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A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO E O CONHECIMENTO CIENTÍFICO O CONHECIMENTO E SUA PRODUÇÃO O conhecimento é a tomada de consciência do ato de conhecer. O homem se apropria progressivamente de um mundo preexistente construindo respostas para suas dúvidas e incertezas, atribuindo sentidos e significados ao mundo que o cerca. Todo o desenvolvimento experimentado pela humanidade é fruto da incessante busca do homem pela compreensão do universo circundante e o desejo de aprimorá-lo. O conhecimento deve ser compreendido como processo dinâmico, inacabado e em constante transformação e adaptação. Ao relacionar-se com o meio, o homem faz uso de diversas formas de conhecimento e, por meio dessas formas, transforma o mundo ao mesmo tempo em que é transformado. Há diversas formas de apreender a realidade No contexto acadêmico, interessa-nos esta apreensão no campo científico. Para isso ocorrer é preciso que o sujeito (aquele que conhece) traga para si algo que está fora dele e que se quer conhecer (o objeto). Para que haja conhecimento é necessário que um sujeito de disponha a conhecer um objeto. Como toda construção humana, o conhecimento está em constante transformação. Mesmo o conhecimento científico é transitório ou provisório e está relacionado às particularidades dos momentos sociais e históricos. Há várias formas de se obter conhecimento Cada uma apresenta em sua constituição níveis e estruturas diferentes. Cada um dos níveis de estrutura do conhecimento possui sua complexidade e características específicas. Divide-se em quatro categorias os tipos de conhecimento e de busca do sentido das coisas: • Conhecimento popular • Conhecimento filosófico • Conhecimento religioso • Conhecimento científico TIPOS DE CONHECIMENTO E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CONHECIMENTO POPULAR Também chamado empírico, senso comum, espontâneo ou vulgar, é adquirido a partir da experiência do cotidiano, com o meio social, na forma de ensaios e erros. Não há a preocupação (ou necessidade) de métodos e técnicas científicos para sua construção. É uma forma de conhecimento possível CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO POPULAR Valorativo Reflexivo Assistemático Verificável Falível Inexato CONHECIMENTO FILOSÓFICO Constituído de realidades suprassensíveis, imperceptíveis aos sentidos, especulações que prescindem da realidade e dos dados materiais ou empíricos. Interroga incessantemente a si mesmo e a realidade. Busca sentidos, justificativas para o existir. CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO FILOSÓFICO Valorativo Racional Sistemático Não verificável Infalível Exato Por que o conhecimento filosófico é considerado infalível e exato? CONHECIMENTO RELIGIOSO Também chamado conhecimento teológico. Fundamentado em uma atitude de fé, de crença em um conhecimento revelado, transcendente, inspirado pela divindade, comunicado por Deus a alguém que se incumbe do dever de revelar a outros. É da ordem do mistério, do âmbito do sobrenatural. CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO RELIGIOSO Valorativo Racional Sistemático Não verificável Infalível Exato Por que o conhecimento religioso é considerado infalível e exato? CONHECIMENTO CIENTÍFICO Vai além do empírico, do imediatamente observável. Procura conhecer além das aparências. Quer compreender além do objeto, do fato e do fenômeno. Pretende descobrir leis gerais, nexos causais. É objetivo, tem interesse intelectual e espírito crítico. CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO Real (factual) Contingente (sua veracidade ou falsidade é conhecida por meio da experiência e não apenas pela razão, como no filosófico) Sistemático Verificável Falível Aproximadamente exato O conhecimento científico se caracteriza pela busca da compreensão dos fenômenos existentes por meio da utilização de procedimentos metódicos em suas investigações. Galliano (1979, p. 21) define o conhecimento científico como “o aperfeiçoamento do conhecimento comum e ordinário obtido por meio de um procedimento metódico, o qual mobiliza explicações rigorosas e ou plausíveis sobre o que se afirma sobre um objeto da realidade”. CIÊNCIA Latim scientia = aquisição de conhecimento Ciência é um acervo de conhecimentos científicos que se renova com a pesquisa para cada vez mais resolver problemas, responder a questões e desenvolver procedimentos, equipamentos e produtos. A ciência pode ser considerada uma atividade social, crítica e dinâmica, e tem o objetivo de produzir conhecimento sobre diferentes aspectos da natureza. CIÊNCIA Resulta de tentativas ocasionais e de pesquisas cada vez mais metódicas. Pode ser legada às gerações seguintes (assimilar resultados das gerações anteriores, desenvolvendo e ampliando alguns aspectos novos). Constituída por elementos (hipóteses e teorias) que podem se perder no tempo (interesse histórico). Investigação rigorosa, baseada em METODOLOGIA. Mas o que é conhecer? Conhecer significa estabelecer uma relação entre um sujeito que conhece e um objeto conhecido CIÊNCIA CONHECIMENTO MÉTODO SUJEITO OBJETO PESQUISA O saber acumulado pelo sujeito sobre o objeto, através da pesquisa, deve ser transmitido Ao se propor a produção de conhecimento, três questões se colocam: O que se pode conhecer? Como conhecer? Que tipo de conhecimento será produzido? Os estudos em Metodologia científica e a Metodologia da pesquisa nos ajudam a responder a estas perguntas. A metodologia científica é o estudo dos métodos que permitem a consolidação das práticas de pesquisa científica, seus procedimentos teóricos e técnicos, suas etapas, bem como as modalidades de divulgação dos resultados de suas investigações. O termo método designa a ordem a ser seguida nos diferentes processos que são necessários para se chegar a determinado fim ou resultado. Método pode ser entendido como um procedimento regular, explícito e que pode ser repetido a fim de se conseguir algo material ou conceitual. O MÉTODO CIENTÍFICO Os procedimentos que são utilizados nas ciências podem variar de uma área da ciência para outra, mas é possível determinar certos elementos que diferenciam os outros métodos do método científico. O método científico pode ser definido como um conjunto de regras básicas para que um cientista desenvolva uma experiência com o objetivo de produzir conhecimento ou corrigir e complementar conhecimentos preexistentes. O método científico é baseado na junção de evidências empíricas, observáveis e mensuráveis, com base no uso da razão. De modo geral, o método científico segue a seguinte sequência de eventos: 1) Problema 2) Hipótese 3) Experimentação 4) Conclusão 5) Se necessário, nova hipótese PLANEJANDO A PESQUISA PESQUISA é o desenvolvimento efetivo de uma investigação bem planejada, feita e redigida segundo as normas metodológicas provenientes da ciência Usualmente, a pesquisa parte de uma dúvida, um problema. Através da utilização do método científico, busca-se solução ou resposta para a questão. Ela visa, fundamentalmente, a busca e a evolução do conhecimento humano em todos os setores da ciência pura ou aplicada. A pesquisa é a busca de resposta para determinados problemas, um instrumento dinâmico de questionamento, indagação, descoberta e aprofundamento. A produção do trabalho científico requer planejamento Planejar significa projetar, imaginar Para por em andamento uma pesquisa científica deve-se, inicialmente, conhecer os tipos possíveis de investigação e os procedimentos teórico-técnicos a serem seguidos para sua implementação. Existem diversos tipos de pesquisa e natureza das abordagens de um trabalho científico. Isto possibilita o desenvolvimento de um tema, apoiado em determinada linha teórica. Tais procedimentos orientam a investigação e a metodologia específica que sustenta a elaboração da pesquisa. OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS POR UMA PESQUISA • Demonstrar a existência (ou ausência) de relações entre diferentes fenômenos • Estabelecera consistência interna entre conceitos nos limites de uma teoria • Desenvolver novas tecnologias ou demostrar novas aplicações de tecnologias conhecidas • Aumentar a generalidade do conhecimento • Descrever as condições sob as quais um fenômeno ocorre (LUNA, 1999, apud ESTÁCIO/UNISEB, 2014, p. 48). Quanto a forma de apresentação do problema • Qualitativa • Quantitativa • Quali-quanti / Quanti-quali Quanto aos objetivos • Exploratória • Descritiva • Explicativa Quanto aos procedimentos técnicos • Bibliográfica • Documental • Experimental • Levantamento • Estudo de campo • Estudo de caso • Pesquisa- ação Existem várias formas de classificar as pesquisas CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO A FORMA DE ABORDAGEM DO PROBLEMA Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, traduzido em números. Opiniões e informações são traduzidos em números para serem classificados e analisados. Usa de recursos e de técnicas estatísticas. OU Qualitativa: considera que há um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas. O pesquisador é o instrumento-chave. Pesquisa Quantitativa Tem como base critérios estatísticos rígidos, que servem como parâmetro para definição do universo da pesquisa em questão. A pesquisa estatística é muito utilizada para lidar com dados numéricos, opiniões sobre temas econômicos, sociais ou políticos, observação da preferência por produtos ou serviços em determinados segmentos populacionais etc. Pesquisa Quantitativa Devem ser representativas de um determinado universo, de modo que seus dados possam ser generalizados e projetados para aquele universo. Tudo é quantificável. Usa ferramentas estatísticas (média, desvio-padrão, moda, coeficiente de correlação etc). Cálculo da amostra obrigatório. Pesquisa Qualitativa Uma pesquisa qualitativa tem caráter exploratório, ou seja, estimula o sujeito a expressar-se livremente sobre determinado tema, objeto ou conceito. Faz emergir aspectos subjetivos, uma vez que pode atingir motivações e pensamentos não conscientes ou não explícitos de forma mais espontânea. Pesquisa Qualitativa Como não há preocupação em projetar resultados para uma determinada população, na pesquisa qualitativa o número de sujeitos é relativamente pequeno, sendo que as opiniões são coletadas por meio de questionários ou entrevistas gravadas, as quais são posteriormente analisadas. São usadas quando se busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço para a interpretação. Cálculo amostral não obrigatório Pesquisa Qualitativa ou Quantitativa? É um equívoco colocar a questão da qualidade e quantidade em termos opostos Na verdade, ambas as dimensões fazem parte da realidade da vida. Não são coisas estanques, mas facetas do mesmo todo. Por mais que possamos admitir qualidade como algo “mais” e mesmo “melhor” que quantidade, no fundo, uma jamais substitui a outra, embora seja sempre possível preferir uma à outra (DEMO, 1999). O problema de pesquisa de um determinado estudo pode justificar a utilização de uma combinação dos dois métodos, quantitativo e qualitativo, uma vez que a utilização de apenas um deles pode não ser suficiente para contemplar as especificidades da pesquisa. Podemos ter um tipo de pesquisa quali-quantitativa ou quanti-qualitativa. Os dois métodos se complementam tornando possível uma ampliação da abrangência da pesquisa e maior confiabilidade na interpretação dos resultados Será a natureza do objeto e o objetivo da pesquisa que determinarão a abordagem mais adequada CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO AOS OBJETIVOS Do ponto de vista de seus objetivos a pesquisa pode ser: exploratória, descritiva e explicativa. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO AOS OBJETIVOS A pesquisa exploratória tem como objetivo procurar padrões, hipóteses ou ideias. O objetivo não é testar ou confirmar uma determinada hipótese. Foca sobre um problema de pesquisa que geralmente tem pouco (ou nenhum) estudo anterior a respeito. As técnicas mais comumente utilizadas são os estudos de caso, as observações ou as análises históricas. Fornecem dados qualitativos ou quantitativos. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO AOS OBJETIVOS A pesquisa descritiva estuda as relações entre variáveis de um dado fenômeno, mas não os manipula. Principal característica é o aprofundamento do objeto de estudo, uma vez que observa, analisa, registra e correlaciona fatos e fenômenos sem manipulá-los, isto é, procura descrever as características de determinadas populações ou fenômenos. Utiliza técnicas padronizadas de coleta de dados, como a observação sistemática e o questionário. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO AOS OBJETIVOS A pesquisa explicativa tem por objetivo explicar a razão, o porquê dos fenômenos, uma vez que aprofunda o conhecimento de uma dada realidade. Registra fatos, analisa-os, interpreta-os e identifica suas causas, visando ampliar generalizações, definir leis mais amplas, estruturar e definir modelos teóricos. Está calcada em métodos experimentais e encontra-se mais direcionada para as ciências físicas e naturais. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS Aqui temos a pesquisa bibliográfica, documental, experimental, levantamento, estudo de campo, estudo de caso e pesquisa-ação. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS A pesquisa bibliográfica baseia-se na consulta a livros ou outros tipos de documentação escrita (periódicos, artigos, dissertações, teses etc.) a fim de obter subsídios para a compreensão de um fenômeno ou responder a perguntas de pesquisa. Sua principal característica é a sua informalidade, criatividade e flexibilidade. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS A pesquisa bibliográfica utiliza dados secundários, ou seja, material que já foi publicado, independentemente do canal de divulgação. É a primeira fase para o desenvolvimento de um projeto de pesquisa. Vantagem: facilidade de acesso às informações, uma vez que elas já foram trabalhadas por terceiros. Por outro lado, pode limitar o desenvolvimento da pesquisa, já que muitas vezes não aprofunda mais do que já foi feito com pesquisas anteriores. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS A pesquisa documental é semelhante à pesquisa bibliográfica. É elaborada, entretanto, a partir de documentos que ainda não receberam tratamento analítico como, por exemplo, relatórios, mapas, prontuários, fotos etc. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS A pesquisa experimental é mais comumente utilizada nas ciências naturais e a principal característica é a manipulação das variáveis relacionadas com o objeto de estudo. A manipulação das variáveis propicia o estudo da relação entre causas e efeitos de um dado fenômeno. O pesquisador cria uma situação artificial com o objetivo único de testar para obter os dados de que necessita e para que possa medi-los e analisá-los com precisão. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS A pesquisa de levantamento, também chamada de survey, é utilizada quando se interroga diretamente pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Pesquisas de opinião, intenção de voto, preferências, crenças. Podem ser utilizadas entrevistas e questionários. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS O estudo de campo (pesquisa de campo) parte da observação dos fenômenos exatamente onde ocorre naturalmente. Objetiva-se compreender um fenômeno considerando-se a particularidade do local onde acontece. É muito utilizado pelas ciências sociais e humanas. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS O estudo de caso envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permitao seu amplo e detalhado conhecimento. Diferentemente da pesquisa de levantamento, que em geral toma uma amostra extensa, o estudo de caso limita- se a um ou a um pequeno grupo de indivíduos, considerados representativos da questão que se quer investigar. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS Na pesquisa-ação (ou pesquisa intervenção) o pesquisador intervém em uma determinada questão social, com vistas a modificar uma dada realidade, a partir da mobilização dos participantes do local. Os participantes dessa pesquisa então envolvidos de modo cooperativo ou participativo. A pesquisa-ação supõe uma forma de ação planejada de caráter social, educacional, técnico entre outros. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS Além dos tipos de pesquisa discutidos, temos ainda outras possibilidades de investigação como a pesquisa de laboratório, a pesquisa participante, a pesquisa etnográfica, a pesquisa ex post facto. A escolha de um ou outro tipo de pesquisa dependerá da natureza do objeto e do objetivo da investigação. Cabe ao pesquisador fazer a escolha adequada . Atenção! Seja qual for o tipo de pesquisa escolhido, TODA investigação científica parte de uma pesquisa bibliográfica (“estado da arte”). IMPORTÂNCIA DA PESQUISA PESQUISA Busca, procura resposta de alguma coisa; Ciência – busca solução de um problema para o qual se deseja uma resposta. Pesquisa, portanto, é o caminho para se chegar à ciência, ao conhecimento. O sucesso de uma pesquisa também dependerá do procedimento seguido, do envolvimento do pesquisador com a pesquisa e de sua habilidade em escolher o caminho para atingir os objetivos da pesquisa. O PESQUISADOR O sucesso de uma pesquisa depende do envolvimento do pesquisador com o trabalho, e para alcançar plenamente os objetivos propostos, terá que desenvolver uma atitude científica. O PESQUISADOR A postura científica é uma atitude que deve ser assumida pelo pesquisador na busca de soluções para um dado problema. Deve utilizar métodos adequados para a solução do problema. A postura científica deverá ser aprendida e aprimorada ao longo do trabalho do pesquisador. Ela não é inata, não nascemos com ela. Devemos ter consciência crítica, objetiva e racional para chegarmos à atitude científica. CONSCIÊNCIA CRÍTICA De acordo com Cervo, Bervian e Silva (2007, p. 13), “A consciência crítica levará o pesquisador a distinguir e separar o essencial do superficial, o principal do secundário. Criticar é julgar, distinguir, discernir, analisar para melhor poder avaliar os elementos componentes da questão”. Portanto, temos que ser críticos no exercício da pesquisa. CONSCIÊNCIA OBJETIVA Devemos estar dispostos a romper posições eminentemente subjetivas, pessoais ou pouco fundamentadas, próprias do conhecimento vulgar. Romper com os “achismos” e buscar evidências que satisfaçam os critérios da objetividade científica. Ainda que saibamos que não existe neutralidade nas produções humanas, devemos buscar compreender a realidade de forma objetiva, impessoal. A objetividade é a condição básica da ciência “O eu acho, eu creio, eu penso não satisfazem a objetividade do saber.” (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 14) AÇÕES RACIONAIS Devemos buscar explicações para os eventos com base em razões intelectuais ou racionais. “As razões que a razão desconhece, as razões da arbitrariedade, do sentimento e do coração nada explicam nem justificam no campo da ciência.” (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 14) Se quisermos produzir com sucesso uma pesquisa, devemos ter em conta: o planejamento adequado da pesquisa a escolha correta do método e dos procedimentos o tempo que dedicamos ao trabalho (observação, coleta e consolidação dos dados, escrita etc.) o cuidado com a escrita, com a comunicação dos resultados (não escrevemos para nós mesmos, mas para outros) Quem decide quais os melhores instrumentos e a melhor técnica a serem usados para alcançar a resposta? O PESQUISADOR “Eu não poderia procurar um tesouro numa praia cavando um buraco com uma picareta; eu precisaria de uma pá. Da mesma forma, eu não poderia fazer um buraco no cimento com uma pá; eu precisaria de uma picareta.” QUALIDADES DO PESQUISADOR Além do domínio técnico, o pesquisador deve possuir ou desenvolver determinadas qualidades, tais como: curiosidade paciência criatividade imaginação atitude autocorretiva atitude ética confiança rigor metodológico conhecimento do assunto O pesquisador, como membro pertencente a um tempo determinado e a uma sociedade específica, irá refletir em seu trabalho de pesquisa os valores, os princípios considerados importantes naquela sociedade e naquela época. Portanto deverá ter claro as questões éticas envolvidas no processo, tais como as consideradas pela Resolução 466/2012, que trata de pesquisas em seres humanos. RESOLUÇÃO 466/2012 conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf Aprovada pelo Plenário do Conselho Nacional de Saúde (CNS) em 12 de dezembro de 2012, a Resolução n. 466 trata de pesquisas e testes em seres humanos. A Resolução apresenta diretrizes e normas regulamentadoras que devem ser cumpridas nos projetos de pesquisa envolvendo seres humanos. RESOLUÇÃO 466/2012 Está apoiada no respeito pela dignidade humana e à proteção aos participantes das pesquisas científicas envolvendo seres humanos. Considera questões éticas suscitadas pelo progresso e pelo avanço da ciência e da tecnologia, e fundamenta-se em documentos como o Código de Nuremberg, de 1947, e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, que afirmam a dignidade, a liberdade e a autonomia do ser humano. RESOLUÇÃO 466/2012 PRINCIPAIS DIRETRIZES E NORMAS A presente Resolução incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, referenciais da bioética, tais como, autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade, dentre outros, e visa a assegurar os direitos e deveres que dizem respeito aos participantes da pesquisa, à comunidade científica e ao Estado. Projetos de pesquisa envolvendo seres humanos deverão atender a esta Resolução. As pesquisas envolvendo seres humanos devem atender aos fundamentos éticos e científicos pertinentes. a) respeito ao participante da pesquisa em sua dignidade e autonomia (...) b) ponderação entre riscos e benefícios, tanto conhecidos como potenciais, individuais ou coletivos, comprometendo-se com o máximo de benefícios e o mínimo de danos e riscos; c) garantia de que danos previsíveis serão evitados; e d) relevância social da pesquisa (...) O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se processe com consentimento livre e esclarecido dos participantes, indivíduos ou grupos que, por si e/ou por seus representantes legais, manifestem a sua anuência à participação na pesquisa. TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido SISTEMA CEP/CONEP É integrado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP/CNS/MS do Conselho Nacional de Saúde e pelos Comitês de Ética em Pesquisa – CEP - compondo um sistema que utiliza mecanismos, ferramentas e instrumentos próprios de inter-relação, num trabalho cooperativo que visa, especialmente, à proteção dos participantes de pesquisa do Brasil, de forma coordenada e descentralizada por meio de um processo de acreditação. Toda pesquisa com seres humanos envolve risco em tipos e gradações variados. Quanto maiores e mais evidentes os riscos, maiores devem ser os cuidados para minimizá-los e a proteção oferecida pelo Sistema CEP/CONEP aos participantes. Devem ser analisadas possibilidades de danos imediatos ou posteriores, no plano individual ou coletivo. A análise de risco é componente imprescindível à análise ética, dela decorrendo o plano de monitoramento que deve ser oferecido pelo Sistema CEP/CONEP em cada caso específico. O protocolo a ser submetido à revisão ética somente será apreciadose for apresentada toda documentação solicitada pelo Sistema CEP/CONEP, considerada a natureza e as especificidades de cada pesquisa. A Plataforma BRASIL é o sistema oficial de lançamento de pesquisas para análise e monitoramento do Sistema CEP/CONEP. A responsabilidade do pesquisador é indelegável e indeclinável e compreende os aspectos éticos e legais. ETAPAS DO PROJETO DE PESQUISA PROJETO DE PESQUISA O Projeto de Pesquisa é um documento que contempla a descrição da pesquisa em seus aspectos fundamentais. É o planejamento do pesquisador que pretende produzir a pesquisa. PROJETO DE PESQUISA Ele define os rumos a serem tomados pelo pesquisador contendo as questões de estudo, uma maneira de abordar a realidade, os autores que já estudaram o problema a ser pesquisado. Seguir objetivos evita o desperdício de tempo e diminui o custo da pesquisa. O projeto deve responder algumas perguntas O quê? Que questão? Que solução? Pra quê? Por quê? Baseado em quem? Como e Onde? Quando? Deve responder às perguntas norteadoras: O que pesquisar? (Tema / Delimitação) Que questão pesquisar? (Problema) Que solução é possível? (Hipótese) Para que pesquisar? (Objetivos) Por que pesquisar? (Justificativa) Qual o embasamento teórico? (Referencial teórico) Como e onde pesquisar? (Metodologia) Quando pesquisar? (Cronograma) Fonte: Disponível em: <http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/>. Acesso em: 15 fev. 2016. A MATRIZ DO PROJETO DE PESQUISA O projeto de pesquisa deve obedecer a uma sequência lógica de apresentação das informações. Para tanto, devemos subdividi-lo em itens, tais como: A MATRIZ DO PROJETO DE PESQUISA Título Tema Delimitação do tema Problema Hipótese Objetivos (geral e específicos) Justificativa Revisão de literatura Metodologia Cronograma Referências TÍTULO O título é uma expressão inicial, uma pequena frase, que introduz a redação de um texto, sinalizando o assunto que será tratado no documento. É o primeiro elemento de identificação de um texto e, por isso, deve ser interessante e criativo. É como se fosse nosso nome próprio. Deixe para elabora-lo quando seu trabalho estiver pronto. TEMA Tema não é o mesmo que título, embora às vezes gere confusão. O tema é a particularidade sobre um determinado assunto ou uma área do conhecimento. A definição do tema da pesquisa depende de fatores internos, tais como afetividade e tempo para pesquisar, e fatores externos, tais como a novidade, valores acadêmicos e sociais, disponibilidade de material de consulta e dados. Enquanto o assunto é algo abrangente, o tema é mais específico. Em geral, é apresentado sob forma de uma pequena expressão. Por exemplo, podemos ter como assunto a violência e, como tema, violência urbana. Vemos que um mesmo assunto pode originar diversos temas: violência urbana, violência doméstica, violência de gênero etc. Atenção! Tema não é um título. Exemplos de temas: Nutrição parenteral Gangs no ambiente escolar Violência urbana Assédio moral Controle de qualidade Jogos educativos Cuidados em enfermagem neonatal Saúde mental na terceira idade DELIMITAÇÃO TEMA A delimitação do tema (ou do objeto) é um recorte que fazemos sobre o tema. É a particularidade de nossa pesquisa. É o que queremos investigar sobre aquele objeto. Por exemplo, o que sobre saúde mental e terceira idade quero investigar. A delimitação do tema indica a abrangência do estudo, estabelece os limites extensionais e conceituais do tema, o que permite objetividade. A delimitação do tema deve ser clara e objetiva. Exemplos de delimitação de temas: Tema: Nutrição parenteral Delimitação: Interação nutrição parenteral-medicamentos Tema: Violência urbana Delimitação: Relação entre o desarmamento da população e a melhoria dos índices de violência urbana em Florianópolis-SC Tema: Jogos educativos Delimitação: Influência dos jogos educativos no processo de alfabetização de crianças na pré-escola Tema: Saúde mental na terceira idade Delimitação: Relação entre improdutividade e ausência de vida social e depressão na terceira idade Tema: Controle de qualidade Delimitação: Aferição do conteúdo de embalagens comerciais de chá de uso terapêutico em relação à descrição na rotulagem PROBLEMA A definição do problema é a continuidade da delimitação do tema. Não haverá pesquisa se não tivermos um problema. Toda pesquisa se inicia com algum tipo de questão, de indagação, de problema. Um problema de pesquisa apresenta uma pergunta, um questionamento. Podemos apresentar uma breve contextualização para introduzir o leitor no tema, seguida de uma pergunta. Exemplo: Interação nutrição parenteral-medicamentos Contextualização: * nutrição parenteral: o que é, sua importância, em que situações é aplicada * interação: o que é, como pode ocorrer e quais as consequências O problema, geralmente, é mostrado sob a forma de pergunta. Assim, torna-se fator primordial que haja possibilidade de responder a pergunta ao longo da pesquisa. Aconselha-se a não fazer mais de uma pergunta, para não incorrer no erro de não serem apresentadas as devidas respostas ou apresentá-las de maneira insatisfatória. UM TRABALHO UMA PERGUNTA BEM FORMULADA UMA RESPOSTA BEM APRESENTADA Se não temos um (bom) problema, não teremos uma (boa) pesquisa. Como vimos, o problema deve ser formulado como pergunta, deve ser claro e preciso e poder ser respondido. Kerlinger (1980, apud GIL, 2002) define três tipos de problema: problema de “engenharia” problema de valor problema científico Apenas este último deve ser considerado para um projeto de pesquisa acadêmica. Os problemas de engenharia são do tipo “Como fazer...” ou “O que fazer...” Exemplo: “Como fazer para melhorar o rendimento dos funcionários da empresa X?” Este tipo de pergunta não estabelece relações entre causas e consequências, mas apenas perguntam como são as coisas. Os problemas de valor indagam sobre “Qual é o melhor” ou se é correto ou não ou se é bom ou não alguma coisa. Também são problemas de valor questões do tipo “algo deve ou deveria ser feito”. “... um problema é de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser tidas como testáveis” (GIL, 2002, p. 24). As variáveis são passíveis de observação ou de manipulação. Os problemas científicos têm natureza empírica. Exemplos de problemas científicos Tema: Nutrição parenteral Delimitação: Interação nutrição parenteral-medicamentos Problema: Existe interação em pacientes submetidos a nutrição parenteral em UTI, quando em uso de antimicrobianos? Temos aqui duas variáveis (nutrição parenteral e uso de antimicrobianos) que serão relacionadas pelo pesquisador. Tema: Gangs no ambiente escolar Delimitação: Relação entre prática de esportes de equipe e a redução da violência entre as gangs nas escolas públicas Problema: A violência entre gangs nas escolas públicas é reduzida com a prática de esportes de equipe? Variáveis: violência entre gangs nas escolas públicas e práticas de esportes de equipe. Tema: Assédio moral Delimitação: Influência do assédio moral no desempenho de corretores da bolsa de valores Problema: O mau desempenho de corretores da bolsa de valores está relacionado ao assédio moral? Variáveis: mau desempenho dos corretores e assédio moral. HIPÓTESE Se o problema é uma pergunta, a hipótese é uma resposta ao problema. A suposição do que iremos encontrar no campo como resultado da pesquisa. Ao final da investigação, a hipótese será confirmada ou refutada. Hipótese é uma afirmação provisória a respeito de determinado fenômeno em estudo. Deve ser clara e objetiva. Exemplo de hipótese Tema: Saúde mental na terceira idade Delimitação: Relação entre improdutividade e ausência de vida social e depressão na terceira idade Problema: A falta de atividade social e improdutividade são responsáveis pelo aumento dos quadros de depressão em pessoas da terceira idade? Hipótese: A depressão tem determinantes genéticos, psicológicos e sociais.A ausência de atividade social e o sentimento de inutilidade predispõem ao aumento dos quadros de depressão na terceira idade. OBJETIVOS Indicam o que se pretende conhecer, investigar, medir ou provar no decorrer da pesquisa, ou seja, as metas que se deseja alcançar. Relacionam-se com a visão global do tema delimitado e com os procedimentos práticos. Os objetivos podem ser discriminados em: Objetivo geral (UM) Objetivos específicos (MAIS DE UM) Objetivo geral: indica uma ação muito ampla, o resultado pretendido. Um trabalho um objetivo geral. Verbos adequados: identificar, levantar, caracterizar, descrever, traçar, analisar, explicar, comparar, relacionar. Objetivos específicos: procuram descrever ações pormenorizadas ou aspectos detalhados. Indicam as metas ou etapas que levarão à realização do objetivo geral. Verbos adequados: classificar, aplicar, distinguir, enumerar, exemplificar, selecionar. Os objetivos são iniciados com verbos no infinitivo. Dadas as suas particularidades, os itens JUSTIFICATIVA e REVISÃO DE LITERATURA serão apresentados na Aula 8. METODOLOGIA É um conjunto de abordagens, técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e resolver problemas de aquisição objetiva do conhecimento, de uma maneira sistemática. O item Metodologia, presente no Projeto de pesquisa, permite classificar a pesquisa considerando diversos elementos. CLASSIFICAÇÃO DA METODOLOGIA DA PESQUISA corresponde aos métodos pelos quais a pesquisa será desenvolvida NATUREZA BÁSICA APLICADA Pesquisa básica: objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais. Pesquisa aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. CLASSIFICAÇÃO DA METODOLOGIA DA PESQUISA FORMA DE PROBLEMA FORMA DE ABORDAGEM DO PROBLEMA QUALITATIVA QUANTITATIVA OBJETIVOS PESQUISA EXPLORATÓRIA PESQUISA DESCRITIVA PESQUISA EXPLICATIVA Estas classificações foram apresentadas na Aula 2 CLASSIFICAÇÃO DA METODOLOGIA DA PESQUISA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA PESQUISA BIBLIOGRÁFICA LEVANTAMENTO PESQUISA DOCUMENTAL ESTUDO DE CASO PESQUISA EXPERIMENTAL PESQUISA- AÇÃO Estas classificações foram apresentadas na Aula 2 Além dos elementos classificatórios da pesquisa (natureza, forma de abordagem do problema, objetivos e procedimentos técnicos), devemos informar, quando pertinente, tamanho da amostra, instrumentos de coleta e análise dos dados etc. Por exemplo, para o desenvolvimento de uma pesquisa com foco na investigação da qualidade de vida e saúde dos trabalhadores da indústria de tabaco de São Paulo, teríamos como indicação da Metodologia: Pesquisa de abordagem quantitativa, de caráter descritivo, a ser realizada através do procedimento técnico de levantamento com questionário fechado elaborado para a investigação do problema proposto. O estudo será realizado com 300 pessoas que atuam em empresas de tabaco em São Paulo. CRONOGRAMA consiste em uma tabela com o plano de ação da pesquisa, ressaltando suas etapas e os meses (ou semanas) / ano(s) de seu desenvolvimento é um planejamento das etapas da pesquisa, a partir da finalização do projeto EXEMPLO DE CRONOGRAMA Atenção! Isto é apenas um exemplo. A elaboração do cronograma do seu projeto deverá considerar a particularidade de sua pesquisa. Elaboração de trabalhos acadêmicos e tipos de artigo Os trabalhos acadêmicos produzidos devem ser comunicados à sociedade e à comunidade científica. É preciso conhecer os fatores que o pesquisador discutiu, que objetivou para si quando da concepção e realização da pesquisa. Precisamos conhecer estes fatores para poder avaliar a pesquisa e o valor de suas conclusões. O discurso científico precisa de regras para que a comunicação aconteça da melhor forma. A comunidade científica possui regras próprias de como a comunicação deve ser feita, como deve passar o sentido de objetividade dando ênfase ao conteúdo apresentado. Para esta comunicação ser realizada existe um conjunto de procedimentos padronizados que são aplicados à elaboração de documentos técnicos e científicos de modo a organizar seu conteúdo. Este conjunto chama-se Normalização. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), criada em 1940, é o órgão responsável pela normalização técnica no país e fornece a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. Importante, portanto, conhecer as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e sua relação com o trabalho de pesquisa. Existem diversas formas de apresentação do resultado de uma pesquisa. Dependendo da modalidade do curso e do grau de aprofundamento de uma pesquisa, produziremos um tipo de documento. Assim temos: Graduação: relatório ou monografia Pós-graduação lato sensu (especialização): monografia ou artigo científico Pós-graduação stricto sensu (mestrado): dissertação Pós-graduação stricto sensu (doutorado): tese Os tipos de apresentação gráfica do resultado de uma pesquisa – artigo, monografia e outras modalidades – bem como as regras que fundamentam a escrita do texto – citação e referências - são fundamentais para a comunicação da pesquisa à comunidade científica. Fundamental também conhecer os elementos que constituem esta apresentação: elementos pré-textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais. ESQUEMA DE MONOGRAFIA Um artigo científico, ou outro documento acadêmico, visa comunicar à comunidade informações resultantes de um processo de investigação científica. Para tanto, fundamenta-se em uma metodologia própria. As utilização correta das regras de apresentação gráfica em um trabalho acadêmico permite ao leitor a compreensão do processo de pesquisa e a análise crítica dos resultados e conclusões disponibilizadas pelo pesquisador. Nos cursos de pós-graduação de nossa Universidade serão produzidos, como trabalhos de conclusão de curso, artigos científicos. O documento NBR 6022 da ABNT normaliza os elementos que constituem um artigo científico. ESQUEMA DE ARTIGO CIENTÍFICO A escrita de um trabalho acadêmico, seja artigo, monografia, dissertação, tese ou projeto, que é o documento que teremos que elaborar para a disciplina Métodos e técnicas de pesquisa, deverá seguir as normalizações da ABNT. A escrita acadêmica é, na verdade, um diálogo que estabelecemos com outros autores e com o leitor. Neste diálogo, trazemos para o campo de nossa argumentação outros pesquisadores que também se ocuparam da temática de nossa investigação. As informações que recolhemos dos autores que auxiliam na organização de nossas ideias devem ser referenciadas, isto é, temos que dizer de onde as retiramos. Isto permitirá ao leitor refazer nossos passos, compreender nossos objetivos e avaliar nossas conclusões. Chamamos de citação apresentação das ideias de outros autores utilizadas por nós na elaboração de um texto acadêmico. CITAÇÃO Definição "Menção de uma informação extraída de outra fonte.“ (ABNT, 2002, p.1). Informar ao leitor a fonte da citação é uma obrigação acadêmica. Não podemos nos apropriar de uma ideia, informação ou texto de outra pessoa e não informar sua origem. Caso isto aconteça, incorremos no erro conhecido como plágio. No mundo acadêmico não há nenhum problema em utilizarmos ideias e informações de outros autores, desde que informemos que as ideias originalmente não nos pertencem. Sugerimos a leitura da Cartilha sobre plágio acadêmico disponível em: http://www.noticias.uff.br/arquivos/cartilha-sobre- plagio-academico.pdf CITAÇÃO A citação pode ser uma paráfrase (citação indireta) ou transcrição textual (citação direta – entre aspas). Em qualquer um dos casos é imprescindível a menção das fontes consultadas utilizadas no trabalho. As citações podem aparecer: 1) No corpo do texto 2) Em nota de rodapé (recomenda-seevitar este recurso. Utilize notas de rodapé apenas para informações que possam interferir na dinâmica do texto) Citações no corpo do texto. a) Citação direta: Transcrição textual de parte da obra do autor consultado. Indicar o sobrenome do autor, a data (ano) e a página, volume, tomo da obra consultada (quando houverem), após a citação do texto, ou antes, na sua íntegra. Caso 1: Citação direta curta (até três linhas): incorporada ao parágrafo e entre aspas. Exemplo: Sarmento (2003, p. 143) afirma que “o paradigma crítico procura articular a interpretação empírica dos dados sociais com os contextos políticos e ideológicos em que se geram as condições de ação social.” Caso 2: Citação direta longa (com mais de três linhas): forma um parágrafo separado, com fonte menor (11 ou 10), com 4 cm da margem esquerda e sem aspas. Exemplo: O estudo de caso pode ser definido como: [...] uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto real de vida, especialmente quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são absolutamente evidentes. (YIN, 2001, p. 13). Obs. 1: Dois a três autores: citar os respectivos sobrenomes, separados por ponto e vírgula. Mais de três autores: citar o primeiro autor, seguido da expressão et al. Obs. 2: Nome do autor fora de parêntese: apenas a primeira letra em caixa alta (letra maiúscula). Nome do autor dentro de parêntese: todo o nome em caixa alta. Obs. 3: Estes autores devem figurar nas Referências. Todos os autores citados no corpo do texto devem estar nas Referências. Da mesma forma, todos os autores listados nas Referências têm que estar citados no corpo do texto. b) Citação indireta: Texto baseado na obra do autor consultado, consistindo em transcrição não textual da(s) ideia(s) do autor consultado. Indicar o sobrenome do autor, seguido da data (ano) da obra, não havendo necessidade de indicação da página. Exemplos: 1)Tardif (2000) propõe uma epistemologia da prática profissional, definida como o estudo do conjunto dos saberes realmente utilizados pelos professores em suas tarefas cotidianas. 2) Diversos autores salientam a importância do “acontecimento desencadeador” no início de um processo de aprendizagem (CROSS, l984; MEZIROW, 1991). c) Citação de citação: Transcrição direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original, ou seja, retirada de fonte citada pelo autor da obra consultada. Indicar o autor da citação, seguido da data (ano) da obra original, a expressão latina apud (citado por), o nome do autor consultado, a data (ano) da obra consultada e a página onde consta a citação direta. Este recurso somente deve ser utilizado quando não se pode ter acesso a obra original. Deve-se evitar o uso excessivo deste tipo de citação, pois pode indicar pouco empenho na busca de material de pesquisa. Exemplos: 1) Segundo Warde (1990 apud ALVES-MAZZOTTI, 2003, p. 35), o conceito de pesquisa se ampliou tanto que hoje tudo cabe: “os folclores, os sensos comuns, os relatos de experiência, para não computar os desabafos emocionais e os cabotinismos.” 2) De acordo com Silva (1983 apud ABREU, 1999), o homem deve ser definido pelo que deseja ser. Tópicos especiais de pesquisa Pesquisa Bibliográfica e Pesquisa Documental Existem diversas modalidades de pesquisa. Dependendo do que se pretende investigar, do objeto e do objetivo da pesquisa, será possível a utilização de um tipo ou outro de procedimento técnico. Pesquisa bibliográfica e pesquisa documental são dois tipos de procedimentos técnicos utilizados em trabalhos acadêmicos. Bibliografia é o conjunto de obras sobre um determinado tema ou assunto (livros, periódicos, artigos, dissertações, teses etc.) Referências são documentos efetivamente utilizados em um trabalho acadêmico, isto é, citados. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA Finalidade: conhecer as diferentes contribuições científicas sobre um assunto ou fenômeno. Envolve: análise, interpretação, confronto de informações de diferentes autores; crítica e elaboração de novas conclusões A pesquisa bibliográfica baseia-se na consulta a livros ou outros tipos de documentação escrita a fim de obter subsídios para a compreensão de um fenômeno ou responder a perguntas de pesquisa. Características da pesquisa bibliográfica informalidade criatividade flexibilidade A pesquisa bibliográfica é o primeiro passo para o pesquisador ter contato com a situação a ser pesquisada. Toda investigação científica inicia com uma pesquisa bibliográfica. Isto permite conhecer a atualidade do campo a ser estudado (estado da arte). Utiliza dados secundários, ou seja, material que já foi publicado, independentemente do canal de divulgação. É a primeira fase para o desenvolvimento de um projeto de pesquisa. Vantagem: facilidade de acesso às informações, uma vez que já foram trabalhadas por terceiros. Desvantagem: pode limitar o desenvolvimento da pesquisa, uma vez que não aprofunda mais do que já foi feito em pesquisas anteriores. Se o pesquisador quiser aprofundar sua investigação, deverá utilizar outro tipo de pesquisa. Fases da Pesquisa Bibliográfica 1. Coleta de informações FONTES 2. Localização das informações 3. Leitura e organização do material coletado 4. Fichamento das informações 5. Seleção do material coletado 6. Reflexão e planejamento do trabalho escrito 7. Redação das partes 8. Análise crítica e redação final 9. Referências 10.Divulgação PESQUISA DOCUMENTAL Documento: qualquer informação sob forma de texto, imagem, som, sinais etc., expressa em um material (papel, madeira, pedra) , gravado, pintado, impresso. Informações orais (diálogos, exposições, aulas gravadas, entrevistas) quando transcritas em suporte material transformam-se em documentos. PESQUISA DOCUMENTAL Exemplos de documentos Registros históricos, mapas, relatórios, fotografias, arquivos públicos ou privados, correspondências, diários, prontuários, processos etc. PESQUISA DOCUMENTAL Assemelha-se à pesquisa bibliográfica. Entretanto, utiliza fontes de informação que ainda não receberam organização, tratamento analítico e publicação, isto é, documentos. PESQUISA DOCUMENTAL Analisa documentos de “primeira mão”, isto é, ainda não tratados. Considera-se também documento materiais que já foram processados, mas podem receber outras interpretações, como relatórios de empresas, tabelas etc. PESQUISA DOCUMENTAL De acordo com Gil (2002, p. 87), as fases da pesquisa documental são: a) determinação dos objetivos; b) elaboração do plano de trabalho; c) identificação das fontes; d) localização das fontes e obtenção do material; e) tratamento dos dados; f) confecção das fichas e redação do trabalho; g) construção lógica e redação do trabalho. Gil (2002) aponta como exemplo de pesquisa documental o trabalho do sociólogo Émile Durkheim, O suicídio, de 1897. Para investigar a hipótese de que as causas do suicídio são de natureza social, Durkheim estudou todos os registros de suicídios disponíveis nos países europeus. Considerando variáveis como raça, doenças mentais, estado civil, religião etc., concluiu que o suicídio é causado pela quebra dos laços de solidariedade entre os indivíduos. Tópicos especiais de pesquisa Pesquisa Experimental, Pesquisa de Campo e Estudo de Caso Técnicas de coleta de dados Existem diversas modalidades de pesquisa. Vimos também que, dependendo do que se pretende investigar, do objeto e do objetivo da pesquisa, será possível a utilização de um tipo ou outro de procedimento técnico. Pesquisa experimental, pesquisa de campo e estudo de caso são mais três tipos de procedimentos técnicos utilizados em trabalhos acadêmicos. PESQUISA EXPERIMENTAL Finalidade: Busca explicar porque os fenômenos ocorrem. Envolve: Exatidão na investigação, controle de variáveis, ambiente controlado. PESQUISA EXPERIMENTAL Na pesquisa experimental trabalha-se basicamente com dois grupos (experimentale controle), manipulando-se variáveis (independentes). Com isto, verifica-se se a causa de um determinado fenômeno (variável dependente) está em função de um evento específico (variável independente). Exemplo de pesquisa experimental O objetivo da pesquisa: identificar a suposta relação entre filmes violentos e agressão. Dois grupos de crianças: um assistiu a uma cena de filme violento e o outro assistiu a uma cena de filme não violento. Posteriormente cada criança foi levada a uma sala onde teve a oportunidade escolher entre ajudar ou machucar outra criança que supostamente estava na sala ao lado. Resultado: crianças que assistiram a cena violenta tenderam a escolher a opção de machucar. Para Gil (2002, p. 47) “o experimento representa o melhor exemplo de pesquisa científica. Essencialmente a pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influencia-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto”. Embora grande parte das pesquisas experimentais seja realizada em lugares fechados e controlados, este tipo investigação não é sinônimo de pesquisa de laboratório. PESQUISA DE CAMPO A pesquisa ou estudo de campo é um procedimento técnico no qual o pesquisador investiga o fenômeno no local onde ocorre. É utilizada frequentemente em Ciências Humanas e Sociais, como antropologia, de onde se originou, a sociologia etc. PESQUISA DE CAMPO Neste tipo de pesquisa, por meio da observação direta e de entrevistas, busca-se conhecer as explicações e interpretações presentes nos grupos. PESQUISA DE CAMPO Etapas da investigação pesquisa bibliográfica observação dos fatos e fenômenos no local onde originalmente ocorrem coleta dos dados referentes ao objeto em estudo análise e interpretação dos dados coletados Estudo de indivíduos, grupos, comunidades, instituições. ESTUDO DE CASO O estudo de caso é uma modalidade de pesquisa bastante utilizada nas ciências biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, permitindo um conhecimento amplo e detalhado do objeto (GIL, 2002, p. 54). ESTUDO DE CASO Nas ciências biomédicas costuma ser utilizado como estudo piloto. Em razão do tamanho da amostra (muitas vezes composta por apenas um indivíduo), seus resultados são apresentados em aberto, como hipóteses e não como conclusões. ESTUDO DE CASO Utilizações possíveis, de acordo com Gil (2002) explorar situações da vida real com limites pouco definidos preservar o caráter unitário do objeto estudado descrever a situação do contexto de investigação formular hipóteses ou desenvolver teorias explicar variáveis causais de determinado fenômeno em situações complexas que não permitem a utilização de levantamento ou experimentos Além destes tipos de pesquisa, quanto aos procedimentos técnicos, podemos ter: Pesquisa ex-post facto (“a partir do fato passado”): é uma investigação sistemática e empírica na qual o pesquisador não tem controle direto sobre as variáveis independentes, porque já ocorreram suas manifestações ou porque são intrinsecamente não manipuláveis. Estudo de coorte: refere-se a um grupo de pessoas que têm alguma característica comum, constituindo uma amostra a ser acompanhada por certo período de tempo, para se observar e analisar o que acontece com elas. Pesquisa de levantamento: interroga diretamente as pessoas cujo comportamento deseja conhecer. Busca- se informações acerca de um assunto ou problema estudado. Utiliza-se um grupo significativo de pessoas. Trabalha-se com análise quantitativa dos dados coletados, pesquisa participante, pesquisa-ação. Pesquisa participante: é caracterizada pela interação entre pesquisador e os sujeitos das situações investigadas. O pesquisador está diretamente envolvido no campo da pesquisa. Pesquisa-ação: tem por objetivo intervir ou alterar uma realidade social. Está comprometida com a resolução de um problema coletivo no qual o pesquisador está envolvido. TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS A definição da técnica de coleta de dados dependerá dos objetivos que se pretende alcançar com a pesquisa e do universo a ser investigado. As técnicas de coleta de dados podem ser: a) Observação: quando se utilizam os sentidos na obtenção de dados de determinados aspectos da realidade. b) Questionário: é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo sujeito da pesquisa. c) Entrevista: é a obtenção de informações de uma pessoa sobre determinado assunto. Utiliza-se um roteiro de entrevista. d) Análise documental. e) Outros Observação (descritivo) Ex.: Verificar como os funcionários de um determinado setor reagem sob diferentes pressões. Advertência Explicar o propósito do estudo Fazer visitas prévias para amenizar interferências Não interferir na rotina natural Observação Participante Contato direto, frequente e prolongado do pesquisador com os sujeitos da pesquisa. Questionário Ex.: Conhecer o perfil de consumidores da farmácia popular Questionário fechado: pesquisador propõe as respostas. Perguntas objetivas: múltipla escolha, sim/não. Relacionado à pesquisa quantitativa. Questionário aberto: entrevistado responde livremente. Perguntas subjetivas: opinião, atitudes, representações, conhecimento. Relacionado à pesquisa qualitativa. Entrevista Ex.: Conhecer o perfil de consumidores da farmácia popular; conhecer a relação de uma determinada comunidade com as plantas medicinais. Entrevista estruturada: roteiro fechado Entrevista semi-estruturada: roteiro fechado + aberto Entrevista não estruturada: roteiro com tópicos Conversa informal: apenas um ponto de partida Análise documental Ex.: Conhecer o perfil eritrocitário [relativo ao tamanho das hemácias] de crianças atendidas em um posto de saúde; verificar a legibilidade de prescrições. Roteiro Planilha de análise Descritivo Pesquisa qualitativa Pesquisa qualitativa Tópicos especiais Justificativa, Revisão de Literatura e Referências Três itens do projeto são particularmente importantes: a justificativa, a revisão de literatura e as referências. JUSTIFICATIVA A justificativa é o momento em que o pesquisador vai mostrar a relevância de sua proposta de trabalho. Expõe as razões de ordem teórica e motivos de ordem prática que tornam a pesquisa importante. JUSTIFICATIVA Deve abordar a atualidade do tema proposto, o possível caráter de ineditismo ou a lacuna no conhecimento que tentará suprir. É importante que destaque a vinculação do pesquisador com o tema, bem como a importância social, política e científica, isto é, sua contribuição para o debate acadêmico e social. JUSTIFICATIVA É o convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental e deve ser efetivado. O tema escolhido pelo pesquisador e a hipótese levantadas são de suma importância para a sociedade ou para um grupo de indivíduos. JUSTIFICATIVA (POR QUÊ?) Destaca as contribuições para o campo. Demonstra a pertinência da abordagem com relação ao tema escolhido. Ressalta a importância da pesquisa em geral, sua originalidade e relevância da abordagem específica. A justificativa envolve aspectos de ordem: Teórica, para o avanço da ciência Pessoal / profissional Institucional Social A justificativa deve responder as seguintes questões: Qual a importância do trabalho? Em que ele contribui? Por que está sendo desenvolvido? Exemplo de justificativa Delimitação: Relação entre prática de esportes de equipe e a redução da violência entre as gangs nas escolas públicas Problema: A violência entre gangs nas escolas públicas é reduzida com a prática de esportes de equipe? Hipótese: A necessidade de interação e união entre membros de diferentes gangs para o sucesso das equipes leva ao conhecimento mútuo e ao bom convívio. Justificativa 1) Auxiliar na reformulação dos programas de educação físicaadotados pela rede pública 2) Contribuir para a redução da violência nas escolas 3) Contribuir para redução da evasão escolar A justificativa pode ser formulada sob forma de um pequeno texto que explicite a relevância da pesquisa. REVISÃO DE LITERATURA Também conhecida por fundamentação teórica, referencial teórico, marcos teóricos, estado da arte. É um dos momentos mais importantes do projeto. REVISÃO DE LITERATURA O pesquisador deverá responder às seguintes perguntas: 1) quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o assunto? 2) Que aspectos já foram abordados? 3) O que se diz sobre o tema na atualidade? 4) Qual o enfoque que está recebendo hoje? 5) Quais as lacunas existentes na literatura? REVISÃO DE LITERATURA Não pode ser constituído de cópias de outros documentos ou uma sequência de colagens não comentadas de citações. Deve apresentar discussão pessoal a partir da leitura e compreensão de materiais publicados sobre a temática da pesquisa. REVISÃO DE LITERATURA Fornece sustentação teórica Apresenta definição de termos e conceitos fundamentais ao trabalho Disponibiliza ao leitor informações acerca das principais teorias sobre o tema REVISÃO DE LITERATURA Em geral, a construção da revisão de literatura se dá em uma dimensão do tema geral para o específico. Etapas da construção do referencial teórico: 1ª etapa: abordagem do tema de forma abrangente 2ª etapa: abordagem do tema de forma específica REVISÃO DE LITERATURA Por se tratar de um item de levantamento e análise de dados teóricos deve, necessariamente, conter citações (diretas, indiretas e citação de citação) referenciadas de acordo com as normas da ABNT (NBR 10520/2002). Deve ter em torno de 4 páginas e conter, pelo menos, citações de 3 ou 4 autores diferentes. Quanto mais referências mais rico será o trabalho. REVISÃO DE LITERATURA ATENÇÃO! TODOS os autores constantes da Revisão de Literatura (e de outras partes do projeto ou do artigo) devem estar nas Referências. REFERÊNCIAS Este é o último item do projeto de pesquisa. Está normalizado pela NBR 6023, da ABNT. O item 4.2.1 do livro de nossa disciplina apresenta as regras gerais para a elaboração das Referências. Consulte-o. A lista de referências é usada para indicar ao leitor as fontes utilizadas na elaboração do trabalho. Podem ser referenciados todos os tipos de materiais consultados: livros, revistas, relatórios, documentos na Internet etc. A consulta pode ser feita em qualquer suporte: papel, CD-ROM, DVD, Internet, vídeo, áudio etc. Formação das referências: NBR 6023, de agosto de 2002. Existem diversas formas de organizar uma bibliografia ou as referências de um trabalho acadêmico. No caso do trabalho a ser apresentado, serão elaboradas, ao final, as Referências. Bibliografia: conjunto de todo o material consultado para a elaboração de um trabalho acadêmico. Referências: fontes efetivamente utilizadas na elaboração do trabalho; as obras citadas no texto. TODOS os documentos constantes da lista de Referências devem estar citados no corpo do texto. No texto, as citações das obras referenciadas deverão figurar conforme regra da ABNT (NBR 10520). Para a elaboração das referências do projeto, será utilizado o formato autor/obra/ano. A apresentação das referências é feita em lista única, ordem alfabética, pelo sobrenome dos autores, sem numeração, devendo conter os seguintes elementos: Autor(es) Título e subtítulo (se houver) Responsabilidades (tradutor, revisor etc.) Edição (a partir da segunda) Local Editora Ano da publicação Exemplos de referências por tipo de documento Atenção! No artigo as referências serão apresentadas em lista única, independente do tipo de documento. Livro GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. PARKER, Richard; BARBOSA, Regina (Orgs.). Sexualidades brasileiras. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1996. Capítulo de livro CHINELLI, Filipina. Acusação e desvio em uma minoria. In: VELHO, Gilberto (Org.). Desvio e divergência: uma crítica da patologia social. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. p. 125-144. BERGER, Peter L.; LUCKMANN, Thomas. A sociedade como realidade objetiva. In: ______. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. 22. ed. Petrópolis: Vozes, 1985. p. 69-172. Periódico (revista) EDUCAÇÃO E PESQUISA, São Paulo: FEUSP, v. 28, n. 2, jul/dez. 2002. REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS, São Paulo: FGV, v. 42, n. 1, jan/mar. 2002. Evento (congresso, encontros etc.) ENCONTRO ANPAD, 27, 2003, Atibaia. Resumo dos trabalhos. Rio de Janeiro: ANPAD, 2003. 1 CD-ROM. Artigo em periódico (revista) BARROS, Sonia Maria Oliveira de; COSTA, Cláudia Aparecida Ribeiro. Consulta de enfermagem a gestantes com anemia ferropriva. Revista Latino-Americana de Enfermagem. v. 7, n. 4, p. 105-111, out. 1999. HAN, K.K. et al. Efeitos dos fitoestrógenos sobre alguns parâmetros clínicos e laboratoriais no climatério. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 24, n. 8, p. 547- 552, 2002. Trabalhos acadêmicos (monografia, dissertação, tese) AZEVEDO, Adriano Silvares. Responsabilidade civil do dentista à luz do Código de Defesa do Consumidor. 2005. 64 f. Trabalho monográfico (Graduação em Direito)- Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 2005. MORENO, Arlinda B. Mobilidade ocupacional e qualidade de vida entre funcionários de uma universidade no Rio de Janeiro: o estudo pró-saude. 2004. 193 f. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva)-Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004. Documentos disponíveis na Internet Texto com autoria SILVA, Deonísio. Até o mais amargo fim. Disponível em: <www.deonisio.com.br /am4.htm>. Acesso em: 12 dez. 2007. Texto sem autoria ESTUDANTES ajudam na preservação ambiental. Disponível em: <www3.uberlândia.mg.gov.br/noticia.php?id=885>. Acesso em: 19 set. 2007. Documentos disponíveis na Internet Artigo de periódico DIAS, G. A. Periódicos eletrônicos: considerações relativas à aceitação deste recurso pelos usuários. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 31, n.3, 2002. Disponível em: www.ibict.br. Acesso em: 07 mai. 2003. Trabalhos acadêmicos (monografia, dissertação, tese) PEDOTT, P. R. Publicidade na internet: a internet como ferramenta de comunicação de marketing. 2002. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002. Disponível em: <www.ufrgs.br>. Acesso em: 07 mai. 2003. Documentos disponíveis na Internet Legislação e documentos oficiais BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Coleção Progestores: para entender a gestão do SUS. 1. ed. Brasília: CONASS, 2007. v.1. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/html/pt/pub_assunto/sus.html>. Acesso em: 20 mar. 2008. Exemplo de uma lista de Referências AZEVEDO, Adriano Silvares. Responsabilidade civil do dentista à luz do Código de Defesa do Consumidor. 2005. 64 f. Trabalho monográfico (Graduação em Direito)-Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 2005. BARROS, Sonia Maria Oliveira de; COSTA, Cláudia Aparecida Ribeiro. Consulta de enfermagem a gestantes com anemia ferropriva. Revista Latino-Americana de Enfermagem. v. 7, n. 4, p. 105-111, out. 1999. BERGER, Peter L.; LUCKMANN, Thomas. A sociedade como realidade objetiva. In: ______. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. 22. ed. Petrópolis: Vozes, 1985. p. 69-172. BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Coleção Progestores: para entender a gestão do SUS. 1. ed. Brasília: CONASS, 2007. v.1. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/html/pt/pub_assunto/sus.html>. Acesso em: 20 mar. 2008. CHINELLI, Filipina. Acusação e desvio em uma minoria. In: VELHO, Gilberto (Org.). Desvio e divergência: uma crítica da patologia social. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. p. 125-144. DIAS, G. A. Periódicos eletrônicos: considerações relativas à aceitação deste recurso pelos usuários.Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 31, n.3, 2002. Disponível em: www.ibict.br. Acesso em: 07 mai. 2003. EDUCAÇÃO E PESQUISA, São Paulo: FEUSP, v. 28, n. 2, jul/dez. 2002. ENCONTRO ANPAD, 27, 2003, Atibaia. Resumo dos trabalhos. Rio de Janeiro: ANPAD, 2003. 1 CD-ROM. ESTUDANTES ajudam na preservação ambiental. Disponível em: <www3.uberlândia.mg.gov.br/noticia.php?id=885>. Acesso em: 19 set. 2007. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. HAN, K.K. et al. Efeitos dos fitoestrógenos sobre alguns parâmetros clínicos e laboratoriais no climatério. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 24, n. 8, p. 547-552, 2002. PARKER, Richard; BARBOSA, Regina (Orgs.). Sexualidades brasileiras. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1996. REVISTA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS, São Paulo: FGV, v. 42, n. 1, jan/mar. 2002. SILVA, Deonísio. Até o mais amargo fim. Disponível em: <www.deonisio.com.br /am4.htm>. Acesso em: 12 dez. 2007. Faça a pergunta certa! Fazer uma pesquisa significa aprender a organizar as próprias ideias. Significa também aprender a buscar informações confiáveis por conta própria. É uma ocasião única de fazer exercícios que nos serão úteis por toda a vida. Mais importante que a realização da pesquisa é o aprendizado dos mecanismos de pesquisar sem depender de ninguém. É o “caminho das pedras” O início da pesquisa depende Da escolha do tema Da definição do objeto de estudo Da delimitação do problema Da formulação de hipótese Da escolha da abordagem Da escolha do referencial teórico Da capacidade de coletar de informações. Importante: Não se deve começar uma pesquisa sem prever os passos que serão dados. BOM PROJETO BOA PESQUISA BOM TCC
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