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¹ Pabola Katriny Fortes Maffisoni é graduanda em Administração Pública pela UDESC. Resenha apresentada à disciplina de Sociologia Aplicada à Administração Pública da UDESC no segundo semestre de 2020. SELL, Carlos Eduardo. “Émile Durkheim” in: Sociologia Clássica. 3 ed. Itajaí: Ed Univali, 2002. Pp.59-91. As páginas 59 a 91 do livro “Sociologia Clássica” escrito por Carlos Eduardo Sell, aborda sobre a vida documentada, teorias e principais obras escritas pelo pensador francês Émile Durkheim, considerado este o iniciador da sociologia. Nascido em 15 de abril de 1858, Durkheim deu início a sua trajetória como sociólogo quando fez uma importante viagem de estudos para a Alemanha, com o intuito de estudar Ciências Sociais. Após esta viagem, Durkheim retorna a França, e agora com o titulo de professor de pedagogia e de ciências sociais, ele visa desenvolver o estudo da sociologia em seu país natal. Com êxito, Durkheim realiza seu desejo de tornar esta ciência mais famosa no âmbito estudantil e, após sua morte em 15 de novembro de 1917, suas teorias ainda são estudadas diariamente. Ao decorrer das páginas, é apresentada uma das principais teorias de Durkheim, a Teoria Sociológica Funcionalista, desenvolvida no livro “As regras do método sociológico” (1895), estabelecendo então, um método mais definido e mais adaptado à natureza particular dos fenômenos sociais. Mas antes de apresentar os métodos sociológicos, Durkheim precisou compreender duas questões da epistemologia socióloga, que seria de que a sociedade é superior ao individuo e de que as ciências sociais devem imitar o método das ciências da natureza. Após analisar estes fatores, Durkheim elaborou respostas para as perguntas que definem qualquer método cientifico, para assim, consolidar a sociologia como ciência. Em sua conclusão, Durkheim definiu o objeto de estudo da sociologia, que seria o fato social, sendo “toda a maneira de agir, fixa ou não, capaz de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, ou ainda; que é geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente das suas manifestações individuais. (1978, p.93)”. Foi definido também, como a sociologia deve proceder para explicar o seu objeto de estudo (fato social), para Durkheim, os fatos sociais não existem por acaso, estas formas de agir existem porque cumprem uma função, sendo a sociedade semelhante a um corpo vivo, composta por varias partes, e cada parte cumpre uma função em relação ao todo. Outro tema abordado pelo escritor, são as obras escritas pelo Durkheim, tendo estas suas interpretações sobre a origem e as características do mundo social moderno. Uma destas obras é a “A divisão social do trabalho” (1893), que analisa qual a função que a divisão do trabalho cumpre nas sociedades modernas, dentro deste assunto, Durkheim afirma que a sociedade passa por um processo de evolução em duas etapas. A primeira é a sociedade de solidariedade mecânica, que segue do principio de que os indivíduos vivem em comum porque partilham de uma consciência coletiva comum. Já a segunda, a solidariedade orgânica, segue o princípio de que os indivíduos estão integrados na coletividade porque cada um passa a depender do outro. O que difere estas duas etapas, é o processo de evolução social, onde Durkheim explica que, com o tempo, a sociedade passa por um processo de evolução, caracterizada pela diferença social, no qual predomina a divisão do trabalho. Ou seja, com o crescimento quantitativo (volume) e qualitativo (densidade material e moral), ocorre na sociedade um processo de especialização das funções, chamada de divisão social. Para finalizar, o escritor caracteriza outras duas obras de Durkheim. A primeira é “O suicídio” (1897), onde o sociólogo mostra que o comportamento de se suicidar também possui causas sociais, e para melhor entendimento, Durkheim distingue três tipos de suicídio, o suicídio egoísta, o suicídio altruísta e o suicídio anômico. É apontado que o problema central das sociedades modernas é a questão da anomia, que seria a ausência de normas, causando problema pelo fato de que o homem precisa de um sentido para a vida que guiasse sua conduta e lhe inculcasse o senso do dever e da disciplina. A outra obra é “As formas elementares da vida religiosa” (1912), onde caracteriza as formas religiosas estabelecida na sociedade. Mostrando analiticamente os mecanismos de integração social pela consciência coletiva, distinguindo o sagrado e o profano e destacando o ponto que toda a vida religiosa tem por substrato um grupo definido, porque oque é essencial é o valor da comunidade sagrada que liga os crentes numa mesma fé ou culto. Também é pontuado a opinião de Durkheim em projeto politico conservador, onde ao contrário dos filósofos conservadores, o sociólogo não rejeitava as transformações da ordem industrial e política. Na visão funcionalista a sociedade é vista como um corpo integrado em que cada um cumpre sua função. E é com base nesta ideia que Durkheim distingue entre os fatos sociais normais e os fatos socias patológicos, na sociedade podem aparecer comportamentos que representam “doenças”. Na análise das páginas lidas do livro “Sociologia Clássica” fica presente as orientações positivistas por Durkheim, ao dar ênfase no poder da razão. Suas pontualidades e teorias foram de suma importância para o desenvolvimento desta ciência, trouxe novas perspectivas as interpretações sociais. O autor do livro entregou um trabalho didático de ótima qualidade, trazendo uma forma clara de conhecer mais sobre este sociólogo fundador da sociologia. Em conclusão, a obra apresenta uma pesquisa empírica de fácil acesso para quem quer iniciar seu aprendizado na sociologia.
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