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Declaração de Alma Ata e Carta de Ottawa

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Declaração de Alma Ata
A Conferência Internacional sobre cuidados primários ocorreu em Alma Ata (República do Cazaquistão) em 12 de setembro de 1978. Na época, o contexto era direcionado ao pós-guerra e corrida armamentista que necessitava reestruturar a sociedade de forma a garantir os direitos sociais básicos como o direito à educação e saúde em uma perspectiva globalizada.
Alguns estudiosos afirmavam que se não houvesse uma mudança na estrutura fornecida na atenção básica pelos países em um contexto internacional, esses iriam apresentar crises internas que abalaram sua organização. Assim, algumas pautas foram levantadas para modificações e algumas incluíam a importância de um olhar mais atento para as populações rurais de países em desenvolvimento devido a vulnerabilidade social dessas no contexto pós guerra e também a atenção melhorada à sociedade como um todo. 
Nesse sentido, a introdução da Atenção Primária Seletiva e seu apoio foram importantes no debate para a promoção de saúde de uma forma mais equitativa e qualitativa no mundo, assim como para o planejamento dos recursos em saúde e as estratégias internacionais a serem debatidas. As críticas manifestaram posições igualmente presentes nos debates sobre o desenvolvimento nos anos 1970; sobre o conteúdo de uma pretendida Nova Ordem; sobre o lugar da atenção às necessidades básicas, orientada à pobreza, e as tensões entre um reformismo mais ou menos radical. A conferência citada foi um marco no Brasil para o desenvolvimento das políticas públicas voltadas para a saúde coletiva e acarretou a inovação no modo de organização dos serviços e da realização do cuidado em saúde. 
A Declaração de Alma-Ata reafirma que a saúde é um direito humano fundamental, e a conquista do mais alto nível possível de saúde é a mais importante meta social mundial, cuja realização requer a ação de muitos outros setores sociais e econômicos, além do setor saúde.
Reafirma, também, que a promoção e proteção da saúde dos povos é essencial para o contínuo desenvolvimento econômico e social e contribui para a melhor qualidade de vida e para a paz mundial, sendo direito e dever dos povos participar individual e coletivamente no planejamento e na execução de seus cuidados de saúde.
Cuidados primários de saúde constituem a chave que permitirá que todos os povos do mundo atinjam um nível de saúde que lhes permita levar uma vida social e economicamente produtiva, representando o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde.
Devem ter em vista os principais problemas de saúde da comunidade, proporcionando serviços de proteção, prevenção, cura e reabilitação, conforme suas necessidades.
Chama ainda a atenção para que todos os governos cooperem, num espírito de comunidade e serviço, para assegurar os cuidados primários de saúde a todos os povos, uma vez que a consecução da saúde do povo de qualquer país interessa e beneficia diretamente todos os outros países.
A Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde concita à ação internacional e nacional urgente e eficaz, para que os cuidados primários de saúde sejam desenvolvidos e aplicados em todo o mundo e, particularmente, nos países em desenvolvimento, num espírito de cooperação técnica e em consonância com a nova ordem econômica internacional. A Conferência concita todos eles a colaborar para que os cuidados primários de saúde sejam introduzidos, desenvolvidos e mantidos, de acordo com a letra e espírito desta Declaração.
Carta de Ottawa
Introdução
A Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa em 1986 foi, uma primeira resposta para se conseguir um novo momento de Saúde Pública, a nível mundial.
Foi nessa conferência que se aprovou a CARTA DE OTTAWA, que contém as orientações para atingir a Saúde para Todos no ano 2000 e seguinte.
A Carta de Ottawa foi baseada nos progressos decorrentes da Declaração sobre os Cuidados de Saúde Primários de Alma-Ata e no documento As Metas da Saúde para Todos da OMS.
No Brasil em 1986 ocorreu a VIII CNS, sendo ela igualmente considerada marco fundante de uma nova concepção de saúde e em consequência, de prestação de serviços e de qualidade de vida no País.
 
Promoção de Saúde
Durante a conferência de Ottawa Promoção de Saúde foi conceituada como: "processo de capacitação dos indivíduos e coletividades para identificar os fatores e condições determinantes da saúde e exercer controle sobre eles, de modo a garantir a melhoria das condições de vida e saúde da população”
A carta de Ottawa apresentou um conceito amplo de saúde como “o mais completo bem-estar físico, mental e social determinado por condições biológicas, sociais, econômicas, culturais, educacionais, políticas e ambientais”. Sendo assim, para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, o indivíduo ou o grupo devem estar aptos a identificar e realizar as suas aspirações, a satisfazer as suas necessidades e a modificar ou adaptar-se ao meio.
A melhora da saúde decorre da garantia de condições básicas, como paz, abrigo, educação, alimentação, recursos econômicos, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade. Essas condições e recursos são fundamentais para a saúde.
Defesa da saúde
A saúde é um recurso importante para o desenvolvimento social, econômico e pessoal e uma dimensão importante da qualidade de vida. No seu conjunto, os fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais, comportamentais e biológicos podem ser favoráveis ou nocivos à saúde. A promoção da saúde visa tornar estes fatores favoráveis à saúde, por meio da defesa da saúde.
Capacitar
Alcançar a equidade é um dos objetivos da promoção de saúde. Dessa forma, as ações de promoção de saúde visam reduzir as desigualdades no sistema de saúde, tentando assegurar oportunidades e recursos igualitários para capacitar todas as pessoas a realizar completamente seu potencial de saúde. Para atingir esse objetivo é necessária uma base sólida: ambientes favoráveis, acesso a informações, a experiências e habilidades na vida, bem como oportunidades que permitam fazer escolhas por uma vida mais sadia. As pessoas não podem realizar completamente seu potencial de saúde se não forem capazes de controlar os fatores determinantes de sua saúde, o que se aplica igualmente para homens e para mulheres.
Mediar
É importante ressaltar que as condições básicas de saúde não podem ser asseguradas apenas pelo setor da saúde. A promoção da saúde exige uma ação coordenada entre todas as partes envolvidas: governos, setores da saúde, social e econômico, organizações não governamentais, empresas, voluntários, entre outros. Toda a população deve ser envolvida enquanto indivíduos, famílias e comunidades. Os profissionais e grupos sociais, assim como o pessoal de saúde, tem maior responsabilidade na mediação dos diferentes interesses da sociedade.
As estratégias e programas na área da promoção da saúde devem se adaptar às necessidades locais e às possibilidades de cada país e região, bem como levar em conta as diferenças em seus sistemas sociais, culturais e econômicos.
Intervir em Promoção da Saúde significa: Construir Políticas Saudáveis
A política de promoção da saúde vai além dos cuidados de saúde. Ela combina diversas abordagens complementares, que incluem legislação, medidas fiscais, taxações e mudanças organizacionais. É uma ação coordenada que aponta para a equidade em saúde, distribuição mais equitativa da renda e políticas sociais. As ações conjuntas contribuem para assegurar bens e serviços mais seguros e saudáveis, serviços públicos saudáveis e ambientes mais limpos e desfrutáveis. A política de promoção da saúde requer a identificação e a remoção de obstáculos para a adoção de políticas públicas saudáveis nos setores que não estão diretamente ligados à saúde. O objetivo maior deve ser indicar aos dirigentes e políticos que as escolhas saudáveis são as mais fáceis de realizar.
Criando ambientes favoráveis
A Carta de Ottawa propõe umaabordagem socioecológica da saúde, e reafirma que as sociedades são complexas e inter-relacionadas, o que mostra que a presença de ambiente favorável faz toda a diferença sobre a saúde da população. Dessa forma, a carta aborda a necessidade de se encorajar uma ajuda recíproca, onde cada um cuida de si próprio, do outro, da comunidade e do meio ambiente natural. A conservação desses recursos naturais é de responsabilidade global e tem impacto positivo sobre a promoção da saúde, que vai gerar condições de vida e de trabalho seguras e de qualidade.
Reforçando ação comunitária
Outro ponto essencial para alcançar essa nova proposta de saúde pública, é a intensificação de ações comunitárias concretas e efetivas no desenvolvimento das prioridades, na tomada de decisão, na definição de estratégias e na sua implementação. Para isso, é essencial o incremento de poder nas comunidades, ou seja, o aumento do apoio social para maior participação da população nos assuntos relacionados à saúde, mais oportunidades de aprendizado e acesso à informação para melhor desenvolvimento dessa comunidade e seus recursos.
Desenvolvendo habilidades pessoais
A promoção de saúde proposta pela Carta de Ottawa também incentiva o desenvolvimento de habilidades pessoais e sociais, ou seja, o maior acesso à informação, educação em saúde e intensificação de habilidades vitais a fim de maior controle sobre sua própria saúde e sobre o meio ambiente em que vive. Essa capacitação da comunidade é necessária para um melhor enfrentamento das diversidades, como por exemplo lidar com doenças crônicas e locais. Para isso, é necessário ações de organizações educacionais, profissionais e governamentais nos espaços comunitários.
Reorientação dos serviços de saúde
Um ponto importante descrito na carta, é a necessidade de reorganização dos serviços de saúde, visando uma responsabilidade compartilhada acerca da promoção da saúde nas comunidades. Sendo os indivíduos, a comunidade, os grupos locais, os profissionais da saúde e o governo, responsáveis pela saúde e serviços clínicos e de urgência. Segundo a carta, esses serviços precisam adotar uma postura mais abrangente, respeitando e atendendo às peculiaridades culturais, além de apoiar as necessidades individuais e comunitárias, levando a uma mudança de atitude e organização para focalização global do indivíduo e atendimento integral.
Voltados para o futuro
A proposta de saúde pública da carta ainda traz uma visão humanizada e igualitária de direitos, e define que a saúde é construída e vivida pelas pessoas dentro daquilo que fazem no seu dia a dia, assim como pelo cuidado com todos e presença de condições que permitam a obtenção de saúde por todos os seus membros. Esse desenvolvimento e planejamento de estratégias deve ser realizado em conjunto, e homens e mulheres devem participar como parceiros iguais.
Compromissos com a promoção da saúde
Os participantes da 1 Conferência Internacional sobre Promoção de Saúde se comprometeram a seguir alguns princípios importantes, sendo eles:
 Atuar no campo das políticas públicas saudáveis e advogar um compromisso político claro em relação à saúde e à equidade em todos os setores;
Agir contra a produção de produtos prejudiciais à saúde, a degradação dos recursos naturais, as condições ambientais e de vida não-saudáveis e a má-nutrição; e centrar sua atenção nos novos temas da saúde pública, tais como a poluição, o trabalho perigoso e às questões da habitação e dos assentamentos rurais;
Atuar pela diminuição do fosso existente, quanto às condições de saúde, entre diferentes sociedades e distintos grupos sociais, bem como lutar contra as desigualdades em saúde produzidas pelas regras e práticas desta mesma sociedade;
Reconhecer as pessoas como o principal recurso para a saúde; apoiá-las e capacitá-las para que se mantenham saudáveis a si próprias, às suas famílias e amigos, através de financiamentos e/ou outras formas de apoio; e aceitar a comunidade como porta-voz essencial em matéria de saúde, condições de vida e bem-estar;
Reorientar os serviços de saúde e os recursos disponíveis para a promoção da saúde; incentivar a participação e colaboração de outros setores, outras disciplinas e, mais importante, da própria comunidade;
Reconhecer a saúde e sua manutenção como o maior desafio e o principal investimento social dos governos; e dedicar-se ao tema da ecologia em geral e das diferentes maneiras de vida;

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