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Jemerson Santos do Monte Utilizar apenas na etapa de Exames Intra- Orais. Anamnese Clínica I INTRODUÇÃO Um bom dentista começa conhecendo seu paciente, devemos fazê-lo abrir a boca não apenas para o procedimento, mas para falar sobre ele mesmo. Cada paciente é um universo: Descubra-o: • Lar • Estrutura familiar • Trabalho • Grau de escolaridade • Lazer • Hábitos • Dieta (ácidos) • Problemas de saúde • Traumas • Emoções • Vícios (cigarro) Todos esses pontos podem influenciar nos problemas orais como por exemplo: estresse no trabalho que leva ao bruxismo, dia a dia corrido que impede 3 escovações diárias. Passos de atendimento iniciais: • Coleta de dados biográficos • Histórico médico • Exames físicos (P.A. / F.C. / F.R.) • Exames Extraorais • Exames Intraorais • Exames odontológicos MATERIAIS E EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS EPI ’s: • Pijama cirúrgico + Jaleco descartável • Gorro • Máscara n95 • Luvas • Face Shield Exames físicos: Etapa destinada a avaliar a Pressão Arterial (PA), Frequência cardíaca (F.C.) e Frequência Respiratória (F.R.). • Esfigmomanômetro • Estetoscópio • Termômetro • Cronômetro/Relógio Exames odontol ógi cos: • Kit Clínico para exames periodontais: ⮩ Bandeja ⮩ Pinça clínica ⮩ Explorador n° 5 ⮩ Espelho bucal ⮩ Sonda OMS • Kit para profilaxia: ⮩ Contra-ângulo + Micro-motor ⮩ Caneta de baixa rotação ⮩ Escova de Robson ⮩ Taça de borracha EXAMES CLÍNICOS • Subjetivo ➜ Anamnese Depende da observação do paciente. • Objetivo ➜ Exame Físico Exames físicos (pulsação, temperatura, odontograma, PSR, ISG) que o profissional faz sobre o paciente. ANAMNESE Do grego /Ana/, trazer de novo; /mnesis/, memória, ou seja, recordar. • Eventos ligados a biografia • queixa principal • história médica do paciente Estimular o paciente a falar Se aproximar do paciente se apresentando, acompanhar o paciente no mesmo ritmo, manter um diálogo saudável, respeitoso, descontraído, mas sem irreverência Empatia Conseguir se colocar no lugar do paciente e entender sua abertura em dar espaço para você cuidar da sua intimidade bucal. Observar o paciente, interpretação de gestos, fala e comportamentos Se o paciente retira a máscara e não demostra um sorriso, talvez ele tenha vergonha do seu sorriso, ou alguma condição que se envergonhe, ele pode ser também mais reservado. Caso ele se sente de forma encolhida, talvez não esteja à vontade, ou se ele sentar bem acomodado deve estar relaxado e aquilo é uma situação rotineira Não fazer perguntas tendenciosas O profissional não pode dizer o que o paciente está sentindo, pois mesmo que o paciente não esteja sentindo daquela forma, ele vai concordar pois você é a autoridade no assunto naquele momento. Ofereça escolhas caso o paciente não saiba explicar o que sente: “é uma dor longa ou rápida?”, “localizada ou difusa?”. Não emitir críticas Não podemos emitir opiniões, ou julgamentos sobre comportamentos ou descuidos com a saúde integral e bucal da paciente. Lembrar que o paciente também observa o profissional Manter a profissionalidade mesmo ao falar com os colegas, pois o paciente está ouvindo o que estão conversando. Não falar na frente do paciente que está com dificuldade ou não sabe fazer o procedimento, pois aumentará o medo do paciente, diminuirá sua credibilidade com ele. Dados biográficos • Nome: Atentar para como o paciente gosta de ser chamado. • Localidade: Ter uma ideia do saneamento básico ofertado para o paciente, suas condições sociais de habitação. • Ocupação: Observar se o trabalho favorece ou prejudica sua higiene bucal, ou se está intimamente ligado a algum problema apresentado. • Telefone: Procurar o maior número de formas de entrar em contato com o paciente para urgências ✅ Durante a anamnese o paciente fica sentado na mesma altura do profissional Não preencher a anamnese com luva Queixa principal • Por que o paciente procurou o profissional? Nem sempre coincide com problema principal, pois o paciente pode ter inúmeras cáries em dentes posteriores, mas se queixa apenas da fratura de um dente anterior. • Estímulo iatrotrópico (direcionamento do profissional), é a razão real para o paciente ter buscado auxílio em um determinado momento. Questionári o de anamnese • Paciente esteve/está sobre tratamento médico? • Já se submeteu a cirurgia? Anestesia? • Já realizou ou irá realizar tratamento com radioterapia? ⮩ Pois podem causar xerostomia, cáries por radiação, osteorradionecrose dos maxilares. • Usa quimioterápicos? ⮩ Bisfosfonatos podem causar osteonecrose • Perdeu/ganhou peso recentemente sem motivo aparente? ⮩ Podem indicar doenças metabólicas ou psicológicas • Está grávida? ⮩ Necessita de cuidados especiais • Consome bebida alcóolica? Qual? ⮩ Pode indicar desordens na metabolização de fármacos • Fuma? ⮩ Várias alterações orais decorrentes • Utiliza drogas? ⮩ Pode indicar desordens na metabolização de fármacos Pergunta sensível • Está utilizando algum fármaco? Qual a posologia ⮩ Importante para não ocorrer interações medicamentosas, dentre outras intercorrências ✅ Caso não saiba qual é, pedir para trazer a caixa ou receita do medicamento • Alérgico a alguma substância? ⮩ Evitar intercorrências • Já se submeteu a anestesia odontológica? ⮩ Evitar intercorrências. ❌ Sensação de rosto inchado é uma reação normal da anestesia. • Reação a iodo? ⮩ Às vezes é utilizado para descontaminação extraoral, substituindo a clorexidina 2%. • Tem ou teve algum problema cardiovascular? ⮩ Evitar intercorrências possivelmente fatais Importante fazer todas as perguntas para investigar possíveis problemas não diagnosticados. Em caso de pacientes hipertensos que tomam medicamento perguntar se está tomando corretamente os medicamentos. • Costuma ter pé ou pernas inchados? ⮩ Retorno venoso prejudicado. • Tem distúrbios da tireoide ou outras glândulas? ⮩ A tireoide regula o nosso metabolismo e dependendo do seu estado interfere na anestesia. • Paciente tem distúrbios sensoriais (visão audição)? ⮩ Impacta na nossa interação com o paciente, se tiver baixa visão ter um cuidado maior para ele tatear modelos de manequim. Se tiver problemas auditivos, falar claramente e pausadamente. • Infecção urinária ou problema na bexiga ou rins? ⮩ Podem ser indicativo de problemas renais, que afetam a excreção farmacológica. • Problemas no sistema hematopoiético e linfático? ⮩ Podem demonstrar problemas de coagulação. • Pacientes com problemas respiratórios ou dificuldade de respirar? ⮩ Além de ser indícios do COVID, não podemos deitar completamente a cadeira odontológica, pois ao fazer isso o diafragma é comprimido e o paciente fica com falta de ar. Além disso fica restrito o uso de alguns anestésicos. • Problemas no sistema gastrointestinal (estômago, fígado, intestino)? ⮩ No fígado temos a principal via de metabolização de fármacos. ⮩ No intestino temos uma importante via de absorção e excreção, assim como o estômago. Perguntas sobre anorexia e bulimia são perguntas sensíveis. • Problemas no sistema musculoesquelético? ⮩ Limitações nos movimentos para escovação, não tem coordenação para passar fio dental. Pacientes com osteoporose geralmente tomam bisfosfonatos. • Doenças Infectocontagiosas? Perguntas sensíveis • Histórico familiar de alguma doença? ⮩ Traçar uma probabilidade de doenças que o paciente pode ter e não saber • Histórico odontológico ⮩ Hábitos parafuncionais: ranger/apertar os dentes, morder tampa de caneta, morder a bochecha, roer as unhas EXAMES FÍSICOS • Pressão arterial (norma até 13/9 mmHg) • Pulso (Normal 60 - 90 bpm) • Temperatura(normal 36,8 ± 0,2°C) • Frequência respiratória (15 a 20 mov/min) • Glicemia • Glicemia em jejum (normal 70 - 99 mg/dL) Podem ser realizados quantas vezes forem necessário. Aferição da pressão arterial • Paciente não pode estar retendo a urina • Não estar sobre efeito de estimulantes (café, Coca-Cola, pré-treino, fumo, ou estar apresado) Materiais • Esfigmomanômetro analógico/digital • Estetoscópio • Coluna de mercúrio Orientações • Braço na altura do coração • braço esquerdo (preferencial) • Posicionar o esfigmomanômetro/tensiômetro 2 - 3 cm da fossa cubital (região mais funda da dobra do braço) • Deve abarcar 80% da circunferência do braço • Deixar livre 40% da porção superior do braço • Posicionar o estetoscópio sobre a fossa cubital para aferir a artéria braquial. Estimar a pressão sistólica do paciente: I. Palpando artéria radial. II. Inflar o manguito até desaparecimento do pulso. III. Somar +20 ou +30 mmHg, do momento em que o pulso sumiu. Passo importante para não subdimensionar a pressão do paciente. Início da aferição I. Afrouxar o manguito e aguardar 30 segundos II. Fechar a saída de ar e insuflar III. Após atingir a estimativa de pressão máxima, abrir lentamente IV. Primeira batida: pressão sistólica V. Desaparecimento das batidas: pressão diastólica Pressão sistólica X Diastólica mm/Hg Atenção: acima de 220 X 110mm/Hg Pulso • Dedos indicador e médio • leve pressão • artéria radial • pulsação/minuto (60 – 90 ppm) • Ou aferimos por 30seg e multiplicamos por 2 Outras artérias que podem ser utilizadas para aferir a pulsação: Cuidado ao aferir na artéria carótida para não estimular o nervo vago através do bulbo carotídeo, pois o paciente pode ter uma lipotimia ou síncope. Temperatura • Utilizar o termômetro digital/analógico • utilizar álcool 70% antes e depois para desinfecção digital: I. Zerar o painel apertando no botão II. Aguardaram sinal sonoro III. Ver o resultado no painel analógico: I. Baixar o nível de Mercúrio II. Ponta metálica em contato com a axila (5min) III. Observar a margem final da coluna Frequência respiratóri a • Exame observacional • Não comunicar o paciente de sua realização • Inspirações por minuto (15 – 20 IPM) • Ou observamos por 30seg e multiplicamos por 2 Dispneicos: com frequência respiratória aumentada, podem indicar insuficiência respiratória. Avaliação da Glicose Feito apenas quando o paciente apresenta de alguma forma sinais de distúrbios da glicemia. • Glicemia em jejum normal (mais de 2h:30min sem se alimentar): ⮩ até 110mg/dl • Glicemia pós-prandial (se alimentou nas últimas 2h): ⮩ até 145mg/dl • Hipoglicemia: ⮩ abaixo de 70mg/dl Materiais • Agulha • Fitas • Glicosímetro Exame Extraoral Exame que nos guiará a notar alguma lesão na cabeça, face, pescoço, lábios. Para esse exame utilizar luvas, jaleco descartável e face shield, além dos demais EPI’s (Pijama cirúrgico, gorro, máscara n95). Palpação: • Seios paranasais bilaterais • Seio frontal • Cadeias ganglionares submandibular e submentual • Linfonodos intraparotídeos e pré-auriculares • ATM, pedir para o paciente abrir e fechar a boca, avaliando estalido ou desvio. • Musculatura bucal (masseter, bucinador) • Linfonodos pós-auriculares e occipitais • Músculo esternocleidomastóideo (ECM) • Avaliar lábios do paciente Exame intraoral Esse exame irá avaliar palato, língua, assoalho bucal, freio labial e lingual, gengiva, mucosa jugal, região Retromolar. Para esse procedimento necessário trocar as luvas e lavar as mãos! • Lábio inferior • fundo de vestíbulo • Freio labial • mucosa alveolar • gengival • Mucosa jugal • Ducto das glândulas salivares maiores • Soalho de boca e ventre lingual, pedindo para o paciente pôr a língua no palato • Bordos laterais da língua, utilizando gaze • Região retromolar • Orofaringe, utilizando palito de madeira • Palato (Exame apenas visual) Alterações bucais que não requerem tratamento: Grânulos de Fordyce Acúmulo de glândulas sebáceas, assintomático, na mucosa jugal, lábio e região retromolar. Não requer tratamento. Língua Fissurada Língua do paciente apresenta “rachaduras”. Não requer tratamento • Nessas avaliações podemos utilizar dos 4 recursos semiológicos: ⮩ Inspeção (visão) ⮩ Olfação (olfato) ⮩ Auscultação (escuta) ⮩ Palpação (tato)
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