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QUESTÕES DE CLASSE - Seminário II

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QUESTÕES DE CLASSE: Seminário II - ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
ALUNA: ALINE PREVIATTI DOS SANTOS
1. Quais são as espécies tributárias? Quais os critérios informam esta classificação? A destinação do produto da arrecadação tributária é relevante para a classificação jurídica dos tributos e consequente definição das espécies tributárias? Considerar, na análise da pergunta, o art. 167, inciso IV, da CF/88, e o art. 4º do CTN?
R: A classificação dos tributos são: Impostos, taxas e contribuição de melhoria.
Considerando o disposto no art. 145, §2º[footnoteRef:1] e art. 154, I[footnoteRef:2] da Constituição Federal, vemos que, para verificar a natureza jurídica do tributo, é necessário analisarmos a hipótese de incidência e a base de cálculo e não simplesmente o fato gerador, como prescrito pelo legislador. (A Hipótese de incidência é a situação descrita em lei, recortada pelo legislador entre inúmeros fatos do mundo fenomênico, a qual, uma vez concretizada no fato gerador, enseja o surgimento da obrigação tributária. Podemos então concluir que fato gerador e hipótese de incidência são institutos diferentes onde o primeiro é o fato concretamente realizado conforme descrito na norma e o segundo é a abstração legal que descreve um fato relevante para o direito tributário). (O clássico exemplo citado pela doutrina é o do traficante que aufere renda, mesmo proveniente da sua atividade criminosa, passando ele a ser devedor do imposto de renda, porque o dever de pagar o tributo surgiu com a ocorrência no mundo concreto de uma hipótese prevista abstratamente em lei, cujos ganhos obtidos resultam em aumento patrimonial, ou seja, há a ocorrência da disponibilidade econômica). [1: CF, art. 145, §2º:  As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.] [2: CF, art. 154, I: A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;] 
No inciso I, do art. 4º do CTN, prescreve que são irrelevantes para a verificação na natureza jurídica do tributo a denominação e demais características formais adotadas pela lei, ou seja, quis o legislador dizer que os nomes que designam os tributos não devem ser vistos com tanta seriedade e, no inciso II, preceitua que a destinação que se dê ao produto da arrecadação é irrelevante para caracterizar a natureza jurídica do tributo, quis aqui o legislador dizer que os momentos posteriores a extinção do liame fiscal não possuem relação direta com o direito tributário.
O art. 4º do Código Tributário Nacional preceitua o seguinte: 
A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; 
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. (CTN, art. 4º)
Dessa forma, a destinação da arrecadação tributária não é relevante para a classificação jurídica dos tributos, conforme art. 4º, II, do CTN. 
Já no que se refere aos impostos, o art. 167, IV, da CF veda expressamente a destinação específica, exceto nas hipóteses que menciona a vinculação dos impostos a qualquer destinação. 
Entretanto, parcela da doutrina defende que as contribuições sociais e os empréstimos compulsórios podem apresentar fatos geradores que, muitas vezes, se assemelham aos de impostos o que torna difícil determiná-los apenas pela análise do fato gerador. Por isso, a própria CF/88 elegeu a destinação legal do produto da arrecadação destas espécies como elemento diferenciador.
Desse modo, para os impostos, taxas e contribuições de melhoria, vale toda regra do art. 4º do CTN. Já para as contribuições sociais e os empréstimos compulsórios deve se levar em contar também a destinação da arrecadação. 
2. Diferençar taxa de preço público. Os serviços públicos de energia elétrica, telefone, água e esgoto, quando prestados diretamente pelas pessoas jurídicas de direito público, são remuneráveis por taxa? E no caso de concessão desses serviços? E os serviços que embora prestados pelo Poder Público, são susceptíveis de prestação pela iniciativa privada em regime concorrencial?
R: Preço Público, também conhecido como tarifa, “consiste na remuneração decorrente da prestação de serviço de interesse público, ou do fornecimento ou locação de bens públicos, efetivada em regime contratual e não imposta compulsoriamente às pessoas[...]”. Portanto, a diferença marcante entre taxa e preço público, é a compulsoriedade. Enquanto na tarifa é essencial o requisito vontade, ou seja, mediante contrato, verbal ou escrito, na taxa esse requisito, se existente, descaracteriza o tributo, pois o poder público só está autorizado a criar a taxa para aqueles serviços essenciais que sejam obrigatórios por lei. Assim é o entendimento de Paulo de Barros Carvalho:
Em suma, a diferença essencial entre taxa e tarifa está na hipótese normativa que fundamenta o nascimento das respectivas prestações. Na taxa, não há espaço para o exercício da vontade do contribuinte contratar ou não o serviço. A lei a institui e estipula a realização efetiva ou potencial do serviço estatal como situação propulsora e, logicamente, suficiente da obrigação tributária. A obrigação de pagar a taxa deflui, imediatamente, da lei; a de pagar tarifa, mediatamente da lei e de forma direta do pacto contratual decorrente do uso do serviço ou bem público prestado por empresa concessionária. Acordo esse, muitas vezes expresso no simples ato de fruir o serviço ou bem posto à disposição (p. 199).
De acordo com Hugo de Brito Machado[footnoteRef:3], afirma que o atendimento de água e de esgoto é cobrado por taxa quando tal atividade for realizada sem outro por meio que não seja serviço público, como pode-se observar: [3: MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário.- 32ª Edição, São Paulo, Editora Malheiros, 2011, pág 443] 
O mesmo pode ser dito do serviço de água e esgoto. Se há norma proibindo o atendimento da necessidade de água e de esgoto por outro meio que não seja o serviço público, a remuneração correspondente é taxa. Se a ordem jurídica não proíbe o fornecimento de água em pipas, nem o uso de fossas, nem o transporte de dejetos em veículos de empresas especializadas, nem o depósito destes em locais para esse fim destinados pelo Poder Público, ou adequadamente construídos pela iniciativa privada, então a remuneração cobrada pelo serviço público de fornecimento de água e esgoto é preço público. Se pelo contrário, existem tais proibições, de sorte a tornar o serviço público o único meio de que se dispõe para o atendimento da necessidade de água e esgoto, então a remuneração respectiva será taxa.
Assim, como água e esgoto são serviços essenciais ao interesse público, são aqueles prestados a um particular mas no interesse da comunidade, podem ser prestados por taxa ou tarifa, dependendo da lei que disciplinar os serviço público.
Quanto a energia elétrica e telefone, são serviços não essenciais ao interesse público, prestados exclusivamente ao interesse do contribuinte, assim são remunerados por tarifa.
No caso das concessionárias, a remuneração do serviço é realizada mediante o pagamento de tarifa, nos termos do art. 175, III, da Constituição Federal:
Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; 
II - os direitos dos usuários; 
III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado. (Destacou-se)
Em relação ao seguinte questionamento: E os serviços que, embora prestados pelo Poder Público, são suscetíveis de prestação pela iniciativa privada em regime concorrencial?Neste caso, não seria serviço público, pois do caput do art. 175 da CF, extrai-se que os serviços públicos são incumbências do poder público ou empresas concessionárias ou permissionárias, portanto, os serviços públicos não são suscetíveis de prestação pela iniciativa privada. Pois, serviço público, nas palavras de José dos Santos Carvalho Filho é “[...] toda atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e secundárias da coletividade.” Fixadas essas premissas, não há que se falar em taxa e tarifa, pois ambas se referem a prestação de serviços públicos e não quaisquer outros serviços. 
3. Agência reguladora nacional, pela cobrança anual da Taxa de emissão e renovação de certificado de licença, arrecada dez vezes mais do que o custo total da fiscalização. Ao receber o quantum arrecadado, a União destina o recurso “a maior” para outros fins. O contribuinte tem direito a repetição da taxa, vez que o valor arrecadado é superior ao custo da prestação estatal tomada como hipótese de incidência? E se, ao invés de taxa, fosse uma contribuição social?
R: Considerando que a taxa deve ser específica, divisível, mensurável para o indivíduo, devendo refletir o custo que o serviço custa efetivamente, o contribuinte tem direito a repetição da taxa, vez que o valor arrecadado é superior ao custo da prestação estatal tomada como hipótese de incidência.
O valor a ser restituído é o valor arrecadado além do custo total. Se, ao invés de taxa, fosse uma contribuição social, não haveria a obrigatoriedade de correspondência do custo que o serviço custa efetivamente.
O assunto foi levado para o STF, que decidiu que mesmo sendo de natureza tributária, não há necessidade de lei complementar para instituição de contribuição social para tanto.
Com isso, mesmo tendo natureza tributária, as contribuições sociais previstas na constituição podem ser instituídas e majoradas por lei ordinária. O que torna o processo de alterar as alíquotas das contribuições sociais muito mais simples.
Vale lembrar, contudo, que se aplicam às contribuições sociais o princípio da anterioridade nonagesimal, previso no § 6º do art. 195 da Constituição.
§ 6º – As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, “b”.
Apesar dessa garantia melhorar a segurança jurídica de nosso sistema tributário, é importante lembrar de que caso a contribuição social seja majorada via medida provisória o prazo passará a contar a partir da publicação da mesma.

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