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REPRESENTAÇÃO GRÁFICA Roberta Alina Boeira Tiburri Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer os elementos compositores de plantas baixas em repre- sentação projetual. � Descrever as normas de elaboração de plantas baixas. � Desenhar plantas baixas, verificando os traçados básicos e a hierarquia de planos. Introdução A representação gráfica, especialmente o desenho técnico, é a linguagem que permite a comunicação entre todos os profissionais envolvidos em uma obra, desde o projeto até a sua execução. Assim, a planta baixa faz parte de um conjunto de desenhos relacionados entre si, necessários para a correta compreensão de um projeto. Por ser uma representação reduzida da realidade, a planta baixa deve seguir determinadas normas e convenções. Assim, ela pode ser lida com clareza e garantir uma correta execução do projeto. Neste capítulo, você vai compreender o que é uma planta baixa. Tam- bém vai conhecer os elementos que a compõem e ver como devem ser representados. Além disso, você vai aprender a ler e desenhar uma planta baixa, aplicando as normas técnicas que regulam essa representação. Elementos da planta baixa Um projeto é representado por um conjunto de desenhos complementares entre si: plantas, cortes, fachadas e perspectivas. Nas plantas baixas, há os planos horizontais do objeto arquitetônico. Ela é uma representação em vista superior. Para compreender o que é uma planta baixa, você pode imaginar um plano horizontal cortando a edificação a aproximadamente 1,5 m de altura, paralelamente ao piso. Essa altura pode variar aproximadamente entre 1,2 m e 1,6 m. O importante é que corte paredes, portas e janelas. Para entender melhor, observe a Figura 1. Nela, não aparece a parte superior da edificação, e a parte que foi cortada está representada em projeção ortográfica: essa é a representação da planta baixa. Figura 1. Plano de corte horizontal que secciona o volume arquitetônico para criar a planta baixa. Fonte: Ching (2017, p. 51). Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos2 Na Figura 1, observe que o plano de corte horizontal é paralelo ao piso da edificação. Assim, a planta baixa gerada a partir dessa seção horizontal é uma projeção ortográfica. A planta baixa é uma projeção ortográfica, ou seja, uma representação bidimensional, paralela ao plano de corte horizontal. Para saber mais sobre projeções ortográficas, leia o capítulo “Desenhos em vistas múltiplas” do livro Representação Gráfica em Arquitetura, de Francis Ching (2017). A planta baixa é uma representação em vista superior de um plano de corte horizontal paralelo ao piso, a uma altura aproximada de 1,5 m. Que tal conhecer os elementos que aparecem na planta baixa? Por ser uma representação reduzida do objeto arquitetônico, são empregadas determinadas simbologias e convenções de desenho, que você vai conhecer a seguir. O plano de corte horizontal a 1,5 m do piso é o que vai definir o que se vai representar e como vai ser representado (MONTENEGRO, 2012). Todos os elementos cortados por esse plano são representados “em corte”, como paredes, pilares, portas e janelas. Tudo o que fica abaixo desse plano, que não está sendo cortado, como pisos, mesas e bancadas, são os elementos “em vista”. E tudo o que fica acima desse plano de corte, como beirais de telhado, está “em projeção”. Para uma leitura clara desses diferentes níveis, é necessário enfatizar o que está sendo cortado, diferenciando esses elementos do que está em vista, ou seja, abaixo do plano de corte. Essa diferença é expressa graficamente pela hierarquia de peso das linhas, ou seja, pela espessura do traço, como você pode observar na Figura 2 (CHING, 2012, p. 152). 3Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos Figura 2. Planta baixa com hierarquia de linhas. Fonte: Ching (2012, p. 152). A ênfase nos elementos em corte, como pilares e paredes, também pode contar com o reforço dos preenchimentos, ou hachuras, como você pode observar na Figura 3 (CHING, 2012, p. 152). Figura 3. Ênfase nas paredes em corte com uso de hachura (preenchimento) sólida. Fonte: Ching (2012, p. 152). Os elementos que constituem a planta baixa podem ser divididos em ele- mentos construtivos (paredes, estrutura, escadas, esquadrias, equipamentos Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos4 e mobiliário fixo, elementos não visíveis) e elementos informativos (nome dos compartimentos, tipo de piso, área, níveis, indicação de norte, cortes e acessos), que são convencionados pela NBR 6.492. A seguir, você vai conhecer as convenções gráficas para a representação dos principais elementos construtivos. Paredes As paredes são representadas por duas linhas paralelas, com traço grosso. Como elas são cortadas pelo plano de corte horizontal, são os elementos mais espessos do desenho. Sua representação (dimensão, preenchimento e hierarquia) pode variar conforme o tipo de material construtivo, como você pode observar na Figura 4 (XAVIER, 2011). Por exemplo, você pode usar uma hachura sólida na cor preta para representar paredes de concreto, usar linhas mais espessas para representar paredes de alvenaria e linhas médias para paredes de gesso acartonado. Figura 4. Representação de paredes com diferentes materiais. Fonte: Xavier (2011, p. 21). 5Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos Portas Para representar portas em planta baixa, você deve observar de que elementos elas são compostas, qual é a sua dimensão e qual é a forma de abertura: de abrir, de correr, sanfonada, entre outras. Os marcos ou batentes e as folhas da porta, que são os elementos em corte, são representados com uma linha média, e o arco que indica o sentido de abertura, com uma linha fina (XAVIER, 2011, p. 25). Nas portas de abrir, é importante observar que a dimensão da folha da porta deve ser exatamente igual à dimensão do vão entre os marcos (CHING, 2017, p. 60). Outro elemento importante é a soleira, que aparece apenas nas portas externas. Ela representa o desnível entre o interior e o exterior da edificação. Nas plantas baixas, as portas são representadas sempre abertas. Você pode observar alguns exemplos na Figura 5. Figura 5. Representação gráfica de portas. Fonte: Ching (2017, p. 58). Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos6 Janelas O nível de detalhamento das janelas depende da escala do desenho. Na escala 1:50, por exemplo, é possível representar os elementos que compõem a janela (marcos, caixilhos, vidros e peitoril) e representar o sentido de abertura. Os elementos que estão em corte são representados com um traço médio, enquanto os elementos em vista devem ser desenhados com um traço fino (XAVIER, 2011, p. 25), como você pode ver na Figura 6. Nas plantas baixas, as janelas são representadas sempre fechadas. Figura 6. Representação de janelas. Escadas Nas escadas, são representados apenas os elementos horizontais, ou seja, pisos e patamares. Como o que delimita o que se vê é o plano de corte, que passa a 1,5 m do piso, deve-se representar os degraus em vista até essa altura. Também é preciso desenhar uma linha de interrupção na diagonal para representar a divisão entre o que está em vista e o que está acima do plano de corte — o desenho é em projeção, com linha tracejada. Você também deve indicar com uma seta o sentido de subida da escada (CHING, 2012, p. 154), como mostra a Figura 7. Figura 7. Representação de escada. 7Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos Mobiliário e equipamentos fixos A planta baixa é o documento de projeto que informa sobre o layout dos es- paços, ou seja, a disposição do mobiliário. É obrigatório que os equipamentos fixos (lavatório, bacia sanitária, pia, etc.) sejam representados, já que eles dependem da localização das instalaçõeshidrossanitárias. Também é impor- tante representar mobiliário fixo, se houver, como bancadas e balcões. Para projetos de design de interiores, você pode representar os equipamentos que dependem de pontos elétricos e os demais móveis, como sofás, mesas e camas. Como a planta baixa é um desenho técnico, não é preciso representar de- talhadamente o mobiliário nessa etapa. É indicado que sejam usados códigos de representação demonstrando a posição e as dimensões gerais do mobiliário, traçados com uma linha de espessura média, como você pode observar na Figura 8. Lembre-se de que o desenho de mobiliário não é uma norma. Portanto, você pode variar a representação, com mais ou menos detalhes, conforme a escala com que estiver trabalhando (XAVIER, 2011, p. 26). Inclusive, é possível criar uma representação própria, observando e medindo móveis e equipamentos. Na Figura 8, você também pode observar alguns exemplos de representação de equipamentos fixos e mobiliário. Figura 8. Representação de mobiliário e equipamentos. Fonte: Adaptada de Montenegro (2012, p. 68). Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos8 Você também pode desenhar equipamentos e mobiliário com o auxílio de gabaritos. É possível adquiri-los em lojas especializadas de material de desenho. Pisos Na representação dos pisos, você deve levar em consideração a escala do desenho e a dimensão do ambiente, a fim de definir a densidade da hachura de piso a ser desenhada. Ou seja, o espaçamento entre as linhas que representam o piso deve ser proporcional à área do ambiente. Na medida do possível, deve-se buscar uma proximidade das dimensões representadas com as medidas reais. Se você considerar que os elementos que estão sendo cortados são representa- dos com um traço mais espesso, os pisos são os elementos que estão no nível mais baixo da planta, mais distantes do plano de corte (Figura 9). Portanto, são desenhados com linhas mais finas (XAVIER, 2011, p. 28). Figura 9. Representação de piso em áreas molhadas. Fonte: Ching (2012, p. 155). Elementos acima do plano de corte Por fim, além dos elementos cortados e dos elementos em vista, é preciso representar também os elementos que estão acima do plano de corte, como beirais, mezaninos, claraboias, etc. Esses elementos são representados com linha tracejada, como você pode ver na Figura 10. Você pode representar, também, elementos que estão abaixo do plano de corte, ocultos por algum outro elemento arquitetônico (CHING, 2017, p. 59). 9Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos Figura 10. Representação de elemento em projeção. Fonte: Ching (2012, p. 154). Aplicação de normas técnicas na elaboração de plantas baixas A NBR 6.492, que trata da representação de projetos de arquitetura, é a prin- cipal norma que fixa as condições para a representação gráfica de projetos. Segundo ela, as plantas baixas devem conter: simbologias de representação gráfica conforme sua prescrição, indicação do norte, eixos do projeto, sistema estrutural, indicação das cotas entre os eixos, cotas parciais e totais, caracterização dos elementos do projeto (fechamentos externos e internos, circulações verticais e horizontais, cobertura/telhado e captação de águas pluviais, acessos e demais elementos significativos), marcação de projeção de elementos significativos acima ou abaixo do plano de corte, indicação dos níveis de piso acabado, denominação dos diversos compartimentos e respectivas áreas úteis, marcação de cortes e fachadas, escalas, notas gerais, desenhos de referência e carimbo (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994, p. 7). A seguir, você vai ver as aplicações práticas dessa norma na representação da planta baixa, com ênfase nos projetos de design de interiores, analisando as convenções e simbologias sugeridas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos10 A NBR 6.492 foi elaborada em 1994 e está passando por um processo de revisão feito pela Comissão de Estudo de Elaboração de Projetos, Representação Gráfica e Atividades Técnicas de Arquitetura da ABNT. Primeiro, considere as indicações de direção e sentido. Sempre que pos- sível, deve-se representar a planta baixa orientada com o norte para cima (YEE, 2009, p. 492). As setas de indicação de norte auxiliam o observador no entendimento da orientação da edificação (CHING, 2017, p. 208). Também é preciso indicar com setas os acessos à edificação. A norma exemplifica a simbologia de acesso principal, mas você também pode informar, utilizando o mesmo símbolo e modificando apenas o texto, os acessos secundários. Fique atento às indicações de dimensão sugeridas. Outra indicação de sentido é a seta que demonstra o sentido de subida de rampas e escadas. Além da seta, uma circunferência deve indicar o início da subida. Essa circunferência deve ficar posicionada na intersecção da linha que indica o sentido de subida com a linha que representa o espelho do primeiro degrau ou o início da inclinação da rampa. Os degraus devem ser numerados de baixo para cima, a partir do primeiro piso até o patamar ou laje superior. Nas rampas, deve-se indicar a inclinação (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994, p. 15). A NBR 6.492 recomenda a indicação dos níveis. Os níveis informam as diferentes alturas dos pisos em uma planta baixa, a partir de um nível zero definido pelo projetista. Os níveis devem ser indicados, preferencialmente, em metros. Se o nível for maior do que zero, você deve usar o sinal de positivo (+) antes da altura. Se for menor do que zero, use o sinal de negativo (–). Sem- pre que houver transição de nível, este deve ser indicado, preferencialmente próximo à transição. Nas plantas baixas, ainda é preciso indicar e referir outros desenhos que complementam o projeto, como cortes e detalhes. Essas indicações também são normatizadas, para que se tenha uma clara compreensão do projeto como um todo. Considerando que as plantas baixas são parte de um conjunto de desenhos que representam um projeto, um único projeto pode estar represen- tado graficamente em várias pranchas, e cada prancha pode conter mais de um desenho. A composição e a organização dos desenhos são flexíveis; no 11Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos entanto, é necessário primar pela unidade e pela continuidade, para permitir uma boa leitura do projeto (YEE, 2009, p. 492). Os planos de corte são representados com uma linha que indica, em planta, onde o plano intercepta o volume. É utilizada uma circunferência contendo a informação do número da folha em que o corte está desenhado. Se houver mais de um desenho por prancha, deve haver a indicação do número desse corte na prancha. A seta indica a direção do observador (ou desenhista) em relação ao plano de corte. Se o conjunto de desenhos do projeto incluir detalhes ou ampliações, eles devem estar indicados na planta. Deve-se indicar com uma circunferência o recorte da área detalhada. Além disso, é preciso informar qual é a prancha em que o detalhe está desenhado e qual é o número desse desenho na folha (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994, p. 19). A NBR 6.492 normatiza, ainda, indicações numéricas e textuais. Entre essas indicações, estão o título do desenho e a escala utilizada. No caso das plantas baixas, o título deve vir acompanhado do pavimento ao qual se refere o desenho. Por exemplo: planta baixa térreo, planta baixa subsolo, planta baixa pavimento tipo (quando o pavimento se repete mais de uma vez). Devem ser informadas também as dimensões de portas e janelas e, ainda, o nome do ambiente, a área e o tipo de piso de cada cômodo. Por fim, você deve informar todas as dimensões da planta baixa, por meio das cotas. Lembre-se de que, nas plantas baixas, são informadas apenas as cotas horizontais. Na Figura 11, você pode observar um exemplo de aplicação prática de alguns desses elementos. Plantabaixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos12 Figura 11. Aplicação prática de inserção de elementos textuais conforme a NBR 6.492. Fonte: Xavier (2011, p. 31). Como desenhar plantas baixas Agora que você já sabe como representar os elementos de uma planta baixa e como aplicar as indicações da norma que regulariza o desenho arquitetô- nico, vai conhecer as etapas de desenho de uma planta baixa. Inicialmente, você deve planejar o desenho, ou seja, definir qual é o formato de prancha que vai utilizar (A0, A1, A2, A3, etc.) e em que escala vai desenhar (1:100, 1:75, 1:50, etc.). Sabendo a escala e as dimensões totais da edificação ou do ambiente que será representado, você pode calcular o espaço gráfico que esse desenho vai ocupar na prancha. Trace as margens da folha reservando um espaço para o selo ou carimbo e utilizando a área restante para centralizar a planta baixa. Usualmente, o espaço sobre o selo é deixado em branco, para colocação de carimbos e registros de revisões e aprovações de projeto (XAVIER, 2011, p. 69). 13Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos Todos os elementos cortados pelo plano de corte horizontal a 1,5 m do piso devem ser representados com um traço mais grosso. É o caso de paredes e pilares. Alguns elementos das esquadrias, como folhas das portas e janelas, marcos e caixilhos, também são cortados. Eles devem ser representados com um traço médio, pois são elementos com dimensões menores do que paredes e pilares. Os elementos em vista das portas e janelas, como peitoris e soleiras, devem ser desenhados com linha fina. Os demais elementos em vista devem ser representados com traços médios ou finos. Quanto mais próximos os elementos estão do observador, ou seja, do plano de corte, mais espesso o traço; quanto mais distantes, mais fino. Assim, equi- pamentos e mobiliário devem ser representados com um traço médio, enquanto pisos devem ser desenhados com linha fina. E, por fim, para representar os elementos que estão acima do plano de corte, você deve usar a linha tracejada, respeitando a hierarquia de linhas (XAVIER, 2011). As etapas a seguir são uma sugestão para a construção dos desenhos, baseada em diversos autores (como MONTENEGRO, 2012, p.77; XAVIER, 2011, p. 32). A sequência de elaboração do desenho não é uma regra e, portanto, pode variar conforme as necessidades do projeto. � Etapa 1: comece traçando o contorno externo do projeto e, em seguida, desenhe a espessura de paredes externas e elementos de estrutura, como pilares. Toda a construção da planta baixa deve ser feita com um traço fino e suave. Apenas no final é feita a hierarquia dos traços. Em seguida, você pode desenhar as paredes internas (Figura 12). � Etapa 2: marque a posição de portas e janelas e desenhe elementos construtivos relevantes, como escadas e lareiras. Desenhe também as portas e janelas, já diferenciando com a espessura do traço os elementos em corte e os elementos em vista das aberturas. Você pode usar um traço médio para elementos em corte e um traço fino para elementos em vista (Figura 13). � Etapa 3: desenhe o mobiliário e os pisos, já com hierarquia de li- nhas. Inicie pelo mobiliário e pelos equipamentos com espessura de linha média e, em seguida, represente os pisos com linhas finas, como exemplifica a Figura 14. Lembre-se de que são obrigatórios os desenhos dos equipamentos hidrossanitários, como pias, lavatórios, bacias sanitárias e tanques, e dos pisos das áreas molhadas. A repre- sentação dos demais móveis e pisos deve ser avaliada conforme as necessidades do projeto. Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos14 Figura 12. Desenho das paredes. Fonte: Montenegro (2012, p. 77). Figura 13. Desenho de portas e janelas. 15Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos Figura 14. Desenho de equipamentos fixos e pisos. � Etapa 4: desenhe os elementos acima do plano de corte. Identifique beirais, mezaninos e aberturas zenitais e represente com linha tracejada. � Etapa 5: você deve hierarquizar as paredes e demais elementos estrutu- rantes cortados pelo plano horizontal, utilizando um traço mais espesso. Com essa etapa concluída, você terá todos os elementos construtivos representados em planta baixa (Figura 15). A próxima etapa é incluir as informações numéricas, textuais e demais indicações. Figura 15. Representação gráfica de uma planta baixa, com hierarquia dos elementos construtivos. Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos16 � Etapa 6: desenhe todas as indicações necessárias — norte, acessos, indicações de rampas e escadas, níveis, indicação de cortes e detalhes, título e escala, nome dos ambientes, área e tipo de piso e, por fim, cotas. Depois que você dominar os conceitos do desenho técnico, você também pode produzir plantas baixas ilustradas. No link a seguir, veja os exemplos que o designer de interiores espanhol Iñaki Aliste Lizarralde criou, reproduzindo os espaços de seus seriados favoritos. https://goo.gl/YXNRFM É importante você lembrar que a planta baixa é um documento do projeto arquitetônico. É, também, a forma de comunicação entre todos os membros da equipe envolvida no projeto e na execução da obra. Assim, é fundamental construir essa representação gráfica com precisão e clareza, fornecendo in- formações completas e corretas, com hierarquia de linhas adequada e respeito às convenções da NBR 6.492. 1. A planta baixa é uma representação em vista superior de um plano de corte horizontal, paralelo ao piso, a uma altura aproximada de 1,5 m. Esse plano estabelece a hierarquia de linhas do desenho. Assinale a alternativa que representa a hierarquia de linhas correta para a planta baixa de um lavabo. a) b) c) 17Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos d) e) 2. Em uma planta baixa, deve-se representar os equipamentos fixos em função das instalações hidrossanitárias. Os ambientes onde são instalados esses equipamentos são denominados “áreas molhadas”. Nelas, o piso também deve ser representado. Assinale a alternativa que menciona os equipamentos fixos de uma residência. a) Pia, lavatório, bacia sanitária e tanque. b) Pia, geladeira, bacia sanitária e tanque. c) Pia, geladeira, fogão, bacia sanitária e lavatório. d) Pia, fogão, lavatório, bacia sanitária e tanque. e) Pia, bacia sanitária, tanque e secadora. 3. Suponha que você está desenhando as plantas baixas de uma residência de dois pavimentos. Você definiu que o piso da sala de estar é o nível 0,0. Do hall de entrada para a sala de estar, você precisa subir dois degraus com 15 cm de altura cada um. E da sala de estar para os dormitórios, que ficam no segundo pavimento, você deve subir uma escada com 16 degraus de 17 cm de altura cada um. Sabendo que os níveis sempre devem ser indicados em metros, que níveis você deve indicar, respectivamente, na sala de estar, no hall de entrada e nos dormitórios? a) 0,00; +0,30; +2,72 b) +0,30; 0,00; +2,72 c) 0,00; –0,15; +2,87 d) 0,00; –0,30; +2,72 e) –0,30; 0,00; +2,87 4. A NBR 6.492 é a principal norma que fixa as condições para a representação gráfica de projetos. Essa norma sugere algumas convenções de desenho que devem ser usadas na representação de plantas baixas. Assinale a alternativa que corresponde a símbolos e/ ou indicações de representação convencionados pela NBR 6.492 que devem constar nas plantas baixas. a) Símbolo de equipamentos fixos, símbolo de esquadrias e indicação de corte. b) Símbolo de norte, símbolo de níveis e indicação de acessos. c) Símbolo de portas e janelas, indicação de sistema estrutural e indicação de detalhes. d) Símbolo de pisos em áreas molhadas, símbolo de mobiliário e símbolo de equipamentos hidrossanitários. e) Símbolo de paredes e muros, indicação do sentido de aberturas de portas e janelas e símbolo de mobiliário. 5. A hierarquia de linhas, na planta baixa, auxiliana correta leitura dessa representação. Ela fornece informações gráficas, por meio da espessura e do tipo das linhas, sobre a relação dos elementos desenhados com o plano de Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos18 corte horizontal a 1,5 m do piso, facilitando a visualização do leitor. Considerando essa afirmação, assinale a alternativa correta. a) Os elementos em corte, como paredes, devem ser representados com linhas finas. b) Os elementos acima do plano de corte horizontal, como mezaninos, devem ser representados com linhas finas e contínuas. c) Os elementos em vista, como pisos, devem ser representados com linhas grossas. d) Os elementos em vista, como muros com 1 m de altura, devem ser representados com linhas grossas. e) Os elementos acima do plano de corte horizontal, como mezaninos, devem ser representados com linhas finas e tracejadas. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492. Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1994. CHING, F. D. K. Desenho para arquitetos. Porto Alegre: Bookman, 2012. CHING, F. D. K. Representação gráfica em arquitetura. 6. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017. MONTENEGRO, G. A. Desenho arquitetônico. São Paulo: Edgard Blücher, 2012. XAVIER, S. Desenho arquitetônico [apostila de desenho arquitetônico]. Rio Grande: Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Escola de Engenharia, 2011. YEE, R. Desenho arquitetônico: um compêndio visual de tipos e métodos. Rio de Janeiro: LTC, 2009. Leituras recomendadas CHING, F. D. K. Arquitetura de interiores ilustrada. Porto Alegre: Bookman, 2013. FARRELLY, L. Técnicas de representação. Porto Alegre: Bookman, 2011. GOMES, A. P. Desenho arquitetônico. Ouro Preto: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, 2012. NEUFERT, E. A arte de projetar em arquitetura. 18. ed. São Paulo: GG, 2013. PARTE 1 – Noções gerais do desenho técnico. Disponível em: <https://wiki.ifsc.edu. br/mediawiki/images/0/0d/ARU_TMC_PBA_Apostila_Parte_A.pdf>. Acesso em: 28 mov. 2018. SOUZA, J. P. et al. Desenho técnico arquitetônico. Porto Alegre: Sagah, 2018. 19Planta baixa: conceito, traçados básicos e hierarquia de planos Conteúdo:
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