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Aula 5 Biomas mundiais e do Brasil

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Curso: Engenharia de Produção 
 
 
 
Disciplina: Ciência do Ambiente 
 
 
 
Autor: Welington Kiffer de Freitas 
 
 
 
Aula 5 – Biomas mundiais e do Brasil 
 
 
 
Meta 
 
 Apresentar o conceito de bioma. 
 
 Diferenciar os principais biomas mundiais 
 
 Reconhecer os principais biomas brasileiros 
 
Objetivos 
 
Após esta aula, você será capaz de: 
 
 Perceber como os padrões climáticos atuam na formação dos biomas no 
planeta; 
 
 Entender a integração de condições e recursos que determinam a 
composição dos biomas no planeta; 
 
 Distinguir os principais biomas brasileiros e suas características; 
 
 Reconhecer os biomas brasileiros com mais destaques no mundo. 
1. Introdução 
 
Os elementos do clima modificam-se conforme nos deslocamos na superfície 
do Planeta. Sendo assim, quando nos posicionamos em latitudes mais baixas, 
ou seja, mais próximo da linha do Equador, a biodiversidade tende a aumentar, 
obedecendo aos elementos ou atributos do clima (latitude, altitude, 
maritimidade, correntes oceânicas, etc.), que são condicionados pelos fatores 
climáticos (radiação solar, temperatura do ar, umidade do ar, precipitação, 
pressão atmosférica, etc.), como estudado nas aulas anteriores. 
 
O conceito de bioma expressa a adaptação das diferentes formas de vida em 
relação ao meio físico, em uma escala a nível da paisagem. Os biomas 
sofreram modificações ao longo da trajetória da vida da Terra. Porém, hoje, as 
atividades antrópicas vêm promovendo significativas modificações nas 
paisagens. Dessa forma, a conservação e a preservação dos ecossistemas 
devem ser uma preocupação fundamental para o equilíbrio ambiental e 
sobrevivência da nossa espécie. 
 
Diante disso, temos que considerar que dentro de pouco tempo, vocês estarão 
participando de grandes projetos, por isso a importância de considerar as 
consequências de nossas ações, uma vez que muitas áreas que já foram 
destruídas mais nunca retornarão ao seu estado original. 
 
2. Conceito de bioma 
 
Os biomas são classificados pelas formas mais comuns de seres 
vivos, geralmente representado pela vegetação, distribuídos por extensas 
regiões do Planeta. Muitas vezes, os biomas podem ocorrer como 
assembleias biológicas com muita similaridade, que podem ser encontrados 
em continentes diferentes, controlados pela ação do clima. Os biomas se 
diferenciam de acordo com as principais comunidades do mundo, 
classificadas de acordo com a vegetação predominante e caracterizadas por 
adaptações de organismos a esses ambientes. Então, o conceito de bioma 
se refere a grandes comunidades biológicas modeladas pelo ambiente físico. 
Conforme já estudado anteriormente, os biomas variam 
consideravelmente por causa dos gradientes ambientais (Fatores do clima - 
latitude, altitude e outros; Elementos do clima – temperatura, umidade, 
pressão, dentre outros). 
 
Atualmente, podemos classificar os diferentes biomas de acordo com 
a influência do clima, habitat, adaptação animal e vegetal, biodiversidade e 
atividade humana. 
 
Início do Verbete 
 
Comunidades – conjunto de organismos vivos que ocupam um determinado 
habitat. 
 
Assembleias – conjunto de espécies definido com base em afinidades 
taxonômicas, por exemplo, assembleia de formigas de determinado lugar. 
 
Guilda – baseia-se no conceito de energia trófica, sendo essa classificação de 
comunidade mais restritiva das três, pois considera espécies que exploram de 
forma semelhante os recursos, podendo ou não possuir afinidades 
taxonômicas, por exemplo, a guilda dos insetos que utilizam néctar floral ou 
predadores de sementes de uma floresta. 
 
Fim do Verbete 
 
Em todo o Planeta podem ser encontrados diferentes classificações 
dos biomas. Aqui vamos considerar uma classificação mais simplificada para 
fins de mapeamento, sendo apresentados sucintamente os seguintes 
biomas: 
 
 Tundra 
 
 Floresta Setentrional Boreal (ou Taiga) 
 
 Pradaria (ou Campo temperado) 
 
 Floresta Temperada 
 
 Floresta Pluvial Tropical 
 Savana 
 
Na década de 1970, o ecólogo Robert H. Whittaker estabeleceu uma 
nova abordagem para analisar a relação entre os biomas terrestres com 
relação ao clima. Como produto roiginou um diagrama que apresenta os 
limites aproximados dos grandes biomas em função das médias anuais de 
temperatura e precipitação. A Figura 1 apresenta uma adaptação do 
diagrama apresentado por Whittaker. 
 
 
 
Figura 1 – Adaptação do Diagrama de Whittaker para a classificação dos 
grandes biomas terrestres mundiais. 
 
Início da ATIVIDADE 1 
Atende ao Objetivo 1 
Como você pode explicar o fato da Floresta Pluvial Tropical ser uma 
comunidade com elevada biodiversidade e produtividade estabelecida em um 
substrato pobre em nutrientes? 
 
Ilustração: favor inserir 20 linhas para resposta. 
As regiões tropicais apresentam elevadas temperaturas (média de 270C) com 
altas e frequentes taxas de precipitação, por estarem situadas próximas a linha 
do Equador. Essas regiões abrigam mais espécies de plantas e animais que 
todos os outros biomas juntos. Como foi aprendido na última aula, as florestas 
tropicais são formadas por uma vegetação exuberante, resultado da grande 
quantidade de energia solar e água que recebe, permitindo o desenvolvimento 
da vegetação ao longo de todo o ano. Da mesma forma, as folhas largas das 
árvores aumentam a absorção de luz solar, representando uma elevada 
produtividade primária. Todavia, o solo das florestas tropicais é pobre em 
nutrientes minerais, contudo a reciclagem da matéria orgânica é muito rápida, o 
que compensa a falta de nutrientes no solo. Analogamente, os microrganismos 
também aceleram a decomposição da matéria e orgânica e, muitos deles, 
exercem associações com a flora suprindo grande parte dos nutrientes 
necessários para o desenvolvimento das plantas, principalmente nitrogênio e 
fosforo. Esses são principais fatores que explicam as suas elevadas taxas de 
diversidade e produtividade. 
 
Fim da ATIVIDADE 1 
 
A seguir serão apresentados os principais biomas terrestres e suas 
características determinantes. 
 
2.1 Tundra 
 
As Tundras ocupam cerca de 2 milhões de ha de terras, localizadas 
nas elevadas latitudes, acima dos 60º, prinicpalmente no Hemisfério Norte. 
 
Essas regiões possuem temperatura baixa, pouca precipitação e solo 
superficial congelado no inverno e permanentemente congelado em 
profundidade (Permafrost). A drenagem da água é dificultada pelo 
Permafrost, que mantém o solo saturado pela maior parte da estação de 
crescimento (primavera e verão). 
 
A vegetação é representada por uma vegetação graminóide, árvores 
anãs e presença de musgos e liquens. Na Paisagem, pequenas lagoas se 
espalham, exercendo grande importância para animais migratórios 
(principalmente aves e mamíferos) (Figura 2). 
 
 
Figura 2 – Panorama de um trecho da Tundra. 
 
2.2. Taiga (ou Floresta Setentrional Boreal) 
 
As Taigas ou Florestas Boreais ocorrem acima da faixa de 50ºN na 
América do Norte e 60ºN na Europa e na Ásia. A temperatura se mantem 
abaixo de 5ºC e a precipitação anual ente 400 a 1.000mm. Essas condições 
ambientais proporcionam uma baixa evaporação, com isso os solos se 
mentem constantemente úmidos, somente favorável ao crescimento da 
vegetação nas fases favoráveis (primavera e verão), menos de 100 dias no 
ano. 
 
A vegetação é formada por densos bosques de árvores com folhas 
perenes, altura entre 10 a 20m e tecidos tolerantes ao congelamento. Nesse 
bioma destacam-se árvores do tipo das de coníferas (pinheiros). A estação 
de crescimento curta e o frio intenso limita a sua vegetação associada 
(Figura 3). 
 
 
Figura 3 – Panorama de um trecho da Taiga 
 
As condições úmidas e frias dos solos limitam a decomposição da 
matéria orgânica no solo. Sendo assim, a quantidade de matéria orgânica no 
solo tende a se acumular, uma vez que a taxa de crescimento vegetal ésuperior a taxa de decomposição. O estoque de matéria orgânica no solo 
torna a Floresta Boreal importante para o ciclo global de carbono. As 
atividades antrópicas, como incêndios florestais, podem aumentar 
quantidades expressivas de carbono para a Atmosfera. Por isso, o uso e o 
manejo dos solos das Florestas Boreais têm chamado muito a atenção com 
relação as mudanças climáticas. 
 
Assim como a Tundra, as atividades antrópicas trouxeram poucos 
problemas aos ecossistemas naturais, quando comparado com os demais 
biomas. Dentre as principais atividades antrópicas se destacam a exploração 
madeireira e os empreendimentos de óleo e gás. 
 
2.3. Pradarias (Campos Temperados) 
 
Na América do Norte, Europa e Ásia, as Pradarias ocorrem em 
latitudes similares (entre 30ºN a 50ºN). Nesse mesmo intervalo também 
ocorre no hemisfério sul na costa leste da América do Sul, África e Nova 
Zelândia. 
Os climas temperados possuem maior sazonalidade, com invernos 
gelados e secos e; verões quentes e úmidos, podendo ocorrer elevadas 
taxas de precipitação em algumas regiões, ultrapassando 2.000mm ao ano 
(Figura 4). 
 
 
Figura 4 – Panorama de um trecho das Pradarias 
 
A grande concentração de matéria orgânica que se acumula no solo, 
ao longo dos anos, favorece a fertilidade, por isso esses solos possuem 
grande aptidão para atividades agropecuárias. Não foi à toa que grandes 
extensões das pradarias foram convertidas em áreas de cultivo e de criação 
animal. Hoje, essas áreas fornecem alimentos, como: arroz, milho, trigo, 
aveia, cevada, centeio, centeio e pastagem, distribuídos para grande parte 
da população mundial. 
 
De todos os biomas, esse é o mais cobiçado, usado e transformado 
pelo homem. Nesse sentido, o fogo e o manejo inadequado do solo 
causaram significativos impactos negativos nesses ecossistemas. 
 
2.4 Floresta Temperada 
 
As Florestas Deciduais ocorrem na faixa de 30º a 50ºN, em condições 
climáticas moderadas, com inverno gelado, como no leste dos Estados 
Unidos, sudeste do Canadá, grande parte da Europa e leste da Ásia. No 
hemisfério Sul, as Florestas Temperadas são pouco desenvolvidas, pois as 
temperaturas atingem poucas vezes ponto de congelamento. 
 
A precipitação pode variar entre 500 a 2.500mm, geralmente superior 
a evapotranspiração, com isso a água tende a drenar para o lençol freático, 
alimentando rios e lagos. Os solos acumulam matéria orgânica, por isso 
tendem a ser bastante ácidos. 
 
Nesse bioma, a sazonalidade é fortemente demarcada com a floração 
de grande parte das espécies no início da primavera. A vegetação dominante 
é caducifólia, ou seja, quando a percentagem de indivíduos arbóreos 
desfolhados na estação seca situa-se acima de 50% do total. A 
decidualidade é uma adaptação do estrato vegetal para suportar longos 
períodos de seca ou de frio intenso. Nas partes mais secas e com solos mais 
arenosos e pobres em nutrientes desse bioma predominam os pinheiros. 
 
Nas Florestas Temperadas muitas espécies de animais são 
migratórias. Somente nas estações favoráveis a fauna encontra recursos 
alimentares suficientes para a manutenção de suas populações (Figura 5). 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Panorama de um trecho da Floresta Temperada 
Grandes extensões das Florestas Temperadas, especialmente na 
Europa e nos Estudos Unidos, foram substituídas por atividades agrícolas. 
Mas, em muitas áreas, a regeneração natural vem favorecendo a dinâmica 
dos ecossistemas, após abandono da terra pelos agricultores. 
 
2.5 Floresta Tropical Pluvial 
 
Encontram-se distribuídas próximas a linha do Equador (10ºN e S). 
Regiões com elevadas taxas de precipitação, média anual de 2.000mm, 
podendo chegar até 10.000 mm x ano-1 em algumas regiões tropicais. 
Nessas regiões as chuvas são bem distribuídas ao longo do ano. Essas 
regiões representam o pico de diversidade biológica evoluída, com uma 
produtividade superior a 1.000g de carbono x m-2 x ano-1. Como já foi 
estudado anteriormente essa elevada produtividade pode ser explicada, 
principalmente, pelas elevadas taxas de radiação e precipitação. 
 
As Florestas Tropicais Pluviais mais expressivas do Planeta estão na 
América do Sul (bacia Amazônica e do Orinoco), América Central (Istmo 
centro-americano), África (Congo, Níger e Madagascar) e Ásia (Índia, 
Bornéu, Malásia e Nova-Guiné). 
 
Os solos das Florestas Tropicais, geralmente, apresentam textura 
arenosa e baixa fertilidade, uma vez que as constantes taxas elevadas de 
precipitação drenam os nutrientes do solo. As altas taxas de temperatura e 
umidade também aumentam as atividades microbianas, tornando o ciclo de 
nutrientes mais eficientes. Diante desses fatos, pode-se considerar que o 
que mantém a Floresta Tropical é a própria floresta, através de mecanismos 
evolutivos, como: (1) emaranhado de raízes finas superficiais, que absorvem 
os nutrientes lavados pela agua antes que entre em contato com a matéria 
orgânica depositado no solo (serapilheira); (2) associação de fungos 
micorrízicos nas raízes das plantas que aumentam a absorção de agua e, 
consequentemente, dos nutrientes; (3) Folhas perenes grossas e cerosas 
que dificulta a perda de água e nutrientes; (4) Algas e liquens que recobrem 
vegetais que conseguem utilizar diretamente nutrientes contidos na agua da 
chuva, e, consequentemente, torna grandes partes desses elementos 
disponíveis para absorção foliar, dentre outras. 
 
Globalmente as Florestas Tropicais estão desaparecendo 
rapidamente devido a conversão de florestas, principalmente, em áreas 
agrícolas, pastagens, núcleos urbanos e infraestrutura (linhas de 
transmissão, barragens, rodovias, dutos, etc). 
 
 
Figura 6 – Panorama de um trecho da Floresta Pluvial Tropical 
 
2.6 Savana 
 
Dirigindo-se do Equador para o Trópico de Capricórnio (23,5ºS) e para 
o Trópico de Câncer (23,5N), onde a precipitação torna-se sazonal, 
tipicamente com longos períodos úmidos e secos, encontramos o bioma 
Savana. 
 
As Savanas ocupam grandes extensões da América do Sul e da 
África, além de porções da América Central, Austrália e Ásia. No Brasil, as 
Savanas são denominadas de Cerrados, com grande similaridade dos 
elementos da flora com as Savanas africanas, portanto sendo 
profundamente diferenciadas pela fauna Associada. Enquanto na África 
encontramos exemplares da megafauna (elefantes, girafas, hipopótamos, 
rinocerontes), no Cerrado a fauna é composta por animais menores, mais 
também dotados de suas singulares belezas e importâncias, tais como: tatu- 
canastra, tamanduá-bandeira, lobo-guará, onça-pintada, dentre outros. 
 
Nesse bioma, a vegetação responde aos estímulos climáticos 
mantendo uma estrutura baixa, com espécies que perdem as folhas nas 
estações secas (caducifólias), mantendo menor densidade de árvores. Na 
paisagem, ocorre o predomínio de gramínea e arbustos (Figura 7). 
 
 
Figura 7 – Panorama de um trecho da Savana 
 
Dessa forma, nas Savanas a insolação chega com muita intensidade 
no nível do solo. Na época seca, essas gramíneas secam, formando um 
material combustível altamente inflamável. Nessa ocasião, raios podem 
iniciar a combustão da vegetação, denominando-se de “queimadas naturais”, 
que se propaga rapidamente na paisagem. 
 
O fogo pode ser considerado como um importante fator ambiental 
nessas regiões, onde há muitos milênios, atua na evolução dos seres vivos, 
selecionando plantas e animais, com características que os protejam das 
rápidas queimadas. 
 
No estrato vegetal pode-se destacar a formação da cortiça grossa 
(tipo de casca) das árvores e arbustos (lenhosas), que age como isolante 
térmico durante a passagem do fogo; a floração intensa do estrato herbáceo 
e a rápida rebrota, logo após a queima; a abertura sincronizada de frutos e; 
além do fato da germinação das sementes de muitas espécies serem 
estimuladas pelo fogo. 
 
Muitas espécies de animais são adaptadas para suportaremos efeitos 
das queimadas, como por exemplo, usando tocas ou buracos como refúgios, 
onde ficam protegidos das altas temperaturas, pois, a poucos centímetros de 
profundidade, o solo nem chega a esquentar, devido à rapidez com que o 
fogo percorre os cerrados. 
 
A ação do fogo também pode facilitar o processo de ciclagem da 
matéria orgânica que, após ser consumida queimada, transforma-se em 
cinzas, que se depositam sobre o solo, sendo mineralizada e disponibilizada 
para os vegetais no período chuvoso. 
 
Diante desses fatos, diferentemente do que muitos pensam, o fogo de 
intensidade baixa ou moderada contribui para regeneração de muitas plantas 
das Savanas, que são adaptadas a esse fator ecológico. Todavia, não 
podemos comparar com as queimadas provocadas pelo Homem. Essas 
ações causam fogo com muita intensidade e com longa duração, o qual 
desgasta o solo e mata a vegetação. 
 
As Savanas também estão sendo rapidamente convertidas em áreas 
agrícolas, que além de comprometer a biodiversidade, também contamina a 
água com uso massivo de agroquímicos, reduz o habitat da fauna nativa, 
dentre outros impactos negativos. 
Início da ATIVIDADE 2 
Atende ao Objetivo 2 
Descreva as principais características do bioma Taiga? Justifique porque ele 
não ocorre no Brasil? 
 
Ilustração: favor inserir 15 linhas para resposta. 
 
A Taiga ou Floresta Boreal ocupa uma ampla área do planeta. Está distribuída 
nas latitudes acima da faixa de 50ºN na América do Norte e 60ºN na Europa e 
na Ásia, com temperatura inferior 5ºC e precipitação anual ente 400 a 
1.000mm, com longos invernos com neve e verões curtos e frescos. Nesse 
bioma, destaca-se a presença de coníferas, além da presença de musgos e 
liquens, que servem de recurso alimentar para a fauna associada. Algumas 
regiões da Taiga possuem muitas reservas de petróleo e gás natural, de modo 
que exploração insustentável desses recursos vem provocando sérios impactos 
aos ecossistemas. Esse bioma não ocorre no Brasil, pois o território brasileiro 
está distribuído entre as latitudes 5°16’20” N (Monte Caburaí - RR) e 33°45’03" 
S (Arroio Chuí - RS), portanto nessas latitudes o clima não condiciona atributos 
abióticos para o estabelecimento da Taiga. 
 
Fim da ATIVIDADE 2 
 
 
 
3. Biomas Brasileiros 
 
A definição dos limites dos biomas brasileiros partiu da iniciativa 
conjunta do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística (IBGE), resultando na publicação do Mapa de biomas 
do Brasil, em escala 1:5.000.000 (Figura 8). 
 
 
Figura 8 – Distribuição dos seis grandes biomas brasileiros 
Fonte IBGE (2010) 
3.1 Amazônia 
 
O bioma Amazônia está totalmente inserido na bacia do rio 
Amazonas, que compreende, além do Brasil, outros países da América do 
Sul, tais como: Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Suriname e 
Bolívia. Ela é considerada como a maior bacia hidrográfica do mundo. Nela, 
as aguas seguem dois regimes, pluvial e nival, o primeiro derivado das 
águas das chuvas e outro oriundo do derretimento das geleiras dos Andes. O 
rio principal (amazonas) possui mais de 7 mil afluentes, com 
aproximadamente 25 mil km de trechos navegáveis. A bacia amazônica é 
responsável pelo escoamento de cerca de 12% do volume de água doce de 
todo o mundo. 
No Brasil, a Amazônia equivale a 49% do território nacional, sendo 
então o maior bioma continental brasileiro, localizado nos estados do Acre, 
Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, além de partes do Tocantins, 
Maranhão e Mato Grosso. 
 
A Amazônia brasileira também é uma das maiores detentoras da 
biodiversidade do mundo, abrigando pelo menos 40 mil espécies de plantas, 
425 de mamíferos, 1.300 de aves, 371 de répteis e 427 de anfíbios, 
considerando ainda uma quantidade expressiva de espécies endêmicas. 
Ainda temos muito que conhecer sobre o patrimônio científico que a 
biodiversidade amazônica resguarda. No Brasil, o bioma Amazônia é aquele 
que possui a maior proporção de área protegida por Unidades de 
Conservação, totalizando mais de 100 milhões de Km2 (Figura 9). 
 
 
Figura 9 – Panorama de um trecho da Floresta Amazônica 
 
Início do Verbete 
 
Endêmicas - espécies que ocorrem exclusivamente em um determinado 
habitat 
 
Fim do Verbete 
Como em todas as Florestas Pluviais Tropicais, em uma primeira 
avaliação, a composição da vegetação parece ser homogênea. Porém, é 
possível identificar certas adaptações, condicionadas, principalmente, em 
relação aos tipos de solos, relevo, além da diferença de umidade, levando a 
conformação de três ecossistemas associados a esse bioma, dentre eles: 
 
(1) Mata de igapó - ocorre em áreas baixas do relevo, próximas a rios, 
permanecendo, por isso, permanentemente alagadas; 
 
(2) Mata de várzea - ocorre em áreas mais elevadas em relação às matas de 
igapó, porém com influências sazonais de alagamento, na época das cheias; 
 
(3) Mata de terra firme - presente nas regiões não inundáveis. 
 
A Amazônia é responsável pela prestação de importantes serviços 
ecossistêmicos em escalas regional e global, dentre eles pode-se destacar o 
abastecimento de água, a pesca, a fixação de carbono na biomassa, a 
regulação do clima, além da manutenção da biodiversidade. 
 
Na Amazônia, quase todos os solos são de origem geológica muito 
antiga, e muitos nutrientes essenciais para as plantas foram lavados, devido 
a intensidade de precipitação. Com raras exceções, os solos são muito 
ácidos e, consequentemente, pobres em fósforo 
 
A Floresta Amazônica é responsável por, pelo menos, 10% dos 
3bilhões de toneladas de carbono retirados da atmosfera pelos ecossistemas 
terrestres. A Evapotranspiração devolve apara atmosfera aproximadamente 
7 trilhões de toneladas de água por ano. 
 
Todavia, alguns fatores vêm comprometendo a integridade desse 
bioma. Até 2010, pouco mais de 80% de sua área original ainda se 
encontrava recoberta por vegetação nativa. Todavia, estudos recentes 
apontam que o desmatamento na Amazônia cresceu quase 30%, em 2016, 
sendo esse o pior resultado desde 2008. Dentre os fatores responsáveis pode- 
se destacar o desmatamento em grande escala para conversão de áreas 
destinadas a agropecuária, associada ao padrão de grilagem de terras, o 
qual obedece uma sequência de corte e queima. A exploração de madeira 
ilegal e a implantação de projetos de infraestrutura de grande porte 
(estradas, linhas de transmissão, barragens, etc.) mal planejados também 
figuram como tensores de degradação nesse bioma. 
 
A história econômica da Amazônia revela que a biodiversidade é uma 
fonte importante de recursos para atividades agroextrativistas e industriai 
seja na forma de alimentos, fármacos, cosméticos, dentre outros. O interesse 
econômico pelos recursos naturais foi fundamental na ocupação do território, 
na instalação dos núcleos urbanos, manutenção dos fluxos produtivos e, 
também, na forma do desenvolvimento econômico. A Região Amazônica 
apresenta uma localização estratégica no Brasil, devido sua proximidade 
com o Canal do Panamá e dos Estados Unidos. 
 
Na Amazônia, entre os anos de 2002 e 2010, o IDH (Índice de 
Desenvolvimento Humano) permaneceu abaixo da média nacional (0,727), 
apesentando uma densidade populacional inferior a 5 habitantes por Km², 
também inferior à média do pais (23,7), contribuindo com pouco mais de 
10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. 
 
3.2 Mata Atlântica 
 
Ao chegar na costa brasileira, em 1500, os colonizadores se 
surpreenderam com uma paisagem bem diferente das que conheciam, com 
um relevo proeminente e enormes exemplares da flora, como retratado por 
Pero Vaz de Caminha em sua carta enviada para o rei de Portugal. 
 
O bioma Mata Atlântica possui uma área de 1.110.182 km2, sendo 
constituído de um complexo ambiental (vales, montanhas, planaltos e 
planícies), que se estende por toda costa atlântica brasileira.Abrange os estados de Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, 
Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo, 
Santa Catarina e Rio Grande do Sul, avançando para o interior do Brasil nas 
regiões sudeste (Minas Gerais) e centro-oeste (Goiás e Mato Grosso do Sul), 
recobrindo, também, partes da Argentina e do Paraguai (Figura 10) 
 
 
Figura 10 – Panorama de um trecho da Mata Atlântica. 
 
Como está presente em uma ampla faixa latitudinal apresenta 
diferentes ecossistemas, com variações em termos de fauna, flora, solos, 
relevo, bem como das características climáticas. Todavia, mesmo dentro 
desse gradiente muitos elementos são comuns em quase todo seu domínio. 
Essa complexidade ambiental levou a formação de diferentes ecossistemas 
na Mata Atlântica, sendo eles: 
 
(1) Floresta Ombrófila ou mata sempre verde - sofre grande influência da 
umidade do mar, mantem arvores com alturas de 15 a 20m, com emergentes 
que pode alcançar até 40m de altura 
 
(2) Floresta Ombrófila Mista ou Mata de Araucárias – assim denominada 
devido à presença abundante do pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia) 
que tipicamente constituía o andar superior da floresta. Hoje, essa espécie 
encontra-se ameaçada de extinção e protegida por Lei, devido a forte 
exploração da espécie para uso madeireiro. Essa formação ocorria em 
grandes proporções nas regiões dos planaltos do Rio Grande do Sul, Santa 
Catarina e Paraná, e em partes descontínuas, nas com relevo mais elevado 
nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais. 
(3) Floresta Estacional - assim denominadas pelo fato do conjunto florestal 
perderem suas folhas nas épocas desfavoráveis (seca ou frio intenso), 
semideciduais (com perda de 25 a menos de 50% das folhas) ou deciduais 
(com perda de mais de 50% das folhas). 
 
A Mata Atlântica também possui outros ecossistemas associados 
como os manguezais, encraves interioranos, restingas e campos de altitude. 
 
O bioma apresenta níveis elevados de biodiversidade, representado 
por 20 mil espécies de plantas, 263 de mamíferos, 936 de aves, 306 de 
répteis, 475 de anfíbios e 350 de peixes de água doce, sendo também 
considerado como um grande centro de endemismo distribuído em quatro 
áreas (Pernambuco, Bahia central, Costa baiana e Serra do Mar). 
 
Em mais de 500 anos de ocupação, o bioma passou por diferentes 
ciclos econômicos, passando inicialmente pelo pau-brasil, cana-de-açúcar, 
café, pecuária, minérios e, mais recentemente a industrialização e a 
urbanização, que promoveram a exploração insustentável de seus recursos 
naturais e causaram impactos negativos sobre à biodiversidade. 
 
Estudos apontam que, hoje, restam menos de 8% de cobertura 
vegetal nativa da Mata Atlântica com fragmentos florestais maiores que 100 
ha. O mesmo estudo revela que quando considerados fragmentos florestais 
com área igual ou superior a 3 ha esse valor pode chegar até 16%. 
 
3.3 Cerrado 
 
O Cerrado é a segunda maior formação vegetal brasileira. 
Originalmente, recobria mais de 2 milhões de km2, abrangendo dozes 
estados (PA, MA, PI, TO, GO, RO, MT, MS, MG BA, SP, PR, bem como o 
DF), restando hoje menos de 20% de sua cobertura remanescente. 
Diferentes fisionomias podem ser observadas nas paisagens do 
Cerrado, dentre elas: 
 
(1) Cerrado Típico - dominado por árvores baixas, inclinadas, 
tortuosas, com ramificações irregulares e retorcidas, e geralmente com 
evidências de queimadas; 
 
(2) Campo Sujo - tipo fisionômico basicamente herbáceo arbustivo, 
com arbustos e subarbustos esparsos pela paisagem; 
 
(3) Cerrado sentido restrito – campo ralo; 
 
(4) Cerradão - formação florestal resistência à seca, com dossel 
(copa) predominantemente contínuo e cobertura arbórea variando entre 50 a 
90%; 
 
(5) Cerrado Rupestre - vegetação arbóreo-arbustiva que ocorre em 
áreas de afloramento rochosos 
 
(6) Vereda – composto pela palmeira do buriti (Mauritia flexuosa), em 
meio outras espécies arbustivo-herbáceas, comuns próximo as nascentes 
(olhos d'água), ou na borda de florestas marginais de rios (matas de galeria); 
 
(7) Mata Ripária - aquela que acompanha os rios de médio e grande 
porte na região; 
 
(8) Mata Seca - florestas que perdem as folhas nas épocas com 
menor precipitação. 
 
O Cerrado é a Savana mais rica em biodiversidade do Planeta. Até 
hoje, foram registradas mais de 12.000 espécies de plantas, 191 mamíferos, 
837 aves, 184 de répteis e 113 de anfíbios, destacando também um elevado 
grau de endemismos (Figura 11). 
 
 
Figura 11 – Panorama de um trecho do Cerrado 
 
Como em todas as Savanas, o fogo de baixa intensidade (incêndios 
naturais) representa um importante componente em sua dinâmica. 
 
O Cerrado é considerado como "o pai das águas do Brasil ou a 
"grande caixa d'água do Brasil", pois grande parte dos recursos hídricos, 
responsáveis pelo abastecimento, indústria, irrigação, navegação, recreação 
e turismo, perpassam por uma vasta área do bioma, inclusive contribuindo 
com o regime hídrico do Pantanal (outro bioma). Considerando ainda que 
mais de 80% da energia elétrica do pais depende das hidroelétricas, com 
grande contribuição de bacias que possuem suas nascentes nesse bioma, 
como: São Francisco, Paraná e Tocantins. 
 
O processo de ocupação em larga escala do Cerrado teve início após 
a segunda metade do século passado, mas desde o ciclo do ouro fortes 
intervenções já se manifestavam em muitas regiões desse bioma. 
Posteriormente o ciclo da pecuária e do café também imprimiram seus 
rastros pela paisagem. Atualmente, o Cerrado atualmente vem sofrendo 
fortes impactos ambientais decorrente de atividades como: mineração, 
monocultura de grãos e a pecuária extensiva. As áreas com vegetação 
nativa mais representativa podem ser observadas no oeste do Tocantins, sul 
do Maranhão e do Piauí, enquanto as áreas com maior índice de 
antropização estão no sul de Goiás, no Triângulo Mineiro, em São Paulo e 
em Mato Gross o do Sul. 
 
3.4 Caatinga 
 
Esse é o único bioma exclusivamente brasileiro. Abrange uma área de 
mais 800 mil km2, ocupando partes de PI, CE, RN, PE, PB, AL, SE, BA e parte 
norte de MG. 
 
Caracteriza-se como um mosaico de arbustos espinhosos e florestas 
sazonalmente secas. O conhecimento a respeito da biodiversidade do bioma 
ainda é limitado (Figura 12). 
 
 
Figura 12 – Panorama de um trecho da Caatinga 
 
O clima seco, com chuvas concentradas nos três primeiros meses do 
ano, condiciona uma paisagem seca, que passa desde campos de altitude até 
a Caatinga arbórea. 
A Caatinga abriga ama das parcelas da população mais pobre do pais, 
que se agrava mais com o rigor da seca. A lenha é uma importante fonte de 
energia para a população nordestina, extraída da vegetação nativa, utilizada 
para a produção de carvão vegetal, sem reposição florestal, mesmo sendo 
exigida pela legislação. A caça, também é outro fator associado a subsistência, 
considerando que também é uma tradição o aprisionamento animais silvestres 
em cativeiro, principalmente para o comercio ilegal 
 
A forte pressão climática, aliada a exploração insustentável dos recursos 
naturais e a ineficiência de políticas públicas contribuem demasiadamente para 
o processo de degradação ambiental que se observa nesse bioma. 
 
3.5 Pampa 
 
O Pampa está presente apenas no sul do estado do Rio Grande do Sul, 
em uma área de cerca de 200 mil km2, estendendo-se também para algumas 
regiões do Uruguai. Quando comparado com os demais biomas brasileiros, 
pode-se considerar que existem poucos dados disponíveis sobre o Pampa 
(Figura 13) 
 
 
Figura 13 – Panorama de um trecho dos Pampas. 
A vegetação predominante no Pampa é a campestre, com muitas 
espécies herbáceas, arbustivas e de arvoretas, permeado por extensas áreas 
recobertas por gramíneas. 
 
Hoje, o bioma vem sofrendo com problemas históricos de ocupação, 
principalmenterelacionados a agricultura e a pecuária extensiva, que 
resultaram na perda da fertilidade natural dos solos, com muitas áreas sofrendo 
impactos da erosão, assoreamento e salinização dos solos (problemas que 
serão apresentados em aula futura). 
 
3.6 Pantanal 
 
É a maior planície interiorana inundável do planeta, com cerca de 150 
mil km2. Está inserido nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 
 
 
Figura 14 – Panorama de um trecho do Pantanal 
 
Quando cheio, a água ocupa cerca de 80% do Pantanal durante o 
primeiro semestre de cada ano. As cheias exercem papel preponderante na 
paisagem, no cotidiano das populações locais e nos habitats das espécies 
A manutenção da cobertura vegetal é condição básica para garantir a 
continuidade dos pulsos de inundação do Pantanal e, consequentemente, de 
toda a biota. 
 
Por se tratar de um bioma altamente dependente do regime hídrico, 
qualquer atividade antrópica que modifique os ciclos hidrológicos naturais pode 
colocar em risco a biodiversidade, as populações humanas e as atividades 
econômicas estabelecidas na região. Nesse sentido, atualmente, os impactos 
mais significativos paro bioma são: dragagens para construção de diques e 
barragens, mineração clandestina, caça, turismo desordenado, crescimento 
urbano, falta de saneamento básico e uso excessivo de agroquímicos. 
 
Início da ATIVIDADE 3 
Atende ao Objetivo 3 
O fogo pode ser considerado como um elemento importante para o dinâmica 
do Cerrado. Você concorda com essa assertiva? Justifique sua resposta. 
 
Ilustração: favor inserir 20 linhas para resposta. 
 
Sim. O acúmulo anual de matéria orgânica nos solos do Cerrado favorece à 
queima, até mesmo com a queda de raios, no início da estação chuvosa, 
ocasionando os chamados incêndios naturais. Após o início do fogo, ocorre a 
elevação da temperatura tanto do ar quanto do solo, porém com curta duração 
e baixa intensidade. Dessa forma, o fogo passa rapidamente e superficialmente 
no solo. Com isso, isso o fogo ajuda a decompor a matéria orgânica acumulada 
no solo, além de favorecer a germinação, rebrota e a floração da vegetação 
adaptada a essas condições. As arvores também não sofrem muito, pois 
diversas espécies possuem uma proteção de cortiça na casca, aumentando 
suas resistências contra o fogo. Por isso, o fogo nas condições descritas, 
contribui com a dinâmica das Savanas, dentre elas o Cerrado brasileiro. 
 
Fim da ATIVIDADE 3 
4. Hotspost mundiais 
 
Em 1988, uma equipe de cientistas, liderada pelo Doutor Normam 
Myers, elaborou um mapa contendo diferentes áreas do Planeta que careciam 
urgentemente de atenção (Figura 15). Essas áreas foram denominadas de 
Hotspots, ou seja, regiões ricas em biodiversidade, principalmente em espécies 
endêmicas e que, sofriam um alto grau de degradação ambiental. Myers definiu 
que um Hotspots deveria conter pelo menos 1.500 espécies de plantas 
vasculares endêmicas e que perderam 70% ou mais de sua vegetação original. 
Em seu estudo original, Myers e seus colaboradores, detectaram 25 Hotspots 
mundiais, dentre eles a Mata Atlântica e o Cerrado brasileiro. 
 
 
Figura 15 – Hostspots mundiais 
 
Ainda no final do último século, outro grupo de cientistas, liderado pelo 
Doutor Russel Mittermeier, chamou a atenção do mundo para um número 
pequeno de países tropicais, que ainda concentravam uma grande parcela da 
biodiversidade mundial, criando assim o conceito de “países megadiversos”, 
onde o Brasil atingiu maior destaque, junto com a Colômbia, México, República 
Democrática do Congo (antigo Zaire), Madagascar e a Indonésia. A liderança 
do Brasil nesse rank deve-se em grande parte ao patrimônio do bioma 
Amazônia. 
Início da ATIVIDADE 4 
Atende ao Objetivo 4 
Recorrentemente, tomamos conhecimento de manchetes como essa: “Estudo 
na Nature mostra que a Amazônia perde biodiversidade por conta da 
degradação florestal. Mas esse dano não está sendo detectado pelos satélites”, 
publicada em uma revista brasileira. No entanto, o estudo desenvolvido pelo 
Doutor Normam Myers e seus colaboradores não coloca a Amazônia dentre os 
25 Hotspots mundiais. Muito pelo contrário, a biodiversidade contida nesse 
bioma contribuiu para que o Brasil figurasse entre os países com mais 
biodiversidade em todo o Planeta, segundo a pesquisa realizada pelo Doutor 
Russel Mittermeier e seus associados. Como você explica esse fato? 
 
Ilustração: favor inserir 20 linhas para resposta. 
 
O conceito de Hotspots estabelece um padrão de pelo menos 1.500 espécies 
de plantas vasculares endêmicas e uma taxa de perda de cobertura vegetal 
igual ou superior a 70% de sua área original. Esse critério coloca tanto o 
Cerrado como Mata Atlântica em destaque. O Pantanal e a Caatinga não 
figuram essa lista, muito provavelmente, pela falta de conhecimento científico, 
considerando apenas os dados de endemismos divulgados até o presente 
momento. No entanto, até 2010, a Amazônia ainda possuía mais de 80% de 
sua área original recoberta por vegetação nativa, por isso então contribuiu com 
elevados números de biodiversidade, somados aos da Mata Atlântica e o 
Cerrado, sendo então considerada como um dos sete países com maior 
biodiversidade de todo Planeta. Mas, hoje, o cenário não é de total conforto 
para a Amazônia, pois para muitos especialistas a taxa de desmatamento desse 
bioma continua aumentando, demonstrando que as políticas públicas que 
levaram até uma retração desses números podem estar perdendo suas 
eficácias. Sendo assim, a situação da Amazônia é tão crítica como de outras 
biomas tropicais. 
 
Fim da ATIVIDADE 4 
Referências Bibliográficas 
 
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