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Injúria Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: Pena - reclusão de um a três anos e multa. - Infração penal de menor potencial ofensivo - Sujeito Ativo: crime comum, qualquer pessoa pode ser sujeito ativo. # Pergunta A auto injúria é crime??? R.: Lembrando: Os detentores de imunidade material não praticam injúria (advogado tem imunidade profissional na injúria (só não tem imunidade na calúnia)). - Sujeito Passivo: Crime comum (pode figurar como vítima qualquer pessoa capaz de compreender a ofensa contra ela propalada). # Pergunta Pessoa jurídica pode ser vítima??? R.: E a injúria contra os mortos, é possível? - Conduta/tipo objetivo: O verbo típico é injuriar, isto é, ofender (insultar), por ação (palavras ofensivas) ou omissão (ignorar comportamento), pessoa determinada, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro. - Tipo Subjetivo: Dolo, imprescindível o “animus injuriandi”. - Consumação: consuma-se quando a ofensa chega ao conhecimento da vítima. (Delito Formal). # Pergunta Admite tentativa??? R.: Exceção da verdade / notoriedade Calúnia Difamação Injúria - admite prova da verdade (regra) - admite prova da verdade (somente na ofensa contra Funcionário Público relativa ao exercício de suas funções). - não admite exceção da verdade. - admite prova da notoriedade - admite prova da notoriedade - não admite exceção da notoriedade Art. 140 § 1º - Perdão Judicial - Hipóteses: I – Quando o ofendido provocou (provocação genérica – com um soco) a injúria (só quem revida com injúria é perdoado). II – Quando o ofendido provocou (provocação especial) com injúria outra injúria (os dois agentes são perdoados – compensação de injúrias). Art. 140 § 2º - Injúria Real Violência / vias de fato (meio) Ofensa a honra subjetiva (fim) “Mais que o corpo, é atingida a alma”. Ex.: Tapa no rosto, não para machucar, mas para ofender a pessoa, puxão de orelha, ou cabelos, cuspir em alguém ou em sua direção. Obs. 1: Pena: 3 meses a 1 ano + pena do crime correspondente (a vias de fato fica absorvida). Obs. 2: Havendo violência, a pena da injúria real é somada com a pena do crime contra pessoa (lesão corporal por exemplo). Obs. 3: De acordo com a maioria da doutrina, configura-se concurso material de delitos. Obs. 4: Será que não configura um “bis in idem”: - Injúria simples: pena 1 a 6 meses – havendo violência avultante = injúria real: pena 6 meses a 1 ano + pena da violência (“bis in idem”). Art. 140 § 3º - Injúria Preconceito / Discriminação - Crime de médio potencial ofensivo – pena: 1 a 3 anos A presente qualificadora refere-se a injúria preconceituosa, não se confundindo com o delito de racismo previsto na Lei 7.716/89. Neste, pressupõe-se sempre uma espécie de segregação (marginalizar, pôr à margem de uma sociedade) em função da raça ou da cor. No caso do § 3º do art. 140, o crime é praticado através de xingamento envolvendo a raça, cor, etnia, religião ou origem da vítima. A diferença tem relevância e repercussão prática. Ex.: Xingar alguém fazendo referência à sua cor é injúria, crime de ação penal pública condicionada a representação da vítima, afiançável e prescritível; impedir alguém de ingressar numa festa por causa de sua cor é racismo, cuja pena será perseguida mediante ação penal pública incondicionada, inafiançável e imprescritível. Art. 140 § 3º do CP Lei 7.716/89 - Injúria Qualificada (racismo impróprio) - Racismo - Ofensa, atribuir qualidade negativa - Segregação (ou incentivo a segregação) - Afiançável - Inafiançável - Prescritível - Imprescritível - Ação penal pública condicionada - Ação penal pública incondicionada - A relação mediante injúria preconceito de acordo com a maioria, não permite perdão judicial do art. 140 § 1º, uma vez que o preconceito manifestado se reveste de simples injúria, tratando-se de violação muito mais séria à honra e a uma das metas fundamentais do Estado de Direito (proteger a dignidade da pessoa humana). Obs.: Se a injúria for em razão da condição de deficiente, o crime será do art. 88 da Lei 13.146/15. Disposições comuns Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; II - contra funcionário público, em razão de suas funções; III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. Art. 141 – NOVA REDAÇÃO Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; II - contra funcionário público, em razão de suas funções; III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) § 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) § 2º - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 141 do CP – Majorantes de pena Inciso I: Macular a honra do Presidente da República é ofender diretamente a honra de todos os cidadãos. · Ofender Chefe de Governo Estrangeiro pode estremecer as relações diplomáticas celebradas pelo Brasil, prejudicada diante de eventuais revides da nação ofendida. Inciso II: Contra funcionário público (art. 327, caput do CP) em razão de suas funções (se a ofensa não tiver nexo com a função não incide causa de aumento), não se estendendo à figura do aposentado. Crime contra a Honra de Funcionário Público - Injúria Desacato - Ofensa na ausência do servidor - Ofensa na presença do servidor (vendo ou ouvindo a ofensa) Inciso III: Na presença de várias pessoas 1ª corrente: Mínimo 3 pessoas (Nelson Hungria) – prevalece 2ª corrente: Mínimo 2 ou mais pessoas (Bento de Faria). Atenção: Não se computam neste número o autor, coautores, partícipes e pessoa que não puderem compreender o caráter desonroso da comunicação. Inciso III: Por qualquer meio que facilite a divulgação/Internet, Facebook, Watts app, cartazes, alto-falantes. Obs.: Com a não recepção da Lei de Imprensa, os crimes por meio de imprensa sofrem a presente causa de aumento. Inciso IV: Contra pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência, exceto no caso da injúria (é imprescindível que o agente saiba que a vítima é maior de 60 anos ou deficiente). Pena: Aumenta-se de um terço. Art. 141, § 1º: Ofensa Mercenária (o pagamento ou promessa torna a motivação extremamente vil e torpe). Exclusão do crime Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício. Parágrafo único - Nos casos dos ns. Ie III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. Art. 142 – Hipóteses de exclusão de crime Inciso I: Imunidade Judiciária - Para que haja a exclusão, a ofensa deve ter relação, mesmo que distante, com a causa em discussão. Como parte, costuma-se incluir: autor, acusado, litisconsorte, interveniente; como procurador, não só o constituído como o dativo ou ad hoc, quanto ao representante do Ministério Público, para Hungria ele só pode invocar a exclusão quando autor ou réu. Inciso II: Imunidade literária, artística ou científica Inciso III: Imunidade funcional Obs. 1: Estas imunidades só alcançam a difamação e a injúria, não alcançam a calúnia. Obs. 2: Natureza jurídica a imunidade 1ª corrente: causa especial de excludente de ilicitude (prevalece). 2ª corrente: causa de exclusão da punibilidade. 3ª corrente: causa de exclusão de elemento subjetivo do tipo. Obs. 3: De acordo com a maioria, as imunidades não são absolutas. Obs. 4: Nas imunidades judiciária e funcional, respondem pelo crime quem dá publicidade. Retratação Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa. (Incluído pela Lei nº 13.188, de 2015) · Retratação: Retirar do mundo o que afirmou, devolvendo a verdade. · Cuidado: retratar-se não significa confessar - Trata-se de ato unilateral (dispensa a concordância do ofendido); - Causa extintiva da punibilidade (não obsta ação cível). Observações importantes: 1ª) A retratação nos crimes contra a honra é subjetiva incomunicável; 2ª) Não existe retratação extintiva da punibilidade na injúria. 3ª) A retratação para extinguir a punibilidade deve ocorrer até o julgamento de 1ª instância. Art. 143 - Parágrafo único Como deve ocorrer: O novo parágrafo único acrescentado pela Lei n. 13.188/2015, buscando dar a máxima eficiência à retratação, permite ao ofendido exigir que, tendo a calúnia ou difamação sido praticadas por meios de comunicação, a retratação feita pelo autor se dê “pelos meios em que se praticou a ofensa”. Observa-se que a retratação do autor das ofensas não se confunde com o direito de resposta ou retificação do ofendido, previsto na lei acima referida. Pedido de explicação Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. · Pedido de explicações: medida preparatória e facultativa para o oferecimento da queixa-crime, quando, em virtude de termos empregados não se mostra a intenção de ofender, não se mostra evidente a intenção de caluniar, difamar ou injuriar, causando dúvida quanto ao significado da manifestação do autor. Obs. 1: Não suspende ou interrompe o prazo prescricional; Obs. 2: Medida facultativa, pede explicações quem quer; Obs. 3: Prevalece que as explicações pretendidas, não são obrigatórias. Ação penal Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. Art. 145 - Parágrafo único Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código. Regra geral: A ação penal é privada (queixa-crime) nos delitos de calúnia, difamação e injúria, seguindo o rito dos arts. 519 a 523 do CPP (audiência de conciliação; exceção da verdade). Exceções: a. É pública incondicionada no caso de injúria real do art. 140, § 2º, do CP, se da violência resulta lesão corporal grave ou gravíssima, b. É pública condicionada à representação do ofendido, no caso de injúria real (art. 140, § 2º), se da violência resulta lesão corporal leve. Isto porque o art. 88 da Lei na 9.099/95 passou a exigir representação para a ação penal relativa ao crime do art. 129, caput, do CP. c. É pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça na hipótese do inciso I do caput do art. 141. d. É pública condicionada à representação do ofendido, no caso do inciso II do art. 141, do CP, isto é, quando a ofensa é praticada contra funcionário público em razão de suas funções, e. É pública condicionada à representação do ofendido, no caso de injúria com preconceito (art. 140, § 3°).
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