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0 FACULDADE SANTA MARIA CURSO DE BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO EMANOEL FERREIRA BRAZ ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE RESTAURO E INTERVENÇÃO DO CLUBE JATOBÁ DA CIDADE DE SÃO JOSÉ DE PIRANHAS-PB CAJAZEIRAS – PB 2020 1 EMANOEL FERREIRA BRAZ ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE RESTAURO E INTERVENÇÃO DO CLUBE JATOBÁ DA CIDADE DE SÃO JOSÉ DE PIRANHAS-PB Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Santa Maria (FSM), como requisito para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I. Orientador: Prof. Me. Rafael de Carvalho Costa Abrantes CAJAZEIRAS – PB 2020 2 EMANOEL FERREIRA BRAZ ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE RESTAURO E INTERVENÇÃO DO CLUBE JATOBÁ DA CIDADE DE SÃO JOSÉ DE PIRANHAS-PB Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Santa Maria (FSM), como requisito para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I. Aprovado em ____/_____/_______ BANCA EXAMINADORA _________________________________ Prof. Me. Rafael de Carvalho Costa Abrantes Faculdade Santa Maria - FSM Orientador _________________________________ Prof. Me. Filipe Valentim Afonso Faculdade Santa Maria - FSM Avaliador interno _________________________________ Prof. Ma. Mirela Davi de Melo Faculdade Santa Maria - FSM Avaliador interno 3 LISTA DE SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas BA Bahia IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas MAR Museu de Artes do Rio NBR Norma Brasileira PB Paraíba RJ Rio de Janeiro 4 LISTA DE FIGURAS Figura 01. Localização e entorno do Club Jatobá..............................................09 Figura 02. Construção antiga.............................................................................12 Figura 03. Prédio antigo......................................................................................12 Figura 04. Fluxograma metodológico..................................................................19 Figura 05. Interior do Hotel Rural........................................................................20 Figura 06. Localização e entorno do Castelo de Baena......................................20 Figura 07. Vista do castelo de Baena..................................................................21 Figura 08. Escultura Islâmica.............................................................................. 22 Figura 09. Planta Baixa do Castelo de Baena.....................................................23 Figura 10. Espaço Cultural do Castelo de Baena................................................23 Figura 11. Vista do castelo de Baena..................................................................24 Figura 12. Vista do castelo de Baena..................................................................24 Figura 13. Vista do castelo de Baena..................................................................25 Figura 14.Vista do museu de Arte do Rio............................................................26 Figura15. Localização e entorno do Museu do Rio..............................................27 Figura 16. Interior do MAR...................................................................................27 Figura 17. Interior do MAR...................................................................................28 Figura 18. Organização da edificação..................................................................28 Figura 19. Marcação dos ambientes....................................................................29 Figura 20. Acesso dos visitantes..........................................................................29 Figura 21. Cobertura do Museu............................................................................30 Figura 22. Marcação da edificação com marcação de pilares e coberta..............31 Figura 23. Museu Rodin........................................................................................31 Figura 24. Localização do Museu Rodin...............................................................32 Figura 25. Adaptações do Museu Rodin...............................................................33 Figura 26. Implantação da reforma........................................................................33 Figura 27.Diferenciação das edificações do Museu Rodin....................................35 Figura 28. Prédio novo com a passarela de ligação.............................................36 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 6 2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 8 2.1 Objetivo geral ........................................................................................... 8 2.2 Objetivos específicos ............................................................................... 8 3 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 9 3.1 Patrimônio histórico para uma cidade ...................................................... 9 3.2 Intervenção arquitetônica ......................................................................... 12 3.3 Espaço público como ferramenta de cultura ............................................. 15 4 METODOLOGIA................................................................................................. 16 4.1 Identificação da problemática .................................................................. 17 4.2 Revisão bibliográfica ............................................................................... 17 4.3 Análise de correlatos ............................................................................... 18 4.4 Elaboração do anteprojeto arquitetônico ................................................. 18 4.5 Fluxograma metodológico ....................................................................... 18 5 ANALISE DE CORRELATOS ........................................................................... 19 5.1 Castelo de Baena ................................................................................... 19 5.2 Museu de Artes do Rio ............................................................................ 25 5.3 Museu Rodin ........................................................................................... 31 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 36 6 1 INTRODUÇÃO O objetivo de uma intervenção e restauro é explicado pelos motivos relativos ao lugar, no sentido de proteger um bem cultural importante para memória coletiva da sociedade, aproveitando-o de maneira sentimental, cultural e econômica, tornando-o um bem empregado no cotidiano da população e repassando para as gerações futuras por meio de um marco histórico, garantindo, assim, sua manutenção como fala (BRAGA, 2013). Conforme Lyra (2005), observa-se que que, com o desuso de patrimônios, ocorre, na maioria das vezes, a destruição completa da obra com sua ruína ou demolição feita para construções de algum novo empreendimento e a busca em dá um novo uso, mas com reformas que o transformem radicalmente sua estrutura provocando alterações irreversíveis. Com isso perde-se a essência arquitetônica,cultural e histórica que a edificação representa para qualquer sociedade. Nesse sentido, verifica-se que essa essência cultural teve sua importância aumentada nos últimos anos, principalmente por promover o lazer, compreendendo músicas, danças e demais artes, onde as pessoas conhecem novas expressões artísticas (PORTO, 2011). Dessa forma, esses espaços culturais fazem com que a população tenha contato com diferentes culturas e artes de várias diversas características, desenvolver oficinas e cursos, marcar eventos sejam eles de dança ou alguma data comemorativa, pontos comerciais e criar aptidões e habilidades artísticas. Diante disso a população passará por um processo de amadurecimento cultural onde todos as faixas etárias e classes sociais poderão usufruir, tento individualmente como coletivamente (VILAR, 2017). O Clube Jatobá localizado na cidade de São José de Piranhas-PB, que possui cerca de 20.329 habitantes (IBGE, 2020), fundado em 1944, estando nos dias atuais abandonado e em estado de deterioração, sem uso a muito tempo, mesmo após passar por muitas restaurações que se mostraram ineficazes em trazer os velhos tempos. Embora a edificação não seja um edifício tombado, ele tem um valor de patrimônio cultural, ao qual a população da cidade tem muita afetividade, onde nele vários casais e historias foram criadas. É, conforme destacado por Braga (2013, p. 2) Mirela Davi Nota como fala? Mirela Davi Realce Mirela Davi Realce Mirela Davi Nota Achei meio solta essa informação Mirela Davi Realce Mirela Davi Realce Mirela Davi Nota há Mirela Davi Realce Mirela Davi Nota é o que? 7 “objeto, construção ou ambiente, a sociedade lhe atribua um valor especial, estético, artístico, documental, ecológico, histórico, científico, social ou espiritual e que constitua um patrimônio cultural essencial a transmitir às gerações futuras”. A relevância do clube para a cidade está diretamente conectada as pessoas se tornando um local de encontro, dança, de lazer, cultura e eventos onde foi palco de diversas convenções políticas/partidárias, shows sendo o mais famoso dele o do “Rei do Baião” Luiz Gonzaga. Como também de acordo com Marconi (2007, p. 15) “em seu local recreativo, muitos namoros foram iniciados, que resultaram em casamentos. Porém, teve também muitos finais de paixões amorosas”. Assim vemos como a relação ainda mais intima do clube com a população, como marcas ligadas a história e mudanças da cidade, onde são pontos de referência primordiais. Nesse sentido, apresenta relevância econômica, histórica, social e cultural. Portanto de maneira que o clube volte a funcionar como nós seus tempos áureos, vê-se indispensabilidade de incorporar um novo uso de forma que atenda várias gerações da cidade, tal qual um centro cultural. Como afirma Lyra (2005, p 53) “a obra arquitetônica, por ser uma arte eminentemente utilitária, necessita ser continuadamente usada para sobreviver. As ruínas, em sua maioria, são testemunhos de edifícios que ficaram ociosos”. A readaptação é uma das soluções para preservar a obra de arquitetura de valor cultural. Diante disso o anteprojeto proposto visa a reforma e ampliação do clube com o anexo de um centro cultural, de modo que consiga resgatar a memória afetiva da população ao mesmo que lhe designe novas atribuições, afim de atrair uma nova geração fazendo com que haja um engajamento e um amadurecimento sociocultural da cidade. Mirela Davi Realce Mirela Davi Realce Mirela Davi Nota Não está citado nas referências Mirela Davi Realce Mirela Davi Realce Mirela Davi Nota Ter cuidado com esses objetivos, pois configuram-se coisas que não são possíveis de serem asseguradas simplesmente pelo projeto arquitetônico, entende? Envolve fatores sociais e de apropriação que só são possíveis de serem verificados pela construção da reforma e educação patrimonial. 8 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Elaborar um Anteprojeto Arquitetônico de restauração e intervenção do Clube de Jatobá da cidade de São José de Piranhas-PB. 2.2 Objetivos específicos Proporcionar ampliação com o anexo de um bloco, para que haja harmonia do antigo com o novo; Propor atividades socioculturais no sentido de atrair uma nova geração, promovendo a geração de um amadurecimento populacional e de criação de relações com o ambiente; Apresentar a importância de um patrimônio histórico no desenvolvimento cultural da cidade. 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 Patrimônio histórico para uma cidade Mirela Davi Nota Elaborar um Anteprojeto Arquitetônico de intervenção no Clube de Jatobá da cidade de São José de Piranhas-PB. Mirela Davi Nota Essa harmonia não advém apenas por meio da construção de um anexo. Mirela Davi Realce Mirela Davi Nota como seria isso? Mirela Davi Nota Sugiro objetivos mais voltados para as particularidades do projeto, que podem ser verificadas nele Mirela Davi Nota Acho que poderia ter explicado brevemente de como se dá o processo de reconhecimento e tombamento do patrimônio... IPHAN e IPHAEP Mirela Davi Nota Sugestão de bibliografia: A alegoria do Patrimônio (Françoise Choay) Mirela Davi Nota Acho que os títulos dos tópicos poderiam ser melhores pensados... 9 Os patrimônios históricos são conhecidos por obras que foram com o tempo construídas e estão ligados diretamente à memória e identidade de uma região, trazendo consigo aspectos simbólicos e culturais, conforme destacado no artigo 1° do Capítulo 1, Decreto lei N° 25, de 30 de novembro de 1937: Art. 1º Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico (BRASIL, 1937). Verifica-se, então, a necessidade de preservar, por ser um patrimônio e está conectado com a história da cidade. Dessa forma, não é suficiente apenas preservar a edificação, como também a cultura e aspectos históricos, a exemplo de músicas de uma época, danças e relatos de pessoas que por lá passaram, conforme abordado por Lemos (1982). Nesse sentido, necessita-se garantir que os costumes e memórias sociais sejam preservados de forma integral, sendo aproveitados por quem utilizou o patrimônio e também pela nova geração. Assim, a preservação do patrimônio também é importante a em relação ao turismo para a cidade, um atrativo econômico e cultural, contribuindo para o desenvolvimento em vários setores, como afirma Camilo e Bahl (2017, p. 2) que se “deve proporcionar oportunidades responsáveis e bem geridas aos integrantes das comunidades receptoras, assim como deve proporcionar aos turistas a experimentação e a compreensão da cultura e do patrimônio”. Isso deve ser um dos incentivos, para que não ocorra da mesma forma como aconteceu em países como a Albânia e Moldávia, que após a substituição do comunismo para república, teve seu legado comunista praticamente extinguido, o que fez com que os países deixassem de ser um polo turístico, prejudicando a sua herança histórica a afetando economicamente, conforme apresentado por Feigenblatt (2020). Corroborando com essa perspectiva, Santin e Santos (2016, p. 576) destacam que “o sentimento produzido pela ausência de uma edificação muitas vezes só é percebido com a mudança da paisagem urbana, ou seja, quando um número maior de prédios ou outros elementos edificados deixam de existir”. Assim, evidencia-se a relevância da continuidade dos patrimônios históricos erguidos em meio a uma sociedade que cresce cada dia mais e acabam destruindo edificações de valor Mirela Davi Realce 10 históricos que colaboraram para a evolução da cidade e sua identidade. Isso acontece com a cidade deSão José de Piranhas, onde poucas obras além do clube não foram destruídas ou modificadas com o tempo como observa-se nas figuras 01, 02, e 03. Figura 01. Localização e entorno do Club Jatobá Edificações históricas da cidade Clube Jatobá Fonte: Googlemaps, 2020. Existem patrimônios classificados também como obras de arte, que com o passar do tempo certas obras e técnica arquitetônicas acabam por serem deixadas de lado pela constante evolução do homem e dos métodos construtivos, por não atenderem a determinados requisitos, ficando como resquícios e valores de um tempo passado na história de uma sociedade se tornando “produto especial da atividade humana a que se dá o nome de arte”, segundo Brandi (2013, p. 204). De acordo com Silva (2017), o patrimônio histórico está diretamente ligado ao passado de um grupo que o vivenciaram e que passa por uma ordem social de reconhecimento de um povo no presente em entender os processos que por ali passaram sejam eles festividades, ações políticas e seu bem material, cultural e arquitetônico que estão diretamente ligadas à sua memória coletiva. Dessa forma, percebe-se que os patrimônios precisam da assimilação do presente de forma que eles entendam sua representatividade em suas vidas e de seus antepassados, N Mirela Davi Nota Figura pouco ilustrativa. Mostrar localização na cidade e melhorar qualidade gráfica. Mirela Davi Realce Mirela Davi Nota O clube é protegido pelo IPHAEP? Não precisa ser para ter sua relevância local evidenciada, mas essa informação precisa está clara. Até para fomentar outros argumentos no referencial. 11 fazendo com que o patrimônio seja protegido, tendo um marco histórico físico ou imaterial, ostentando de maneira que outras gerações por vir o apreciem e entendam a evolução de sua sociedade. 3.2 Intervenção Arquitetônica A questão que aborda a preservação vem crescendo de forma que se vê a importância de preservar e manter viva a memória e identidade de um passado. Porém, por diversos fatores, como desuso, desgaste e até mesmo por empecilhos sociais, ficam sujeitos ao abandono da obra, onde passa a considerar alternativas que busquem a proteção de seu valor histórico preenchendo novas necessidades por meio de uma intervenção (NETO, 1992). Corroborando com essa perspectiva, Vieira e Almeida (2014, p. 2), destacam que: A intervenção define-se sobre uma realidade preexistente, que possui características e configurações específicas, com o objetivo de retomar, alterar ou acrescentar novos usos, funções e propriedades e promover a apropriação da população daquele determinado espaço. (VIERA; ALMEIDA, 2014, p. 2) A necessidade de se preservar vem desde os tempos da Idade Média em que várias provas da época buscavam uma identidade nacional com afirma (GALLI et al., 2016). Assim, por meio das intervenções e restaurações ao longo dos anos sempre se busca a transformação e até recuperação de uma edificação, de modo que ela transparecesse um tempo ou época que está diretamente ligada à história e representatividade de um povo. Diante disso, observa-se a importância de uma intervenção arquitetônica para uma área, a partir daí tem-se a necessidade de se ter objetivos para tal na qual atenda aos requisitos. Os objetivos de uma intervenção são nove segundo Vargas: Reforço da referência/identidade/diversidade; Otimização da infraestrutura; Recuperação do capital investido nas edificações; Valorização imobiliária; Adequação aos padrões atuais: socioeconômicos e tecnológicos; Valorização da gestão urbana (fins eleitoreiros); Geração de emprego e renda? (Construção civil); Aumento da arrecadação?; Dinamização da economia urbana através do turismo, Cultura e lazer (VARGAS, 2016, p. 4). Mirela Davi Nota Senti falta de referências importantes como as cartas patrimoniais e as posturas restaurativas de Boito, Brandi... Acho que seria importante aqui falar sobre as posturas de restauro existentes e dizer qual é considerada mais pertinente nos dias atuais. 12 A compreensão desses objetivos busca alcançar os melhores resultados possíveis para a região e edificação (VARGAS, 2016). Por exemplo o hotel Rural feito por Romulo Neto (Figura 2), é possível verificar uma edificação “casa” do séc. XVII, por onde ocorreu uma intervenção para transformá-la em um hotel, com a ampliação de quartos que são propícios a se comunicar e interagir com a casa de forma harmoniosa, sem grande contraste entre o novo com o antigo como se observa na (Figura 3), dando um novo uso e função, assim, preservando a casa antiga e deixando em seus moldes originais. Figura 04. Fachada do Hotel Rural Fonte: Archdaily, 2020. Figura 05. Interior do Hotel Rural 13 Fonte: Archdaily, 2020. Com isso, a intervenção e restauração têm seus conceitos estruturados de acordo com o patrimônio na qual se dará as alterações e ampliações seguindo o que já foi criado consequentemente se adequando de maneira eufônica, na tentativa ao máximo de se seguir o conceito do projeto inicial, de acordo com Brandi: Não com base nos procedimentos práticos que caracterizam a restauração de fato, mas com base no conceito da obra de arte de que recebe a qualificação [...] pelo fato de a obra de arte condicionar a restauração e não o contrário (BRANDI 2004, p.28). A necessidade da intervenção justifica-se, em sua maioria, pelo fato da obra se tornar obsoleta provocada por causas naturais e sociais e até de sua utilidade que por questões da evolução humana fez no tempo se perder sua serventia e tornou-se abandonada, onde apenas se torna uma memória física e material do que um dia já foi, mesmo com a sua grande representatividade de acordo com (NETO, 1992). A intervenção de uma construção ela pode-se dar de várias maneiras e níveis em meio a uma cidade, dependendo da sua análise e do que foi proposto pelos seus idealizadores, podendo ela ser modificada de forma total ou parcial, como afirma Brolin, em termos gerais, uma reforma apresenta três graus de interferência no projeto original, a saber: RADICAL: quando os novos elementos intencionalmente contrastam com o existente, pelas intenções projetuais ou tratamento a nível de material, cor, textura, etc. Há um choque em termos formais paralelo ao de termos funcionais. 14 EQUILIBRADO: quando se procura associar harmonicamente os acréscimos ou modificações ao que já existe, o que pode ser feito através da repetição de tipos, unificação de motivos e tratamento cromático, mas nunca de maneira dissimulada, isto é, promovendo algum tipo de "falsificação" da obra. SUTIL: quando há um respeito completo ao que existe previamente, tanto em função dos novos componentes sugeridos como dos novos usos previstos. Muitas vezes, é bastante difícil identificar o que foi reformulado (BROLIN, 1984). Dessa forma, a Intervenção e restauração vêm como um grande aliado para patrimônio históricos e culturais afim de preservar uma constatação física de um tempo passado que tem um grande significado para uma população se não uma parte significativa dela, em que sua preservação e seu uso manifestará na criação de memorias e laços de uma nova geração, que irão manter e conservar o legado, o tornando um local de novas vivências. 3.3 Espaço Público Como Ferramenta de Cultura Com base em Indovina (2002) os espaços públicos não são apenas fatores para formação de cidades, mas sim a própria cidade, pois neles é onde acontece a vida urbana, onde os cidadãos vão em busca de interações sociais independentemente de gênero, idade ou cor, lugar esse em que eles podem ser livres e expressar suas artes, religiões, culturas e até mesmo as suas conotações políticas, assumindo assim o papel de símbolo, oferecendorepresentatividade para a cidade. Portanto os espaços públicos são também sociais em que nele ocorre uma grande dinâmica social por parte de seus usuários que procuram beneficiar-se, por ser um local de encontro troca experiências aprendizado e artes, sendo as pessoas as principais agentes determinantes de como irão se inserir no local criando espaços físicos ou psicológicos perante ao local, segundo (SEGUEIRA, 2015). Um local em que se tenha integração em diferentes universos de uma cidade por onde haja um engajamento no valor proporcionando contato com diferentes culturas guileentif fala que: Humanidade que se concretiza num colectivo de indivíduos dotados dos mesmos instrumentos cognitivos, indivíduos que, por isso, independentemente das suas origens e da sua localização concretas, podem entender-se sobre uma mesma visão do mundo (GILEENTIF, 2008, p. 18). Mirela Davi Nota Acho que não precisaria dessa discussão sobre espaço público e cultura. É melhor se deter mais as questões projetuais sobre intervenções, reunindo referências que embase a tomada de decisões para elaboração do projeto. 15 A partir daí de acordo com Silva (2018) observa-se que um centro cultural comunitário funciona sobre os princípios de um espaço público de uso controlado. O acesso a ele deve ser aberto a toda a comunidade, sem distinção ou preconceitos, desde que sejam respeitados os padrões de convivência, no qual todo o cidadão tem direito a usufruir do local, desenvolver suas atividades, além de serem o principal elemento de proteção, respeitando os espaços e limitações, assim mantendo o ciclo de seu bem e limitações, assim mantendo o ciclo de seu bem funcionando, já que o local será usado por muitas outras pessoas. A cultura tem seu valor para sociedade em diferentes graus, por ser uma grande troca de interações que ocorrem de maneira suave, certas vezes nem percebida e podendo ser um breve momento ou ser passadas entre várias gerações seja elas familiares ou grandes festas tradicionais de uma cidade, sendo assim sua força dimensionada pela sua contribuição no cotidiano das pessoas, Wittgenstein (2019, p. 17) destaca: Uma cultura é como uma grande organização que atribui a cada um dos seus membros um lugar em que ele pode trabalhar no espirito do conjunto; e é perfeitamente justo que o seu poder seja medido pela contribuição que consegue dar ao todo (WITTGENSTEIN, 2019, p. 17). No que concerne os benefícios da cultura em prol da cidade observando o seu bem-estar e qualidade de vida que aspira proporcionar, com base na sua acessibilidade e liberdade, na qual busca proporcionar a seus agentes, que vão a procura de se satisfazer pessoalmente através de vivencias tano individuais como coletivas, sem amarras provocadas por olhares estranhos que muitas vezes inibem e julgam, como diz Costa et al (2017, p. 46): Esta relação entre cultura, bem-estar e qualidade de vida pode ser vista de várias perspectivas. As atividades culturais geram bem-estar e qualidade de vida, diretamente, através da sua fruição (pelas experiências que proporcionam, pela satisfação que geram, por exemplo), através da capacidade de expressividade e performatividade que lhes está associada (pela expressão das pulsões criativas que permitem, pela expressão identitária ou dos valores de grupo, entre outros aspetos (COSTA et al., 2017, p. 46). Ainda de acordo com Costa et al (2017), a experiência da cultura na cidade ela vem potencializa a expressividade artística e culturais dos indivíduos, abrindo oportunidade e reproduzindo um valor para as artes através do reconhecimento da população que consequentemente vem com o seu amadurecimento cultural, assim 16 como conjuntamente proporcionar a criação de uma identidade na cidade com a ligação em relação aos bens públicos acerca da significação da usa preservação. Portanto, vale ressaltar que os espaços públicos são importantes para as pessoas, e quando apresenta as características de acessível, confortável e sociável, é considerada bem-sucedida. Dessa forma, é fundamental analisar como eles auxiliam no desenvolvimento da cidade e no seu crescimento tanto no enriquecimento de uma edificação, como na memória coletiva da população de forma que produza um amadurecimento cultural. 17 4 METODOLOGIA A metodologia foi feita com base em Gerhardt e Silveira (2009) por ser um estudo organizado a fim de demonstrar o caminho para se chegar ao resultado final, indo em encontro aos seus tipos de natureza, abordagem e objetivos. Assim a presente pesquisa em relação a sua abordagem ela é qualitativa, onde não se preocupa com números, mas sim no estudo da realidade, analisando a dinâmica das relações sociais. Já sua natureza ela é aplicada que tem como objetivo a solução de problemas específicos de interesses locais, que é o caso do Clube Jatobá da cidade de São José de Piranhas/PB. Quanto a seu objetivo ele é exploratório, no qual visa proporcionar maior familiaridade do problema, com estudos bibliográficos e análise de correlatos. 4.1 Identificação da Problemática A identificação da problemática se deu por meio de visitas in loco e pesquisa sobre o tema, ao qual foi observado o seu estado atual, em visitas de uma semana, de forma que se notou que devido ao desuso do Clube Jatobá, Pedra fundamental da história de São José de Piranhas segundo (MARCONI, 2012), acabaria por se tornar ruína ou ser demolido para construção de outra obra. A partir daí vê-se a necessidade de preservar esse bem, onde evidencia-se a importância de manter viva esse elemento tão relevante para a cidade, de maneira que ele perdure por muito mais tempo, fazendo parte da memória de muitas outras gerações, diante disso a pesquisa irá auxiliar no progresso de um anteprojeto de intervenção no Clube Jatobá, por meio do desenvolvimento da cultura na cidade. 4.2 Revisão bibliográfica Para a fundamentação teórica do trabalho, foi feita por meio de pesquisas bibliográficas que tem como finalidade a compreensão e investigação do tema abordado, se deu a partir de livros, teses, artigos científicos e revistas. Foram selecionados autores relevantes ao tema e de preferência entre os anos de 2013 e Mirela Davi Realce Mirela Davi Realce Mirela Davi Realce 18 2020. A pesquisas se deram principalmente pelas plataformas do Portal de Periódicos (CAPES) e o Google Acadêmico. Dentre os autores os principais consultados como fonte de pesquisa na pesquisa, ao quais foram primordiais na fundamentação teórica do me trabalho, por possuírem ideias que coincidem ao que será proposto. Entre eles está Brandi que foi uma grande referência na área do restauro com técnicas, proteção de obras, salvaguarda e restauro de obras de arte e arquitetônica, outro autor é Lemos que é Professor Titular no Departamento de História da Arquitetura e Estética da faculdade de arquitetura da Universidade de São Paulo, no qual tem grandes contribuições na área de preservação de patrimônios públicos e posterior tem-se Wittgenstein considerado um dos principais filósofos do século passado, ao qual seus interesses incluem de literatura à música, da filosofia da cultura à história. 4.3 Análise de projetos correlatos Para a realização dessa análise será escolhido três projetos que tenham maior compatibilidade com o trabalho proposto, onde serão escolhidos em diferentes localidades partindo do macro para o micro. O método escolhido para a produção dessa análise foi o método de Baker (1998), no qual ajudará a entender os seguintes projetos, apresentando aspectos construtivos e culturais. Genius Loci: Falar do lugar, seja ele natural ou construído e suas características e como influenciaram diretamente o projeto; Identidade: Analise do contexto histórico e culturalno qual a obra se relaciona; Iconologia: Entendimento das inspirações usadas para o progresso do conceito do projeto e seus significados; Significado do uso: Qual o intuito foi dado ao projeto; Plástica: Estudo sobre as formas do projeto; Estrutura e materiais: Analisar além das estruturas utilizadas, materiais, técnicas construtivas e suas justificativas. 4.4 Elaboração do Anteprojeto Arquitetônico Mirela Davi Realce Mirela Davi Realce Mirela Davi Nota você já fez Mirela Davi Realce 19 A elaboração do anteprojeto arquitetônico se dará pelo método de Neves (1998) ao qual ele se dividido em duas etapas, em que a primeira é a coleta e análise das informações, na qual se subdivide em aspectos conceituais do tema e aspectos físicos do terreno encontrado, já a segunda etapa ela é a adoção do partido arquitetônico, onde serão processadas as ideias básicas para a adoção do partido, ideias nos planos horizontais e verticais e o ajuste dimensional das ideias. Será o desenvolvimento do anteprojeto de intervenção e restauro, respaldado por todas as análises e dados da pesquisa bibliográfica, levantamentos e projetos correlatos. Assim serão definidos toda a parte funcional e opções projetais do Clube Jatobá de São José de Piranhas/PB. A progressão do projeto se dará por meio da utilização dos seguintes softwares que serão: O AutoCAD, Sketchup e o V-ray. O anteprojeto de intervenção e restauro será apresentado por meio de plantas baixas, cortes, fachadas, perspectivas e memorial descritivo. 4.5 Fluxograma metodológico O fluxograma metodológico é um instrumento muito importante na metodologia da pesquisa, porque apresenta as etapas que são necessárias para a realização da pesquisa, bem como a ordem dessas etapas. Com isso, é possível seguir os passos para o alcance dos objetivos. O fluxograma a seguir mostra as etapas do estudo, que são: identificação da problemática, revisão bibliográfica, análise de correlatos, elaboração do anteprojeto e considerações finais. Mirela Davi Nota é uma etapa? Mirela Davi Nota Senti falta de ver as etapas de forma mais estratificada. E o histórico da edificação... mapa de danos, essa caracterização do objeto onde se insere no trabalho? 20 Figura 04. Fluxograma metodológico Fonte: Elaborado pelo autor, 2020. 21 5 ANÁLISE DE PROJETOS CORRELATOS 5.1 Castelo de Baena Localização: Baena, Espanha; Ano: séc XII; Data da execução: 2015; Arquiteto responsável: José Manuel López Osorio Área construída: 4250 m²; Figura 05. Castelo de Baena Fonte: ArchDaily, 2013. 5.1.1 Genis Loci O Castelo (Figura 06) fica localizado na Espanha na cidade de mesmo nome Baena na região da Andaluzia, onde se insere próximo a museus e igrejas como o Museu histórico de Baena e do Convento de Madre de Dios, ao qual é uma cidade milenar com muitos patrimônios históricos que remetem a um tempo diferente, demonstrando sua grande diversidade cultural, com influências mulçumanas, onde hoje sua população é cerca de 21 mil habitantes. De forma que ele está inserido em um contexto histórico da cidade e em seu entorno encontra-se museus e igrejas. https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/min_area/3400/max_area/5100?ad_name=project-specs&ad_medium=single Mirela Davi Nota Quais os critérios para escolha dos correlatos? 22 Figura 06: Localização e entorno do Castelo de Baena Patrimonios Historicos de Baena Castelo de Baena Fonte: Google Maps 2019, editado pelo autor. 5.1.2 IDENTIDADE Ao que tange a identidade, estudos de arqueólogos, dataram que o castelo (Figura 07) ao longo de seus anos recebeu influencias de distintas culturas que o usufruíram da obra de diversas formas, alterando sua arquitetura e estrutura, que começou com uma estrutura islâmica transformada em uma fortaleza Cristã por volta do sec. XIV, depois se transformo em castelo no séc. XVI e por último teve seu pátio de armas utilizado como deposito de agua. N 23 Figura 07. Fachada do Castelo Baena Fonte: Google Maps, 2019. 5.1.3 ICONOLOGIA É uma cidade situada no Sul da Andaluzia mais precisamente na província de córdoba, na qual é uma cidade milenar, com fortes influencias árabes, ao qual está repleta de referências a essa cultura com várias esculturas no castelo (Figura 08), em museus da cidade e em ruas do seu entrono, além também como se observa em partes do castelo e em bases para seu restauro. Figura 08. Escultura Islâmica Fonte: Google Maps, 2019. 24 5.1.4 SIGNIFICADO DO USO O Castelo de Baena ao longo dos seus anos sofreu várias reformas e mudanças em sua estrutura, e o seu uso acompanhou essas mudanças de acordo com a necessidade da época, como uma fortaleza no séc. XIV, transformação definitiva em castelo, local de armazenamento de agua com grandes bolsões e hoje (Figura 09) em dia com a intervenção ocorrida em 2016 não foi diferente, onde teve a reconstrução de suas torres para visita e a transformações dos antigos depósitos de agua que hoje em dia se transformam em espaços culturais para músicas e teatros (Figura 10). Figura 09. Planta baixa do Castelo de Baena Acessibilidade e visitas Espaços culturais Fonte: ArchDaily Brasil, 2016, editado pelo autor Figura 10. Espaço Cultural do Castelo Baena 25 Fonte: Google Maps, 2019. 5.1.5 PLÁSTICA A plástica se deu de maneira com a adição de blocos de pedra arenita feitos artesanalmente na intenção de se criar uma relação com as muralhas danificadas (Figura 11) com o tempo e seu entorno, que mostra uma bela interpretação aos elementos. Além de locais bem iluminados que permeiam de forma agradável, ao qual adequa-se a edificação ao seu novo uso, também com a adição do uso da madeira em passarelas (Figura 12) que busca deixar os ambientes mais acolhedores. Figura 11. Vista do Castelo de Baena Fonte: ArchDaily Brasil, 2016. 26 Figura 12: Vista do Castelo de Baena Fonte: ArchDaily Brasil, 2016. 5.1.6 ESTRUTURA E MATERIAIS Com o reconhecimento das ruínas, as paredes levantadas foram feitas de blocos arenito e porcas e arruela de aço inox, que está ligado diretamente ao concreto armada assim formando o corpo da edificação, a qual a de acordo com o tempo e dependente do seu uso pode ser desmontada afim de facilitar as transições de um novo uso (Figura 13). Figura 13. Vista do Castelo de Baena Fonte: ArchDaily Brasil, 2016. 27 5.2 MUSEU DE ARTE DO RIO – MAR Ficha Técnica: Localização: Rio de Janeiro-RJ, Brasil; Ano: 2013; Data da execução: 1992-1994; Arquiteto responsável: Bernardes + Jacobsen Arquitetura Área construída: 11240 m²; Figura 14. Vista do museu de Arte do Rio Fonte: ArchDaily Brasil, 2013. 5.2.1 GENIS LOCI O museu de arte do rio (Figura 15) fica localizado no centro da cidade do Rio de Janeiro ao qual passou por um projeto de revitalização chama “operação urbana porto maravilha” do centro carioca, afim do aumento na valorização do patrimônio histórico e a promoção do desenvolvimento social e econômico da região, ao qual ele e outros pontos do Rio de Janeiro passaram, como Museu do amanhã, Ministério da Justiça, Coordenadoria Regional da Educação, além de praças e comércios. Seu entorno é cercado por 4 vias, sendo duas delas Avenidas com o fluxo maior de pessoas e transportes. Próximo à orla, conta com algumas edificações de grande expressão nas proximidades: O Pier Mauá, um galpão de festas próximo a uma área portuária e o Boulevard Olimpico, o BoulevardOlímpico, um grande calçadão que se estende até o Museu do Amanhã. https://www.archdaily.com.br/br/office/bernardes-plus-jacobsen-arquitetura?ad_name=project-specs&ad_medium=single 28 Figura 15. Localização e entorno do Museu do Rio Edificações culturais Museu de Arte Rio Fonte: Arquivo Pessoal, 2020. 4.3.2 IDENTIDADE O museu MAR veio para promover a interpretação horizontal da história urbana, estrutura social, vida simbólica, conflitos, contradições, desafios e expectativas sociais da cidade, afim de incentivar a interação das pessoas suas exposições combinam as dimensões históricas e contemporâneas da arte por meio de exposições nacionais e internacionais de longa e curta duração (Figura 16 e 17). Além de agrega uma missão artística à educação pública por meio de sua Escola do Olhar. N 29 Figura 16. Interior do MAR Fonte: ArchDaily Brasil, 2013. Figura 17. Interior do MAR Fonte: ArchDaily Brasil, 2013. 5.2.3 ICONOLIGIA A cidade do Rio de Janeiro é de longe uma das grandes cidades históricas do Brasil por onde foi palco de vários eventos e o MAR não defere dela, por ser uma intervenção feita em dois prédios de vasta história e cultura que são o Palacete Dom João e o prédio da Polícia e a antiga rodoviária do Rio (Figura 18), esse primeiro sendo tombado pelo Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural. 30 Figura 18. Organização da edificação Fonte: ArchDaily Brasil, 2013. 5.2.4 SIGNIFICADO DO USO Foi determinado que o palácio (Figura 19 e 20) deveria acomodar a sala de exposição do museu devido ao seu grande teto e estrutura livre. O prédio da polícia será utilizado para a Escola do Olhar, o auditório, a sala de exposições multimídia e as áreas administrativa e de pessoal do complexo. O piloto, agora usado como rodoviária, se tornará um grande foyer de todo o projeto, incluindo uma área de exposição de esculturas. Sob a forma de uma passarela suspenso, que fará a ligação e circulação dos visitantes entre os dois edifícios. A Marquise da Rodoviária é um elemento tombado pelo patrimônio da cidade e será utilizada para banheiros, depósitos e cargas e descargas, e depósitos. Figura 19. Marcação dos ambientes Fonte: Adaptado de ArchDaily Brasil, 2013. Prédio da polícia Antiga rodoviária Exposições Loja Estacionamento e depósito Praça Praça Auditório Anfiteatro Exposições Escola do olhar + Funcionários Coberta Adaptada 31 Figura 20. Acesso dos visitantes Fonte: Adaptado de ArchDaily Brasil, 2013. 5.2.5 PLÁSTICA No prédio da polícia foi proposto a supressão do último pavimento para que a altura dele ficasse equilibrada com a do prédio antigo do lado. Foi mudado todo o fechamento do prédio da polícia, compondo o fechamento de perfis de vidro, tornando visível toda a estrutura do interior do prédio, revelando os pilotis. A marca principal do projeto se dá por sua coberta suspensa e abstrata, podendo ser vista da praça de Mauá até o Morro da Conceição, ela tem características que referem ao mar (Simulando a ondulação da água) que fica próximo à edificação (Fiigura 21). Museu Terraço Bar + Bistrô Auditório Escola do Olhar Administração 32 Figura 21: Coberta do Museu do Rio Fonte: ArchDaily Brasil, 2013. 5.2.6 ESTRUTURA A estrutura do prédio da polícia se dar por pilotis em sua grande parte, com um ar moderno e estático sem a presença de jogos de volumes, sua fachada de vidro possibilita a transparência do prédio. Foi feito um pequeno complexo para igualar a altura dos prédios, depois disso se deu a coberta (Figura 22), uma espécie de onda de estrutura metálica elevada por pilotis, trazendo leveza para o prédio e ligação entre os dois complexos. A antiga rodoviária possui a estrutura do tempo de sua construção, sendo realizado um estudo de cargas para suportar a coberta. 33 Figura 22: Maquete da edificação com marcação de pilares e coberta Fonte: ArchDaily Brasil, 2013. 5.3 MUSEU RODIN Ficha Técnica: Localização: Salvador - BA, Brasil; Ano: 2002; Data da execução: 1912; Arquiteto responsável: Brasil Arquitetura Área construída: 3055 m² Figura 23. Museu Rodin Fonte: Arch Daily, 2007. Coberta Pilotis https://www.archdaily.com.br/br/01-108254/mar-museu-de-arte-do-rio-bernardes-jacobsen-arquitetura/57469d56e58ecebb96000179-mar-nil-rio-art-museum-bernardes-jacobsen-arquitetura-photo https://www.archdaily.com.br/br/01-108254/mar-museu-de-arte-do-rio-bernardes-jacobsen-arquitetura/57469d56e58ecebb96000179-mar-nil-rio-art-museum-bernardes-jacobsen-arquitetura-photo https://www.archdaily.com.br/br/office/brasil-arquitetura?ad_name=project-specs&ad_medium=single https://www.archdaily.com.br/search/br/projects/min_area/2444/max_area/3666?ad_name=project-specs&ad_medium=single 34 5.3.1 GENIS LOCI O museu Rodin (Figura 24) fica localizado na cidade de Salvador, em uma região concentradora de casarões construídos entre os séculos 19 e 20, que em sua grande maioria são obras tombadas de patrimônio históricos e culturais essenciais para a cidade e por onde o palacete Comendador Catariono se destaca por ter se tornando o primeiro imóvel de estilo eclético tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), em 1986 proposto pelo antropólogo Thales de Azevedo. Figura 24. Localização do Museu Rodin Museu Rodin Fonte: Google Maps, 2020. 5.3.2 IDENTIDADE Para a construção no do Museu Rodin, por ser uma filial Francesa, a busca se deu por achar uma obra que retratasse a cultura Francesa em sua cultura, ao qual o Palacete comendador se encaixava perfeitamente, de maneira que as alterações na edificação em si foram mínimas, levando a construção de um outro bloco (Figura 25) voltado já a uma arquitetura moderna, que se conectasse harmonicamente preservando a obra em si e suas características do seu tempo, de grande valor cultural para a cidade, onde acolheu a Secretaria Estadual da Educação e Cultura e os Conselhos Estaduais de Educação e de Cultura. N 35 Figura 25. Adaptações no Museu Rodin Fonte: Arch Daily, 2007. 5.3.3 ICONOLOGIA O projeto se deu pela busca de um local de significado histórico e cultural, em que o museu se transformasse em um pedacinho da França no Brasil, assim criando uma filial do Museu Rodin, localizado na França, as intervenções feitas no Palacete foram de que se adequasse ao novo uso do local, típicas de museu, com lugares públicos, de acervo, circulação e entre outros, além de um novo bloco (Figura 26). Figura 26. Implantação da reforma Fonte: Arch Daily, 2007. Prédio antigo Novo Prédio 36 5.3.4 SIGNIFICADO DO USO Por se tratar de um Museu, foi necessário a obtenção de uma obra que já tivesse um significado cultural para a cidade, o restauro do palacete e as intervenções trouxeram a infraestrutura necessária para receber as atividades previstas: exposições, ações educativas e os demais espaços da área administrativa, além de um café-restaurante para uma área de vivência. Duas edificações distintas interligadas por uma passarela que vivem em momentos históricos diferentes, junto às edificações, um jardim setenário, espaço de agregação que chama as pessoas a visitarem o museu. Um pedaço da França junto a um monumento histórico para exposições de arte, uma bela edificação com um grande significado no estado da Bahia. 5.3.5 PLÁSTICA A intervenção proposta no palacete se deu de forma harmônica (Figura 27), do Antigo com o novo em que os dois edifícios o palacete Comendador Catarino, ecléticofrancês de 1912 e o edifício contemporâneo, ao quais cada um expressa sua época sem se sobressair ou se submeter. O palacete por sua vez demostra enraizado sua arquitetura voltada ao estilo francês devido a anseia da burguesia de seu tempo em incorporar elementos estrangeiros. E em seu novo acréscimo de um bloco com volume retangular, que veio para somar, com sua arquitetura moderna que se uni homogeneamente com a obra do passado. 37 Figura 27. Diferenciação das edificações do Museu Rodin Fonte: Arch Daily, 2007. A área construída do museu é de 1500 metros quadrados, com o anexo de um novo bloco que é uma construção feita de concreto aparente, com envidraçados e treliças de madeira, um volume de concreto aparente que se adequa a arquitetura do casarão, onde a ligação se dá por uma passarela de concreto suspensa na qual interliga os dois edifícios (Figura 28). Ambos com suas características arquitetônicas distintas. 5.3.6 ESTRUTURA E MATEIRAIS A área construída do museu é de 1500 metros quadrados, com o anexo de um novo bloco que é uma construção feita de concreto aparente, com envidraçados e treliças de madeira, um volume de concreto aparente que se adequa a arquitetura do casarão, onde a ligação se dá por uma passarela de concreto suspensa na qual Prédio antigo Novo Complexo 38 interliga os dois edifícios (Figura 28). Ambos com suas características arquitetônicas distintas. Figura 28. Prédio novo com a passarela de ligação Fonte: Arch Daily, 2007. Mirela Davi Nota Achei que os três correlatos apresentam posturas projetuais bem distintas, principalmente por um se apresentar como ruína, o tratamento é diferente. Também não sei na similaridade com o objeto de estudo visto que não consegui compreendê-lo pelo que foi exposto no trabalho até agora. 39 REFERÊNCIAS ARCHDAILY: Hotel Rural / Rómulo Neto. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/872307/hotel-rural-romulo- neto?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Acesso em: 10 set. 2020. ARCHDAILY. MAR – Museu de Arte do Rio / Bernardes + Jacobsen Arquitetura. Disponível em:< https://www.archdaily.com.br/br/01-108254/mar-museu-de-arte-do- rio-bernardes-jacobsen-arquitetura> Acesso em: 12. Novembro. 2020. ARCHDAILY. Museu Rodin Bahia / Brasil Arquitetura. Disponível em:< https://www.archdaily.com.br/br/910445/museu-rodin-bahia-brasil-arquitetura> Acesso em: 12. Novembro. 2020 ARCHDAILY. 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