: 
Com a conjunção carnal ou ato libidinoso
Cabe tentativa, porém se praticou um ato libidinoso já praticou estupro.
Qualificadoras (Art. 213 § 1º e 2):
- Idade: Pena qualificada se a vítima tiver entre 14 e 18 anos (menor de 14 tem crime específico)
- Resultado: Qualifica o estupro se acarretar lesão grave /ou morte.
Prevalece o entendimento que o resultado pode ser preterdoloso (o estuprador não pretendia o resultado lesão/morte - culpa) porém continuam sendo qualificados.
No entanto dolo + dolo = estupro + homicídio qualificado (concurso de crime)
Violação sexual mediante fraude (Art. 215):
Ter conjunção carnal ou ato libidinoso mediante fraude
Consentimento viciado pelo erro, a vítima consente, não tem violência grave ameaça, porém mediante fraude (identidade/legitimidade)
- Identidade: Fazer se passar por outra pessoa (ex. irmão gêmeo idêntico)
- Legitimidade: Se faz passar por outra coisa (ex. ginecologista).
Crime de Assédio Sexual (Art. 216 A):
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.
Até 2001 não tinha crime de assédio sexual, influência dos EUA (copiado, mal feito).
↬ O crime previsto no Art. 216-A é criticado pela doutrina, pois não é perfeitamente adaptável ao ordenamento brasileiro. Assim, o verbo “constranger” é entendido como passar por uma situação inoportuna, vexatória (e não forçar, caso que configura estupro), e não deve ser considerado assédio uma cantada mesmo que reiterada, hipótese que pode ser resolvida em outras searas, como o direito civil ou do trabalho. Assim, o crime ocorre quando o superior hierárquico ou ascendente prevalecendo-se de sua condição dar a entender que a negativa da vítima implica em um prejuízo no trabalho.
E na relação entre professor aluno? É o entendimento que existe crime de assédio sexual na relação entre professor e aluno, e entre outras relações que apresentem hierarquicidade.
↬ Caso o superior hierárquico atue em liame subjetivo com terceiro ambos responderão por assédio sexual tendo em vista que as expressões superior hierárquico e ascendência são elementares do crime se comunicando no concurso de pessoas.
- O crime de assédio sexual é um crime formal, que se consuma com a ameaça, constrangimento, não precisa do ato sexual propriamente dito. Na teoria admite tentativa.
- A pena é maior se a vítima for menor de 18 anos.
Estupro de Vulnerável (Art. 217-A):
- Pedofilia, quando adultos sentem atração sexual por crianças.
Elementos:
Verbo ter, praticar, conjunção carnal e ato libidinoso com vulnerável
Critério etário: Menor de 14
Sujeitos:
Menor de 14 anos;
Alguém que por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato (217 A § 1º);
Quem não pode oferecer resistência por alguma outra razão (álcool e drogas);
Hipóteses de erro:
Praticar ato sexual com alguém menor de 14, achando que tem mais. Seria um erro de tipo essencial justificável, onde existe uma falsa compreensão da realidade. Fato atípico acerca do fato típico, não tem crime.
Praticar ato sexual com alguém menor de 14, achando que pode, se houver consentimento. Nesse caso, se trata de erro de proibição, quando sei o que eu estou fazendo mas eu entendo que naquelas circunstancias a minha conduta é permitida.
Importunação sexual (Art. 215-A): Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.
É um tipo penal subsidiário, será aplicado quando não houver estupro, violência, grave ameaça.
Há uma tendência a se aplicar para atos libidinosos de menor gravidade.
ex. pessoa se masturbar em lugar público, não responde por importunação sexual porque este tem que ser praticado contra alguém, responderá portando por ato libidinoso.
Registro não autorizado da intimidade sexual (Art. 216-B): Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez.
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induz a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia
Corrupção de menores (Art. 218): Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outremPena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
↬ Grande discussão doutrinaria existe quanto a extensão do Art. 218 do CP. A partir de uma interpretação literal entende-se que quem pratica ato sexual com menor de 14 anos deve responder por estupro de vulnerável, ao passo em que quem induz a pratica deve responder por corrupção de menores, quebrando a teoria monista.
↬ Pela interpretação sistemática, tanto quem induz quanto quem pratica ato sexual com menor de 14 anos, deve responder por estupro de vulnerável, de modo que o Art. 218 tem aplicação subsidiária, incidindo apenas em atos de menor gravidade, como um desfile de roupas intimas.
Satisfação de lascívia mediante a presença de criança ou adolescente (Art. 218-A): Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos
O STJ definiu “presença” como em tempo real, no mesmo momento, pode ser de modo virtual. Mas se tiver vídeo gravado não.
Exige dolo essencial, praticar na presença com o fim de satisfazer prazer dos participantes, uma decorrência da pedofilia.
Ato obsceno (Art. 233):
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
A ideia de obsceno tem que ser contextualizada, leva em consideração, local, época, costumes... Algo que demanda interpretação.
Casa de prostituição é crime? Formalmente sim, do ponto de vista conservador Art. 229, 230. Mas do ponto de vista teórico só há de se falar em crime se houver menos, incapaz, violência, ameaça, fraude...Porém entre maiores não há que se falar em crime, é uma realidade nos dias atuais. Crime habitual: aquele em que o ato isolado não é crime, só é crime a reiteração, a sucessão dos atos. Não tem flagrante Não comporta tentativa.
O ato sexual no contexto da prostituição com menor de 18 e maior de 14 é crime Art. 218-B, § 2, I.
Causas de aumento de pena:
Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) 
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) 
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) 
Estupro coletivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) 
Estupro corretivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada:
III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez; (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018).
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência. (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018).

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