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Módulo IV - Aula 14

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Prévia do material em texto

MÓDULO IV
APERFEIÇOAMENTO 
FORTALECIMENTO 
DAS AÇÕES DE IMUNIZAÇÃO 
NOS TERRITÓRIOS 
MUNICIPAIS
//Curso de
Aula 
14
// Programa Nacional de 
Imunizações, Calendário Nacional 
de Vacinação e Calendário Vacinal 
da Criança até 10 anos de idade, 
com destaque para a vacina BCG.
C
r
é
d
i
t
o
s
 
/
/
Todos os direitos reservados. É permitida a 
reprodução parcial ou total desta obra, desde 
que citada a fonte e que não seja para venda 
ou qualquer fim comercial. O conteúdo desta 
publicação foi desenvolvido e aperfeiçoado pela 
equipe MaisCONASEMS e Faculdade São 
Leopoldo Mandic.
Material de Referência. Mais CONASEMS. Curso de 
Aperfeiçoamento Fortalecimento das Ações de Imunização nos 
Territórios Municipais. Módulo IV: A Imunização Segura nos 
Ciclos de Vida - Aula 14 – Programa Nacional de Imunizações, 
Calendário Nacional de Vacinação e Calendário Vacinal da 
Criança até 10 anos de idade, com destaque para a vacina BCG.
F ic ha 
C at al ogr áf ic a 
Ficha 
Técnica
Curadoria e Produção de Conteúdos 
Mandic
André Ricardo Ribas Freitas
Fabiana Medeiros Lopes de Oliveira 
Giuliano Dimarzio
Laura Andrade Lagoa Nóbrega 
Márcia Fonseca
Regina Célia de Menezes Succi
Gestor Educacional
Rubensmidt Ramos Riani
Coordenação Técnica e Pedagógica
Cristina Crespo
Valdívia Marçal
Coordenação Pedagógica – Faculdade 
São Leopoldo Mandic
Fabiana Succi
Patricia Zen Tempski
Especialista em Educação a Distância
Kelly Santana
Priscila Rondas
Designer instrucional 
Alexandra Gusmão
Juliana de Almeida Fortunato
Pollyanna Micheline Lucarelli
Web Desenvolvedor 
Aidan Bruno
Alexandre Itabayana
Cristina Perrone 
Paloma Eveir
Este material foi 
elaborado e desenvolvido 
pela equipe técnica e 
pedagógica do Mais 
CONASEMS em parceria 
com a Faculdade São 
Leopoldo Mandic.
Coordenação Geral 
Conexões Consultoria em 
Saúde Ltda.
Revisão textual 
Gehilde Reis Paula de Moura
Olá!
Este é o seu Material de 
Referência da Aula 14 do Módulo 
4. Aqui, aprofundaremos nossos 
estudos referentes ao tema: Programa 
Nacional de Imunizações, Calendário 
Nacional de Vacinação e Vacina BCG. 
Nossa proposta é que você tenha 
acesso a mais conhecimento, por isso 
leia-o com atenção e consulte-o 
sempre que necessário!
Compreender o funcionamento e a importância do 
Programa Nacional de Imunizações.
Compreender o conceito de imunidade individual e 
coletiva.
Reconhecer a atuação dos serviços de saúde na 
vacinação.
Entender o calendário vacinal: finalidade, 
características e a forma de construção.
Diferenciar o calendário vacinal da criança até 10 anos 
de idade, com destaque para a vacina BCG.
Conhecer a tuberculose e suas formas graves e 
características clínicas e epidemiológicas.
01
03
04
05
06
07
Identificar atribuições das esferas de governo. 02
Objetivos de 
aprendizagem
Intro
dução
Na Aula 14, você conhecerá as atribuições das esferas 
de governo e os serviços de saúde e como se dá a 
vacinação dos calendários de vacinação nacional e 
vacina BCG e compreenderá os tipos de imunidade 
individual e coletiva.
B oa lei tur a!
//Programa Nacional 
de Imunizações
Programa 
Nacional de 
Imunizações
No Brasil, desde o início do século XIX, as 
vacinas são utilizadas como medida de 
prevenção e controle de doenças. No entanto, 
somente a partir do ano de 1973 é que se 
formulou o Programa Nacional de Imunizações 
(PNI), regulamentado pela Lei Federal n.º 6.259, 
de 30 de outubro de 1975, e pelo Decreto n.°
78.321, de 12 de agosto de 1976, que instituiu 
o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica 
(SNVE).
O PNI organiza toda a política nacional de 
vacinação da população brasileira e tem como 
missão o controle, a eliminação e a erradicação 
de doenças imunopreveníveis. É considerado 
uma das principais e mais relevantes 
intervenções em saúde pública no Brasil, em 
especial pelo importante impacto obtido na 
redução de doenças nas últimas décadas. Os 
principais aliados no âmbito do SUS são as 
secretarias estaduais e municipais de saúde.
/ / P r o g r a m a N a c i o n a l d e I m u n i z a ç õ e s
//Atribuições das 
Esferas de Governo
As diretrizes e responsabilidades para a execução das 
ações de vigilância em saúde, entre as quais se 
incluem as ações de vacinação, estão definidas em 
legislação nacional que mostra a gestão das ações 
compartilhada pela União, pelos estados, pelo Distrito 
Federal e pelos municípios. As ações devem ser 
pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e 
na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), tendo por 
base a regionalização, a rede de serviços e as 
tecnologias disponíveis.
/ / Atribuições das Esferas de Governo
Atribuições das esferas de governo
Na esfera federal, o PNI está sob responsabilidade 
da Coordenação-Geral do Programa Nacional de 
Imunizações (CGPNI) e do Departamento de 
Imunização e Doenças Transmissíveis (DEIDT) da 
Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). O 
Programa Nacional de Imunizações conta com a 
Câmara Técnica Assessora em Imunização e 
Doenças Transmissíveis (CTAI) para auxiliar técnica e 
cientificamente as decisões relevantes. Esta Câmara 
Técnica é coordenada pela SVS e composta por 
representantes do Ministério da Saúde e de outros 
órgãos governamentais e não governamentais, 
assim como Sociedades Científicas, Conselhos de 
Classe, especialistas com expertise na área, 
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), 
Conselho Nacional de Secretários de Saúde 
(Conass) e Conselho Nacional de Secretarias 
Municipais de Saúde (Conasems).
/ / Atribuições das Esferas de Governo
• a coordenação do PNI (incluindo a definição das 
vacinas nos calendários, grupos prioritários, 
estratégias de vacinação e campanhas nacionais), 
as estratégias e as normatizações técnicas sobre 
sua utilização;
• a realização de campanhas publicitárias em 
âmbito nacional e/ou regional;
• o provimento dos imunobiológicos definidos pelo 
PNI, considerados insumos estratégicos;
• o provimento de seringas e agulhas para 
campanhas de vacinação que não fazem parte 
daquelas já estabelecidas ou quando solicitadas 
por um Estado;
• a gestão do sistema de informação do PNI, 
incluindo a consolidação e a análise dos dados 
nacionais e a retroalimentação das informações à 
esfera estadual.
Constituem 
competências da 
esfera federal:
/ / Atribuições das Esferas de Governo
• a coordenação do componente estadual do 
PNI;
• a gestão dos estoques estaduais de insumos 
estratégicos, inclusive o armazenamento e o 
abastecimento aos municípios, de acordo com 
as normas vigentes;
• a realização de campanhas publicitárias em 
âmbito estadual;
• o provimento de seringas e agulhas, itens que 
também são considerados insumos 
estratégicos; 
• a gestão do sistema de informação do PNI, 
incluindo a consolidação e a análise dos dados 
municipais, o envio dos dados ao nível federal 
dentro dos prazos estabelecidos e a 
retroalimentação das informações à esfera 
municipal.
Constituem 
competências da 
esfera estadual:
/ / Atribuições das Esferas de Governo
A vacinação e as demais ações de 
vigilância epidemiológica perderam há 
anos o caráter verticalizado, 
incorporando-se ao conjunto de ações da 
Atenção Básica em saúde. A vacinação de 
rotina, a vigilância da cobertura vacinal, 
as campanhas, as intensificações, as 
operações de bloqueio e as atividades 
extramuros são operacionalizadas pela 
equipe da atenção básica, com apoio dos 
níveis distrital, regional, estadual e 
federal, sendo fundamental o 
fortalecimento da esfera municipal. 
Responsabilidades 
da esfera 
municipal:
/ / Atribuições das Esferas de Governo
• a coordenação e a execução das ações de 
vacinação integrantes do PNI, incluindo a vacinação 
de rotina, a vigilância da cobertura vacinal, as 
estratégias especiais (como campanhas e 
vacinações de bloqueio) e a notificação e 
investigação de eventos adversos e óbitos 
temporalmente associados à vacinação;
• a gerência do estoque municipal de vacinas e 
outros insumos, incluindoo armazenamento e o 
transporte para seus locais de uso, de acordo com 
as normas vigentes;
• o descarte e a destinação final de frascos, seringas 
e agulhas utilizados, conforme as normas técnicas 
vigentes; e
• a gestão do sistema de informação do PNI, 
incluindo a coleta, o processamento, a 
consolidação e a avaliação da qualidade dos dados 
provenientes das unidades notificantes, bem como 
a transferência dos dados em conformidade com os 
prazos e fluxos estabelecidos nos âmbitos nacional 
e estadual e a retroalimentação das informações às 
unidades notificadoras. 
Constituem 
competências da 
esfera municipal:
/ / Atribuições das Esferas de Governo
//Serviços de 
Saúde e Vacinação
/ / Serviços de Saúde e Vacinação
A Política Nacional de Atenção Básica caracteriza a Atenção 
Básica como “um conjunto de ações de saúde, no âmbito 
individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção 
da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o 
tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde”. 
Existem dois serviços que são fundamentais para essa 
implantação: 
Serviços de saúde e vacinação
As salas de 
vacinas das
Unidades 
Básicas de 
Saúde.
Os Centros de 
Referência para 
Imunobiológicos 
Especiais (CRIE.)
É fundamental que haja integração entre a equipe da sala 
de vacinação e as demais equipes de saúde, no sentido de 
evitar as oportunidades perdidas de vacinação que se 
caracterizam pelo fato de o indivíduo ser atendido em 
outros setores da unidade de saúde sem que seja verificada 
sua situação vacinal ou haja encaminhamento à sala de 
vacinação.
Os Centros de Referência para 
Imunobiológicos Especiais (CRIE) têm como 
finalidade facilitar o acesso da população –
em especial, dos portadores de 
imunodeficiência congênita ou adquirida e de 
outras condições especiais de morbidade ou 
exposição a situações de risco – aos 
imunobiológicos especiais para prevenção das 
doenças que são objeto do Programa Nacional 
de Imunizações (PNI), bem como garantir os 
mecanismos necessários para investigação, 
acompanhamento e elucidação dos casos de 
eventos adversos graves e/ou inusitados 
associados temporalmente à administração 
de imunobiológicos.
/ / Serviços de Saúde e Vacinação
//Imunidade 
Individual e 
Coletiva
Imunidade 
Individual e 
Coletiva
A imunidade coletiva é a 
resistência de uma população à 
introdução e disseminação de um 
agente infeccioso em razão de 
uma elevada proporção de 
indivíduos imunes que são 
resistentes às infecções. Este 
fenômeno pode ocorrer através de 
infecção natural para doenças que 
não têm vacina, como ocorria 
antigamente com o sarampo, ou 
por imunização através de vacinas, 
como ocorre atualmente.
Exemplo 1
Quando uma doença 
começa ocorrer entre 
pessoas de uma 
determinada população 
e grande parte das 
pessoas não têm 
imunidade, a doença vai 
se transmitir facilmente 
e afetar um grande 
número de pessoas. 
/ / Imunidade individual e coletiva
Exemplo 2
Se a mesma doença 
atingir uma 
comunidade com 
grande parte da 
população já vacinada, 
ela não conseguirá se 
transmitir com a 
mesma facilidade.
Neste segundo exemplo, mesmo aqueles poucos que 
não puderam ser vacinados, estarão protegidos, pois 
a doença não permanecerá sendo transmitida nessa 
população. Este conceito é muito importante e 
reforça a ideia de que a vacinação traz benefícios 
individuais e, também, benefícios coletivos. 
Manter altas coberturas vacinais é a melhor forma de 
alcançar a eliminação de doenças como o sarampo 
no país e manter a eliminação da poliomielite. Por 
isso, as ações de verificação de carteira vacinal, busca 
de faltosos e monitoramento da cobertura vacinal 
são tão importantes para a coletividade.
/ / Imunidade individual e coletiva
Fonte: Adaptado de National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID)
/ / Imunidade individual e coletiva
//Calendário de 
Vacinação: 
finalidade, características 
e forma de construção
O Calendário Nacional de Vacinação é a sequência 
cronológica de vacinas que devem ser administradas 
sistematicamente em um país ou área geográfica e 
cuja finalidade é a obtenção de imunização 
adequada na população, frente às enfermidades 
prevalentes na ocasião e para as quais se dispõe de 
vacina eficaz. 
Qual é a finalidade do 
Calendário de Vacinação ?
Vários aspectos e critérios são 
considerados para a sua construção: 
• importância epidemiológica das doenças a 
serem prevenidas; disponibilidade de uma 
vacina segura e eficaz; o esquema vacinal a ser 
utilizado (viabilidade do uso, número de 
aplicações necessárias e resposta imune obtida) 
e os recursos financeiros disponíveis para 
compra das vacinas pelo Ministério da Saúde.
// Calendário de Vacinação
O Calendário Nacional de Vacinação é definido pelo 
Ministério da Saúde, por intermédio do Programa 
Nacional de Imunização (PNI). O primeiro calendário 
brasileiro foi definido em 1977 e contemplava as 
vacinas BCG, poliomielite, DTP (difteria, tétano, 
coqueluche) e sarampo, vacinas disponíveis na 
época. O Brasil é um dos países que oferece o maior 
número de vacinas de forma gratuita para todas as 
idades. Atualmente, são disponibilizadas na rotina de 
imunização 19 vacinas cuja proteção se inicia nos 
recém-nascidos, podendo se estender por toda a 
vida. Os calendários vacinais variam entre os países e, 
dentro de um mesmo país, podem variar de uma 
região para outra. Entidades de classe e sociedades 
médicas também podem propor calendários 
diferenciados, por exemplo, os calendários propostos 
pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a 
Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), mas a 
gratuidade e disponibilidade no Sistema Único de 
Saúde (SUS) é garantida para o calendário proposto 
pelo PNI. 
Fonte: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z-
1/c/calendario-de-vacinacao Acesso em:15 maio 2021.
// Calendário de Vacinação
Além do calendário da criança, considerando o 
risco, a vulnerabilidade e as especificidades 
sociais, o PNI define também calendários de 
vacinação com orientações específicas para 
adolescentes, adultos, gestantes, idosos e 
indígenas.
O calendário vacinal é dinâmico e atualizado 
periodicamente, devido às mudanças 
epidemiológicas das doenças passíveis de 
proteção vacinal e disponibilidade de novas 
vacinas. 
Estão definidos neste calendário: 
• os tipos de vacina;
• o número de doses do esquema básico e dos 
reforços; 
• a idade para a administração de cada dose;
• o intervalo entre as doses.
Nas unidades de saúde, os calendários e os 
esquemas vacinais para cada grupo-alvo devem 
estar disponíveis para consulta e afixados em local 
visível. 
// Calendário de Vacinação
// Calendário de 
Vacinação da 
Criança 
/ / C a l e n d á r i o d e V a c i n a ç ã o d a C r i a n ç a
Para crianças nos dois primeiros anos de vida, o 
calendário de vacinação prevê mais vacinas do que ao 
longo de toda a vida. Isso é necessário porque o sistema 
imune do bebê, ao nascer, ainda está em 
desenvolvimento, e os anticorpos maternos 
(passivamente adquiridos através da placenta) serão 
perdidos nos primeiros meses de vida. A vulnerabilidade 
dos recém-nascidos e lactentes às doenças infecciosas 
nos dois primeiros anos de vida é muito grande e, por 
isso, é necessário que desenvolvam rapidamente 
proteção para algumas doenças infecciosas que podem 
ser particularmente graves nessa época da vida. 
Importante lembrar que a imunização é uma medida de 
prevenção primária que deve ocorrer preferentemente 
antes da exposição do indivíduo aos agentes infecciosos. 
Considerando-se que a melhor época para proteger é 
antes da exposição, vacinar os recém-nascidos e 
lactentes jovens deve ser visto como um cuidado básico 
de saúde muito importante.
Vacinando os bebês, conseguimos diminuir a 
ocorrência de algumas doenças infecciosas em toda 
a comunidade e com isso reduzimos 
hospitalizações, gastos com medicações e 
mortalidade por essas doenças. Garantindo o 
esquema básicocompleto no primeiro ano de vida 
e os reforços e as demais vacinações nos anos 
posteriores, pretende-se atingir a proteção não só 
de um público-alvo específico, mas de toda 
comunidade. 
O calendário de vacinação da criança foi instituído 
em todo o território nacional pelo Ministério da 
Saúde (quadro 1), e as indicações estabelecidas em 
2020 permanecem vigentes até o momento.
/ / C a l e n d á r i o d e V a c i n a ç ã o d a C r i a n ç a
/ / C a l e n d á r i o d e V a c i n a ç ã o d a C r i a n ç a
A vacinação deve se iniciar ainda na 
maternidade, nas primeiras 24 horas, de 
preferência nas primeiras 12 horas após o 
nascimento. Nessa ocasião, devem ser 
administradas as vacinas BCG e a primeira dose 
da Hepatite B. A partir do segundo mês e até o 
fim do primeiro ano de vida, vacinas que 
protegem o bebê contra difteria, tétano, 
coqueluche, poliomielite, diarreia por rotavírus, 
doenças invasivas por Haemophilus influenzae
tipo B, doença meningocócica causada pelo 
sorogrupo C, doenças pneumocócicas e febre 
amarela serão administradas. A partir dos 12 
meses e até os quatro anos, a criança receberá 
vacinas contra o sarampo, caxumba, rubéola, 
varicela e hepatite A. Doses de reforço das 
vacinas recebidas no primeiro ano de vida 
serão também administradas.
Quando a vacinação é iniciada fora da idade 
idealmente recomendada, os esquemas podem ser 
atualizados, de acordo com a idade de início, 
respeitando os intervalos mínimos entre as doses, a 
exemplo a vacina rotavírus, considerando as idades 
limites para sua indicação. E também na primo 
vacinação para a tríplice viral (sarampo, caxumba e 
rubéola) ou tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e 
varicela) em crianças menores de 2 (dois) anos de 
idade e vacina febre amarela, visto que, neste caso, 
deve ser respeitado o intervalo de 30 dias entre as 
duas vacinas (mínimo de 15 dias), salvo em 
circunstâncias específicas a serem discutidas entre as 
três esferas do Sistema Único de Saúde.
A integração entre a equipe da sala de vacinação e as 
demais equipes de saúde pode evitar as 
oportunidades perdidas de vacinação (acesso aos 
outros setores da unidade de saúde sem aproveitar a 
oportunidade de atualizar a situação vacinal).
/ / C a l e n d á r i o d e V a c i n a ç ã o d a C r i a n ç a
// Tuberculose
Por ter causa desconhecida na época, a doença, assim 
como diversas outras, era vista como um castigo. Essa 
visão, no entanto, foi desmistificada por Hipócrates, na 
Grécia. O estudioso mostrou que a tuberculose era algo 
natural e passou a denominá-la de Tísica. A expansão da 
doença mundo afora se deu com o advento das guerras, 
que estreitavam o contato entre indivíduos. 
/ / T u b e r c u l o s e 
O bacilo causador da 
tuberculose (TB) foi 
descoberto em 1882 
pelo bacteriologista 
alemão Robert Koch, 
mas ela é uma das 
doenças mais antigas 
do mundo. Evidências 
da enfermidade já 
foram encontradas em 
ossos humanos pré-
históricos na Alemanha 
e há registros datados 
de 8.000 anos antes de 
Cristo. 
Fonte: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_K
och
Desde o século XIX, a doença era tratada com a 
terapêutica higieno-dietética que consistia em uma boa 
alimentação, repouso e incorporava o clima das 
montanhas. Para isso, os pacientes eram isolados em 
sanatórios e preventórios.
/ / T u b e r c u l o s e 
A partir do final do século XVIII, a enfermidade foi 
vinculada a duas representações:
A primeira a associava a uma doença romântica, que 
acometia principalmente poetas e intelectuais.
A outra, criada em fins do século 
XIX, vinculava-a a um mal social, 
visão que permaneceu durante o 
século XX. 
A tuberculose passou a 
ser mais bem 
compreendida nos séculos 
XVII e XVIII com o 
surgimento do estudo da 
Anatomia. Foi quando 
então a doença recebeu 
seu nome atual. 
No Brasil, em 1920, com a Reforma Carlos Chagas 
que deu origem ao Departamento Nacional de 
Saúde Pública, o Estado passou a estar mais 
presente na luta contra a doença, criando a 
Inspetoria de Profilaxia da Tuberculose. Na década 
de 1920, surgiram avanços no combate à doença 
com a invenção da vacina BCG, seguida da 
baciloscopia, a abreugrafia (um tipo de radiografia), 
o pneumotórax e outras cirurgias torácicas. Em 
função do conhecimento mais amplo da doença, o 
fator climático na sua cura passou a ser 
questionado. Com a descoberta da quimioterapia 
antibiótica específica na década de 1940 e a 
comprovação de sua eficácia ao longo das décadas 
de 1950 e 1960, o tratamento passou a ser 
ambulatorial sem a necessidade de internação, o 
que culminou na desativação dos sanatórios. O 
advento do tratamento com antibióticos, unido a 
medidas de profilaxia e simplificação do diagnóstico, 
ocasionou uma redução significativa no índice de 
mortalidade pela doença.
/ / T u b e r c u l o s e 
A partir dos anos 1990, apesar da crença de que a 
doença estava controlada, observou-se em várias 
regiões do mundo um crescimento de casos 
principalmente associados à infecção pelo HIV. De 
acordo com a Organização Mundial da Saúde 
(OMS), são registrados anualmente 5 milhões de 
novos casos de coinfecção no mundo. Estudos de 
autópsia apontam a TB como responsável por 33% 
das mortes de pessoas que vivem com HIV, mesmo 
entre os que foram tratados com antirretroviral de 
elevada eficácia. Outro dos grandes desafios 
enfrentados pelo Programa Nacional de Controle da 
Tuberculose (PNCT) é o aumento da forma da 
doença resistente ao tratamento habitual em 
diversos países nos últimos anos. 
/ / T u b e r c u l o s e 
A tuberculose continua sendo um importante 
problema de saúde pública mundial. Estima-se 
que em 2019, no mundo, cerca de dez milhões 
de pessoas desenvolveram TB e 1,2 milhão 
morreram devido à doença. Quanto aos 
desfechos de tratamento, em 2018, o percentual 
de sucesso de tratamento foi de 85% entre os 
casos novos. Em relação ao Brasil, o país 
continua entre os 30 países de alta carga para a 
TB e para coinfecção TB-HIV, sendo, portanto, 
considerado prioritário para o controle da 
doença no mundo pela Organização Mundial de 
Saúde (OMS). Em 2020, o Brasil registrou 66.819 
casos novos de TB, com um coeficiente de 
incidência de 31,6 casos por 100 mil habitantes. 
Em 2019, foram notificados cerca de 4,5 mil 
óbitos pela doença, com um coeficiente de 
mortalidade de 2,2 óbitos por 100 mil 
habitantes. 
/ / T u b e r c u l o s e 
Conhecer os indicadores epidemiológicos da TB é 
essencial para o planejamento de ações que visem 
o controle da doença nos diversos âmbitos. Além 
disso, permite a identificação de necessidades e 
situações que impõem desafios ao manejo da 
doença, principalmente diante do cenário atual de 
enfrentamento do novo coronavírus, o qual agravou 
a situação epidemiológica da TB no país e no 
mundo.
/ / T u b e r c u l o s e 
A tuberculose é uma doença 
infectocontagiosa sistêmica causada 
por qualquer uma das sete espécies 
que integram o complexo 
Mycobacterium tuberculosis: M. 
tuberculosis, M. bovis, M. africanum, 
M. canetti, M. microti, M. pinnipedi e 
M. caprae. Em saúde pública, a 
espécie mais importante é a M. 
tuberculosis, conhecida também como 
bacilo de Koch (BK). A forma pulmonar 
da doença é a mais frequente e de 
maior relevância para a Saúde Pública, 
responsável pela manutenção da sua 
transmissão, mas outros órgãos e 
sistemas podem ser comprometidos 
(tuberculose extra-pulmonar), 
incluindo sistema nervoso, ossos, rins 
e etc. A doença é tratável e curável na 
quase totalidade dos casos.
A doença não ocorre em todas as pessoas 
expostas e infectadas; estima-se que 10% das 
pessoas que foram infectadas pelo M. 
tuberculosis adoeçam: 5% nos primeiros dois 
anos após a infecção e 5% ao longo da vida (se 
não receberem o tratamento preventivo). A 
vulnerabilidade à doença e o risco de adoecer 
após contato com o doente bacilífero é maior em 
alguns grupos: crianças até dois anos de idade 
(daí a importância da vacina BCG ao nascimento), 
idosos eimunossuprimidos (incluindo HIV). A 
doença que ocorre logo após a primo-infecção é 
chamada TB primária. Quando o sistema imune 
consegue conter a infecção, os bacilos podem 
permanecer latentes por vários anos (infecção 
latente pelo M. tuberculosis – ILTB), podendo ser 
reativada anos depois (TB pós-primária). A 
infecção e adoecimento pelo M. tuberculosis não 
conferem imunidade, e recidivas podem ocorrer.
/ / T u b e r c u l o s e 
O homem é o reservatório do M. tuberculosis e a 
transmissão se faz por via respiratória, de uma pessoa com 
TB ativa pulmonar ou laríngea (caso fonte - bacilífero) que 
elimina aerossóis através da tosse, fala ou espirro para 
outra pessoa; outras vias de transmissão são raras. O 
doente é transmissor enquanto eliminar bacilos no 
escarro; após o início do tratamento, a transmissão 
diminui gradativamente e em geral é muito baixa após o 
15º dia de tratamento. Ambientes pouco ventilados e 
tempo prolongado de contato com o doente bacilífero
aumentam a chance de transmissão da doença. Crianças 
de até 10 anos de idade, mesmo aquelas com TB 
pulmonar, têm baciloscopia negativa e, em geral, não são 
consideradas como doente fonte na cadeia de transmissão 
da doença. Ambientes bem ventilados e com exposição à 
luz solar diminuem o risco de transmissão. Pacientes com 
ILTB não apresentam sintomas e não transmitem a doença 
e podem ser reconhecidos pela positividade ao teste 
tuberculínico (TT) ou ensaios clínicos de liberação de 
interferon gama (IGRA).
/ / T u b e r c u l o s e 
/ / T u b e r c u l o s e 
• A infecção pelo HIV é um desses fatores.
• O tempo decorrido da infecção até o 
desenvolvimento de TB ativa (maior risco de 
adoecimento nos primeiros dois anos após 
exposição).
• A idade menor que dois anos ou maior que 
60 anos e doenças e/ou tratamentos 
imunossupressores.
• Pessoas vivendo em situação de rua, privadas 
de liberdade e indígenas também apresentam 
maior vulnerabilidade à doença.
Alguns fatores aumentam o risco de 
adoecimento (progressão para TB 
ativa após infecção) 
/ / T u b e r c u l o s e 
A forma pulmonar da TB é a mais frequente e a mais 
importante em termos de saúde pública, mantendo a 
cadeia de transmissão. Além dos sinais e sintomas 
clínicos (sintomáticos respiratórios), o diagnóstico 
bacteriológico é fundamental em adultos. Podem ser 
realizados: baciloscopia direta, cultura para micobactéria
com testes de sensibilidade e Teste rápido molecular 
para tuberculose (TRM-TB). Além disso, pode-se fazer o 
diagnóstico por imagem (Radiografia de tórax, 
tomografia computadorizada do tórax, outros exames 
de imagem) e exames histopatológicos de amostras de 
tecidos obtidos por biópsia. Na criança, o diagnóstico da 
TB é mais difícil pois as formas de doença são 
abacilíferas e os sintomas inespecíficos. O diagnóstico da 
forma pulmonar da criança é feito pelo sistema de 
escore baseado em uma combinação de critérios 
clínicos, epidemiológicos, associados a teste 
imunológico não específico de infecção tuberculosa e à 
radiografia de tórax.
Importante!
É importante lembrar que toda 
pessoa diagnosticada com TB 
deve fazer o teste para HIV, visto 
que o diagnóstico precoce de 
infecção pelo HIV em pessoas 
com TB tem impacto significante 
no curso clínico da doença. A 
apresentação clínica da TB em 
pessoas vivendo com HIV pode 
ser diferente, dependendo do 
grau de imunossupressão, 
dificultando o diagnóstico.
/ / T u b e r c u l o s e 
Dentre as medidas de controle da TB 
disponíveis estão o diagnóstico e tratamento 
precoce, o tratamento da infecção latente dos 
contatos e a vacinação com BCG. O 
tratamento da tuberculose é padronizado 
pelo Ministério da Saúde, dura seis meses e é 
composto por quatro medicamentos para 
adultos e três medicamentos para crianças 
menores de 10 anos de idade; compreende 
duas fases: a intensiva (ou de ataque), e a de 
manutenção. Esquemas especiais e inclusão 
de outras drogas devem ser utilizados em 
situações específicas.
/ / T u b e r c u l o s e 
// Vacina BCG
/ / V a c i n a B C G
A vacina BCG protege contra formas graves e 
disseminadas da tuberculose - doença causada 
pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Foi 
inicialmente utilizada em 1921 por Léon Calmette
e Alphonse Guérin, na França, a partir de uma 
cepa atenuada de Mycobacterium bovis (causador 
de tuberculose em gado bovino) dando origem ao 
nome Bacilo de Calmette Guérin. É a única vacina 
licenciada para tuberculose e considerada pela 
Organização Mundial da Saúde como importante 
instrumento para proteção contra formas graves 
da doença, tais como tuberculose miliar e 
meningite tuberculosa; lactentes e crianças nos 
primeiros anos de vida são particularmente 
suscetíveis a essas formas da doença. A vacina 
BCG atua provocando uma primo-infecção artificial 
com um bacilo bovino atenuado, resultando no 
desenvolvimento de resposta imune específica 
que permitirá controlar uma eventual infecção 
virulenta, causada por M. tuberculosis.
/ / V a c i n a B C G
Sua eficácia para prevenir formas graves de TB, como a 
meningite tuberculosa e a tuberculose miliar (forma 
disseminada) é de cerca de 70%; embora não seja 
eficaz na prevenção completa da TB pulmonar, sua 
aplicação em massa reduz a morbidade e mortalidade 
por essa doença. Segundo o PNI, se não aplicada 
anteriormente, a vacina deve ser administrada em 
crianças menores de cinco anos de idade, 
preferencialmente em menores de um ano de idade, 
pois quanto menor a idade maior a eficácia deste 
imunobiológico. A Organização Mundial da Saúde 
(OMS) estima que, nos países onde a tuberculose é 
frequente e a vacina integra o programa de vacinação 
infantil, cerca de 40 mil mortes podem ser evitadas por 
coorte de nascimento, nos primeiros 15 anos. 
Em decorrência da situação 
epidemiológica da TB no país, 
a vacina BCG está 
recomendada para aplicação 
de dose única administrada o 
mais precocemente possível, 
preferencialmente nas 
primeiras 12 horas após o 
nascimento, ainda na 
maternidade. Caso não tenha 
sido administrada na 
maternidade, deve ser 
aplicada na primeira visita ao 
serviço de saúde.
/ / V a c i n a B C G
Até 2018, a vacina BCG utilizada no Brasil era da 
Cepa Moreau-Rio de Janeiro, produzida na 
Fundação Ataulpho de Paiva e aplicada em dose 
única de 0,1ml independentemente da idade. A 
partir de fevereiro de 2018, o Brasil passou a utilizar 
também a vacina da Cepa Moscou, produzida no 
Serum Institute of India. Ambas vacinas são 
liofilizadas, vivas e atenuadas, o estabilizante é o 
glutamato de sódio e devem ser reconstituídas com 
cloreto de sódio. Após a reconstituição, a vacina da 
Fundação Ataulpho de Paiva contém mais de 2,0 x 
106 unidades formadoras de colônia (UFC) do 
bacilo vivo e a vacina do Serum Institute of India , 
cada 0,1 mL contém entre 2 x 105 e 8 x 105 UFC. A 
dose recomendada para a vacina da cepa Moreau é 
de 0,1 ml independente da idade e para a cepa 
Moscou é de 0,05 ml para recém-nascidos até 11 
meses e 29 dias de idade e 0,1 ml para crianças de 
1 ano até 4 anos 11 meses e 29 dias. 
A vacina BCG (liofilizada) deve ser armazenada em 
temperatura entre +2ºC e +8ºC, protegida da luz. Após 
a reconstituição, a vacina tem validade de até 6 horas 
(mantida em condições adequadas de conservação) e 
depois de diluída com solução de cloreto de sódio e 
completa homogeneização, a vacina deve ser 
administrada exclusivamente por via intradérmica, na 
inserção do músculo deltóide direito, o que permite a 
fácil verificação da existência da cicatriz vacinal. Para 
aplicação de 0,05 ml, utiliza-se uma seringa com 
agulha acoplada e marcação única de 0,05 ml no 
cilindro. A dose de 0,1 ml deve ser feita com as 
seringas de 1 ml e agulhas 13x3,8 dec/mm ou 13x4,5 
dec/mm. 
Essa vacina pode ser administrada simultaneamente 
com as demais vacinas do Calendário Nacional de 
Vacinação. A comprovação da vacinação com BCG é 
feita por meio do registro da vacinação no cartão ou 
caderneta de vacinação,da identificação da cicatriz 
vacinal ou da palpação de nódulo no deltóide direito, 
na ausência de cicatriz.
/ / V a c i n a B C G
Quadro 1 – Calendário Vacinal da Criança até os 6 anos
/ / V a c i n a B C G
Após a vacinação, o local da aplicação sofre algumas 
transformações que evoluem de seis a 12 semanas 
da seguinte forma:
• Entre a 1ª e a 2ª semana após a administração 
surge uma mácula avermelhada que evolui para 
pústula com amolecimento central durante a 3ª e 
a 4ª semana. 
• Entre a 4ª e a 5ª semana, essa pústula se 
transforma numa úlcera (ferida aberta com 4 a 
10 mm de diâmetro) e entre 6ª e a 12ª semana, 
forma-se uma crosta e a lesão deixa uma cicatriz 
com 4 a 7 mm de diâmetro. 
Essa evolução ocorre em cerca de 95% dos 
vacinados; raramente essa evolução dura mais 
tempo (até 24 semanas) e em algumas poucas vezes 
pode haver recorrência da lesão, mesmo depois de 
ter ocorrido a completa cicatrização (reativação 
vacinal). Indivíduos anteriormente infectados 
(infecção natural ou vacinação) podem apresentar 
lesões maiores e de evolução mais acelerada 
(fenômeno de Koch), com cicatrização precoce. 
Durante toda evolução da cicatrização após 
administração da vacina BCG, não está indicado o 
uso de qualquer medicamento ou curativo no local; 
o único cuidado com a lesão é mantê-la limpa, 
usando água e sabão.
Evolução da lesão vacinal
/ / V a c i n a B C G
/ / V a c i n a B C G
Aproximadamente, 10% dos vacinados 
não desenvolverão cicatriz após 
aplicação da vacina BCG. 
Considerando-se que a ausência da 
cicatriz após a vacinação não é 
indicativa de ausência de proteção e 
que não há evidências dos benefícios 
da revacinação, o PNI, seguindo as 
orientações da OMS, não recomenda a 
revacinação em crianças que não 
desenvolveram cicatriz após a 
vacinação, mesmo se não houver 
formação de enduração quando 
realizado o teste tuberculínico. 
/ / V a c i n a B C G
A ausência de cicatriz após a vacinação, também, 
pode estar relacionada a erros em imunização. Assim, 
se no momento da administração houver perda de 
líquido ocasionando dose insuficiente, se 
administração de vacina ocorrer fora da validade ou 
se ela não estava acondicionada adequadamente, 
deve-se monitorar a evolução no local da aplicação 
periodicamente (a cada visita ao serviço).
O enfartamento ganglionar, homolateral (do mesmo 
lado) ao local da aplicação (axilar e supra ou 
infraclavicular, único ou múltiplo, não-supurado) 
ocorre em até 10% dos vacinados em 3 a 6 semanas 
após a vacinação e mede até 3,0 cm de diâmetro. 
Costuma ser firme, móvel, frio e indolor, e não se 
acompanha de sintomatologia geral. Evolui por 
tempo variável, geralmente, quatro semanas e 
permanece estacionário num período de um a três 
meses. Desaparece espontaneamente, sem 
necessidade de tratamento. 
A vacina BCG pode causar eventos adversos 
locais, regionais ou sistêmicos, que podem ser 
decorrentes do tipo de cepa utilizada, da 
quantidade de bacilos atenuados administrados, 
da técnica de aplicação e da presença de 
imunodeficiência primária ou adquirida no 
receptor da vacina. Indivíduos com resposta 
imune adequada, conseguem fazer o controle da 
replicação do bacilo vacinal e da resposta 
inflamatória; aqueles com imunodeficiência 
podem apresentar dificuldade nesse controle, 
ocorrendo disseminação do bacilo vacinal. 
A ocorrência de eventos adversos pode estar 
relacionada à vacina (cepa, meio de cultura 
utilizado, processo de atenuação, adjuvantes, 
estabilizadores ou substâncias conservadoras, 
lote da vacina), às técnicas de administração 
(agulha e seringa, local de inoculação, via de 
inoculação) e aos vacinados (idade, sexo, número 
de doses, eventos adversos às doses prévias, 
doenças concomitantes, doenças alérgicas, 
autoimunidade, deficiência imunológica).
Eventos adversos
/ / V a c i n a B C G
Os eventos adversos podem ser locais, regionais ou 
sistêmicos. As lesões locais e regionais são as mais 
frequentes e podem estar relacionadas à técnica 
incorreta na aplicação da vacina, particularmente a 
úlcera com diâmetro maior que 1 cm e os abscessos. 
São eventos locais e regionais: úlcera com diâmetro 
maior que 1cm; abscesso subcutâneo frio; abscesso 
subcutâneo quente; linfadenopatia regional não 
supurada maior que 3,0 cm; linfadenopatia regional 
supurada; cicatriz queloide; reação lupoide; granuloma. 
As úlceras não devem ser cobertas ou tratadas com 
medicamentos de uso tópico. Requerem tratamento 
com isoniazida até a solução do quadro: úlceras maiores 
que 1,0 cm que não cicatrizam após 12 semanas de 
evolução, abscesso subcutâneo frio, granulomas, 
linfadenopatia regional supurada. Os abscessos 
subcutâneos supurados devem receber 
antibioticoterapia. 
Os eventos adversos sistêmicos são raros, ultrapassam a 
topografia loco regional e podem acometer pele e 
linfonodos a distância, sistema osteoarticular e um ou 
mais órgãos; requerem tratamento com esquema 
tríplice para TB e é mandatório fazer investigação de 
imunodeficiência. A reação lupoide também deve ser 
tratada com esquema tríplice para TB.
/ / V a c i n a B C G
Situação em que uma lesão de BCG já cicatrizada volta a 
apresentar atividade: desde hiperemia na região da cicatriz até 
uma franca reativação, com possibilidade de disseminação. 
Pode ocorrer em indivíduos com diferentes condições de base, 
mas pode ocorrer sem fator desencadeante conhecido. Têm 
sido descritas como doenças associadas à reativação do BCG: 
infecção pelo HIV, após-transplante de células-tronco 
hematopoiéticas, uso de medicação imunossupressora pós-
transplante de órgãos sólidos, doença de Kawasaki, após-
infecções virais leves, após vacinação. Os casos leves em 
indivíduos sem imunossupressão não requerem tratamento; 
casos em pacientes imunossuprimidos podem requerer 
tratamento com isoniazida ou esquema para tratamento de TB.
Todos os eventos adversos à vacina BCG devem ser investigados 
e notificados. Como os eventos descritos no Brasil se baseiam 
na experiência brasileira com a cepa Moreau-Rio de Janeiro, a 
identificação da cepa associada ao evento adverso deve constar 
obrigatoriamente da notificação.
Reativação do BCG 
Fonte: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
05822021000100602&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 16 maio 
2021.
/ / V a c i n a B C G
Sempre que houver suspeita que um evento adverso 
ao BCG pode ser secundário a uma imunodeficiência 
de base, é necessário seguir um protocolo de 
investigação proposto pelo PNI: investigar história 
familiar (casos similares ou mortes precoces), infecção 
pelo HIV, realizar leucograma (com contagem de 
valores absolutos de células), avaliação (citometria de 
fluxo) dos valores de células TCD4+, TCD8+ , células B, 
Células NK , investigar doença granulomatosa crônica 
através do teste da di-hidro rodamina (DHR), avaliar o 
eixo interleucina 12/23-interferon-gama. Dependendo 
dos resultados desses testes e da evolução do 
paciente, encaminhar para um especialista. 
Importante!
Importante lembrar que 
qualquer evento adverso 
deve ser notificado dentro 
das primeiras 24 horas 
após a sua ocorrência, em 
qualquer unidade de 
saúde, de acordo com as 
recomendações do Manual 
de Vigilância 
Epidemiológica de Eventos 
Adversos Pós-Vacinação do 
Ministério da Saúde 
(BRASIL, 2020).
/ / V a c i n a B C G
Considerando que a vacina BCG é 
uma vacina com agente vivo 
atenuado, espera-se que o sistema 
imune do indivíduo vacinado 
controle a multiplicação e 
disseminação do agente vacinal. 
Quando um indivíduo com 
imunodeficiência primária ou 
adquirida é inadvertidamente 
vacinado, o agente vacinal pode se 
multiplicar e disseminar de forma 
descontrolada. 
Precauções e 
Contraindicações
/ / V a c i n a B C G
01
A vaciana deve ser adiada em indivíduos onde 
o risco de ausência do controle da replicação do 
agente vacinal pode existir: recém-nascidos com 
menos de 2.000 g, recém-nascidos contatos de 
indivíduos bacilíferos (só serão vacinados apósquimioprofilaxia), pacientes em uso de terapias 
imunodepressoras (quimioterapia antineoplásica, 
radioterapia, entre outros), pacientes em uso de 
imunossupressores, imunomoduladores ou 
corticosteroides em dose elevada (a vacina 
poderá ser aplicada 3 meses após o tratamento 
com imunossupressores). Filhos de mães 
infectadas pelo HIV deverão receber a vacina 
BCG ao nascimento ou o mais precocemente 
possível, se não vacinados ao nascer, a vacina 
está indicada para os lactentes assintomáticos e 
sem imunodepressão. 
/ / V a c i n a B C G
02
A vacina não deve ser aplicada em indivíduos 
com imunodeficiência primária ou adquirida, 
portadores de neoplasias, pacientes em 
tratamento com corticosteroides em dose elevada 
(equivalente à dose de prednisona de 2 mg/kg/dia 
para crianças até 10 kg ou de 20 mg/dia ou mais, 
para indivíduos acima de 10 kg) por período 
superior a duas semanas; recém-nascidos de mães 
que utilizaram durante os dois últimos trimestres 
da gestação drogas imunomoduladoras que 
atravessam a barreira placentária, tais como: anti-
TNF e anti-CD20. 
03 Acidentes com profissionais de saúde 
durante a aplicação da vacina BCG
No caso de contato acidental com a vacina 
BCG na mucosa ocular, lavar o olho 
acometido com soro fisiológico ou água; 
solicitar avaliação do oftalmologista após o 
acidente. É importante o uso dos óculos de 
proteção no momento da administração da 
vacina BCG a fim de evitar esse tipo de 
acidente. Nos casos de acidente 
perfurocortante com a vacina BCG, o local 
deve ser limpo com água ou soro fisiológico e 
assistência médica deve ser buscada se não 
houver resolução espontânea da lesão 
resultante.
/ / V a c i n a B C G
04
Contatos prolongados de portadores de 
hanseníase 
A vacinação será seletiva, nas seguintes situações: 
menores de 1 ano de idade não vacinados; menores 
de 1 ano de idade comprovadamente vacinados, 
mas sem cicatriz vacinal (aplicar nova dose de BCG 6 
meses após a dose anterior) a partir de um ano de 
idade, vacinados com uma dose, aplicar outra dose, 
respeitando o intervalo mínimo de seis meses entre 
as doses. Vacinados com duas doses não devem 
receber outra dose da vacina. 
05
Objetivo da vacinação BCG: evitar 
formas graves e disseminadas de TB 
que, junto com o diagnóstico e 
tratamento precoce da doença, visa 
diminuir seu impacto em Saúde 
Pública.
/ / V a c i n a B C G
// Considerações 
Finais
Chegamos ao final deste conteúdo. 
É importante destacar os seguintes 
pontos abordados:
// Considerações Finais
• As responsabilidades e ações de vacinação são 
compartilhadas pela União, pelos estados, pelo 
Distrito Federal e pelos municípios e devem ser 
pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite 
(CIT) e na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), 
tendo por base a regionalização, a rede de 
serviços e as tecnologias disponíveis.
• A imunização é uma medida de prevenção 
primária que deve ocorrer preferentemente antes 
da exposição do indivíduo aos agentes 
infecciosos.
• Para crianças nos dois primeiros anos de vida, o 
Calendário Nacional de Vacinação prevê mais 
vacinas do que ao longo de toda a vida.
// Considerações Finais
• A vulnerabilidade à doença e o risco de adoecer 
após contato com o doente bacilífero é maior 
em crianças até dois anos de idade (daí a 
importância da vacina BCG ao nascimento), 
idosos e imunossuprimidos (incluindo HIV).
• A vacina BCG protege contra formas graves e 
disseminadas da tuberculose, em especial as 
formas miliar e meníngea.
• A vacina BCG é considerada importante medida 
de controle da tuberculose, junto com o 
diagnóstico, o tratamento precoce e o 
tratamento da infecção latente dos contatos. 
Até a 
próxima!
// referências
r
e
f
e
r
ê
n
c
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s
 
/
/
Brasil. Ministério da Saúde - Calendário Nacional de 
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br/assuntos/saude-de-a-a-z-1/c/calendario-de-
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Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância 
em Saúde Ministério da Saúde. Boletim 
Epidemiológico Tuberculose 2021. Número 
Especial. Brasília; Ministério da Saúde, 2021.43 p. 
[acesso em: 15 maio 2021]. Disponível em: 
https://www.gov.br/saude/pt-
br/media/pdf/2021/marco/24/boletim-
tuberculose-2021_24.03
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância 
em Saúde. Departamento de Vigilância das 
Doenças Transmissíveis. Manual de Normas e 
Procedimentos para Vacinação/Brasília: Ministério 
da Saúde, 2014. 176 p. 
// referências
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Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância 
em Saúde. Departamento de Vigilância das 
Doenças Transmissíveis MANUAL DE 
RECOMENDAÇÕES PARA O CONTROLE DA 
TUBERCULOSE NO BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE 
Brasília DF 2019. 2. ed. [acesso em: 15 maio 2021]. 
Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual
_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_e
d.pdf
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância 
em Saúde. Departamento de Imunizações e 
Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância 
epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação 
[recurso eletrônico. 4. ed. – Brasília: Ministério da 
Saúde, 2020. 340 p. [acesso em: 15 maio 2021]. 
Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual
_vigilancia_epidemiologica_eventos_vacinacao 4. 
ed.pdf
Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo 
Cruz – Glossário de doenças: Tuberculose. [acesso 
em: 15 maio 2021]. 
https://agencia.fiocruz.br/tuberculose
Créditos de imagens
Banco de imagens Freepik
https://www.freepik.com
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
05822021000100602&script=sci_arttext&tlng=pt. 
Acesso em: 16 maio 2021.
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-
a-a-z-1/c/calendario-de-vacinacao . Acesso em: 15 
maio 2021.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Koch . Acesso 
em: 15 maio 2021.
Banco de ícones
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// Créditos

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