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Filosofia do Direito

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13/09/2021 16:39 Disciplina Portal
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Filoso�a do Direito
Aula 1 - O que é Filoso�a do Direito?
INTRODUÇÃO
Neste primeiro momento importa investigar o conceito de Filoso�a do Direito, apresentar sua importância para a
re�exão sobre a experiência jurídica, a clássica divisão e, em síntese, o caminhar na história do pensamento.
OBJETIVOS
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Identi�car o conceito de Filoso�a do Direito;
Reconhecer a diferença entre Filoso�a do Direito e Ciência do Direito;
Reconhecer a utilidade da Filoso�a do Direito.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Você sabe o que signi�ca �loso�a do
direito? 
O que diferencia a �loso�a de outras
disciplinas?
Não são poucos os autores em Direito que nos advertem que para compreendermos os debates contemporâneos, bem
como as contradições que existem no mundo da sociabilidade, precisamos �losofar um pouco.
philos + sophia = Filoso�a
Amizade ou amor pela sabedoria, pelo conhecimento.
Como preleciona Miguel Reale (2002, p. 5-6):
Segundo Del Vecchio (1979), a �loso�a voltada para a realidade jurídica pode ser muito útil, pois a partir de seu olhar
poderemos perceber dois elementos importantes, a saber:
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• conhecer a nossa história para compreender o presente na sua relação com o passado;
• desenvolver um olhar crítico-re�exivo sobre as teorias e institutos presentes na esfera jurídica.
E acrescenta que não há como se desvincular direito de �loso�a, sob pena de uma visão empobrecida, imediatista e
meramente utilitária da experiência jurídica.
A Filoso�a do Direito é, por conseguinte, o campo de investigação da Filoso�a que tem por objeto de pesquisa o Direito,
ou melhor, a experiência jurídica. Esta área de saber pode ser estudada do ponto de vista �losó�co, por �lósofos de
formação ou por juristas, destacando temas como Justiça, Liberdade, Igualdade, entre outros.
EM BUSCA DE UMA CONCEITUAÇÃO
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Elaborar um conceito para esta área do conhecimento não é tarefa fácil, mas precisamos considerar algumas
de�nições:
PAULO NADER (2003, P. 11)
“A Filoso�a Jurídica [�loso�a do direito] consiste na pesquisa conceitual do Direito e implicações lógicas, por seus princípios e
razões mais elevados, e na re�exão crítico-valorativa das instiuições jurídicas.”
JOÃO BAPTISTA HERKENHOFF (2010, P. 16)
“A Filoso�a do Direito procura captar a realidade jurídica por meio de sua relação com as causas primeiras e os princípios
fundamentais. Debruça-se sobre o estudo da natureza do Direito e de sua signi�cação essencial”.
MIGUEL REALE (2002, P. 9)
“A Filoso�a do Direito, esclareça-se desde logo, não é disciplina jurídica, mas é a própria Filoso�a enquanto voltada para uma
ordem de realidade, que a ‘realidade jurídica’. Nem mesmo se pode a�rmar que seja Filoso�a especial, porque é a Filoso�a, na sua
totalidade, na medida em que se preocupa com algo que possui valor universal, a experiência histórica e social do direito”.
ALYSSON LEANDRO MASCARO (2010, P. 16)
“A Filoso�a do Direito investiga o sentido de justo, por isso investiga as relações sociais mediadas pelo Direito, o justo é a
legitimação �losó�ca e ética do direito”.
EDUARDO C. B. BITTAR E GUILHERME ASSIS DE ALMEIDA (2004, P. 50)
“A Filoso�a do Direito é um saber crítico a respeito das construções jurídicas erigidas pela Ciência do Direito e pela própria práxis
do Direito. Mais que isso, é sua tarefa buscar os fundamentos do Direito, seja para cienti�car-se de sua natureza, seja para criticar
o assento sobre o qual se fundam as estruturas do raciocínio jurídico, provocando, por vezes, �ssuras no edifício que por sobre as
mesmas se ergue”.
Fonte: Shutterstock
Considerando as de�nições sugeridas, podemos concluir que Filoso�a do Direito é uma área da Filoso�a que investiga
a experiência jurídica em todas as suas nuances. Investiga o que é Direito, analisa a relação entre direito e moral,
problematiza o conceito de justiça, a efetividade social das normas, as ideologias que fundamentam as teorias e
institutos jurídicos, identi�ca as contradições e paradoxos típicos das sociedades contemporâneas, dentre outras
possibilidades.
Partindo dessa ideia, podemos ressaltar que a Filoso�a do Direito apresenta algumas características conforme
preleciona Eduardo C. B. Bittar e Guilherme Assis de Almeida, na obra Curso de Filoso�a do Direito, 2004, p. 50-54), a
saber:
1
“É um saber crítico a respeito das construções jurídicas e práticas do Direito”;
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2
“Apresenta como tarefa buscar os fundamentos do Direito”;
3
“É uma re�exão atenta às modi�cações no mundo jurídico e seus institutos”;
4
“Oferece suporte re�exivo ao legislador”;
5
“Desvela as ideologias que fundam certas práticas jurídicas”.
QUEM É O FILÓSOFO DO DIREITO OU JURISFILÓSOFO?
Fonte da Imagem: Brandon Bourdages / Shutterstock
De acordo com Nader (2003, p.3), “se é verdade que a condição de �lósofo não se adquire por título universitário, senão
pela constância do pensamento dialético, também é certo que somente atinge a situação de juris�lósofo o jurista que
exercita, como hábito, a atitude �losó�ca”.
Deve-se destacar, neste ponto, a �gura do �lósofo do direito ou juris�lósofo. Trata-se daquele que conhece as correntes
�losó�cas, bem como as categorias lógicas do Direito, com o objetivo de avaliar o rigor lógico dos conceitos jurídicos e
a adequação do Direito Positivo às necessidades sociais atuais. Miguel Reale (2002, p. 10), por exemplo, nos sugere
algumas indagações típicas dos juris�lósofos:
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Fonte: Irina Qiwi / Shutterstock
, O que podemos inferir desta passagem de Miguel Reale? Podemos inferir que a Filoso�a do Direito investiga os fundamentos do
Direito sem se preocupar com questões de ordem prática e, por isso, o que pode ser óbvio para o aplicador do Direito, não o é para
o �lósofo do direito que indagará de maneira crítica e investigará seus pressupostos e ideologias. Por quê? Porque todo
conhecimento é perspectivo e o Direito como construção humana é fenômeno cultural, como a arte, por exemplo.
DIVISÃO DA FILOSOFIA DO DIREITO
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Fonte da Imagem: Lane V. Erickson / Shutterstock
A Filoso�a do Direito é um estudo re�exivo sobre o Direito, ou nos dizeres de Reale (2002, p. 10) “crítica da experiência
jurídica” e se divide em:
Parte geral - Ontognoseologia Jurídica;
Parte especial - Epistemologia Jurídica e Deontologia Jurídica.
Para Reale, existe uma terceira área da parte especial que é denominada de Culturologia Jurídica que investiga o
Direito como fenômeno da cultura.
O plano da Ontognoseologia estuda a experiência jurídica na relação entre sujeito e objeto. Na perspectiva do objeto,
analisa-se o que é o Direito e na dimensão do sujeito, como esse objeto - o Direito -, se apresenta para a subjetividade
na experiência jurídica do mundo da sociabilidade. Nos dizeres de Reale (2010, p. 301):
No plano da re�exão epistemológica(glossário), entendendo epistemologia como uma teoria da ciência, investiga-se a
o Direito como ciência. “Compete-lhe, outrossim, delimitar o campo da pesquisa cientí�ca do Direito, em suas
conexões com outras ciências humanas” (REALE, 2010, p. 306). Nesta área, indaga-se qual a natureza e o papel da
dogmática jurídica; como ocorrem a sistematização e integração dos institutos jurídicos, entre outras possibilidades.
O plano deontológico ou axiológico (glossário) promove uma re�exão valorativa. Sendo o termo axiológico entendido
como estudo dos valores. Segundo Reale (2010, p. 308), “a Deontologia Jurídica é a indagação do fundamento da
ordem jurídica e da razão da obrigatoriedade das normas de Direito, da legitimidade da obediência às leis, o que quer
dizer indagação dos fundamentos ou dos pressupostos éticos do Direito e do Estado.”
Assim, indagar “O que é o Direito? ”, por exemplo, é uma preocupação do juris�lósofo e provoca outras pesquisas
importantes sobre norma jurídica como expressão do Estado, bem como sobre o conceito de coação, a ideia de justiça
ou a relação entre validade e efetividade (NADER, 2003).
Trata-se de uma investigação �losó�ca norteada pelos princípios éticos, mormente pelo valor Justiça. Um bom
exemplo está nos debates contemporâneos sobre eutanásia, aborto de anencéfalos, tortura, preconceito, racismo etc.
que extrapolam os limites teóricos da ciência jurídica.
VOCÊ SABIA?
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A Culturologia Jurídica é uma área da Filoso�a do Direito que, segundo Reale (2010), investiga o Direito como
fenômeno cultural. Há uma experiência jurídica que só é possível no plano da historicidade marcada por momentos
culturais distintos e que se perpetuam ou não; que se prolongam ou não de geração em geração. Um exemplo
interessante pode ser percebido na área do Direito de Família em que estamos ressigni�cando conceitos em razão de
mudanças valorativas ao longo das gerações.
EXISTE UMA HISTÓRIA DA FILOSOFIA DO DIREITO?
Autores estrangeiros como Giorgio Del Vecchio (1878-1970), Gustav Radbruch (1878-1949) e autores nacionais como
Miguel Reale (2002), Bittar e Almeida (2004) e Alysson Mascaro (2010) observam que existe uma história da �loso�a
do direito, o que signi�ca dizer que a preocupação com a liberdade, justiça, lei, igualdade, legitimidade e bem comum,
por exemplo, são tão antigas quanto a história do pensamento racional. E, nesta concepção, a�rma-se que existiu uma
Filoso�a do Direito implícita inaugurada com o pensamento dos �lósofos pré-socráticos e que se estende até o �lósofo
moderno Immanuel Kant (1724-1804). E uma História da Filoso�a do Direito de Hegel (1770-1831) até os tempos
atuais.
Parece-me, pois que cabe distinguir entre uma
�loso�a jurídica implícita, que se prolonga, no
mundo ocidental, desde os pré-socráticos até Kant, e
uma Filoso�a Jurídica explícita, consciente da
autonomia de seus títulos, por ter intencionalmente
cuidado de estabelecer as fronteiras de seu objeto
próprio nos domínios do discurso �losó�co. O
surgimento da Filoso�a do Direito como disciplina
autônoma foi resultado de longa maturação
histórica, tornando-se uma realidade pienamente
spiegata (glossário) (para empregarmos signi�cativa
expressão de Vico) na época em que se deu a
terceira fundação da Ciência Jurídica ocidental, isto
é, a cavaleiro dos séculos XVIII e XIX (REALE, 2002,
p. 286).
, Por que implícita? Porque a re�exão sobre a experiência jurídica estava presente no interior das re�exões sobre a Filoso�a
prática, em textos sobre ética. A própria obra República de Platão apresenta uma bela re�exão �losó�ca sobre uma sociedade
justa, seja no livro I que indaga o que é justiça, seja no Mito de Er, no Livro X, que desvela o sentido de justiça retributiva no
transcendente. A experiência jurídica era analisada no interior da re�exão sobre ética, sobre o justo e o bem comum., , A ideia de
uma História da Filoso�a do Direito explícita decorre do advento de re�exões sobre o Direito de maneira autônoma com o
surgimento de expoentes que se dedicaram a pensar a experiência jurídica sob o ponto de vista �losó�co (BITTAR; ALMEIDA,
2004). O que signi�ca dizer que surgiram obras especí�cas sobre o Direito, como por exemplo, a obra de Hans Kelsen, A teoria
pura do direito., , Nesse sentido, podemos observar que existiu uma Filoso�a do Direito antiga e medieval, uma Filoso�a do Direito
Renascentista e Moderna e uma Filoso�a do Direito contemporânea que, segundo Del Vecchio (1979, p. 31), nos oportunizam
através de seus expoentes um “repositório de observações, de raciocínios, de distinções (...). No caso particular da Filoso�a do
Direito, a história dela mostra-nos sobretudo que em todas as épocas se meditou sobre o problema do Direito e da Justiça”.
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QUAL A CONTRIBUIÇÃO DA FILOSOFIA DO DIREITO?
Segundo Nader (2011, p.19),
Fonte da Imagem:
Que papel a Filoso�a do Direito possui no universo jurídico?
Como podemos problematizar o lugar que o Direito ocupa no mundo da sociabilidade?
Existem muitas pro�ssões importantes para a vida em sociedade, o Direito é apenas uma delas. Considerando esse
lugar da experiência jurídica, como podemos analisar a contribuição da Filoso�a do Direito?
Podemos partir da ideia segundo a qual a experiência social de cada um de nós revela as di�culdades e paradoxos que
temos que enfrentar na vida. Percebemos a efetividade das normas jurídicas? A prioridade do bem comum e do justo?
Há justiça social?
É nesse ponto que a Filoso�a do Direito poderá nos oportunizar um olhar mais atento e e�ciente para enfrentar os
grandes paradoxos das sociedades modernas.
Segundo Herkenhoff (2011, p. 20),
“a Filoso�a possui um duplo papel:
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Na universidade, lugar da pesquisa, se a�gura como elemento provocador de novas pesquisas;
Na vida pro�ssional, preside o pensamento e a prática jurídica”.
Fonte: Shutterstock
O Direito como fato ou fenômeno cultural (RADBRUCH, 1997) está sujeito a diversos olhares, o olhar �losó�co é apenas
um deles ao lado do senso comum, do discurso religioso, do saber cientí�co. O Direito como fenômeno cultural pode
ser estudado sob a ótica da História, da Antropologia, da Psicologia, da Filoso�a, da Economia e, também, da arte.
COMO POSSO DIFERENCIAR FILOSOFIA DO DIREITO E CIÊNCIA DO
DIREITO?
Segundo Bittar e Almeida (2004) são áreas distintas que não se confundem porque fazem movimentos em direções
opostas. A Nesse sentido, Del Vecchio (1979, p. 304) também observa:
A Ciência do Direito tem seu marco inicial na norma jurídica em direção à sua aplicação no mundo da sociabilidade e
suas consequências.
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Filoso�a do Direito, ao contrário, para além da norma jurídica, investiga seus fundamentos, princípios, causas, em uma
re�exão que considera o caminhar histórico, as ideologias, o pensamento político, as teorias �losó�cas, entre outros
aspectos que estão na base da norma jurídica ou instituto jurídica em questão - um exercício do pensar que não se
esgota e que nos ajuda a compreender o que está ocorrendo.
, A diferença entre a Filoso�a e a Ciência do Direito reside, pois, no modo pelo qual cada uma delas considera o Direito:, ,
A primeira, no seu aspecto universal;
A segunda, no seu aspecto particular.
UMA CURIOSIDADE!
Fonte da Imagem: //www.jornalgrandebahia.com.br/2014/06/a-lei-e-os-dramas-humanos-2/
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Segundo Herkenhoff (2010, item 2.4), por ocasião da fundação dos cursos jurídicos no Brasil, especi�camente nas
cidades de Olinda e São Paulo, em 11 de agosto de 1827, o currículo do curso apresentava a disciplina sob o nome de
“Direito Natural” no sentido de uma disciplina propedêutica, o que perdurou até 1891 até a reforma do positivista
Benjamim Constant (glossário).
Com essa reforma, a disciplina passou a ser designada como “Filoso�a e História do Direito”, ministrada no primeiro
ano do curso. Em 1895, a disciplina foi desdobrada e passou a ser “Filoso�a do Direito”. Todavia em 1931, ocasião da
organização da Universidade do Rio de Janeiro, a disciplina foi substituída pela “Introdução à Ciência do Direito” e
passou a integrar o currículo do Doutoramento em Direito. Atualmente, a “Filoso�a” e a “Filoso�a do Direito” são
disciplinas obrigatórias nos cursos de Direito.
Para nossa re�exão terminamos este primeiro momento com os dizeres do ilustre professor João Baptista Herkenhoff
(2010, p.5), a saber:
A visão depreciadora da Filoso�a não tem fundamento. Pelo contrário, o conhecimento �losó�co é a base do saber.
Além disso, a Filoso�a nos dá um norte, um horizonte.
ATIVIDADES
Vamos fazer uma atividade!
Sobre os fundamentos da Justiça
O que funda a justiça? Seus fundamentos estariam na razão, na linguagem, na transcendência divina, ou na
consciência? Eis algumas das linhas de discussão que envolvem a questão dos fundamentos da justiça da qual nos
ocuparemos agora. Antes de tudo, chamemos a atenção para o fato de que o senso comum tende sempre a confundir
justiça com o Poder Judiciário. O termo “acesso à justiça”, tão propalado nos nossos dias, não diz nada além da
possibilidade de acesso ao Poder Judiciário, no sentido do rompimento das barreiras que separam o cidadão da
instituição destinada a proteger os seus interesses. Não diz do acesso à justiça, mas do alcance do órgão estatal que,
por de�nição, é o lugar das lamentações em torno dos con�itos humanos gerados a partir da obrigatoriedade da
coexistência a que todos estamos condenados por sentença dos deuses, desde as nossas obscuras origens. Portanto,
deixamos claro que os fundamentos da justiça que buscamos jamais se comprometeram com as instituições
destinadas à efetivação da sua e�cácia, ressalvada a con�guração aproximativa do ideal de justiça. A pergunta pelos
fundamentos da justiça vai muito além da crença na sua realizabilidade institucional, uma vez que esta se mostra
apenas na órbita dos possíveis e não na esfera fundante disso que nominamos justiça na milenar trajetória da vida do
espírito. Começar a entender os fundamentos da justiça implica entender esse �uir da vivência na sua mais primitiva
manifestação, pois é nesse campo primitivo, do atemático, da ausência de quaisquer categorias que se instaura o
apelo à justiça. Mas o que é a justiça? De onde vêm e quais são os seus indicadores? Eis a questão!
(Fonte: GUIMARÃES, Aquiles Côrtes. Pequena introdução à �loso�a política. A questão dos fundamentos. 2.
ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007. p. 87-90.)
Diante do texto apresentado, responda:
É possível dizer que o texto apresenta uma re�exão �losó�ca sobre o Direito?
Resposta Correta
MÚLTIPLA ESCOLHA
Questão 1:
À pergunta “Que é �loso�a do direito?” Deve-se responder, portanto:
Um saber que investiga a norma jurídica, sua validade e efetividade;
Um saber que analisa o direito sob o ponto de vista não valorativo;
Uma investigação sobre o direito na sua universalidade, segundo o ideal de justiça;
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Uma exposição dogmática sobre a norma jurídica;
Uma exposição sobre as condições legais e constitucionais da norma jurídica.
Justi�cativa
Questão 2:
Aquele que conhece as correntes �losó�cas, bem como as categorias lógicas do Direito, com o objetivo de avaliar o
rigor lógico dos conceitos jurídicos e a adequação do Direito às necessidades sociais contemporâneas é denominado
de:
Jurista
Sociólogo do direito
Operador jurídico
Filósofo do Direito
Técnico de jurisprudência
Justi�cativa
Questão 3:
Segundo Miguel Reale, a Filoso�a do Direito divide-se em parte geral e parte especial. Nesse sentido, assinale a opção
que apresenta as áreas que integram a parte especial da Filoso�a do Direito.
Ontognoseologia, Epistemologia e Culturologia.
Sociologia, Axiologia e Ontognoseologia.
Epistemologia, Deontologia e Culturologia.
Filoso�a, Sociologia e Culturologia.
Gnosiologia, Axiologia e Metodologia.
Justi�cativa
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Glossário
GUSTAVO VON HUGO
Para saber um pouco mais sobre este jurista alemão acesse: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gustav_Hugo
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Gustav_Hugo)
EPISTEMOLÓGICO
Fil. Ref. ou inerente à epistemologia, à teoria do conhecimento (concepção epistemológica); EPISTÊMICO. [F.: Do gr. episteme,
és 'ciência, conhecimento' +- logo + - ico2].
Fonte: //www.aulete.com.br (//www.aulete.com.br/epistemol%C3%B3gico).
AXIOLÓGICO
Refere-se à axiologia. Fil. Qualquer das teorias, avaliações, análises e estudos que abordam a questão dos valores, esp. valores
morais. [F.: axi(o)- + -logia ou do fr. axiologie.]
Fonte: //www.aulete.com.br/axiologia (//www.aulete.com.br/axiologia).
PIENAMENTE SPIEGATA
Tradução livre do italiano “plenamente explicadas”.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gustav_Hugo
https://www.aulete.com.br/epistemol%C3%B3gico
https://www.aulete.com.br/axiologia
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BENJAMIM CONSTANT
Benjamim Constant Botelho de Magalhães (1836-1891), militar brasileiro que participou da guerra do Paraguai e adepto do
positivismo.
13/09/2021 16:41 Disciplina Portal
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Filoso�a do Direito
Aula 2 - O conceito de Direito
INTRODUÇÃO
Nesta aula, estudaremos o conceito de Direito sob o ponto de vista da Filoso�a do Direito. Nesse estudo,
identi�caremos diferentes de�nições para a palavra “direito”. Analisaremos, também, o que signi�ca norma agendi e
facultas agendi, bem como o que podemos designar por direito natural e sua relação com o direito positivo.
OBJETIVOS
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Identi�car o conceito de Direito como objeto da Filoso�a do Direito;
Reconhecer a diferença entre norma agendi e facultas agendi;
Examinar o que signi�ca Direito Natural e Direito Positivo.
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POR QUE O DIREITO É UM OBJETO DA FILOSOFIA DO DIREITO?
Para Roberto Lyra Filho, “a maior di�culdade, numa apresentação do Direito, não será mostrar o que ele é, mas
dissolver as imagens falsas ou distorcidas que muita gente aceita como retrato �el”.
Fonte da Imagem:
Para Filoso�a do Direito, a busca de uma conceituação sobre o que é Direito é uma tarefa importante e �losó�ca. O
rigor conceitual é uma das características da Filoso�a. Trata-se de um tema típico da Filoso�a do Direito e não há
conceito mais complexo de se analisar que este. E, neste ponto, podemos destacar que existem dois critérios básicos
que nos auxiliam nesta tarefa, a saber: o critério nominal e o critério real ou lógico (HERKENHOFF, 2010).
CRITÉRIO NOMINAL
O que se entende por critério nominal? O termo nominal decorre da palavra “nome”.
Nominal = Investigar o que o nome representa, pois sabemos que as palavras têm uma carga valorativa que se
modi�ca ao longodo tempo.
Fonte da Imagem: Acrópole de Atenas, uma típica polis grega.
Um bom exemplo está na palavra grega pólis que representa a ideia de cidade-estado já que o mundo antigo grego não
usava a palavra “Estado”, porque essa experiência política somente foi possível mais tarde na história da humanidade
com o advento do Estado Moderno.
CRITÉRIO REAL OU LÓGICO
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Fonte da Imagem:
O que se entende por critério real ou lógico? Real está relacionado com a concepção de realidade, como algo que é e, o
termo lógico, no sentido de coerência. Assim, os dois critérios juntos são importantes, pois possibilitam compreender
o que o Direito é efetivamente (HERKENHOFF, 2010).
Para abraçarmos a tarefa de uma conceituação do objeto da Filoso�a do Direito, precisamos nos socorrer das lições de
João Baptista Herkenhoff (2010) que nos oportuniza alguns pontos interessantes para análise.
Segundo este Filósofo do Direito, temos dois tipos para de�nição nominal:
Sabemos que uma palavra poderá adquirir vários sentidos como a palavra grega demos que poderá designar “povo”
(um grupo de famílias identi�cadas na cidade de Atenas) ou “bairros” (subdivisão da cidade de Atenas) na Grécia
antiga e, atualmente, o termo “povo” traz outras implicações porque designa um universal abstrato.
No sentido etimológico, Direito decorre do termo latino directus. que
Directus = Signi�ca literalmente qualidade do que está conforme à reta.
Nos dizeres de João Baptista Herkenhoff (2010, p. 79):
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VOCÊ SABIA?
O que signi�ca jus? Existem autores que observam que jus decorre da concepção de justo ou justiça e, em nossa
língua vernácula, originou as palavras justiça, juiz, juízo, jurisprudência, jurisdição, entre outras. 
Sob o ponto de vista semântico, a palavra “Direito” assumiu diferentes sentidos de acordo com o seu momento
histórico. Como vimos, esteve ligado ao sentido de linha reta, conforme com a reta e depois em conformidade com a
lei (lex) ou associado ao sentido de justo. O que importa perceber é que não existe uma única de�nição, nem a mais
certa.
DIFERENTES ACEPÇÕES DO VOCÁBULO
“A função da regra é descrever brevemente uma realidade. Assim, não é o direito que deve ser tirado da regra, mas, do
direito que existe, deve ser tirada a regra” (PAULUS, "Digesto", 50, 17, 1).
Segundo Herkenhoff (2010), “o vocábulo Direito poderá assumir diferentes acepções tais como:
1. Conjunto de normas jurídicas ou Direito objetivo; 
2. O sentido de se exigir um dever por parte de outro sujeito, também designado de Direito subjetivo - faculdade; 
3. Como justo ou sentido de justiça; 
4. Direito como ciência – área do conhecimento; 
5. Direito como fato social; 
6. Direito natural; 
7. Direito positivo ou Estatal.
, Gonçalves Jr (2012) observa que o Direito pertence ao mundo da cultura, por isso, é orientado por valores que divergem de
acordo com a época e o lugar. Logo, trata-se de um conceito polissêmico. Por isso, o estudo sobre o Direito deve sinalizar o
sentido que está sendo considerado pelo pesquisador., , Como adverte a epígrafe, o Direito não se reduz à regra jurídica, ao
contrário, as regras jurídicas descrevem parcialmente o Direito, pois “as regras jurídicas não são o direito; descrevem o direito. O
direito é algo que lhes preexiste, objeto de ‘pesquisa’ permanente e de discussão dialética, com o qual jamais coincidirão nossas
fórmulas. Porque as regras descrevem o direito de modo sempre incompleto, seria errado atribuir-lhes uma ‘autoridade’ absoluta”
(VILLEY, 2016, p. 67).
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NORMA AGENDI OU FACULTAS AGENDI?
Quando pensamos no Direito como norma jurídica estamos diante da ideia de normas reguladoras da conduta humana
e que integram ramos diferentes do Direito. Assim, podemos encontrar normas jurídicas na área do Direito penal,
normas jurídicas em Direito de Família e assim por diante.
Fonte da Imagem:
É nesse sentido que em uma dimensão positivista de�ne-se o Direito como o “conjunto de normas de conduta social,
imposto coercitivamente pelo Estado, para a realização da segurança, segundo os princípios de justiça” (NADER, 2011,
p. 47). Esta não é a única de�nição possível, mas parte de uma visão de mundo especí�ca, a visão positivista, que
priorizou a concepção de ordem, uma ordem estabelecida (LYRA FILHO,1999).
VOCÊ SABIA?
E o que signi�ca ordem jurídica? Nas lições de Paulo Nader (2011, p. 49, grifos no original) podemos destacar que para
o autor ordem jurídica “é uma qualidade do Direito Positivo; é o sentido de harmonia e coerência lógica das normas
vigentes. 
Ordem signi�ca disposição adequada das partes de um todo. Pressupõe, portanto, pluralidade de elementos”.
Enquanto conjunto de normas jurídicas, ao lado das normas sociais e das normas morais, o Direito se manifesta em
nossas vidas como dimensão objetiva.
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Fonte da Imagem: / Shutterstock
Podemos destacar como exemplo, o direito às férias, ao 13º salário, licença maternidade etc. Podemos designar de
Direito objetivo ou norma agendi.
, O direito objetivo, normalmente entendido como um conjunto composto das mais variadas normas, constitui um dado objetivo. É
o conjunto de regras vigentes num determinado momento para reger as relações humanas, e que são impostas, coativamente
pelo Estado, à obediência de todos. Acaba sendo designado por muitos como o direito enquanto norma (jus est agendi)
(GONÇALVES Jr.; MACIEL, 2012, p. 324)., , Neste ponto, precisamos fazer uma pequena re�exão: há dissenso sobre o que
podemos denominar de norma jurídica. Existem autores, e não são poucos, que defendem a tese segundo a qual princípios e
decisões judiciais integram o que se chama pluralismo jurídico e, nesse aspecto, a norma jurídica teria um sentido mais amplo do
que aquele atribuído pela corrente positivista, por exemplo., , Aceitar a existência de outros direitos que não o imposto pelo Estado
representa não só se opor a uma única matriz cultural, mas também respeitar e proteger o direito à diferença, essencial para o
futuro humano (GONÇALVES Jr.; MACIEL, 2012, p. 316).
VOCÊ SABIA?
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Que é pluralismo? O que podemos entender por este termo? De um modo geral, “signi�ca a coexistência de diferentes
concepções de vida, cujo reconhecimento e legitimidade é requerido da Sociedade e do Estado. As democracias
viabilizam diferentes concepções de vida” (GONÇALVES Jr.; MACIEL, 2012, p. 314).
O Direito será visto, também, na sua dimensão subjetiva porque fornece as condições de possibilidade para o agir e
viabiliza o exercício de direitos (NADER, 2011).
Seria, para alguns, a consequência do direito objetivo, ou seja, o sujeito poderá requerer direitos individuais de acordo
com a norma jurídica exigir algo do outro. “Essa faculdade de acionar o Poder Judiciário para reconhecer um direito
garantido pelo ordenamento jurídico constitui o direito subjetivo” (MACIEL, 2012, p. 52).
Há uma discussão in�ndável sobre a relação entre o Direito como norma objetiva, norma agendi e Direito como norma
subjetiva, facultas agendi.
Será que para a facultas agendi precisaria existir uma
norma agendi anterior ou seria o contrário?
Existem pensadores que defendem as duas teses cada qual com argumentos interessantes. Vejamos alguns!
PONTES DE MIRANDA
Pontes de Miranda (apud Maciel, 2012, p. 52) observaque a existência de um direito subjetivo pressupõe o direito objetivo. “Só
após a incidência de regra jurídica é que os suportes fáticos entram no mundo jurídico, tornando-se fatos jurídicos. Os direitos
subjetivos em todos os demais efeitos são e�cácia do fato jurídico; portanto, posterius”.
VICENTE RÁO
Vicente Ráo (apud Maciel, 2012, p. 52) observa o contrário de Pontes de Miranda, ao a�rmar a prioridade do indivíduo em relação
ao Estado que, por sua vez, é devedor da prestação jurisdicional e, nesse sentido, o direito subjetivo é anterior e superior ao direito
objetivo.
MIGUEL REALE
Para Miguel Reale, na Teoria Tridimensional do Direito, há correspondência entre ambos porque a norma é a integração de fato,
valor e norma e se direciona a alguém para que se con�gure no mundo da vida, logo não poderia ser anterior, mas ambos são
concomitantes e complementares (apud Maciel, 2012, p. 53).
TÉRCIO SAMPAIO FERRAZ JR.
Tércio Sampaio Ferraz Jr. (apud Maciel, 2012, p. 53) observa que o direito subjetivo ressalta a posição de um sujeito em uma
situação comunicativa: “aponta para a posição de um sujeito numa situação comunicativa, que se vê dotado de faculdades
jurídicas (modos de agir) que o titular pode fazer valer mediante procedimentos garantidos por normas”. Assim aponta elementos
essenciais que caracterizam sua estrutura, a saber:
• O sujeito de direito (pessoas ou entidades); 
• O conteúdo do direito (faculdade que possibilita constranger o outro); 
• O objeto do direito (o bem protegido); 
• Proteção do direito (possibilidade de fazer valer o direito pela via judicial).
IMMANUEL KANT
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Immanuel Kant (1724-1804), �lósofo do séc. XVII, na obra Metafísica dos Costumes (tradução Edson Bini, 2003, p. 76), nos
ofereceu a seguinte de�nição �losó�ca para o Direito: “O direito é, portanto, a soma das condições sob as quais a escolha de
alguém pode ser unida à escolha de outrem de acordo com uma lei universal de liberdade”. E elabora o princípio universal do
direito à moda de seu princípio moral da seguinte maneira: “Age externamente de modo que o livre uso de teu arbítrio possa
coexistir com a liberdade de todos de acordo com uma lei universal”.
O DIREITO NATURAL E O DIREITO POSITIVO
Na análise do Direito como norma podemos identi�car, também, o conceito de Direito como direito natural. Para tanto,
é preciso relembrar alguns aspectos históricos importantes. No mundo antigo, na Idade Média, no período do
Renascimento e início do período Moderno predominou o Direito Natural e a corrente do jusnaturalismo. Por quê?
Porque os povos antigos, de um modo geral, compreendiam o universo como uma ordem, uma estrutura ordenada e
perfeita (FERRY, 2007).
O direito natural seria o nomos (a norma) que é oferecido por esta ordem perfeita, o justo por natureza.
Particularmente, na Idade Média, o direito natural assumiu status privilegiado por ter seu fundamento na ideia de Deus
e, posteriormente, o sentido do direito natural ligou-se à ideia de razão, racionalidade. Trata-se de um conceito
importante em Filoso�a do Direito porque conduz ao estudo dos pressupostos da experiência jurídica. Essa ideia foi
transmitida através de importantes pensadores.
Agora vamos testar seus conhecimentos. Responda:
O que podemos entender por direito natural?
Resposta Correta
Quais as características deste direito?
Resposta Correta
Para saber mais sobre o Direito Natural, clique aqui. (glossário)
, Na relação entre direito natural e direito positivo podemos ressaltar que o direito natural nos oferece as condições para
avaliarmos o direito positivo no seu comprometimento com o justo (DEL VECCHIO, 1979). E, neste ponto, sabemos que muitos
princípios do direito natural foram incorporados no ordenamento jurídico de regimes políticos democráticos, tais como: a ideia de
liberdade, a concepção de iguald ade, a dignidade da pessoa humana, o sufrágio universal, a boa-fé, entre outros. Podem surgir
discordâncias entre direito natural e direito positivo, mas sempre devemos pugnar por uma relação harmônica e preservar o
espírito crítico para uma salutar discussão sobre o que é direito.
ATIVIDADES
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Vamos fazer uma atividade!
A obra “Antígona”, do dramaturgo grego Sófocles, até hoje considerada um dos mais importantes textos da literatura
ocidental, retrata alguns dos mais caros valores humanos como amor, lealdade e dignidade. Além disso, já no Séc. V
a.C. alguns de seus problemas mais fundamentais: o con�ito entre tradição e lei, entre lei natural e lei dos homens,
além de tratar das relações entre o poder e o direito, o poder e a família, o direito positivo e as leis positivas. A peça
inicia com Antígona discutindo com a irmã, Ismênia, o édito baixado pelo tio Creonte, rei de Tebas. No referido diploma
legal, proibia-se a celebração fúnebre em honra de Polinicies. Isto porque este e o outro irmão de Antígona,
Etéocles, haviam morrido em combate. Etéocles na defesa de Tebas, e Polinicies, por Argos, contra Tebas. Creonte,
irmão de Jocasta e tio de Antígona, que, com a morte dos irmãos assume o poder em Tebas, promulga uma lei
impedindo que os mortos que atentaram contra a lei da cidade (entre eles, Polinicies) fossem enterrados. Tal decisão
acabava por caracterizar uma grande ofensa para o morto e sua família, pois se entendia que nestas circunstâncias a
alma do morto não poderia fazer a transição adequada ao mundo dos mortos. Fiel aos laços de família, Antígona que
acompanhara o pai, Édipo, até a morte, infringe o decreto de Creonte apresentando como alegação o fato de haver uma
lei divina, universal, que transcende o poder de um soberano. Por isso, oferece ela ao irmão morto as cerimônias
fúnebres tradicionais com impressionante destemor. A peça segue seu curso mostrando relações familiares
passionais. Como consequência ao ato de desrespeito à ordem do déspota Creonte, Antígona é presa e conduzida a
uma caverna, que lhe servirá também de túmulo ainda em vida. Sem conseguir dissuadir o pai, Hêmon, namorado de
Antígona e �lho de Creonte, acaba por se matar, quando o rei já estava disposto a abrir mão da lei editada para salvar a
vida de Antígona.
Diante da síntese acima apresentada, responda por que o acaso narrado revela uma das preocupações da �loso�a
Jurídica?
Resposta Correta
QUESTÃO 1:
Conforme as lições do �lósofo do direito, João Baptista Herkenhoff, para conceituarmos o Direito precisamos
considerar dois sentidos diferentes, a saber:
O etimológico e o semântico.
O jurídico e o axiológico.
O hermenêutico e o epistemológico.
O normativo e o subjetivo.
O ontológico e o deontológico.
Justi�cativa
QUESTÃO 2:
Enquanto conjunto de normas jurídicas, ao lado das normas sociais e das normas morais, o Direito se manifesta em
nossas vidas. Este direito como norma agendi poderá ser designado também como:
Direito subjetivo
Direito objetivo
Direito costumeiro
Direito natural
Direito quântico
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Justi�cativa
QUESTÃO 3:
O direito natural é concebido como um conjunto de princípios que não dependem de acordos ou de uma legislação
para existir ou ter importância. Nesse sentido, assinale a opção que apresenta uma característica do direito natural.
Um direito que depende da sua região geográ�ca.
Um direito que pode ser obtido por raciocínio indutivo.
Um direito que precisa estar expresso na legislação.
Um direito que pode ser obtido por raciocínio dedutivo.
Um direito cuja origem está em fonte política.
Justi�cativa
Glossário
HUGO GRÓCIO
Jurisconsulto holandês que viveuentre 1583 e 1645, autor da obra De jure Belli et Pacis, de 1625, foi considerado importante
expoente do jusnaturalismo e considerado o pai do Direito natural e do Direito Internacional. 
Fonte: NADER, Paulo. Filoso�a do Direito. Rio de Janeiro: Forense, 2011.
HUGO GRÓCIO
13/09/2021 16:41 Disciplina Portal
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Jurisconsulto holandês que viveu entre 1583 e 1645, autor da obra De jure Belli et Pacis, de 1625, foi considerado importante
expoente do jusnaturalismo e considerado o pai do Direito natural e do Direito Internacional.
Fonte: NADER, Paulo. Filoso�a do Direito. Rio de Janeiro: Forense, 2011.
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Filoso�a do Direito
Aula 3 - As correntes do pensamento �losó�co
jurídico
INTRODUÇÃO
Nesta aula, abordaremos as correntes do pensamento �losó�co jurídico particularmente em duas escolas: a do
jusnaturalismo e a do positivismo jurídico com suas especi�cidades. Para tanto, iniciaremos com o estudo sobre
escolas jurídicas para compreendermos as especi�cidades de cada corrente.
OBJETIVOS
13/09/2021 16:43 Disciplina Portal
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Identi�car o signi�cado de escolas do pensamento �losó�co jurídico;
Analisar as características do jusnaturalismo;
Analisar as características do positivismo jurídico.
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AS CORRENTES DO PENSAMENTO FILOSÓFICO JURÍDICO
Como preleciona Ana Lucia Sabadell (2002) vivenciamos em cada época histórica, culturas jurídicas diferentes.
Surgem teorias ou ideias que acabam ocasionando a formação de grupo de pensadores que classi�camos
(organizamos) em escolas jurídicas. Trata-se de um grupo de pensadores que apresentam ideias comuns sobre o
Direito. Não se trata de um lugar físico, ou que todos se conheçam necessariamente porque estamos no campo das
ideias, das teorias. Então,
Assim, os autores em Filoso�a do Direito nos oferecem uma classi�cação em dois grandes grupos: os jusnaturalistas
ou jusmoralistas e os positivistas. É claro que em cada grupo ou escola existem diferenças teóricas e ideológicas. O
que podemos analisar são os pontos básicos que os caracterizam de um modo geral e permite inseri-los juntos em
uma delas. 
Vamos conhecê-los?
JUSNATURALISMO
É uma palavra decorrente da união dos termos jus e naturalismo e representa uma doutrina que valoriza o direito
natural, o ius naturale, como um sistema de normas aplicáveis à conduta em sociedade.
Segundo Guido Fassò (1997, p. 655) no verbete jusnaturalismo, da obra Dicionário de Política, de Norberto Bobbio,
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O termo em questão, sob o ponto de vista �losó�co e político, poderá trazer alguma di�culdade em seu conceito em
razão das diferentes acepções da expressão “direito natural” ao longo da história da Filoso�a.
Assim, podemos analisar o direito natural sob o ponto de vista:
da divindade;
sob o ponto de vista mais estrito como conatural a todos os seres, ligada ao instinto;
ou como lei ditada pela razão, em sua versão moderna.
, Não obstante as diferenças, podemos perceber alguns pontos comuns como a tese segundo a qual o direito natural possui
anterioridade e superioridade em face do direito positivo e, por conseguinte, se a�gura como importante legitimador das normas
jurídicas e dos poderes do Estado (FASSÒ, 1997)., , Em razão desta concepção a�rmamos que o Jusnaturalismo representa uma
escola de pensamento que defende tese da existência de um direito natural superior ao direito positivo e que lhe confere validade.
VOCÊ SABIA?
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Os pensadores jusnaturalistas também foram designados por jusracionalistas, no período moderno, porque
conceberam a ideia de uma racionalidade universal. E, por isso também estão relacionados com os direitos
fundamentais porque acreditavam na existência de valores universais e imutáveis pertencentes ao gênero humano.
Nesta corrente, compreende-se a natureza humana racional como ponto fundamental e, por conseguinte, através da
reta razão somos todos capazes de deduzir prescrições morais válidas universalmente como, por exemplo, “os pactos
devem ser observados”. É neste sentido que encontramos a tese de que os direitos naturais decorrem da razão. Neste
ponto, André Gualtieri de Oliveira (2012, p. 37) observa:
POSITIVISMO JURÍDICO
É uma corrente de pensamento que defende a ideia segundo a qual só existe um direito — o positivo.
Fonte da Imagem:
O modelo de Hans Kelsen ainda é predominante no estudo do Direito quando se observa o positivismo jurídico. Este
modelo concebe a ciência jurídica como uma ciência dogmática, pois delimita como objeto do Direito apenas a norma
jurídica, ou seja, o direito posto pelo Estado.
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Fonte da Imagem:
Segundo Miguel Reale, Kelsen nunca foi adepto da Escola de Viena, mas em verdade in�uenciado pela escola do
Círculo de Viena, constituída por um grupo de professores antimetafísicos da Universidade de Viena, que contribuíram
para o surgimento do neopositivismo vienense.
Conforme assinala este pensador brasileiro, Kelsen esteve ligado à outra Escola de Viena, esta no domínio do Direito
(REALE, 1990, p. 458).
TEORIA PURA DO DIREITO
Em sua teoria, o conhecimento jurídico deve ser neutro, o jurista não pode fazer juízos de valor sobre as normas, ou
seja, o raciocínio jurídico deve versar sobre o que lícito ou ilícito, válido ou inválido, e�caz ou ine�caz (ASSIS et al,
2012).
, O cientista do direito, segundo Kelsen, deve abster-se de valores estranhos ao objeto da ciência jurídica, porque nesse caso o
conhecimento para ser cientí�co deve ser neutro em relação aos valores. Não é da competência da ciência jurídica discutir os �ns
políticos desta ou daquela norma jurídica, se é justa ou não, mas ressaltar uma preocupação eminentemente jurídico-cientí�ca.
Kelsen construiu a noção de norma hipotética fundamental como a primeira norma transcendental, uma norma
suposta (glossário), como uma exigência lógica, uma �cção que sustenta o fundamento de validade da ordem jurídica.
Assim, acreditou garantir a racionalidade da ordem jurídica.
Agora, um pequeno teste: Você sabe como Kelsen de�niu “norma fundamental”?
Resposta Correta
, Agora clique aqui (galeria/aula3/docs/a03_t12a.pdf) e leia mais sobre a Teoria de Kelsen.
https://estacio.webaula.com.br/cursos/GON830/galeria/aula3/docs/a03_t12a.pdf
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Fonte da Imagem:
O �lósofo do Direito, Ronald Dworkin, na obra Levando os direitos a sério (2002, p. 27) nos oportuniza sintetizar as
ideias centrais desta corrente quando assevera que o Direito é o conjunto de regras identi�cáveis; regras jurídicas e
direito são sinônimos e que se há uma obrigação jurídica possível signi�ca que a situação fática se enquadra em uma
regra jurídica válida.
En�m, o modo como a ciência jurídica se organiza atualmente foi consequência de uma longa trajetória. Surgiram
teorias ou ideias que acabaram ocasionando a formação de grupos de pensadores em escolas jurídicas como aquelas
que acabamos de estudar e outras como o realismo jurídico, historicismoe a teoria tridimensional do Direito de Miguel
Reale, por exemplo.
ATIVIDADE PROPOSTA
Leia a citação a seguir do próprio Hans Kelsen, na obra Teoria pura do direito, e responda à pergunta: Como podemos
compreender o sentido de justiça segundo este autor?
“Quando a Teoria Pura do Direito delimita a natureza, ela procura os limites que separam a natureza do espírito. A
ciência do direito é ciência espiritual e não ciência natural. (...) Quando o Direito se apresenta como elemento da moral,
isso se torna obscuro, se signi�car uma exigência natural para que o direito seja apresentado como moral, ou, se isso
signi�car que o direito, como parte integrante da moral, possui um caráter efetivamente moral, tenta-se atribuir um
valor absoluto ao direito, levando-se em conta a moral. Como categoria moral, direito signi�ca o mesmo que justiça.
Essa é a expressão para a verdadeira ordem social, ordem essa que alcança plenamente seu objetivo ao satisfazer a
todos. A aspiração da justiça é — encarada psicologicamente — a eterna aspiração da felicidade, que o homem não
pode encontrar sozinho e, para tanto, procura-se na sociedade. A felicidade social é denominada justiça. (...) Justiça é
um ideal irracional. Seu poder é imprescindível para a vontade e o comportamento humano, mas não o é para o
conhecimento. A este só oferece o direito positivo, ou melhor, encarrega-se dele” (KELSEN, H. Teoria pura do direito.
São Paulo: RT, 2007. p. 60-62.)
Resposta Correta
Questão 1:
A corrente de pensamento que concebe a natureza humana como fundamentalmente racional e assevera que através
da reta razão somos todos capazes de deduzir prescrições morais válidas universalmente é:
Historicismo jurídico
Realismo Jurídico
Positivismo jurídico
13/09/2021 16:43 Disciplina Portal
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Jusnaturalismo
Dogmatismo
Justi�cativa
Questão 2:
A Teoria Pura do Direito de Kelsen observa a “pureza metódica que consiste na adstrição da teoria a fatores
estritamente jurídicos, sem a ingerência de ideologias e das ciências da natureza” (NADER, 2011, p. 238). Este método
foi denominado de:
Princípio metodológico fundamental
Princípio do imperativo categórico.
Princípio geral do Direito.
Princípio da justiça como equidade
Princípio do mínimo existencial.
Justi�cativa
Questão 3:
O �lósofo do Direito, Ronald Dworkin, na obra Levando os direitos a sério (2002) nos oportuniza sintetizar as ideias
centrais do pensamento juspositivistas e uma delas é:
A predominância do direito natural.
A redução do direito à lei.
A fundamentação do direito positivo no direito natural.
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A validade fundada no conceito de justiça.
A legitimidade moral da norma.
Justi�cativa
Glossário
NORMA SUPOSTA
Em sua teoria da norma suposta, segue-se o conjunto normativo da Constituição, a primeira norma posta, bem como todas as
demais. Nesta concepção, a validade da norma jurídica decorre de sua origem na autoridade competente. A validade repousa na
competência normativa do seu editor (ASSIS et al, 2012).
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Filoso�a do Direito
Aula 4 - O Direito e a moral
INTRODUÇÃO
Nesta aula, estudaremos o termo direito, um termo polissêmico e sua polêmica relação com a moral.
OBJETIVOS
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Identi�car as particularidades da relação entre Direito e moral;
Problematizar �loso�camente o conceito de Direito;
Problematizar �loso�camente o sentido de moral.
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O QUE É DIREITO?
Fonte da Imagem:
“Quanto mais aprendemos sobre o Direito mais nos
convencemos de que nada importante sobre ele é de todo
indiscutível” (DWORKIN, 2007)
A palavra “direito” apresenta duas formas distintas em latim: jus, juris e directum.
Jus, juris ligam-se à ideia de relação entre pessoas e, no caso, relação jurídica de direitos.
Directum nos oportuniza a ideia de linha reta como metáfora na qual o Direito deve ser um caminho reto, conforme a lei
e que denota retidão moral e jurídica (ASSIS et al, 2013, p. 29).
Atenção!
, Inferimos que ambas as formas podem ser traduzidas no sentido de relação jurídica entre sujeitos. Mas o Direito é um vocábulo
plurívoco ou polissêmico. Neste sentido, encontramos diferentes modos de compreendê-lo. Nalini (2008), observa que o termo
pode ser muito bem percebido, até mesmo pelo senso comum, no sentido daquilo que é correto., , Sob o ponto de vista �losó�co
estamos diante de um conceito “semanticamente vazio” que dependerá do contexto., , O que isto signi�ca?, , Signi�ca dizer que
não existe um conceito estabelecido como certo. Existem muitos autores que abraçaram a tarefa de conceituação do termo
Direito e trazem diferentes contribuições.
Pode-se a�rmar que até o séc. XIX o termo Direito estava vinculado a uma “arte empírica”; um “conjunto de aspirações
subjetivas de justiça”; “formas de comportamento causal” e “normas positivas de conduta” (NALINI, 2008).
Fonte da Imagem: Meilun/Shutterstock
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Assim, podemos conceber o Direito, no sentido grego clássico, como nomos e ligado à verdade; podemos repensar o
sentido do direito natural desenvolvido pelos estoicos com re�exos no cristianismo medieval e, nesse contexto,
compreender a dicotomia direito natural e direito positivo. Segundo Nalini (2008) as duas formas se complementam.
O direito positivo é uma ordenação criada pelo Estado.
Fonte da Imagem:
Immanuel Kant (1724-1804), na obra Metafísica dos costumes, por exemplo, apresenta uma de�nição �losó�ca
importante para o Direito como o “conjunto das condições, por meio das quais o arbítrio de um pode está de acordo
com o arbítrio de um outro segundo uma lei universal da liberdade”.
A partir dessa conceituação, à moda do seu imperativo categórico, elaborou um princípio para a esfera da legalidade: o
princípio universal do Direito. Este princípio expressa a necessidade de coexistência dos arbítrios segundo uma lei
universal.
Uma lei universal do Direito determinando que devo agir externamente de forma tal que preciso sempre respeitar a
liberdade do arbítrio do outro como uma obrigação que me determina a razão, isto é, “age exteriormente de maneira
que o uso livre do teu arbítrio possa estar de acordo com a liberdade de qualquer outro, segundo uma lei universal”. Em
Kant, podemos encontrar uma boa de�nição �losó�ca para o Direito.
Conforme preleciona André Gualtieri de Oliveira (2012, p. 25),
Outros autores como Miguel Reale (1910-2006) investigam uma possível conceituação no horizonte de valores da
Ciência do Direito, sendo certo dizer que para esta corrente de pensamento o Direito estará sempre vinculado ao
sentido de justo.
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A cada época, surgem novos valores, ocorrem fatos sociais diferentes que exigem a atenção do jurista e, em uma
relação dialética, esses elementos movimentam a experiência jurídica. A experiência citadina é a experiência das
normas e as normas jurídicas ocupam um lugar especial em razão de sua obrigatoriedade.
Não obstante a controvertida conceituação do Direito, vamos partir de uma ideia comumente aceita que o Direito
envolve a justiça como elemento fundante de suarazão de ser e pode se materializar em normas jurídicas, diretrizes e
princípios.
DO QUE ESTAMOS FALANDO QUANDO SE TRATA DE MORAL?
A ética e a moral (glossário) são conceitos diferentes, mas confundidos com frequência pelo senso comum.
Sob o ponto de vista etimológico, ética é um termo que deriva da palavra grega ethos que já observamos que designa
costume, hábitos e práticas de uma cultura e liga-se ao sentido de caráter (ARANHA; MARTINS, 2014).
A palavra moral decorre do latim mos, mores que também signi�ca maneira de se comportar regulada pelo uso, ou
seja, costumes (ARANHA; MARTINS, 2014).
A moral é histórica e vincula-se a determinada cultura com seus padrões.
Agora, responda: 
O que é moralidade num dado tempo e lugar?(DUPRÉ, 2015).
Resposta Correta
VOCÊ SABIA?
Sobre esse sentido pejorativo, vale a pena observar que o termo ética passou a ser mais usado no Brasil em razão de
uma desmoralização da palavra moral que se vinculou aos cursos de moral e cívica, frequentes durante o regime
autoritário-militar de 1964 a 1985 (SROUR, 2008, p. 15).
Há uma diversidade de sentido entre ética e moral. Como surgiu a confusão? ethiké é o adjetivo derivado de ethos que
gerou a palavra ética. O termo ethiké apareceu no pensamento de Aristóteles para designar um saber relativo à
maneira de se comportar. E, é por isso, que para os �lósofos gregos foi considerada “uma forma de conhecimento que
diz respeito aos comportamentos” (DROIT, 2014, p. 15).
Fato moral, objeto dos estudos éticos, ocorre quando agentes morais agem no mundo, fazem escolhas que impactam
na vida de outras pessoas e isso poderá ocorrer de maneira positiva ou negativa. A partir de nossas ações podemos
prejudicar ou não outras pessoas. Há sempre a presença do outro em nossas vidas.
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Fonte da Imagem:
Segundo Srour (2008, p. 7), fatos morais “são fatos sociais que dizem respeito ao bem e ao mal, juízos sobre as
condutas dos agentes, convenções históricas sobre o que é certo ou errado, justo ou injusto, legítimo ou ilegítimo”.
A nossa época “já não vive sob a in�uência de uma moral dominante capaz de reger tudo. Pelo contrário, o que domina,
na maioria das vezes, são dúvidas sobre as regras a seguir, perplexidades sobre os princípios a serem aplicados”
(DROIT, 2014, p. 21). Não há como negar que preceitos morais são relativos, efêmeros, passageiros (SROUR, 2008).
Os fatos morais podem assumir três dimensões diferentes:
MORAIS
Um fato social moral será aquele em que há uma conduta conforme as regras morais dominantes (SROUR, 2008). Se, em uma
comunidade, onde há a necessidade de racionamento de água e energia elétrica, por exemplo, e seus habitantes fazem um uso
consciente de tais bens estão agindo conforme a moral dominante, logo praticam fatos morais.
IMORAIS
Se �zerem um uso abusivo desses recursos, considerado como consumo irresponsável, estaremos diante de um fato imoral, uma
conduta imoral (SROUR, 2008).
AMORAIS (NEUTRO)
Um fato social será amoral ou neutro, por exemplo, quando estamos diante de situações sociais corriqueiras ou triviais, tais como:
ir ao cinema, visitar amigos, viajar, ler um romance, ir ao futebol etc., não implicam efeitos morais sobre outras pessoas.
Fonte da Imagem:
A moral associa-se a uma realidade histórico-concreta (SROUR, 2008), por isso, o que é considerado como moralmente
certo em determinada cultura e época não possui o caráter de valor absoluto porque trata-se de um valor que poderá
se modi�car.
A POLÊMICA RELAÇÃO DO DIREITO COM A MORAL
Para compreendermos a relação entre Direito e moral, precisamos observar dois pontos de vista: a visão do
positivismo e a visão de doutrinas jurídicas não positivistas.
Para o juspositivismo, de um modo geral, o Direito está separado da esfera da moral. Basta lembrarmos a ideia
kelseniana do corte axiológico que já estudamos. Para as doutrinas não positivistas elementos morais devem estar
presentes na esfera do Direito, porque Direito e moral estariam conectados (OLIVEIRA, 2012).
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Para Hans Kelsen, Direito e moral são 
independentes e não têm nem sequer uma área de interseção.
Segundo Oliveira (2012) quando estamos no âmbito deste debate temos que perceber que as normas sociais, que
nascem da liberdade, se dividem em normas morais e normas jurídicas.
Norma social é gênero e normas jurídicas e normas morais, espécies do gênero. Com isso o autor observa a tese de
Robert Alexy segundo a qual há uma conexão importante entre elas que provoca inúmeros debates ao longo da
história.
Atualmente o senso comum acredita que Direito é apenas a lei. Para os antigos a lei era a materialização de um hábito,
uma prática social, envolvia hábitos, costumes, crenças religiosas e também o édito dos governantes. Nas sociedades
pré-capitalistas, moral e Direito estavam misturados de maneira que uma regra moral era punida com a pena capital. As
civilizações antigas organizavam sua compreensão unindo as duas esferas.
Afresco mostra reunião do Senado, em que Cícero, um dos grandes oradores e jurisconsultos do séclo I a.C,
discursa para os magristrados.
Atenção!
, Para ler mais sobre a Relação do Direito com a moral clique aqui (galeria/aula4/docs/a04_t15a.pdf).
A bilateralidade do Direito é atributiva, objetiva e, portanto, há exigibilidade.
Na moral, a bilateralidade é subjetiva, não há o poder de exigir, o sujeito realizará ou não de acordo com sua
consciência, sua subjetividade.
ATIVIDADES
Nesta aula estudamos a relação entre Direito e moral, vimos que somos sujeitos sociais submetidos a uma dupla
legislação da liberdade: as normas jurídicas e as normas morais. Nesse sentido, assista ao breve vídeo O que é moral?,
do Prof. Clóvis de Barros Filhos:
Fonte: //blog.msmacom.com.br/a-republica-romana/
https://estacio.webaula.com.br/cursos/GON830/galeria/aula4/docs/a04_t15a.pdf
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Agora que já assistiu ao vídeo, responda:
A concepção do professor nos ajuda a compreender a diferença entre Direito e moral? Por quê?
Resposta Correta
Questão 1: Estudamos que a conceituação do Direito é sempre controvertida. Todavia, podemos partir de uma ideia
comumente aceita. Assinale a a�rmativa que expressa a ideia mais comum de Direito que temos atualmente.
Um conjunto de princípios éticos norteadores da conduta social.
Um conjunto de normas positivadas criadas pelo Estado e que integram um ordenamento jurídico.
Um conjunto de normas sociais que não possuem coercitividade.
Um conjunto de fatos morais que exercem coatividade interna nos sujeitos.
Um conjunto de normas sociais como espécie do gênero normas morais.
Justi�cativa
Questão 2: Atualmente o senso comum acredita que Direito é apenas a lei. Para os antigos a lei era a materialização de
um hábito, uma prática social que envolvia hábitos, costumes, crenças religiosas e também o édito dos governantes.
No séc. XIX, o positivismo apresentou uma tese sobre a relação entre Direito e moral. Assinale a opção que apresenta a
ideia positivista.
Para o positivismo jurídico, o Direito e a moral estão interligados como normas sociais morais.
Para o positivismo jurídico, o Direito é uma parte importante da moral como norma social.
Para o positivismo jurídico, o Direito não se reduz ao sentido de Lei, mas integra hábitos e costumes.
Para a corrente do positivismo jurídico, Direito e moral são esferas autônomas, desconectadas.
Para o positivismo jurídico, Direito e moral são apenas aspectos diferentes de uma mesma legislação.
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Justi�cativa
Questão 3: Estudamos que em uma possível diferenciação entre Direito e moral o dever, no âmbito da moral, pode ser
visto como puro, mas, na esfera do Direito, como impuro, no sentido de ser in�uenciado por elementos externos à
vontade. Esta tese foi formulada por:
Immanuel Kant
Miguel Reale
Hans Kelsen
André Gualtieri de Oliveira
Cícero, senador romano.
Justi�cativa
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Glossário
MORAL
1. Fil. Conjunto de regras de conduta, inerente ao espírito humano, aplicáveis de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, ou
a grupo ou pessoa determinada, proveniente dos estudos �losó�cos sobre a moral. 2. Conjunto de regras e princípios de decência
que orientam a conduta dos indivíduos de um grupo social ou sociedade (moral burguesa, moral cristã). 
Fonte: //www.aulete.com.br/moral (//www.aulete.com.br/moral)
https://www.aulete.com.br/moral
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Filoso�a do Direito
Aula 5 - A justiça
INTRODUÇÃO
Nesta aula, estudaremos o termo Justiça, um termo polissêmico. Descreveremos as origens da ideia de justo e suas
diferentes concepções. A elucidação sobre o conceito de justiça nos leva a pensar sobre Direito, Poder e Estado.
OBJETIVOS
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Identi�car as duas principais acepções para o termo justiça;
Problematizar �loso�camente a relação justiça, felicidade, liberdade, utilidade, igualdade e paz.
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O QUE É JUSTIÇA?
Fonte da Imagem: en.wikipedia.org/wiki/Amartya_Sen
O que nos move, com muita sensatez, não é a
compreensão de que o mundo é privado de uma justiça
completa — coisa que poucos de nós esperamos —, mas a
de que a nossa volta existem injustiças claramente
remediáveis que queremos eliminar.
Amartya Sem
Para os so�stas personi�cados na �gura de Trasímaco, justiça é o interesse do mais forte, sendo, portanto, a prática da
injustiça mais interessante, atraente.
Sócrates, como �lósofo, observa a impossibilidade da ideia sustentada pelo interlocutor, assegurando que sem justiça,
sociedade alguma seria possível.
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Mas o que é justiça?
Como a identi�camos?
Qual o papel da racionalidade e da razoabilidade na compreensão desse valor?
Será que a justiça não estaria muito mais ligada ao modo como agimos do que às instituições que nos circundam?
, Muitas investigações partem de análises em que se focalizam instituições descurando do papel fundamental que temos como
sujeitos. Uma re�exão sobre a justiça deve indagar também que tipo de vida somos capazes de escolher (SEN, 2011).
Sob o ponto de vista �losó�co, podemos observar duas percepções principais para o termo justiça. A primeira
compreensão considera a ideia de conformidade da conduta a uma determinada norma. Julga-se o comportamento de
alguém em relação a uma norma.
Nesse tipo de percepção, temos que buscar esclarecimentos em Aristóteles que concebeu, na obra Ética a Nicômaco,
Livro V, a ideia de que tudo o que é conforme a lei é justo. Para ele, a justiça é a virtude mais perfeita porque envolve
todas as outras virtudes e nos liga à alteridade (ABBAGNANO, 1982) . No livro V da Ética a Nicômaco (item 1),
Aristóteles observou que:
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Fonte da Imagem: en.wikipedia.org/wiki/Ulpian
Mais tarde, no contexto romano, Ulpiano observa o sentido de justiça que será adotado pelos jurisconsultos, como a
vontade de dar a cada um o que é seu, de�nição problematizada muito antes pelos gregos, particularmente por Platão,
no Livro I, da República em que o personagem Sócrates refuta essa tese.
Essa ideia presente na obra Digesto (livro I, 1, 10) de Ulpiano, “vontade constante e perpétua de dar a cada um o seu”
(suun cuique tribure) con�gura outra forma de designar justiça como conformidade à lei.
Por quê? Porque pressupõe que o “seu” foi determinado por uma norma, ou seja, assegurado em uma lei anterior
(ABBAGNANO, 1962).
VOCÊ SABIA?
Essa noção de justiça como conformidade, apesar de muito polemizada como tautológica, inclusive por Hans Kelsen,
permaneceu de certo modo entre alguns pensadores; em Thomas Hobbes, por exemplo, quando sustentava no leviatã
a necessidade da existência de um poder central forte, coercitivo, para manutenção dos pactos.
Assim, Hobbes acreditava em uma justiça como conformidade ao que fora ajustado no pacto. Interessante que a ideia
de justiça passa então a ter uma relação forte com uma norma estabelecida anteriormente para assegurar um direito. E
o próprio Immanuel Kant, na obra Metafísica dos costumes, na Divisão da Doutrina do Direito, item A, número 3, a�rma
sobre a expressão romana:
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Existem também teorias, como a de Hans Kelsen, que observaram esse primeiro signi�cado como a manutenção de
normas positivadas — uma justiça segundo o Direito, porque expressa a conformidade à lei.
Nesta primeira acepção, a ideia que precisamos guardar é a de uma justiça como conformidade à norma, seja ela uma
norma moral, um direito natural ou uma norma jurídica. Trata-se de um sentido ligado à pessoa e o seu comportamento
(ABBAGNANO, 1962). E, neste sentido, liga-se à dimensão ética. Por quê? Porque a ética é a ciência que estuda a
moral, as nossas formas de viver e agir, o cumprimento das regras e o respeito aos valores compartilhados.
A segunda acepção que a Filoso�a oferece ao termo justiça refere-se à norma em si e não mais à pessoa e seu
comportamento. Segundo Abbagnano (1962, p. 566), liga-se ao sentido de e�ciência da norma para viabilizar as
relações humanas: “Neste caso, obviamente, o objeto do juízo é a própria norma”.
, Neste ponto, os autores observaram diferentes �ns para o termo, entendendo-o como garantidor da comunidade humana. A
justiça será um instrumento e poderá estar ligada a �ns como a felicidade, a utilidade, a liberdade, igualdade e a paz
(ABBAGNANO, 1962). Vejamos como se liga a cada um destes �ns.
Quanto à felicidade, a tese de Aristóteles, no Livro V da Ética a Nicômaco, é a de que são justas as coisas que
procuram salvaguardar a felicidade (bem comum) na comunidade política. Este �lósofo nos oportunizou uma
interessante classi�cação da justiça em justo universal e particular.
No sentido particular dividida em justiça distributiva e justiça corretiva. Vejamos:
JUSTIÇA UNIVERSAL OU TOTAL
Justiça no sentido amplo, conformidade ao nomos.
JUSTIÇA PARTICULAR
Hábito de realizar a igualdade. Divide-se em justo particular distributivo e corretivo.
Justiça particular distributiva: desvela a igualdade na devida proporção. São as ações da sociedade política com seus membros.
Igualdade proporcional.
Justiça particular corretiva: regula as relações entre cidadãos e usa o critério do justo meio ou igualdade matemática. Subdivide-
se em: comutativa ou judicial. Igualdade matemática.
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Nesta acepção o termo justiça perde o seu caráter de valor absoluto como entendiam os jusnaturalistas,
particularmente Hugo Grócio, e passa a não ser mais um �mem si mesmo, mas um instrumento para realização e
outra coisa.
A relação entre justiça e liberdade aparece no pensamento kantiano quando surge o sentido de justiça como a
existência de liberdades compatibilizadas entre si, em uma dada sociedade.
Na Crítica da razão prática observa o sentido de justo quando assevera que ninguém poderá nos constranger a ser feliz
à sua maneira, mas a cada um é dado o direito a buscar a felicidade pela via que lhe parecer boa, desde que não
prejudique o direito do outro de fazer a mesma coisa. Ou, ainda, no célebre escrito, Ideia de uma história universal sob
o ponto de vista cosmopolita, na tese V, em que reforça a ideia de liberdade sob leis como expressão de uma
constituição civil justa (ABBAGNANO, 1962).
Quanto à paz, muitos pensadores compreendem que a justiça seria um critério importante para salvaguardar a paz.
Interessante que esta ideia pode ser vista em Thomas Hobbes quando, na obra De Cive (I, § 15), sustenta a tese do fato
da violência em que o homem é mal por natureza e, neste horizonte, somente um ordenamento justo poderia assegurar
a paz sufocando qualquer possibilidade de guerra de todos contra todos. O que nos motivaria a sair do estado de
natureza para este �lósofo político, em que há violência de todos contra todos, é a busca pela paz.
Fonte da Imagem:
Mais tarde, Kelsen contrapôs justiça e paz, quando assegurou em sua Teoria pura do Direito, que a justiça seria um
ideal irracional, não realizável, e, somente a norma jurídica seria capaz de assegurar a paz. E muitos teóricos
assimilaram essa ideia kelseniana e passaram a valorizar a norma jurídica pela sua funcionalidade negativa de evitar
con�itos (ABBANGNANO, 1962).
A ideia de justiça como igualdade pode ser identi�cada nas teorias �losó�cas, a começar pelo pensamento de
Pitágoras, que considera a igualdade na reciprocidade, ou seja, posso esperar do outro aquilo que ele poderá esperar
de mim. A justiça como igualdade baseou-se nessa ideia de expectativas recíprocas entre cidadãos de uma mesma
comunidade.
Quando analisamos o termo justiça, observando uma história das deias, percebemos, não obstante sua esperança
sempre frustrada, uma resistente exigência sendo revigorada dia a dia, por ser talvez a mais antiga aspiração humana.
Atualmente podemos pensar em suas diversas representações:
como conformidade à lei;
como instrumento para diferentes �ns humanos;
como igualdade entre as partes;
como função distributiva em uma sociedade em que há uma grande demanda de bens e poucos bens disponíveis;
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como entende o senso comum que a liga às decisões judiciais ou ao proferir um juízo de valor diante de algum
acontecimento: “a justiça foi feita”.
Justiça é um conceito polissêmico que vai desde a virtude grega até a legalidade de nossos dias:
no sentido antropológico, liga-se à existência humana;
em um aspecto psicossociológico, uma expectativa individual de reparação de um dano sofrido;
no viés social e político, enquanto reconhecimento da necessidade de regras para existência coletiva.
Talvez uma forma de reconhecimento do outro (FARAGO, 2004). Há muitas leituras possíveis para o termo justiça,
sugerimos aqui uma abordagem re�exiva sobre algumas.
ATIVIDADES
O professor de Direito Constitucional, Luis Roberto Barroso, ministro do STF, apresenta uma de�nição para o termo
justiça. Veja:
VÍDEO
Agora que já assistiu ao vídeo, responda:
Na história das ideias a quem atribuímos essa formulação e o que signi�ca?
Resposta Correta
EXERCÍCIOS
Questão 1:
Reconhecemos que precisamos de regras para a vida em sociedade. Neste ponto, a justiça é uma condição importante
ao pacto. Para alcançarmos a paz e evitarmos uma situação de violência generalizada, precisamos cumprir o acordo.
Essa tese sobre a justiça foi elaborada por:
Aristóteles
Immanuel Kant
Hans Kelsen
David Hume
Thomas Hobbes
Justi�cativa
Questão 2:
“Justiça seja feita!” — Essa é uma ideia corriqueira no mundo da vida. Todavia, estudamos que existem duas acepções
importantes que a �loso�a do Direito destaca para o termo justiça, a saber:
Justiça como equidade e como julgamento meditativo pessoal.
Justiça como conformidade à lei e justiça como instrumento para outros �ns.
Justiça como conformidade à norma e justiça como virtude.
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Justiça como instrumento para liberdade e justiça como medida e equilíbrio.
Justiça como polissemia e justiça como julgamento justo.
Justi�cativa
Questão 3:
A ideia de justiça como igualdade pode ser identi�cada nas teorias �losó�cas, a começar pelo pensamento de
Pitágoras. A justiça como igualdade baseou-se em:
igualdade como proporcionalidade.
equidade.
expectativas recíprocas entre cidadãos.
igual distribuição de bens.
dar a cada um o que é seu.
Justi�cativa
Glossário
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Filoso�a do Direito
Aula 6 - A liberdade
INTRODUÇÃO
Nesta aula, estudaremos o termo liberdade, a partir de duas formas distintas, a liberdade negativa e a positiva.
Estudaremos ainda a clássica distinção relacionada às liberdades civis e políticas.
OBJETIVOS
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Identi�car duas formas de liberdade; a negativa e a positiva.
Problematizar o conceito de liberdade na sua relação com o direito na teoria kantiana.
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O QUE É LIBERDADE?
“Liberdade! Liberdade! 
Abre as asas sobre nós / 
Das lutas na tempestade / 
Dá que ouçamos tua voz”.
(Hino da Proclamação da República do Brasil)
Uma das categorias mais importantes, na história da humanidade, a liberdade, presente 
no Hino da Proclamação da República, se a�gura valiosa para todos os seus defensores e até 
para seus detratores, porque representa, em um sentido amplo, in�nitas possibilidades de escolhas 
para alcançarmos os objetivos de uma vida.
Trata-se de um conceito que poderá apresentar muitas de�nições possíveis, mas todas convergem para uma ideia
fundamental: a liberdade está inserida no campo das interações entre pessoas ou grupos.
Fonte da Imagem:
O que signi�ca liberdade?
Será livre arbítrio?
Será que é fácil perceber que desfrutamos de uma
liberdade?
E que liberdade seria essa?
Realmente somos livres?
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Fonte da Imagem: sumkinn / Shutterstock
São indagações que o senso comum poderá formular para, em um esforço de autocompreensão, justi�car suas ações.
Apesar da grande maioria limitar à liberdade ao sentido de livre arbítrio, vamos caminhar mais adiante e analisar, com a
ajuda dos pensadores, dois signi�cados relevantes para o termo.
Os dois signi�cados traduzem, em verdade, duas formas de liberdade: a liberdade negativa e a liberdade positiva.
Liberdade negativa
Vejamos agora a de�nição de “liberdade negativa” a partir do ponto de vista de três grandes �lósofos:
NORBERTO BOBBIO
O �lósofo do Direito italiano, Norberto Bobbio, na obra, Igualdade e Liberdade (1996), observa que a liberdade negativa é aquela
em que o sujeito poderá agir ou não sem sofrer qualquer in�uência ou constrangimento.
Costuma-se ligar o sentido negativo de liberdade à ideia de emancipação relativa a uma tutela ou dominação, sendo o sujeito
alguém livre para seguir sem próprio caminho. Assim, nos diz o �lósofo:
A liberdade negativa

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