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COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO CÉLULA A CÉLULA - Vias de sinalização que pareciam simples e diretas agora são conhecidas por serem redes de transferência de informação incrivelmente complexas. De acordo com a maioria das estimativas, o corpo humano é constituído de aproximadamente 75 trilhões de células; - Essas células enfrentam uma tarefa assustadora – comunicar-se umas com as outras de uma maneira rápida e que carregue uma quantidade enorme de informação. SINAIS FISIOLÓGICOS - Surpreendentemente, existem somente dois tipos básicos de sinais fisiológicos: elétrico e químico; 1. Sinais elétricos são mudanças no potencial de membrana da célula. 2. Os sinais químicos são moléculas secretadas pelas células no líquido extracelular. - As células que respondem aos sinais elétricos ou químicos são chamadas de células-alvo, ou alvos para simplificar; - Os sinais químicos são responsáveis pela maior parte da comunicação interna do corpo e atuam como ligantes, os quais se ligam a proteínas para iniciarem uma resposta; - A ligação dos ligantes químicos a proteínas obedece às regras gerais das interações proteicas, incluindo especificidade, afinidade, competição e saturação. - Nosso corpo utiliza quatro métodos básicos de comunicação célula a célula. A comunicação local inclui: 1. Junções comunicante: que permitem uma transferência direta de sinais elétricos e químicos do citoplasma entre células adjacentes; 2. Sinais dependentes de contato: que ocorrem quando moléculas da superfície de uma membrana celular se ligam a moléculas da superfície de outra célula; 3. Substâncias químicas que se difundem pelo líquido extracelular para atuar sobre as células próximas. A comunicação de longa distância. 4. Utiliza a combinação de sinais químicos e elétricos conduzidos pelas células nervosas e sinais químicos transportados pelo sangue. - Uma dada molécula pode funcionar como um sinal químico por mais de um método. Por exemplo, uma molécula pode atuar perto da célula que a liberou (comunicação local), como também pode atuar em partes distantes do corpo (comunicação de longa distância). JUNÇÕES COMUNICANTES - A forma mais simples de comunicação célula a célula é a transferência direta de sinais químicos e elétricos pelas junções comunicantes, que são canais proteicos que criam pontes citoplasmáticas entre células adjacentes; - A junção comunicante se forma pela união de proteínas transmembrana, chamadas de conexinas, em duas células adjacentes; - As conexinas unidas criam um canal proteico (conéxon) que pode abrir e fechar. Quando o canal está aberto, as células conectadas atuam como uma única célula que contém núcleos múltipos (um sincício); - Quando as junções comunicantes estão abertas, íons e pequenas moléculas, como aminoácidos, ATP e AMP cíclico, difundem-se diretamente do citoplasma de uma célula para o citoplasma de outra. Moléculas maiores não conseguem passar através das junções comunicantes; - Além disso, as junções comunicantes são o único meio pelo qual os sinais elétricos podem passar diretamente de célula para célula. O movimento de moléculas e sinais elétricos através das junções comunicantes pode ser modulado ou completamente impedido; - As junções comunicantes não são todas iguais. - Os cientistas descobriram mais de 20 isoformas diferentes de conexinas que podem se combinar para formar junções comunicantes. A diversidade de isoformas de conexinas permite que a seletividade das junções comunicantes varie de tecido para tecido. SINAIS DEPENDENTES DE CONTATO - Algumas formas de comunicação célula a célula necessitam que moléculas da superfície de uma membrana celular se liguem a uma proteína de membrana de outra célula; - Essa sinalização dependente de contato ocorre no sistema imune e durante o crescimento e o desenvolvimento, como quando os neurônios emitem longas projeções que devem crescer do eixo central do corpo para as extremidades distais. - As moléculas de adesão celular (CAMs, do inglês, cell adhesion molecules), conhecidas inicialmente pelo seu papel na adesão célula a célula, atualmente foi reconhecido que atuam como receptores na sinalização célula a célula. - As CAMs estão unidas ao citoesqueleto ou a enzimas intracelulares. Por meio dessas ligações, as CAMs transferem sinais em ambas as direções através das membranas celulares. SINAIS PARÁCRINOS E AUTÓCRINOS - Um sinal parácrino é uma substância química que atua sobre as células vizinhas daquela célula que secretou o sinal. Um sinal químico que atua sobre a própria célula que o secretou é chamado de sinal autócrino. Em alguns casos, uma molécula pode atuar tanto como um sinal autócrino quanto parácrino. - As moléculas sinalizadoras parácrina e autócrina chegam até suas células- alvo por difusão através do líquido intersticial. Pelo fato de a distância ser um fator limitante para a difusão, o alcance efetivo dos sinais parácrinos é restrito às células vizinhas. - Um bom exemplo de molécula parácrina é a histamina, uma substância química liberada por células danificadas. Quando você se arranha com um alfinete, o vergão vermelho que surge é devido, em parte, à liberação local de histamina a partir do tecido lesado. - A histamina atua como um sinal parácrino, difundindo-se para os capilares nas áreas próximas da lesão e tornando-os mais permeáveis aos leucócitos e aos anticorpos plasmáticos - Várias classes importantes de moléculas atuam como sinalizadores locais. As citocinas são peptídeos reguladores, e os eicosanoides são derivados lipídicos que atuam como moléculas sinalizadoras parácrinas e autócrinas. A COMUNICAÇÃO DE LONGA DISTÂNCIA PODE SER ELÉTRICA OU QUÍMICA - Todas as células do corpo podem liberar sinais parácrinos, mas a maior parte da comunicação de longa distância entre as células é realizada pelos sistemas endócrino e nervoso. O sistema endócrino comunica-se usando hormônios, sinais químicos que são secretados no sangue e distribuídos por todo o corpo pela circulação. - Os hormônios entram em contato com quase todas as células do corpo, mas apenas aquelas com receptores para o hormônio são células-alvo. - O sistema nervoso utiliza uma combinação de sinais químicos e elétricos para a comunicação de longa distância. Um sinal elétrico percorre uma célula nervosa (neurônio) até que alcance a extremidade dessa célula, onde é traduzido em um sinal químico secretado pelo neurônio. - Substâncias químicas secretadas pelos neurônios são chamadas de moléculas neurócrinas. Se uma molécula neurócrina se difunde do neurônio através de um estreito espaço extracelular até uma célula-alvo e tem um efeito de início rápido, ela é denominada neurotransmissor. - Se uma substância neurócrina atua mais lentamente como um sinal autócrino ou parácrino, ela é denominada neuromodulador. Se uma molécula neurócrina se difunde para a corrente sanguínea sendo amplamente distribuída pelo corpo, ela é chamada de neuro-hormônio. - As similaridades entre os neuro- hormônios e os hormônios clássicos secretados pelo sistema endócrino reduzem as diferenças entre os sistemas nervoso e endócrino, tornando-os funcionalmente contínuos (um continuum), em vez de serem dois sistemas distintos. AS CITOCINAS - Podem atuar tanto como sinalizadores locais ou como de longa distância. De início, o termo citocina referia-se apenas aos peptídeos que modulavam as respostas imunes, contudo, nos últimos anos, essa definição se tornou mais abrangente, incluindo vários peptídeos reguladores. - A maioria desses peptídeos compartilhamuma estrutura similar de feixes de quatro ou mais -hélices. As famílias de citocinas incluem interferons, interleucinas, fatores estimuladores de colônia e fatores de crescimento. - As citocinas são associadas principalmente a respostas imunes, como a inflamação, mas elas também controlam o desenvolvimento e a diferenciação celular. Durante o desenvolvimento e a diferenciação, as citocinas geralmente funcionam como sinalizadores autócrinos ou parácrinos. - Diferentemente dos hormônios, as citocinas não são produzidas por células epiteliais especializadas. Em vez disso, qualquer célula nucleada pode secretar citocinas em algum momento da sua vida. - As citocinas são produzidas sob demanda, de acordo com a necessidade, diferentemente de proteínas ou peptídeos hormonais, que são produzidos previamente e estocados em células endócrinas até que sejam usados. - Contudo, a distinção entre citocinas e hormônios muitas vezes não é clara. Por exemplo, a eritropoietina, a molécula que controla a síntese dos eritrócitos, é por tradição considerada um hormônio, mas funcionalmente se encaixa na definição de uma citocina.
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