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PEDIATRIA Assistência ao RN na sala de parto . ASPECTOS GERAIS . ● Muitos recém nascidos nascem de partos tranquilos, sem intercorrências e sem necessidade de intervenção. ● O que acontece é que, em certos casos, a ação de um profissional é necessária diante de um parto conturbado ou de um recém nascido com complicações. ● Quanto mais cedo são aplicadas as medidas e manobras, mais fácil reverter o quadro negativo do RN, e melhor o seu prognóstico. ● Cerca de 25% das mortes infantis se concentram nas primeiras 24 horas de vida, sendo um momento extremamente crítico e importante para a vida da criança. . DEFINIÇÃO . ● Define-se como o conjunto de cuidados contínuos, de complexidade crescente e adequada ao nível de risco do neonato. ● O cuidado com a saúde do recém-nascido tem importância fundamental para a redução da mortalidade infantil, ainda elevada no Brasil, assim como a promoção de melhor qualidade de vida e a diminuição das desigualdades em saúde. . AVALIAÇÃO DA VITALIDADE . ● O bebê nasceu de termo? ● Nasceu chorando? respirando? O bebê está com tônus muscular? em flexão dos membros? ● Se todas as respostas forem ‘SIM’, o recém nascido tem bons sinais de vitalidade. ● Nesse caso, é importante posicionar RN no abdome materno (contato pele-pele) sem tracionar cordão, mantendo vias aéreas pérvias e avaliando a vitalidade. ● Cobrir o RN com campo estéril em centro obstétrico com temperatura ambiente de 23-36°C ● Avaliar FC e respiração continuamente. ● Calcular o índice de Apgar no 1° e no 5° minuto. CLAMPEAMENTO DO CORDÃO UMBILICAL ● Caso seja um RN de mais de 34 semanas, com bons sinais de vitalidade, deve-se aguardar de 1 a 3 minutos após o nascimento. ● Caso o RN seja de menos de 34 semanas, com bons sinais de vitalidade, deve-se aguardar de 30 a 60 segundos. ● Deve-se clampear o cordão imediatamente, independente da idade gestacional, em casos de: ○ Um RN que não começou a respirar ou estiver hipotônico ○ Descolamento prematuro de placenta (DPP) ○ Placenta prévia ○ Nó verdadeiro de cordão ○ Mãe HIV+ e isoimunizada . IDENTIFICAÇÃO DO RN . ● Identificar o RN com pulseira e clamp umbilical contendo o nome da mãe, número de prontuário, data de nascimento, sexo e hora. . ALEITAMENTO MATERNO PRECOCE . ● Realizar o aleitamento na primeira hora de vida. ● Promoção do contato mãe-bebê imediato após o parto, evitando intervenções desnecessárias que interferem nessa interação nas primeiras horas de vida. ● Deve ser estimulado o contato pele a pele e o aleitamento materno na primeira hora de vida, exceto em casos de mães HIV ou HTLV +. ● É essencial o alojamento conjunto 24 horas. . LAQUEADURA DO CORDÃO . ● Fixar o clamp a uma distância de 2 a 3 cm do anel umbilical. ● Verificar a presença de duas artérias e de uma veia umbilical, pois a existência de artéria umbilical única pode associar-se a anomalias congênitas. . ANTROPOMETRIA . ● Realizar exame físico simplificado, incluindo peso, comprimento e os perímetros cefálico, torácico e abdominal. ● Verificar peso ao nascimento (imediato para relação com IG). PESO x IDADE GESTACIONAL: ● Quando associamos o peso à idade gestacional, o RN é classificado segundo o seu crescimento intra-uterino em: ● RN grande para a idade gestacional (GIG): peso acima do percentil 90. ● RN adequado para a idade gestacional (AIG): peso entre o percentil 10 e 90. ● RN Pequeno para a Idade Gestacional (PIG): peso abaixo do percentil 10. CLASSIFICAÇÃO QUANTO À IG: ● PRÉ-TERMO: idade gestacional inferior a 37 semanas. ● PREMATURO EXTREMO: menor que 28 semanas de gestação. Os bebês encontram-se no limite de viabilidade e necessitam de cuidados sofisticados e intensivos. ● PREMATURO GRAVE: 28 a 30 semanas de gestação. Apresentam algumas vantagens fisiológicas, entretanto exigem a mesma qualidade na assistência. ● PREMATURO MODERADO: 31 a 33 semanas de gestação. o ● PREMATURO QUASE-TERMO: 34 a 36 semanas. ● A TERMO: idade gestacional entre 37 e 41 semanas e 6 dias. ● PÓS-TERMO: idade gestacional igual ou maior que 42 semanas. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO PESO: ● BAIXO PESO: Considerado recém-nascido de baixo peso, todo aquele que nasce com peso inferior a 2.500g. ● MUITO BAIXO PESO: abaixo de 1.500g. ● EXTREMO BAIXO PESO: abaixo de 1.000g. ● Neste critério estão incluídos tanto os prematuros quanto os RN a termo com crescimento intrauterino restrito. . PREVENÇÃO DA OFTALMIA . . GONOCÓCICA . ● Realizar o “Credé” com o uso de nitrato de prata 1% para prevenção da oftalmia gonocócica. ● A profilaxia deve ser realizada na primeirahora após o nascimento, tanto no parto vaginal quanto no cesáreo. . EXAMES SOLICITADOS . DETECÇÃO DE INCOMPATIBILIDADE SANGUÍNEA MATERNO-FETAL: ● Coletar sangue da mãe e do cordão umbilical para determinar os antígenos dos sistemas ABO e Rh. ● Não é necessário realizar o teste de Coombs direto de rotina. ● No caso de mãe Rh negativo, deve-se realizar pesquisa de anticorpos anti-D por meio do Coombs indireto na mãe e Coombs direto no sangue do cordão umbilical. SOROLOGIA PARA SÍFILIS E HIV: ● Coletar sangue materno para determinar a: ● Sorologia para sífilis, caso a gestante não tenha realizado. ● Sorologia para HIV, no último trimestre da gravidez ou resultado não estiver disponível no dia do parto, deve-se fazer o teste rápido para anti-HIV o mais breve possível e deve-se administrar a zidovudina profilática antes do parto, caso o teste seja positivo. . PREVENÇÃO DE SANGRAMENTO . . (VITAMINA K) . ● Administrar vitamina K para prevenção do sangramento em todos os recém nascidos. ● Administra-se 1 mg de vitamina K por via intramuscular ao nascimento. . VACINA CONTRA HEPATITE B . ● Administração da vacina contra Hepatite B. ● A administração desta faz parte do calendário vacinal mínimo obrigatório e inicia o esquema de imunização do indivíduo contra a Hepatite B. ● Tem como objetivo proteger o recém-nascido contra o vírus da Hepatite B. ● No caso de mãe hepatite B positiva, é importante que seja feita também a administração da imunoglobulina anti-hepatite B. . CUIDADOS GERAIS ADICIONAIS . ● Banho do recém nascido depois de 6 horas de vida. ● A criança fica com a mãe, em alojamento conjunto. ● A mãe tem direito a um acompanhante, antes, durante e depois do parto. . ANAMNESE MATERNA . FATORES ANTENATAIS: ● Idade <16 anos ou >35 anos ● Idade gestacional <39 ou >41 semanas ● Diabetes ● Gestação múltipla ● Síndromes hipertensivas ● Rotura prematura das membranas ● Doenças maternas: Polidrâmnio ou oligoâmnio, Infecção materna. ● Diminuição da atividade fetal ● Aloimunização ou anemia fetal ● Sangramento no 2° ou 3° trimestre ● Uso de medicações ● Discrepância de idade gestacional e peso ● Uso de drogas ilícitas ● Hidropsia fetal ● Óbito fetal ou neonatal anterior ● Malformação fetal ● Ausência de cuidado pré-natal FATORES RELACIONADOS AO PARTO: ● Parto cesáreo ● Anestesia geral ● Uso de fórcipe ou extração a vácuo ● Hipertonia uterina ● Apresentação não cefálica ● Líquido amniótico meconial ● Trabalho de parto prematuro ● Prolapso ou rotura de cordão ● Parto taquitócico ● Nó verdadeiro de cordão ● Corioamnionite ● Uso de opioides 4 horas anteriores ao parto ● Rotura de membranas >18 horas ● Descolamento prematuro da placenta ● Trabalho de parto >24 horas ● Placenta prévia ● Segundo estágio do parto >2 horas ● Sangramento intraparto significante ● Padrão anormal de frequência cardíaca fetal . INFRAESTRUTURA . Em todo e qualquer parto, seja de risco ou não, é fundamental a disponibilidade e preparação adequada de: ● SALA DE PARTO COM TEMPERATURA ADEQUADA (Centro Cirúrgico e Centro Obstétrico) ⇒ entre 23° e 26°C. ○ Fontede calor radiante. ○ Termômetro ambiental digital; ○ Touca de lã ou de algodão para colocar no RN; ○ Saco de polietileno de 30x50cm para prematuros; ○ Campos cirúrgicos e compressas de algodão; ○ Colchão térmico químico 25x40cm para prematuro abaixo de 1000 gramas; ○ Termômetro clínico digital. ● ESTRUTURAS GERAIS PARA AVALIAÇÃO NEONATAL: ○ Mesa (berço) de reanimação com acesso por 3 lados; ○ Relógio de parede com ponteiro de segundos; ○ Aspirador a vácuo com manômetro; ○ Estetoscópio neonatal; ○ Eletrodos para monitorização cardíaca; ○ Oxímetro de pulso; ● MATERIAL PARA ASPIRAÇÃO: ○ Sondas traqueais (n° 06, 08 e 10) ○ Sondas gástricas (n° 6 e 8), ○ Dispositivos para aspiração de mecônio ○ Seringas de 10ml. ● MATERIAL PARA VENTILAÇÃO: ○ Reanimador manual neonatal (balão autoinflável com volume máximo de 750 mL, reservatório de O2 e com válvula de escape com limite de 30 – 40 cm H2O e/ou manômetro) ○ Ventilador mecânico manual neonatal em T ○ Máscaras redondas com coxim para prematuros tamanho 00 e 0 e de termo 1 ○ Máscara laríngea para RN n°1 ○ Fontes de oxigênio umidificado e de ar comprimido, com fluxômetro. ● MATERIAL PARA INTUBAÇÃO TRAQUEAL: ○ Laringoscópio infantil com lâmina reta n° 00, 0 e 1 ○ Cânulas traqueais sem balonete, de diâmetro uniforme 2,5/ 3,0/ 3,5 e 4,0 mm ○ Material para fixação da cânula: tesoura, fita adesiva e algodão com SF 0,9% ○ Pilhas e lâmpadas sobressalentes ○ Detector colorimétrico de CO2 expirado ● MEDICAÇÕES JÁ PREPARADAS E DILUÍDAS: ○ Adrenalina diluída em SF 0,9% a 1/10.000 em uma seringa de 5,0 mL para administração única endotraqueal; ○ Adrenalina diluída em SF 0,9% a 1/10.000 em uma seringa de 1,0 mL para administração endovenosa. ○ Expansor de volume (SF 0,9% ou Ringer-lactato) em duas seringas de 20 Ml; ○ Álcool etílico 70% ou clorexidina alcoólica 0,5%; ○ Nitrato de prata 1% e ampola de água destilada; ○ Vitamina K1 ● MATERIAL PARA CATETERISMO UMBILICAL: ● A via de acesso mais rápida no momento de administração de medicação, é a veia umbilical. ● O coto umbilical tem 3 vasos: 2 artérias e uma veia. ● Enquanto o cateter está sendo passado 2 a 3 cm na veia umbilical, faz-se a administração endotraqueal (o bebê estará intubado). ● Sempre que é passado um cateter umbilical, é necessário um raio X para confirmar sua localização. ● São necessários: ○ Campo fenestrado esterilizado, cadarço de algodão e gaze; ○ Pinça tipo kelly reta de 14cm e cabo de bisturi com lâmina n° 21; ○ Porta agulha de 11cm e fio agulhado mononylon 4.0 ○ Sonda traqueal sem válvula n° 6 ou 8 ou cateter umbilical 5F ou 8F. ● OUTROS MATERIAIS GERAIS IMPORTANTES: ○ Luvas e óculos de proteção individual ○ Compressas e gazes esterilizadas ○ Tesoura de ponta romba e clampeador de cordão umbilical ○ Seringas de 20 mL, 10 mL, 5mL e 1 mL e agulhas ○ Balança digital e antropômetro . EQUIPE TREINADA . ● A Sociedade Brasileira recomenda que em todo nascimento tenha a presença de um pediatra. ● Profissionais treinados e capacitados a reanimar o RN de maneira rápida e efetiva. Desse grupo de profissionais, pelo menos um médico apto a intubar. Tal médico de preferência um pediatra. ● No caso de gemelares, dispor de material e equipe próprios para cada criança. Ou seja, preconiza-se a presença de 2 equipes treinadas. ● Para a recepção do RN, utilizar as precauções-padrão que compreendem a lavagem/ higienização correta das mãos e o uso de luvas, aventais, máscaras ou proteção facial para evitar o contato do profissional com o material biológico do paciente. . MAIOR RISCO: MEDIDAS INICIAIS . ● Certos casos exigem intervenções imediatas, incluindo: ● partos de idade gestacional menor que 34 ou maior que 42 semanas; ● neonato com respiração irregular ou em apnéia; ● neonato em hipotonia ● Nesses casos, após clampear o cordão, é essencial os passos iniciais que são: MANTER A NORMOTERMIA ● A temperatura axilar ideal do RN deve estar entre 36,5 - 37,5°C. ● Manter temperatura ambiente em 23-26°C ● Na sala de parto e de reanimação, manter portas e janelas fechadas, sem corrente de ar. ● Recepcionar RN em campos estéreis, aquecidos e secos ● RN ≥ 34 semanas: secar e colocar touca ● RN < 34 semanas: Envolver o corpo em saco plástico ● Secar a cabeça e colocar touca de lã ou de algodão porque a cabeça tem uma grande superfície passível de perder grande quantidade de calor. MANTER VIAS AÉREAS PÉRVIAS ● Decúbito dorsal com leve extensão do pescoço ● Posicionar a cabeça ● Aspirar boca e narinas, se necessário ● Reposicionar a cabeça AVALIAR A FC E FR ● Ausculta do precórdio por 6 segundos, multiplica 10 = resultado da frequência bpm. ● Se a FC >100bpm = adequada ● Contagem da frequência respiratória + inspeção do tórax. ● Se a respiração estiver rítmica e regular = adequada. CASO A FC ESTEJA <100BPM E/OU COM RESPIRAÇÃO IRREGULAR/APNEIA: ● 1. VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA (VPP): ● Iniciar a ventilação no primeiro minuto (minuto de ouro). ● Ventilação com pressão positiva (VPP) com dispositivo bolsa-válvula-máscara. ● A VPP é o procedimento mais importante e efetivo na reanimação do RN! ● A VPP com máscara, desde que feita com a técnica correta promove a melhora de 9 em cada 10 RN com indicação de ventilação. ● O risco de morte ou morbidade aumenta em 16% a cada 30 segundos de demora para iniciar a VPP após o nascimento,de modo independente do peso ao nascer, da idade gestacional ou de complicações na gravidez ou no parto. ● Avaliação contínua da FC e da saturação de O2. ● 2. MONITORIZAÇÃO: ● Iniciar monitorização na reanimação ● Enquanto um profissional inicia a ventilação, o outro coloca: ● 3 eletrodos do monitor cardíaco: 1 em cada braço (próximo ao ombro) e 1 na parte anterior da coxa. ● Sensor do oxímetro no pulso radial direito: primeiro colocar o sensor e depois conectar ao cabo do oxímetro. ● A leitura confiável da saturação de O2 demora de 1 a 2 minutos. ● A FC é o principal sinal para decidir a indicação de manobras de reanimação. ● O monitor cardíaco permite a detecção acurada, rápida e contínua da FC. ● Ritmos anômalos no ECG não devem ser valorizados nos minutos iniciais. ● 3. MÁSCARA FACIAL: ● Aplicar a máscara no sentido do queixo para o nariz. ● Envolver as bordas com os dedos indicador e polegar, formando “C”. ● O ajuste adequado é conseguido com leve pressão na borda. ● Os dedos médio, anular e mínimo formam “E”. ● O selo entre a face e a máscara é crítico para sucesso da ventilação. ● Frequência: de 40 a 60 movimentos por minuto. ● Pressão: iniciar com 20cmH2O e aumentar, se necessário. ● Após as 5 primeiras ventilações, reajustar a pressão para visualizar movimento torácico leve. . TÉCNICAS . ● Se RN com mais de 34 semanas: ● Inicia-se VPP com ar ambiente. ● Caso não haja melhora, ajustar [O2], conforme a FC e a saturação de O2. ● Se RN não melhorar, continuar a VPP com O2 a 100%. ● Se RN com menos de 34 semanas: ● Inicia-se a VPP diretamente com O2 a 30% (se blender e oxímetro disponíveis). ● Caso não tenha blender e oxímetro disponíveis, fazer VPP com O2 a 100% e ajustar conforme FC e saturação de O2. ● Faz-se VPP com máscara por 30 segundos e avalia o RN. ● RN MELHORA: Se FC>100bpm e respiração regular e saturação de O2 adequada, pode suspender a VPP porque o RN já apresentou melhora. ● RN NÃO MELHORA: Se FC<100bpm ou respiração irregular ou saturação de O2 baixa, deve-se verificar e corrigir a técnica da VPP. POSSÍVEIS CAUSAS DE INSUCESSO ● Má adaptação da máscara. ● Vias aéreas não pérvias: ○ Reposicionar a cabeça. ○ Aspirar as secreções ○ Ventilar c/ a boca levemente aberta ● Pressão insuficiente: Aumentar a pressão ● RN NÃO MELHORA: se mesmo reavaliando a técnica e reajustando os possíveis fatores de insucesso, o recém nascido não melhorar, deve-se partir para a ventilação com balão e cânula traqueal. ● De cada 10 RN ventilados com máscara, 9 melhoram se a técnica estiver correta e 1 necessita intubação traquealINDICAÇÕES DE INTUBAÇÃO TRAQUEAL ● Ventilação com máscara facial não efetiva, após a correção de possíveis problemas técnicos e a FC persistindo menor que 100 bpm. ● Ventilação com máscara facial prolongada e o RN não retorna a respiração espontânea. ● Necessidade de massagem cardíaca e/ou de adrenalina. TÉCNICA DE INTUBAÇÃO ● Em mãos menos experientes, existe um elevado risco de complicações como hipoxemia, apneia, bradicardia, pneumotórax, laceração de tecidos moles, perfuração de traquéia ou esôfago, além de maior risco de infecção. ● Cada tentativa de intubação deve durar, no máximo, 20 segundos. ● Segura o laringoscópio com a mão esquerda, afasta a língua, visualiza a glote e introduz o tubo. ● O tubo deve ser introduzido até o número segundo a regra: o peso do RN + 6. [ CONFIRMAÇÃO DA POSIÇÃO ] ● A demora pode ser de 30 a 60 segundos antes de se concluir que a cânula está mal posicionada, predispondo o recém nascido à lesão hipóxica. ● Costuma-se confirmar a posição da cânula por meio de: ○ Inspeção do tórax: elevação da caixa torácica, ausência de distensão abdominal. ○ Ausculta das regiões axilares e gástrica: entrada de ar nos pulmões e ausência de ruídos no estômago. ○ Visualização de condensação na cânula traqueal: embaçamento da cânula. ○ Detecção de CO2 expirado e mudança da cor. ○ Observação da FC: elevação da FC. [ VENTILAÇÃO ] ● Após a intubação, inicia-se a ventilação com balão auto-inflável, na mesma frequência e pressão descritas na ventilação com balão e máscara. ● Iniciar com a pressão de 20 cm H2O – raramente 30- 40 cm H20. ● Frequência de 40 a 60 movimentos por minuto. ● Após as 5 primeiras ventilações, reajustar a pressão para visualizar movimento torácico leve e auscultar a entrada de ar nos pulmões. ● RN MELHORA: Há melhora se o RN apresenta FC >100 bpm e movimentos respiratórios espontâneos e regulares. Nesta situação, a ventilação é suspensa e o RN extubado. ● RN NÃO MELHORA: Após 30 segundos de VPP com cânula traqueal, a FC continua abaixo de 100 bpm ou respiração irregular ou saturação de O2 baixa. ● Caso isso ocorra, deve-se seguir uma sequência de reavaliações do caso. ● Avaliar segundo o DOPE: ● D: Descolamento? verificar a posição da cânula. ● O: Obstrução? verificar possível obstrução da cânula por secreções. ● P: Pneumotórax? verificar a possibilidade de um pneumotórax ● E: Equipamento? verificar se está funcionando adequadamente ● Caso esteja tudo dentro dos conformes, VPP com cânula traqueal de O2 a 60-100% por 30 segundos. ● RN NÃO MELHORA: Se mesmo com técnica adequada, a FC do RN estiver <60bpm, partir para a massagem cardíaca coordenada à VPP por cânula traqueal e O2 100%. ● OBS: a massagem cardíaca só deve ser iniciada quando a expansão e a ventilação pulmonares estiverem bem estabelecidas. MASSAGEM CARDÍACA ● A massagem cardíaca diminui a eficácia da ventilação. ● A compressão cardíaca é realizada no terço inferior do esterno preferencialmente por meio da técnica dos dois polegares, com os polegares posicionados logo abaixo da linha intermamilar, poupando-se o apêndice xifóide. ● De modo eventual, pode-se aplicar a técnica dos dois dedos, posicionando-se o dedo indicador e o médio no terço inferior do esterno, usando a outra mão como contraforte, no dorso do paciente. ● O ritmo deve ser (3:1): 1, 2, 3 e ventila. ● Quem massageia fica atrás do RN e quem ventila se desloca para o lado. ● A técnica dos dois polegares é mais eficiente, pois gera maior pico de pressão sistólica e de perfusão coronariana, além de ser menos cansativa. ● A profundidade da compressão deve englobar 1/3 da dimensão ântero-posterior do tórax, de maneira a produzir um pulso palpável. ● Faz-se 60 segundos de massagem cardíaca e VPP com O2 a 100%. ● RN MELHORA: se após isso, o RN tem sua FC aumentada acima de 60 bpm, deve-se interromper a massagem cardíaca e manter a VPP até a FC ficar acima de 100bpm e a respiração ficar regular. ● RN NÃO MELHORA: se o recém nascido permanecer com FC < 60 bpm, deve-se primeiro, verificar toda a situação. ● Verificar posição da cânula, fonte de O2, técnica de VPP e técnica de massagem cardíaca. ● Se estiver tudo certo e o RN ainda sim não melhora, deve-se continuar com VPP com cânula, O2 a 100%, massagem cardíaca e agora adicionar a administração de adrenalina. USO DA ADRENALINA ● CONCENTRAÇÃO: 1/10000 ● PREPARO: 1 mL adrenalina 1/1.000 + 9 mL SF ● Administrar EV ou por via intraóssea. ● Pode-se aplicar por via traqueal uma única vez (a primeira dose), enquanto a veia umbilical é cateterizada (eficácia questionável) ● No tubo traqueal, faz-se 0,5 a 1mL/kg ● Na veia, faz-se 0,1 a 0,3mL/kg. ● O Cateter venoso umbilical venoso deve ser inserido de emergência, assim que há indicação da adrenalina veia umbilical. ● Faz-se, portanto, VPP com cânula, O2 a 100%, massagem cardíaca e adrenalina EV/IO. ● RN NÃO MELHORA: se mesmo assim, a FC do recém nascido se manter abaixo de 60bpm, deve-se: ● Verificar a posição da cânula, a técnica da VPP e da massagem. ● Repetir adrenalina 1/10.000 EV/IO a cada 3-5 minutos, na dose de 0,3mL/kg. ● Considerar fazer uma expansão com soro fisiológico - 10 mL/kg EV/IO lento. REANIMAÇÃO PROLONGADA ● Se não melhora, deve-se verificar a posição da cânula traqueal, o uso do O2 a 100%, a técnica da VPP e da massagem cardíaca e a permeabilidade da via de acesso vascular. ● Caso tudo esteja nos conformes e a FC persistir abaixo de 60 bpm e/ou a saturação de O2 baixa, deve-ser considerar: ● Malformações de vias aéreas, problemas pulmonares, hérnia diafragmática, pneumotórax e cardiopatias congênitas. QUANDO INTERROMPER A REANIMAÇÃO? ● A presença de assistolia aos 10 minutos de vida, inferida pelo Apgar=0 aos 10 minutos, é um forte preditor de mortalidade e morbidade em todas as idades gestacionais. ● Enfatiza-se que a interrupção da reanimação, nesses casos, só pode ser realizada após 10 minutos de assistolia, quando todos os procedimentos indicados na reanimação neonatal foram conduzidos de forma apropriada. ● Entretanto, a decisão de continuar ou interromper tais procedimentos precisa ser individualizada. ● Não se reanima o RN em casos excepcionais como graves malformações, anencefalia, malformações incompatíveis com a vida de diagnóstico intra-útero. ● CONSIDERAR: ● Se manobras de reanimação foram aplicadas de forma adequada; ● Se cuidados intensivos neonatais disponíveis; qual a causa e a duração da agressão hipóxico-isquêmica; ● Qual o desejo da família; ● Se houve tempo para conversa prévia ao nascimento.
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