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unidade4 Geociências e Geologia Ambiental

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GEOCIÊNCIAS E GEOLOGIA
AMBIENTAL
CAPÍTULO 4 - COMO O MEIO
AMBIENTE SE DESTACA EM NOSSO
PLANETA?
Diego Ferreira Ramos Machado
INICIAR
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Introdução
A maior parte das atividades humanas, para não dizermos todas, depende da
mineração, que, muitas vezes, acaba sendo mal vista, como se ela fosse uma
cobiça da natureza humana, a qual explora o planeta de forma egoísta e
antropocêntrica, devendo ser, portanto, condenada. No entanto, não é bem assim!
É preciso levar em conta que o homo sapiens não é o único capaz de interferir e
modificar o meio ambiente, como se fosse um usurpador voraz. A espécie humana
também é capaz de criar, remediar e intervir na natureza de maneira brilhante e
fantástica, de acordo com as possibilidades que a evolução nos assegurou. Cavar
túneis, estabelecer fundações que possibilitem edifícios e pontes, explorar
recursos minerais que nos garantam tecnologias, como a agricultura, a vestimenta,
os meios de transportes e de telecomunicações etc., são apenas alguns exemplos
de coisas do dia a dia que mostram quão coparticipantes somos dos processos de
alteração do Planeta. O que precisamos, entretanto, é ter responsabilidade e ética,
o que nos torna também, evidentemente, responsáveis pela manutenção do meio
no qual vivemos.
O meio ambiente não existe à parte do ser humano, como se fosse nós de um lado
e a natureza de outro. O ser humano (e suas obras) compõe a natureza, faz parte
do ambiente. Por isso, temos de estudar como esses processos se dão e como nós
podemos, responsável e sustentavelmente, assegurar uma permanência nele por
mais tempo.
4.1 Estrutura geológica do Estado
Ainda que boa parte do conhecimento geológico pressuponha atividades de
campo e muita pesquisa in situ, sem as quais não seria possível verificar e medir as
formações, coletar amostras e estudar o que é preciso para as caracterizações,
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nosso aprendizado aqui se limita ao conhecimento daquilo que grandes
pesquisadores investigaram e mapearam ao longo dos anos. É natural assegurar
que a geologia (e o mapeamento geológico) não se trata de um trabalho que pode
ser desenvolvido apenas em gabinetes, em laboratórios ou em bibliotecas, mas
também (indispensavelmente) em estradas, em recortes de terrenos, em vales,
dentro de rios etc., de forma que um estudo complementa o outro. A partir de um
compêndio de trabalhos anteriormente realizados, a CPRM (a empresa pública
com atribuições de Serviço Geológico do Brasil), em parceria com a Secretaria de
Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia
(CPRM, 2016), compôs os Mapas de Geodiversidade Estaduais do Brasil.
Por que mapas estaduais? Os Estados são, quando grafados com inicial maiúscula,
sempre relacionados a uma organização política. O termo vem do latim status e
poderia referir-se à “posição”, à “lugar”. Essa referência é necessária para
entendermos que, quando falamos de Estrutura Geológica do Estado, nos
referimos ao Estado-Nação (Brasil) ou a cada uma de suas Unidades Federativas
(UF). Entretanto, como sabemos, as estruturas geológicas são organizações
próprias do meio ambiente, não sendo definidas por um cariz político, mas físico. É
por isso que, embora possamos desmembrar e especificar a geologia de cada uma
das 26 unidades da Federação – o que foi feito pela CPRM –, faz mais sentido
entendê-la dentro de uma estrutura geológica de conjunto, isto é, por unidades
geológico-ambientais e não unidades políticas. Devido a isso os mapas
apresentados são indicativos de geodiversidade, contemplando múltiplas áreas do
conhecimento.
A geologia do Brasil (figura a seguir) não faria sentido se vista fora da geologia da
América do Sul nem esta, por sua vez, faria sentido fora da tectônica global. É por
isso que sabemos da necessidade da visão sistêmica que enxerga todo o conjunto.
Mas como teremos, ora ou outra, de fazer um recorte para melhor compreensão,
então optamos por abordar, en passant, as unidades geológico-ambientais dos
estados, sendo que, diferente de estudar a geologia de uma única Unidade
Federativa, abordaremos as principais feições geológicas por todo o Brasil, o que é
um desafio em um país de proporções continentais cuja área, apenas emersa, é
superior a 8,5 milhões de km². (IBGE, 2017)
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Os autores dos Mapas de Geodiversidade Estaduais afirmam que eles destinam-se
“a um público-alvo muito variado, incluindo desde as empresas mineradoras
tradicionais, passando pela comunidade acadêmica, gestores públicos da área de
ordenamento territorial e gestão ambiental” (CPRM, 2016, s/p). Entende-se, para
efeito, que seja consolidado o conceito de geodiversidade como propõe Peixoto
(2010, p. 12): aquilo que “rompe o estigma de uso exclusivo das informações
geológicas por empresas de mineração”, de forma que o “conhecimento da
geodiversidade nos leva a identificar, de maneira melhor, as aptidões e restrições
de uso do meio físico de uma área, bem como os impactos advindos de seu uso
inadequado”.
Silva e Dantas (2010, p. 13) afirmam que os mapas geoambientais “diferenciam-se
da cartografia geotécnica clássica”. Enquanto, de certa forma, a tradicional
restringe-se às representações das geologias de uma dada região, os mapas
Figura 1 - Imagem representativa das formações geológicas brasileiras.
Morro do Couto, no Parque Nacional de Itatiaia (RJ), com 2680 m de
altitude. Fonte: vitormarigo, Shutterstock, 2018.
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geoambientais trazem uma característica multi e interdisciplinar, uma visão
sistêmica, e também uma linguagem acessível. Servem como “subsídios técnicos
para vários setores como: mineração [...], agricultura [...], saúde pública [...],
urbanismo [...], moradia [...], defesa civil [...], transporte [...], turismo [...], meio
ambiente e planejamento [...]” (SILVA; DANTAS, 2010, p. 13-14).
Os Mapas de Geodiversidade Estaduais do Brasil, que valem ser conhecidos
não só pelo interesse exploratório e econômico, mas também pela visão
sistêmica e popularização do conhecimento, estão disponíveis para serem
consultados na página do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Acesse:
<http://www.cprm.gov.br/publique/Gestao-Territorial/Geodiversidade/Mapas-
de-Geodiversidade-Estaduais-1339.html (http://www.cprm.gov.br/publique
/Gestao-Territorial/Geodiversidade/Mapas-de-Geodiversidade-Estaduais-
1339.html)>. 
Trazendo o entendimento e a aplicação desses mapas para o nosso dia a dia
dentro de um escopo didático, vamos imaginar uma cidade qualquer que quisesse
definir suas políticas públicas e planejar seu zoneamento, ela deveria se servir de
um mapeamento geoambiental. Uma cartografia geotécnica clássica poderia ser
útil para apontar, entre outras coisas, uma região susceptível a escorregamentos
onde não se deve construir, ou ainda um local cuja formação geológica suporte
uma grande obra de infraestrutura; contudo, é no mapeamento geoambiental que
se vai possibilitar analisar dados dos ambientes fisiográficos considerando os
perigos da interação destes com as ações humanas (VEDOVELLO, 2004 apud
MOREIRA, 2018) e, por isso, são esses mapas que englobam “as informações
de vários temas como: geologia, recursos minerais, geomorfologia, solos, aptidão
agrícola, geoquímica, geofísica, geotecnia, riscos geológicos, uso e ocupação dos
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solos, cobertura vegetal, clima, águas superficiais e subterrâneas” e “objetiva,
principalmente, o planejamento, gestão e ordenamento do território” (SILVA;
DANTAS, 2010, p. 13) sendo estes os mais recomendados para o exemplo
apresentado. É por isso que também os grandes municípios apresentam seus
próprios mapas geoambientais.
Em termos de Brasil, o país apresenta uma formação física muito antiga, com
“representação de todas as grandes unidades
cronoestratigráficas/geocronológicas da escala do tempo geológico, à exceção do
Eoarqueano” (SCHOBBENHAUS; BRITO NEVES, 2003, p. 26). Sua grandiosidade
dificulta condensarmos aqui as mais de 1.200 unidades litoestratigráficas
representadas no mapa geológico e, ainda, somar informações geoambientais. Por
isso, nos atemos a fazer referências condensadas por eras geológicas, de forma
que a cronologia do tempo geológico nos ajuda ao menos a compreender alguns
aspectos e fenômenos.
Schobbenhaus e Brito Neves (2003, p. 18) afirmam que “uma simples análise do
mapa geológico do Brasil mostra de imediato uma subdivisão natural de dois
amplos e distintos contextos geotectônicos: o domínio nor-noroeste (Amazônia) e
o domínio centro-oriental, separados pelo lineamento Transbrasiliano
(SCHOBBENHAUS et al., 1975), de Sobral-CE ao Pantanal Mato-grossense”.
O geólogo e professor Setembrino Petri (1922) é um importante cientista.
Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, é estudioso da área de
geologia, paleontologia e micropaleontologia, tendo defendido sua tese sobre
o Devoniano (em 1948). É membro da Academia Brasileira de Ciências e
possui muitos prêmios e títulos que lhe foram concedidos por suas
contribuições científicas.
VOCÊ O CONHECE?
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Ainda assim, vamos iniciar não por essas subdivisões de contextos geotectônicos,
mas por tempo geológico (figura a seguir), o que acreditamos facilitar a
compreensão dos processos. Iniciemos, portanto, pelo mais antigo: o Éon
Arqueano (> 3,6–2,5 Ga.), o qual Teixeira et al. (2009, p. 621) apresentam como “a
base do registro geológico mais antigo de rochas sedimentares”. Inclusive, Éon
deriva da palavra grega αιών (aión), correspondendo a uma unidade de tempo
geológico. Segundo Schobbenhaus e Brito Neves (2003), aflora em apenas 4,6% da
superfície do Brasil, sobretudo nos estados da Bahia, Minas Gerais, Pará e Goiás.
Teixeira et al. (2009) também afirmam que, por volta dos 3.4 bilhões de anos
(também denominado “Giga anos”, ou “Ga.”), surgem as rochas mais antigas da
América do Sul: o tonalito de São José do Campestre, no Rio Grande do Norte.
É nesse éon ainda, afirmam os autores, que a atmosfera começa a se tornar
oxidante (ca. 3.0 Ga.) e, por consequência, inicia-se a deposição de grandes
quantidades de ferro nos oceanos. Schobbenhaus e Brito Neves (2003, p. 33)
relatam áreas de ocorrência bastante esparsas, como também no Cráton São
Francisco (bloco Jequié, Gavião Remanso e Serrinha-Uauá) e no extremo sul do
Cráton São Francisco, na porção mais estável, onde “as exposições são notórias,
pela variedade (ortognaisses, migmatitos, granulitos, greenstones), estilos
estruturais ('domos gnáissicos', janelas erosionais) e pela riqueza mineral”. Na
região sudeste do Brasil, está presente no fragmento cratônico de Luís Alves e
também “no Rio Grande do Sul, na zona de antepaís da Faixa Dom Feliciano”
(SCHOBBENHAUS; BRITO NEVES, 2003, p. 33). Em suma, Schobbenhaus e Brito
Neves (2003) acreditam que, se considerarmos os substratos das áreas de
cobertura de todas as eras proterozoicas e fanerozoicas, podemos mensurar que,
na realidade, a área crustal é bem superior a que hoje é reconhecida, em torno de
34% maior, dentro da margem segura de cálculo. (SCHOBBENHAUS; BRITO NEVES,
2003)
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Há 2.5 Ga. iniciou o Éon Proterozoico. É nele que, segundo Teixeira et al. (2009, p.
622), ocorreu a “formação ferrífera e os estromatólitos mais antigos do Brasil”, os
quais se depositaram onde hoje se localiza o Quadrilátero Ferrífero, em Minas
Gerais (ca. 2.4 Ga.). Nota-se que as formações ferríferas bandadas (figura a seguir)
são chamadas habitualmente de BIF (do inglês Banded Iron Formation). Se no
Arqueano a atmosfera continha muito CO e encontrava-se sob um efeito estufa, os
processos intempéricos e os organismos fotossintetizantes reduzem esse efeito no
proterozoico, criando a primeira glaciação de extensão continental. Como efeito, a
atmosfera se torna mais oxidante, o que possibilita o surgimento de vida
eucariótica simples (microalgas, 2.0 Ga.) em zonas de águas rasas, algas marinhas
pluricelulares (1.2 Ga.) e animais (600 Ma.) (TEIXEIRA et al., 2009). É também nesse
período (1.8 Ga) que se forma o primeiro supercontinente, chamado de Nuna
(também conhecido por Columbia).
Figura 2 - Tabela representativa do tempo geológico organizado por Éon,
Era e Período. Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
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Schobbenhaus e Brito Neves (2003), subdividindo o Éon Proterozoico em eras,
afirmam que a mais antiga desse período, a Era Paleoproterozoica, possui 15,4%
da superfície do Brasil, mostrando-se a maior área aflorante do Pré-Cambriano
brasileiro. Os autores assinalam que a passagem do Arqueano para o
Paleoproterozoico é marcada por registros sedimentares, magmáticos e
tectônicos, de forma que o Paleoproterozoico “registra com propriedade os
contingentes litogenéticos e metalogenéticos do Paleoproterozoico do mundo e
com riqueza invulgar de feições” (SCHOBBENHAUS; BRITO NEVES, 2003, p. 35).
Ao se referir a Era Mesoproterozoica, Schobbenhaus e Brito Neves (2003, p. 37)
afirmam que “a mais imponente vitrine” dessa era está no Cráton Amazonas.
Eventos cratogênicos, plutonismo anorogênico, formação e desenvolvimento de
bacias sedimentares atravessam o período, com acontecimentos tectônicos a
Figura 3 - BIF: Banded Iron Formation (Formações Ferríferas Bandadas).
Amostra proveniente de Temagami, Ontario, com cerca de 2 Ga. Os BIFs,
como são chamados, são evidências de mudanças atmosféricas. Fonte:
Adwo, Shutterstock, 2018.
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sudoeste da Amazônia, representando 4,1% da área do Brasil. Muitos grupos e
suítes intrusivas podem ser observados no norte do Amazonas (rochas plutônicas),
como também   a noroeste do Mato Grosso (rochas metassedimentares e
plutônicas), em Pernambuco e Alagoas (rochas para e/ou paraderivada), no centro-
norte de Goiás, traços em Minas Gerais e Bahia (metassedimentares), e no
sudoeste de São Paulo/nordeste do Paraná (rochas metavulcânicas e
metassedimentares).
VOCÊ SABIA?
Embora muitos pensem que a Amazônia é feita somente de
planícies inundáveis, o maior pico do Brasil é o da Neblina,
com 2993,8 metros de altura, situado na Serra do Imeri, no
Amazonas, na divisa com a Venezuela, assim como o segundo
maior pico, o 31 de março, que tem 2972,7 metros.
Com a agregação final do supercontinente Rodínia e a consolidação do Gondwana
(que só se consolidará mais adiante, no Éon Fanerozoico), dá-se “forma” à Era
Neoproterozoica, cuja história é “em sua essência, a história de um ciclosupercontinental” (SCHOBBENHAUS; BRITO NEVES, 2003, p. 40). Na prática, essa
era (de 1 Ga. até 542 Ma.) presenciou a desagregação de um supercontinente até a
fusão completa de outro. Nesse período, as estruturas pré-Brasilianas que
estudamos até agora, do Arqueano ao Mesoproterozóico, “com menor ou maior
grau de ativação/regeneração”, mantiveram-se preservadas, ao menos no interior
dos crátons sinbrasilianos, lembrando que os crátons são mais estáveis que as
faixas móveis. Nessa era, a Terra enfrentou glaciações em dois episódios e surgiu a
importante biota do período Ediacarano. (TEIXEIRA et al., 2009)
Segundo Schobbenhaus e Brito Neves (2003), as estruturas litoestratigráficas do
Neoproterozoico representam 11% da área do Brasil, com rochas plutônicas
félsicas e rochas para e/ou ortoderivadas em todo o sudeste do país (Minas Gerais,
São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro) e sul da Bahia, plutônicas nos estados do
nordeste brasileiro (de Pernambuco até o Ceará), uma sequência
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metavulcanossedimentar em Pernambuco e rochas metassedimentares em toda a
área aflorante no limite da bacia do Paraná, desde o estado de Mato Grosso,
passando por Goiás e Minas Gerais até o oeste da Bahia e do Tocantins.
(SCHOBBENHAUS; BRITO NEVES, 2003)
Schobbenhaus (2018) afirma que, durante o Neoproterozoico (entre ~950 e
490 Ma.), o ciclo geodinâmico, denominado Ciclo Brasiliano (entre ~950 e
490 Ma.), cujo clímax orogênico ocorreu entre 670 e 550 Ma., foi responsável
pela formação “de extensas faixas dobradas nas regiões Nordeste, Centro-
Oeste, Sudeste e Sul do Brasil” (SCHOBBENHAUS apud WINGE et.
al.,   2001, s/p), apresentando diversos eventos tectônicos, sedimentares,
magmáticos e metamórficos, como os enumerados a seguir.  
Com o fim da era Neoproterozoica, termina o grande Superéon Pré-Cambriano,
que engloba todos os éons vistos até aqui. Nota-se, entretanto, que a Terra, que
apresenta mais do que 4.5 bilhões de anos, só vai apresentar formas de vida mais
complexas a partir de então, ou seja, muito “recentemente”, há cerca de 600
milhões de anos. Esse período do Pré-Cambriano também pode ser chamado de
Criptozoico, uma vez que o prefixo κρυφός (gr. = kryphós) significa oculto,
enquanto o termo ζωή (gr. = zōḗ) significa vida, isto é, um período em que a vida é
“invisível”. Isso porque, no Pré-Cambriano, a vida era dominada por
microrganismos e, a partir de então, passa a ser mais visível (figura a seguir),
macroscópica, organizada em ecossistemas mais complexos, assim como a
biosfera passa a interagir intensamente com a hidrosfera, litosfera e atmosfera.
(TEIXEIRA et al., 2009)
Regime extensional com formação de bacias do tipo ri�e (~950 a 800 Ma.).
Abertura oceânica com geração de bacias de margem passiva e arcos de ilhas
intra-oceânicos (~890 a 800 Ma.).
Geração de arcos magmáticos e arcos de margem continental ativa (790 a 585
Ma.).
Evento colisional precoce (~770 Ma.).
Evento colisional principal (Orogênese Brasiliana) com importantes episódios
tectônicos, metamorfismo de alta pressão, granitogênese e formação de
thrust and fold belts (670 a 550 Ma.).
Evento colisional terminal em ~520 Ma. (Orogênese Búzios).
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Evento pós-colisional com o colapso dos orógenos, soerguimento regional,
magmatismo bimodal e transição para novo regime extensional (510 a 490
Ma.).
Com o fim da era Neoproterozoica, termina o grande Superéon Pré-Cambriano,
que engloba todos os éons vistos até aqui. Nota-se, entretanto, que a Terra, que
apresenta mais do que 4.5 bilhões de anos, só vai apresentar formas de vida mais
complexas a partir de então, ou seja, muito “recentemente”, há cerca de 600
milhões de anos. Esse período do Pré-Cambriano também pode ser chamado de
Criptozoico, uma vez que o prefixo κρυφός (gr. = kryphós) significa oculto,
enquanto o termo ζωή (gr. = zōḗ) significa vida, isto é, um período em que a vida é
“invisível”. Isso porque, no Pré-Cambriano, a vida era dominada por
microrganismos e, a partir de então, passa a ser mais visível (figura a seguir),
macroscópica, organizada em ecossistemas mais complexos, assim como a
biosfera passa a interagir intensamente com a hidrosfera, litosfera e atmosfera.
(TEIXEIRA et al., 2009)
Figura 4 - Fóssil de trilobita, artrópode característico da Era Paleozoica, a
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A partir de 542 milhões de anos se inicia, portanto, um novo éon: o Fanerozoico
(do grego φανερός   / phanerós = visível), quando inicia o que chamamos de
Período Cambriano (542 a 488 Ma.), assim como a Era Paleozoica (542 a 251 Ma.).
Nesse momento, o supercontinente Gondwana se consolida, e as últimas
manifestações da tectônica Brasiliana ainda estão ligadas à sedimentação
fanerozoica, resultando em pelo menos três amplos ciclos sedimentares
(SCHOBBENHAUS; BRITO NEVES, 2003). Apesar das sinéclises, onde encontramos
as principais expressões desses ambientes sedimentares: Acre, Solimões,
Amazonas, Parnaíba, Paraná, Chaco-Paraná, tal sedimentação cobriu grande parte
do continente Gondwana, indo da Amazônia à Patagônia. (SCHOBBENHAUS; BRITO
NEVES, 2003)
O Cambriano, portanto, ainda apresentará alguns granitoides dos orógenos nos
estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro (Orógenos Araçuai/Rio
Doce e Búzios), uma Suíte (São Vicente) no Mato Grosso, uma Suíte (Canaã) no Rio
de Janeiro e é tudo o que se tem de rochas plutônicas dessa era, devido à
agregação completa do Gondwana (SCHOBBENHAUS; BRITO NEVES, 2003). Sendo
assim, as demais formações são de rochas sedimentares: 
clástica do Período Cambriano ao Período Devoniano, localmente basalto,
andesito, riolito e piroclástica;
predominantemente clástica do Período Carbonífero ao Período Permiano,
localmente calcário, evaporito, silexito, folhelho carbonoso e carvão;
clástica do Período Permiano ao Período Triássico. 
Toda a formação paleozoica representa, contudo, 10,1% do território do Brasil.
(SCHOBBENHAUS; BRITO NEVES, 2003)
primeira do Éon Fanerozoico, onde a vida passa a ser macroscópica e a
interagir intensamente com a hidrosfera, litosfera e atmosfera. Fonte:
Merlin74, Shutterstock, 2018.
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Durante o Período Ordoviciano (488 a 444 Ma.), instalam-se as grandes bacias
(Paraná, Parnaíba, Amazonas e Solimões), de acordo com Teixeira et al. (2009). A
Era Paleozoica, que ainda apresenta os períodos Siluriano (444 a 416 Ma.),
Devoniano (416 a 359 Ma.), Carbonífero (359 a 299 Ma.) e Permiano (299 a 251
Ma.), termina com três episódios de glaciação global no decorrer do tempo, mas
sobretudo com a “extinção mais severa da Terra” (Earth’s most severe extinction),
que provocou o desaparecimento de 95% dos seres vivos que habitavam o planeta.
(BURGESS et al., 2017)
Sendo assim, dá-se início a Era Mesozoica, onde surgem os dinossauros (figura a
seguir) (no Período Triássico: 251 a 200 Ma.) e, a partir deles, já no Período
Jurássico (200 a 146 Ma.), as mais antigas aves (TEIXEIRA et al., 2009). Nesse
ínterim, o Gondwana começa a fissurar e a América do Sul a se separar da África, o
que resulta em “inúmeras bacias costeiras, que mais tarde virarão sítios de
acumulação de petróleo” (TEIXEIRA et al., 2009, p. 623). Schobbenhaus e Brito
Neves (2003) afirmam que, durante o Período Triássico, o supercontinente Pangease agregou por completo, iniciando um outro ciclo, o de fissão, que ainda está em
andamento e que é responsável pela formação do Atlântico (chamada de
“Atividade Mesozoica” e/ou “Evento Sul-Atlantiano” (ALMEIDA; CARNEIRO, 1989;
SCHOBBENHAUS; CAMPOS, 1984 apud SCHOBBENHAUS; BRITO NEVES, 2003).
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Para Schobbenhaus e Brito Neves (2003, p. 45), durante a primeira parte da Era
Mesozoica (do Triássico ao Jurássico), houve pouca ocorrência local de unidades
sedimentares na geologia do Brasil, mas, a partir do final do Jurássico, torna-se
extraordinariamente rica em feições geológicas gerais, “adicionalmente marcada
pela acumulação de bens minerais estratégicos”. A Era Mesozoica conta ainda com
o Período Cretáceo (146 a 65,5 Ma.) no seu final, quando grandes derrames
Figura 5 - Pterossauro, cujo gênero Anhanguera viveu no período
Cretáceo e apresentava uma envergadura de 4,6 m, sendo um dos
maiores dessa espécie em seu tempo. Fonte: Linda Bucklin, Shutterstock,
2018.
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vulcânicos encheram a bacia do Paraná com mais de um milhão de km³ de lavas
(TEIXEIRA et al., 2009). O Período e a Era terminam com a repentina extinção em
massa (a segunda pior) de muitos animais e plantas – incluindo os dinossauros.
Começa, então, a nossa era: a Cenozoica, καινός + ζωή (gr. kainós + zōḗ = vida
nova, vida recente). O primeiro período, até tempos atrás, era chamado de
Terciário (65,5 a 1,8 Ma.), quando a Terra assumiu sua configuração atual, como a
conhecemos, e a atividade vulcânica construiu o arquipélago de Fernando de
Noronha e as ilhas de Trindade, Cabo Frio e Abrolhos. Com o resfriamento do
clima, os polos se cobriram de gelo, resultando em um clima mais árido em todo o
planeta (TEIXEIRA et al., 2009).
Atualmente, a International Stratigraphic Chart divide a Era Cenozoica em três
períodos: o Paleógeno (65 Ma.), o Neógeno (23,5 Ma) e o Quaternário (1,75 Ma.),
no entanto a reunião do Paleógeno com o Neógeno ainda é, informalmente,
chamada de “Período Terciário” (SCHOBBENHAUS; BRITO NEVES, 2003, p. 47), mas
não é mais utilizado oficialmente.
Schobbenhaus e Brito Neves (2013) afirmam que o Cenozoico representa a maior
extensão superficial do Brasil, com 32,4% de área, mas, em contrapartida, dadas as
regiões onde ocorrem as maiores áreas aflorantes (na Amazônia, na fronteira com
o Peru e com a Bolívia), é concomitante o fato de ser a era geológica menos
conhecida do país. Consta que algumas poucas unidades terciárias são marinhas,
mas de difícil datação pelo fato de serem afossilíferas.
VOCÊ SABIA?
Alguns cientistas acreditam, embora não estejam de acordo
nem com a data, que a Idade Moderna já vivenciou uma
“pequena era glacial”, cujo nome, por si só, não seria possível.
Alguns alegam que a Terra resfriou entre os séculos XVI e XIX,
enquanto outros acreditam que foi entre os séculos XIII e XVII.
Chama a atenção que, do Rio de Janeiro ao Pará, por milhares de quilômetros da
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costa brasileira, está presente o Grupo Barreiras, resultado da elevação do interior
e o abaixamento da costa. Ele é composto, entre outras unidades, por falésias
(figura a seguir) esculpidas na linha de costa, que podem ser consideradas como a
primeira unidade litoestratigráfica documentada no Brasil, haja vista que foi
descrita na carta de Pero Vaz de Caminha. Por toda a Era Cenozoica, ocorreram
preenchimentos das bacias por depósitos continentais, decorrentes de
tectonismos e sedimentação desde o Paleógeno até o Quaternário, com influências
de oscilações climáticas. Destacam-se entre eles os depósitos carbonáticos de
origem continental, como os calcários da bacia de Itaboraí (Rio de Janeiro), as
tufas calcárias da Serra da Bodoquena, os calcretes da formação Xaraiés (Mato
Grosso do Sul) e os da Formação Caatinga (Bahia); e os depósitos carbonáticos de
origem marinha, além dos eventos magmáticos que ocorreram tanto no
continente quanto nas ilhas oceânicas. (SCHOBBENHAUS; BRITO NEVES, 2003)
Figura 6 - Tabuleiro Costeiro (Falésia) da formação do Grupo Barreira, na
cidade de Beberibe, no Ceará. Foi a primeira unidade litoestratigráfica
documentada no Brasil por meio da carta de Pero Vaz de Caminha. Fonte:
Nkt UsrBr, Shutterstock, 2018.
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Embora o Período Quaternário (1,8 Ma. até os dias atuais) seja “muito breve” no
tempo geológico, é nele que o homem se espalha pelo mundo, “interferindo na
natureza como nenhum outro animal antes, com consequências positivas e
negativas ainda inadequadamente desconhecidas”. (TEIXEIRA et al., 2009, p. 623)
Nessa história geológica, o Brasil se apresenta como um país vasto
territorialmente, rico em geodiversidade e com eventos que testemunham muito
do passado da Terra. É natural que, com isso, seja abundante em minérios e,
consequentemente, muito rico em biodiversidade, paisagens e ambientes, os
quais merecem estudos e investigações que possibilitem um uso sustentável
melhor e mais adequado.
4.2 Geotecnia e meio ambiente
Geotecnia, em grego, é a arte, o ofício, a obra de terra. O termo tem origem na
palavra grega τέχνη (téchnē). Atualmente, a Geotecnia pode ser entendida como
uma área da ciência, um segmento da engenharia, que envolve a geologia, a
geofísica, a hidrologia, a mecânica dos solos e das rochas. Portanto, diversas áreas
afins se convergem para conhecer a interação das obras humanas com o meio
ambiente, de forma que a geotecnia investiga e atua em técnicas para que se possa
evitar a erosão, para podermos construir fundações, para não contaminarmos os
solos (e de remediá-los) e os aquíferos, para fazermos obras de contenção, para
estabilizarmos taludes, para construirmos barragens etc.
À medida que o homem foi desenvolvendo tecnologias, desde as mais primitivas,
já fazia uso de técnicas e modificava a Terra, já que ele compõe o Meio Ambiente e
é dele sujeito. Por errôneo hábito, é costumeiro ao senso comum enxergar o ser
humano sempre à parte do meio, como se ele fosse mesmo “externo”, e lhe
tivessem colocado sobre a Terra para consumi-la e explorá-la. Contudo, o homo
erectus é, tão somente, apenas uma das muitas outras espécies do reino animal, e,
como todas as outras, nasce, cresce, se alimenta, procria e morre.
Tamaio (2002, p. 22 apud MEDINA, N. M., 1994) aponta a definição de Meio
Ambiente como sendo:
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[...] o conjunto de componentes naturais e sociais e suas interações em um
espaço e em um tempo determinados, associado à dinâmica das interações
sociedade-natureza e suas consequências no espaço em que habita o homem,
e do qual o mesmo também é parte integrante.
Com isso o autor deixa claro que, de acordo com esse conceito, o homem é parte
integrante do meio ambiente. Tamaio (2002, p. 22) também afirma que “o conceito
de meio ambiente deve contemplar o meio social, cultural, político e não só o meio
físico. Além disso, as análises que se efetuarem dos problemas ambientais devem
considerar as inter-relações do meio natural com o social”; então, isso não nos
possibilitaria enxergar o ser humano à parte do meio em que ele vive nem o meio
sem o homem. Ambos estão contidos um no outro.
Entretanto, muitas visões distintas daquilo que é natureza podem surgir na sua
conceituação. Ainda na linhado que propõe Tamaio (2002), alguns apresentarão
uma visão romântica do que é natureza (expressando que ela é composta por
árvores, frutos, peixes, pássaros, água limpa etc.), outros apresentarão uma visão
utilitarista (expressando que ela “serve” para os animais viverem, para dela nos
servirmos etc.), outros apresentarão uma visão científica (expressando que ela é
importante para o ciclo hidrológico, para a atmosfera, para os oceanos, para a
organização do Sistema Terra, etc.), outros apresentarão uma visão generalizante
(expressando que a natureza é tudo que existe: as terras, o ar, o homem, o sol, as
estrelas, os oceanos etc.), e outros apresentarão uma visão naturalista
(expressando que a natureza já existia antes do homem, e que tem uma função a
cumprir). Essas visões, contudo, não contemplam o que permite a visão
socioambiental do que é natureza, na qual o homem integra o meio ambiente e
dele faz parte, mesmo que o meio ambiente seja também constituído por rios
poluídos ou prédios, por pontes, casas, asfalto, cimento, pela exploração mineral,
tecnologias, celulares e assim por diante.
É por esse motivo que a exploração mineral e a geotecnia são mal vistas pela
sociedade. Ainda que dependamos todos delas para existir, a simples ideia de que
o ser humano é um agente mal, um “câncer” que usurpa a natureza e põe nela sua
cobiça, fazem com que tais obras sejam vistas muitas vezes como males a serem
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condenados. O paradigma está no fato de que precisamos desses artigos ou da
natureza para nos vestir, nos alimentar, para nossas existências sociais. Ainda que
o planeta Terra (possivelmente e bastante provável) consiga existir muito bem sem
a presença humana, como existiu por bilhões de anos, a presença do ser humano
é, para a natureza, apenas o mesmo que a presença de todas as outras espécies:
uma grande relação ambiental que, admitimos, interage com a Terra.
Contudo, é verdade, o tempo de renovação das coisas é próprio de cada um. Isso
faz com o que a renovação do petróleo demande muito mais anos do que a
capacidade de o homem explorá-lo e consumi-lo até que se esgote – tornando a
ele um recurso não-renovável. Já os recursos cujos aproveitamentos podem ser
feitos em tempos menores, podem ser classificados de recursos renováveis.
Bettencourt et al. (2009, p. 510) vão considerar como recursos naturais
renováveis “aqueles cuja velocidade de reposição é suficiente para a sua
utilização sem o perigo de seu esgotamento”. Acrescentaríamos aqui um adendo:
“para uso da espécie humana”, porque, no nosso entender, se milhões de anos se
passarem a partir de agora, ainda que o homem não mais estivesse presente, o
recurso poderia ter sido reposto e hipoteticamente poderia ser usado por alguma
outra espécie. Os autores também consideram que os recursos minerais são, em
sua maioria, recursos naturais não-renováveis (BETTENCOURT et al., 2009), isto
porque não apresentam tal velocidade de reposição (para uso da espécie humana,
enfatizamos novamente).
Os bens minerais são um grande patrimônio da geodiversidade, sendo sua
exploração importante para um desenvolvimento sustentável e a melhoria de vida
dos brasileiros, considerando que, em 2005, a produção mineral atingiu um total
de R$ 85 bilhões. (FILHO; MARQUES, 2008)
Ao tratarmos dos recursos minerais, falamos também de sua exploração, no
entanto poderíamos optar por exemplificar com as obras de engenharia, Uma vez
que a geotecnia dialoga cada vez mais com áreas multidisciplinares (engenheiros,
geólogos, biólogos, químicos etc.), ela é capaz de não só possibilitar as obras como
ajudar a evitar problemas. A isso se atribui a importância de sondagens, estudos e
diálogo multidisciplinar.
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CASO
Em 2007, durante o chuvoso mês de janeiro, uma
cratera com 80 metros de diâmetro e 30 metros de
profundidade engoliu carros e casas, desalojou 79
famílias e matou sete pessoas. O desmoronamento
aconteceu no canteiro de obras da estação Pinheiros
(Linha 4-Amarela do Metrô, Zona Oeste de São Paulo).
Embora o caso tenha sido investigado em sigilo pela
justiça e não nos cabe o julgamento dos culpados, os
laudos do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas)
apontaram que o projeto previa a escavação de túneis
pelo método NATM (novo método de tunelamento
austríaco, na sigla em inglês) em um terreno com faixas
de rocha alterada em meio a rochas sãs, folheamento e
com fraturas em diferentes direções, algumas
preenchidas com argila mole. A geologia já era
conhecida desde 1997, quando ainda na fase do
planejamento do Projeto, mas, segundo o relatório do
IPT, as investigações mostraram que durante a
execução do projeto não foram consideradas as
complexas características geológicas do terreno, como a
“variação lateral da qualidade da rocha” e o “sistema de
fraturamento”, somado ao fato de as alterações feitas no
andamento da obra discordar do projeto original, além
de não terem sido observados indícios durante a obra, o
que poderia ter evitado o colapso do túnel.
Isso serve para nos lembrar de que é preciso estudar a
geologia, fazer sondagens, mas também acompanhar os
fatores ambientais na decorrência do projeto, além de
desenvolver uma proposta de Plano de Ação
Emergencial, elaborado através da Segurança do
Trabalho, para diminuir ou minimizar as perdas humanas
em casos de acidentes. 
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Os problemas ambientais no âmbito da geotecnia sempre ocorreram, no entanto
devemos ter em mente que eles podem ser evitados, quando não são, devem ser
minimizados e tratados (remediados). Como exemplo, podemos citar a construção
de um aterro para Resíduos Sólidos Urbanos (RSUs). Por milênios, embora em
muitos lugares do Brasil, infelizmente, ainda se faça assim, o ser humano teve a
opção de criar lixões (figura a seguir) a céu aberto, jogando todos os lixos
recolhidos das casas em um terreno não muito distante das cidades, mas longe o
suficiente para não causar ojeriza, sem, no entanto, se preocupar com as plumas
contaminantes de chorume. Com as novas técnicas, hoje somos capazes de
construir aterros específicos para receber os RSUs, já que a necessidade imposta
por uma sociedade de consumo assim exige, dada a produção de resíduos
majoritariamente desnecessários.
Figura 7 - Lixão sem controle sanitário, vetor de poluição ambiental,
contaminações e doenças. Fonte: Spaskov, Shutterstock, 2018.
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Quer por questões ambientais, quer por questões sanitárias, a Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da NBR 10.004:2004, “classifica os
resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde
pública, para que possam ser gerenciados adequadamente”, de forma que a Lei
Federal nº 12.305 de 2010 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL,
2010). Assim, a sociedade se organiza para, em conjunto com os técnicos,
preservar o meio ambiente.
Com isso, notamos que a inter-relação do homem com o meio ambiente é
inevitável no dia a dia, mas pode ser menos prejudicial para o meio. Não porque o
planeta não é capaz de suportar, afirmamos com certeza, mas porque ao ameaçar
o equilíbrio do meio ambiente, o ser humano coloca em xeque sua própria
existência e a de muitas outras espécies de animais e vegetais, admitindo que não
seria, contudo, ético de sua parte.Um livro referência para abordar o assunto de Educação Ambiental é "A
formação do sujeito ecológico", de Isabel Carvalho, publicado pela editora
Cortez. A obra aborda uma construção social de uma prática político-
pedagógica.
Poderíamos apontar inúmeros problemas ambientais: poluição do solo e das
águas, impactos negativos na dinâmica dos ventos pela construção de prédios e
arranha-céus, mortandade de peixes por mineração de produtos tóxicos etc., mas
nunca se esgotariam. É preferível admitir, todavia, que todas as ações – e para isso
há estudos próprios como os EIA (Estudos de Impacto Ambiental) e os RIMA
(Relatórios de Impactos ao Meio Ambiente) – geram impactos positivos e
negativos, e todos eles têm consequências.
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4.3 Mineração e ambiente
Se observarmos um mapa temático, onde sejam apontados os recursos minerais
do Brasil (figura a seguir), notamos que há uma maior predominância de recursos
na faixa leste do país (regiões Sul, Sudeste e Nordeste) quando comparada com seu
interior (regiões Centro-Oeste e Norte). Isso se dá não pela ausência de recursos,
mas pela carência de informações e mapeamentos, atribuída ao histórico de
ocupação territorial. Lembramos que, ao longo da história, o litoral brasileiro foi
marcado pela presença mais intensa das populações e das grandes cidades, das
Universidades e, consequentemente, da pesquisa. Tal presença resultou em
inúmeras explorações, mapeamentos e pesquisas que, em campo, mapearam mais
detalhadamente a porção litorânea que o centro do país. Entretanto, não se pode
desconectar esse fato da formação geológica da área, na qual essas faixas são
coincidentes com o embasamento pré-cambriano, sobretudo com o escudo
Atlântico, conforme descrito em Schobbenhaus e Brito Neves (2003).
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Podemos notar que as cores apontadas na figura são variadas, no entanto, de
acordo com a legenda do Mapa Geodiversidade do Brasil (1:2.500.000) do CPRM
(2018), destaca-se a predominância de azuis-esverdeados para material de uso na
construção civil, azuis para rochas e minerais industriais, róseos como
indicativos de recursos minerais energéticos e amarelos para metais nobres,
enquanto os acastanhados são para metais não ferrosos e semimetais.
Bettencourt et al. (2009) dão exemplos de recursos minerais:
Figura 8 - Mapa Geodiversidade do Brasil (1:2.500.000): limites estaduais
e recursos minerais. Fonte: CPRM, 2018, s/p.
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metálicos ferrosos: ferro, manganês, cromo, molibdênio, níquel, cobalto,
volfrâmio, vanádio (ferroligas);
metálicos não ferrosos: cobre, chumbo, zinco, estanho (básicos), alumínio,
magnésio, titânio, berílio (leves), ouro, prata, platina (preciosos), berílio,
césio e lítio (raros);
não metálicos: areia, cascalho, rocha industrial e brita (construção civil),
enxofre, fluorita, sais, pirita, cromita (indústria química), fosfatos, potássio e
nitrato (fertilizantes), calcário, argila, gipsita (cimento), argilas, feldspato e
sílica (cerâmica), cromita, magnesita, argilas e sílica (refratários), coríndon,
diamante, granada e quartzito (abrasivos), amianto e mica (isolantes),
carbonatos e fluorita (fundentes), barita, ocre, titânio (pigmentos) e
diamante, rubi, turmalina (gemas).
Vale lembrar que os recursos minerais são “as concentrações minerais na crosta
terrestre cujas características fazem com que sua extração seja ou possa chegar a
ser técnica e economicamente factível” (MINEROPAR, 2018, s/p). Bettencourt et al.
(2009), por sua vez, afirmam que as rochas comuns, quando enriquecidas com
substâncias minerais úteis, são denominadas minérios. Ou seja, o granito, por si
só, não é um minério (embora seja um recurso mineral), mas, se estiver
enriquecido com cassiterita (SnO ), é também um minério de estanho. Já a aluvião
(areia, cascalho ou argila), se estiver enriquecida por ouro, torna-se, além de um
recurso mineral (usado na construção civil, entre outros), um minério de ouro; e
assim por diante.
O filme Serra Pelada (2013), dirigido por Heitor Dhalia, conta a história de
2
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dois amigos que vivenciam o sonho do ouro no maior garimpo a céu aberto
do mundo, no Pará, na extinta Serra Pelada, de onde se extraiu, oficialmente,
30 toneladas de ouro. 
Dardenne e Schobbenhaus (2003) citam 108 localizações dos distritos e depósitos
minerais mais importantes do Brasil, sendo que Bettencourt et al. (2009) afirmam
que os depósitos minerais decorrem de processos naturais, na maioria geológicos
(mas também climáticos e/ou biológicos), que enriquecem um local da crosta
terrestre com uma substância mineral.
De forma ampla, podemos apontar algumas das principais Províncias Minerais do
Brasil: a do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, no quadrilátero formado
entre as cidades de Belo Horizonte, Congonhas do Campo, Mariana e Santa
Bárbara, onde se encontra a maior produção de minério de ferro do país. A de
Carajás, no Pará, onde temos depósitos de ferro. O Maciço do Urucum, no Mato
Grosso do Sul, onde se apresenta a terceira maior reserva de ferro do país e
manganês. E o depósito de manganês da Serra do Navio, no Amapá, cuja lavra
chegou a ser exaurida, mas novas tecnologias permitiram a retomada da
exploração.
De acordo com o Anuário Mineral Brasileiro (2016), para o ano de 2015, 76% da
produção mineral brasileira comercializada correspondiam à classe dos minerais
metálicos: ferro (61,7%), ouro (10,3%), alumínio (5,2%), níquel (4,7%), nióbio (1%),
manganês (0,9%), estanho (0,9%) e outros (1,5%), de forma que fica evidente que a
grande “vocação” da potência mineral, no Brasil, é para minerais metálicos.
Contudo, os recursos minerais também podem ser energéticos, tais como o
petróleo, o carvão e o urânio. (BIZZI, 2003)
Segundo a Mineropar (2018, s/p) a lavra, sinônimo de explotação, é a “fase da
mineração representada pelo conjunto de operações que tem como objetivo a
extração econômica das diversas substâncias minerais úteis ou fósseis de uma
jazida até o seu beneficiamento primário”, enquanto o beneficiamento é “a
concentração de minério ou de minerais úteis por remoção de materiais
indesejáveis por vários processos como: gravitativo, magnético, flotação,
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precipitação química, etc.”. Tais definições são importantes por vários motivos,
mas também para compreender que, durante um beneficiamento ou durante uma
lavra de algum minério, podem ocorrer impactos ambientais como a acidificação
das águas, por exemplo, causada pela exposição de metais que interagem com a
água e o ar.
4.4 Contaminantes orgânicos e
inorgânicos
A Geoquímica, enquanto ciência que estuda a distribuição e a quantidade dos
elementos químicos na Terra e a circulação dos elementos na natureza
(MINEROPAR, 2018 apud Goldschmidt, 1954), é muito importante na compreensão
dos sistemas regolito/aquífero e no entendimento dos seus processos poluidores
desses.
A poluição, segundo a Mineropar (2018), pode ser entendida como a interferência
prejudicial aos usos das águas, do ar e do solo, enquanto a contaminação, termo
muitas vezes utilizado como sinônimo, é “quase sempre empregado em relação
direta a efeitos sobre a saúde do homem”(MINEROPAR, 2018, s/p), porque há
existência de microrganismos patogênicos em um meio qualquer.
Tal diferenciação nos leva a compreender que, para o uso das águas subterrâneas,
por exemplo, de acordo com o uso e ocupação do solo (se por indústria, moradias,
atividades recreativas etc.) e suas propriedades (formação geológica, topografia,
clima, entre outras), um contaminante ou agente poluidor pode impossibilitar o
uso da água e, inclusive, do solo. A toxicidade, entretanto, depende diretamente da
dose do contaminante e do tempo de exposição, de forma que, se for presente em
doses altas em um tempo curto, causa uma toxidez aguda, e se for presente em
doses baixas por longos períodos de tempo, causa uma toxidez crônica. (KERL,
2007)
Os contaminantes orgânicos diferenciam-se dos inorgânicos. Os primeiros são
biodegradáveis e provêm da agricultura, de restos de seres vivos e de atividades
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domésticas (por exemplo, o esgoto), com isso, se a água estiver em um corpo livre
(lago, rio, lagoa, mar), podem causar a eutrofização da água por excesso de
nutrientes, acelerando o crescimento de algas e, consequentemente, diminuindo o
oxigênio presente nela, o qual é consumido pelos vegetais. Os inorgânicos, por sua
vez, são os metais pesados (chumbo, mercúrio, bário, cromo, zinco etc.) e os
organoclorados, que se acumulam na cadeia alimentar. Os contaminantes também
podem ser biológicos, de forma que os microrganismos, como bactérias, fungos,
vírus e protozoários, são capazes de provocar doenças.
Os sistemas hídricos, sejam de águas livres ou subterrâneas, podem ser
contaminados por ações humanas ou causas naturais (como as fitoplancto-
toxinas, o pólen e os terpenos). Entretanto, vale lembrar, que, dadas as
características de formação e drenagem das águas submersas, a
contaminação/poluição delas pode ser drástica se não for evitado, pois, em muitos
casos, não podem ser tratadas/remediadas.
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Síntese
Vimos, ao longo deste capítulo 4, um pouco da História da Terra, dando ênfase
para a geologia que resultou na América do Sul e, particularmente, no Brasil.
Abordamos assuntos muito complexos e de difícil compreensão a princípio, mas
conseguimos, ao final, criar um entendimento sistêmico.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
aprender sobre a geologia do Brasil;
aprender sobre éons, eras e períodos geológicos;
aprender, por fim, sobre como surgiu a geodiversidade do nosso país;
entender a relação do ser humano com o meio ambiente;
entender a importância da geotecnia e do diálogo multidisciplinar;
analisar a atividade mineradora no Brasil;
compreender como se diferenciam os contaminantes e poluentes no nosso
meio.
Bibliografia
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10004: 2004. Resíduos sólidos -
Classificação, Rio de Janeiro, 2014. 
BETTENCOURT, J. S.; MORESCHI, J. B.; TOLEDO, M. C. M. de. Recursos
minerais da Terra. In: TEIXEIRA, W.; FAIRCHILD, T. R.; TOLEDO, M. C. M. de.; TAIOLI,
F. Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.
BIZZI, L. A. et al. Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil: texto, mapas
e SIG. Brasília: CPRM, 2003. Disponível em: <http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/handle
/doc/1212 (http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/handle/doc/1212)>. Acesso em:
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BRASIL. Presidência da República. Lei n. 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a
Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de
1998; e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br
/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm (http://www.planalto.gov.br
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BURGESS (https://www.nature.com/articles/s41467-017-00083-9#auth-1),
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sills as the trigger of the end-Permian mass extinction. Nature
Communications, volume   8, article   number   164 (2017). 31/07/2017. Disponível
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CPRM – Serviço Geológico do Brasil. Mapa Geodiversidade do Brasil
(1:2.500.000): limites estaduais e recursos minerais. 2018. CPRM: Mapoteca.
Disponível em: <http://mapoteca.cprm.gov.br/programas/template.php
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______ . Mapas de Geodiversidade Estaduais. 2016. Disponível em:
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Territorial/Geodiversidade/Mapas-de-Geodiversidade-Estaduais-1339.html)>.
Acesso em: 20/04/2018.
DHALIA, H. Serra Pelada. [filme] Direção Heitor Dhalia. Roteiro Heitor Dhalia
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FILHO, V. O.; MARQUES, V. J.; Riquezas Minerais. In: SILVA, C. R. da. Geodiversidade
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