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Ecologia e Manejo dos Solos: Biomas, Matas Ciliares e Restauração

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ECOLOGIA E MANEJO DOS SOLOSECOLOGIA E MANEJO DOS SOLOS
A IMPORTÂNCIA DOS BIOMAS,A IMPORTÂNCIA DOS BIOMAS,
DAS MATAS CILIARES E DADAS MATAS CILIARES E DA
RESTAURAÇÃO ECOLÓGICARESTAURAÇÃO ECOLÓGICA
Autor: Me. Luiz Henrique Biscaia Ribeiro da Silva
Revisor : E l isangela Ronconi Rodr igues
IN IC IAR
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introdução
Introdução
Olá, aluno(a), seja bem-vindo(a). Durante esta unidade, você aprenderá quais
são os principais biomas brasileiros e algumas características, como clima, solo,
fauna e �ora, existentes neles. Também, entenderemos a importância das matas
ciliares, assim como sua conservação, e um pouco sobre a legislação brasileira,
que trata das Áreas de Preservação Permanente (APP). Por �m, estudaremos o
que é o processo de restauração ecológica, quais são as etapas desse processo e
quais são as principais técnicas de restauração existentes.
Espero que o conteúdo seja aproveitado de forma satisfatória e que colabore
para o futuro de sua pro�ssão!
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O termo bioma (do grego bio = vida e oma = massa) já é utilizado pela
biogeogra�a desde meados do século passado, tendo sofrido diversas
modi�cações até chegar a um conceito atualmente mais utilizado: “um espaço
geográ�co natural que ocorre em áreas que vão desde algumas dezenas de
milhares até alguns milhões de quilômetros quadrados, caracterizando-se pela
sua uniformidade de clima, de condições edá�cas (do grego édaphos = solo) e de
�to�sionomia” (COUTINHO, 2016, p. 22). Esse termo inclui a fauna e a �ora como
parte dessa massa viva e deve evitar ser confundido com o termo ecossistema,
empregado para indicar um conjunto de componentes bióticos e abióticos que
se relaciona formando um todo funcional (COUTINHO, 2016).
A superfície do planeta Terra tem uma grande variedade de habitat, com
características que são determinadas por clima, topogra�a, solo, distribuição de
nutrientes, dentre outros fatores que levam também a uma variedade de seres
vivos (BRAGA et al., 2005).
Conceitos e Classi�caçõesConceitos e Classi�cações
dos Biomasdos Biomas
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Esses fatores também determinam o caráter de mudança da vida animal e
vegetal e como os ecossistemas funcionam sobre a superfície da terra. No
entanto a biodiversidade existente é função da capacidade das espécies de se
adaptarem às condições regionais e de as comunidades se proliferarem em
determinados locais (RICKLEFS, 2010).
Em consequência disso, podemos concluir que, em regiões diferentes,
desenvolvem-se espécies diferentes, devido à capacidade de praticar atividades
normais no local, e a superfície do planeta é dividida em regiões de grandes
extensões, em que se desenvolveu, predominantemente, um determinado tipo
de vida (BRAGA et al., 2005).
Embora não haja lugares que hospedam exatamente o mesmo
conjunto de espécies, podemos agrupar as comunidades biológicas e
os ecossistemas em categorias, baseadas no clima e na forma de
vegetação dominante, o que dá a eles seu caráter geral. Estas
categorias são denominadas de biomas (RICKLEFS, 2010, p. 78).
Os biomas podem ser representados por pequenas áreas, mas também podem
chegar a áreas que atingem um milhão de quilômetros quadrados. Além disso,
um bioma pode ser representado por uma, ou mais, área, distribuída de forma
distintas no espaço geográ�co (COUTINHO, 2006). A Figura 2.1 apresenta os
diversos biomas existentes no planeta terra e como eles são distribuídos.
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Apesar de os biomas serem facilmente reconhecidos pela vegetação existente,
sistemas diferentes de classi�cação podem fazer distinções mais gerais ou
especí�cas, e biomas vizinhos podem ter características misturadas, embora não
sejam os mesmos.
A In�uência do Clima na Formação dos
Biomas
O fator clima, junto com outras in�uências, é o que permite agrupar os
ecossistemas em biomas, pois é ele que vai determinar as condições e as formas
do desenvolvimento e do crescimento vegetal mais adequadas para uma
determinada região. Assim, podemos dizer que o clima restringe as formas
especí�cas de crescimento (RICKLEFS, 2010). Podemos a�rmar, portanto, que
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algumas variáveis do clima é que limitam as condições físicas as quais os
organismos têm que se adaptar, se quiserem viver em um determinado bioma.
Para os ambientes terrestres, a temperatura e a umidade são as variáveis
climáticas mais importantes, principalmente quando nos referimos à vegetação.
Um dos sistemas de classi�cação muito utilizado para biomas foi desenvolvido
pelo ecólogo Robert H. Whittaker, da Universidade de Cornell, e consiste em um
sistema que se baseia no ciclo anual de temperatura e precipitação, obtendo,
assim, nove grandes divisões (RICKLEFS, 2010). A Figura 2.2 apresenta as nove
divisões existentes no sistema de classi�cação de Robert H. Whittaker e suas
distribuições de acordo com a temperatura e a pluviosidade.
Como já foi mencionado anteriormente, esse sistema de classi�cação é baseado
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no clima (temperatura e precipitação). Robert H. Whittaker começou de�nindo
os biomas pelo tipo de vegetação; depois, identi�cou um diagrama climático
simples e plotou as fronteiras aproximadas de seus biomas.
As zonas climáticas existentes variam de acordo com as latitudes, por exemplo,
nas latitudes tropicais, as zonas climáticas se diferenciam das zonas climáticas
equatoriais, assim como das zonas climáticas subtropicais, e assim por diante,
conforme se aumenta a latitude. Dessa forma, a variação do clima ao longo das
latitudes terrestres ocorre, a grosso modo, de acordo com a quantidade de
energia recebida, proveniente do sol, e de�ne as espécies de seres vivos que
habitam os biomas, devido ao poder de adaptação neles existente.
Biomas Brasileiros
O Brasil é considerado dono de uma das biodiversidades mais ricas do mundo,
tendo posse de, aproximadamente, ⅓ das �orestas tropicais que ainda restam
no mundo.
Os principais biomas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geogra�a e
Estatística - IBGE (BRASIL, 2020a) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA (BRASIL, 2020b), são a Amazônia, a
Caatinga, a Mata Atlântica, o Cerrado, o Pantanal e o Pampa ou Campos do Sul.
A Figura 2.3 apresenta a localização desses biomas no mapa brasileiro.
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Tabela 2.1 - Área aproximada ocupada pelos biomas brasileiros
Fonte: IBGE (2004, on-line).
A Tabela 2.1 apresenta a área total ocupada pelos seis principais biomas
brasileiros. A Amazônia se destaca como o maior bioma em extensão territorial;
o Pantanal, por sua vez, se apresenta com a menor proporção de terra.
praticarVamos Praticar
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Vimos, durante os estudos, que o Brasil possui seis biomas principais, que apresentam
características distintas, e uma das biodiversidades mais ricas do mundo. Assinale a
alternativa que apresenta um bioma que não pertence ao território brasileiro.
a) Amazônia.
b) Cerrado.
c) Caatinga.
d) Deserto.
e) Campos Sulinos
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Como vimos, os principais biomas brasileiros são a Amazônia, a Caatinga, a Mata
Atlântica, o Cerrado, o Pantanal e o Pampa ou Campos do Sul. Vamos aprender
um pouco sobre algumas características de cada um deles, como clima, fauna,
�ora e tipo de solo.
Amazônia
O bioma da Amazônia apresenta uma extensão territorial de 4.196.943 km2,
representando, assim, o bioma brasileiro com maior extensão territorial. Cerca
de 60% desse bioma está em território brasileiro. Apesar do seu tamanho,
apresenta ecossistemas frágeis, uma vez que a �oresta vive do seu próprio
material orgânico, em um ambiente úmido, com abundância de chuvas.
Segundo Capobianco citado por Camargo, Capobianco e Oliveira (2004, p. 131), a
“dimensão da Bacia Amazônica e a sua grande heterogeneidade ambiental são
Principais BiomasPrincipais Biomas
BrasileirosBrasileiros
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fatores determinantes para a existência de uma expressiva diversidade
biológica”, da qual “ainda se conhece muito pouco”.
A Amazônia brasileira cobre os seis estados da região norte, abrangendo partes
de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. É o bioma com maior preservação
quando se fala em cobertura vegetal; apresenta �orestas densas e abertas, no
entanto, devido ao agronegócio, é o bioma que mais avança em taxas de
desmatamento (AGUIAR et al., 2016).
Floresta Amazônica Densa
A �oresta amazônica densa se estende por Acre, Amazonas, Roraima, Pará,
Amapá, Mato Grosso e Maranhão, abrange uma área de, aproximadamente, 1,6
milhões de quilômetros quadrados, composta por planícies, tabuleiros e baixos
planaltos (COUTINHO, 2016). O clima dessas �orestas é o tropical pluvial, que se
caracteriza por ser bastante quente e úmido, atingindo índices pluviométricos
entre 2000 mm e 4000 mm anuais; grande parte dessa precipitação
pluviométrica é proveniente da própria transpiração das plantas.
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Esse bioma possui um solo predominante do tipo latossolo, de cor escura e rico
em matéria orgânica. A granulação do solo é arenoargilosa ou argilosa, com pH
ácido e altos níveis de íons de alumínio. O solo desse bioma é pobre em
minerais e nutriente; o que justi�ca essa �oresta exuberante é a alta e�ciência
da reciclagem de nutrientes, devido à queda de folhas, �ores, frutos e dejetos de
animais (COUTINHO, 2016). A queima e a derrubada da �oresta acabam por
interromper esse ciclo de nutriente, fazendo com que o solo perca sua
fertilidade.
A vegetação desse bioma, como o próprio nome sugere, é densa e possui uma
rica diversidade, sendo capaz de encontrar até 300 espécies diferentes em um
único hectare. Por ser densa, possui uma grande quantidade de biomassa, que
chega em torno de 300-400 t/ha. A vegetação tem de 30-40 metros de altura,
podendo atingir até 60 metros; muitas das árvores são: Castanheira do Pará
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(Bertholletia excelsa), Seringueira (Hevea brasiliensis), Pau-rosa (Aniba rosaeodora)
e Mogno brasileiro (Swietenia Macrophylla) (COUTINHO, 2016).
Quanto à fauna presente, se juntarmos todas as �orestas amazônicas, existem
cerca de 300 espécies de mamíferos, mais de 1000 espécies de aves, 240 répteis,
600 anfíbios, 3000 espécies de formiga, 3000 espécies de abelhas e 1800
espécies de borboletas; há muitas espécies ainda não encontradas. As espécies
mais encontradas são a onça pintada (Panthera onca), a anta (Tapirus terrestris),
várias espécies de macaco, como o sauim-de-coleira (Saguinos bicolor), a lontra
(Lutra paranaenses), dentre outros mamíferos. Dentre os répteis, a surucucu-
pico-de-jaca (Lachaesis muta) é a mais conhecida, devido ao seu veneno
(COUTINHO, 2016).
Floresta Amazônica Aberta
Esse bioma ocorre na área de transição entre a �oresta amazônica densa e o
cerrado, encontra-se nos estados do Amazonas, Acre, Pará, Rondônia e no norte
do Mato Grosso, alcançando uma extensão territorial de, aproximadamente, 1,4
milhões de quilômetros quadrados (COUTINHO, 2016).
Apesar de possuir uma temperatura média anual alta, seu clima é um pouco
diferente da �oresta amazônica densa, com menores precipitações pluviais, o
qual atinge uma média de 1500 mm/ano. É constituído por solo um pouco mais
argiloso, acredita-se que, em virtude disso, é também um pouco mais rico em
nutrientes e minerais (COUTINHO, 2016).
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Como o próprio nome sugere, a vegetação dessa �oresta amazônica é aberta,
com espécies como Bertholletia excelsa, Swietenia, Cedrela e Hula, com uma
quantidade de bambus muito maior, como Taquara (Guadua superba), Babaçu
(Attalea speciosa) e Inajá (Attalea maripa). A penetração de luz dentro da �oresta é
maior, devido às grandes árvores serem distantes umas das outras (COUTINHO,
2016).
Cerrado
Esse bioma é de savana tropical, semelhante aos biomas existentes na
Venezuela, na África e na Austrália. O termo Cerrado é um nome brasileiro, que
não se aplica às outras savanas espalhadas pelo mundo.
O Cerrado abrange cerca de 23% do território nacional, com uma extensão
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territorial de 2.036.448 km2, é considerado o segundo maior bioma do Brasil,
espalhado por 10 estados (AGUIAR, 2016). Se voltarmos a reparar a Figura 2.3,
notaremos que o Cerrado apresenta zona de transição com quase todos os
outros biomas existentes no Brasil. Podemos, assim, concluir que há
biodiversidade e caráter endêmico bastante fortes.
A região central dos cerrados é composta com superfícies planas e
sedimentares, podendo chegar a altitudes entre 300 m e 1700 m. O clima
dominante é tropical estacional, no qual as temperaturas médias anuais variam
de acordo com a região, em uma média de 20-22 ºC a 24-26 ºC. Quanto às
precipitações pluviométricas, o Cerrado possui médias anuais que variam entre
1000 mm e 1800 mm, com distribuições bem concentradas durante o ano,
sendo possível distinguir períodos de chuva (outubro a abril) e de estiagem
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(junho, julho e agosto) (COUTINHO, 2016).
O solo do Cerrado é, de modo predominante, latossolo, profundo, de cor
avermelhada, sendo, praticamente, desprovido de pedras, apesar de ter boa
porosidade, permeabilidade e arejamento. Possui extensas áreas planas, o que
favorece a agricultura, porém apresenta um grande problema: possui solos
ácidos, com pH de 4,5 a 5,5, ricos em íons de alumínio, elemento tóxico para as
plantas, e pobres em nutrientes, como K, N, P, Ca e Mg. O lençol freático �utua
com as estações do ano, garantindo o suprimento necessário para as plantas
com raízes profundas (COUTINHO, 2016).
A vegetação encontrada no Cerrado é savânica, no entanto apresenta uma
variação que vai de campos limpos a locais com �oresta de 15-18 m de altura.
Porém 70% da área do Cerrado é constituída por campos sujos que apresentam
vegetação com �sionomias intermediárias. Por constituir uma variação em sua
vegetação, a biomassa existente nesse bioma também sofre variação, que vai de
20 t/ha a 80 t/ha ao longo do seu território (COUTINHO, 2016).
Pode-se dizer que o Cerrado apresenta uma camada de vegetação que é
contínua, formada por um estrato herbáceo, e outra descontínua, formada por
arbustos e árvores. Sua �ora apresenta mais de 7000 espécies, como o capim-
�echinha (Echinolaena in�exa) e o capim-�echa (tristachya leiostachya), da família
das gramíneas. Do estrato lenhoso arbustivo-arbóreo, podemos citar o ipê-
amarelo (Tabebuia spp.), o pau-terra (Qualea grandi�ora) etc. (COUTINHO, 2016).
A fauna encontrada no Cerrado é típica de região aberta, porém é mais pobre
em questão de diversidade e tamanho de população, quando comparada com
as savanas da África. Quanto aos cervídeos, podemos citar veado-campeiro,
veado-mateiro e o cervo do pantanal; já como carnívoros podem ser citados a
onça-pintada, a onça-parda e o puma, e o lobo-guará, que é um onívoro. Quanto
aos répteis, temos a cobra cascavel e a jararaca (COUTINHO, 2016).
Durante os períodos de secas, a fauna acaba por ser encontrada de forma mais
concentrada, próxima aos cursos de água existentes, por entre as matas ciliares;
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já em períodos chuvosos, pode ser encontrada por todo território.
Mata Atlântica
A Mata Atlântica é constituída por um conjunto de formações �orestais, além de
campos naturais, restingas, manguezais e outros tipos de vegetações, que
ocupam um total de 17 estados brasileiros, abrangendo uma área aproximada
de 1,3 milhões de metros quadrados.
O clima, como em quase toda costa brasileira, é o tropical pluvial, conhecido por
ser bem quente e úmido, podendo a temperatura e a pluviosidade variar com a
altitude, porém a Mata Atlântica tem locais onde pode chover até 4000 mm por
ano, talvez, uma das localidades brasileiras com maior pluviosidade, mais até
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mesmo que a �oresta amazônica (COUTINHO, 2016).
Os solos desse bioma são pouco profundos e sofrem bastante com processo de
lixiviação, o que, consequentemente, o torna pobre em nutrientes, estes se
concentram na camada orgânica da serapilheira, cuja produção é uma média de
8-9 t/ha/ano. A Mata tem fauna e �ora com uma diversidade de espécies que,
talvez, seja uma das maiores do mundo, uma vez que se estende do sul ao
nordeste do país.
Caatinga
A Caatinga é um bioma predominante do nordeste brasileiro, cobrindo uma área
de, aproximadamente, 845 mil quilômetros quadrados. Possui um relevo
bastante heterogêneo, que está relacionado com a distância do litoral, o nível de
altitude, a geomorfologia, o nível de dessecamento do relevo, a declividade e a
posição da vertente em relação à direção dos ventos (barlavento, sotavento) e à
profundidade e à composição física e química dos solos (LOIOLA; ROQUE;
OLIVEIRA, 2012).
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A Caatinga apresenta um clima bastante irregular e extremo, com as mais fortes
insolações, as mais altas nebulosidades e as maiores temperaturas médias
anuais, que variam entre 25 ºC e 30 ºC (LOIOLA; ROQUE; OLIVEIRA, 2012). Seu
clima é classi�cado com tropical estacional semiárido, com uma pluviosidade de
600-800 mm por ano (COUTINHO, 2016).
A Caatinga tem vegetações �orestais, variando com folhas decíduas (grande
parte), semidecíduas e perenifólias; já a vegetação não �orestal é representada
por plantas lenhosas caducifólia espinhosa. Essa vegetação está distribuída em
todos os estados da região nordeste do Brasil e em Minas Gerais, único estado
da região (ARAÚJO et al., 2005).
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Em ambientes em que o solo se apresenta mais seco e raso, forma-se uma
caatinga baixa, em geral, cactus suculentos, como exemplo a coroa-de-frade
(Melocactus bahiensis) e o chega-pra-lá (Harrisia adscendens) (COUTINHO, 2016).
É a região semiárida mais povoada do mundo, com uma população de,
aproximadamente, 15 milhões de habitantes. Acredita-se que a vegetação da
Caatinga é a que mais sofre com a interferência antrópica no Brasil, por isso
possui uma diversidade muito baixa. Em 2008, foi feita uma veri�cação e foi
constatado que em torno de 45% da sua vegetação original já foi desmatada
(BRASIL, 2010; COUTINHO, 2016).
Pantanal
O pantanal encontra-se na região centro-oeste do Brasil e estende-se pelo oeste
do estado de Mato Grosso e sudoeste de Mato Grosso do Sul, tendo como seu
rio principal o Rio Paraguai.
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O clima da região é tropical estacional, com chuvas durante a primavera-verão e
períodos de seca no outono-inverno, um total de 4 meses de seca e períodos de
chuva com uma pluviosidade de 1000 a 1500 mm anuais. Atinge temperaturas
máximas um pouco mais elevadas, podendo chegar a 40 ºC (COUTINHO, 2016).
Em períodos de enchente, sedimentos são deixados em seu solo arenoargiloso,
o que ajuda a manter sua riqueza nutricional. As águas dos rios são muito
férteis, o que explica sua rica fauna presente.
Esse clima possui uma vegetação bastante variada, uma vez que faz fronteira
com a Amazônia e o Cerrado. Sua fauna é igualmente rica, com alta diversidade
e populações com tamanhos impressionantes, podendo chegar a mais de 3
milhões de jacarés, 45000 cervos-do-pantanal (Blastocerus dichotomus), 5000
araras-azuis (Anodorhynchus hyacinthinus) e de 3000 a 5000 onças-pintadas
(Panthera onca) (COUTINHO, 2016).
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A principal atividade realizada na área é a pecuária, porém, na época de cheias,
em que o solo sofre inundações, os produtores são obrigados a retirar seus
animais e transferi-los para áreas de maior altitude. No entanto, depois, são
recompensados com áreas de pastos verdes, uma vez que as águas dos rios são
bastante férteis.
Pampa
As Pampas, também conhecidas como Campos Sulinos, se encontram em sua
maior parte no estado do Rio Grande do Sul, podendo também ocorrer em
Santa Catarina e no Paraná, e estão distribuídas em uma área de 180000
quilômetros quadrados. Nos três estados, estão situadas a uma altitude de
500-900 m, quando se encontram nos planaltos; já no Rio Grande do Sul,
predominam as Pampas de planícies, a uma altitude de 100-200 m (COUTINHO,
2016).
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O clima encontrado nos Campos Sulinos é considerado quente temperado
úmido, com precipitações médias anuais de 1200-1600 mm. A temperatura
durante o ano pode variar de 13 ºC a 17 ºC, com invernos curtos, mas bem frios
nas regiões serranas (COUTINHO, 2016). Há, também, solos relativamente
férteis, com uma grande biomassa de herbáceas, tornando-se um local
economicamente viável para criação de gado, bovino e ovino.
Os Campos Sulinos apresentam uma considerável variedade de espécies, com
uma �ora de, aproximadamente, 3500 espécies. As plantas mais encontradas
são as gramíneas e as asteraceas (família da margarida e do girassol). Na fauna
desses Campos, podem ser encontrados emas, veados-campeiros, lobos-guarás,
furões, zorrilhos, dentre outros (COUTINHO, 2016).
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praticarVamos Praticar
Durante a unidade, pudemos observar que os biomas brasileiros são distintos quando
nos referimos à fauna e à �ora existentes. Isso se dá devido ao processo de adaptação,
principalmente do clima existente na localidade desses biomas. Assinale a alternativa
que apresenta qual dos climas representa o clima da Mata Atlântica.
a) Quente temperado úmido.
b) Tropical estacional.
c) Tropical pluvial.
d) Tropical estacional semiárido.
e) Predominantemente seco.
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Toda vegetação que cobre
as margens dos rios e de suas nascentes é chamada
de Mata Ciliar. No Brasil, essas matas podem ser encontradas em todos os
biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Pampa
(KUNTSCHIK; EDUARTE; UEHARA, 2011).
A Importância das MatasA Importância das Matas
CiliaresCiliares
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As Matas Ciliares também são conhecidas como mata de galeria, mata de várzea
e mata ripária.
Segundo o Código Florestal Federal, toda área que abrange a Mata Ciliar é
considerada uma Área de Preservação Permanente (APP). Agora, devemos
pensar: qual o propósito de se conservar essa área de Mata Ciliar? Segundo
Jakievicius (2011, p. 40), existem alguns motivos de preservação dessa mata, são
eles:
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● manter a qualidade do ar e a temperatura estáveis - o gás carbônico
em grandes quantidades é prejudicial à saúde dos seres vivos, além de
aumentar o efeito estufa, causando o aquecimento global. Por meio da
fotossíntese, as plantas absorvem o gás carbônico da atmosfera,
melhorando, assim, a qualidade do ar e regulando a temperatura na
Terra;
● regular o clima - as Matas liberam água em forma de vapor, que, ao
atingir a atmosfera, se concentra e se condensa, formando nuvens que
diminuem os efeitos dos raios do sol, produzem as chuvas e
estabilizam o clima;
● conservar a biodiversidade - as Matas Ciliares atuam como
corredores ecológicos, porque unem fragmentos de �orestas, o que
permite a circulação de animais e a dispersão de sementes,
aumentando a conservação da biodiversidade;
● evitar a erosão e o assoreamento - as chuvas e os ventos carregam
partes constituintes do solo exposto até os corpos d’água. As Matas
Ciliares são como �ltros que evitam que os sedimentos trazidos pela
erosão se depositem nos rios, o que levaria ao assoreamento, à
diminuição de seus volumes e à perda da qualidade da água;
● proteger as lavouras - essas Matas funcionam, ainda, como barreiras
naturais contra a disseminação de pragas e doenças nas culturas
agrícolas;
● evitar a deserti�cação - a erosão pode levar ao empobrecimento do
solo, pela perda de nutrientes, diminuindo a produtividade das terras;
● manter os reservatórios de águas subterrâneas - a vegetação diminui
o impacto da água no solo, no qual se in�ltra lentamente e é
armazenada no subsolo, onde abastecerá as nascentes.
Existem outros autores, como Kuntschik, Eduarte e Uehara (2011, p. 27), que
descrevem algumas das principais características ecológicas das Matas Ciliares:
● efeito de �ltro e tampão: colaboram para a qualidade e quantidade
de água, ao reterem excesso de sedimentos; evitam deslizamentos de
terra e assoreamento dos rios;
● proteção de ribanceiras, pela rede formada pelas raízes;
● local de altíssima diversidade biológica;
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● atuação como corredores ecológicos;
● �xação do gás carbônico.
A Lei Federal 12.651, de 25 de maio de 2012, dispõe sobre a proteção da
vegetação nativa, descreve em seu Art. 3º, II a de�nição de APP da seguinte
maneira:
Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não
por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade,
facilitar o �uxo gênico de fauna e �ora, proteger o solo e assegurar o
bem-estar das populações humanas (BRASIL, 2012, on-line).
A lei ainda de�ne os limites das áreas de qualquer curso d'água natural perene e
intermitente, desde a borda da calha do leito regular, com suas larguras
mínimas. A Figura 2.12 apresenta essas larguras.
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As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes,
independentemente de sua situação topográ�ca, deve ter um raio mínimo de 50
(cinquenta) metros; 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10
(dez) metros de largura; 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que
tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; 100 (cem) metros, para
os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de
largura; 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200
(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; 500 (quinhentos) metros, para
os cursos d’água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros.
É fundamental reconhecer a importância das Matas Ciliares e de sua
preservação, uma vez que a poluição e a degradação dessas áreas,
independente se na área urbana ou rural, afetam a todos, em especial, quanto
ao regime de chuvas, à biodiversidade, ao clima, dentre outros fatores
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(JAKIEVICIUS, 2011).
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praticarVamos Praticar
De acordo com a Lei Federal 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a
proteção da vegetação nativa, as Áreas de Preservação Permanente possuem limites
que variam de acordo com a largura do leito principal do rio. Para um curso d’água que
tenha entre 50 e 200 metros de largura, qual a área limite de sua APP? Assinale a
alternativa correta.
BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação
nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de
1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de
setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67,
de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm. Acesso em:
20 jan. 2020.
a) 30 metros.
b) 100 metros.
c) 50 metros.
d) 500 metros.
e) 200 metros.
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O processo de restauração ecológica nada mais é que a alteração de uma área
degradada, perturbada ou destruída, com a função de recuperar a estrutura e a
função de um dado ecossistema. Se olharmos pelo lado do conceito de sucessão
ecológica, em que o mais alto nível de um ecossistema é quando ele atinge o seu
clímax, mantendo, a partir de então, um equilíbrio, a restauração ecológica seria
uma tentativa de copiar todos os eventos ecológicos que ocorriam naquele
ambiente.
No entanto, de acordo com Moreira (2014, p. 14), a restauração ecológica,
atualmente, não sofre essa necessidade de copiar o passado e tem como
objetivo garantir que os ecossistemas se modi�quem naturalmente e aumentem
a capacidade de se autossustentarem no futuro.
Segundo Moreira (2014, p. 15), a restauração de ecossistemas degradados pode
ser motivada além do valor da biodiversidade, por exemplo, por elementos
socioeconômicos regulatórios. O autor ainda cita algumas motivações, descritas
O Processo de RestauraçãoO Processo de Restauração
EcológicaEcológica
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a seguir.
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Ao tentar restaurar um ecossistema, como saberemos que ele não precisa mais
de subsídios externos e já é capaz de continuar se desenvolvendo sem mais
nenhum tipo de assistência? De acordo com a Ecological Restoration
International Science & Policy Working Group (2004, p. 4), os fatores que devem
ser
analisados são:
1. O ecossistema restaurado contém um conjunto característico de
espécies que ocorre em ecossistemas de referência e que provém uma
estrutura de comunidade apropriada.
2. O ecossistema restaurado consiste de espécies nativas na maior
extensão possível. Em ecossistemas culturais restaurados, podem ser
permitidas espécies exóticas domesticadas, ruderais não invasivas e
vegetais que, presumivelmente, coevoluiram com o ecossistema.
3. Todos os grupos funcionais necessários para o desenvolvimento
contínuo e/ou para a estabilidade do ecossistema restaurado se
encontram representados. Em casos em que não estejam presentes, os
grupos ausentes possuem potencial para colonizar o ambiente por
meios naturais.
4. O ambiente físico do ecossistema restaurado é capaz de sustentar
su�cientes populações reprodutivas de espécies para sua estabilidade
continuada ou para o desenvolvimento ao longo da trajetória desejada.
5. O ecossistema restaurado é adequadamente integrado em uma ampla
paisagem ou matriz ecológica que interage por meio de trocas e de
�uxos bióticos e abióticos.
6. O ecossistema restaurado é su�cientemente resiliente para suportar
eventos estressantes normais e periódicos no ambiente local, que
servem para manter a integridade do ecossistema.
7. O ecossistema restaurado é autossustentado no mesmo grau que seu
ecossistema de referência e tem o potencial de persistir
inde�nidamente sob as condições ambientais existentes.
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Etapas de um Projeto de Restauração
Segundo Moreira (2014), um projeto de restauração pode, basicamente, ser
dividido em quatro etapas principais. A seguir, veremos a importância de cada
uma dessas etapas e como elas ocorrem:
1. diagnóstico: essa etapa tem como função identi�car as características
do local a ser restaurado, assim como as do seu entorno imediato.
Conhecer o ecossistema que se deseja restaurar, a fauna regional, seu
potencial de recuperação, os fatores que o levaram a degradar é
essencial para a escolha de espécies que serão utilizadas durante o
processo de restauração e, principalmente, da técnica mais adequada. É
por meio de um diagnóstico completo e bem estruturado que se obtém
um bom projeto técnico de restauração, com objetivos de intervenção
bem de�nidos.
2. planejamento: é durante esta etapa que se elabora o projeto técnico de
restauração, os objetivos de intervenção e a técnica de restauração a
ser utilizada. Dependendo do tipo de restauração, podem ser
necessárias ações como marcação de matrizes, coleta e bene�ciamento
das sementes e produção de mudas.
3. execução: esta é a etapa em que o projeto técnico elaborado é colocado
em prática, atividades como preparação da área a ser restaurada,
implantação da técnica adequada de restauração e isolamento de
fatores de degradação, como fogo e animais, fazem parte desta etapa.
4. monitoramento: o processo de monitoramento é essencial e representa
o acompanhamento da restauração da área degradada; por meio dele,
devem ser de�nidos indicadores que sinalizam se a área está ou não
reagindo como o esperado. Caso alguns desses indicadores sejam
insatisfatórios, é possível atribuir ações de correção de fundamental
importância para recuperar a resiliência da área restaurada.
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Técnicas de Restauração Ecológica
Existem diversas técnicas de restauração ecológica, porém o objetivo central
delas é garantir a diversidade funcional dos ecossistemas, recuperando a
biodiversidade, as funções e os processos que contribuem para a
sustentabilidade (MOREIRA, 2014).
Algumas das principais técnicas de recuperação ecológica existentes são
(MOREIRA, 2014, p. 43-46):
Regeneração natural: Condução: essa técnica consiste no controle de
espécies competidoras (ex.: gramíneas exóticas), com o intuito de
favorecer as espécies nativas presentes.
Regeneração natural: Adensamento: o adensamento consiste em
corrigir as “falhas” na vegetação, por meio da introdução de indivíduos
e espécies. Essa técnica promove o desenvolvimento mais uniforme do
ecossistema, uma vez que as clareiras podem se tornar foco de
infestação de espécies invasoras.
Regeneração natural: Enriquecimento: acrescentam-se ao sistema
espécies de outros grupos sucessionais (secundárias e clímax) e
funcionais. O intuito é aumentar a riqueza biológica da área, uma vez
que favorece a permanência da fauna com novos alimentos.
Nucleação: a técnica consiste na criação de pequenos habitats na área
degradada, induzindo a heterogeneidade ambiental mediante
intervenções pontuais. Tem um custo reduzido em relação às outras
técnicas.
Poleiros naturais ou arti�ciais: tem o objetivo de facilitar a interação
entre plantas e animais, com a introdução de poleiros naturais ou
arti�ciais, uma vez que os animais colaboram para dispersão de
sementes.
Transplante de plântulas: é uma técnica pouco estudada e utilizada
ainda no Brasil. Plântulas e plantas jovens devem ser coletadas de
forma a evitar a quebra ou qualquer dani�cação das raízes e, em
seguida, ser mantidas em um balde com água. Tem como principal
vantagem a obtenção de espécies regionais não disponíveis em viveiros.
Transplante de banco de sementes serapilheira: essa técnica ocorre por
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meio da retirada de áreas a serem impactadas ou desmatadas, um
material rico em matéria orgânica que carrega um banco de sementes.
Transferir esse material para locais em que se pretende aplicar um
processo de recuperação natural.
Estaquia: consiste em multiplicar células, tecidos e órgãos de plantas,
com o objetivo de gerar indivíduos idênticos à planta-mãe. É uma
técnica ainda pouco conhecida para �ns conservacionais e de
restauração de ecossistemas.
Semeadura direta: consiste em uma seleção adequada de espécies, por
exemplo, a escolha de espécies de fácil germinação e desenvolvimento
ou espécies que promovam adubação verde.
Plantio de mudas: é a técnica de restauração mais difundida e
utilizada, sendo a única que possui normas e diretrizes especí�cas em
legislação. Durante o plantio, são utilizadas espécies de diversos grupos
sucessionais.
A escolha da técnica ideal a ser utilizada deve ser baseada no potencial de
autorrecuperação da área que se pretende restaurar. Tal potencial deve ser
identi�cado na etapa de diagnóstico. Isso ajuda a reduzir custos e obter um
aproveitamento maior.
praticarVamos Praticar
O objetivo central das técnicas de restauração ecológica é garantir a diversidade
funcional dos ecossistemas, recuperando a biodiversidade. Assinale a alternativa que
apresenta qual das técnicas consiste em multiplicar partes da planta com o intuito de
gerar indivíduos iguais à planta-mãe.
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a) Enriquecimento.
b) Adensamento.
c) Poleiros naturais ou artificiais.
d) Nucleação.
e) Estaquia.
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indicações
Material
Complementar
LIVRO
Biomas Brasileiros
Leopoldo Magno Coutinho
Editora: O�cina de Textos
ISBN: 978-85-7975-254-4
Comentário: Essa importante obra fundamenta os
conceitos que de�nem um bioma, tema controvertido na
comparação de diferentes autores, focando zonas
climáticas e zonobiomas, e descreve e caracteriza os 16
principais biomas do Brasil.
Aprofunda a Amazônia para quatro biomas, desde a
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Floresta até a Campinarana, e descreve as Florestas
Quente Temperadas, passando por sistemas complexos,
como o Pantanal e os Campos Sulinos.
FILME
Amazônia Eterna
Ano: 2012
Comentário: Uma �oresta que gera esperança,
oportunidades e futuro. A maior �oresta tropical do
planeta já abriga diversas iniciativas que aliam com
sucesso ecologia e economia. A Amazônia não é só a
grande causa da humanidade, é também a protagonista
das mudanças que irão ditar nosso futuro.
Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer
disponível em:
TRA ILER
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conclusão
Conclusão
Durante esta unidade, pudemos aprender um pouco sobre as características de
cada um dos principais biomas brasileiros e como esses biomas sofrem
interferência do clima da região em que estão localizados, apresentando fauna e
�ora distintas, devido ao processo de adaptação dos seres vivos que a eles
pertencem. Aprendemos que as Matas Ciliares são de fundamental importância
para proteção dos cursos d’água, e que a área limite de APP deve ser respeitada
de acordo com a legislação brasileira. Por �m, também pudemos entender o
processo de restauração ecológica, em que a técnica adequada a ser utilizada no
processo de restauração depende do potencial de autorrecuperação da área, e
as 4 etapas existentes são fundamentais no processo.
referências
Referências
Bibliográ�cas
AGUIAR, S. et al. Redes-bioma: informação e comunicação para ação sociopolítica
em ecorregiões. Ambiente & Sociedade, São Paulo, v. XIX, n. 3, p. 233-252, 2016.
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