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INTESTINO GROSSO o Absorção de água e de sais solúveis; o 1,5 m de comprimento; o Maior calibre que o intestino delgado; o Calibre maior no ceco. Partes: o Ceco e apêndice cecal; o Cólon – ascendente, transverso, descendente e sigmoide; o Reto. Aspectos morfológicos diferenciais: o Tênias; o Haustros; o Apêndices epiploicos. •Epitélio colunar simples •Não há vilosidades •Células absortivas com microvilos •Células caliciformes •Glândulas intestinais (criptas de Lieberkuhn) Mucosa •Capilares •Vasos linfáticos •Células inflamatórias •Muscular da mucosa logo abaixo Lâmina própria - mucosa •Tecido com mínimo infiltrado inflamatório •Plexo nervoso submucoso de Meissner •Agregados linfoides Submucosa •Camada circular interna •Plexo nervoso mioentérico de Auerbach •Camada longitudinal externa Muscular própria - externa •Tecido conjuntivo com revestimento mesotelia •OBS.: Porção final do sigmoide e reto são revestidos por adventíciaSerosa Intestino grosso, canal anal Gabrieli Flesch ATM 25/2 e apêndice PATOLOGIAS ENTEROCOLITE Inflamação do trato digestivo causada por infecções por bactérias, vírus, fungos e parasitas. o Campylobacter; o Shigella; o Salmonella; o Escherichia coli; o Yersinea enterocolítica; o Clostridium difficile (pseudomembranosa). Neonatologia: Enterocolite necrosante. Clínica: Diarreia, dor abdominal e hemorragia. Colite pseudomembranosa: o Clostridium difficile; o Associada a antibióticos; Fisiopatologia: ATB → desequilíbrio da flora → superinfecção pela bactéria → toxinas → pseudomembranas. FR: Idade avançada, hospitalização e tratamento com antibióticos. Clínica: Diarreia após uso de ATB, dor abdominal e febre. Diagnóstico: Clínica, coprocultura, endoscopia e histopatologia. Pseudomembrana: Camada aderente de células inflamatórias e debris celulares nos locais de injúria da mucosa colonica. Microscopia: Epitélio superficial desnudo e lâmina própria superficial com neutrófilos e fibrina nos capilares, Criptas superficialmente danificadas distendidas por exsudato mucopurulento (erupção vulcânica). Enterocolite necrosante: o Prematuros; o Necrose da mucosa intestinal ou de toda a parede; o Acúmulo de gás na parede intestinal, podendo evoluir com perfuração. o Íleo distal e cólon proximal; o Após o início das refeições pela via enteral. Prematuros: Comprometimento do sistema imune do TGI, imaturidade da mucosa intestinal e dismotilidade intestinal. Patogenia: Dieta enteral + organismos patogênicos + isquemia da mucosa. DOENÇA INTESTINAL ISQUÊMICA Vascularização intestinal – ramos da aorta: o Tronco celíaco – duodeno proximal; o Artéria mesentérica superior – duodeno distal – cólon transverso distal; o Artéria mesentérica inferior – transverso distal – reto proximal. ISQUEMIA COLÔNICA o Idosos portadores de aterosclerose; o 70% dos casos; o Doença de vasos menos calibrosos; Regiões mais atingidas: Flexura esplênica e junção retossigmoide – possuem maior número de vasos menos calibrosos. Mesentérica aguda: Oclusão aguda de vasos mesentérios – em especial da artéria mesentérica superior. Causas: Embolia (50%), trombose, vasoconstricao e hipercoagulabilidade. Mesentérica crônica: Rara – obstrução de no mínimo 2 dos 3 vasos intestinais. Mucoso e mural: Hipoperfusão (choque, falência cardíaca, desidratação etc.). Transmural: Obstrução vascular aguda (aterosclerose, hipercoagulação etc.). Macroscopia: Infartos mucosos ou murais – mucosa congesta, ulcerada e parede edemaciada. Transmurais – intestino endurecido, parede edemaciada, necrose com exsudatos purulentos e deposição de fibrina. Microscopia: o Atrofia epitelial ou necrose com criptas normal ou hiperproliferativas; o Neutrófilos recrutados dentro de algumas horas; o Isquemia crônica – cicatrização fibrosa na lâmina própria. DOENÇA INTESTINAL INFLAMATÓRIA Distúrbio idiopático de ativação imunológica inapropriada da mucosa – diarreia exsudativa (muco e sangue). FR: História familiar. Picos de incidência: 15-30 anos e 60-80 anos. RETOCOLITE ULCERATIVA (RCU) Lesões inflamatórias contínuas e ascendentes no reto e cólon – restritas à mucosa e submucosa. Clínica: Recorrente, diarreia com muco, pus e sangue e cólicas. Manifestações extraintestinais: Colangite esclerosante, pioderma gangrenoso, doenças oculares etc. Diagnóstico: Colonoscopia (padrão contínuo a partir do reto) + biópsia. Autoanticorpo: p-ANCA. Complicações: Hemorragia, megacólon tóxico, perfuração e câncer. Macroscopia: Mucosa eritematosa, edemaciada e friável com exsudato amarelado. Avançada: Úlceras, pseudopólipos e atrofia da mucosa. Microscopia: o Criptite; o Microabscessos crípticos; o Distorção de glândulas; o Processo inflamatório difuso – geralmente restrito a mucosa e submucosa superficial. DOENÇA DE CROHN Doença granulomatosa transmural, que afeta o TGI de forma descontínua – “da boca ao ânus”, geralmente poupando o reto. Locais mais comuns: Íleo terminal, válvula íleo-cecal e ceco. FR: História familiar, cigarro etc. Clínica: Diarreia episódica, febre e dor abdominal. Manifestações extraintestinais: Articulares, eritema nodoso, cálculos biliares e renal etc. Diagnóstico: Colonoscopia (padrão descontínuo) + biópsia. Autoanticorpo: ASCA. Complicações: Fibrose/estenose, fissuras, fístulas com outros órgãos e câncer. Macroscopia: o Lesões em salto; o Úlceras aftoides – seroentiformes; o Padrão “pedra em calçamento”; o Serosa fosca e granular; o Parede intestinal espessa – edema, inflamação, fibrose e hipertrofia muscular = estenose; o Envolvimento de gordura ou inflamação do íleo terminal. Microscopia: o Granulomas não-necrotizantes (35% dos casos); o Inflamacao transmural com agregados linfoides em toda a parede; o Ulceracao superficial ou profunda; o Úlcera aftoide – folículo linfoide com erosão superficial; o Criptite; o Microabscesso críptico; o Distorção arquitetural. OBS.: Frequentemente requer múltiplas biópsias – difícil de diagnosticar sem envolvimento do íleo terminal. Diagnóstico diferencial: Sarcoidose, tuberculose, histoplasmose, doenças venéreas, drogas, Yersinia, Salmonella etc. – causam granulomas. Retolocite ulcerativa (RCU) Cólon e reto Contínuo Pseudopólipos Mucosa e submucosa Criptite e microabscessos Hematoquezia e megacólon p-ANCA Colangite esclerosante Doença de Crohn (DC) Todo TGI (mais no íleo) Descontínuo ("salteada") "Pedra de calçamento" Transmural Granuloma não-caseoso Fístula, fissura e estenose ASCA Cálculos Colite indeterminada: Casos não conclusivos, em geral é uma situação transitória – 5-10% dos casos de doença inflamatória intestinal. Colite por desvio: Colostomia. Colite microscópica: Colite colagenosa e linfocítica. DOENÇA DIVERTICULAR Fraqueza focal da parede e da muscular (colágeno), com inserção do feixe vásculo-nervoso, formando uma hermiação. Patogênese: o Aumento da pressão intraluminal; o Dieta pobre em fibras. Epidemiologia: Comum após os 60 anos de idade. Localização: Delgado e cólon – predomínio no sigmoide. Clínica: Maioria assintomática. Complicações: Diverticulite (25%) e hemorrafia digestiva baixa (15%) – em divertículos do cólon direito. DIVERTICULITE Definição: Inflamação diverticular – obstrução → inflamação. O curso normalmente é benigno. Clínica: Dor abdominal baixa (QIE) e febre. Diagnóstico diferencial: Carcinoma de cólon e doença inflamatória intestinal. Diagnóstico: Exame de imagem. Complicações: Abscessos, obstrução, fístulas (colovesical etc.) e peritonite generalizada. HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA Sangramento após o ângulo de Treitz – origem 95% no cólon e 5% no delgado. Clínica: Hematoquezia, anemia e instabilidade hemodinâmica. Causas: o Sangramentode divertículo (cólon direito); o Angiodisplasia – malformação vascular. Ceco é mais comum; o Câncer colorretal; o Hemorroidas; o Colites; o Divertículo de Meckel. PÓLIPOS o Em todo TGI, principalmente no cólon; o Sésseis ou pediculados; Não-neoplásicos: o Hiperplásicos; o Inflamatórios; o Hamartomatosos. Neoplásicos: o Benignos (adenoma); o Malignos (carcinoma). HIPERPLÁSICOS o Comuns, principalmente após 60 anos; o Cólon esquerdo e reto; o <5mm – múltiplos; o Células caliciformes; o Superfície arquitetural serrilhada. OBS.: Distinguir de adenoma serrilhado. Inflamatórios: Podem ser encontrados na retocolite ulcerativa. HAMARTOMATOSOS o Malformação focal; o Esporádicos; o Síndromes genéticas. Juvenis: De retenção – glândulas dilatadas repletas de mucina e debris inflamatórios. o Principalmente em crianças < 5 anos; o Maioria no reto; o Sangramento retal. Juvenil familiar: Síndrome hereditária. o 10-100 pólipos, difusamente distribuídos no TGI; o Manifestações extraintestinais: malformações arteriovenosas pulmonares; o Risco de carcinoma colorretal (10%). Pólipos de Peutz-Jeghers: Arborização e músculo liso entremeado com a lâmina própria. Mais comuns no intestino delgado. o Rara; o Múltiplos pólipos de Peutz-Jeghers em tudo o TGI (+ no delgado); o Manchas melanóticas em pele e mucosas; o Risco de carcinoma colorretal, delgado e extraintestinais (pâncreas, mama, ovários e testículos). ADENOMAS o Pólipos mais comuns; o Presença de displasia (lesão pré-maligna); o Maioria com displasia de baixo grau; Tipo: Convencional e serrilhado. Clínica: Assintomática. Raramente hematoquezia. Conduta: Colonoscopia e polipectomia para análise histopatológica. CONVENCIONAL Classificação histopatológica: o Tubular (75%); o Túbulo-viloso; o Viloso. FR de malignização: o Aumento do tamanho; o Tipo histológico; o Grau de displasia. SERRILHADO Arquitetura serrilhada ao longo de todo o comprimento das glândulas, incluindo a base das criptas. SÍNDROMES HEREDITÁRIAS POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAR CLÁSSICA o >100 pólipos sincrônicos; o Hiperpigmentação da retina; o 100% de risco de carcinoma colorretal; o Risco de outros carcinomas; o Colectomia profiláctica; o Screening familiar. TUBULAR VILOSO Síndrome de Gardner: o PAF; o Osteomas (crânio e mandíbula); o Dentes supranumerários; o Tumores de tecidos moles (lipoma e fibroma). Síndrome de Turcot: o PAF; o Tumores do SNC (meduloblastoma e glioblastoma). SÍNDROME DE LYNCH Carcinoma colorretal hereditário não-polipose (HNPCC) – 6% dos casos de câncer colorretal. Ocorre em idade precoce, média de 35-45 anos. Mutação: Genes de reparo do DNA – MLH1, MSH2, MSH6, PMS2 e EPCAM (instabilidade de microssatélite). Cânceres relacionados: Endométrio, delgado, ureter ou pelve renal. CARCINOMA COLORRETAL o Malignidade mais comum do TGI; o Esporádica ou hereditária; FR: Idade >60 anos, alimentação, história familiar, DII, fumo, álcool etc. Screening: Colonoscopia. Diagnóstico: Biópsia. Prognóstico: Profundidade da invasão e metástase. Metástases: Linfonodos regionais, fígado, pulmões e ossos. Clínica: Adenoma → carcinoma o Cólon proximal – lesões polipoides e exofíticas e anemia por sangramento; o Cólon distal – lesões estenosantes, obstrução e alterações do hábito intestinal. Microscopia: o Adenocarcinoma (98%); o Ultrapassa a muscular da mucosa; o Células colunares altas que se parecem com o epitélio displásico dos adenomas; o Pouco diferenciados e mucoprodutores = prognóstico ruim; o Pode haver diferenciação neuroendócrina. ANOMALIAS CONGÊNITAS DOENÇA DE HIRSCHSPRUNG Megacólon agangliônico – principal causa de obstrução baixa neonatal, que pode ir do ânus até todo o intestino. Patogênese: Ausência de células ganglionares dos plexos nervosos de Meissner e Auerbach. Mais comum: Aganglionose em retossigmoide (75% dos casos). Clínica: Distensão abdominal, vômitos e dificuldade para expulsar mecônio nas primeiras 48h. Diagnóstico: Imagem e biópsia retal (padrão-ouro). APÊNDICE CECAL o Divertículo do ceco (6-10cm); o Lúmen pequeno e estreito; o Nódulos linfoides próprios. Origem: Geralmente retrocecal. Histologia: Nódulos linfoides próprios. PATOLOGIAS APENDICITE AGUDA Causa mais comum de abdome agudo – fundo cego como frequente sítio de inflamação. Fisiopatologia: Obstrução do lúmen apendicular. Jovens: Hiperplasia dos folículos linfáticos. Idosos: Fecalito. Clínica: Dor periumbilical migra para dor QID (Sinal de Blumberg) e vômito. Microscopia: Infiltrado neutrofílico na muscular própria e congestão vascular. TUMORES CARCINOIDE (NEUROENDÓCRINO) o Mais comum; o Apêndice > íleo distal > reto > estômago > cólon. MUCOCELE Descrição: Apêndice cecal dilatado e cheio de mucina. o Obstrução; o Cistoadenoma; o Cistoadenocarcinoma; o Pseudomixoma peritoneal (doença peritoneal disseminada). CANAL ANAL o 3-4 cm; o Linha pectínea (junção escamo-colunar). Inflamação Perfuração do apêncide Peritonite HISTOLOGIA Epitélio: o Porção superior – colunar; o Porção inferior – escamoso. Glândulas anais Pele perianal: o Folículos pilosos; o Glândulas sebáceas; o Glândulas sudoríparas. Plexos venosos Esfíncter anal: o Interno – músculo liso; o Externo – músculo estriado esquelético. Revestimento: Adventícia. PATOLOGIAS BENIGNAS – HEMORROIDAS o Vasos submucosos dilatados; FR: Constipação, estase venosa na gravidez etc. Internas: Causa mais comum de sangramento retal. Externas: Assintomáticas – podem evoluir com trombose. FISSURA ANAL Úlcera longitudinal, devido constipação, doença de Crohn, TB, sífilis, HIV etc. Clínica: Dor à evacuação. ABSCESSO ANAL Coleção a partir de infecções de glândulas anais, devido obstrução dos ductos, doença de Crohn, TB e RCU. FÍSTULA ANAL o Pertuito entre a margem e o canal anal; o Sequela do abscesso anal; Clínica: Drenagem de material purulento. MALIGNAS CARCINOMA IN SITU o Neoplasia intraepitelial anal (NIA) – relação com HPV; o Doença de Bowen – não possui relação com HPV. CARCINOMA EPIDERMOIDE FR: HPV, tabagismo e imunodeficiência. Clínica: Dor anal, sensação de nódulo, sangramento e prurido. Diagnóstico: Biópsia. NIA DOENÇA DE PAGET o Adenocarcinoma intraepitelial raro; o Idosos; o Placa eczematoide. MELANOMA o Raro; o 1% das neoplasias anorretais.
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