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JOEL NERES DE SOUZA – PSE/UFAM 2020 INTRODUÇÃO Quando a célula requer uma proteína especifica, a sequência de nucleotídeos da região apropriada de uma molécula de DNA extremamente longa em um cromossomo e inicialmente copiada sob a forma de RNA → transcrição. São essas copias de RNA de segmentos de DNA que são utilizadas diretamente como moldes para promover a síntese da proteína → tradução. A transcrição e a tradução são os meios pelos quais as células leem, ou expressam, as instruções genéticas de seus genes. Gene → sequência de DNA que contém informação que codifica RNA ou proteína. DOGMA CENTRAL DA BIOLOGIA MOLECULAR Os transcritos de RNA em células eucarióticas sao submetidos a uma série de etapas de processamento no núcleo, incluindo o splicing do RNA, antes que se permita sua saída do núcleo e sua tradução em proteína AS MOLÉCULAS DE RNA SÃO FITAS SIMPLES Guanina e Adenina são purinas (anel duplo) Citosina, Timina e Uracila são pirimidinas (anel único) A TRANSCRIÇÃO PRODUZ UMA MOLÉCULA DE RNA COMPLEMENTAR A UMA DAS FITAS DO DNA Todo o RNA de uma célula é produzido a partir da transcrição do DNA A Transcrição inicia com a abertura e a desespiralização de uma pequena porção da dupla-hélice de DNA, o que expõe as bases em cada fita do DNA e uma das fitas serve como molde RNA-POLIMERASES REALIZAM A TRANSCRIÇÃO As enzimas que realizam a transcrição sao denominadas RNA- polimerases A cadeia de RNA em formação é estendida, nucleotídeo a nucleotídeo, na direção de 5’ para 3’ A RNA-polimerase (azul-claro) move-se passo a passo ao longo do DNA, desenrolando a hélice do DNA no seu sítio ativo indicado pelo Mg2+(vermelho), que é necessário para a catálise. Conforme avança, a polimerase adiciona nucleotídeos, um a um, à cadeia de RNA no sítio de polimerização, usando uma fita de DNA exposta como molde. JOEL NERES DE SOUZA – PSE/UFAM 2020 O RNA transcrito é uma cópia complementar de fita simples de uma das duas fitas do DNA. Uma região curta de hélice DNA/RNA (cerca de nove pares de nucleotídeos em comprimento) é formada apenas transitoriamente, e uma “janela” dessa hélice DNA/RNA move-se ao longo do DNA com a polimerase, e a dupla hélice do DNA é reestruturada após sua passagem. Os nucleotídeos a serem incorporados estão na forma de ribonucleosídeos trifosfato (ATP, UTP, CTP e GTP), e a energia estocada em suas ligações fosfato-fosfato fornece a força necessária para a reação de polimerização AS CÉLULAS PRODUZEM DIFERENTES CATEGORIAS DE MOLÉCULAS DE RNA Os RNA apresentam, dentre outras, funções estruturais, catalíticas e regulatórias A transcrição e tradução ocorre: Eucariotos no núcleo → transcrição Eucariotos no citoplasma → tradução Procariotos transcrição e tradução → citoplasma SINAIS CODIFICADOS NO DNA INDICAM À RNA- POLIMERASE ONDE INICIAR E ONDE TERMINAR A TRANSCRIÇÃO Local de início → promotor, com início de leitura na região 5' não traduzida Uma subunidade adicional, denominada fator sigma (σ), associa- se a essa enzima e auxilia a leitura dos sinais no DNA que indicam onde iniciar a transcrição, em procariotos. A enzima-base + fator σ → holoenzima RNA-polimerase (PROCARIOTOS) Local de termino → terminador, com a síntese de uma região 3' não traduzida (3' UTR) na ponta do transcrito. Dois mecanismos principais de término em procariotos são chamados de intrínsecos e Rho-dependentes. No intrínseco ocorre a formação de um “grampo” Os RNA com sinais de término Rho-dependentes não têm a fileira de resíduos U em sua ponta 3' e geralmente não têm alças em grampo. O término Rho-dependente envolve a ligação de Rho a rut, a pausa da polimerase e a dissociação Rho-mediada do RNA da RNA polimerase. CICLO DA TRANSCRIÇÃO EM PROCARIOTOS O sinal de terminação consiste em uma sequência de pares de nucleotídeos A-T, precedida por uma sequência de DNA duplamente simétrica, a qual, quando transcrita em RNA, enovela-se em uma estrutura e “grampo”. Nas bactérias, todas as moléculas de RNA são sintetizadas por um único tipo de RNA-polimerase, O ciclo apresentado na figura se aplica tanto à produção de mRNAs quanto à produção de RNAs estruturais e catalíticos. A INICIAÇÃO DA TRANSCRIÇÃO NOS EUCARIOTOS REQUER VÁRIAS PROTEÍNAS Os núcleos eucarióticos tem três: RNA-polimerase I, RNA- polimerase II e RNA-polimerase III. Elas transcrevem diferentes categorias de genes. As RNA-polimerases I e III transcrevem → RNA de transferência, RNA ribossômico e vários pequenos RNAs. A RNA-polimerase II transcreve a grande maioria dos genes, inclusive todos aqueles que codificam proteínas; A RNA-POLIMERASE II REQUER UM CONJUNTO DE FATORES GERAIS DE TRANSCRIÇÃO Os fatores gerais de transcrição ajudam a posicionar corretamente a RNA-polimerase eucariótica sobre o promotor, auxilia a separação das duas cadeias de DNA e permitir o início da transcrição e liberando a RNA-polimerase do promotor para dar início ao seu modo de alongamento Fatores gerais de transcrição → TFIIA, TFIIB, TFIIC, TFIID, atuam de modo similar ao fator σ do procariotos JOEL NERES DE SOUZA – PSE/UFAM 2020 Para iniciar a transcrição, a RNA-polimerase requer vários fatores gerais de transcrição. O promotor contém a → TATA-box, localizada a 25 nucleotídeos do sítio no qual a transcrição é iniciada. Por meio de sua subunidade TBP, o TFIID reconhece e se liga ao TATA-box, o que permite a ligação adjacente de TFIIB. Os demais fatores gerais de transcrição, assim como a própria RNA- -polimerase, associam-se no promotor. Então, o TFIIH usa a energia da hidrólise do ATP para separar a dupla fita do DNA no ponto de início da transcrição, expondo localmente a fita-molde. O TFIIH também fosforila a RNA-polimerase II, modificando sua conformação de tal modo que a polimerase se dissocia dos fatores gerais e pode iniciar a fase de extensão da transcrição. A POLIMERASE II REQUER PROTEÍNAS ATIVADORAS, MEDIADORAS E MODIFICADORAS DE CROMATINA Primeiramente, as proteínas reguladoras de genes conhecidas como ativadoras transicionais devem se ligar a sequencias especificas sobre o DNA (denominadas enhancers ou estimuladores) e auxiliar a atrair a RNA-polimerase II para o ponto de iniciação da transcrição Em segundo lugar, a iniciação da transcrição eucariótica necessita do complexo proteico conhecido como Mediador, o qual permite que as proteínas ativadoras se comuniquem adequadamente com a polimerase II e com os fatores gerais de transcrição. Por fim, a iniciação da transcrição requer o recrutamento de enzimas modificadoras da cromatina, como complexos remodeladores de cromatina e enzimas modificadoras de histonas O ALONGAMENTO DA TRANSCRIÇÃO NOS EUCARIOTOS REQUER PROTEÍNAS ACESSÓRIAS As RNA-polimerases em funcionamento, tanto em bactérias quanto em eucariotos, estão associadas a uma série de fatores de alongamento (ou fatores de extensão), proteínas que diminuem a probabilidade de dissociação da RNA-polimerase antes que esta chegue ao término de um gene Durante a transcrição ocorre uma supertorção do DNA. A tensão super-helicoidal e criada conforme a RNA-polimerase se move ao longo da fita de DNA que possui extremidades fixas Nos procariotos, a produção de moléculas de mRNA é muito mais simples. A extremidade 5’ de uma molécula de mRNA é produzida por meio dainiciação da transcrição, e a extremidade 3’ é produzida pela terminação da transcrição. Células procarióticas não possuem um núcleo, a transcrição e a tradução acontecem no citoplasma, e a tradução de um mRNA bacteriano frequentemente tem início antes da sua síntese ter sido concluída. TFIID RECONHECE TATA Box TFIID CLIVA A FITA DUPLA (DNA-HELICASE) SÍTIO INICIADOR EXPOSTO FORMARÇÃO COMPLEXO DE INICIAÇÃO JOEL NERES DE SOUZA – PSE/UFAM 2020 VISÃO GERAL DO PROCESSAMENTO DO RNA Nas células eucarióticas, a molécula de mRNA produzida por transcrição contém tanto sequências codificadoras (éxons) como não codificadoras (íntrons). Antes de a molécula de mRNA ser traduzida em proteína (citoplasma), ela passa pelo processamento do mRNA Ambas as extremidades do mRNA eucariótico sao modificadas: pelo capeamento na extremidade 5’ (quepe 5’) e pela poliadenilação na extremidade 3’ Os íntrons são removidos por uma reação de splicing de RNA catalisada enzimaticamente E o mRNA resultante é transportado do núcleo para o citoplasma. CAPEAMENTO DO RNA: A PRIMEIRA MODIFICAÇÃO DOS PRÉ-MRNAS EUCARIÓTICOS Adição dessas modificações específicas às extremidades 5' e 3' do pré-mRNA é importante para protegê-lo de enzimas que digerem rapidamente as moléculas de RNA não capeadas geradas durante o processamento do RNA. Quepe 5’, protetor composto por 7-metilguanosina e riboses metiladas é adicionado à extremidade 5' do mRNA eucariótico O SPLICING OCORRE EM SEQUÊNCIAS CURTAS CONSERVADAS NO PRÉ-MRNA POR MEIO DE DUAS REAÇÕES DE TRANSESTERIFICAÇÃO Durante a formação de um mRNA maduro e funcional, os íntrons são removidos e os éxons são unidos entre si. O splicing do RNA normalmente ocorre após a clivagem e a poliadenilação da extremidade 3' do transcrito primário. Os íntrons são removidos em forma de laço JOEL NERES DE SOUZA – PSE/UFAM 2020 O SPLICING DO RNA É REALIZADO PELO SPLICEOSSOMO Moléculas relativamente pequenas e especializadas de RNA se agrupam e formam o spliceossomo. Existem cinco delas, U1, U2, U4, U5 e U6, conhecidas como snRNAs (pequenos RNAs nucleares, small nuclear RNAs). As snRNPs formam o cerne do spliceossomo, o grande arranjo de moléculas de RNA e de proteínas que realiza o splicing do pré-mRNA na célula. O SPLICEOSSOMO USA HIDRÓLISE DE ATP PARA PRODUZIR UMA SÉRIE COMPLEXA DE REARRANJOS RNA-RNA A hidrolise de ATP não e, em si, necessária para a química do splicing do RNA, uma vez que as duas reações de transesterificação preservam as ligações fosfato de alta energia. O splicing do RNA é catalisado por um arranjo de snRNPs (mostrado como círculos coloridos) e de outras proteínas que, em conjunto, constituem o spliceossomo. O spliceossomo reconhece os sinais de splicing em uma molécula de pré-mRNA, aproxima as duas extremidades dos íntrons e fornece a atividade enzimática para as duas etapas necessárias da reação. Os mRNAs processados de forma inadequada são retidos no núcleo, onde eventualmente serão degradados pelo exossomo nuclear, um grande complexo proteico cujo interior e rico em exonucleases de RNA 3’-5’. mRNAS EUCARIÓTICOS MADUROS SÃO SELETIVAMENTE EXPORTADOS DO NÚCLEO Íons, pequenos metabólitos e proteínas globulares de até 40 kDa podem difundir-se passivamente por meio da região aquosa central do complexo do poro nuclear (NPC). As macromoléculas são transportadas ativamente pelo NPC com o auxílio das proteínas transportadoras solúveis que se ligam às macromoléculas e também interagem com as nucleoporinas. As nucleoporinas são de três tipos: nucleoporinas estruturais, nucleoporinas de membrana e nucleoporinas FG Os mRNAs adequadamente processados sao transportados através dos complexos do poro nuclear. Água, íons, metabólitos e pequenas proteínas globulares de 40 a 60 kDa são capazes de se difundir da massa de domínios FG repetidos. Etapa 1: a proteína Npl3 se liga às moléculas de pré-mRNA nascentes na sua forma fosforilada. Etapa 2: quando a poliadenilação é bem-sucedida, a proteína fosfatase Glc7 nuclear essencial para a exportação de mRNP desfosforila a proteína Npl3, promovendo a ligação do mRNP exportador de leveduras, NXF1/NXT1. Etapa 3: o mRNP exportador permite a difusão dos complexos mRNP através do canal central do complexo do poro nuclear (NPC). Etapa 4: a proteína-cinase citoplasmática Sky1 fosforila a proteína Npl3 no citoplasma, induzindo importação. Etapa 5; a dissociação do mRNP exportador e da Npl3 fosforilada, provavelmente pela ação de uma RNA-helicase associada aos filamentos citoplasmáticos do NPC. Etapa 6: o mRNA transportador e a proteína Npl3 fosforilada são transportados de volta ao núcleo através do NPC. Etapa 7: o mRNA transportado fica disponível para a tradução no citoplasma. JOEL NERES DE SOUZA – PSE/UFAM 2020 UAA, UAG e UGA → códon de parada Um códon – AUG → códon de início e da metionina O NUCLÉOLO É UMA FÁBRICA PRODUTORA DE RIBOSSOMOS O nucléolo é o sitio da produção de outros RNAs não codificadores e da organização de outros complexos RNA- proteína e tem papel central na biogênese dos ribossomos Os tRNAs (RNAs transportadores) que transportam os aminoácidos para a síntese proteica são processados no nucléolo. A telomerase, a partícula de reconhecimento de sinal são sintetizadas no nucléolo DO RNA À PROTEÍNA A tradução → após o mRNA funcional ter sido produzido pela transcrição e do processamento, a informação presente em sua sequência de nucleotídeos é utilizada para sintetizar uma proteína. A sequência de nucleotídeos em uma molécula de mRNA e lida em grupos consecutivos de três. O RNA e um polímero linear de quatro nucleotídeos diferentes, de tal forma que existem 4 × 4 × 4 = 64 combinações possíveis de três nucleotídeos: os tripletes AAA, AUA, AUG, e assim por diante. Cada grupo de três nucleotídeos consecutivos no RNA e denominado códon Cada códon especifica um aminoácido ou determina a finalização do processo de tradução. Três códons (UAA, UAG e UGA) não especificam aminoácidos, mas atuam como sítios de terminação (códons de terminação), sinalizando o final da sequência codificadora da proteína. Um códon – AUG – age tanto como códon de iniciação, sinalizando o início de uma mensagem que codifica uma proteína, quanto como códon que especifica a metionina Em alguns mRNAs procariotos, utiliza-se GUG como códon iniciador, e, ocasionalmente, CUG, como um códon iniciador de metionina em eucariotos CÓDIGO GENÉTICO Em princípio, uma sequência de RNA pode ser traduzida em qualquer uma das três diferentes fases de leitura, dependendo de onde inicia o processo de decodificação AS MOLÉCULAS DE tRNA TRANSPORTAM AMINOÁCIDOS PARA OS CÓDONS NO mRNA Um tRNA específico para o aminoácido fenilalanina (Phe) A estrutura mostrando a complementaridade do pareamento de bases que cria as regiões de dupla-hélice na molécula. O anticódon é a sequência de três nucleotídeos que forma pares de bases com o códon no mRNA. O aminoácido correspondente ao par códon-anticódon é ligado na extremidade 3’ do tRNA. Os tRNAs contêm algumas bases incomuns, que são produzidas por modificações químicas após a síntese do tRNA JOEL NERES DE SOUZA – PSE/UFAM 2020 Alguns tRNAs requerem um pareamento de bases exato apenas nas duas primeiras posições do códon, podendo tolerar um pareamento imperfeito (ou oscilação) na terceira posição. O CÓDIGO GENÉTICO É TRADUZIDO POR DOIS ADAPTADORES QUE AGEM EM SEQUÊNCIA O primeiro adaptador é a aminoacil-tRNA-sintetase, que liga um aminoácido específico ao seu tRNA correspondente; O segundo adaptador é a própria molécula de tRNA, cujo anticódon forma pares de bases com o códon apropriado no mRNA. Um erro em qualquer uma dessas etapas pode causar a incorporação de um aminoácido errado na cadeia de proteína. OS AMINOÁCIDOS SÃO ADICIONADOS À EXTREMIDADE C-TERMINAL DE UMA CADEIA POLIPEPTÍDICA EM CRESCIMENTO A MENSAGEM DE RNA É DECODIFICADA NOS RIBOSSOMOS A síntese de proteínas e guiada pela informação presente nas moléculas de mRNA. Para manter a fase de leitura correta e para assegurar a exatidão (aproximadamente 1 erro a cada 10 mil aminoácidos), a síntese proteica e realizada no ribossomo Os ribossomos eucarióticos e bacterianos tem estruturas e funções semelhantes, sendo compostos por uma subunidade maior e uma menor que se associam para formar um ribossomo completo com massa de vários milhões de Daltons Quando a síntese de proteínas não está ativa, as duas subunidades do ribossomo estão separadas Um ribossomo contém quatro sítios de ligação para moléculas de RNA: um e para o mRNA e três (chamados de sitio A, sitio P e sitio E) sao para tRNAs. QUATRO ETAPAS PRINCIPAIS DE ADIÇÃO DE AMINOÁCIDOS: Ligação do tRNA (etapa 1), Formação da ligação peptídica (etapa 2), Translocação da subunidade maior (etapa 3) Translocação da subunidade menor (etapa 4). Como resultado das duas etapas de translocação, o ribossomo completo move-se três nucleotídeos sobre o mRNA e é posicionado para o próximo ciclo. JOEL NERES DE SOUZA – PSE/UFAM 2020 Na etapa 1, uma molécula de aminoacil-tRNA se liga a um sítio A vazio, sobre o ribossomo. Na etapa 2, uma nova ligação peptídica é formada. Na etapa 3, a subunidade ribossômica maior sofre translocação em relação à subunidade menor, deixando os dois tRNAs em sítios híbridos: P na subunidade maior e A na menor para um deles; E na subunidade maior e P na menor para o outro. Na etapa 4, a subunidade menor sofre translocação carregando seu mRNA uma distância de três nucleotídeos através do ribossomo. Isso “reinicializa” o ribossomo, deixando um sítio A completamente livre, pronto para que a próxima molécula de aminoacil-tRNA possa se ligar. O mRNA é traduzido no sentido 5’ para 3’, e a extremidade N- terminal de uma proteína é sintetizada primeiro. Cada ciclo adiciona um novo aminoácido à extremidade C- terminal da cadeia polipeptídica OS FATORES DE ALONGAMENTO PROMOVEM A TRADUÇÃO E AUMENTAM A EXATIDÃO DO PROCESSO Dois fatores de alongamento (fatores de extensão) entram e saem do ribossomo a cada ciclo, cada um hidrolisando GTP em GDP e induzindo modificações conformacionais no processo. Esses fatores sao denominados EF-Tu e EF-G em bactérias, e EF1 e EF2 em eucariotos Uma vez formado, o ribossomo 80S contendo o Met-tRNA,Met no sítio P, um complexo ternário contendo o segundo aminoácido codificado pelo mRNA liga-se ao sítio A. Seguindo uma alteração conformacional do ribossomo induzida pela hidrólise do GTP do complexo EF1α·GTP; O rRNA grande catalisa a formação de ligação peptídica entre Met, e aminoácido. A hidrólise do GTP do complexo EF1α·GTP causa outra alteração conformacional no ribossomo que resulta em sua translocação em um códon ao longo do mRNA e desloca o tRNA,Met desacilado para o sítio E e o tRNA com o peptídeo ligado para o sítio P. O ciclo pode começar novamente com a ligação de um complexo ternário contendo aminoácido ao sítio A agora aberto. No segundo ciclo de alongamento e nos ciclos subsequentes, o tRNA do sítio E é ejetado como resultado da alteração conformacional induzida pela hidrólise de GTP no EF1α·GTP. AS SEQUÊNCIAS NUCLEOTÍDICAS NO MRNA SINALIZAM ONDE INICIAR A SÍNTESE PROTEICA A tradução de um mRNA tem início com um códon AUG, e um tRNA especial e necessário para iniciar essa tradução. Esse tRNA iniciador sempre carrega o aminoácido metionina Nos eucariotos, o complexo tRNA iniciador-metionina (Met- tRNAi) e inicialmente depositado sobre a subunidade ribossômica menor, juntamente com proteínas adicionais denominadas fatores de iniciação eucarióticos O mecanismo de seleção do códon de iniciação em procariotos é diferente. Os mRNAs do procariotos não possuem quepe 5’ para indicar ao ribossomo onde iniciar a tradução. Em vez disso, cada mRNA bacteriano contém um sitio especifico de ligação → sequência Shine-Dalgarno (consenso 5’- AGGAGGU-3’), localizado a montante do AUG em que a tradução deve iniciar. JOEL NERES DE SOUZA – PSE/UFAM 2020 Adição de ÁGUA OS CÓDONS DE TERMINAÇÃO MARCAM O FINAL DA TRADUÇÃO O término da tradução de uma proteína é sinalizado pela presença de um de três códons de terminação (UAA, UAG ou UGA). Eles não são reconhecidos por um tRNA e não determinam um aminoácido; Eles sinalizam para o ribossomo o final da tradução. As proteínas conhecidas como fatores de liberação ligam-se a qualquer ribossomo que possua um códon de terminação posicionado no sitio A, Ocorre a adição de uma molécula de agua em vez de um aminoácido no peptidil-tRNA O ribossomo então libera sua molécula de mRNA e dissocia suas subunidades maior e menor. INIBIDORES DA SÍNTESE DE PROTEÍNAS EM PROCARIOTOS SÃO ÚTEIS COMO ANTIBIÓTICOS Devido ao fato de bloquearem etapas especificas nos processos que levam do DNA a proteína, muitos dos compostos listados na Tabela abaixo são utilizados para estudos de biologia celular. Entre os fármacos mais comumente utilizados em tais investigações estão o cloranfenicol, a ciclo-hexamida e a puromicina, todos inibidores específicos da síntese proteica. Os antibióticos podem se ligar a diversos sítios em ribossomos dos procariotos. MECANISMOS DE CONTROLE DE QUALIDADE IMPEDEM A TRADUÇÃO DE mRNAS DANIFICADOS O mais poderoso sistema de vigilância do mRNA, chamado de decaimento do mRNA mediado por ausência de sentido, elimina os mRNAs defeituosos antes que eles se afastem do núcleo. Esse mecanismo é acionado quando a célula identifica que uma molécula de mRNA apresenta um códon sem sentido (de terminação) (UAA, UAG ou UGA) em um local “errado”. O mRNA sofre decaimento mediado por ausência de sentido, é acionado pelas proteínas Upf (verde) que se ligam a cada EJC ALGUMAS PROTEÍNAS INICIAM O SEU ENOVELAMENTO AINDA DURANTE A SÍNTESE O processo de expressão de genes não termina quando o código genético foi utilizado para criar a sequência de aminoácidos que constitui a proteína. Essa nova cadeia polipeptídica deve se enovelar, adquirir conformação tridimensional característica, ligar-se a alguma pequena molécula cofator necessária a sua função, ser apropriadamente modificada por proteínas-cinase ou outras enzimas modificadoras de proteínas e associar-se corretamente a outras subunidades proteicas JOEL NERES DE SOUZA – PSE/UFAM 2020 AS CHAPERONAS MOLECULARES AUXILIAM NO ENOVELAMENTO DA MAIORIA DAS PROTEÍNAS Existem várias famílias importantes de chaperonas moleculares, incluindo as proteínas hsp60 e hsp70. Diferentes membros dessas famílias atuam em diferentes organelas. As mitocôndrias contem suas próprias moléculas de hsp60 e hsp70, que sao diferentes daquelas que atuam no citosol; e uma hsp70 especial (denominada BIP) ajuda as proteínas a se enovelarem no reticulo endoplasmático. A maquinaria da hsp70 atua precocemente sobre muitas proteínas, muitas vezes antes que a proteína deixe o ribossomo. Em contraste, as proteínas semelhantes a hsp60 formam uma grande estrutura em forma de barril que age após a proteína ter sido totalmente sintetizada. Esse tipo de chaperona, as vezes chamado de chaperonina, forma uma “câmara de isolamento” para o processo de dobramento. As chaperonas ilustradas nas Figuras frequentemente requerem vários ciclos de hidrolise de ATP para promover o enovelamento correto de uma única cadeia polipeptídica. O PROTEASSOMO É UMA PROTEASE QUE DEGRADAS PROTEÍNAS ERRONEAMENTE ENOVELADAS Caso as proteínas não se enovelam corretamente, elas serão destruídas nos proteassomo, uma abundante protease dependente de ATP que constitui cerca de 1% das proteínas celulares. O quepe do proteassomo reconhece proteínas marcadas por uma cadeia poliubiquitina, e subsequentemente transloca-as para o centro do proteassomo, onde serão digeridas. Em uma etapa inicial, a ubiquitina é clivada do substrato proteico e é reciclada. A translocação para o centro do proteassomo é mediada por um anel de ATPases que desnatura o substrato proteico conforme ele atravessa o anel rumo ao centro do proteassomo A “marca” da destruição e a ligação covalente a pequena proteína ubiquitina. RESUMOS DAS ETAPAS DO DNA À PROTEÍNA
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