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PRATICAS VETERINÁRIAS II NICOLLE CARDOSO CONTENÇÃO FÍSICA EM CÃES E GATOS A contenção é o confinamento forçado temporário para permitir a realização de procedimentos na rotina clínica. Com o objetivo de restringir tanto quanto possível, a atividade física do animal, permitindo seu manuseio de forma a não machucar e nem permitir que as pessoas envolvidas no procedimento venham a se machucar. - Motivos que temos para estudar a prevenção de medo e ansiedade: Quando nos formamos, temos o compromisso de garanti o bem-estar emocional do paciente, igualmente em relação ao bem-estar físico dos animais sob os cuidados do veterinário. Reduzimos o risco de acidentes, tudo que causa um dano físico ao animal e pessoas a sua volta. Melhora o vínculo entre médico, paciente e tutor, trazendo mais segurança e confiança no atendimento. - Princípios básicos: Ter calma e tranquilidade, evitar movimentos bruscos e violentos: alguns gestos e comportamentos podem assustar o animal e deixando o procedimento que deve ser realizado mais complicado. A pessoa que executa um procedimento precisa se concentrar na sua tarefa: ex.: se estiver coletando sangue, não deve se preocupar com a contenção do animal, ter uma boa comunicação com pessoa que está nessa função para deixar o animal contido até o fim da coleta para que não haja acidente. Diferentes métodos de acordo com cada animal e seu temperamento: nenhum animal é igual ao outro, cada um possui a sua personalidade. Mesmo os animais mais dóceis em casa podem ser mais agressivos ao receber estímulos dolorosos ou serem submetidos a situações de medo, ansiedade e estresse: muitos animais associam a esses procedimentos como perigo. Perguntar para o tutor como é o temperamento dele em consultas caso já tenha ido, pode ajudar o MV a ter um melhor método para tratar o animal. - Influencia do ambiente clínico-hospitalar Sons estranhos, pessoas estranhas, outros animais e odores, podem trazer lembranças de experiências prévias para o animal. Animais calmos e dóceis em casa podem se tornar mais agressivos durante a consulta e procedimentos. Pode haver o “efeito jaleco branco”, que é quando o animal já foi ao veterinário e relaciona o jaleco branco com algo ruim. - Problemas decorrentes das contenções Contusões e traumatismos Hiperventilação, hipoxemia, parada cardiorrespiratória. Hipertermia, hiperglicemia, hipertensão, vômito, estresse emocional, sialorreia. Jamais conter um animal dispneico PRATICAS VETERINÁRIAS II NICOLLE CARDOSO - Equipamentos para contenção Coleira em laço: útil para transportar um animal que não se sabe se é dócil ou não; cuidado para não provocar estrangulamento; jamais deixar um animal solto ou amarrado com a coleira em laço sem supervisão. Cambão: última alternativa para capturar um cão ou gato que não se deixa tocar, que está em fuga ou para permitir a aplicação de um sedativo; cuidado para não provocar estrangulamento; jamais usar na frente do tutor; manter o corpo longe do animal e estar preparado para uma reação violenta. Luvas de couro: útil para pegar gatos e cães pequenos muito agressivos se outros métodos falharam; proteção contra mordidas. Bolsa felina (“cat bag”): usada para prevenir arranhões durante procedimentos, permitindo exposição de diferentes partes do corpo. Mordaça x Focinheira: disponíveis em diferentes materiais; gera submissão e colaboração em muitos animais; sempre retirar o equipamento após o uso. Colocação da focinheira: abordagem por trás ou pela lateral; escolher o tamanho adequado e fixar de maneira segura atrás das orelhas; lembrar que ainda há possibilidades de arranhões. Cobertores/toalhas: cria uma barreira visual; barreira de proteção para ajudar a evitar mordidas e arranhões, melhor contenção para felinos; também pode ser útil em cães pequenos. PRATICAS VETERINÁRIAS II NICOLLE CARDOSO Colar elisabetano: Utilizado para prevenção de auto traumatismos, mas também auxiliar na contenção; ideal é que fique firmemente preso ao pescoço e se projetando 2 dedos a frente do focinho. - Postura corporais de cães - Prevenção de medo e ansiedade em cães Cooperação depende das experiências prévias da abordagem e do grau de desconforto gerado pelo procedimento. Treinamentos prévios (ex.: uso de focinheira, transporte) Ambientes com tons suaves e iluminação indireta. Olfato e audição são muitos importantes. Aproximação com tom de voz suaves, se informar com o tutor sobre o temperamento do animal. Passar a mão no dorso, deixar cheirar as costas da mão, facilitar na confiança com contato lateral. Evitar contato visual direto e movimentos súbitos (principalmente em cães com sinais de medo e ansiedade) O manuseio dos pés, orelhas, cauda e abdome é socialmente invasivo do ponto de vista do animal. Cuidado com animais com dores crônicas, cegos; Examinar em local confortável; Cães porte grande/gigante talvez sejam melhor examinados no chão; Uso de brinquedos no consultório; PRATICAS VETERINÁRIAS II NICOLLE CARDOSO TIPOS DE CONTENÇÃO - Contenção em estação/Posição quadrupedal: usado em exames físicos completo, aplicação de medicações, raspado de pele, coleta de sangue; o grau de pressão varia de acordo com o grau de colaboração do animal; pode haver dificuldade em controlar os membros. - Contenção do cão sentado: Indicada para procedimentos como coleta de sangue, exame físico, aplicação de medicamentos; cuidado com cães com dores nos membros pélvicos e/ou coluna. - Contenção de cabeça: facilita os exames ou administrações pelas vias oral, ótica, oftalmológica e nasal; cão pode entrar em pânico pois a boca fica fechada e não consegue ofegar. - Contenção em decúbito: pode ser esternal – quando o esterno do animal fica em contato com a mesa, e decúbito lateral – quando um dos lados do animal fica em contato com a mesa. Indicadas para exames por imagem, coletas de sangue e aplicações de medicamentos. CONTENÇÃO FÍSICA EM GATOS - Expressões corporais - Expressões faciais PRATICAS VETERINÁRIAS II NICOLLE CARDOSO - Prevenção de medo e ansiedade em gatos Separar de cães na sala de espera em um local calmo e isolado, deixar a caixinha de transporte no chão. Verificar se está tudo fechado ao redor e se não há rotas de fuga Deixe-o a vontade para sair da caixa inicialmente, se possível desmonte a parte superior da caixa, ou peça ao dono para retirá-lo; Nunca lutar ou usar força com o animal Se não for possível manipular utilizar contenção química. Considerar o uso de feromônios no ambiente Mesa de material agradável para o gato Remover cheiro de outros animais, lavar bem a mãos. Carinho na cabeça/pescoço/nariz Evitar manipulação excessiva CONTENÇÕES Com toalha Em estação Em decúbito esternal Sentado Em decúbito lateral PRATICAS VETERINÁRIAS II NICOLLE CARDOSO NUNCA utilizar contenção por esticamento - Cuidados adicionais Jamais deixar o animal solto sobre uma mesa (negligência) Não tenha vergonha de pedir ajuda em uma contenção Sempre avisar a equipe de tiver prestes a perder o controle do animal
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