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Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL COMPOSIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO: ❖ A manutenção de volumerelativamente constante ede composição estável doslíquidos corporais é essen-cial para a homeostasia Entrada e Saída de Líquidos São Balanceadas nas Condições Estáveis ❖ Existe troca constante de líquidos e solutos com o meio externo, bem como entre diferentes compartimentos do corpo. Por exemplo, a entrada de líquidos no corpo é muito variável e deve ser cuidadosamente combinada com a saída de água Entrada Diária de Água ❖ Ingerida na forma de líquidos ou pela água nos alimentos, o que ao todo soma um total de 2.100 mL/dia de água adicionada aos líquidos corporais ❖ Sintetizada pelo corpo como resultado da oxidação de car-boidratos, adicionando em torno de 200 mL/dia. ❖ Entrada total de água em torno de 2.300 mL/ dia ❖ Depende do clima, do hábito e do nível de atividade física. Perda Insensível de Água ❖ 700 mL/dia nas condições normais ❖ Evaporação no trato respiratório, cerca de 300 a 400 mL/dia ❖ Pressão de vaporem torno de 47 mmHg, em climas mais frios, a pressão do vapor atmosférico diminuiaté quase 0, causando perda de água ainda maior pelos pulmões, com sensação de ressecamento ❖ Difusão através da pele, 300 a 400 mL/dia e ocorre independentemente da sudorese e está presente mesmo em pessoas que nascem sem as glândulas sudoríparas ❖ Essa perda é minimizada pela camada cornificada cheia de colesterol da pele ❖ Queimaduras, a intensidade dessa evaporação pode aumentar por até 10 vezes, devendo receber líquidos (via intravenosa) para contrabalançar a perda de líquido. Perda de Líquido no Suor. ❖ 100 mL/dia, mas em climas muito quentes ou durante exercícios pesados a perda de água no suor geralmente aumenta para 1 a 2 L/hora Perda de Água nas Fezes ❖ 100 mL/dia Perda de Água pelos rins ❖ Meio mais importante pelo qual o corpo mantém o balanço entre o ganho e a perda de água, bem como o balanço entre o ganho e a perda de eletrólitos. ❖ 0,5 L/dia, em pessoa desidratada, como tão alto quanto 20L/dia em pessoa que vem ingerindo grande quantidade de água. Compartimentos de Líquidos Corporais ❖ O líquido extracelular é dividido em líquido intersticiale plasma sanguíneo. ❖ Líquido transcelular é um compartimento que inclui o líquido dos espaços sinoviais, peritoneais, pericárdicos, intraoculares e o líquido cefalorraquidiano ❖ Em homem adulto com peso médio de 70 quilos, a quantidade total de água fica em torno de 60% do seu peso corporal, algo emtorno de 42 litros. Esse percentual pode mudar, dependendo da idade, sexo e porcentagem de gordura corporal, associado ao aumento no percentual de tecido adiposo do corpo. ❖ Mulheres têm sua água corporal total é em média de 50% do peso corporal. ❖ Crianças prematuras ou recém-nascidos, a água corporal varia de 70% a 75% do peso corporal. Compartimento de Líquido Intracelular ❖ Constitui cerca de 40% do total do peso corporal em pessoa “média”. ❖ O líquido de cada célula contém sua composição individual de diferentes substâncias, porém as concentrações dessas substâncias são similares de uma célula para outra. Compartimento de Líquido Extracelular ❖ Constituem em torno de 20% do peso corporal, algo em torno de 14 litros no homem adulto normal com 70 quilos. ❖ Os dois maiores compartimentos do líquido ↪LÍQUIDOS CORPORAIS Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL extracelular são o líquido intersticial, que corresponde a mais de três quartos (11 litros) do líquido extracelular, e o plasma,responsável por quase um quarto do líquido extracelular, algo em torno de 3 litros ❖ Plasma troca substâncias com o líquido intersticial através dos poros das membranas capilares, que são altamente permeáveis a quase todos os solutos do líquido extracelular com exceção das proteínas. ❖ O plasma e os líquidos intersticiais têm aproximadamente a mesma composição, exceto pelas proteínas em alta concentração no plasma. Volume Sanguíneo ❖ O sangue contém tanto o líquido extracelular (o líquido do plasma) como o líquido intracelular (o líquido nas hemácias). ❖ O volume sanguíneo médio no adulto é em torno de 7% do peso corporal, aproximadamente 5 litros. Cerca de 60% do sangue é plasma e 40% são hemácias Hematócrito (Volume Total das Hemácias) ❖ Fração do sangue representada pelas hemácias, determinada pela centrifugação do sangue ❖ Em homens, o hematócrito em torno de 0,40, e nas mulheres, de 0,36 ❖ Anemia grave, o hematócrito pode cair até 0,10 As Composições lônicas do Plasma e do Líquido Intersticial São Similares ❖ São separados apenas pela membrana capilar altamente permeável a íons ❖ Maior concentração de proteínas no plasma; em função dos capilares terem baixa permeabilidade às proteínas plas- máticas ❖ Efeito Donnan,a concentração dos íons positivamente carregados (cátions) é pouco maior (em torno de 2%) no plasma do que no líquido intersticial. As proteínas do plasma têm carga negativa real no pH fisiológico ❖ Íons com carga negativa (ânions) tendem a manter concentrações pouco maiores no líquido intersticial que no plasma, visto que as cargas negativas das proteínas plasmáticas tendem a repelir os ânions com carga negativa. ❖ A composição do líquido extracelular é cuidadosamente regulada por muitos mecanismos, mas especialmente pelos rins Constituintes do Líquido Intracelular ❖ É separado do líquido extracelular pela membrana celular que é muito permeável à água, mas não é permeável à grande maioria dos eletrólitos existentes no corpo. ❖ Contém somente pequena quantidade dos íons sódio e cloreto e quantidades ainda muito menores de íons cálcio. ❖ Tem grande quantidade de íons potássio e fosfato, além de considerável quantidade de íons magnésio e sulfato, que existem normalmente em baixas concentrações no líquido extracelular Medida dos Volumes dos Líquidos nos Diferentes Compartimentos do Corpo —o Princípio Indicador-Diluição ❖ Se baseia no princípio de conservação das massas, o que significa que a massa total de substância, após a dispersão no compartimento líquido, será a mesma massa total injetada no compartimento. Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL ❖ Caso nenhuma das substâncias vaze para fora do compartimento, a massa total da substância no compartimento (Volume B x Concentração B) será igual à massa total injetada (Volume A x Concentração A). Determinação do Volume de Diferentes Compartimentos Líquidos Corporais Medida da Água Total do Corpo ❖ A água radioativa (trítio, 3H20) OU a água pesada (deutério, 2H20) podem ser utilizadas para medir a quantidade total de água do corpo ❖ Antipirina,que é altamente lipossolúvel e pode rapidamente se difundir pelas membranas celulares e se distribuir uniformemente pelos compartimentos intracelulares e extracelulares. Medida do Volume de Líquido Extracelular ❖ Pode ser estimado usan-do-se qualquer uma das muitas substâncias que se dispersam no plasma e no líquido intersticial, porém que não seja permeável pela membrana celular, incluem sódio radioativo, cloreto radioativo, iotalamato radioativo, íon tiossulfato e inulina Cálculo do Volume Intracelular= Água total do corpo -Volume extracelular Medida do Volume do Plasma. ❖ Albumina sérica marcada com o iodo radioativo (125I-albumina). ❖ Corantes que rapidamente se ligam às proteínas do plasma, como por exemplo o corante azul de Evans Medida do Volume Sanguíneo ❖ Por exemplo, se o volume do plasma é de 3 litros e o hematócrito é 0,40, o volume total sanguíneo é igual a 3/0,6= 5 litros EQUILÍBRIO E OS FATORES QUE INFLUENCIAM Regulação da Troca de Líquidos e Equilíbrio Osmótico Entre os Líquidos Intracelular e Extracelular ❖ As quantidades relativas de líquido extracelular, distribuídas entre o plasma eos espaços inters-ticiais, são determinadas principalmente pelo equilíbrio das forças hidrostáticas e coloidosmóticas, através das membranas capilares. ❖ A distribuição dos líquidos entre os compartimentos intracelular e extracelular, em contraste, é determinada principalmente pelo efeito osmótico de solutos menores—especialmente sódio, cloreto e outros eletrólitos ❖ As membranas celulares são muito permeáveis à água, mas relativamente impermeáveis a íons menores, como sódio e cloreto ❖ A água se move rapidamente através da membrana celular e o líquido intracelular permanece isotônico em relação ao líquido extracelular. Princípios Básicos da Osmose e da Pressão Osmótica ❖ Osmose é a difusão efetiva de água através de membrana seletivamente permeável, de região de maior concentração de água para outra região de menor concentração ❖ A água se difunde de região de baixa concentração de soluto (alta concentração de água) para região de alta concentração de soluto (baixa concentração de água). ❖ A intensidade da difusão da água é conhecida como intensidade da osmose ↪EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL Relação Entre Moles e Osmóis. ❖ O termo concentração é necessário para descrever a concentração total das partículas de soluto independente de sua exata composição. O número total de partículas em uma solução é medido em osmóis.Um osmol (osm) é igual a 1 mol (mol) (6,02 x 1023) de partículas de soluto. ❖ O termo osmol refere-se ao número de partículas osmoticamente ativas na solução enão ao número de moléculas na solução que designa a concentração mola Osmolalidade e Osmolaridade ❖ Osmolalidade quando a concentração é expressa em osmóis por quilo-grama de água-,já essa concentração expressa em osmóis por litro de solução éconhecida por osmolaridade Cálculo da Osmolaridade e Pressão Osmótica de uma Solução ❖ Utilizando-se a lei de varít Hoff, pode-se calcular a pressão osmótica potencial de uma solução, assumindo que a membrana celular é impermeável ao soluto. ❖ Por exemplo, a pressão osmótica de solução de cloreto de sódio a 0,9% écalculada da seguinte forma: solução de cloreto de sódio a 0,9% significa que existe 0,9 grama de cloreto de sódio por 100 mililitros de solução, ou 9 g/L. ❖ Em razão do peso molecular do cloreto de sódio ser 58,5 g/mol, a molaridade da solução é 9 g/L divididos por 58,5 g/mol, ou algo em torno de 0,154 mol/L. Devido a cada molécula de cloreto de sódio ser igual a 2 osmóis, a osmolaridade da solução é 0,154 x 2, ou 0,308 osm/L. Portanto, a osmolaridade dessa solução é 308 mOsm/L. A pressão osmótica potencialdessa solução seria 308 mOsm/L x 19,3mmHg/mOsm/L, ou 5.944 mmHg. ❖ Para o cloreto de sódio, o coeficiente osmótico é em torno de 0,93. Logo, a osmolaridade real de uma solução de cloreto de sódio a 0,9% é 308 x 0,93, ou algo em torno de 286 mOsm/L. Osmolaridade dos Líquidos Corporais. ❖ Quase 80% da osmolaridade total do líquido intersticial e do plasma sãodevidos aos íons sódio e cloreto, enquanto para o líquido intracelular quase a metade da osmolaridade é devida aos íons potássio, e o restante é dividido entre as muitas outras substâncias intracelulares Equilíbrio Osmótico É Mantido Entre os Líquidos Intracelular e Extracelular ❖ Altas pressões osmóticas podem ser desenvolvidas através da membrana celular com alterações relativamente pequenas da concentração de solutos do líquido extracelular. ❖ Alterações relativamente pequenas na concentração de solutos impermeantes do líquido extracelular podem causar grandes alterações no volume da célula. Líquidos Isotônicos, Hipotônicos e Hipertônicos ❖ Se a célula for colocada em solução de solutos impermeantes com osmolaridade de 282 mOsm/L, a célula não terá seu volume alterado, pois as concentrações de água, nos líquidos intracelular e extracelular, são iguais e os solutos não podementrar ou sair da célula. Tal solução é dita isotônica por não alterar o volume das células ❖ Exemplos de soluções isotônicas incluem a solução de cloreto de sódio a 0,9% ou a solução de glicose a 5%. Essas soluções são importantes na medicina clínica por poderem ser infundidas no sangue sem risco de perturbar o equilíbrio osmótico entre os líquidos intracelulares e extracelulares. ❖ Se a célula for colocada em solução hipotônica,com concentração de solutos impermeantes (< 282 mOsm/L), água irá se difundir do líquido extracelular para a célula, causando inchamento; a água continuará a se difundir pela célula diluindo o líquido intracelular até que este se torne isotônico em relação ao extracelular ❖ Se a célula for colocada em solução hipertônica,com concentração maior de solutos impermeantes que o líquido intracelular, água irá sair da célula para o líquido extracelular, concentrando o líquido intracelular e diluindo o líquido extracelular. Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL O Equilíbrio Osmótico Entre os Líquidos Intracelular e Extracelular É Rapidamente Atingido. ❖ A transferência de líquido, através da membrana celular, ocorre tão rapidamente que qualquer diferença de osmolaridade entre estes dois compartimentos é em geral corrigida em segundos ❖ o líquido geralmente entra no corpo pelo tubo digestivo e deve ser transportado pelo sangue para todos os tecidos antes que o equilíbrio osmótico completo possa ocorrer. Em geral, são necessários cerca de 30 minutos para que seja alcançado o equilíbrio osmótico em todo o corpo depois de se ingerir água. Volume e Osmolalidade dos Líquidos Extracelular e Intracelular em Estados Anormais ❖ Alguns fatores que podem causar alteração considerável nos volumes dos líquidos extracelular e intracelular são: a ingestão de água, a desidratação, a infusão intravenosa de diferentes tipos de soluções, a perda de grandes quantidades de líquidopelo trato gastrointestinal e a perda de quantidades anormais de líquidos através do suor ou dos rins. Efeito da Adição de Solução Salina ao Líquido Extracelular ❖ Se solução salina isotônicafor adicionada ao compartimento de líquido extracelular, a osmolaridade do líquido extracelular não se altera; portanto, não ocorre osmose através das membranas celulares. O único efeito é o aumento no volume do líquido extracelular ❖ Se solução hipertônica é adicionada ao líquido extracelular, a osmolaridade extracelular aumenta e causa osmose de água das células para o compartimento extracelular, e quase todo o cloreto de sódio adicionado permanece no compartimento extracelular, e a difusão de líquido das células para o espaço extracelular para alcançar o equilíbrio osmótico, aumento no volume extracelular (maior do que o volume de líquido adicionado), redução no volume intracelular, e aumento na osmolaridade de ambos os compartimentos. ❖ Se solução hipotônicaé adicionada ao líquido extra-celular, a osmolaridade do líquido extracelular diminui e parte da água extracelular se difunde por osmose para as células, até que os compartimentos intracelular e extracelular tenham a mesma osmolaridade, ambos os volumes aumentam quando se adiciona líquido hipotônico, embora o volume intracelular aumente em maior grau. Cálculo de Deslocamento de Líquido e das Osmo-laridades após Infusão de Salina Hipertônica ❖ Volume do líquido extracelular é 20% do peso corporal e o volume do líquido intracelular é de 40% do peso corporal HIPONATREMIA E HIPERNATREMIA ❖ A concentração de sódio é indicador razoável de osmolaridade do plasma visto que o sódio e seus ânions associados contabilizam mais de 90% do soluto do líquido extracelular. ❖ HIPONATREMIA: concentração de sódio reduzida. ❖ HIPERNATREMIA: concentração de sódio acima do normal. HIPONATREMIA Causas: ❖ Pode resultar da perda de cloreto do líquido extracelular ou da adição excessiva de água ao líquido extracelular. ❖ Perda primáriade cloreto de sódio resulta em hiponatremia-desidratação e é associada à redução do volume do líquido extracelular. ❖ Uso excessivo de diuréticos inibem a reabsorção de sódio nos túbulos renais também pode ser uma causa. Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL ❖ Doença de Addison: causa diminuição da secreção de aldosterona e, assim, diminui a reabsorção tubular renal de sódio. ❖ Hiponatremia associada à retenção excessiva de água é referida como hiponatremina- hiperidratação. Por exemplo, a secreção excessiva de hormônio antidiurético faz com que os túbulos renais reabsorvam mais água. Consequências: ❖ Redução rápida no sódio plasmático pode causar edema nas células cerebrais e sintomas neurológicos que incluem dor de cabeça, náusea, letargia, etc. ❖ O inchaço celular pode levar a convulsões, coma, dano cerebral, etc. Devido à rigidez do crânio, o cérebro não pode aumentar seu volume por mais de 10% sem que seja forçado o pescoço (herniação), que pode levar até a morte. ❖ Quando a hiponatremia se desenvolve lentamente, o cérebro e outros tecidos respondem transportando sódio, cloreto, potássio e outros solutos das células para o compartimento extracelular. Isso atenua o fluxo osmótico de água para a célula e o inchaço para os tecidos. ❖ Quando soluções hipertônicas são adicionadas muito rapidamente para corrigir a hipornatremia, isso pode ultrapassar a capacidade do cérebro de recuperar a perda de soluto das células e pode levar à lesão osmótica dos neurônios, associadas à desmielinização. ❖ A lenta correção permite ao cérebro a recuperação dos osmoles perdidos. HIPERNATREMIA Causas: ❖ Pode ser devido à perda de água do líquido extracelular, concentrando íons sódio. Ou excesso de sódio no líquido extracelular. ❖ Quando há perda primária de água do liq. ext. = hipernatremia-desidratação. Pode decorrer da deficiência da secreção do ADH, que é necessário para que os rins conservem a água do corpo. Quando há baixa de ADH, os rins secretam grande quantidade de urina diluída (diabetes insipidus), causando desidratação e aumento da concentração do NaCl no líquido extracelular. ❖ Causa mais comum é a desidratação causada pelo menor ganho que a perda de água pelo corpo, o que pode ocorrer com o suor durante exercícios pesados e prolongados. ❖ Quando há adição excessiva de cloreto de sódio ao líq. ext. = hipernatremia- hiperidratação, porque o excesso de NaCl é normalmn=ente associado a algum grau de retenção de água pelos rins. Exemplo: secreção excessiva de aldosterona, que retém sódio, pode causar certo grau de hipernatremia e hiperidratação. Consequências: ❖ É grave apenas quando há aumento rápido e muito alto da [Na], visto que a hipernatremia promove sede intensa que protege contra grande aumento de sódio no plasma e no fluido extracelular. ❖ Hipernatremia grave pode ocorrer em pacientes com lesões hipotalâmicas que comprometeram o sentido de sede ou em crianças que não podem ter acesso imediato à água. ❖ Correção: administração de NaCl hipo- osmótico ou soluções de dextrose. Deve ser feita lentamente, já que a hipernatremia também ativa mecanismos de defesa que protegem a célula de alterações de volume. GLICOSE ADMINISTRADA ❖ Glicose + utilizada, dps soluções de aminoácidos e gordura homogeneizada. ❖ Quando soluções de glicose são administradas, as concentrações de substâncias osmoticamente ativas são em geral ajustadas à isotonicidade ou são infundidas lentamente para que não perturbem o equilíbrio dos líquidos corporais. ❖ Depois que a glicose ou outros nutrientes são metabolizados, excesso de água ainda permanece e os rins secretam isso na forma de urina muito diluída. ❖ Desidratação: glicose a 5% que é quase isosmótica e reduz a osmolaridade do LEC e ajuda a corrigir o aumento de osmolaridade do LEC na desidratação. SORO FISIOLÓGICO ❖ Soro fisiológico é uma solução isotônica em relação aos líquidos corporais que contem 0,9%, em massa, de NaCl em água destilada. Cada 100mL da solução aquosa contém 0,9 gramas do sal (0,354 gramas de Na+ e 0,546 gramas de Cl-, com pH = 6,0). SORO GLICOSADO ❖ Soro glicosado é uma solução isotônica em relação ao sangue, que contém 5%, em massa, de glicose (C6 H12 O6) em água destilada, ou seja, cada 100 mL de soro glicosado contém 5 gramas de glicose. ❖ A glicose é uma fonte de energia que é facilmente absorvido pelas células, daí ser ↪TIPOS DE SOLUÇÕES Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL extensivamente usado em medicina como nutriente energético, via endovenosa. ❖ Existem soros glicosados com concentrações de 2,5% e 10% que são, respectivamente, hipotônico e hipertônico em relação ao sangue. ❖ O soro glicosado é um medicamento, e portanto, só deve ser usado sob prescrição médica. SORO GLICOFISIOLÓGICO ❖ Soro Glicofisiológico 5% é um medicamento destinado à reposição de líquidos, eletrólitos (sódio e cloro) e calorias. As soluções Glicofisiológicas atuam como renovadoras de líquidos, além de também suprir adicionalmente o corpo de calorias e eletrólitos. ❖ O medicamento Soro Glicofisiológico é composto à base de glicose 5% e cloreto de sódio 0,9%. A primeira age como uma fonte de energia que é rapidamente assimilada pelo organismo, sendo útil para o tratamento de hipoglicemia de qualquer origem, incluindo a hipoglicemia alcoólica. Já o segundo, ou seja, o cloreto de sódio é considerado como a solução que mais se assemelha da composição da água endógena (do organismo), sendo, portanto, uma maneira fácil e rápida de hidratação e reposição de eletrólitos. SOLUTO DE RINGER ❖ Soluto de Ringer, Ringer, Ringer-lactato, cristalóides são soluções isotônicas ao plasma sanguíneo, formadas por eletrólitos ou moléculas de pequenas dimensões sem carga formal. Podem conter sódio, potássio, cálcio, magnésio, cloreto, glicose e tampões, como acetato ou citrato, para manter as condições mais próximas as do sangue. É diferente do Ringer Simples (SF, potássio e cálcio). ❖ Seu uso principal é diluir o sangue, em casos onde há perda deste, de modo a evitar o choque hipovolêmico. Como dilui o sangue, vai apenas facilitar a circulação das hemácias existentes quando o paciente está hipovolêmico/ hipotenso e, assim, melhora a oxigenação. Isso fará com que o hematócrito diminua, mas não quer dizer que o quadro do paciente piora, o que é um erro comum. Quando se faz necessário o aumento de hemáceas,ou seja, no paciente com elevados níveis de lactato e hipóxia, é recomendado transfusão sanguínea. ❖ É utilizado também como principal diluidor do sangue, em casos de hematomas sérios, em vez do sangramento cirúrgico dos mesmos. ❖ Demonstra-se extremamente eficaz reduzindo o hematoma, normalmente em 10% a cada 24 horas, dependendo do tipo de fisionomia do paciente. ❖ Deve ser unicamente administrado por profissionais de saúde. ❖ Este soluto também pode ser usado para certas preparações na microscopia óptica, para realçar alguns componentes da célula, como a parede celular. SOLUÇÃO DE RINGER ❖ A solução de Ringer com Lactato é composta de cloreto de sódio, cloreto de cálcio, cloreto de potássio e lactato de sódio, diluídos em água para injeção. Exceto pela presença de lactato e pela ausência de bicarbonato, a composição dessa solução aproxima-se estreitamente daquela dos líquidos extracelulares. ❖ Indicado para reidratação e restabelecimento do equilíbrio hidroeletrolítico, quando há perda de líquidos e dos íons cloreto, sódio, potássio e cálcio, e para prevenção e tratamento da acidose metabólica EDEMA INTRACELULAR ❖ Presença de excesso de líquido nos tecidos do corpo. ❖ Causas principais: hiponatremia, depressão dos sistemas metabólicos dos tecidos e falta de nutrição adequada para a célula. Exemplo: ❖ Fluxo sanguíneo reduzido → distribuição de oxigênio e de nutrientes também se reduz → bombas iônicas da membranatêm sua atividade comprometida → íons sódio que vazam para o interior da célula não são bombeados para o meio extracelular → excesso de íons sódio no meio intracelular causa osmose para a célula → volume intracelular pode aumentar. = pode ser prelúdio da morte do tecido ❖ Pode decorrer também de processos inflamatórios nos tecidos, visto que a inflamação aumenta permeabilidade da membrana → sódio e outros íons se difundem para o interior da célula. EDEMA EXTRACELULAR ❖ Causas principais: vazamento anormal de líquido plasmático para os espaços intersticiais pelos capilares e falha no sistema linfático de retornar líquido do interstício para o sangue (linfedema). Causa mais comum para acúmulo ↪EDEMA Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL de líquido no espaço intersticial é a filtração excessiva do líquido capilar. FATORES QUE PODEM AUMENTAR A FILTRAÇÃO CAPILAR: Equação: ❖ Kf é o coeficiente de filtração capilar, Pc é pressão hidrostática dos capilares, Pif é pressão hidrostática no líquido intersticial, πc é pressão coloidosmótica do plasma capilar e πif é pressão coloidosmótica do líquido intersticial. ❖ Portanto,- aumento do coeficiente de filtração capilar, -da pressão hidrostática capilar ou - redução da pressão coloidosmótica do plasma podem aumentar a velocidade de filtração capilar. ❖ Outras causas: aumento da pressão capilar, redução das proteínas plasmáticas, aumento da permeabilidade capilar, bloqueio do retorno linfático, etc. LINFEDEMA ❖ Quando há bloqueio ou perda dos vasos linfáticos, o edema pode se tornar severo por conta das proteínas plasmáticas que vazam para o interstício e não tem outra via para serem removidas. Aumento da concentração proteica → pressão coloidosmótica se eleva, o que atrai ainda mais fluido dos capilares. ❖ Linfedema pode surgir na elefantíase. ( e infecções de linfonodos) ❖ Ocorre também após cirurgias ou cancêr, onde vasos linfáticos são removidos ou obstruídos. Na mastectomia, por exemplo, grande número de vasos linfáticos são removidos, impedindo a remoção de líquidos das áreas da mama e braços, causando edema dos espaços teciduais. (alguns regeneram) EDEMA CAUSADO POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ❖ Coração bombeia o sangue das veias para as artérias de modo ineficiente → aumenta pressão venosa e capilar → aumenta filtração capilar. Além disso, pressão arterial tende a cair → reduz filtração e, consequentemente, excreção de sal e água pelos rins → aumenta volume sanguíneo e pressão hidrostática capilar, causando mais edema. ❖ Em pacientes com insuficiência cardíaca esquerda, o sangue é normalmente bombeado para os pulmões pelo lado direito do coração, mas não flui facilmente das veias pulmonares de volta ao coração pelo lado esquerdo. Assim, toda a pressão vascular pulmonar, incluindo a capilar, aumenta muito acima do normal, causando edema pulmonar grave. EDEMA CAUSADO PELA REDUÇÃO DA EXCREÇÃO RENAL DE SAL E ÁGUA ❖ Normal: maior parte do NaCl adicionado ao sangue permanece no compartimento extracelular e somente pequena quantidade entra nas células. ❖ Doenças renais que comprometem a excreção de água e sal, grande parte do Nacl e da água é retida no líquido extracelular → maior parte do sal e da água vaza do sangue para os espaços intersticiais e pequena parte permanece no sangue. ❖ Efeito principal: causa grande aumento do volume do liq. intersticial (edema extracelular) e hipertensão, devido ao aumento do volume sanguíneo. ❖ Crianças com glomerulofrite aguda: em que os glomérulos renais são lesados pela inflamação e assim não filtram quantidades adequadas de líquido, desenvolvem edema extracelular e hipertensão. EDEMA CAUSADO PELA REDUÇÃO DAS PROTEÍNAS PLASMÁTICAS ❖ Diminuição da concentração plasmáticas de proteína → diminui pressão coloidosmótica do plasma e aumenta filtração capilar → edema extracelular. ❖ Algumas doenças renais podem danificar as membranas dos glomérulos renais, fazendo com que as membranas fiquem permeáveis às proteínas do plasma, permitindo que grandes quantidades destas proteínas passem para a urina. Isso pode levar ao edema generalizado. o CIRROSE DO FÍGADO: desenvolvimento de grandes quantidades de tecido fibroso entre as células parenquimatosas do fígado, o que resulta na produção insuficiente de proteínas do plasma, ocasionado redução da pressão coloidosmótica e edema. FATORES QUE NORMALMENTE PREVINEM O EDEMA ❖ Baixa complacência do interstício, quando a pressão intersticial for negativa, ❖ Capacidade do fluxo linfático aumentada por 10 a 50x acima do normal e diluição das proteínas do líquido intersticial, quando a filtração capilar aumenta, o que causa redução da pressão coloidosmótica do líquido intersticial. 1. BAIXA COMPLACÊNCIA ❖ Pressão hidrostática normal do liq. inters. = - 3 mmhg. Como é < patm, há uma leve sucção Rômulo Roberto – FISIOLOGIA RENAL dos tecidos, que ajuda a mantê-los compactos. ❖ COMO ESSE FATOR AGE? O aumento da pressão hidrostática do líquido intersticial se opõe à filtração capilar. Assim, quando a pressão hidrostática é negativa, um pequeno aumento do volume do liq. inters. causa aumento relativamente grande na pressão hidrostática do líquido, opondo-se à filtração capilar de líquido para os tecidos. ❖ Pressão hidrostática deve aumentar cerca de 3 mmhg antes que grandes quantidades de líquido comecem a se acumular nos tecidos (FATOR DE SEGURANÇA = 3mmHg). ❖ praticamente todos os líquidos do interstício estão na forma de gel. Ou seja, o líquido fica preso na malha de proteoglicanos, de forma que não existe espaço de líquido livre maior que poucos centésimos. O gel impede o líquido de fluir pelo tecido em função dos milhares de filamentos de proteglicanos. ❖ EDEMA DEPRESSÍVEL: pode se pressionar o dedo contra a área edemaciada e empurrar o líquido para fora da área. ❖ EDEMA NÃO DEPRESSÍVEL: ocorre quando as células incham, em vez do interstício, ou quando o líquido no interstício é coagulado pelo fibrinogênio, de forma que não se pode mover esse líquido livremente por entre os espaços no tecido. ❖ Filamento de proteoglicanos: impedem o líquido de fluir facilmente pelos espaços teciduais. 2. AUMENTO DO FLUXO LINFÁTICO ❖ Esse fluxo aumenta 10 a 50x quando há acúmulo de líquido nos tecidos. Isso permite que os linfáticos retirem grandes quantidades de líquidos e proteínas do interstício para a circulação, em resposta ao aumento da filtração capilar, evitando que a pressão intersticial aumente para valores positivos. ❖ FATOR DE SEGURANÇA: 7mmhg. 3. “LAVAGEM” DAS PROTEÍNAS DO LÍQUIDO INTERSTICIAL ❖ Aumento da quantidade de líquido filtrado para o interstício → pressão do líq. também se eleva. Concentração de proteínas do interstício diminui devido à maior quantidade de proteínas que os linfáticos transportam em relação à capacidade de filtração glomerular. Isso porque os capilares são relativamente impermeáveis às proteínas quando comparados aos linfáticos. Consequentemente, as proteínas são “lavadas” do líq. inters. conforme o fluxo linfático aumenta. ❖ FATOR DE SEGURANÇA: 7 mmHg. ❖ - FATOR DE SEGURANÇA TOTAL: 17 mmHg. Ou seja, pressão capilar no tecido pode aumentar para 17 mmhg antes que ocorra edema acentuado. ❖ A paciente apresenta hepatite por uso excessivo de progesterona e estrogênio intramuscular metabolizados pelo fígado, causando hipoalbuminemia devido a ineficiente produção hepática das proteínas plasmática, entre elas, a albumina, sendo assim, diminui drasticamente a pressão oncótica plasmática, o que força a passagem de liquido para fora dos capilares, acumulando liquido no interstício, devido sua maior pressão oncótica, atraindo o líquido, sendo responsável pelo edema generalizado. ❖ A baixa ingestão hídrica e a sudorese excessiva e a provocam a perda de LEC de caráter hiperosmótico, pois provoca altaconcentração dos íons, o que promove a osmose da água do LIC para o LEC, provocando o aumento do volume do LEC para retornar ao equilíbrio osmótico. A alta ingesta de sal acaba aumentando concetração íonica do LEC que atrai água por osmose do LIC. DIARREIA ❖ A pessoa com diarreia perde grande volume de líquido, pelo sistema gastrointestinal. A osmolaridade do líquido perdido é, aproximadamente, igual à do LEC — ela éisosmótica. Assim, o distúrbio, na diarreia, é a perda do líquido isosmótico do LEC. Como resultado, o volume do LEC diminui; porém, não é acompanhado por qualquer variação da osmolaridade do LEC (pois o líquido que foi perdido é isosmótico). Como não ocorreu alteração da osmolaridade do LEC, não haverá necessidade de deslocamento de água, através das membranas celulares, e o volume de LIC permanecerá o mesmo. No novo estado estável, o volume de LEC diminuirá, e a osmolaridade do LEC e do LIC não será alterada. A diminuição do volume do LEC significa que o volume sanguíneo (componente do LEC) também foi reduzido, o que produz baixa da pressão arterial. Outras consequências da diarreia incluem hematócrito aumentado e concentração aumentada das proteínas plasmáticas, o que é explicado pela perda de líquido isosmótico do LEC. As hemácias e as proteínas que permanecem no componente vascular do LEC estão concentradas por essa perda de líquido. ↪CASOS CLÍNICOS
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