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Em 2017, a artista Millie Bobby Brown, de 13 anos, conhecida por seu papel na série estadunidense "Stranger Things", foi eleita como uma das atrizes mais sensuais do mundo por uma revista norte-americana. Alvo de polêmicas na internet, o caso de Millie foi interpretado por muitos como "sexualização infantil", sendo, até, comparado com o da cantora brasileira Gabriella Severino, conhecida popularmente por MC Melody, que sofre das mesmas acusações. Desse modo, é notável a constante erotização de crianças na sociedade wbrasileira, principal causa de mazelas sociais como o aumento dos casos de pedofilia e mudanças nas exigências estéticas femininas. Nessa perspectiva, destaca-se como uma das principais consequências da sexualização precoce o aumento dos casos de pedofilia no Brasil. Segundo Liliane Madruga Prestes, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a erotização e consequente pornografia infantil criam a falsa ideia de crianças como objetos sexuais, o que acaba por agravar os casos de pedofilia no mundo - principalmente no Brasil, que, segundo a empresa de tecnologia Symantec, apresenta 55% dos usuários de sites pornográficos mundiais. Dessarte, a erotização de crianças, além de grave por si só, tem a tendência de incentivar a agressão sexual de menores de idade. Ademais, a cultura estética feminina brasileira também é afetada pela sexualização infantil. De acordo com a escritora Olivia Carvalho, a erotização de crianças cria padrões de beleza anormais, como, por exemplo, a depilação diária de mulheres para alcançarem o corpo sem pelos, característico de indivíduos que não chegaram à puberdade. À vista disso, a sexualização de menores também é prejudicial à saúde e bem-estar de mulheres adultas, que sentem-se pressionadas e encurraladas pelos padrões surreais baseados em corpos infantis. Sob essa óptica, é imprescindível a tomada de medidas que reduzam a erotização infantil na sociedade brasileira e suas consequências. Assim, cabe ao Ministério da Justiça, por meio da redistribuição de verbas públicas, melhor investir na fiscalização e combate a crimes virtuais, contendo a sexualização de crianças com a redução da pornografia infantil, seu principal estimulador. Além disso, cabe ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, por meio da distribuição de cartazes em áreas públicas, educar a sociedade a respeito da necessidade de readequação dos padrões estéticos femininos e seus motivos. Feito isso, casos como o de Melody e Millie serão menos recorrentes e as crianças terão seus direitos e privacidade respeitados.
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