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RESENHA PRECIOSA

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Cristiane Boeira
Daiane Di Domenico
Heloisa Mendes
Isis Chaves
Saionara Moreira
 
 
 
 
 
 
 
Psicologia da Personalidade III
 
 
 
 
 
 
PORTO ALEGRE
2021
Psicologia da Personalidade III
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resenha do filme Preciosa: Uma História de Esperança, baseado no romance The Novel Push – Sapphire. Para fins de avaliação apresentando a Faculdade São Francisco de Assis, na disciplina de Psicologia da Personalidade III, ministrada pela professora Mônica Pacheco.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTO ALEGRE
2021
Resenha Filme
O enredo do filme “Preciosa” se passa no ano de 1987 em um bairro pobre de nova Iorque chamado Harlem, e conta a história dramática de uma jovem garota sonhadora chamada Clarice Preciosa Jones, uma garota negra, obesa, pobre, HIV positivo e analfabeta, que ao seus 16 anos está grávida de seu segundo filho. No ambiente familiar a menina é agredida fisicamente e psicologicamente pela mãe e violentada pelo pai desde pequena, o que resulta em duas gestações não planejadas.
O filme retrata a realidade traumática vivida pela personagem, onde sofre bullying por parte dos seus colegas na escola e nas ruas, o que faz com que os seus dias não sejam nada confortáveis na escola e em sua casa pois sofre abusos constantes no ambiente familiar. Sua história é bem conturbada, o estupro recorrente e sua primeira filha nasce com Síndrome de Down. A criança não convive diariamente com ela, uma vez que é criada pela avó da Preciosa. A mãe da adolescente com quem convive em um apartamento pequeno a despreza pelo fato de Preciosa ter “roubado” e seduzido seu homem, agredindo e negligenciando-a com relação à sua educação e saúde, vive com o auxílio do governo às custas da deficiência da sua neta, nada faz além de comer, dormir, assistir televisão e abusar psicologicamente e fisicamente da sua filha Preciosa.
Após ser encaminhada para uma escola especial, Rain a professora da escola nova em que Preciosa passou a frequentar após ser expulsa da anterior pela nova gravidez, passou a ensinar a menina a ler e escrever, e a interessar-se mais pela história da menina que sofria abusos dentro da sua casa, causadas pelo genitores. Quando Preciosa dá a luz ao seu segundo filho e resolve ficar com ele e retorna a sua casa, sua mãe tem um ataque de raiva e a agride. Preciosa revida para proteger seu filho e vai embora de casa. Ficando desamparada e sem ter o acolhimento social necessário a professora se vê na obrigação de levar a menina para ir morar em sua casa, onde mora com sua esposa.
Preciosa comenta com Rain que sua mãe sempre diz, que os homossexuais são pessoas muito ruins e reflete que o que sempre escutou de sua mãe que a amava e que tudo o que fazia por ela era por amor e que seu pai havia prometido que se casaria com ela e que os abusos era uma forma de amor, e que amor era esse que somente lhe causava dor e sofrimento.
	Após alguns meses que já não morava com sua mãe, a assistente social lhe diz que sua mãe gostaria de se reconciliar com ela e que retornasse para sua casa. Com um pouco de ressalva, Preciosa acaba aceitando esse encontro que por fim finaliza o ciclo de sua relação com sua mãe. Ela consegue entender o quão tóxica era a relação familiar e que sua mãe não poderia fazer parte da vida que ela quer proporcionar aos seus filhos naquele momento. Teve certeza que iria lutar para proporcionar um ambiente familiar acolhedor para seus filhos e que nunca os abandonaria.
Conclusão
No filme Preciosa podemos observar os danos emocionais e estruturais da construção do sujeito causado pelos abusos físicos e psicológicos vivenciados desde seu nascimento. A criança que Freud descortina é um sujeito desejante, ela está submetida às leis da linguagem que a determinam, demandando amor e não só os objetos que satisfaçam as necessidades, o que não ocorreu com a Preciosa.
A mãe da Preciosa não cumpriu a função materna: de alimentação, de higiene, de suporte, de deslocamento, mas principalmente de dar significado a todas essas necessidades e inscrever um sujeito nesse bebê, na pequena Clarice Preciosa. A função materna tem um papel central no desenvolvimento e estruturação do psiquismo da criança, além da formação da personalidade do adulto, pela constituição do sujeito que não nasce pronto. Neste sentido os vínculos de apego são frágeis promovendo ao longo do desenvolvimento um adulto inseguro.
A mãe negligenciou a proteção à sua filha quando o pai iniciou os abusos quando era bebê e considerou-a como uma concorrente de afeto pelo marido e pai. Criou-se uma relação incestuosa e não ocorreu a castração edipiana. A mãe passou a desprezar a filha e a culpar por tais abusos sofridos e gestações indesejadas. Passou a torturar psicologicamente e emocionalmente limitando-a às oportunidades de aprendizado e mantendo o ciclo de abusos constante, onde era conivente e se beneficiava do auxílio financeiro que sua filha recebia do governo. 
Winnicott defendia que a família era o espaço de acolhimento, porém Preciosa cresceu em um ambiente extremamente hostil onde não sabia o que era o amor, afeto e proteção dos seus pais e familiares. A assistência que deveria receber do governo com o acompanhamento da assistente social foi falho, com visitas programadas que sua mãe manipulava para que não perdesse o benefício que recebia do governo por ser mãe adolescente e ter uma filha com síndrome de Down.
Era o reflexo de tudo que recebia constantemente, sem ter opinião própria era agressiva com as pessoas, pois não sabia como se expressar verbalmente devido a ser analfabeta. Somente começou a sentir o que é ser amada e ter alguém com quem se preocupe, lhe dê oportunidades para que possa crescer e se desenvolver como pessoa foi quando sua professora Rain, lhe acolhe com um bebê recém nascido. Percebe-se o sentimento transferencial de Preciosa com Rain que exerce a figura materna neste período para Preciosa, por meio do olhar atento e cuidadoso, promovendo um lugar seguro e de acolhimento. Ainda neste entendimento, Rain proporciona uma estrutura familiar estável, incentivando a jovem a concluir seus estudos para que possa construir uma vida diferente da que cresceu aos seus filhos.
Vimos que muitas vezes, o sistema governamental não está preparado para interferir e identificar casos de abusos que são nítidos. Algumas vezes, por falta de preparo dos profissionais que acabam negligenciando o acolhimento necessário que as vítimas necessitam e não sabem como quebrar o ciclo de violência por falta de estrutura psicológica e financeira, ou quando são identificados não possuem estrutura física para acolher estas vítimas e essas acabam retornando a família abusadora como foi o caso da Preciosa. Conforme Chechinato a criança doente é o representante ou suporte do mal estar parental. Preciosa tinha necessidade de sobrevivência física, emocional e psíquica.

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