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APG S6P1-Ainda em desenvolvimento- Refluxo Refl�� gastroesofágic� �siologi� gastroesofágic�: Boca: → Entrada do alimento na boca; → liberação da secreção salivar, que é uma solução que auxilia na deglutição, gustação, umidificação da mucosa e dos alimentos, proteção por presença de IgA, higiene, mastigação e misturar o alimento com a saliva e fragmentá-lo para facilitar a absorção. Faringe: passagem do alimento. Esôfago: → A motilidade esofágica é o principal componente da deglutição, em que a passagem do alimento em direção ao esôfago desencadeia um movimento peristáltico primário, deslocando-o do início do esôfago com a musculatura estriada e propagando-se ao longo da musculatura lisa. O peristaltismo também desencadeia o relaxamento do esfíncter esofagiano inferior (EII) para permitir a saída do alimento para o estômago. Estômago: → fase gástrica inicia após passagem do alimento em direção ao estômago, órgão que tem função de armazenamento, secreção do fator intrínseco para absorção de vitamina B12, digestão química e mecânica, mistura dos alimentos, entre outras. Será regulada por um reflexo longo antecipatório que promove a liberação de secreções, além de reflexos curtos que possibilitam a distensão da parede estomacal e também produção de substâncias. → O estômago também realiza processos de quebra mecânica pelos processos de propulsão, mistura e retropropulsão, sendo que o antro é a região responsável pelo esvaziamento gástrico em direção ao duodeno, processo resultante de alterações como aumento da força antral, abertura do piloro e início das contrações dos segmentos duodenais. → No estômago apenas uma pequena quantidade de nutrientes é absorvida, pois suas células epiteliais são impermeáveis aos materiais, sendo que o principal sítio de absorção é o intestino delgado pela presença de microvilosidades. Refl�� gastroesofágic� (RGE) É definido como o retorno passivo do conteúdo gástrico para o esôfago, independentemente de sua etiologia Pode ocorrer em circunstâncias fisiológicas ou patológicas e em qualquer indivíduo, seja criança ou adulto. → RGE fisiológico: Quando não está associado a doenças ou complicações. → RGE patológico, ou doença do refluxo gastroesofágico (DRGE): possui prognóstico mais grave, além de abordagens diagnóstica e terapêutica diferentes, pois já apresenta manifestações clínicas. Doenç� d� refl�� gastroesofágic� (DRGE) É uma afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes a ele, acarretando APG S6P1-Ainda em desenvolvimento- Refluxo um espectro variável de sintomas e/ou sinais esofagianos e/ou extra-esofagianos, associados ou não a lesões teciduais. Subdivide-se em: → Doença do refluxo erosiva (DRE): pelo acontece quando há erosões ou evidências de suas complicações na mucosa esofagiana, na presença de sintomas típicos (pirose e regurgitação). ● Pirose funcional: com todos os parâmetros pH métricos normais e ausência de resposta ao uso de inibidores da bomba de prótons, corresponde a menos de 10% dos portadores de pirose avaliados por gastroenterologistas. → Doença do refluxo não erosiva (DRNE): Quando existem os mesmos sintomas, porém sem as lesões acima referidas, ao exame endoscópico. • pacientes com exposição ácida anormal (que têm resposta terapêutica semelhante à dos pacientes com esofagite endoscópica); • pacientes com exposição ácida normal e com correlação positiva entre sintomas e episódios de refluxo (estimado pelo índice de sintomas, que é positivo) e resposta ao uso de inibidores da bomba de prótons (IBP). Fatore� d� risc�: ● Hérnia de hiato; associada a maior exposição ácida esofágica e alteração na função esfincteriana (aumento dos relaxamentos transitórios do esfíncter inferior desôfago (EIE), à promoção do refluxo ácido e, principalmente, à redução da depuração esofágica observadas sobretudo em hérnias volumosas e não redutível. ● obesidade: o excesso de peso tem sido associado a aumento da pressão intra -abdominal, o que por sua vez, aumenta o gradiente de pressão gastroesofágico, a pressão intragástrica e a chance de se desenvolver hérnia hiatal . ● Refeição rica em gorduras: leva à diminuição da pressão basal do esfíncter esofagiano inferior, aumento na freqüência dos relaxamentos transitórios e retardo do esvaziamento do estômago. Se a ingestão for volumosa ou feita de forma muito rápida, ocorrerá distensão do fundo gástrico, aumentando o refluxo pós--prandial. ● Índice de massa corpórea ≥ 25; ● Tabagismo; ● Consumo freqüente de álcool; ● Estresse e fadiga; ● Pequeno espaço de tempo entre o jantar e o deitar; ● Trabalhar em posição inclinada; ● Consumo excessivo de alimentos; ● Alteração da secreção gástrica como a hipersecreção da síndrome de Zollinger-Ellison. ● Esôfago de Barrett: parecem apresentar anormalidades fisiológicas que contribuem APG S6P1-Ainda em desenvolvimento- Refluxo para a gravidade da DRGE, pois a função motora esofágica está frequentemente comprometida e comprometem o clareamento esofágico do material refluído, aumentando o tempo de contato do refluxato com epitélio esofágico. �siopatologi� → Barreira antirrefluxo (esfíncter esofagiano inferior e diafragma crural), pois levará ao relaxamento não relacionado com a deglutição é chamado relaxamento transitório do ElE (RTEIE), sendo considerado o principal mecanismo. → Depuração esofagiana (ação da gravidade, peristalse e salivação) → Resistência da mucosa esofágica,pois o defeito mais comum da resistência epitelial é o aumento da permeabilidade paracelular propiciando a esofagite ocorre quando os fatores de defesa são sobrepujados pelos fatores agressivos. e/ou do esvaziamento e pressão intragástricos. Sintomatologi� Sintomas típicos: são frequentes após as refeições ou quando o paciente está em decúbito supino ou em decúbito lateral direito ● Pirose: (sensação de queimação retroesternal, ascendente em direção ao pescoço); ● Regurgitação: (retorno de conteúdo gástrico, ácido ou amargo, até a faringe), de fácil reconhecimento. Sintomas atípicos/Extra esofágicos: Dor torácica, sintomas respiratórios e otorrinolaringológicos,faringite, dor de ouvido, erosão do esmalte dental, laringite, bronquite, tosse crônica, asma e pneumonia por aspiração Manifestaçõe� clínica� Quando o refluxo ocorre com maior freqüência, ou em volume maior do que o usual, ou não é tolerado pelo indivíduo, isso pode resultar em uma grande variedade de sintomas gastro esofágicos ou supra esofágicos (respiratórios) → Em crianças pequenas, poucas desenvolvem doença do refluxo gastroesofágico. Os principais sintomas são: anorexia, disfagia, odofagia, arqueamento do pescoço para trás durante as refeições, irritabilidade, hematêmese, anemia ou parada do crescimento. Digestivas: → Em lactentes, regurgitação é o sinal mais comum do refluxo gastroesofágico. A história natural mostra uma melhora com a idade → Os sintomas mais comuns em crianças de três a nove anos são: pirose , dor epigástrica e regurgitação. Em crianças de 10 a 17 anos: pirose , dor epigástrica e regurgitação. → Em adultos, a pirose retroesternal (como único sintoma), Eructação dispepsia, Esofagite eosinofílica, constipação,rouquidão com baixo fluxo salivar, em pa e erosões dentárias. → Crianças com sintomas crônicos do trato gastrintestinal superior (vômitos, náuseas e dor abdominal), APG S6P1-Ainda em desenvolvimento- Refluxo esses sintomas desapareceram quando a constipação foi resolvida. Respiratórias e Otorrinolaringológica Asma, Tosse Sinusite, Estridor, Laringomalácia, Estenose sub glótica Eritema pós glótica e Edema pós glótica. Manifestações mais raras: Osteoarticulares sendo a alteração mais comum a síndrome de Sandifer, na qual o indivíduo apresenta desvio do pescoço para um dos lados comumente confundido com torcicolo e tríade de Herbst, em que o paciente apresenta hérnia de hiato, refluxo gastroesofágico e baqueteamento de dedos. Diagn�tic� → Exame clínico: Anamnese + exame físico Para identificação dos sintomascardinais da DRGE (pirose e regurgitação). Obs: se confirmar no exame clínico já é recomendável começar tratamento clínico empírico. →Exames laboratoriais: PHmetria esofágica prolongada: Permite o diagnóstico da DRGE por demonstrar a presença de refluxo ácido gastroesofágico anormal. Impedância/pHmetria: Permite a identificação do refluxo gastresofágico independente de seu pH e de seu estado,possibilita a avaliação qualitativa do tipo de refluxo (ácido ou fracamente ácido), seu alcance proximal, sua composição (líquido, gasoso ou misto), bem como do tempo de depuração (ou clareamento) esofágico. Endoscopia digestiva alta: É o exame de escolha para avaliação das alterações da mucosa esofágica secundárias à DRGE, permitindo, além de sua visualização direta, a coleta de fragmentos esofágicos através de biopsias. Usada para excluir outras doenças ou complicações da DRGE. Biopsias esofágicas Importante para o diagnóstico diferencial com a esofagite eosinofílica. → Exames de imagem: São úteis para diagnosticar algumas complicações. Esofagograma com bário: Útil em pacientes com disfagia, visto que apresentam boa sensibilidade na detecção de hérnias hiatais, estenoses e anéis esofágicos. Cintigrafia: para estudo da DRGE utiliza alimento marcado com tecnécio. → Testes provocativos: Teste de Bernstein-Baker: Objetiva comprovar que o sintoma do paciente decorre do refluxo ácido gastroesofágico. Manometria esofágica: útil na avaliação da gravidade da DRGE, podendo prever sua gravidade ao demonstrar um ElE defectivo ou disfunção peristáltica. Bilitec: Faz a detecção dessas substâncias que possuem um alto pH e, portanto, não são detectadas pela pHmetria prolongada. Esse sistema percebe a presença de bilirrubina através de espectrofotometria. APG S6P1-Ainda em desenvolvimento- Refluxo Tratament�: Não medicamentoso: mudanças nos hábitos de vida, educar os pacientes a respeito dos fatores que podem precipitar episódios de refluxo, refeições pouco volumosas, com alto conteúdo de proteínas e baixo conteúdo de gorduras, podem evitar a distensão gástrica e contribuir para manter a pressão do ElE. A ingestão de alimentos nas três horas precedentes ao horário de deitar contribuiria para reduzir a frequência dos episódios pós prandiais de refluxo, especialmente na posição de decúbito evitar comida com muito sal, pimenta e suco de laranja , pois possuem efeito irritativo direto na mucosa esofágica independente do pH. Tratamento medicamentoso: → inibidores da bomba de prótons: A terapia com antissecretores potentes é capaz de aliviar os sintomas mais rapidamente e cicatrizar as lesões na maior parte dos pacientes. Doses padronizadas dos inibidores da bomba de prótons (lBP) (omeprazol, 20 mg; lansoprazol, 30 mg; pantoprazol, 40 mg; rabeprazol, 20 mg; e esomeprazol, 40 mg). → Antagonistas H2 Os antagonistas dos receptores H2 (AH2): cimetidina, ranitidina, farnotidina, nizatidina - são drogas seguras e bem toleradas, mas têm curta duração de ação (entre 4 e 8 h, conforme o regime empregado) e resultam em inibição incompleta da secreção ácida. Consequentemente, para o tratamento da → Procinéticos As alterações fisiopatológicas responsáveis pela DRGE poderiam ser corrigidas por drogas que aumentassem a pressão do ElE, melhorassem o peristaltismo do esôfago e o esvaziamento gástrico. → Novas drogas: Baclofeno, agonista dos receptores B do ácido gama-aminobutírico (GABA). Seu uso em pacientes com DRGE mostrou redução do número de episódios de refluxo e o percentual de tempo de exposição ácida após uma única dose de 40 mg. Tratamento cirúrgico: consiste no reposicionamento do esôfago na cavidade abdominal associado à hiatoplastia e fundoplicatura. Após a realização da primeira fundoplicatura (Nissen) por via laparoscópica, Tratamento endoscópico: objetivo aumentar a barreira antirrefluxo Vigilância endoscópica: através de exames e consultas. Prevençã� d� refl�� e� bebê�: Posicionamento correto do bebê: • Manter a criança em decúbito supino ou lateral esquerdo, com elevação da cabeceira em 30º (15 a 20 cm). Essa elevação pode ser feita através de travesseiros comuns ou anti-refluxo ou ainda com a suspensão da parte superior do berço. • Evitar o decúbito horizontal, roupas apertadas, agitar a criança e comprimir seu abdômen. • Trocar fraldas com o bebê em posição semi sentada, principalmente após as mamadas, pois estando com APG S6P1-Ainda em desenvolvimento- Refluxo o estômago repleto de alimento líquido, ao ser colocado na posição horizontal o mesmo pode refluir, aspirar ou afogar-se durante a higiene do períneo. • Manter a criança em posição ereta no período pós prandial por 20 a 30 minutos, para eructação. Dieta: • Realizar o espessamento do leite com fórmulas industrializadas anti regurgitação (com amido de arroz ou milho) que gelatinizam na presença do suco gástrico, caso o bebê esteja em aleitamento artificial. • Alimentar a criança com volumes menores e com mais frequência. • Não interromper o aleitamento materno para substituí-lo por fórmulas lácteas espessas. • Com a introdução de dieta sólida, a partir dos seis meses de idade, os episódios de refluxo diminuem. Maturaçã� d� esfíncter esofágic� inferior: Inicia-se nas primeiras semanas de vida intra-uterina e continua durante todo o primeiro ano de idade, por isso é bastante comum o refluxo e regurgitação em bebês. Referências: 1-DANI, Renato. Gastroenterologia essencial. In: Gastroenterologia essencial. 2006. p. x, 1203-x, 1203. 2-MARET-OUDA, John; MARKAR, Sheraz R.; LAGERGREN, Jesper. Gastroesophageal reflux disease: a review. Jama, v. 324, n. 24, p. 2536-2547, 2020. 3-PARRON, RODOLFO; TIYO, ROGERIO; ARANTES, VINICIUS PEREIRA. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO PARA DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO DRGE: UMA REVISÃO DE LITERATURA. REVISTA UNINGÁ REVIEW, v. 29, n. 3, 2017. 4-SOUSA, Diogo Francisco Couto. Doença de refluxo gastroesofágico refratária. 2021. 5-TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano-: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Artmed Editora, 2016.
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