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Noções básicas de Direito Administrativo

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1
	Discente:
Sebastiana João 
Natureza Jurídica de Direito Administrativo 
Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos
	
	
	Trabalho sobre a Natureza Jurídica de Direito Administrativo , ao programa de Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos, na Universidade Pedagógica
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA – BEIRA 
Beira, aos Julho de 2021
	
Sebastiana João 
Natureza Jurídica de Direito Administrativo 
	Trabalho sobre a Natureza Jurídica de Direito Administrativo , ao programa de Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos, na Universidade Pedagógica
Sob orientação de:
Docente
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA – BEIRA 
Beira, aos Julho de 2021
Conteúdo
1.1. Apresentação do tema	1
1.2. OBJECTIVOS	1
1.2.3. Objectivo geral	1
1.2.4. Objectivos específicos	1
CAPÍTULO I: METODOLOGIAS DO ESTUDO.	3
2.1. Introdução	3
Os métodos adoptados no presente estudo, reflectem uma forma de pensar que tem como objectivo chegar ao ponto de vista do que é o direito administrativo .	3
2.2. Metodologia	3
CAPITULO II: FUNCIONAMENTOS TEÓRICOS DE NATUREZA JURÍDICADE DIREITO ADMINISTRATIVO	4
3.1. NATUREZA JURÍDICA	4
3.1.1. CONCEITO DO DIREITO ADMINISTRATIVO	4
3.2. História	5
3.3. OBJECTO	6
3.4. FONTES	7
3.5. O Direito Administrativo como Direito Público	7
3.6. Tipos de normas administrativas	7
3.7. Actividade de gestão pública e de gestão privada	10
3.8. Natureza do Direito Administrativo	11
3.9. Função do Direito Administrativo	12
3.10. Caracterização genérica do Direito Administrativo	12
3.11. A ciência do direito administrativo	13
3.11.1. A Ciência do Direito Administrativo	13
3.11.2. Evolução da Ciência do Direito Administrativo	13
3.11.3. Ciências Auxiliares	14
3.11.4. A Ciência da Administração	14
4. Conclusão	19
5. Bibliografia	21
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS 
1.1. Apresentação do tema 
I. O tema escolhido para a presente tese defendida no âmbito do programa de licenciatura em Gestão de Recursos Humanos na Universidade Pedagógica, é o sistema de governo das entidades descentralizadas e as medidas tutelares sancionatórias na ordem jurídica de direito de Administração moçambicana, tendo em conta a revisão pontual da Constituição da República de Moçambique, operada por algumas leis e a consequente legislação em matéria de tutela administrativa do Estado sobre as entidades descentralizadas. 
II. Trata-se de um tema real e actual, pois a referida revisão pontual da constituição da República de Moçambique, não só aumentou o número de entidades descentralizadas, mas também trouxe novos desafios no âmbito do sistema de governo das entidades descentralizadas, incluindo uma alteração significativa nos procedimentos para a aplicação das medidas tutelares sancionatórias.
1.2. OBJECTIVOS 
1.2.3. Objectivo geral 
Constitui o objectivo geral da pesquisa, analisar o sistema de governo que melhor se encaixa na actual experiência político-constitucional moçambicana de governo das entidades de natureza jurídica de direito administrativo.
1.2.4. Objectivos específicos 
São objectivos específicos da pesquisa: 
· Analisar os elementos da organização administrativa (desde logo: as pessoas colectivas públicas e serviços públicos) bem como a analisar os sistemas de organização administrativa.
· Descrever o sistema de organização administrativa moçambicana, desde a sua génese, seus princípios estruturantes incluindo as espécies de Administração do Estado; desde logo: a Administração directa do Estado.
· Citar as fontes.
CAPÍTULO I: METODOLOGIAS DO ESTUDO.
2.1. Introdução 
O presente capítulo de metodologia terá por objecto o estudo dos métodos que foram adoptados no presente estudo. Com efeito, o método é o “caminho e os passos para se atingir um determinado objectivo, enquanto que a técnica é a parte material (os instrumentos) que fornecem operacionalidade ao método”(30). 
Os métodos adoptados no presente estudo, reflectem uma forma de pensar que tem como objectivo chegar ao ponto de vista do que é o direito administrativo .
2.2. Metodologia 
Para a realização do presente trabalho foi usado a pesquisa bibliográfica, focado no assunto abordado na Internet e na Constituição da República de Moçambique. Quanto a abordagem do problema, a presente pesquisa é qualitativa. “A abordagem qualitativa implica uma série de leituras sobre o assunto pesquisado, (…), ou seja, é preciso descrever ou relatar minuciosamente o que os diferentes autores ou especialistas escrevem sobre o assunto, e a parir dai, estabelecer uma série de corelações, para ao final, o pesquisador construir o seu ponto de vista conclusivo”(31). Assim, no presente estudo, a abordagem qualitativa consistiu na descrição minuciosa do que os diferentes autores ou especialistas escreveram sobre o sistema de governo e a aplicação das medidas de natureza jurídica de direito administrativo.
CAPITULO II: FUNCIONAMENTOS TEÓRICOS DE NATUREZA JURÍDICADE DIREITO ADMINISTRATIVO
3.1. NATUREZA JURÍDICA
O Direito Administrativo é ramo do Direito Público, pois tem por objetivo reger a organização e o exercício de atividades do Estado, voltadas para a satisfação do interesse público. O Direito Administrativo regular as relações jurídicas entre as pessoas e os órgãos do Estado e entre este e a coletividade.
Considerando que o Direito Administrativo é ramo do Direito Público, traz, essencialmente, em seu conteúdo, normas de Direito Público. Um cuidado importante: nem toda norma de ordem pública é norma de ordem pública. Isso porque normas de ordem pública são aquelas que não podem ser modificadas pela vontade das partes e que também podem existir em ramos do Direito Privado, a exemplo dos impedimentos do casamento, no âmbito do Direito Civil.
3.1.1. CONCEITO DO DIREITO ADMINISTRATIVO
A doutrina apresenta alguns critérios para conceituar Direito Administrativo. Embora um dos critérios seja o mais completo, é importante que o candidato que se sujeitará ao presente concurso público conheça os outros critérios e as razões para que não sejam utilizados.
1) Critério da Escola do Serviço Público: Direito Administrativo é a disciplina jurídica que regula a instituição, organização e o funcionamento dos serviços públicos e o seu oferecimento aos administrados. É considerada insuficiente, pois existem outras funções administrativas (além do serviço público, a atividade de fomento, a intervenção do Estado no domínio econômico e o poder de polícia), que também constituem objeto do Direito Administrativo.
2) Critério do Poder Executivo: Direito Administrativo é o conjunto de regras jurídicas que disciplinam os atos do Poder Executivo. Também é considerada insuficiente, pois existe Administração Pública no âmbito dos três Poderes e não apenas no Poder Executivo.
3) Critério das relações jurídicas: Direito Administrativo é o conjunto de normas que regem as relações entre a Administração e os administrados. É insuficiente, pois outros ramos do Direito, a exemplo do Direito Tributário, também têm por objeto essa relação. Além disso, esse critério não abrange a organização interna da Administração Pública, a atividade que ela exerce e os bens de que se utiliza.
4) Critério teleológico: Direito Administrativo é o sistema dos princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado para o cumprimento de seus fins. Embora não esteja incorreto, é insuficiente, pois, sendo muito genérico, elementos essenciais que fazem parte do estudo deste ramo do Direito.
5) Critério da Administração Pública: este é o critério que melhor conceitua o Direito Administrativo. Segundo Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo é caracterizado como o “conjunto harmônico de princípios jurídicos, que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar de forma concreta, direta e imediata os fins desejados pelo Estado.” Deste conceito, extraem-se as características da função administrativa: ela é concreta (para diferenciar da atividade legislativa que é, em regra, abstrata); direta (para diferenciar da atividade jurisdicional que é, em regra, indireta);e imediata (para diferenciar da atividade mediata, que constitui a ação social do Estado).
3.2. História
O direito administrativo nasceu no final do século XVIII, com forte influência do direito francês, que foi o grande inovador no regramento das matérias correlatas à Administração Pública. Como disciplina autônoma, assim como a maioria das matérias do direito público, surgiu em período posterior à implantação do Estado de Direito, que se deu logo após a Revolução Francesa. A França é considerada o berço de inúmeros institutos de Direito Administrativo, os quais tiveram origem nas construções jurisprudências do Conselho de Estado. 
A França adoptou o sistema da dualidade de jurisdição, tendo em vista o sentimento de desconfiança em relação ao Poder Judiciário, pois os revolucionários não desejavam que as decisões do Executivo pudessem ser por ele revistas e modificadas. Daí desenvolveu-se a jurisdição administrativa separada da jurisdição comum. Originariamente, o contencioso francês subordinava-se ao governo, na chamada fase da justiça retida, por isso se costuma dizer que houve um suposto “pecado original” do Direito Administrativo, que, não obstante a Revolução, manteve algumas relações distorcidas do regime anterior; no entanto, a partir de 1872, houve o reconhecimento legal da autonomia do Conselho de Estado, a partir da adopção da justiça delegada. 
 Por conseguinte, a teoria dos actos administrativos desenvolvida pelas decisões do contencioso francês influenciou na concepção dos actos, bem como a teoria do contrato, com cláusulas exorbitantes, ou mesmo o regime diferenciado dos bens públicos. Nesta perspectiva, sintetiza Di Pietro que: “o direito administrativo francês nasceu como direito não legislado, porque formulado pelo juiz para suprir as lacunas da legislação, então inexistente. Daí a contribuição do Conselho de Estado para a elaboração de princípios informativos do direito administrativo”[5]. 
3.3. OBJECTO
O objecto central do Direito Administrativo é as funções administrativas. Isso porque, todos os temas que fazem parte do estudo do Direito Administrativo estão relacionados, de algum modo, com as atividades que são desenvolvidas pela Administração Pública (funções administrativas), no âmbito dos três poderes. Podemos conceituar as funções administrativas como todas as funções exercidas pelas autoridades administrativas, sejam do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário.
Por esta razão, o Poder Executivo, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário podem exercer função administrativa, ou seja, editar atos administrativos. Quando o Poder Legislativo ou o Poder Judiciário, por exemplo, concede férias aos seus servidores, por exemplo, tais Poderes estão editando atos administrativos e não editando uma lei (função legislativa) ou aplicando o Direito (função jurisdicional).
Embora os três poderes possam exercer função administrativa, importante ressaltar que o Poder Executivo exerce função administrativa de forma típica, enquanto os demais poderes exercem função administrativa de forma atípica.
	NOTA
A coisa julgada administrativa não possui o mesmo significado da coisa julgada na seara judicial. No âmbito do Direito Administrativo, a coisa julgada administrativa, não possui o poder de decisão final (imutabilidade). Ao contrário, significa, apenas, que o assunto foi decidido definitivamente na seara administrativa, embora o tema ainda possa ser discutido na via judicial. 
	NÃO CONFUNDAMOS
Estado (pessoa jurídica de direito público composta por três elementos: povo, território e governo soberano) X Governo (Poderes e órgãos constitucionais responsáveis pela função política do Estado): Regime de Governo (Democrático x Autoritário); Forma de Governo (República x Monarquia); Sistema de Governo (Presidencialismo x Parlamentarismo); e Forma de Estado (Federação x Estado Unitário) – o nosso federalismo é centrífugo (segregação – o Estado era unitário). Nos EUA, o federalismo é centrípeto (agregação – formação de uma unidade com o federalismo).
3.4. FONTES
As fontes do Direito Administrativo são divididas em primária e secundárias:
a) Fonte primária: Lei.
b) Fontes secundárias: doutrina, costume e jurisprudência.
3.5. O Direito Administrativo como Direito Público 
O Direito Administrativo é, na ordem jurídica portuguesa, um ramo de Direito Público. E é um ramo de Direito Público, qualquer que seja o critério adoptado para distinguir o Direito Público de Direito Privado. 
Se se adoptar o critério do interesse, o Direito Administrativo é Direito Público, porque as normas de Direito Administrativo são estabelecidas tendo em vista a prossecução do interesse colectivo, e destinam-se justamente a permitir que esse interesse colectivo seja realizado. 
Se se adoptar o critério dos sujeitos, o Direito Administrativo é Direito Público, porque os sujeitos de Direito que compõem a administração são todos eles, sujeitos de Direito Público, entidades públicas ou como também se diz, pessoas colectivas públicas. 
Se, enfim, se adoptar o critério dos poderes de autoridade, também o Direito Administrativo é o Direito Público porque a actuação da administração surge investida de poderes de autoridade. 
3.6. Tipos de normas administrativas 
O Direito Administrativo é um conjunto de normas jurídicas. 
Mas não é um conjunto qualquer: é um conjunto organizado, estruturado, obedecendo a princípios comuns e dotado de um espírito próprio – ou seja, é um conjunto sistemático, é um sistema. 
Há a considerar três tipos de normas administrativas: as normas orgânicas, as normas funcionais, e as normas relacionadas. 
a) Normas orgânicas: normas que regulam a organização da Administração Pública: são normas que estabelecem as entidades públicas que fazem parte da Administração, e que determinam a sua estrutura e os seus órgãos; em suma, que fazem a sua organização. As normas orgânicas têm relevância jurídica externa, não interessando apenas à estruturação interior da Administração, mas também, e muito particularmente, aos cidadãos.
b) Normas funcionais: são as que regulam o modo de agir de específico da Administração Pública, estabelecendo processos de funcionamento, métodos de trabalho, tramitação a seguir, formalidades a cumprir, etc. Dentro desta categoria destacam-se, pela sua particular relevância, as normas processuais. 
c) Normas relacionais: são as que regulam as relações entre a administração e os outros sujeitos de Direito no desempenho da actividade administrativa. São as mais importantes, estas normas relacionais, até porque representam a maior parte do Direito Administrativo material, ao passo que as que referimos até aqui, são Direito Administrativo orgânico ou processual. 
As normas relacionais de Direito Administrativo não são apenas aquelas que regulam as relações da administração com os particulares, mas mais importante, todas as normas que regulam as relações da administração com outros sujeitos de Direito. Há na verdade, três tipos de relações jurídicas reguladas pelo Direito Administrativo:
· As relações entre administração e os particulares; 
· As relações entre duas ou mais pessoas colectivas públicas; 
· Certas relações entre dois ou mais particulares. 
d)    O Direito Administrativo como Direito excepcional:
É um conjunto de excepções ao Direito Privado. O Direito Privado – nomeadamente o Direito Civil – era a regra geral, que se aplicaria sempre que não houvesse uma norma excepcional de Direito Administrativo aplicável.
e)      O Direito Administrativo como Direito comum da Administração Pública:
Há quem diga que sim. É a concepção subjectivista ou estatutária do Direito Administrativo, defendida com brilho inegável por Garcia de Enterría e T. Ramon Fernandez, e perfilhada entre nós por Sérvulo Correia.
Para Garcia de Enterría, há duas espécies de Direitos (objectivos): os Direitos gerais e os Direitos estatutários. Os primeiros são os que regulam actos ou actividades, quaisquer que sejam os sujeitos que os pratiquem ou exerçam; os segundos são os que se aplicam a uma certaclasse de sujeitos. Ainda segundo este autor, o Direito Administrativo é um Direito estatutário, porque estabelece a regulamentação jurídica de uma categoria singular de sujeitos – as Administrações Públicas.
f)      O Direito Administrativo como Direito comum da Função Administrativa:
Em primeiro lugar, não é por ser estatutário que o Direito Administrativo é Direito Público. Há normas de Direito Privado que são específicas da Administração Pública. Portanto o facto de uma norma jurídica ser privativa da Administração Pública, ou de uma especial pessoa colectiva pública, não faz dela necessariamente uma norma de Direito Público.
Em segundo lugar. O Direito Administrativo não é, por conseguinte, o único ramo de Direito aplicável à Administração Pública. Há três ramos de Direito que regulam a Administração Pública:
· O Direito Privado; 
· O Direito Privado Administrativo; 
· O Direito Administrativo.
Em terceiro lugar contestamos que a presença da Administração Pública seja um requisito necessário para que exista uma relação jurídica administrativa.
O Direito Administrativo, não é um Direito estatutário: ele não se define em função do sujeito, mas sim em função do objecto.
O Direito Administrativo não é pois, o Direito Comum da Administração Pública, mas antes o Direito comum da função administrativa.
Não são normas de Direito Administrativo apenas aquelas que conferem poderes de autoridade à administração; são também normas típicas de Direito Administrativo, nesta categoria das normas relacionais. São caracteristicamente administrativas as seguintes normas relacionais: 
· Normas que conferem poderes de autoridade à Administração Pública; 
· Normas que submetem a Administração a deveres, sujeições ou limitações especiais, impostas por motivos de interesse público; 
· Normas que atribuem direitos subjectivos ou reconhecem interesses legítimos face à administração. 
3.7. Actividade de gestão pública e de gestão privada 
São actos de gestão privada, os que se compreendem numa actividade em que a pessoa colectiva, despida do poder político, se encontra e actua numa posição de paridade com os particulares a que os actos respeitem e, portanto, nas mesmas condições e no mesmo regime em que poderia proceder um particular, com submissão às normas de Direito Privado. 
São actos de gestão pública, os que se compreendem no exercício de um poder público, integrando eles mesmo a realização de uma função pública da pessoa colectiva, independentemente de envolverem ou não o exercício de meios de coacção, e independentemente ainda das regras, técnicas ou de outra natureza, que na prática dos actos devam ser observadas. 
O Direito Administrativo regula apenas, e abrange unicamente, a actividade de gestão pública da administração. À actividade de gestão privada aplicar-se-á o Direito Privado – Direito Civil, Comercial, etc. 
3.8. Natureza do Direito Administrativo 
a) O Direito Administrativo como Direito excepcional: 
É um conjunto de excepções ao Direito Privado. O Direito Privado – nomeadamente o Direito Civil – era a regra geral, que se aplicaria sempre que não houvesse uma norma excepcional de Direito Administrativo aplicável. 
b) O Direito Administrativo como Direito comum da Administração Pública: 
Há quem diga que sim. É a concepção subjectivista ou estatutária do Direito Administrativo, defendida com brilho inegável por Garcia de Enterría e T. Ramon Fernandez, e perfilhada entre nós por Sérvulo Correia. 
Para Garcia de Enterría, há duas espécies de Direitos (objectivos): os Direitos gerais e os Direitos estatutários. Os primeiros são os que regulam actos ou actividades, quaisquer que sejam os sujeitos que os pratiquem ou exerçam; os segundos são os que se aplicam a uma certa classe de sujeitos. Ainda segundo este autor, o Direito Administrativo é um Direito estatutário, porque estabelece a regulamentação jurídica de uma categoria singular de sujeitos – as Administrações Públicas.
c) O Direito Administrativo como Direito comum da Função Administrativa: 
Em primeiro lugar, não é por ser estatutário que o Direito Administrativo é Direito Público. Há normas de Direito Privado que são específicas da Administração Pública. Portanto o facto de uma norma jurídica ser privativa da Administração Pública, ou de uma especial pessoa colectiva pública, não faz dela necessariamente uma norma de Direito Público. 
Em segundo lugar. O Direito Administrativo não é, por conseguinte, o único ramo de Direito aplicável à Administração Pública. Há três ramos de Direito que regulam a Administração Pública: 
· O Direito Privado; 
· O Direito Privado Administrativo; 
· O Direito Administrativo. 
Em terceiro lugar contestamos que a presença da Administração Pública seja um requisito necessário para que exista uma relação jurídica administrativa. 
O Direito Administrativo, não é um Direito estatutário: ele não se define em função do sujeito, mas sim em função do objecto. 
O Direito Administrativo não é pois, o Direito Comum da Administração Pública, mas antes o Direito comum da função administrativa. 
3.9. Função do Direito Administrativo 
As principais opiniões são duas – a função do Direito Administrativo é conferir poderes de autenticidade à Administração Pública, de modo a que ela possa fazer sobrepor o interesse colectivo aos interesses privados (“green light theories”); ou a função do Direito Administrativo é reconhecer direitos e estabelecer garantias em favor dos particulares frente ao Estado, de modo a limitar juridicamente os abusos do poder executivo, e a proteger os cidadãos contra os excessos da autoridade do Estado (“ red light theories”). 
A função do Direito Administrativo não é, por consequência, apenas “autoritária”, como sustentam as green light theories, nem é apenas “liberal” ou “garantística”, como pretendem as red light theories. O Direito Administrativo desempenha uma função mista, ou uma dupla função: legitimar a intervenção da autoridade pública e proteger a esfera jurídica dos particulares; permitir a realização do interesse colectivo e impedir o esmagamento dos interesses individuais; numa palavra, organizar a autoridade do poder e defender a liberdade dos cidadãos. 
3.10. Caracterização genérica do Direito Administrativo 
O Direito Administrativo é quase um milagre na medida em que existe porque o poder aceita submeter-se à lei em benefício dos cidadãos. O Direito Administrativo nasce quando o poder aceitar submeter-se ao Direito. Mas não a qualquer Direito, antes a um Direito que lhe deixa em todo o caso uma certa folga, uma certa margem de manobra para que o interesse público possa ser prosseguido da melhor forma. Quer dizer: o Direito Administrativo não é apenas um instrumento de liberalismo frente ao poder, é ao mesmo tempo o garante de uma acção administrativa eficaz. O Direito Administrativo, noutras palavras ainda, é simultaneamente um meio de afirmação da vontade do poder é um meio de protecção do cidadão contra o Estado. 
Aquilo que caracteriza genericamente o Direito Administrativo é a procura permanente de harmonização das exigências da acção administrativa, na prossecução dos interesses gerais, com as exigências da garantia dos particulares, na defesa dos seus direitos e interesses legítimos. 
3.11. A ciência do direito administrativo 
3.11.1. A Ciência do Direito Administrativo 
A Ciência do Direito Administrativo é o capítulo da ciência que tem por objecto o estudo do ordenamento jurídico-administrativo. O seu método é, obviamente, o método jurídico. 
3.11.2. Evolução da Ciência do Direito Administrativo 
Nos primeiros tempos, os administrativistas limitavam-se a tecer comentários soltos às leis administrativas mais conhecidas através do chamado “método exegético”. 
Só nos finais do séc. XIX, se começa a fazer a construção científica do Direito Administrativo, a qual se fica a dever, sensivelmente na mesma altura, a três nomes que podem ser considerados como verdadeiros pais fundadores da moderna ciência do Direito Administrativo Europeu: o francês Laferrière em 1886; o alemão OttoMayer em 1896; e o italiano Orlando em 1897. 
O rigor científico passa a ser característico desta disciplina; e as glosas, o casuísmo, a exegese, o tratamento por ordem alfabética e a confusão metodológica dão lugar à construção dogmática apurada de uma teoria geral do Direito Administrativo, que não mais foi posta de parte e contínua a ser aperfeiçoada e desenvolvida. 
Entre nós, a doutrina administrativa começou por ser, nos seus primórdios, importada de França, através da tradução pura e simples de certas obras administrativas francesas. 
A partir de meados do séc. XIX, o nosso Direito Administrativo entrou numa fase diferente, mais estável, mais racional e mais científica. 
A partir de 1914, entra-se numa nova fase da ciência do Direito Administrativo português, que é a fase do apuro científico, já influenciada pelos desenvolvimentos modernos de França, da Itália, e da Alemanha. Nela se notabiliza, sobretudo, um mestre da universidade de Coimbra, depois professor em Lisboa: João de Magalhães Collaço. 
Coube, porém, ao professor da faculdade de Direito de Lisboa, Marcello Caetano, o mérito de, pela primeira vez em Portugal, ter publicado um estudo completo da parte geral do Direito Administrativo. 
3.11.3. Ciências Auxiliares 
A Ciência do Direito Administrativo, que tem por objecto as normas jurídicas administrativas, e utiliza como método o método próprio da ciência do Direito, usa algumas disciplinas auxiliares – que essas, já podem ter, e têm, métodos diferentes do método jurídico. 
Quais são as principais disciplinas auxiliares da ciência do Direito Administrativo? Há dois grupos de ciências auxiliares. 
Primeiro grupo das disciplinas não jurídicas: e aí, temos a ciência da Administração, a Ciência Política, a Ciência das Finanças e a História da Administração Pública. 
Quanto às ciências auxiliares de natureza jurídica, temos o Direito Constitucional, o Direito Financeiro, a História do Direito Administrativo, e o Direito Administrativo Comparado. 
3.11.4. A Ciência da Administração 
Com a Ciência do Direito Administrativo, não se confunde a ciência da administração, que não é uma ciência jurídica, mas sim a ciência social que tem por objectivo o estudo dos problemas específicos das organizações públicas que resultam da dependência destas tanto quanto à sua existência, como quanto à sua capacidade de decisão e processos de actuação, da vontade política dos órgãos representativos de uma comunidade. 
Evolução histórica da jurisdição dos tribunais administrativos em Moçambique. 
O contencioso administrativo moçambicano do período colonial até independência de Moçambique (1869-1975), seguiu de perto o modelo francês, a semelhança do que acontecia em Portugal. Tal como aconteceu em França, as Constituições Portuguesas do período compreendido entre 1869-1975, «não tiveram a preocupação de consagrar um estatuto jurídico-constitucional, de contencioso administrativo, deixando à lei ordinária para a sua regulamentação». 
Foi no âmbito da regulamentação do contencioso administrativo pela Lei ordinária, que «a primeira menção de um «tribunal administrativo», aparece pela primeira vez na história da jurisdição administrativa moçambicana na segunda carta orgânica das colónias portuguesas, aprovadas pelo Decreto de 1 de Dezembro de 1869, reformando a Administração pública». Mais tarde, verificou-se uma emancipação da jurisdição administrativa no período compreendido entre 1907 e 1924. Com efeito, as disposições do Decreto nº 23 de Maio de 1907 relativas ao Conselho da Província introduziram um duplo grau de jurisdição, no âmbito do contencioso administrativo. 
No período que vai desde 1924 a 1926, houve uma «perda de identidade da jurisdição administrativa em Moçambique, devido sobretudo a duas razões, sendo a primeira de ordem económica e a segunda, aquela que põe em causa a existência da jurisdição administrativa em Portugal», designadamente, com vista a limitar, ou eliminar mesmo as despesas supérfluas, por motivo de salvação nacional, o Governo Português decidiu suprimir as jurisdições administrativas. 
«A restauração e estabilização da Jurisdição administrativa em Moçambique opera-se no período de 1926 a 1975», durante o qual foram aprovados sucessivamente vários diplomas legais, com destaque para o acto colonial de 8 Julho de 1930, a Constituição Portuguesa de 1933, a Carta orgânica do império colonial, o Decreto-Lei nº 23.229 de 15 de Novembro de 1933, que aprovou a reforma Administrativa do Ultramar (RAU), o Estatuto do império Colonial e o Conselho Ultramarino. «A cada um destes textos é um elemento estruturante – directa ou indirectamente da jurisdição administrativa na metrópole, em geral, e nas províncias do ultramar em particular. Através de cada um deles, o estatuto e o regime do tribunal administrativo desenha-se, e afirma-se para atingir a constituição de uma jurisdição digna desse nome». 
Com efeito, em Moçambique, o Tribunal administrativo, fiscal e de Contas, foi criado pela carta orgânica da colónia de Moçambique, aprovada pelo Decreto nº 12.499-B, de 4 de Outubro de 1926, que previa as competências da jurisdição administrativa, a sua organização e funcionamento. Através da Portaria nº 1984 de 09 de Junho de 1933, aprovou-se o regimento do Tribunal Administrativo, Fiscal e de Contas de Moçambique. 
O regimento do Tribunal Administrativo acima referido, foi alterado pelo Decreto-Lei nº 23.229 de 15 de Novembro de 1933, que aprovou a Reforma Administrativa Ultramarina (RAU), que entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1934. A reforma Administrativa Ultramarina previa a existência de Tribunais Administrativos coloniais, no império, o Conselho Superior das Colónias que funcionava em Lisboa – Portugal, e em cada colónia um tribunal Administrativo, que funcionava na Capital. 
Este quadro jurídico, perdurou até a Proclamação da independência de Moçambique em 1975. Após a independência de Moçambique, em 1975, seguiu-se o período a que o professor GILLES CISTAC chamou de «Estado Letárgico da Jurisdição administrativa em Moçambique, que vai desde 1975 até 1990» , caracterizado pela instituição de uma democracia popular, com objectivos fundamentais de edificar e construir das bases materiais e ideológicas da sociedade socialista. Com efeito, a Constituição moçambicana de 1975, não mencionava formalmente a existência de uma Jurisdição administrativa. 
Já a Constituição moçambicana de 1990, exprimiu o abandono à concepção socialista do Estado ao fundar uma ordem económica submetida as forças de mercado, bem como proclamou um Estado Democrático, consagrou o multipartidarismo e aumentou o catálogo dos direitos, deveres e liberdades fundamentais dos cidadãos . 
Quanto a matéria da jurisdição administrativa, a Constituição Moçambicana de 1990, constitucionalizou o controlo da legalidade da acção administrativa através da instituição do Tribunal Administrativo nos termos do artigo 173 nº1 da CRM de 1990. Com efeito, dentre as várias categorias de tribunais consagradas da Constituição moçambicana de 1990 está o Tribunal Administrativo, referido na alínea b) do artigo 67 da CRM de 1990. Deste modo, o Tribunal Administrativo, é a última instância de recursos no que se refere ao julgamento de acções que tenham por objecto litígios emergentes das relações jurídicas administrativas ou no julgamento de recursos contenciosos interpostos de decisões dos órgãos do Estado e dos respectivos titulares e agentes, nos termos do artigo 173 nº2 alíneas a) e b) da CRM de 1990. 
Em consonância com a Constituição Moçambicana de 1990, foi aprovada em 1992, a Lei orgânica do Tribunal Administrativo, doravante designada por LOTA (Lei nº 5/92 de 6 de Maio), distinguindo três secções, designadamente: a Secção do Contencioso Administrativo, Secção do Contencioso fiscal e Aduaneiro, Secção da fiscalização das despesas públicas e do visto. 
A Constituição Moçambicana de 2004 na versão actualizada pela lei n°1/2018 de 12 de Junho, manteve a consagração da existência do Tribunal 
Administrativo. Com efeito, entre outras categoriasdos tribunais, a Constituição moçambicana de 2004 no artigo 227, consagra a existência dos Tribunais Administrativos, inserindo o Tribunal Administrativo «na área respeitante a outras categorias dos Tribunais, o que leva a concluir que em Moçambique se optou pela existência de um contencioso administrativo integrado no poder judicial, uma vez que o sistema consagra o exercício da jurisdição administrativa no seio de uma ordem jurisdicional». 
O texto Constitucional de 2004 elenca a pluralidade de instâncias jurisdicionais de acordo com dois importantes critérios: o critério da hierarquia e o critério da matéria. Com efeito, o artigo 222º da Constituição da República de Moçambique (CRM), dispõe o seguinte: 
«1. Na República de Moçambique existem os seguintes Tribunais: a) O Tribunal Supremo; b) o Tribunal Administrativo; c) os Tribunais Judiciais. 
2. Podem existir tribunais administrativos, de trabalho, fiscais, aduaneiros, marítimos, arbitrais e comunitários. 
3. A competência, organização e funcionamento dos tribunais referidos nos números anteriores são estabelecidos por lei, que pode prever a existência de um escalão de Tribunais entre os tribunais provinciais e o Tribunal Supremo. 
4. Os tribunais Judiciais são tribunais comuns em matéria civil e criminal e exercem jurisdição em todas as áreas não atribuídas a outras ordens jurisdicionais, 
5. Na primeira instância, podem haver tribunais com competência específica e tribunais especializados para julgamento de matérias determinadas. 
6. Sem prejuízo do disposto quanto aos tribunais militares, é proibido a existência de tribunais com competência exclusiva para julgamento de certas categorias de crimes» 
De acordo com o critério material, «deparamos com o seguinte elenco de jurisdições diferenciadas»: (a) - a jurisdição constitucional: o Conselho Constitucional é o órgão de soberania ao qual compete especialmente administrar a justiça em matérias de natureza jurídico-constitucional – vide o artigo 240 nº1 da CRM de 2004; (b) a jurisdição comum: os tribunais judiciais são tribunais comuns em matéria civil e criminal. A jurisdição comum é também a jurisdição residual, que se define por exclusão de partes, pois os tribunais judiciais exercem jurisdição em todas as áreas não atribuídas a outras ordens jurisdicionais – vide o artigo 222 nº4 da CRM de 204; (c) Jurisdição militar: deixou de ser permanente, passando a ser jurisdição eventual, na situação de Estado de guerra: «durante a vigência do Estado de Guerra são constituídos Tribunais Militares com competência para o julgamento de crimes de natureza estritamente militar»; (d) a Jurisdição administrativa: o controlo da legalidade dos actos administrativos e da aplicação das normas regulamentares emitidas pela Administração Pública, bem como a fiscalização da legalidade das despesas públicas e a respectiva efectivação da responsabilidade, por infracção financeira, cabem ao tribunal administrativo nos termos do artigo 227 nº2 da CRM de 2004. 
Trata-se de uma jurisdição plural de Tribunais administrativos, na medida em que a CRM de 2004, admite a existência de outros Tribunais Administrativos. Ou seja, «podem existir tribunais administrativos de trabalho, fiscais, aduaneiro, marítimos, arbitrais e comunitários». Fica portanto, resolvida a questão de saber se existe uma jurisdição administrativa em Moçambique: «existe e até é plural, simultaneamente do ponto de vista territorial, material e hierárquico.
4. Conclusão 
Da análise de todos os aspectos pertinentes relacionados com o sistema de governo das entidades de direitos administrativos na ordem jurídica moçambicana, resultam as seguintes ilações gerais:
a)      O Direito Administrativo como Direito excepcional:
É um conjunto de excepções ao Direito Privado. O Direito Privado – nomeadamente o Direito Civil – era a regra geral, que se aplicaria sempre que não houvesse uma norma excepcional de Direito Administrativo aplicável.
b)      O Direito Administrativo como Direito comum da Administração Pública:
Há quem diga que sim. É a concepção subjectivista ou estatutária do Direito Administrativo, defendida com brilho inegável por Garcia de Enterría e T. Ramon Fernandez, e perfilhada entre nós por Sérvulo Correia.
Para Garcia de Enterría, há duas espécies de Direitos (objectivos): os Direitos gerais e os Direitos estatutários. Os primeiros são os que regulam actos ou actividades, quaisquer que sejam os sujeitos que os pratiquem ou exerçam; os segundos são os que se aplicam a uma certa classe de sujeitos. Ainda segundo este autor, o Direito Administrativo é um Direito estatutário, porque estabelece a regulamentação jurídica de uma categoria singular de sujeitos – as Administrações Públicas.
c)      O Direito Administrativo como Direito comum da Função Administrativa:
Em primeiro lugar, não é por ser estatutário que o Direito Administrativo é Direito Público. Há normas de Direito Privado que são específicas da Administração Pública. Portanto o facto de uma norma jurídica ser privativa da Administração Pública, ou de uma especial pessoa colectiva pública, não faz dela necessariamente uma norma de Direito Público.
Em segundo lugar. O Direito Administrativo não é, por conseguinte, o único ramo de Direito aplicável à Administração Pública. Há três ramos de Direito que regulam a Administração Pública:
· O Direito Privado; 
· O Direito Privado Administrativo; 
· O Direito Administrativo.
Em terceiro lugar contestamos que a presença da Administração Pública seja um requisito necessário para que exista uma relação jurídica administrativa.
O Direito Administrativo, não é um Direito estatutário: ele não se define em função do sujeito, mas sim em função do objecto.
O Direito Administrativo não é pois, o Direito Comum da Administração Pública, mas antes o Direito comum da função administrativa.
5. Bibliografia
https://www.amp.ambitojuridico.com/cadernos/direito-administrativo/primeiras-nocoes-de-direito-administrativo 
https://genjuridico.com.br/2019/08/19/importancia-estudo-do-direito-administrativo 
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direitos/as-caracteristicas-do-direito-administrativo/51536#
https://escola.mmo.co.mz/natureza-do-direito-administrativo 
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE , Constituição da República de Moçambique de 16 de Novembro de 1990.

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