Leis Orgânicas do SUS (8 080 e 8142) - Resumo

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- Considerada uma das Leis Orgânicas da Saúde;LEI 8.080
- Esta lei vem para regulamentar o SUS – organização e funcionamento dos serviços do sistema;
- Detalha ações de promoção, proteção e recuperação da saúde;
Disposições Gerais
- Saúde como direito de todo cidadão e dever do Estado;
- Dever do Estado: ações executadas por meio de políticas de saúde visando sempre reduzir os riscos e que deve conferir caráter universal e igualitário em seu acesso;
- O dever do Estado não exclui o dever das pessoas, da família, das empresas e da sociedade;
Disposições Preliminares
- Conceito do SUS e sua constituição;
- Conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas (federais, estaduais e municipais) seja de maneira direta ou indireta por esse poder público;
- Serviços de prevenções, promoção, assistência direta, tratamento, diagnóstico, reabilitação...;
- Iniciativa privada pode participar de maneira COMPLEMENTAR;
- Instituições públicas de controle de qualidade – ANVISA;
- Instituições públicas de pesquisa e produção de insumos, medicamentos, sangue, hemoderivados etc. – FIOCRUZ, Evandro Chagas. Ex: coquetel de AIDS;
Objetivos e Atribuições do SUS
1 – Identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde
- As ações no âmbito do SUS devem ser direcionadas a identificar o que condiciona e determina a saúde da população;
2 – Formulação de política de saúde destinada a promover redução de riscos de doenças e outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário
- Os profissionais de saúde também devem participar desse processo de acesso;
3 – A assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada de ações assistenciais e das atividades preventivas;
4 – Campos de Atuação do SUS
- Vigilância Sanitária: conjunto de ações de saúde que tem o objetivo e capacidade de eliminar, reduzir e prevenir os problemas sanitários. Produção e circulação de bens (restaurantes, indústrias...) e prestação de serviços de saúde (academias, clínicas, laboratórios, hospitais, UBS...);
- Vigilância epidemiológica: conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou a prevenção dos fatores condicionantes e determinantes da saúde com a finalidade de recomendar e adotar medidas de controle e prevenção das doenças. Ex: covid – uso de máscaras, distanciamento social...;
- Saúde do Trabalhador: ações que promovam proteção e promoção da saúde do trabalhador através das vigilâncias anteriores, assim como visa a recuperação e a reabilitação desses trabalhadores submetidos aos riscos e agravos pelas condições de trabalho;
- Ações de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
- Vigilância nutricional e orientação alimentar;
- Colaboração na proteção do meio ambiente;
- Fiscalização e controle de serviços, produtos e substâncias de interesse da saúde;
- Incremento no desenvolvimento científico e tecnológico;
- Fiscalização e inspeção de bebidas, alimentos e água;
- Formulação e execução da política de sangue e seus derivados – HEMOCENTRO totalmente regulado pelo SUS;
- Saneamento básico;
- Fiscalização de substâncias psicoativas, tóxicas e radioativas;
Princípios e Diretrizes do SUS
- UNIVERSALIDADE: acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;
- INTEGRALIDADE: prestar todas as ações de saúde para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;
- PRESERVAÇÃO DA AUTONOMIA: defesa da integridade física e moral do indivíduo. O usuário possui autonomia e o profissional de saúde deve garanti-lo;
- IGUALDADE: na assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
- DIREITO À INFORMAÇÃO: informação às pessoas assistidas sobre sua saúde;
- DIVULGAÇÃO DAS INFORMAÇÕES: quanto ao potencial dos serviços de saúde e sua utilização pelo usuário. Ex: fluxo de pacientes, leitos...;
- UTILIZAÇÃO DA EPIDEMIOLOGIA: para o estabelecimento de prioridades, desenvolver ações de saúde, alocação de recursos e orientação programática;
- PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE;
- DESCENTRALIZAÇÃO: autonomia de cada esfera de governo;
- REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO: construção das regiões de saúde e hierarquização dos serviços (organização das redes em níveis de complexidade);
Organização, direção e gestão
- O SUS deve ser organizado de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade;
- A gestão deve ser tripartite – 3 esferas do governo;
- Ministério da Saúde (UNIÃO), Secretarias Estaduais e Secretarias Municipais;
- Na organização, os municípios poderão constituir consórcios – pactuações entre os gestores dos municípios para serviços de saúde;
- Distritos sanitários: divisões territoriais que dividem os serviços de saúde para as comunidades;
COMISSÕES INTERGESTORAS BIPARTITE E TRIPARTITE
- São os foros de negociação e pactuação entre os gestores quanto aos aspectos operacionais do SUS;
- Representantes de cada esfera;
- Decidir sobre aspectos operacionais, financeiros, administrativos da gestão compartilhada do SUS;
- Definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal;
- Fixar diretrizes sobre: regiões de saúde, distrito sanitário, integração de territórios;
CONASS E CONASEMS
- CONASS: Conselho Nacional de Secretários de Saúde – secretários estaduais do Brasil;
- CONASEMS: Conselho Nacional dos Secretarias Municipais de Saúde;
- Esses conselhos estão juntos aos gestores, tentando desenvolver melhores ações de saúde;
DEVERES DAS ESFERAS
UNIÃO – define e coordena;
ESTADO – coordena, e em caráter complementar, executa;
MUNICIPIO – executar serviços;
Serviços Privados no SUS
- A assistência à saúde é LIVRE à iniciativa privada;
- Deve ser COMPLEMENTAR e respeitar os preceitos éticos;
- Vedada a participação direta ou indireta de empresas/capitais de estrangeiros;
- Convênios: estabelecido entre o sus e a instituição privada – oferecimento de serviços de saúde em seus estabelecimentos. As filantrópicas possuem preferência nesse quesito;
Recursos Humanos
- A organização dos recursos humanos em todos os níveis de ensino faz parte da atuação do SUS;
- Os serviços públicos que integram o SUS compõem um campo de ensino e pesquisa;
- Além de elaborar programas de permanente aperfeiçoamento pessoal das equipes;
Financiamento
- Todo o financiamento do SUS provém da SEGURIDADE SOCIAL – contribuição por meio de imposto;
- Ajuda, contribuições, donativos, doações;
- Alienações patrimoniais e rendimentos de capitais;
- Taxas, multas, emolumentos, e preços públicos arrecadados no âmbito do SUS;
- Rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais;
- Todo recurso enviado para o SUS deve ir para uma conta especial em cada esfera – FUNDO DA SAÚDE;
- Há fiscalização desse uso do recurso pelos Conselhos de Saúde
- Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre seus recursos financeiros;LEI 8.142
- A participação da comunidade se dá de duas formas: conferências de saúde ou conselhos de saúde;
- Nesses espaços é onde se pode cobrar ações e políticas;
Conferências de Saúde
- Acontece a cada 4 anos com as representações de cada segmento social;
- Propor diretrizes e políticas e é aberto a todos;
- Municipais, estaduais e nacionais;
- Nos estaduais, delegados do município levam suas propostas e no nacional leva-se as propostas de cada estado;
Conselhos de Saúde
- Caráter permanente – está acontecendo durante todo o ano;
- Deliberativo – possui poder de decisões e controles;
- Participantes: 50% usuários, 25% profissionais de saúde e 25% gestores;
- Municipal, estadual e nacional;
- Está aberto a todos mas há a representações de cada segmento social;
- Exemplos: CONASS E CONASEMS (compostas só por gestores);
- Representação dos usuários – paritária – a metade do conselho é só dos usuários;
Financiamento
- FUNDO NACIONAL DE SAÚDE (FNS) – conta especial;
- Esse fundo é direcionado para custear todas as despesas a nível nacional do Ministério da Saúde;
- LEI ORÇAMENTÁRIA: aprovada de acordo com recurso quehá no fundo;
- O recurso deve ser utilizado de acordo com o Plano Quinquenal – cada gestor deve fazer esse plano a cada 5 anos e utilizar os recursos para os investimentos previstos nesse plano;
- Para o município e o estado receber o recurso do Fundo, estes devem possuir seus próprios fundos, devem possuir seus conselhos de saúde, planos e relatórios de gestão do uso dos recursos;
- O estado e o município devem ter sua contrapartida – colocar seu próprio recurso para saúde;
- Todo município e estado devem ter Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) para seus funcionários públicos;