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AULA 1 - FORMAÇÃO DE PREÇOS E PERCEP DE VALOR PARA O VAREJO

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FORMAÇÃO DE PREÇOS E PERCEP DE VALOR PARA O VAREJO
Cap 1- Aspectos tributários na atividade comercial
Descrição
Definição das diferentes formas de tributação das atividades comerciais e seus impactos contábeis.
PROPÓSITO
Compreender o conceito e a importância das diferentes formas de tributação das atividades comerciais para o cálculo correto margem de lucro da empresa e decisões acerca de seu funcionamento.
Preparação
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos recursos computacionais, com acesso a planilhas eletrônicas (Excel) e calculadora, visando efetuar o cálculo das questões.
OBJETIVOS
Módulo 1- Definir o conceito de tributo e base de cálculo
Módulo 2- Descrever os tributos federais
Módulo 3- Descrever os tributos estaduais, municipais e Simples Nacional
Módulo 4- Aplicar a contabilização correta dos tributos
Introdução
A tributação de uma empresa afeta as suas demonstrações contábeis e o seu resultado financeiro. É fundamental para a tomada de decisão que a empresa conheça as suas formas de tributação.
Para compreender como uma empresa é tributada, você precisará conhecer os diferentes tipos de tributos, tanto federais como estaduais e municipais, bem como os tratamentos contábeis para esses tributos e os possíveis créditos por eles gerados. 
Os principais tributos que serão estudados neste conteúdo são: o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (competência federal), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (competência estadual) e o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (competência municipal).
MÓDULO 1 - Definir o conceito de tributo e base de cálculo
Conceito de tributo
Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas precisam pagar tributos, taxas, impostos e contribuições.
O conceito de tributo está regulado no artigo terceiro da Lei 5.172/1996 (Código Tributário Nacional), que o define como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua de ato ilícito, instituída em lei cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Ou seja, o tributo é caracterizado como “toda prestação pecuniária compulsória” que o poder público estabelece.
Como já mencionado no parágrafo anterior, existem três modalidades tributárias principais desde a promulgação da Constituição de 1988: os impostos, as taxas e as contribuições. 
Imposto: O imposto é o mais comum dos três e é caracterizado por um percentual cobrado pelo Estado sobre a renda, o patrimônio, bens de consumo ou serviços. Esse imposto pode ser direto, quando cobrado diretamente do contribuinte (como o Imposto de Renda ou o Imposto de Transmissão de Bens Imobiliários, por exemplo), ou indireto, quando é embutido no valor do bem ou do serviço que está sendo comprado ou consumido (o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), por exemplo).
Taxas: Já as taxas são diferentes dos impostos, pois é necessário que estejam vinculadas à prestação de um serviço público específico, como é o caso da taxa de emissão de um passaporte ou a taxa de coleta de lixo. Em muitos casos, nenhuma taxa é devida pelo contribuinte se ele não utiliza o serviço público específico em questão. Por exemplo, se um contribuinte não possui um veículo, então, não precisa pagar a taxa de licenciamento anual, ou se um contribuinte não possui um passaporte, não precisou pagar a taxa de emissão de um passaporte.
Contribuições: As contribuições, por sua vez, são utilizadas de forma não sistemática pelo governo. Por exemplo, embora a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido tenha a palavra “contribuição” em seu nome, muitos autores a definem como imposto, pois as contribuições, assim como as taxas, normalmente são relativas a um serviço específico do governo (contribuições de melhoria) ou a um propósito específico (como a contribuição do PIS/Pasep).
Antes de você conhecer os entes tributários brasileiros, vamos falar sobre dois conceitos muito importantes para a correta apuração de impostos.
O primeiro conceito é a base de cálculo. A maioria dos impostos e contribuições são calculados como percentual sobre um valor, que é a base de cálculo. Por exemplo, a base de cálculo do Imposto de Renda simplificado é 80% da renda auferida pela pessoa física. Ou seja, os 100% da renda menos um desconto de 20%. Portanto, a base de cálculo leva em consideração possíveis deduções na sua composição. Cada imposto possui uma base de cálculo diferente e, portanto, possuem apurações diferentes.
↓
O segundo é o fato gerador, ele que faz nascer a obrigação tributária. Por exemplo, aferir renda é o fato gerador do Imposto de Renda. Uma operação de câmbio é um dos fatos geradores do Imposto sobre Operações Financeiras, e assim em diante. 
Prestar atenção ao fato gerador é importante por dois motivos: primeiro ele gera (como diz o próprio nome) a obrigação de se pagar o tributo. Em segundo lugar, normalmente as legislações tributárias dão um prazo para a realização do pagamento do tributo, e este, normalmente, é contado a partir do fato gerador. Por exemplo, o vencimento para o pagamento de um imposto pode ser de 20 dias corridos após o último dia do mês em que ocorreu o fato gerador. Então, se o fato gerador ocorreu em 12 de março, o pagamento do tributo deverá ser recolhido até 20 de abril.
Entes tributários
No Brasil, os entes tributários são os que possuem a competência para cobrar impostos, taxas e contribuições. Essas competências são estabelecidas de modo que certos impostos, taxas e contribuições sejam exclusivos de certos entes. 
Exemplo: Nos EUA existe a figura do Imposto de Renda Federal, assim como no Brasil, mas também há os Impostos de Renda Estaduais e, em alguns locais, o Imposto de Renda Municipal. No Brasil, isso seria ilegal, pois a competência para a cobrança de Imposto de Renda é apenas do ente federativo, ou seja, da União (governo federal), e, portanto, estados e municípios não poderiam instituir algum tipo de imposto cuja base de cálculo seja a renda. 
Os entes tributários, conforme já foi dito, possuem competências próprias de tributação, descritas na Seção III da Constituição para a União; na Seção IV para os estados e Distrito Federal; e na Seção V para os municípios. De todos os tributos, as contribuições de melhoria, taxas e contribuições para o seu regime próprio de previdência são de competência de todos os três entes.
Tributo ‒ conceito e espécies
https://player.vimeo.com/video/484162633 
Competências dos entes tributários
Os impostos da competência da União são, juntamente com seus fatos geradores:
· Imposto de Importação (II), que tem como fato gerador a entrada de produtos do exterior em território nacional;
· Imposto de Exportação (IE), que tem como fato gerador a saída de produtos nacionais do território nacional;
· Imposto de Renda (IR), que tem como fato gerador a aferição de renda por pessoa física (IRPF) ou a existência de lucro na Pessoa Jurídica (IRPJ);
· Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que tem como fato gerador a produção de bens industrializados;
· Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que tem como fato gerador operações financeiras específicas;
· Imposto Territorial Rural (ITR), que tem como fato gerador a propriedade de imóvel fora do perímetro urbano;
· Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), que, embora tenha previsão legal, ainda não foi regulamentado;
· Contribuições (como CSLL, PIS/PASEP, COFINS, CIDE, etc.), cada uma com seus fatos geradores específicos.
Os impostos da competência dos estados e Distrito Federal são:
· Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que tem como fato gerador a circulação (ou seja, a venda) de produtos em geral dentro do território nacional, da importação de produtos do exterior e de serviços específicos;
· Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), que tem como fato gerador a transmissão de bens por falecimento ou por doação;
· Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que tem como fato gerador a propriedade de veículos automotores.
Os impostosda competência dos municípios são:
· Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que tem como fato gerador a propriedade de imóvel dentro do perímetro urbano;
· Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que tem como fato gerador a compra e venda de bens imóveis.
· Imposto sobre Serviços (ISS), que tem como fato gerador a prestação de serviços que não estão enquadrados no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);
Críticas ao modelo de repartição de competências brasileiro
Uma grande crítica que é feita a esse modelo de repartição de competências é o fato de que a repartição dessas competências foi realizada em 1988, quando o cenário econômico era muito diferente do atual. 
O setor de serviços cresceu muito no século XXI e a competência dessa tributação é de exclusividade dos municípios, gerando grande aumento de arrecadação, concentrado nos grandes municípios das regiões Sul e Sudeste, enquanto o setor de serviço de pequenos municípios e de municípios do interior acabaram não sendo beneficiados. 
Além disso, o Código Tributário Brasileiro é muito complexo, com regulamentações contraditórias entre os entes e intraentes. Um exemplo é cada município possuir sua própria legislação sobre como tributar serviços, ou cada estado possuir legislação sobre como tributar o ICMS. 
Nos últimos anos, vêm crescendo a pressão para uma reforma tributária que simplifique a tributação, a legislação e os recursos gastos para fazer a aferição dos impostos. Tal ganho também poderia resultar numa simplificação da fiscalização pelos entes públicos. 
Embora muitas propostas tenham sido ventiladas, até o momento não existe nenhuma que unificasse o apoio no Congresso Nacional. Consequentemente, este tema focará apenas em analisar os atuais tributos sem entrar em detalhes sobre possíveis modificações.
Para finalizar esta seção, é preciso entender que, na operação de uma empresa, muitos impostos podem ser devidos ao mesmo tempo. Por exemplo, uma empresa ao vender um produto, paga o ICMS, porém, caso possua lucro, também paga o IRPJ e a CSLL, além do PIS/Confins e outros impostos, como IPVA e IPTU. Portanto, a empresa deve estar sempre atenta ao pagamento desses impostos, a fim de não se envolver em problemas com o fisco.
Esse trabalho para as empresas de pequeno porte e as microempresas foi facilitado com a implementação do Simples Nacional, que permite haver o recolhimento de diferentes tipos de impostos em uma única guia. Você vai se aprofundar nos conhecimentos do Simples Nacional no Módulo 3.
Verificando o aprendizado
Parte superior do formulário
1. Sobre as afirmações abaixo, assinale a afirmação incorreta:
Os tributos são definidos como toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua de ato ilícito, instituída em lei cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
No Brasil, existem três tipos de tributos: os impostos, as taxas e as contribuições.
O ICMS é um tipo de tributo que se enquadra como contribuição.
As taxas são diferentes dos impostos porque são vinculadas à prestação de serviço de um ente público.
Os impostos são normalmente calculados a partir de uma porcentagem aplicada sobre uma base de cálculo.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. Sobre o Imposto sobre Serviços (ISS), podemos dizer que:
O Imposto sobre Serviços tem como fato gerador a circulação de mercadorias.
O Imposto sobre Serviços é um tributo de competência do ente federal.
O Imposto sobre Serviços é um tributo de competência do ente estadual.
O Imposto sobre Serviços é um tributo de competência do ente municipal.
Embora tenha o nome de “Imposto” o “Imposto sobre Serviços”, mais conhecido como ISS, se caracteriza como uma taxa do ente municipal.
Parte inferior do formulário
MÓDULO 2 - Descrever os tributos federais
Tributos de Competência Federal – Tipos e Características 
https://player.vimeo.com/video/484190644 
Impostos mais comuns: IR, CSLL e PIS/COFINS
Imposto de Renda
O Imposto de Renda, devido tanto pelas pessoas jurídicas, quanto pelas físicas, é um dos impostos mais conhecidos.
O IRPF é devido por todas as pessoas físicas que aferiram renda tributável além do limite de isenção.
Por via de regra, toda renda é tributável a não ser renda de natureza indenizatória ou outros tipos de renda tais como bolsas de estudo, poupança, dividendos etc. Caso a pessoa seja empregada e tenha um contracheque, o imposto já é calculado automaticamente e o valor deduzido do seu pagamento, caso contrário deverá emitir uma Guia do Carnê-Leão para o seu pagamento. 
No início de cada ano é feita a Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF) e, portanto, os valores da renda daquela pessoa de todo ano anterior (o ano-calendários) são juntados, incluindo as deduções legais. 
Assim é feita a base de cálculo do imposto para se verificar se a pessoa recolheu imposto a maior ou a menor. Caso a pessoa tenha recolhido imposto, a maior é feita a devolução do imposto de renda, caso o imposto tenha sido recolhido, a menor a pessoa deverá realizar o pagamento da diferença entre eles.
Imposto de Renda Pessoa Jurídica
No caso de pessoas jurídicas, o Imposto de Renda é normalmente chamado de IRPJ (Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas). Existem três principais formas de se apurar o IRPJ: Simples, Lucro Presumido e Lucro Real. 
Primeiramente, vamos falar do Lucro Presumido. 
Nesse caso, é aplicado uma alíquota para compor a base de cálculo diretamente sobre o valor da receita da empresa. Em regra geral, o setor de serviços tem uma alíquota de base de cálculo de 32%, enquanto os outros setores têm uma alíquota de 8%. 
Exemplo: No caso de uma empresa que faturou R$5.000.000,00 em um ano, ela pagaria IRPJ apenas sobre uma base de cálculo de R$1.600.000,00, se fosse do setor de serviços, ou em cima de R$400.000,00 se fosse de outros setores, como comércio.
Já no Lucro Real, a empresa teria que calcular o seu lucro líquido real (de acordo as regras estabelecidas pela Receita Federal) e pagar o imposto sobre esse valor. Uma vantagem tributária para o cálculo via Lucro Real ocorre para empresas que possuem margem de lucro menor do que o arbitrado pelo Lucro Presumido. 
Saiba mais: Outra vantagem da tributação via Lucro Real é a possibilidade de compensar prejuízos. Por exemplo, se uma empresa teve prejuízo de R$1.000.000,00 no ano 1 e lucro de R$800.000,00 no ano 2, ela não vai pagar IRPJ no ano 1 (pois não teve lucro, teve prejuízo) e nem no ano 2 (pois ela teve um prejuízo acumulado de R$200.000,00 nos dois anos). 
Tanto no Lucro Real quanto no Lucro Presumido a alíquota do IRPJ é de 15% sobre a base de cálculo, com adicional de 10% sobre a parcela do lucro que exceda R$20.000,00 no mês. Tendo em vista que o valor de R$20.000,00 é bem pequeno para empresas de grande e médio porte, é comum dizer que a alíquota IRPJ para fins práticos é de 25%.
Vamos calcular então: uma empresa do setor de serviços teve receita bruta de R$8.000.000,00 e lucro de R$3.500.000,00. Quanto ela pagaria de IR e de CSLL se eles fossem apurados via Lucro Presumido? E via Lucro Real? Qual seria o mais vantajoso?
Nesse caso, você deve calcular assim:
· Lucro Presumido: 32% x R$8.000.000,00 = R$2.560.000,00 => R$2.560.000,00 x 34% = R$870.400,00 devidos de IRPJ mais CSLL.
· Lucro real: R$3.500.000,00 x 34% = R$1.190.000,00 devidos de IRPJ mais CSLL. 
Nota-se, portanto, que para fins de IRPJ é mais favorável que a empresa se enquadre no Lucro Presumido. 
Nem todas as empresas, porém, podem optar pelo lucro presumido, apenas empresas com receita menor do que R$78.000.000, não financeiras (como bancos, corretoras, seguradoras etc.), não podem receber lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior e não podem usufruir de benefícios fiscais.
Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido
A Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) é muitas vezes agrupada junto com o Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ), tendo em vista que ambos possuem como base de cálculoo lucro da empresa. 
Assim como o IRPJ, a CSLL tem três formas de apuração: Simples, Lucro Presumido e Lucro Real. A regulamentação é a mesma do IRPJ, e a alíquota é de 9%. Por isso, é comum dizer que o imposto sobre o lucro das empresas é de 34% (9% da CSLL e 25% do IRPJ).
Portanto, utilizando o mesmo exemplo da seção anterior:
--> 
Nota-se, portanto, que mesmo considerando-se a CSLL é mais favorável a empresa se enquadrar no Lucro Presumido, o mesmo caso de quando se considerou apenas o IR. 
PIS/Cofins
As contribuições PIS e Cofins, embora tenham objetivos diferentes (um é para o pagamento do PIS, e a outra para a Seguridade Social) são normalmente tratadas juntas, pois possuem os mesmos fatos geradores e as mesmas bases de cálculo. 
O PIS/COFINS possui duas formas de apuração: cumulativo e não cumulativo. As empresas enquadradas no regime de Lucro Presumido ou no Simples Nacional fazem a apuração por meio do regime cumulativo e as enquadradas no Lucro Real fazem via regime não cumulativo. A diferença se dá nas alíquotas e na forma de se chegar à base de cálculo. 
No regime cumulativo, o cálculo é bem simples: aplica-se a alíquota de 3,65% (3% a título de Cofins e 0,65% a título de PIS) sobre a receita bruta da empresa, que seria a base de cálculo nesse regime cumulativo. Já no regime não cumulativo, o valor é de 9,25% (7,6% a título de Cofins e 1,65% a título de PIS), mas exclui-se do valor final do imposto os créditos obtidos nas compras de produtos ou serviços.
Portanto, se uma empresa possui faturamento (receita) de R$1.000.000,00 e fez compras de produtos e serviços que somaram R$300.000,00, gerando créditos de PIS/Cofins, o cálculo seria feito da seguinte maneira:
· Regime cumulativo: 3,65% x R$1.000.000,00 = R$36.500,00
· Regime não cumulativo: 9,25% x R$1.000.000,00 – 9,25% x R$300.000,00 = 9,25% x R$700.000,00 = R$64.750,00.
Outros impostos federais: II, IE, IPI e ITR
· Imposto de importação
O Imposto de Importação é de competência exclusiva da União, e o fato gerador é a entrada de mercadoria estrangeira em solo brasileiro. Como o Brasil faz parte do Mercosul, essa tarifa é determinada por meio de um documento chamado Tarifa Externa Comum (TEC), que pode ser consultado no site da Receita Federal. A base de cálculo desse imposto é o valor aduaneiro da mercadoria.
Um passo importante para a empresa que importa produtos de origem estrangeira é que ela deve habilitar-se para operar no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), procedimento regido pela Instrução Normativa RFB n. 1.603/2015. 
· Imposto de exportação
Assim como o imposto de importação, o de exportação é de competência exclusiva da União, e o fato gerador é a saída de entrada de mercadoria nacional de solo brasileiro. A base de cálculo do imposto é definida no artigo 2º do Decreto-lei n. 1.578, de 1977:
Art. 2º A base de cálculo do imposto é o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pelo Poder Executivo, mediante ato da CAMEX ‒ Câmara de Comércio Exterior. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001) 
§ 1º ‒ O preço à vista do produto, FOB ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal. 
De acordo com a Receita Federal, a determinação do valor em reais da base de cálculo do imposto, deve ser utilizada a taxa de câmbio disponível no Sisbacen, transação PTAX800, opção 5, relativa ao dia útil imediatamente anterior ao da ocorrência do fato gerador do imposto.
Por via de regra, a alíquota do Imposto de Exportação é de 30%, mas o governo federal pode decidir aumentá-la ou reduzi-la de acordo com sua política externa e/ou cambial. Ressalta-se, porém, que a alíquota do Imposto de Exportação nunca poderá ser superior a 150%.
· Imposto sobre Produtos Industrializados
O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incide nas seguintes etapas da produção: transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento (ou recondicionamento), ou renovação (ou recondicionamento). 
Não são consideradas atividades industriais, para fins de IPI:
· O preparo de produtos alimentares em restaurantes, bares, cozinhas para alimento aos funcionários etc.;
· O preparo de refrigerantes em restaurantes, bares e estabelecimentos similares;
· Artesanato;
· Confecção de vestuário na residência do preparador ou em oficina;
· Manipulação farmacêutica, mediante receita médica;
· Moagem de café torrado, realizada por comerciante varejista;
· Construção civil;
· Montagem de óculos, mediante receita médica;
· Cestas de Natal e semelhantes;
· O conserto, a restauração e o recondicionamento de produtos usados;
· O reparo de produtos com defeito de fabricação;
· A restauração de sacos usados;
· Mistura de tintas para o consumidor final.
Além disso, são imunes do IPI:
· Os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão;
· Produtos industrializados destinados à exportação;
· Ouro enquanto ativo financeiro;
· Energia elétrica.
O fato gerador do IPI é a saída do produto de estabelecimento industrial ou a chegada ao Brasil de produtos de procedência estrangeira, com a base de cálculo sendo o total da operação e a alíquota sendo definida para o produto conforme consta na Tabela de Incidência do IPI (TIPI). 
Indústrias e fábricas localizadas na Zona Franca de Manaus possuem redução ou isenção do IPI em certos produtos, sendo necessária a consulta à legislação correspondente.
O IPI também pode ser encarado como um imposto utilizado como regulador pelo governo federal, que pode aumentar o IPI de produtos aos quais queira desestimular a compra, ou reduzir o tributo a fim de incentivar o consumo.
· Imposto Territorial Rural
O fato gerador do Imposto Territorial Rural (ITR) é definido como o domínio útil ou a posse do imóvel, localizado fora do perímetro urbano do município. 
A alíquota vai depender do tamanho e da utilização da propriedade. À diferença do IPTU, no qual o valor das propriedades é arbitrado pelo município, o ITR é de responsabilidade do proprietário, que deve lançar os valores das terras de sua propriedade.
Verificando o aprendizado
Parte superior do formulário
1. Uma empresa do Lucro Presumido do setor de comércio teve uma receita anual de R$2.500.000,00. Considerando uma alíquota do IRPJ de 25%, quanto essa empresa pagou de IRPJ/CSLL nesse ano?
R$62.500,00
R$77.000,00
R$200.000,00
R$625.000,00
R$850.000,00
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. Uma empresa do Lucro Presumido do setor de comércio teve uma receita anual de R$2.500.000,00. Quanto essa empresa comercial pagou de contribuições PIS/Cofins nesse ano? 
R$16.250,00
R$75.000,00
R$85.000,00
R$91.250,00
R$231.250,00
Parte inferior do formulário
MÓDULO 3 - Descrever os tributos estaduais, municipais e Simples Nacional
Impostos Estaduais: ICMS, IPVA e ITCMD
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços, mais conhecido como ICMS, é um imposto de competência estadual que incide sobre a circulação de mercadorias e sobre serviços específicos. O ICMS está previsto na Constituição e regulamentado na Lei Kandir (LC 87/1996, alteradas posteriormente pelas Leis Complementares 92/1997, 99/1999 e 102/2000). 
O fato gerador do ICMS é a comercialização de bens no interior do país ou na importação desses bens para o território nacional. Conforme já mencionado no primeiro módulo, esse imposto é indireto, pois o valor do imposto vem embutido no valor do produto. Até o ano de 2019, o valor do ICMS era repartido entre o estado do comprador e o estado do vendedor, passando então a ser recolhido apenas no estado do comprador do produto. 
Portanto, se um consumidor do estado de Pernambuco comprar um produto do estado de São Paulo, o ICMS será recolhido em Pernambuco.
Por causa disso, e também do fato que cada estado possuir a sua regulamentação legal, esse é o imposto mais complexo de cálculo. Com as vendas via Internet ficou cada vez mais comuma prática de vender para diferentes estados, o que faz com que uma empresa tenha que, em caso extremo, recolher o ICMS em todos as 27 unidades da federação, cada uma com suas regras e alíquotas específicas. 
Atenção: Essas alíquotas interestaduais variam entre 7% e 12%, mas as estaduais variam entre 17% e 20% (no caso do Rio de Janeiro, estado com o maior ICMS do Brasil). Essa diferença entre as alíquotas, chamado de Difal (diferencial de alíquotas) é recolhida no estado de destino, a fim de manter a igualdade tributária.
Além da comercialização de bens e mercadorias, também pagam ICMS o fornecimento de energia elétrica, transportes intermunicipais, serviços de telecomunicação e serviços prestados no exterior. 
Normalmente, os tributos são calculados “por fora”, mas o ICMS é calculado “por dentro”, ou seja, considera-se o valor do imposto na sua base de cálculo. 
Vejamos um exemplo a seguir:
Exemplo : Suponhamos que há uma empresa comercial, em um estado com alíquota do ICMS de 18%, que realizou uma venda com as seguintes características:
Valor de compra dos produtos vendidos na Nota Fiscal = R$2.000,00
Valor do IPI = R$300,00
Valor da margem da empresa = R$500,00
Total da Nota Fiscal = R$2.800,00
Tendo em vista que a alíquota do imposto é de 18%, devemos dividir o valor da Nota Fiscal por 0,82 (100% - 18%) antes de aplicar a alíquota:
R$2.800,00/0,82 = R$3.414,63
R$3.414,63 x 18% = R$614,63
Portanto, o valor do ICMS a pagar seria de R$614,63. Note que a diferença entre R$3.414,63 e o valor de R$2.800,00 é justamente o valor de R$614,63, e por isso esse tipo de cálculo é chamado de “por fora”. Note ainda que, nesse caso, a alíquota real foi de 21,95%, que é a razão entre o imposto de R$614,63 e o valor original da Nota Fiscal. Caso o imposto fosse “por dentro”, o valor do ICMS seria de R$2.800,00 x 18% = R$504,00, e o valor da Nota Fiscal seria de R$2.800,00 + R$504,00 = R$3.304,00 em vez de R$3.414,63. 
O ICMS também funciona por meio do sistema de créditos, no qual a empresa poderá descontar o ICMS pago anteriormente para evitar o chamado “efeito cascata”. No exemplo anterior, a empresa comprou R$2.000,00 de produtos, gerando um crédito de 18% do ICMS que já foi pago anteriormente, de modo que a empresa deverá pagar o valor de:
R$614,63 – (R$2.000,00 x 18%) = R$614,63 – R$360,00 = R$254,63.
Por fim, devemos falar da Substituição Tributária (ST). Esse é o regime pelo qual a responsabilidade pelo ICMS devido em relação às operações ou prestações de serviços é atribuída do contribuinte substituído ao contribuinte substituto. Ou seja, a obrigação de um contribuinte que deveria recolher o ICMS é transferida a outro contribuinte. Essa legislação varia de estado para estado e não nos aprofundaremos nela.
Para finalizar esta seção, vejamos um último exemplo ilustrativo:
Exemplo: Uma empresa de São Paulo vende uma mercadoria para o Rio de Janeiro e, nesse caso, a alíquota interestadual é de 12%, a alíquota de São Paulo é de 18% e a alíquota do Rio de Janeiro é de 20%. Ela pagou R$10.000,00 pelo produto. Logo em seguida ela revendeu o produto por R$15.000,00 (sem incluir nesse valor o ICMS) para o consumidor final no próprio Rio de Janeiro. Qual é o valor de ICMS que a empresa pagará nessas operações?
Como a empresa comprou de São Paulo para o Rio de Janeiro, a empresa fluminense terá de pagar o DIFAL de 20% - 12% = 8% para o Rio de Janeiro, e poderá utilizar os 12% como crédito de ICMS. Ou seja:
• DIFAL = 8% x R$10.000,00 = R$800,00
• Crédito do ICMS = 12% x R$10.000,00 = R$1.200,00
A venda final no valor de R$15.000,00 e o ICMS a pagar seria de:
15.000/0,80 = R$18.750,00 – R$15.000,00 = R$3.750,00.
Porém, como ela tem créditos de ICMS no valor de R$1.200,00, pagará o valor de R$3.750,00 – R$1.200,00 = R$2.550,00.
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores é também um imposto de competência estadual e incide sobre a propriedade de veículos automotores (fato gerador). Esse imposto é bem comum de ser pago por empresas que possuam frota de veículos automotores, especialmente para fins de entrega.
Juntamente com esse imposto, podem estar associadas outras taxas, como a de licenciamento anual e a de vistoria do veículo. As regulações variam de estado para estado.
Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação
O Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação, também conhecido como ITCMD, assim como o ICMS e o IPVA também é de competência estadual. É popularmente conhecido como o “imposto de herança”, pois o fato gerador desse imposto é a morte e a transmissão do bem aos seus herdeiros. Em diversos estados, inclusive, a alíquota do imposto varia com o grau de parentesco do contribuinte.
Além disso, como diz o nome do imposto, outro fato gerador que enseja na incidência dessa obrigação tributária é a doação, agrupada com a herança justamente por ser, em geral, um instrumento de planejamento sucessório muito utilizado, principalmente por empresas familiares, com a doação (ou venda por valor simbólico) de participação acionária do sucedido a seu(s) sucessor(es). 
Tributos de competência estadual – tipos e características
https://player.vimeo.com/video/484464764 
Impostos municipais: ISS, IPTU e ITBI
· Imposto sobre Serviços
O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, também conhecido como ISSQN, ou mais comumente chamado de Imposto sobre Serviços, ou pelo acrônimo ISS, é um imposto de competência municipal (e do Distrito Federal), que incide, como diz o próprio nome, sobre serviços de qualquer natureza prestados em território nacional (conforme vimos anteriormente, os serviços prestados em território estrangeiro contribuem como ICMS de competência municipal).
O fato gerador é, portanto, a prestação de serviços, a base de cálculo é o valor cobrado pelo serviço prestado e a alíquota varia conforme municípios e atividades, mas, normalmente, fica na casa de 2% a 5%. Diferentemente do ICMS, ele é calculado “por fora”. 
Essa parte da lei está sendo judicializada junto ao Supremo Tribunal Federal devido ao fato que isso criaria uma obrigação de difícil operacionalização, tendo em vista que há mais de 5.000 municípios no Brasil e o recolhimento do ISS em cada um deles seria extremamente dispendioso para as empresas.
Para fins de exemplificação, suponhamos que uma empresa tenha prestado um serviço no valor de R$10.000,00 e a alíquota do ISS é de 5%. Nesse caso, o ISS a recolher seria de R$10.000,00 x 5% = R$500,00.
A Lei Complementar 175 sancionada em 23 de setembro de 2020, alterou a regra de recolhimento do ISS, determinando que alguns serviços deverão recolher o ISS no município do cliente e não mais no município da sede, entre eles: planos de saúde, administração de fundos e arrendamento mercantil. 
· Imposto Predial e Territorial Urbano
O Imposto Predial e Territorial Urbano, mais conhecido como IPTU, é cobrado dos proprietários de imóveis urbanos pelos municípios. O fato gerador é a propriedade de imóvel em perímetro urbano, e o imposto é de periodicidade anual.
A base de cálculo do IPTU é o valor arbitrado do imóvel pela prefeitura e a alíquota varia de acordo com o valor da propriedade e de acordo com a legislação municipal. Por ser um imposto que o proprietário de um imóvel repassa para o locatário, todas as empresas tendem a ser contribuintes do IPTU, mesmo que a propriedade seja própria ou alugada.
· Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis
O Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis, mais conhecido como ITBI, é cobrado dos compradores de imóveis pelos municípios. O fato gerador é a transmissão de propriedade do imóvel dentro do município, e o imposto é devido apenas quando o imóvel muda de proprietário.
É importante lembrar que o ITBI só é devido em transmissão inter vivos (compra ou doação), ou seja, se for herança ou inventário, o imposto correto é o ITCMD, imposto de competência estadual.
Simples Nacional
O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às microempresase empresas de pequeno porte, previsto na Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006. Os tributos unificados no Simples Nacional são IRPJ, CSLL, PIS/Cofins, IPI, ICMS, ISS e Contribuição Previdenciária.
Todos esses impostos são calculados e pagos em apenas uma guia. Isso facilita muito o cálculo de tributos e o seu recolhimento por microempresas e empresas de pequeno porte, que deixam de se preocupar com o pagamento para os diferentes entes. 
Saiba mais: Para ser considerada microempresa, é necessário que a receita anual seja inferior a R$360.000,00. Já para ser considerada empresa de pequeno porte, deve-se ter receita anual superior a R$360.000,00 e inferior a R$4.800.000,00. Além disso, as atividades ― listadas no Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) ― devem ser compatíveis com o cadastro no Simples Nacional.
A alíquotas são determinadas conforme tabela e o vencimento do pagamento é até o dia 20 do mês subsequente ao mês do fato gerador. Para fins de impostos, considera-se a data do fato gerado como a data da emissão da Nota Fiscal.
O MEI (Microempreendedor Individual) é um caso especial do Simples Nacional. O MEI paga de Imposto apenas 5% do Salário Mínimo como contribuição previdenciária, mais R$5,00 de ICMS (se for enquadrado como contribuinte do ICMS) e R$1,00 de ISS (se for enquadrado como contribuinte do ISS).
Os requisitos para MEI são: ter receita máxima de R$81.000,00 por ano (R$6.750,00 por mês), não ser sócio de nenhuma outra empresa, possuir no máximo um emprego registrado, e que o CNAE da ocupação esteja entre as ocupações elegíveis para se fazer parte do MEI (por exemplo, via de regra, serviços regulados e/ou que precisem de ensino superior para serem prestados não podem se registrar como MEI, tais como engenheiros, advogados, médicos, etc.).
Verificando o aprendizado
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1. Uma empresa realiza a venda de um produto que ela havia comprado por R$1.200,00. O valor da nota foi de R$ 2.000,00 (já incluso o valor do ICMS) e não houve a incidência de IPI. A alíquota do ICMS que ela deve recolher é de 18%. Levando em consideração que a empresa não possui outros créditos de ICMS, qual é o valor do ICMS a ser recolhido por essa empresa comercial?
Não deve ser feito recolhimento, pois os créditos de ICMS superam o valor devido do imposto.
R$216,00
R$144,00
R$360,00
R$439,02
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2. Uma empresa de serviços prestou durante o ano de X1 um total de R$5.000.000,00 em serviços. O custo dos serviços prestados ficou em R$3.000.000,00. Sabendo que a alíquota do ISS é de 5% no município dessa empresa, calcule o valor devido de ISS por essa empresa no ano de X1.
R$250.000,00
R$150.000,00
R$100.000,00
R$50.000,00
Não é devido o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza.
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MÓDULO 4 - Aplicar a contabilização correta dos tributos
Introdução
Até este momento, consideramos os aspectos financeiros dos tributos dos três tipos de entes: federais, estaduais e municipais, tais como os fatos geradores, as bases de cálculo e as alíquotas. A partir de agora, iremos considerar como é realizado o tratamento contábil desses tributos.
Contabilização dos Passivos Tributários
De modo geral, os tributos são recolhidos com um pouco de atraso em relação ao seu fato gerador. Por exemplo, para uma empresa optante pelo Simples Nacional, que realiza uma venda no dia 5 de agosto, ela pagará os impostos devidos por essa venda somente no dia 20 de setembro. Portanto, no dia 5 de agosto o fato gerador deu origem à obrigação tributária, que só será paga no dia 20 de setembro, ou seja, durante o período entre o fato gerador e o pagamento, a empresa possui uma obrigação devida ao ente tributário.
Na contabilidade, as obrigações são contabilizadas como passivo, e, portanto, a empresa incorreu em um passivo no dia 5 de agosto, que só será quitado em 20 de setembro, e durante esse período tal valor constará no Balanço Patrimonial da empresa como passivo. Como o passivo é para pagamento em curto prazo, este é categorizado como passivo circulante. Como na contabilidade, os lançamentos são efetuados pelo sistema de partidas dobradas, há a necessidade de uma conta para se fazer o débito. Essa conta é a de despesa, que representa a saída de recursos da entidade.
Vamos supor a seguinte situação, a empresa presta um serviço no valor de R$1.000,00 em 5 de agosto e recolhe o imposto sobre serviços no dia 20 de setembro com a alíquota de 5%. Portanto, a contabilidade ficaria da seguinte maneira:
5 de agosto
D – Despesa Tributária = R$50,00 (5% x R$1.000,00)
C – Tributos a Recolher = R$50,00
20 de setembro
D – Tributos a Recolher = R$50,00
C – Caixa e Equivalentes = R$50,00
Note, portanto, que após o pagamento contabilizou-se a despesa contra a conta de caixa, já que houve a saída de recursos da entidade que estavam no caixa para o pagamento desse imposto.
Contabilização de Ativos Tributários
Um outro ponto importante é que a empresa também pode conseguir ativos por meio de créditos tributários. Isso é comum quando a empresa possui créditos de ICMS obtidos mediante compras de produtos ou com pagamentos a maior de Imposto de Renda, que acontecem quando a empresa tem prejuízo ao fim do ano, mas recolheu tributos em algum trimestre durante o ano. 
São contabilizados como ativos pela entidade, pois vão reduzir o tributo a ser pago no futuro. São normalmente contabilizados como Ativo Circulante, pois os créditos são normalmente utilizados em menos de 12 meses em empresas comerciais. 
De acordo com o CPC 32: “Ativo fiscal diferido é o valor do tributo sobre o lucro recuperável em período futuro relacionado a: (a) diferenças temporárias dedutíveis; (b) compensação futura de prejuízos fiscais não utilizados; e (c) compensação futura de créditos fiscais não utilizados”. Ainda de acordo com o CPC 32, o ativo fiscal diferido é reconhecido no período em que surgem as diferenças temporárias dedutíveis.
Exemplo: Vamos supor que no dia 2 de julho a empresa compre um produto no valor de R$1.000,00, e o venda no dia 8 de agosto com margem de lucro de 50% sobre o valor de R$1.000,00. O ICMS incidente foi de 18% tanto na entrada quanto na saída, e realizou o pagamento do ICMS no dia 10 de setembro. Considere que não houve a incidência de nenhum outro imposto. Qual foi o valor de venda do produto? E quais foram os lançamentos contábeis? 
A empresa quer vender o produto, sem o ICMS, a R$1.500,00. Como o ICMS é de 18%, ela deverá pagar R$1.500,00/0,82 – R$1.500,00 = R$329,27. Porém, como a empresa tinha crédito de ICMS no valor de R$180,00 (18% aplicado sobre o valor de compra de R$1.000,00), o valor de venda deve ser de R$1.500,00 + R$329,27 – R$180,00 = R$1.649,27, com o valor de R$149,27 sendo recolhido pela empresa a título de ICMS.
Lançamentos contábeis
2 de julho
D – Estoque = R$820,00
D – ICMS a Recuperar = R$180,00
C – Caixa e Equivalentes = R$1.000,00
8 de agosto
D – Caixa e Equivalentes = R$1.649,27
C – Receita = R$1.649,27
D – Custo das Mercadorias Vendidas = R$820,00
C – Estoque R$820,00
D – Despesa com ICMS = R$329,27
C – ICMS a Recuperar = R$180,00
C – ICMS a Recolher = R$149,27
10 de setembro
D – ICMS a Recolher = R$149,27
C – Caixa e Equivalentes = R$149,27
Note que, do ponto de vista do caixa da empresa, ela teve os seguintes lançamentos:
2 de julho: crédito de R$1.000,00
8 de agosto: débito de R$1.649,27
10 de setembro: crédito de R$149,27 
Consequentemente, o valor da margem foi de (R$1.649,27 – R$149,27)/R$1.000,00 = 50%, o que era justamente o objetivo da empresa. Porém, ao considerar o valor da majoração do ponto de vista do consumidor, é de R$1.649,27/R$ 820,00 (o valor da nota fiscal sobre o valor contabilizado do estoque), totalizando 101,13% de majoração. A diferença é justamente o valor pago do ICMS, de R$329,27, aumentando o numerador em R$149,27 e diminuindo o denominador em R$180,00.
Como seria, então, o valor do produto caso a margem de lucro da empresa não considerasse o valor de caixa, mas o valorcontabilizado no estoque, i.e., excluindo o valor do ICMS pago na compra?
Nesse caso, a empresa teria como margem o valor de 50% x R$820,00 = R$410,00. O valor que a empresa cobraria seria de R$1.000,00 + R$410,00 = R$1.410,00 sem o ICMS. Considerando o ICMS, o valor seria de R$1.410,00/0,82 – R$1.410,00 = R$309,51, mas como a empresa possui créditos de ICMS de R$180,00, o valor do ICMS a recolher seria de R$129,51. Portanto, o valor do produto seria de R$1.539,51.
Lançamentos contábeis
2 de julho
D – Estoque = R$820,00
D – ICMS a Recuperar = R$180,00
C – Caixa e Equivalentes = R$1.000,00 
8 de agosto
D – Caixa e Equivalentes = R$1.539,51
C – Receita = R$1.539,51 
D – Custo das Mercadorias Vendidas = R$820,00
C – Estoque R$820,00 
D – Despesa com ICMS = R$309,51
C – ICMS a Recuperar = R$180,00
C – ICMS a Recolher = R$129,51 
10 de setembro
D – ICMS a Recolher = R$129,51
C – Caixa e Equivalentes = R$129,51 
Considerando o ponto de vista do caixa da empresa, a margem foi de (R$1.539,51 - R$ 129,51)/R$1.000,00 = 41% de margem. Porém, considerando o ponto de vista do consumidor, a margem é consideravelmente maior: R$1.539,51/R$820,00 = 87,75% de majoração.
Portanto, a empresa tem de decidir, no seu planejamento, como calcular a margem de seus produtos, considerando ou o valor pago (i.e., considerando o valor do dispêndio de caixa), ou o valor do bem no estoque. Essa diferença tem impacto direto na política de preços dos produtos, como pudemos ver.
https://player.vimeo.com/video/497312083 
Verificando o aprendizado
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1. Uma empresa realiza a prestação de serviços de consultoria e cobrou o valor de R$2.500,00 em um serviço. Sabendo que o serviço custou R$1.000,00, e que o ISS é de 4%, como a empresa deverá reconhecer a obrigação tributária resultante?
Deverá reconhecer no Ativo, no valor de R$40,00.
Deverá reconhecer no Passivo, no valor de R$40,00.
Deverá reconhecer no Ativo, no valor de R$100,00.
Deverá reconhecer no Passivo, no valor de R$100,00.
Não deverá reconhecer obrigação tributária.
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2. Uma empresa comercial compra um produto no valor de R$2.750,00, com o ICMS no valor de 18%. Como ela deverá contabilizar o ICMS a recuperar?
Como Ativo Circulante no valor de R$495,00.
Como Ativo Não Circulante no valor de R$495,00.
Como Passivo Não Circulante no valor de R$495,00.
Como Passivo Circulante no valor de R$495,00.
Como Imobilizado no valor de R$495,00.
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Conclusão 
Neste tema, você aprendeu sobre os principais tributos, federais, estaduais e municipais, com foco em empresas da área comercial. Foram abordadas a decisão entre ser enquadrada no Lucro Real ou no Presumido, bem como o tratamento contábil desses tributos, além do caso de tributos diferidos.
Além disso, abordamos outros tipos importantes de impostos que, não necessariamente, são comuns para empresas comerciais, tais como o Imposto sobre Produtos Industrializados ou o Imposto sobre Serviços. Foi dada atenção especial ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, muito importante para as empresas do ramo comercial.
Os conhecimentos adquiridos nesse conteúdo ajudarão você a contabilizar corretamente diferentes tipos de tributos e entender os impactos das decisões tributárias nos demonstrativos financeiros das empresas.
Referências
DECRETO-LEI Nº 1.578, DE 11 DE OUTUBRO DE 1977. Presidência da República ― Casa Civil ― Subchefia para Assuntos Jurídicos
FABRETTI, L. C. Contabilidade Tributária. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
LUZ, E. E. Contabilidade Tributária. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2014.
PÊGAS, P. H. Manual de Contabilidade Tributária. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
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Para quem quiser se aprofundar nos aspectos minuciosos dos tributos brasileiros, é recomendável a leitura da obra Manual de Contabilidade Tributária, 9ª edição, de Paulo Henrique Pêgas, considerada a mais completa da área.
Glossário
Sisbacen: O Sisbacen (Sistema de Informação do Banco Central) é o sistema eletrônico utilizado pelo Banco Central do Brasil com a finalidade de catalogar e centralizar todas as informações financeiras nacionais.
Tabela de Incidência do IPI (TIPI): Pesquise sempre a última versão da Tabela TIPI na Internet, que, constantemente, é atualizada.
Gabarito

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