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Resumo BOBBIO-ESTADO, GOVERNO, SOCIEDADE

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FICHA DE LEITURA: 21.08.2021
Centro Universitário Curitiba – UNICURITIBA
Disciplina: Intervenção do Estado (e da Administração Pública) na Atividade Econômica e Social
Professor: Dr. Mateus Bertoncini 
Mestrando: Helio Lucas Marques
______________________________________________________________________
RESUMO DA OBRA:
BOBBIO, Norberto. ESTADO, GOVERNO, SOCIEDADE: FRAGMENTOS DE UM DICIONÁRIO POLÍTICO, 20 ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2017, p.13-113.
A GRANDE DICOTOMIA PÚBLICO/PRIVADO
UMA DUPLA DICOTÔMICA
Os termos que originaram a dupla dicotomia público e privado, tiveram sua inserção histórica através do pensamento político e social ocidental pelas passagens comentadas do Corpus Iuris. A dicotomia ocorre no contraponto de dois termos que se encaixam em conjuntos opostos. 
A distinção entre o direito público e o direito privado sob a ótica da linhagem jurídica, origina-se em várias conspecções históricas objetivando as distinções de direito público e privado como a priori do pensamento do pensamento jurídico.
AS DICOTOMIAS CORRESPONDENTES
O conceito dicotomia direito público e privado, ultrapassa o fato em se compreende, atingindo outras dicotomias, sendo o direito um conjunto de ralações sociais entre iguais e desiguais pode ser definida uma independente da outra, porém, em uma segunda definição, direito privado ganha uma definição negativa como “não - público” assim, direito público torna-se o termo forte da dicotomia. Essa dicotomia reflete a divisão entre aquilo que pertence aos membros singulares e à coletividade.
Os aspectos de uma sociedade revelam-se das relações de subordinação, uma vez que, a sociedade natural e a sociedade de mercado funcionam como um modelo de polo em contraposição em relação à esfera pública. Em relação as fontes do direito do direito público a lei figura como norma imposta pelo detentor poder, sendo reforçada por meio da coação, com relação ao direito privado usa-se os contratos que regulamentos acordos bilaterais que ocorrem fora da esfera pública. 
No direito natural, o contrato é visto como uma forma de regulação das ações no estado de natureza que não se submetem ao poder público, já em relação a lei é utilizada em regular as relações entre os indivíduos e o Estado. Para Kant o direito privado é o direito do estado de natureza, a propriedade e os contratos são as principais características, com relação ao direito público se contrapõe ao estado de natureza, pois é usado o poder coativo em posse do soberano. Este modelo contratualista elencados pelos jusnaturalistas, a doutrina que fundamenta o Estado sobre o contrato social, foi muito criticada por escritores pós-naturalista como Hegel, pois a vinculação do Estado com os cidadãos não é passível de revogação e a vida não é um bem contratualmente indisponível.
O USO AXIOLÓGICO DA GRANDE DICOTOMIA
O significado da dicotomia do público e privado se apresenta em um contraponto onde uma das concepções tende a ser oposta a outra, ou seja, quando parte obtém um significado valorativo, a outra apresenta um negativo formando duas concepções, a da predominância do direito privado sobre o público e a da predominância do direito público sobre o privado. O primado do direito privado teve sua origem através da difusão do direito Romano no Ocidente, cujas principais fontes são a família, a propriedade, os contratos e os testamentos. O direito romano por sua vez tem um caráter racional, sendo seus institutos são vistos como naturais. Em sua origem, o direito privado romano foi um direito positivo e histórico que foi se tornando um direito natural pelos juristas até o século XIX, onde voltou a ser um direito positivo, sendo defendido como o direito da razão. 
Diferente do direito privado, o direito público só foi visto como um conjunto de normas na época de formação do Estado moderno, sendo também mais uma evidência do direito privado exerceu em relação ao público. A supremacia do público sobre o privado parte do princípio de que o todo vem antes das partes, que o indivíduo deve renunciar a sua autonomia em prol da nação e que cada um age para um bem comum segundo as regras de um grupo dirigente que a representa, seja autocrático ou democrático. O primado do público estimula a intervenção estatal no comportamento dos indivíduos e nos grupos intraestatais, tomando ações coativas. O que a diferencia da emancipação da sociedade civil em relação ao Estado, esta que ocorreu com o nascimento da burguesia.
O SEGUNDO SIGNIFICADO DA DICOTOMIA
A dicotomia do público/privado não pode ser confundida com aquilo que é aberto ao público e aquilo que é feito em segredo ou fechado. Exemplo o fato do poder político ser público mesmo quando o poder político não se dá por parte do público. Isto evidencia duas formas de governo: a república, cujo poder encontra-se nas mãos do público, e o principado que se vale do segredo de Estado. 
A publicidade de quem detém o poder, pois suas decisões são abertas ao público, contramão da teoria Arcana Imperi, dominante a época dos governos absolutos, segundo essa teoria, o poder do príncipe é tão mais eficaz quanto mais oculto está sendo justificada por se tornarem decisões mais rápidas e por serem objeto de controle do público que não tem discernimento para tomar decisões, sem haver publicidade destas decisões. 
De outro lado, está a república que vem em um caminho inverso a essas formas de poder, sendo um o poder exercido pela assembleia de cidadãos onde não é possível uma democracia sem publicidade, uma vez que, é essencial a esta a formação da opinião pública para assegurar que as decisões não se tornem objeto de um singular. 
A SOCIEDADE CIVIL
AS VÁRIAS ACEPÇÕES
A expressão sociedade civil, na linguagem política atual, faz parte da dicotomia sociedade civil/Estado, ou seja, a determinação do significado de um necessário deve abranger o significado de outro, sendo assim o Termo Estado e delimitado negativamente, por sociedade civil entende-se a esfera das relações sociais não reguladas pelo Estado, a distinção entre sociedade civil sem império e sociedade civil com império, na qual está segunda expressão indica o Estado, época em que ainda não havia a contraposição entre sociedade e Estado. O Estado interpretado como órgão de poder coativo corresponde as ideias que deram origem a burguesia, a afirmação de que os direitos individuais são independentes do Estado. 
O termo “sociedade civil” como significado de esfera das relações sociais distinta das relações políticas. Nas visões de Hegel e Marx em afirmar o direito civil, distinto do direito penal, compreendidas como as áreas ao direito privado, como a sociedade civil nasceu na contraposição entre uma esfera política e uma esfera não política, é mais fácil dela encontrar uma definição negativa do que uma positiva, porque nos tratados de direito público sempre está presente uma definição positiva do Estado: sociedade civil é o conjunto de relações não reguladas pelo Estado, estas noções de Estado, podem-se distinguir conforme prevaleça a identificação do não-estatal com o pré-estatal, com o antiestatal ou com o pós-estatal. 
A primeira dessas acepções, no caso a não-estatal, antes da existência do Estado, os indivíduos se associavam de várias entre si para satisfação dos seus interesses, associações as quais o Estado visa regulá-las, mas sem vetar o seu desenvolvimento, já em relação segunda acepção ocorre a luta dos grupos pela participação dos poderes políticos, os chamados contrapoderes, na terceira acepção, a sociedade civil representa o ideal de uma sociedade sem Estado.
É mais difícil dar uma definição positiva de sociedade civil, pelo fato de se fazer um repertório de tudo aquilo que foi desordenadamente empregado pela exigência de circunscrever o âmbito do Estado, em decorrência de haver muitos contextos em contraposição sobre sociedade civil/instituições políticas, pode-se dizer que sociedade civil é o lugar onde se desenvolvem os conflitos econômicos, sociais, ideológicos, religiosos que as instituições estatais têm o dever deresolver pela mediação ou repressão. Sujeitos desses conflitos são as classes sociais ou os grupos que representam. Esses grupos são os partidos políticos, que têm um pé na sociedade e o outro nas instituições governamentais. Os partidos políticos têm a função de selecionar e transmitir as demandas da sociedade civil objeto de divisão política.
Nas teorias sistêmicas da sociedade global, a sociedade civil ocupa o espaço reservado as demandas que se dirigem ao sistema político e as quais o sistema político tem o dever de responder. Uma sociedade torna-se tanto mais ingovernável quanto mais aumentam as demandas e não aumenta a capacidade das instituições de não as responder. Ligado ao tema da ingovernabilidade está o da legitimação. As instituições representam o poder legitimo, isto é, o poder cujas decisões são aceitas e cumpridas. Quando há uma crise governamental a sobrevivência do sistema político deve ser buscada na sociedade civil, na qual podem ser encontradas novas fontes de legitimação. Na sociedade civil inclui-se também o fenômeno da opinião pública entendida como a pública expressão de consenso e dissenso com respeito às instituições sem opinião pública, a sociedade civil está destinada a desaparecer. Isto pode ser notado num Estado totalitário, onde não há opinião pública, somente a opinião do Estado.
A INTERPRETAÇÃO MARXIANA
O uso atual da expressão sociedade civil, como tempo ligado ao Estado, ou sociedade política, é de derivação marxiana, e através deste, hegeliana. O uso marxiano é redutivo ao hegeliano. A passagem canônica para o surgimento do termo sociedade civil nas visões de Hegel e estudada por Marx, concluiu que as instituições jurídicas e políticas tinham suas raízes nas relações materiais de existência, onde o conjunto disso incorpora o termo ‘’sociedade civil’. Para Marx a sociedade civil é o lugar das relações econômicas, ou seja, sociedade civil passa a significar o conjunto das relações interindividuais de que estão fora, ou antes, do Estado. A substituição da expressão ‘’sociedade natural’’ por ‘’sociedade civil’’ é comprovada pela obra A sagrada família (de Marx e Engels) onde se lê que “O estado moderno tem com base natural a sociedade civil, o homem da sociedade civil, isto é, o homem independente, unido ao outro homem apenas pelo vínculo do interesse privado e da necessidade natural inconsciente”.
Na tradição jusnaturalista o que chamamos de Estado, era chamado de sociedade civil. Para Marx a sociedade burguesa tem como uma classe que completou a emancipação política libertando-se dos vínculos do Estado absoluto e contrapondo ao Estado tradicional os direitos do homem e do cidadão que são, na realidade, os direitos que de agora em diante deverão proteger os próprios interesses de classe. Para Gramsci que considera as ideologias como parte da superestrutura e a sociedade civil como a esfera na qual agem aparatos ideológicos que buscam exercer a hegemonia, e através desta, obter o consenso. Para Marx a sociedade civil é o conjunto das relações econômicas constitutivas da base material.
Para representar a contraposição sociedade civil/Estado, há outras dicotomias, como consenso/força, persuasão/coerção, moral/política, direção/domínio. A sociedade civil representa o momento da eticidade, onde uma classe dominante obtém o consenso, adquirindo legitimidade, o Estado representa o momento político estritamente entendido, através do qual é exercida a força, não menos necessária do que o consenso para conservar o poder. Assim, Gramsci recupera o significado jusnaturalista de sociedade civil como sociedade fundada sobre o consenso, com uma diferença, onde no pensamento jusnaturalista, a legitimidade do poder político depende de estar ele fundado sobre o contrato social, a sociedade do consenso por excelência é o Estado, enquanto para Gramsci, a sociedade do consenso é apenas aquela destinada a surgir da extinção do Estado.
O SISTEMA HEGELIANO
Quando Marx escreve que havia descoberto a sociedade civil subjacente as instituições políticas ao estudar Hegel, e identifica essa sociedade com a esfera das relações econômicas. A categoria hegeliana da sociedade civil é mais complexa. Cada momento intermediário da eticidade entre família e Estado permite a construção de um esquema triádicos (conjunto de três pessoas ou coisas) que se contrapõe aos dois modelos didáticos: Aristotélico que é baseado na família/Estado. Jusnaturalista que é baseado na dicotomia estado de natureza/estado civil.
Segundo a seção dedicada à sociedade civil, nas lições Berlinenses, está dividida em três momentos: Sistema das necessidades, administração da justiça e política. Alguns estudiosos chegaram a considerar a sociedade hegeliana como uma espécie de categoria residual, na qual Hegel, após tentar durante vinte anos sistematizar a matéria, terminou por recolher tudo o que não podia ser incluído na família e no Estado. A divisão hegeliana pode ser compreendida se atentar para o fato de que a sociedade civil havia significado durando séculos o Estado na dupla contraposição: família, na tradição aristotélica, e estado de natureza, na tradição jusnaturalista.
A diferencia do conceito de sociedade civil estabelecido por Hegel em relação a seus predecessores, está no momento de formação do Estado, que é o Estado jurídico-administrativo, cuja tarefa é regular relações externas, enquanto o Estado propriamente dito tem por tarefa realizar a adesão íntima do cidadão à totalidade de que faz parte (também chamado de Estado interior). A distinção hegeliana entre Estado e sociedade civil é a distinção entre Estado inferior e Estado superior, onde este último é caracterizado pela constituição e pelos poderes constitucionais (poder monárquico, poder legislativo e poder governativo) e o inferior é caracterizado pelos poderes jurídicos subordinados (poder judiciário e poder administrativo).
 O poder judiciário tem a função de dirimir conflitos e o administrativo tem a função de prover a utilidade comum. O próprio Hegel reconhece que nos Estados antigos não existia a sociedade civil, e o erro dos descobridores desta é terem acreditado que nela poderiam exaurir a essência do Estado. A razão pela qual Hegel colocou o Estado acima do conceito de seus antecessores está no fato de se reconhecer ao Estado o direito de solicitar dos cidadãos o sacrifício de seus bens (através dos impostos) e da própria vida (quando se declara a guerra)
O que caracteriza um Estado são as relações que ele mantém com outro Estado. O Estado é sempre personagem da história e não a sociedade civil.
A TRADIÇÃO JUSNATURALISTA
O uso hegeliano de sociedade civil como Estado, embora como uma forma inferior, assim como Aristóteles define que a pólis como o caráter de comunidade independente e autossuficiente, ordenada à base de uma constituição, fez com que fosse considerada ao longo dos tempos como a origem histórica do Estado. Onde o Estado é o prosseguimento natural da sociedade familiar, de sociedade doméstica ou família, já para o modelo hobbesiano (jusnaturalista), onde o Estado é o oposto do estado natureza, na qual este último é constituído por indivíduos livres e iguais. A diferença é que enquanto a societas civilis do modelo aristotélico é sempre uma sociedade natural, no sentido de que corresponde perfeitamente à natureza social do homem, esta mesma societas civilis no modelo hobbesiano é uma sociedade instituída ou artificial.
O modelo jusnaturalista, citado por Kant é onde “o homem deve sair do estado de natureza, no qual cada um segue os caprichos da própria fantasia, e unir-se com todos os demais, submetendo-se a uma constrição externa publicamente legal, vale dizer que cada um deve, antes de qualquer outra coisa, ingressar num estado civil”. Tal persistência no modelo jusnaturalista passou a prevalecer com Hobbes, no uso da expressão “sociedade civil”, o significado de “sociedade artificial”.
O Estado segundo o modelo de Aristóteles, na visão de Haller, considera como uma sociedade natural semelhante à família. O jusnaturalismo não baniua palavra ‘’sociedade civil’’, apenas modificou o significado. Esta expressão “sociedade civil” foi empregada também para distinguir o âmbito de competência do Estado ou do poder civil, do âmbito de competência da Igreja, ou do poder religioso, ou seja, na contraposição sociedade civil/sociedade religiosa, se agregando à tradicional sociedade civil/sociedade doméstica.
A dicotomia família/Estado, que é o ponto de partida do modelo Aristotélico, com a dicotomia Igreja/Estado, fundamental na tradição do pensamento cristão.
SOCIEDADE CIVIL COMO SOCIEDADE CIVILIZADA
Na visão de Hegel baseado como fonte em Adam Smith sociedade civil significa sociedade civilizada, trata-se portanto de um sistema de necessidades, em geral da economia política, o progresso da sociedade onde a humanidade passou e continua a passar do estado selvagem dos povos caçadores sem propriedade e sem Estado ao estado bárbaro dos povos que iniciavam na agricultura e introduziram os primeiros germes de propriedade, ao estado civil caracterizado pela instituição da propriedade, do comércio e do Estado. Para Ferguson o estado de natureza aparece as barbáries e o estado civil aparece a elegância, que para ele dizia ser cível não porque se diferencia da sociedade doméstica ou da sociedade natural, mas porque se contrapõe as sociedades primitivas. Para Hegel, os Estados antigos, tanto os despóticos quanto as repúblicas gregas, não possuíam uma sociedade civil.
A origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens para Rousseau sobre o estado de natureza, no qual a condição do homem natural não necessita da vida em sociedade, onde a natureza o serve apenas para necessidades essenciais, sendo feliz com o seu estado. Logo descreve o estado de corrupção em que o homem cai após a instituição da propriedade privada, que estimula os instintos egoístas, e após a invenção da agricultura e da metalurgia que faz com que tenha uma dominação entre o homem mais forte e o mais fraco.
O DEBATE ATUAL
O significado predominante foi o de sociedade política ou Estado, diferenciada da sociedade doméstica, da sociedade natural, e da sociedade religiosa. Segundo Hegel, para qual pela primeira vez a sociedade civil não compreende mais ao Estado na sua globalidade, mas representa apenas um momento no processo de formação do Estado. Prosseguindo com Marx, que concentrando a atenção sobre o sistema das necessidades que constitui apenas o primeiro momento da sociedade civil hegliana, compreende na sociedade civil exclusivamente as relações materiais ou econômicas e, com uma inversão já completa do significado tradicional, não apenas separa a sociedade civil do Estado como dela faz o momento ao mesmo tempo fundante antitético.
No debate atual a contraposição permaneceu, onde a sociedade civil é anteado do Estado entrou de tal maneira na prática cotidiana, que necessita de um esforço para se convencer que, durante séculos, a mesma expressão foi usada para designar aquele conjunto de instituições e de normas que hoje constituem exatamente o que se chama de Estado, onde ninguém poderia mais chamar de sociedade civil.
A doutrina do direito natural e o contratualismo, o Estado passou a ser visto, sobretudo em seu aspecto de associação voluntária para a defesa da vida, da propriedade, da liberdade, já para Maquiavel, o Estado não pode mais ser assemelhado como uma forma de sociedade, quando ele diz sobre Estado, pretende citar do máximo poder que se exerce sobre os habitantes de um território, e do aparato de que alguns homens se servem para adquiri-lo e conservá-lo. Entretanto o Estado-sociedade passa a ser o Estado-máquina.
A contraposição entre a sociedade e o Estado com o nascimento da sociedade burguesa é a consequência natural de uma diferenciação que ocorre nas coisas e uma divisão de tarefas, cada vez mais necessária, entre os que se ocupam de “riqueza de nações” e os que se ocupam das instituições políticas. A socialização do Estado através do desenvolvimento das várias formas de participação nas opções políticas, do crescimento das organizações de massa que exercem direta ou indiretamente algum poder político, na qual a expressão “estado social” poder ser entendida não somente no Estado que permeou a sociedade, mas também no sentido do Estado permeado pela sociedade.
Dois processos que representam duas figuras, como cidadão participante e cidadão protegido é que o Estado que faz a sociedade (conduziria o Estado sem sociedade, ao Estado totalitário) e da sociedade que se faz o Estado (sociedade sem Estado, ou seja, extinção do Estado).
Sociedade e Estado agem como dois momentos necessários, distintos, porém interdependentes, do sistema social em sua complexidade e sua articulação interna.
ESTADO, PODER E GOVERNO
PARA O ESTUDO DO ESTADO
As duas fontes principais para o estudo do Estado são a história das instituições políticas e a história das doutrinas políticas. O início desse contexto pode ser fornecido por Maquiavel que reconstrói a história e o ordenamento das instituições da república romana. Nesse passo, ressalta-se ainda o estudo das leis que regula as relações entre governantes e governados. Atualmente, a história das instituições não só se emancipou como já citado, mas também ampliou seu objeto de estudos para além da análise dos ordenamentos civis.
Assim, o que se tem, hoje, é um aprofundamento crítico do estudo concreto do funcionamento da máquina estatal, num determinado período histórico, de um específico instituto, através dos documentos escritos, dos testemunhos de atores, das avaliações dos contemporâneos, progredindo do estudo de um instituto fundamental como, por exemplo, o parlamento e as suas particularidades nos diversos países ao estudo de institutos particulares como o Secretário de Estado, o Superintendente etc.
Por isso, torna-se viável a descrição da passagem do Estado feudal à monarquia absolutista, ou a gradual formação do aparato administrativo, através da qual se pode reconstruir o processo de formação do Estado moderno e contemporâneo. O Estado é estudado em si mesmo, em suas estruturas, funções, elementos constitutivos, mecanismos e órgãos, ou seja, como um sistema complexo de relações com outros contíguos. Na atualidade, dadas as circunstâncias, o campo de investigação está dividido em duas disciplinas distintas: a filosofia política e a ciência política.
Na filosofia política são compreendidos três tipos de investigação: a) melhor forma de governo ou da ótima república; b) fundamento do estado, ou do poder político, com a consequente justificação da obrigação política; c) da essência da categoria do político, com a prevalência da disputa sobre a distinção entre ética e política. Como ciência política entende-se hoje ser uma investigação no campo da vida política capaz de satisfazer a essas três condições: a) princípio da verificação ou de falsificação como critério da aceitabilidade dos seus resultados; b) o uso de técnicas da razão que permitam dar uma explicação causal em sentido forte ou mesmo em sentido fraco do fenômeno investigado; c) a abstenção dos juízos de valor.
Essa distinção torna-se necessária em seguida a tecnificação do direito público e à consideração do Estado como pessoa jurídica, que dela derivou. Por sua vez, a tecnificação do direito público é a consequência da concepção do Estado como Estado de direito, como Estado concebido principalmente como órgão de produção jurídica, e mais, como ordenamento jurídico também.
Por outro lado, tal reconstrução do Estado como ordenamento não tinha feito com que se esquecesse que ele é também uma forma de organização social, e que, como tal, não poderia ser dissociado da sociedade e das relações sociais subjacentes. Daí a necessidade de uma distinção entre o ponto de vista jurídico, a ser deixado aos juristas, e o sociológico, que deveria valer-se das contribuições dos estudiosos das várias organizações sociais.
A família foi considerada por Aristóteles como primeira forma embrionária e imperfeita da pólis (cidade-estado grega). A relação entre sociedade políticae as sociedades particulares é uma relação entre o todo e as partes, na qual o todo, o ente englobador, é a pólis, e as partes englobadas são a família e as associações.
Assim, pouco a pouco a sociedade nas suas várias articulações torna-se o todo, do qual o Estado, considerado restritivamente como o aparato coativo com o qual um setor da sociedade exerce o poder sobre o outro. E se o curso da humanidade se desenrolou das sociedades menores (como a família) ao Estado da atualidade, a tendência inverte-se para o processo inverso que vai do Estado opressivo à sociedade libertada. A prova disso, é o nascimento de uma das ideias predominantes do século XIX, comum tanto ao socialismo utópico quanto ao científico e nas mais variadas formas de pensamento libertário, a ideia da inevitável extinção do Estado ou a sua redução aos mínimos termos.
Na filosofia política a questão do poder foi apresentada sob três aspectos, à base dos quais podem-se distinguir as teorias fundamentais do poder: a substancialista, a subjetivista e a relacional, assim, o poder de acordo com Hobbes consiste nos meios de que o homem, presentemente, dispõe para obter qualquer visível bem futuro. Em concordância com ele, Bertrand Russel, acredita que o poder caracteriza-se pela produção dos efeitos desejados e pode assumir enquanto tal três formas: poder físico e constritivo é o militar em si; o psicológico, por meio do medo da repressão; e o mental, que se exerce por meio da persuasão.
As formas de poder são a econômica, ideológica e a política. A do poder político é aquela que se vale da posse de determinados bens, numa situação de escassez, para induzir os que não os possuem a adotar certa conduta consistente, principalmente na execução de um trabalho útil, assim o detentor dos bens consegue determinar um comportamento alheio.
O poder ideológico é aquele que se vale da posse de determinadas formas de saber, doutrinas, ou conhecimentos específicos para exercer uma influência sobre o comportamento alheio. O político caracteriza-se pela utilização da força para proteger-se dos ataques externos ou para impedir a própria desagregação interna.
Além disso, de acordo com Aristóteles, por meio da ideia do interesse e da tipologia clássica, os tipos de poder são baseados de acordo com o critério da esfera em que ele é exercido: o poder dos pais sobre os filhos (patriarcal); do senhor sobre os escravos (despótico); e do governante sobre os governados (civil). Para Locke da mesma forma caracteriza as formas de poder, entretanto os justifica, de forma diversa, a sua legitimidade, pois o poder do pai é um poder cujo fundamento é natural na medida em que nasce da própria geração; o senhorial é o efeito do direito de punir quem se tornou culpado de um grave delito e é, portanto, passível de uma pena igualmente grave; e o poder civil está fundado sobre o consenso expresso ou tácito daqueles aos quais é destinado.
O uso da força física é a condição necessária e essencial para a definição do poder político, e se o uso da força é a condição elementar, apenas a utilização exclusiva dela, torna-se condição suficiente para a conceituação do que é o poder político. Além disso, a exclusividade do direito se utilizar a força sobre determinado território faz parte dos elementos constitutivos do poder político.
A recorrente consideração segundo a qual o supremo poder que é o poder político, deva também ter uma justificação, deu lugar a várias formulações de princípios de legitimidade, isto é, dos vários modos com os quais se procurou dar, a quem detém o poder, uma razão de comandar, e a quem suporta o poder, uma razão de obedecer.
Remeter-se à natureza para fundar o poder significa dizer que o direito de comandar de uns e o dever de obedecer dos outros derivam do fato inelutável de que estes existam naturalmente, e, portanto, independentemente da vontade humana, existem pessoas fortes e fracas, sábias e ignorantes, ou seja, indivíduos e mesmo povos inteiros aptos a comandar e outros capazes apenas de obedecer
De acordo com Kelsen, uma autoridade de fato constituída é o governo legítimo, o ordenamento coercitivo imposto por esse governo é um ordenamento jurídico, e a comunidade constituída por tal ordenamento é um no sentido do direito internacional, na medida em que este ordenamento é em seu conjunto eficaz, ainda em acordo com o tema, pode-se dizer então que o poder legitimo como poder que se consegue condicionar o comportamento dos membros de um grupo social emitindo comandos que são habitualmente obedecidos na medida em que o seu conteúdo é assumido como máxima para o agir.
O ESTADO E O PODER
Na filosofia política a questão do poder foi apresentada sob três aspectos, à base dos quais podem-se distinguir as teorias fundamentais do poder: a substancialista, a subjetivista e a relacional.
Assim, o poder de acordo com Hobbes consiste nos meios de que o homem, presentemente, dispõe para obter qualquer visível bem futuro. Em concordância com ele, Bertrand Russel, acredita que o poder se caracteriza pela produção dos efeitos desejados e pode assumir enquanto tal três formas: poder físico e constritivo é o militar em si; o psicológico, por meio do medo da repressão; e o mental, que se exerce por meio da persuasão.
As formas de poder são a econômica, ideológica e a política. A do poder político é aquela que se vale da posse de determinados bens, numa situação de escassez, para induzir os que não os possuem a adotar certa conduta consistente, principalmente na execução de um trabalho útil, assim o detentor dos bens consegue determinar um comportamento alheio.
O poder ideológico é aquele que se vale da posse de determinadas formas de saber, doutrinas, ou conhecimentos específicos para exercer uma influência sobre o comportamento alheio. O político caracteriza-se pela utilização da força para proteger-se dos ataques externos ou para impedir a própria desagregação interna.
Além disso, de acordo com Aristóteles, por meio da ideia do interesse e da tipologia clássica, os tipos de poder são baseados de acordo com o critério da esfera em que ele é exercido: o poder dos pais sobre os filhos (patriarcal); do senhor sobre os escravos (despótico); e do governante sobre os governados (civil).
Locke da mesma forma caracteriza as formas de poder, entretanto os justifica, de forma diversa, a sua legitimidade, pois o poder do pai é um poder cujo fundamento é natural na medida em que nasce da própria geração; o senhorial é o efeito do direito de punir quem se tornou culpado de um grave delito e é, portanto, passível de uma pena igualmente grave; e o poder civil está fundado sobre o consenso expresso ou tácito daqueles aos quais é destinado.
O uso da força física é a condição necessária e essencial para a definição do poder político, e se o uso da força é a condição elementar, apenas a utilização exclusiva dela, torna-se condição suficiente para a conceituação do que é o poder político. Além disso, a exclusividade do direito se utilizar a força sobre determinado território faz parte dos elementos constitutivos do poder político.
O Estado deve ser procurado em sua própria necessidade de existir, de uma existência que é a própria condição de existência dos indivíduos. Prova disso é que o tribunal que julga as ações do estado não é nem o externo, mas o instituído pelo próprio Estado para julgar ações dos súditos, nem aquele que cada indivíduo erige do próprio interior para diante dele responder à própria consciência ou a Deus, mas é o tribunal da história universal, cujo sujeitos são os indivíduos, mas justamente os Estados.

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