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Gabriela Guimarães Sousa - ICT - Seminário de Casa II

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Módulo Incidência e Crédito Tributário
SEMINÁRIO II - CRÉDITO TRIBUTÁRIO, LANÇAMENTO E ESPÉCIES DE LANÇAMENTO
ALUNA: GABRIELA GUIMARÃES SOUSA
QUESTÕES
1.	Considerando os conceitos de norma, incidência e crédito tributário, responda: 
	a) Que é lançamento? Definir o conceito especificando: quem pode lançar, se é ato ou procedimento e qual a sua finalidade.
O lançamento consiste em um ato praticado pelo agente administrativo (ou seja, é ato administrativo), quando verificado que ocorreu no mundo fenomênico um evento, que tenha sido descrito anteriormente no antecedente da regra matriz de incidência tributária (hipótese), formalizando em linguagem jurídica e transformando este evento (situação ocorrida no mundo factual) em fato jurídico tributário, fazendo com que nasça a obrigação jurídica tributária. Isso porque, uma vez ocorrida a situação descrita no antecedente da RMIT, será possível individualizar o sujeito ativo e passivo, bem como o valor de tributo a ser paga (critério quantitativo da RMIT). Assim, temos que a finalidade do lançamento é, logicamente, a criação da norma individual e concreta. 
Portanto, indo de encontro ao que prevê o art. 142, do CTN, entendo que o lançamento é ato administrativo, motivo pelo qual apenas a Administração Pública, enquanto agente da atividade administrativa, pode realizar referido ato. Importante destacar que o lançamento pode até ocorrer após um procedimento, como consequência dele, mas também pode ocorrer de forma isolada, motivo pelo qual o procedimento não faz parte da essência do lançamento, não é determinante para a sua natureza jurídica. 
	
	
	b) É correto afirmar que o lançamento tributário se apresenta em três espécies? Se positiva a resposta, qual o critério que orienta tal classificação, ou seja, o que diferencia uma espécie da outra?
		Em conformidade com as premissas da questão anterior, o lançamento é, essencialmente, um ato administrativo. Assim, entendo que não existem três espécies de lançamento, conforme pretende o CTN que, em seus artigos 147 a 150, prevê que haveria o lançamento de ofício, lançamento misto ou por declaração e lançamento por homologação, levando-se em consideração a colaboração do administrado para ser constituído o lançamento. 
	O CTN entende que o lançamento de ofício é aquele em que todos os atos preparatórios seriam efeitos exclusivamente pela autoridade administrativa, sem que haja qualquer participação do administrado. Já o lançamento misto (por declaração) seria aquele em que o sujeito passivo ou terceiro fornece informações sobre matéria de fato indispensáveis para que a Administração Pública possa efetivar o lançamento. Por fim, o lançamento por homologação seria aquele efetivado exclusivamente pelo particular, cabendo ao Fisco apenas homologar os atos praticados por ele. 
	Ora, discordo de que existam estas três espécies de lançamento, tendo em vista que lançamento é ato jurídico administrativo e como tal somente pode ser praticado pela Administração Pública. Tais “modalidades” de lançamento previstas no CTN, nada mais são que normas de procedimento específicas, sendo que o lançamento não é o procedimento, mas sim o ato que pode resultar deles. 
	
	c) O chamado lançamento por homologação é efetivamente lançamento? E o lançamento por declaração?
Não, o chamado lançamento por homologação não é efetivamente lançamento. Tampouco o lançamento por declaração. Conforme dito na questão anterior, ambos são espécies de procedimento, em que o particular (contribuinte, responsável ou terceiro) contribui de alguma forma para que a Administração Pública possa ter todos os elementos que necessita para lançar o tributo. 
	d) O lançamento tem eficácia declaratória e/ou constitutiva? O que é declarado e/ou constituído? Quando isso ocorre?
Conforme dito no item “a”, o lançamento tem como finalidade a criação da norma individual e concreta. Ou seja, referido ato administrativo insere norma individual e concreta na ordem jurídica. Tal norma tem como antecedente o fato jurídico tributário e como consequente a formalização do vínculo obrigacional tributário. 
Dessa forma, em relação ao antecedente, o fato jurídico tributário, entendo que haverá uma eficácia declaratória, pois se trata da conversão em linguagem competente de um evento já ocorrido no mundo factual, ou seja, referido fato é declarado. Já em relação ao consequente da norma individual e concreta, entendo que haverá uma eficácia constitutiva, pois estaremos diante do efeito decorrido do fato jurídico, haverá a formação de um vínculo obrigacional de natureza tributária,
Assim, entendo que, por ser a finalidade do lançamento a constituição de norma individual e concreta, o lançamento tem eficácia essencialmente constitutiva, pois forma a obrigação tributária, definindo quem é sujeito passivo e ativo, bem como o objeto da prestação (o tributo). 
	e) Confrontar as noções de tempo no fato e tempo do fato.
		Tempo no fato é o momento em que ocorreu o evento no mundo fenomênico, é de fato quando ocorreu um fato específico. Já o tempo do fato (posterior ao tempo no fato), tem a ver com a subsunção do fato ocorrido no mundo fenomênico à norma jurídica, ou seja, é o momento em que ele é vertido em linguagem competente, fazendo nascer a norma individual e concreta. 
	f) O que é erro de fato e erro de direito? E mudança de critério jurídico? 
		Em regra, para o Direito Civil, erro é a falsa percepção da realidade, assim, erro de fato seria a descrição “incorreta” de um evento ocorrido no mundo factual. Em contrapartida, erro de direito tem a ver com o erro no enquadramento legal do fato, ou seja, aplica-se ao fato uma norma, enquanto, na verdade, dever-se-ia aplicar outra. Por fim, mudança do critério jurídico é a mudança na interpretação da norma jurídica. 
2.	Dado o auto de infração fictício (anexo I), pergunta-se:
	a) Identifique as normas individuais e concretas veiculadas no respectivo auto de infração;
	1ª Norma Individual e Concreta: ato de lançamento
	Dado o fato de ter realizado operações de circulação de mercadorias (critério material) com a saída de mercadorias no dia 01/01/2008 (critério temporal) no Estado de São Paulo (critério espacial), deve ser que a empresa Bate o Pé Indústria LTDA (sujeito passivo) está obrigada a recolher à Fazenda Estadual paulista (sujeito ativo) o valor de R$ 11.599,29 (critério quantitativo – base de cálculo: 64.440, 48 e alíquota de 18%). 
	2ª Norma Individual e Concreta: norma sancionatória (ato de imposição de multa de ofício
	Dado o fato da não formalização do crédito tributário e do não pagamento do tributo em tempo hábil (ilícitos tributários – dever instrumental + não pagamento do crédito tributário) deve ser que a empresa Bate o Pé Indústrias e Calçados LTDA está obrigada a pagar a Fazenda Pública Estadual paulista a multa no valor de R$ 5.799,64.
	
	3ª Norma Individual e Concreta: norma – ato de imposição de imposição de juros moratórios 
	Dado o fato do atraso no pagamento do tributo devido deve ser que a empresa Bate o Pé Indústrias e Calçados está obrigada a pagar à Fazenda Estadual paulista os juros de mora no valor de R$ 1.275,92. 
	b) Confronte as noções de (i) auto de infração – documento, (ii) ato administrativo de imposição de multa, (iii) ato administrativo de lançamento e (iv) ato de notificação;
O ato administrativo de lançamento pode ser entendido como um instrumento pelo qual o agente administrativo introduz no ordenamento jurídico uma norma individual e concreta que irá constituir formalmente o crédito tributário. É dizer que o ato administrativo de lançamento constrói uma norma individual e concreta na qual o antecedente é composto pela descrição de um evento ocorrido no mundo factual que se enquadra na RMIT, sendo possível o nascimento do fato tributário. O ato de lançamento formaliza a existência do crédito tributário ao formalizar a obrigação tributária, sendo que ambos possuem a mesma natureza jurídica. 	
O ato administrativo de imposição de multa introduz norma individual e concreta, na qual é verificada aaplicação de uma sanção a quem tenha violado um preceito de conduta obrigatória. Desse modo, o sujeito em questão teria praticado um ilícito tributário. Tal ato nada mais é que a introdução de uma norma individual e concreta composta no antecedente pela descrição de um fato descrito como ilícito tributário pela lei, tendo no consequente a aplicação de uma sanção, fazendo nascer para o sujeito passivo o dever de cumprir a penalidade a ele imposta. 
O ato de notificação seria o documento pelo qual o Fisco dá ciência ao sujeito passivo de que o crédito tributário foi formalizado, concedendo ao contribuinte ou responsável tributário duas opções: ou impugnar o lançamento realizado pela fazenda Pública ou efetuar o pagamento do tributo no prazo assinalado no ato de notificação. Ou seja, referido ato é o ato de aperfeiçoamento do ato de lançamento, ao dar ciência ao administrado que o crédito tributário está formalizado. 
Por fim, temos o auto de infração, que seria o documento pelo qual se introduz a norma individual e concreta que visa impor ao sujeito passivo da obrigação tributária uma providência sancionatória pelo descumprimento de uma norma obrigatória prevista no consequente do ato-norma de lançamento tributário, que constitui o direito subjetivo do Fisco e o dever jurídico do administrado. 
	c) Em sua opinião, em que instante nasce a obrigação tributária? E o crédito tributário? E, a multa tributária? Que significa “constituição definitiva do crédito”?
		Entendo que a obrigação tributária nasce no instante exato em que ocorre o fato gerador do tributo, ou seja, no instante em que ocorre o evento previsto na hipótese de incidência da RMIT. Assim, o crédito tributário, objeto da obrigação tributária, nasce juntamente com ela, já a multa tributária, nasce no momento em que ocorre seu fato gerador (instante em que o sujeito passivo prática a ação/omissão prevista como infração na lei). 
		“Constituição definitiva do crédito” tem a ver com decisão administrativa irreformável e a decisão judicial transitada em julgado, ou seja, decisões das quais não cabem mais recursos. 
3.	Empresa XXX, contribuinte de IPI, declara e formaliza seus créditos e débitos, compensa tais valores (não-cumulatividade) e, de acordo com a lei, realiza o pagamento do saldo devedor conforme discriminado abaixo:
	Posteriormente, o Fisco Federal glosa os créditos de IPI utilizados pela empresa devedora, sem, contudo, efetuar o lançamento de qualquer valor a título de tributo. Em seguida, encaminha para inscrição na dívida ativa os valores não pagos em razão do aproveitamento indevido dos créditos (R$ 200.000,00), pois entende não ser necessário o lançamento de ofício. Esses valores, por sua vez, são acrescidos das penalidades que o Fisco entende cabíveis, além dos juros de mora. Na sua opinião, está correto o proceder da Fazenda? Ainda, o aproveitamento de créditos da não-cumulatividade pode ser equiparado a pagamento antecipado? A glosa, por sua vez, resultaria em não pagamento? Justifique sua resposta (Vide anexo II e III).
		O crédito tributário, que nada mais é que a pretensão do Fisco de cobrar o valor devido a título de tributo do contribuinte, surge com a formação da norma tributária individual e concreta. Conforme dito em questões anteriores, o lançamento não á o único meio hábil a inserir referida norma no ordenamento jurídico, a declaração do contribuinte também o é. Dessa forma, a partir do momento em que o contribuinte declara e formaliza seus débitos, norma tributária individual e concreta é inserida no ordenamento jurídico, surgindo também a pretensão do Fisco. Por este motivo, entendo que está correto o proceder da Fazenda Pública, já havia pretensão, não é necessário o ato administrativo de lançamento. 
		Entendo que o aproveitamento de créditos da não-cumulatividade não pode ser equiparado a pagamento antecipado. Isso porque, o aproveitamento de créditos da não-cumulatividade ocorre quando da formação do crédito tributário, é levado em conta para o cálculo do quantum devido pelo contribuinte. Já o pagamento antecipado ocorre após a formalização do crédito, após a constituição da norma individual e concreta. São duas situações que ocorrem em dois momentos distintos. 
		
4.	Com relação ao lançamento por homologação, pergunta-se:
	a) Que é homologação? O que se homologa: (i) o pagamento efetuado antecipadamente; (ii) a norma individual e concreta posta pelo contribuinte; ou (iii) ambos? Justifique sua resposta.
		Entendo que a homologação, enquanto selo confirmatório do Fisco acerca do débito fiscal instituído pelo contribuinte, é ato de fiscalização da Administração Pública visando zelar pelo seu interesse, verifica se o contribuinte/responsável tributário agiu corretamente, ao fornecer a declaração e constituir o crédito tributário. Assim, a homologação seria mais um ato de controle de legalidade que o fisco pratica, visando revisar os atos que lhe dizem respeito. 
		Portanto, entendo que o que se homologa é tanto a norma individual e concreta posta pelo contribuinte, bem como o pagamento efetuado antecipadamente, afinal, o Fisco deve fiscalizar ambos os atos. 
	b) Quando se verifica a homologação expressa? Trata-se de ato administrativo? Ainda, é possível revisar-se o ato homologatório expresso? Há no direito positivo a possibilidade de pagamento de tributos sem lançamento?
		Entendo que a homologação expressa consiste no ato administrativo decorrente do exercício de controle de legalidade praticado pela Administração Pública sobre seus atos, visando preservar seu interesse. Ademais, a homologação expressa irá ocorrer quando houver o pagamento antecipado do contribuinte (quando o contribuinte, ao declarar, já recolhe o valor que declarou devido), sendo que este ato administrativo irá resultar no atestado de extinção do crédito tributário. 
		Por ter natureza de ato administrativo, o ato homologatório expresso pode ser sim revisado. Isso porque, dentro os poderes conferidos à Administração Pública, temos o poder de autotutela, que consiste no poder-dever de revogar seus atos quando presentes os critérios de conveniência e oportunidade, bem como no poder-dever de anular seus atos quando eivados de vícios de legalidade. Entretanto, entendo que no caso do ato homologatório expresso, há que se falar apenas em anulação, e não em revogação, tendo em vista que a atividade tributária é vinculada. 
		Por fim, entendo que há no direito positivo a possibilidade de pagamento de tributos sem o lançamento, isso porque, o lançamento não é o único meio previsto em lei pelo qual se formaliza a norma individual e concreta. Assim, através de outros procedimentos, que não são atos de lançamentos, pode o contribuinte declarar e pagar o tributo devido, como, por exemplo, no “lançamento” por homologação (que não tem natureza de ato de lançamento em si, é um procedimento). 
5.	A Lei n. 10.035/00 estabelece que serão executados, nos autos da reclamação trabalhista, os créditos previdenciários devidos em decorrência da decisão proferida pelos Juízes e Tribunais, resultantes de condenação ou homologação do acordo. Pergunta-se: a decisão judicial, cognitiva ou homologatória, constitui o crédito tributário? E, eventuais acordos posteriores entre os litigantes? Há necessidade de lançamento? Como ficam os princípios do contraditório e da ampla defesa? (Vide anexos IV, V e IV).
		A Constituição Federal, ao prever em seu art. 114, VIII, que compete à Justiça do Trabalho executar nos autos da reclamação trabalhista os créditos previdenciários decorrentes da decisão proferida por seus Juízes ou Tribunais, conferiu à sentença condenatória e aos acordos homologados funcionalidade equiparada ao lançamento, uma vez que o título judicial bastará para que o crédito tributário em questão seja exigível pela Administração Pública. Assim, não haverá necessidade do lançamento propriamente dito. 
		Desse modo, em que pese não haver um ato jurídico administrativo típico, tem-se um título executivo judicial, que tem como finalidade o mesmo objetivo dolançamento: introduzir no ordenamento jurídico norma individual e concreta. Ademais, entendo que os princípios do contraditório e ampla defesa restaram preservados, uma vez que no processo judicial o administrado teve meios de defender-se de modo a comprovar que tal tributo ou já havia sido pagou ou não era devido. 
6.	Sobre as hipóteses correlatas às alterações do lançamento, responda:
	a) Há diferença entre erro de direito e mudança de critério jurídico, para fins de revisão do lançamento tributário? Há possibilidade de revisão do lançamento fundado em erro de direito? E em erro de fato? Qualquer erro de fato é suficiente para fundamentar a alteração do lançamento? (Vide anexos VII, VIII e IX).
		Entendo que erro de direito ocorre quando o agente administrativo não constrói a norma individual e concreta, faz uma delimitação equivocada da norma geral e abstrata que deveria ser aplicada no caso concreto, ocasionando um desajuste entre a norma individual e concreta e a regra matriz de incidência tributária que deveria ser aplicado no caso em questão. 
		Por exemplo, em um caso concreto, o agente administrativo entende que o imposto de renda deveria incidir sobre o auxílio creche, todavia, a regra matriz deste tributo tem como critério material o fato de auferir renda, que consiste em acréscimo patrimonial. Ocorre que os valores recebidos a título de auxílio creche possuem natureza indenizatória e, portanto, não representam acréscimo patrimonial, não podendo incidir imposto de renda sobre tal verba. 
		A mudança de critério jurídico ocorre quando há mudança de interpretação da Fazenda Pública sobre os dispositivos jurídico-tributários, como por exemplo, a mudança de entendimento/interpretação acerca da regra matriz de incidência tributária de um determinado tributo. Ainda, dispõe o art. 146, do CTN:
 “a modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.” (grifo meu)
		Dessa forma, entendo não haver diferença entre erro de direito e alteração do critério jurídico, para fins de revisão do lançamento tributário. Além disso, entendo que tais “institutos” não podem ensejar a revisão do lançamento. Nos termos do dispositivo supramencionado (art. 146, CTN), que contempla o princípio da inalterabilidade do lançamento como regra, somente é permitida a revisão do lançamento quando houver a alteração de critério jurídico para os fatos posteriores à mudança deste critério. 
		Já o erro de fato consiste, basicamente, em uma falha cometida pelo agente administrativo que em razão das provas disponíveis introduz, por meio do lançamento, norma individual e concreta que não corresponde à realidade da situação jurídica que deveria ter sido relatada.
 Assim, entendo que o erro de fato pode sim ensejar a revisão de lançamento, quando verificado que a situação jurídica que deve ser introduzida por norma individual e concreta é diferente daquela que foi emitida anteriormente. Entretanto, nem todo erro de fato deve ensejar a revisão do lançamento, aqueles com meras irregularidades, que não prejudicam o fim almejado, não é suficiente para fundamentar a alteração. 
	b) A alteração da base de cálculo, ou da sistemática de apuração do tributo pode ser feita mediante retificação do lançamento? A eleição errônea da base de cálculo, ou da sistemática de apuração configura-se como erro de fato, erro de direito ou mudança do critério jurídico? Tem o condão de acarretar anulação do lançamento? (Vide anexos X, XI e XII)
		A alteração da base de cálculo pode ser feita mediante retificação do lançamento apenas quando fundamentada em erro de fato, em conformidade com a premissa estabelecida no item “a”. Em relação à alteração da sistemática de apuração do tributo, entendo se tratar de mudança de critério jurídico, motivo pelo qual não poderá ser feita mediante retificação do lançamento. Assim, a alteração da base de cálculo fundada em erro de direito e em mudança do critério jurídico não poderá ser feita mediante retificação do lançamento. 
		A eleição errônea de base de cálculo é erro de direito, da mesma forma a ELEIÇÃO errônea da sistemática de apuração também o é (eleição errônea se diferencia da modificação da sistemática tida como correta para apuração, que a meu ver é mudança de critério jurídico). Tais eleições errôneas têm sim o condão de acarretar anulação do lançamento, o que implica na necessidade de novo lançamento para a introdução de nova norma individual a concreta no ordenamento jurídico.

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