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Fundamentos sócio-filosóficos QUEIROZ & MOITA

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Cecília Queiroz 
Filomena Moita
Fundamentos Sócio-filosóficos da EducaçãoD I S C I P L I N A
Educação? Educações? 
Autoras
aula
01
Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da EducaçãoCopyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da 
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Reitor
José Ivonildo do Rêgo
Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz
Secretária de Educação a Distância
Vera Lúcia do Amaral
Universidade Estadual da Paraíba
Reitora
Marlene Alves Sousa Luna
Vice-Reitor
Aldo Bezerra Maciel
Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPE
Eliane de Moura Silva
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Projeto Gráfico
Ivana Lima (UFRN)
Revisora Tipográfica
Nouraide Queiroz (UFRN)
Thaísa Maria Simplício Lemos (UFRN)
Ilustradora
Carolina Costa (UFRN)
Editoração de Imagens
Adauto Harley (UFRN)
Carolina Costa (UFRN)
Diagramadores
Bruno de Souza Melo (UFRN)
Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)
Ivana Lima (UFRN)
Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)
Revisores de Estrutura e Linguagem
Rossana Delmar de Lima Arcoverde (UEPB)
Revisoras de Língua Portuguesa
Maria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)
Q3f Fundamentos sócio-filosóficos da educação/ Cecília Telma Alves Pontes de Queiroz, Filomena Maria Gonçalves da Silva Cordeiro 
Moita.– Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN, 2007.
15 fasc.
“Curso de Licenciatura em Geografia – EaD”. 
Conteúdo: Fasc. 1- Educação? Educações?; Fasc. 2 - Na rota da filosofia ... em busca de respostas; Fasc. 3 - Uma nova 
rota...sociologia; Fasc.4 - Nos mares da história da educação e da legislação educacional; Fasc. 5 - A companhia de Jesus e 
a educação no Brasil; Fasc. 6 – Reforma Pombalina da educação reflexos na educação brasileira; Fasc. 7 - Novos ventos... 
manifesto dos pioneiros da escola nova; Fasc. 8 – Ditadura militar, sociedade e educação no Brasil; Fasc. 9 - Tendências 
pedagógicas e seus pressupostos; Fasc. 10 – Novos paradigmas, a educação e o educador; Fasc. 11 – Outras rotas...um 
novo educador; Fasc. 12 – O reencantar: o novo fazer pedagógico; Fasc. 13 – Caminhos e (des)caminhos: o pensar e o fazer 
geográfico; Fasc. 14 – A formação e a prática reflexiva; Fasc. 15 – Educação e as TIC’s: uma aprendizagem colaborativa
ISBN: 978-85-87108-57-9
1. Educação 2. Fundamentos sócio-filosóficos 3. Prática Reflexiva 4. EAD I. Título.
22 ed. CDD 370
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB
Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação 1Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da 
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância – SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Reitor
José Ivonildo do Rêgo
Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz
Secretária de Educação a Distância
Vera Lúcia do Amaral
Universidade Estadual da Paraíba
Reitora
Marlene Alves Sousa Luna
Vice-Reitor
Aldo Bezerra Maciel
Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPE
Eliane de Moura Silva
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Projeto Gráfico
Ivana Lima (UFRN)
Revisora Tipográfica
Nouraide Queiroz (UFRN)
Thaísa Maria Simplício Lemos (UFRN)
Ilustradora
Carolina Costa (UFRN)
Editoração de Imagens
Adauto Harley (UFRN)
Carolina Costa (UFRN)
Diagramadores
Bruno de Souza Melo (UFRN)
Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)
Ivana Lima (UFRN)
Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)
Revisores de Estrutura e Linguagem
Rossana Delmar de Lima Arcoverde (UEPB)
Revisoras de Língua Portuguesa
Maria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)
Q3f Fundamentos sócio-filosóficos da educação/ Cecília Telma Alves Pontes de Queiroz, Filomena Maria Gonçalves da Silva Cordeiro 
Moita.– Campina Grande; Natal: UEPB/UFRN, 2007.
15 fasc.
“Curso de Licenciatura em Geografia – EaD”. 
Conteúdo: Fasc. 1- Educação? Educações?; Fasc. 2 - Na rota da filosofia ... em busca de respostas; Fasc. 3 - Uma nova 
rota...sociologia; Fasc.4 - Nos mares da história da educação e da legislação educacional; Fasc. 5 - A companhia de Jesus e 
a educação no Brasil; Fasc. 6 – Reforma Pombalina da educação reflexos na educação brasileira; Fasc. 7 - Novos ventos... 
manifesto dos pioneiros da escola nova; Fasc. 8 – Ditadura militar, sociedade e educação no Brasil; Fasc. 9 - Tendências 
pedagógicas e seus pressupostos; Fasc. 10 – Novos paradigmas, a educação e o educador; Fasc. 11 – Outras rotas...um 
novo educador; Fasc. 12 – O reencantar: o novo fazer pedagógico; Fasc. 13 – Caminhos e (des)caminhos: o pensar e o fazer 
geográfico; Fasc. 14 – A formação e a prática reflexiva; Fasc. 15 – Educação e as TIC’s: uma aprendizagem colaborativa
ISBN: 978-85-87108-57-9
1. Educação 2. Fundamentos sócio-filosóficos 3. Prática Reflexiva 4. EAD I. Título.
22 ed. CDD 370
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UEPB
Apresentação
Seja bem-vindo/a à disciplina Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação. Assim, tal como na natureza, a água, o fogo, a terra e o ar convivem de forma integrada e são energia essencial à vida. A nossa disciplina Integra a Base Teórica do Curso de 
Licenciatura em Geografia a Distância.
A disciplina compreenderá uma série de reflexões em torno de questionamentos acerca 
da Educação, abordará conteúdos relevantes à formação profissional e, ao mesmo tempo, 
fará articulação com o estudo de outras disciplinas do currículo. Iremos identificar e analisar 
os fundamentos teóricos e práticos que subsidiam a formação do/a profissional de educação, 
em especial, no curso de Geografia, fazendo uma articulação, também, entre educação e 
sociedade ao longo da história.
Nesta disciplina usaremos uma metáfora, pois a compararemos a “uma viagem 
marítima”, razão por que, recorremos a palavras ligadas a esse tema, a saber: zarpando, 
porto, mergulhando, mergulho mais profundo, timoneiro, leme, rotas, porto etc. 
Faremos, durante as 15 aulas, o diário de bordo – um memorial reflexivo, crítico e 
descritivo de todo o percurso da disciplina. O memorial deverá ser construído ao longo de 
cada aula e servirá como avaliação de seu processo formativo.
Alguns de vocês já são professores, e outros estão se preparando para isso. Todos juntos 
vão construir e reconstruir conceitos, atitudes, habilidades e valores imprescindíveis à atuação 
como profissionais de educação, conscientes de seu papel pedagógico, político e social.
Ficou claro? Venha para iniciar uma viagem tranqüila e produtiva. Conduza seu barco de 
forma autônoma, crítica e criativa; aprofunde os estudos, partindo de nossas sugestões e/ou 
outras fontes encontradas por iniciativa pessoal, não esqueça das atividades solicitadas.
Agora que já explicamos como vai decorrer nossa viagem, acredito que deve estar 
ansioso/a por iniciar o primeiro trecho. Durante esse percurso, atravessaremos rios e mares 
que nos levarão a entender melhor o conceito de educação e assim perceber que há várias 
opiniões diferentes sobre a temática. Está curioso/a? Você vai conhecer alguns pensadores 
e suas idéias, que lhe indicarão as rotas a seguir.
Metáfora
é uma figura de estilo (ou 
tropo lingüístico, em que 
a significação natural de 
uma palavra é substituída 
por outra), que consiste 
em uma comparação 
entre dois elementos 
por meio de seus 
significados imagísticos, 
causando o efeito de 
atribuição “inesperada” ou 
improvável de significados 
de um termo a outro. 
Disponível em: 
http://pt.wikipedia.org/
wiki/Met%C3%A1fora 
Acessoem: 
10 de jun/2007.
Segure o leme com força e 
garra. Você é o/a timoneiro/a.
Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação� Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
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3
Objetivos
Ao final desta aula, do primeiro trecho de viagem, esperamos que 
você chegue ao porto com condição de:
Entender que a educação não é neutra, ao contrário, possui 
uma intencionalidade;
Identificar que existem diferentes conceitos de educação;
Compreender que a educação não é uma prerrogativa apenas 
da escola, que ela ocorre em diferentes espaços sociais.
Zarpando...
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, todos nós 
envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender e ensinar. 
Para saber, para fazer ou para conviver com uma ou com várias: Educação? Educações? 
Presente em todos os espaços, de diferentes formas, nos diferentes contextos, a 
educação invade nossas vidas. Nessa perspectiva, sempre achamos que temos alguma 
coisa a dizer sobre educação. 
Assim, iniciamos nossa reflexão com o que alguns índios, certa vez, escreveram:
Há muitos anos, nos Estados Unidos, os estados da Virgínia e Maryland assinaram um 
tratado de paz com os índios das Seis Nações. Sabendo que as promessas e os símbolos 
da educação sempre foram muito adequados em momentos solenes como aquele, logo 
depois dos termos do tratado serem assinados, os governantes americanos mandaram 
cartas aos índios convidando-os para que enviassem alguns dos seus jovens às escolas 
dos brancos. Os chefes indígenas responderam agradecendo e recusando. Veja, abaixo, 
alguns trechos da justificativa.
““... Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e 
agradecemos de todo o coração.
Mas daqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções 
diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que 
a vossa idéia de educação não é a mesma que a nossa.
Aprender e ensinar
Ninguém ignora tudo. 
Ninguém sabe tudo. 
Todos nós sabemos 
alguma coisa. Todos nós 
ignoramos alguma coisa. 
Por isso aprendemos 
sempre(PAULO 
FREIRE,1998).
Educações
Segundo Ghiraldelli Jr. 
(2003, p. 1), “a palavra 
educação foi derivada, de 
duas palavras do latim: 
educere, que significa 
“conduzir de fora”, “dirigir 
exteriormente”, e educare 
que significa “sustentar, 
alimentar, criar”.
Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação 3
... Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formandos nas escolas do Norte e 
aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltaram para nós, eles eram maus 
corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportarem o frio e a fome. 
Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam 
a nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como 
guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.
Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-
la, para mostrar a nossa gratidão, oferecemos aos nobres senhores que nos enviem 
alguns dos seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, 
homens.“ (BRANDÃO, 1998, p.18-19)
Benjamin Franklin (1706-1790) Franklin tornou-se o primeiro Postmaster1706-1790) Franklin tornou-se o primeiro Postmaster-1790) Franklin tornou-se o primeiro Postmaster1790) Franklin tornou-se o primeiro Postmaster) Franklin tornou-se o primeiro Postmaster 
General (ministro dos correios) dos Estados Unidos da América. Foi umEstados Unidos da América. Foi um. Foi um 
jornalista, editor, autor, filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista,, editor, autor, filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista,editor, autor, filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista,, autor, filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista,filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista,, abolicionista, funcionário público, cientista,abolicionista, funcionário público, cientista,, funcionário público, cientista, 
diplomata e inventor estadunidense, que foi também um dos líderes da e inventor estadunidense, que foi também um dos líderes dainventor estadunidense, que foi também um dos líderes da estadunidense, que foi também um dos líderes daestadunidense, que foi também um dos líderes da, que foi também um dos líderes da 
Revolução Americana, e é muito conhecido pelas suas muitas citações e pelas, e é muito conhecido pelas suas muitas citações e pelas 
experiências com a eletricidade. Um homem religioso, calvinista, é ao mesmocalvinista, é ao mesmo, é ao mesmo 
tempo uma figura representativa do Iluminismo.Iluminismo..
Disponível em: http://br.geocities.com/saladefisica9/biografias/franklin.htm Acesso em: 23 maio 2007.
Será que há uma forma única, um único modelo de educação? 
Acreditamos que não. Aprende-se e ensina-se em todos os lugares. Nesse sentido, 
a escola não é o único espaço educacional; o ensino escolar não é a sua única prática e o 
professor não é o único praticante.
Parafraseando (MCLUHAN, 1964), estamos vendo que chegará o dia – e talvez(MCLUHAN, 1964), estamos vendo que chegará o dia – e talvezchegará o dia – e talvez 
este já seja uma realidade – em que nossas crianças aprenderão muito mais 
e com maior rapidez em contato com o mundo exterior do que no recinto da 
escola. Isso nós já podemos observar no cotidiano. Uma vez que já assistimos 
a jovens e adultos que nos perguntam: Por que retornar à escola e deter 
minha educação? Este questionamento é feito por jovens que interrompem 
prematuramente seus estudos. Parece uma pergunta arrogante, mas como nos 
diz o autor acerta no alvo: o meio urbano poderoso explode de energia e de uma 
massa de informações diversas, insistentes, irreversíveis.
Essa carta acabou conhecida porque, alguns anos mais tarde, Benjamim Franklin 
adotou o costume de divulgá-la. A carta dos índios que vocês acabaram de ler apresenta 
algumas das questões importantes que vêm sendo objeto de estudo, reflexão e discussão de 
pesquisadores/as e educadores/as.
Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação� Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
Atividade 1
1
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A Educação, entendida como construção coletiva de produção do conhecimento, da 
ação social, busca intencional de sentidos e significados, diálogo e interação, perpassa todas 
as práticas sociais. 
Em casa, na rua, na igreja, no sindicato, no clube, de um modo ou de muitos, todos 
nós envolvemos pedaços da vida com ela: para fazer, para saber, para ensinar, para ser 
ou conviver. Mas a educação (o processo educativo) carece de definições quanto às suas 
finalidades e caminhos usados na sua concretização, conforme as opções que se façam 
quanto ao tipo de homem/mulher – ser que se quer formar, que tipo de sociedade se deseja 
e se quer construir.
Nesse sentido, a educação, conceitualmente e na prática, passa a sofrer as diversas 
influências das diferentes forças sociais e políticas que a percebem como objeto de poder e 
instrumento fundamental no campo das disputas políticas e ideológicas.Ideológicas
Ideologia, de acordo com 
os escritos de Karl Marx, é 
aquele sistema ordenado 
de normas e de regras 
(com base no qual as 
leis jurídicas são feitas) 
que obriga os homens a 
comportarem-se segundo 
as vontades “do sistema”, 
mas como se estivessem 
se comportando segundo 
a sua própria vontade.
Disponível em: http://www.
usp.br/fau/docentes/
depprojeto/c_deak/
CD/4verb/ideolog/index.
html Acesso em: 12 
maio 2007.
E por que essa disputa ideológica e sócio-política acontece?
Porque, quando homens e mulheres têm acesso à educação, a um “tipo” de educação 
e ao conhecimento podem desvendar os motivos das desigualdades. Bem informados, 
podemos reivindicar/exigir nossos direitos em todos os espaços sociais: na família, na 
escola, no mercado, no ônibus, nos serviços de saúde. 
Podemos ainda, qualificarmos melhor nossa participaçãonos espaços sociais de 
decisão: conselhos escolares, associação de moradores, sindicatos, partidos políticos, igreja 
etc. Esse conhecimento não interessa a todos, afinal, quando não sabemos, podemos ser 
manipulados. É esse entendimento que vamos aprofundar ao longo da leitura dos diferentes 
conceitos e do contexto histórico em que foram elaborados.
Após a leitura da proposta de Benjamim Franklin para os índios e 
de sua resposta, quais os tipos de Educação, Educações que você 
identifica? Justifique:
Assim, como na resposta dos índios ao ex-presidente Benjamim 
Franklin, reflita: A educação que você recebeu em sua formação 
escolar, o (a) preparou para contribuir com sua comunidade?
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Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação� Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
Mergulhando mais profundo...
As diferentes concepções e teorias, ao longo da história, têm focado a Educação com 
ênfase, ora no conhecimento, ora nos métodos de ensino, ora no aluno, ora no educador, ora 
em ambos. Essas diferentes formas de “pensar” trouxeram e trazem conseqüências diversas 
em cada momento histórico, para os grupos hegemônicos de cada sociedade e todas se 
revestem de uma intencionalidade, de objetivos, que exercem forte influência sobre nosso 
jeito de fazer Educação e no modo como nos organizamos socialmente.
Você perceberá que o Conceito de Educação não é consenso, ao contrário, abrange 
uma diversidade significativa de concepções e correntes de pensamento, que estão 
relacionadas diretamente ao período histórico, ao movimento social, econômico, cultural, 
político nacional e internacional. 
Quer conhecer o que alguns pensadores e educadores dizem sobre o que é educação e 
qual o seu papel social, político e cultural?
Então preste atenção às idéias, que lhe apresentaremos logo a seguir, que foram ou são 
fundamentos para as práticas pedagógicas, que veremos mais profundamente em outros 
trechos do nosso percurso.
Vamos começar com Émile Durkheim, para quem Educação é essencialmente o 
processo pelo qual aprendemos a ser membros da sociedade. Educação é socialização! 
É uma ilusão acreditar que podemos educar nossos filhos como queremos. E, afirma que 
existem certos costumes, regras que precisam e devem ser obrigatoriamente transmitidos 
no processo educacional, gostemos ou não deles.
Émile Durkheim (1858-1917), sociólogo francês, positivista, viveu em um rico e 
conturbado momento histórico: de um lado, a Revolução Francesa, e de outro, 
a Revolução Industrial. “Bebeu” na fonte do pensamento de Auguste Comte 
(1798- 1857), pai do Positivismo e filho do Iluminismo que enfatizava a razão e 
a ciência como formas de explicar o universo. 
Para Durkheim, a tarefa da educação era buscar “soluções” para a crise da 
burguesia do final de século XIX, que lutava para continuar como detentora do 
poder político e econômico.
Disponível em: http://cienciadaeducacao.vilabol.uol.com.br/Pensadores.htm Acesso em: abr. 2007. 
Seu pensamento refletia diferentes “educações”. Cada casta, classes ou grupo social 
deveria ter sua própria educação para adequar cada um a seus meios específicos de vida, 
ou seja, aqueles que nascessem pobres deveriam adaptar-se à sua realidade, e aqueles que 
nascessem ricos deveriam adaptar-se à sua condição e, assim, cada um desempenharia o 
seu papel social de forma harmoniosa.Suas idéias influenciaram grandemente as correntes 
pedagógicas até os dias atuais. 
Casta
Camada social hereditária 
e endógama, cujos 
membros pertencem à 
mesma etnia, 
profissão ou religião.
Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação �
Outro importante pensador, Karl Marx, dizia que a educação é diretamente relacionada 
aos interesses de classe. “Conforme o conteúdo de classe ao qual estiver exposta, ela pode 
ser uma educação para a alienação ou para a emancipação”.
classe
Grupo ou camada social 
que se organiza em 
sociedades estratificadas, 
e para cuja formação 
contribuem a divisão do 
trabalho, as diferenças 
de propriedade e de 
rendas ou a distribuição 
de riquezas. Para Marx, 
só existem duas classes: 
burguesa e operária/
trabalhadora.
pés
Pé ou pés no plural é 
uma unidade de medida 
de comprimento. 
Corresponde a 12 
polegadas e equivale a 
30.5 centímetros. 
KarlHeinrich Marx (1818-1883), intelectual alemão, é considerado um dos 
fundadores da Sociologia, mas, que contribuiu com várias outras áreas: filosofia, 
economia, história. Elaborou, em parceria com Friedrich Engels (1820-1895) 
também filósofo alemão, a Doutrina dos teóricos do Socialismo Científico ou 
Marxismo e escrevem juntos o Manifesto Comunista, “historicamente um dos 
tratados políticos de maior influência mundial, publicado pela primeira vez em 
21/02/1848, em que os autores partem de uma análise histórica, distinguindo 
as várias formas de opressão social durante os séculos e situa na burguesia 
moderna como nova classe opressora, que super-valoriza a liberdade econômica 
em detrimento das relações pessoais e sociais, assim tratando o operário 
como uma simples peça de trabalho que o deixa completamente desmotivado 
e contribuindo para a sua miserabilidade e coisificação.
Disponível em: http://www.comunismo.com.br/biomarx. html Acesso em: abr. 2007.
O professor Tosi Rodrigues (2002) coloca que Marx, a partir de seus estudos sobre as 
conseqüências da Revolução Industrial, na vida dos trabalhadores ingleses, concluiu que 
o tipo de educação dado às crianças operárias era tão precário que só poderia servir para 
perpetuar as relações de opressão às quais as crianças e seus pais estavam sujeitos. 
Segundo relato citado por Marx, em seu livro sobre a realidade de uma das escolas 
que visitou, “a sala de aula tinha 15 pés de comprimento por 10 pés de largura e continha 
75 crianças que grunhiam algo ininteligível (...) Além disso, o mobiliário escolar era pobre, 
faltavam livros e material de ensino e uma atmosfera viciada e fétida exercia efeito deprimente 
sobre as infelizes crianças. Estive em muitas dessas escolas e nelas vi filas inteiras de crianças 
que não faziam absolutamente nada, e a isso se dá o atestado de freqüência escolar; e a 
esses meninos figuram na categoria de instruídos de nossas estatísticas oficiais” (O Capital, 
1968, Vol. 1, Livro 1).
Os estudos de Marx tiveram e têm uma forte influência nas idéias pedagógicas no 
mundo e aqui no Brasil. Dessa corrente de pensamento sociológico, decorre as chamadas 
pedagogias críticas, que estudaremos mais adiante.
Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação� Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
Atividade 2
1
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A concepção de educação apresentada por Durkheim é possível 
de ser percebida em sua vivência tanto de professor, quanto de 
aluno? Justifique:
A descrição da escola apresentada por Marx, há mais de 100 anos, 
lhe remeteu a lembranças de alguma escola que você conheceu 
ou conhece?
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Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação �
Vamos seguir, estamos bem no início de nossa viagem, muita coisa boa nos 
espera ainda.
No início do percurso desse trecho, aportamos na França, conhecemos Durkheim, 
depois, na Alemanha onde encontramos Marx. Agora, seguindo nossa viagem, vamos 
conhecer outro importante pensador na Suíça e, logo em seguida, vamos ao Brasil.
Jean-Jaques Rousseau afirmava que “nascemos fracos, precisamos de força; nascemos 
desprovidos de tudo, temos necessidade de assistência; nascemos estúpidos, precisamos de 
juízo. Tudo que não temos ao nascer e de que precisamos, quando adultos, nos é transmitido 
pela educação”. Seria, para ele, a educação responsável pela formação do cidadão em todos 
os sentidos. Pois acreditava que o homem nasce bom, mas a sociedade o perverte. 
Jean-Jaques Rousseau (1712-1978), filósofoe escritor suíço, foi uma dasoi uma das 
principais inspirações ideológicas da segunda fase da Revolução Francesa: 
inspirou fortemente os revolucionários, que defendiam o princípio da soberania 
popular e da igualdade de direitos. Apontava a desigualdade e a injustiça como 
frutos da competição e da hierarquia mal constituída. Segundo suas idéias, o 
grande objetivo do governo deveria ser assegurar liberdade, igualdade e justiça 
para todos, independentemente da vontade da maioria. Estudioso da filosofiaEstudioso da filosofia 
da educação, enalteceu a “educação natural”, defendendo um acordo livre entre 
o mestre e o aluno. Seu trabalho se tornou a diretriz das correntes pedagógicas 
nos séculos seguintes. Lançou sua filosofia, não somente através de escritos 
filosóficos formais, mas também de romances, cartas e de sua autobiografia.
Disponível em: http://www.culturabrasil.org/rousseau. htm Acesso em: 20 abr. 2007.
Chegando ao Brasil
Vamos conhecer os liberais e suas idéias sobre a educação, que eram defendidas 
com um grande otimismo pedagógico: eles queriam reconstruir a sociedade por meio da 
educação (GADOTTI, 1993). 
Vocês já ouviram falar dos liberais? Se não, prestem atenção. Era um grupo de 
intelectuais profundamente enraizados na classe burguesa, que defendiam e justificavam o 
modelo econômico da época, que privilegiava alguns, em detrimento da maioria. Defendiam, 
apenas, alterações no como ensinar, e não, no modelo de educação excludente. 
Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação10 Aula 01  Fundamentos Sócio-filosóficos da Educação
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Atividade 3
Para os Liberais, “o homem é produto do meio”; ele e sua consciência se formam 
em suas relações acidentais, que podem e devem ser controladas pela educação, a qual 
deve trabalhar para a manutenção da ordem vigente, atuando diretamente com o sistema 
produtivo. O objetivo primeiro da educação é produzir “indivíduos competentes para o 
mercado de trabalho, transmitindo eficientemente informações precisas, objetivas e rápidas” 
(LÍBANEO, 1989). 
Nesse trecho da viagem, pudemos conhecer através de texto escrito algumas das idéias 
que influenciaram os filósofos, os sociólogos, os educadores e os intelectuais brasileiros. 
Agora temos outro texto: uma figura.
Observe e faça a leitura da figura junto com seus colegas e 
tutores.
Agora que já leram, discutiram, refletiram, cada um/uma 
escreva um texto sobre a educação ou educações das pessoas 
representadas na figura
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Voltando à nossa viagem, segure o leme. Vamos pelo Brasil e nessa rota vamos 
conhecer uma pequena parte do relatório da UNESCO de 1996, sobre educação, 
e seguir, conhecendo Educação/Educações.
Parafraseando Freire, a educação é o fator mais importante para se alcançar a felicidade. 
O autor destacava ainda em seus escritos a educação como ação de conhecimento, como 
ato político, como direito de cidadania e, nesse sentido, o conhecimento, como construção 
social. Ainda segundo o autor “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, as 
pessoas se educam entre si, mediatizadas pelo mundo” (2002 p.68). 
Paulo Freire: Biografia resumida - O caminho de um Educador. Nasceu em 
Recife em 1921 e faleceu em 1997. É considerado um dos grandes educadores 
da atualidade e respeitado mundialmente. Publicou várias obras que foram 
traduzidas e comentadas em vários países. Suas primeiras experiências 
educacionais foram realizadas em 1962 em Angicos, no Rio Grande do Norte, 
onde 300 trabalhadores rurais se alfabetizaram em 45 dias.Participou ativamente 
do MCP (Movimento de Cultura Popular) do Recife. 
Suas atividades são interrompidas com o golpe militar de 1964, que determinou 
sua prisão. Exila-se por 14 anos no Chile e posteriormente vive como cidadão do 
mundo. Com sua participação, o Chile, recebe uma distinção da UNESCO, por ser 
um dos países que mais contribuíram à época, para a superação do analfabetismo. 
Em 1970, junto a outros brasileiros exilados, em Genebra, Suíça, cria o IDAC 
(Instituto de Ação Cultural), que assessora diversos movimentos populares, em 
vários locais do mundo. Retornando do exílio, Paulo Freire continua com suas 
atividades de escritor e debatedor, assume cargos em universidades e ocupa, 
ainda, o cargo de Secretário Municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo, 
na gestão da Prefeita Luisa Erundina, do PT.
Algumas de suas principais obras: Educação como Prática de Liberdade, 
Pedagogia do Oprimido, Cartas à Guiné Bissau, Vivendo e Aprendendo, A 
importância do ato de ler, Pedagogia da Autonomia.
Disponível em: http://www.centrorefeducacional.com.br/paulo.html Acesso em: abr. 2007.
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Freire (1997), também nos ensina que a educação não é neutra, ao contrário, é um dos 
instrumentos capazes de: garantir aos cidadãos o atendimento às necessidades que permitem 
o seu desenvolvimento integral, que possibilita a integração entre o pensar e agir, porque 
quando o pensar é privado de realidade e o agir, de sentido, ambos ficam sem significado. 
Caso contrário, podemos reproduzir uma educação que se coloca como mera transmissora 
de informações descontextualizadas historicamente, sem autor, sem intencionalidade “clara” 
e privada de sentido, a que o autor denominou de educação bancária. “Minha presença no 
mundo não é a de quem nele se adapta, mas de quem nele se insere. É a posição de quem 
luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da história” (FREIRE, 1983, p. 57).
Sendo assim, educar é construir, é libertar o homem do determinismo, passando 
a reconhecer o seu papel na História e onde a questão da identidade cultural, tanto em 
sua dimensão individual, como em relação à classe dos educandos é essencial à prática 
pedagógica libertadora.
Sem respeitar essa identidade, sem autonomia, sem levar em conta as experiências 
vividas pelos educandos antes de chegarem à escola, o processo será inoperante, somente 
meras palavras despidas de significação real. Temos que lutar por uma educação dialógica, 
pois só assim se pode estabelecer a verdadeira comunicação da aprendizagem entre seres 
constituídos de alma, prazer, sentimentos. 
Em seus escritos, Freire destaca o ser humano como um ser autônomo, livre, criativo, 
ativo, capaz de significar e ressignificar suas ações. Essa autonomia está presente na definição 
de vocação ontológica de ‘ser mais’ que está associada à capacidade de transformar o mundo. 
É exatamente aí que o homem se diferencia do animal. Afinal, animal não tem história.
Educação? Educações? Educar?
Segundo Moran, (2000, p. 3), educar:
É colaborar para que professores e alunos – nas escolas e organizações – transformem 
suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção 
de sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional – do seu projeto de vida, no 
desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção, comunicação que lhes 
permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e profissionais e tornarem-se cidadão 
realizados e produtivos. 
No relatório da UNESCO, organizado e escrito pelo francês Jacques Delors, intitulado: 
Educação um tesouro a descobrir, de 1996, a Educação precisa de uma concepção mais 
ampla, ou seja:
Uma concepção ampliada de educação deveria fazer com que todos pudessem descobrir, 
reanimar e fortalecer o seu potencial criativo – revelar o tesouro escondido em cada um de 
nós. Isso supõe que se ultrapasse a visão puramente instrumental da educação considerada 
a via obrigatória para obter certos resultados (saber-fazer, aquisição de capacidades 
diversas, fins de ordem econômica), e se passe a considerá-la em toda a sua plenitude: 
realização da pessoa que, na sua totalidade, aprende a ser (DELORS, 2003, p. 90).
Ontológica
Vocação ontológica do 
homem. O chamado que 
sentem os homens e as 
mulheres desdedentro de 
si mesmos para que se 
convertam em pessoas 
capazes de pensar e 
transformar sua sociedade 
e de transformar-se em 
seres para si mesmos. 
A vocação histórica do 
homem é “ser sujeito” 
(CTPL, 37).
Moran
MORAN, J. M. 
– é professor de 
novas tecnologias da 
Universidade de São 
Paulo – USP.
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Atividade 4
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UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a 
Cultura. A UNESCO funciona como um laboratório de idéias e como umaA UNESCO funciona como um laboratório de idéias e como uma 
agência de padronização para formar acordos universais nos assuntos éticos 
emergentes. A UNESCO promove a cooperação internacional entre seus 192 
Estados Membros e seis Membros Associados nas áreas de educação, ciências, 
cultura e comunicação. 
As diferentes concepções de educação têm reflexos profundos em nosso cotidiano. 
Como você deve ter percebido, todos nós temos memória, uns mais, outros menos, da 
infinidade de informações que recebemos ao longo de nossas vidas como estudantes. 
Muitos de nós estudamos em escolas que reproduziam informações e conhecimentos, e 
nós não sabíamos para que serviriam, nem imaginávamos quem produziu esse conhecimento, 
nem em que contexto histórico. Não víamos sentido para os conteúdos, que eram apenas 
para ser decorados e para que respondêssemos questões dos questionários, das provas, que 
depois esquecíamos – a “educação bancária”. Não queremos dizer com isso que informação/
conhecimento não é importante, ao contrário, têm importância e significam poder.
A esse respeito, o cientista político, americano Emir Sader, indagou em sua palestra 
proferida no Fórum Mundial da Educação (2003): “se o conhecimento não serve para inserir 
os homens de forma consciente na sociedade, para que serve então”? (...) “o excesso de 
informação existente hoje disseminada, porém descontextualizada e sem história, sem o 
conhecimento de quem a produziu, vem banalizando o processo educacional e fragmentando 
o saber, colaborando para a produção de um novo tipo de analfabetismo”.
Considerando nossa leitura até aqui, nossas observações, suas 
reflexões ao longo desse nosso trecho de viagem, mergulhe no filme 
que aborda a questão das diferentes educações de forma muito 
contundente; 
Em seguida, preencha o seu diário de bordo.
Disponível em: http://www.unesco.org.br/unesco/sobreaUNESCO/index_html/mostra_documento Acesso em: 12 abr. 2007.
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Treino para Vida 
Sinopse: A história real e inspiradora de um treinador que 
decide mostrar os diversos aspectos dos valores de uma vida 
ao suspender seu time campeão por causa do desempenho 
acadêmico dos atletas. Dessa forma, Ken Carter recebe 
elogios e críticas, além de muita pressão para levar o time 
de volta às quadras. É aí que ele deve superar os obstáculos 
de seu ambiente e mostrar aos jovens um futuro que vai 
além de gangues, prisão e até mesmo do basquete.
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Resumo
O QUE TROUXEMOS DESSE TRECHO DE NOSSA VIAGEM
Nesta aula você estudou que a educação não é neutra, ao contrário, possui 
uma intencionalidade, além de identificar que existem diferentes conceitos de 
educação e compreender que a educação não é uma prerrogativa apenas da 
escola, que ela ocorre em diferentes espaços sociais. Vimos, em síntese, que a 
educação para Durkheim é essencialmente o processo pelo qual aprendemos 
a ser membros da sociedade. Já para Karl Marx, a educação é diretamente 
relacionada aos interesses de classe. Para Rousseau a educação é responsável 
pela formação do cidadão em todos os sentidos, pois acreditava que o homem 
nasce bom, mas a sociedade o perverte. Nas palavras de Paulo Freire, educar é 
construir, é libertar o homem do determinismo. Estudamos também Delors que 
assevera que uma versão ampliada de educação deveria fazer com que todos 
pudessem descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial criativo e finalmente 
Moran defende a educação como algo que deve colaborar para que professores 
e alunos – nas escolas e organizações – transformem suas vidas em processos 
permanentes de aprendizagem. 
Auto-avaliação
Você fez a viagem, leu os textos, respondeu às atividades, visitou os sites, assistiu aos 
filmes, aos vídeos, mas, com certeza, foi mais além. 
Para saber se você atingiu os objetivos propostos para a aula, responda às questões 
abaixo. Se tiver dúvidas, procure tirá-las relendo o texto ou mesmo buscando a ajuda do 
tutor, através dos meios possíveis. Respondendo você está neste momento construindo seu 
DIÁRIO DE BORDO. 
Observe o quadro a seguir e estabeleça as diferenças entre as teorias dos autores 
apresentados:
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Durkheim Karl Marx Rousseau Paulo Freire Delors Moran
Quais as críticas, observações que você faz a estes autores e as teorias por eles 
defendidas? 
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Vídeos
Leituras complementares
Aqui apresentamos outras linguagens, que podem enriquecer o seu aprendizado. Indicaremos 
filmes, mini-vídeos, telas, poemas, músicas e textos que tem relação com a nossa viagem 
pela rota dos fundamentos sócio-filosóficos da educação. Buscaremos mergulhar mais 
profundamente nessa viagem com dicas ricas e prazerosas de saberes.
1. Título: Uma viagem no tempo ...
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=umwj6v9UwkY Acesso em 23 jun. 2007. 
O vídeo revela a evolução do mundo tendo por fundo a música “ �hat a �onderful �orld�hat a �onderful �orld” 
(Que mundo Maravilhoso) de Louis Armistrong
Que mundo Maravilhoso - Louis Armistrong 
 
Eu vejo o verde das árvores ... 
rosas vermelhas também 
Eu vejo florescer para nós dois 
E eu penso comigo ... 
que mundo maravilhoso 
Eu vejo a azul dos céus e 
o branco das nuvens 
O brilho do dia abençoado ... 
a sagrada noite escura 
E eu penso comigo ... 
que mundo maravilhoso 
As cores do arco-íris ... 
tão bonitas nos céus 
E estão também nos rostos 
das pessoas que passam 
Eu vejo amigos apertando as 
mãos, dizendo: Como você vai ? 
Eles realmente dizem: 
“ Eu te amo ! “ 
Eu ouço bebês chorando, 
eu os vejo crescer 
Eles aprenderão muito mais 
que eu jamais saberei 
E eu penso comigo ... 
que mundo maravilhoso 
Sim, eu penso comigo ... 
que mundo maravilhoso
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2. Título: Combate ao analfabetismo
Disponível em : http://www.youtube.com/watch?v=kzRnrYVKbHQ. Acesso em 23 jun. 2007. 
O vídeo “Combate ao Analfabetismo – Rotary, é isso que a gente faz! “ apresenta o diálogo 
entre uma criança de rua que quer um lápis para desenhar com um grupo de jovens da classe 
média que o rejeita, empurra. 
Referências
BRANDÃO, C. R. O que é educação. In: PILLETTI, N. Estrutura e Funcionamento do Ensino 
Fundamental. São Paulo: Ed. Ática,1998.
FERNANDES, Florestan. Marx-Engels: História (textos selecionados) São Paulo: 
Ática, 1989.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 12a edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
____________. Educação e mudança. 15a edição. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1989. 
____________. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002. 
 ____________. Política e educação. São Paulo: Cortez, 1997.
GADOTTI, Moacir. Paulo Freire, uma bibliográfica. São Paulo, Cortez: Instituto Paulo Freire; 
Brasília, DF: UNESCO,1996. 
HARNECKER, Marta. Para compreender a sociedade. Traduzido por Emir Sader. 1. ed. São 
Paulo: Brasiliense, 1990.
MARX, K. O Capital. Vol. 1, Livro 1: O processo de produção capitalista. CivilizaçãoCivilização 
Brasileira, 1968.
McLUHAN,Marshall. The Mechanical Bride. Boston, Beacon Press, 4th printing, 1969.
______. The Medium is the Massage: An Inventory of Effects. Bantam Books, 1967.
______. Pour comprendre les media. HMH, Montréal, 1970.(édition originale en anglais 
publiée McGraw-Hill, New York, 1964.
McLUHAN, Marshall and FIORE Quentin). �ar and Peace in the Global Village. BantamBantam 
Books. 1968
RODRIGUES, Alberto Tosi. Sociologia da educação. 3. ed. Rio de Janeiro: DP �� A, 2002.iro: DP �� A, 2002. 
SADER, Almir. Palestra proferida no Fórum. Porto Alegre, RS: Fórum Mundial da 
Educação, 2003.
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Anotações
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