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P3 - Bioquímica Fisiológica Bilirrubina - Icterícea * Bilirrubina: mesmo ducto que o do pâncreas, por isso colestase ou um tumor na cabeça do pâncreas que cause estenose do ducto, além de pancreatite, também pode gerar icterícea. FUNÇÕES DO FÍGADO: * Metabólica: síntese, degradação e regulação * Carboidratos, lipídios, protínas, minerais, vitaminas (K fator da coagulação, D absorção do cálcio), hormônios, transaminação de aa. * Metabolização: detoxificaçãode xenobióticos * Hidroxilação, oxido/redução e conjugação (glicuronatos, sulfatos) amônia e uréia (aa → amônia → ureia) * Secretora/ Excretória: * Lipoproteínas, fatores da coagulação e outras proteínas plasmáticas * Bilirrubina, colesterol e ácidos biliares e outros * Armazenamento e outras funções: * Glicogênio, lipídeos, aminoácidos, vitaminas, ferro e outros minerais FORMAÇÃO DA BILIRRUBINA: * Hemácea - hemólise (por enzimas hidrolases) → Hb (com enzimas e outras proteínas, como a mioglobina) → Heme (outro fragmento clivado é a globina) → Bileurdina e libera Fe+2 e CO2 → Bilirrubina livre ou indireta - BI (não conjugada) OBS: Essa bilirrubina livre (não conjugada) é lipossolúvel e transportada pela albumina.Tal BI deve adentrar nos hepatócitos (no fígado haverá proteínas X e Y, as quais farão com que a albumina fique de fora e a BI entre nos hepatócitos → o que se chama de captação). HEMÁCEAS: * As hemácias são formadas na medula óssea e se destinam ao sistema circulatório, circulam por 120 dias e são destruídas (sofrerão hemólise). * * * Muitas hemácias se autodestroem no baço, onde os espaços entre as trabéculas estruturais da polpa vermelha pelos quais devem passar a maioria das hemácias medem apenas 3 µm de largura em comparação com o diâmetro de 8 µm das hemácias. * A ruptura das hemácias libera a hemoglobina, que é fagocitada de imediato pelos macrófagos em muitas partes do organismo, especialmente pelas células de Kupffer, no fígado, e pelos macrófagos no baço e na medula óssea. * A Hb é captada pelo sistema retículo-endotelial sendo transformada pela hemeoxigenase em biliverdina, monóxido de carbono e ferro. * A biliverdina-redutase converte a biliverdina em bilirrubina livre, sendo gradualmente liberada dos macrófagos para o plasma. * A bilirrubina livre, quando chega ao fígado, é recolhida pelos hepatócitos por meio de sistemas proteicos, transportadores de membrana (proteínas X e Y), num processo chamado captação FORMAÇÃO DO GRUPAMENTO HEME: * Succinil-coa (do ciclone krebs) + glicina => ALA atua para formar aminolevulianto => porfobilinogenio => porfirina => protoporfirina + ferro = > heme FORMAÇÃO DA BILIRRUBINA: * Possui grupamento heme - principal substrato = composto químico - 80% desses na hemoglobina. - O grupamento heme é um cromógeno de coloração vermelha, ao passo que a bilirrubina é um cromógeno amarelo/verde. - A bilirrubina livre é lipossolúvel, porém, o suco biliar carrega apenas moléculas hidrofílicas ou anfipáticas. - Para que a bilirrubina possa ser decretada a partir do suco biliar, através da enzima gicuronil transferase será adicionado glucuronil / glicoronil (ácidos glicorônicos/ glicoronídeos) a BL para torna-lá hidrossolúvel. - Função do glucuronil: transformar uma substância lipossolúvel em hidrossolúvel. - A bilirrubina pode se ligar a 1 ou 2 ácidos glicorônicos formando a Bilirrubina Direta ou Conjugada, a qual será mono ou diglucoronídeo. - Será a bilirrubina direta que será excretada nas fezes. 1 P3 - Bioquímica Fisiológica • BT= BD + BI → Normalmente, há o dobro de BI. UROBILINOGÊNIO E UROBILINA: * Urubilinogenio para ser liberado vira urobilina por causa da luz e do O2 atmosférico * O Urobilinogênio é o pigmento incolor formado pela ação da flora bacteriana intestinal (redução saturando as duplas ligações) sobre a bilirrubina que, se reabsorvido pela mucosa intestinal (circulação entero-hepática), volta ao fígado, sendo excretado pelo rim na forma de urobilina. * ︎ A Urobilina é o urobilinogênio oxidado (ganhando uma dupla ligação) pela luz e oxigênio do ar atmosférico. * ︎ O urobilinogênio que não sofreu reabsorção, será reduzido pela flora bacteriana do colo transverso e descendente formando o estercobilinogênio (cor marrom → por conta disso as fezes são marrons). - Se o indivíduo tiver secreção normal de bilirrubina suas fezes serão marrons. Se sua secreção estiver reduzida as fezes serão pálidas. * ︎ Próximo ao reto, o estercobilinogênio é transformado, por oxidação, em estercobilina (pigmento quase preto). Quanto maior o tempo que as fezes permanecem no reto, maior será a produção de estercobilina e maior será a intensidade da cor escura das fezes OBS: • Urobilina sai na urina. Estercobilina sai nas fezes (lembra de esterco). • Principal forma de exceção da bilirrrubina é na forma de estercorrrubina, mesmo que também seja liberada pela urina. • No laboratório, a bilirrubina é fotossensível, é degradada com a luz. Assim, quando vai se dosar bilirrubina deve-se cuidar com a luminosidade. TRANSPORTE CANALICULAR DE BILIRRUBINA: * Gradiente de concentração * Movimento de ânions (no interior da célula) → proteína de transporte de ânion orgânico (gene OATP1 B1 organic-anion-transporting polypeptide) * Transporte ativo * Proteína transportadora: MRP-2 (gene ABC C ATP Binding Cassete TRANSPORTE BILIAR: 2 P3 - Bioquímica Fisiológica Icteríceas: * Neonatal * Adquirida - Pré-hepática - Hepática - Pós-hepática Hiperbilirrubinemia não - conjugada * Predomínio da bilirrubina indireta. * Produção excessiva de bilirrubina devido a hemólise excessiva de eritrócitos. - O excesso de produção de BNC por glóbulos vermelhos doentes → anemia (causas pré- hepáticas). * A reduzida eliminação de BNC por insuficiente captação hepática causada por alteração funcional ou hereditária (causas hepáticas). - Isso quer dizer que não é captada e conjugada para a forma direta haverá o predomínio da BI. * Comprometimento da conjugação hepática: deficiência da B-UGT (problema hepático). Icterícia neonatal Causas: * Problema hepático, por não amadurecimento hepático * Imediatamente ao nascimento (48-72 hs) e nas 2 primeiras semanas o lactente não conjuga bilirrubina com ácido glicurônico em quantidade suficiente para excreção da bile. * A ligação da bilirrubina a albumina é inferior à do adulto - Menor produção de albumina → BI livre a qual irá se depositar nos tecidos. * ß Glicuronidase presente no leite materno (desconjugam os glicuronídios de bilirrubina aumentando a reabsorção de bilirrubina não- conjugada). - Por isso, é comum RN terem icterícea por mais que não sejam imaturos, pois pode ser causada por essa enzima do leite materno * Bilirrubina pode passar da mãe para feto. * Bilirrubina total 4-12 mg/dL (desaparece no 7o dia) * Hiperbilirrubinemia fisiológica. * 40 – 60% em nascidos hígidos. * 80% em prematuros. * Tratamento com luz fluorescente (forma dímeros mais polares). IMPORTANTE: • Doenças Hemolíticas → Produção em excesso de bilirrubina → Icterícia (causa pré hepática) • Se for excesso de produção ou problema na captação ou conjugação o predomínio será da bilirrubina livre (indireta) - Se não capta não conjuga - Se não conjuga, novamente, não haverá direta. • Se for excreção hepática diminuída - por uma oclusão dentro do fígado ou diminuição da secreção biliar, - haverá o predomínio da bilirrubina conjugada (direta) mas também afetará a indireta. • BT= BD + BI • Em condições fisiológicas, há o dobro de BI. • Colúria: excesso de bilirrubina DIRETA na urina. Obrigatoriamente, será da direta, pois a indireta é lipossolúvel, não vai estar na urina. 3 P3 - Bioquímica Fisiológica Icterícia Hemolítica (Pré-Hepática) * Funções excretoras do fígado não são afetadas.︎ * Bilirrubina Formada > Bilirrubina Excretada. * ︎Bilirrubina livre aumenta. * Produção de bilirrubina > capacidade de conjugação com ácido glicurônico. * Lise aumentada de hemácias - Hemólise adquirida (Malária). - Hemólise hereditária (Anemia falciforme, Eritroblastose fetal). Icterícia hepatocelular (Hepática) * Lesão no hepatócito. * Diminuição da captação, conjugação ou excreção da bilirrubina. Importante: - ︎Predomínio da bilirrubina não-conjugada no sangue: captação e conjugação diminuídos. - Predomínio da bilirrubina conjugada: excreção diminuída. - Colúria: excesso da bilirrubida direta na urina. Hiperbilirrubinemia conjugada * Predomínio da bilirrubina direta * Quando mais de 50% da bilirrubina sérica está conjugada. * ︎ Resulta da diminuição da secreção canalicular e/ou drenagem biliar das diferentes formas de bilirrubina conjugada, bem como de outros ânions orgânicos comuns a esse sistema de transporte. * Refluxo, através dos hepatócitos, para a linfa através do espaço de Disse e daí para o plasma. * Filtrada pelo glomérulo junto com outros ânions orgânicos quando há redução de excreção hepatobiliar. ︎ * A icterícia colestérica pode ser diferenciada das demais com base na retenção de todos os componentes da bile e nos efeitos provocados pelo acumulo excessivo de sais biliares. Icterícia obstrutiva (Pós- Hepática) * Obstrução dos ductos biliares ou por Hepatopatia * Velocidade de formação da bilirrubina normal mas esta não tem como chegar ao intestino. ︎ Causas: * Cálculo biliar COLELITÍASE (na ampola de Vater e bolsa de Hartmann) * COLECISTITE (inflamação da vesícula) devido a impactação de calculo no ducto cístico, cistos, hiperplasias no pâncreas, pancreatite e adenocarcinoma ductular (pâncreas) impedem a secreção do suco biliar. * A bilirrubina conjugada retorna a linfa após ruptura dos canalículos biliares e depois para o sangue. * Acolia fecal: fezes claras • Como não forma a estercobilirrubina as fezes são claras → falta de bilirrubina direta no intestino por conta da obstrução. • Quanto mais concentrado → maior o risco de dar calculo Hiperbilirrubinemias genéticas * Predomínio da BL Não conjugadas: - Síndrome de Crigler-Nijjar (Tipo I e Tipo II) → defeito na enzima de conjugação. Aumenta a indireta. Diferença entre 1 e 2 → 1 é ausência total da enzima, levando a uma morte súbita. 2 → a enzima funciona pouco. 4 P3 - Bioquímica Fisiológica - Síndrome de Gilbert → benigna - Síndrome de Kernicterus Síndrome de Crigler-Nijjar * Evolui para lesão neurológica (kernicterus), ausência da atividade da enzima que promove a conjugação da bilirrubina (B–UGT). * Manutenção da albumina plasmática, prevenção de situações hemolítica, de jejum prolongado, de infecções intercorrentes e de esforço físico excessivo (catabolismo excessivo). * Como medida de intervenção imediata utiliza -se exsanguineo transfusão e plasmaferese (retirada da bilirrubina). Utiliza-se fármacos xenobióticos → induzem as enzimas a fazerem uma degradação oxidava da bilirrubina. * Indução do Cit P450, envolvidos na degradação oxidativa da bilirrubina, por certos agentes farmacológicos. Uso de fenobarbital para aumentar a atividade da enzima glicoronil transferase. - Tipo I: Autossômica recessiva, ausência total de bilirrubina- UGT (fatal → morte). - Tipo II: Autossômica dominante, redução menos pronunciada nos níveis hepáticos de bilirrubina- UGT(não-fatal). Para a Síndrome de Crigler-Nijjar tipo II (pois a I é fatal): Evitar: * Situação hemolítica * Jejum prolongado (aumento de bilirrubina) * Malária * Anemia falciforme Recomendável: * Tomar fenobarbital (na I não adianta pois não terá a enzima) Obs: * Pode evoluir para lesão neurológica (kernicterus): como tem o defeito na conjugação, se não conjuga aumenta a indireta. Excesso de bilirrubina livre no cérebro, ausência da atividade da enzima que promove a conjugação da bilirrubina (B–UGT). Síndrome de Gilbert * Benigna * Atividade apenas reduzida não cessada * Mutação no gene da UGT (TA). * Manifesta -se por uma redução do clearance hepático de bilirrubina, causado por uma deficiente captação e/ou conjugação. * Tende aumentar por estresse emocional e físico, fadiga, consumo de álcool (aumenta o catabolismo) ou doença intercorrente e a diminuir por ingestão calórica (diminui o processo catabólico). * Apesar de uma patogenia complicada e pouco esclarecida a doença é facilmente controlada e benigna, razão pela qual não se recomenda qualquer terapêutica Síndrome de Kernicterus * Acúmulo de bilirrubina livre no cérebro * Hiperbilirrubinemia não conjugada que origina disfunção neurológica e pode levar a morte. * Causa perda auditiva, problemas de visão e retardo mental. Hiperbilirrubinas genéticas conjugadas - Síndrome de Dubin-Johnson - Síndrome de Rotor 5 P3 - Bioquímica Fisiológica Síndrome Dubin-Johnson - conjugada * Autossômica recessiva que causa secreção canalicular deficiente de conjugados de bilirrubina (BG) devido a ausência da proteína transportadora de glicuronídios de bilirrubina (MRP2). * Mutações no gene ABC C2 (ATP Binding Cassete family) que fornece instruções para fazer uma proteína chamada proteína de resistência múltipla 2 (MRP2). Essa proteína atua como uma bomba para transporte de substâncias para fora do fígado, rins, intestino, placenta ou para que possam ser excretados do corpo * Caracteriza–se por hiperbilirrubinemia moderada, não hemolítica. * Além da icterícia, a maioria não apresenta outros sintomas. * Nenhum tratamento é indicado para essa síndrome, uma vez que é considerada benigna. * Carrega também o canal biliar até o duodeno = não apenas o canalícolo biliar Síndrome de Rotor - conjugada * Autossômica recessiva na qual apresenta uma hiperbilirrubinemia conjugada de natureza crônica. * Difere da síndrome de Dubin–Johnson por apresentar alteração na captação hepática e/ou na ligação intracelular de ânions orgânicos no fígado proteína de transporte de ânion orgânico (OATP1B1) * Assintomática e com excelente prognóstico. Classificação das Hiperbilirrubinas: 6 P3 - Bioquímica Fisiológica Alterações do Metabolismo de Carboidratos Diabetes Mélito (DM): Observações: * Apenas a partir de sangue venoso pode-se fazer um diagnóstico de DM. * Com o sangue capilar, apesar de poder quantificar a glicose, não é possível diagnosticar DM. * Diferença entre esses sangues? O sangue capilar é mais diluído (tem mais água). Assim, a glicemia capilar é inferior ao valor real de glicose circulante. * DM não é uma única doença, e sim. Um conjunto de muitas doenças, as quais têm como característica em comum a hiperglicemia * Hiperglicemia pode ser por um defeito na produção ou na secreção de insulina. Classificação da DM: * DM Tipo I: Auto-imune, há destruição das células beta do pâncreas. Antigamente, esta era denominada de Diabetes Insulino Dependente, porém, não se usa mais essa nomenclatura. * DM Tipo II: clássica dos idosos. Inicialmente, ocorre, sobretudo, a uma resistência a ação da insulina. * Posteriormente, na DM tipo II há a possibilidade do paciente parar de produzir insulina, assim, ele precisará injetar insulina. Por conta disso, não pode-se mais dizer que a DM tipo I é a Insulino-Dependente. * Uma pancreatite pode causar diabetes, pois é o pâncreas o produtor de insulina. Dessa forma, um problema nesse órgão pode gerar uma Diabetes Mélito secundária. * Se o corpo criar anticorpos contra a insulina (processo que envolve os linfócitos T e as células Beta do pâncreas) causará diabetes. Insulina: * Insulina, embora não tenha 100aa, é uma proteína. * Produzida nos Ribossomos, com além de suas cadeias iniciais de aa, há a ação de um peptídeo sinalizador e um peptídeo C.OBS: Só há ponte dissulfeto onde houver cisteína. * Importante: apenas proteína e glicose estimulam a produção de insulina pelas células beta do pâncreas. Substâncias que estimulam a produção de insulina: * Açúcar (se for glicose) * Leucina, interleucina (aminoácidos) * Piruvato (advindo do próprio metabolismo do organismo) O que mais aumenta o nível insulínico é ingerir glicose pura, mel. Na natureza, o que mais tem glicose é o mel. Por outro lado, se você comer apenas ácidos graxos, estes não estimularão a síntese de insulina. Relembre metabolismo de aminoácidos: * ATP simboliza riqueza. ADP pobreza. Relembre hormônios: * Cálcio sinalizador extracelular, promove a exocitose, secreção de substâncias como a insulina. Mesma função que o AMPcíclico, AMP3. * Como na Diabetes Tipo II, os sintomas demoram mais para se manifestar, essa DM tem mais riscos. * Tratamento: Sempre considerar MEV (Mudança do Estilo de vida). * Ex de MEV: - Dieta hipocalórica - Exercícios Físicos 7 P3 - Bioquímica Fisiológica Alterações do Metabolismo de Carboidratos Diabetes Mélito (DM): * É um grupo de doenças metabólicas caracterizadas pela hiperglicemia resultantes do defeito de secreção e ou ação de insulina. A. Mediada pelo sistema imune B. Idiopática - OBS: Apenas a partir de sangue venoso pode-se fazer um diagnóstico de DM. * Com o sangue capilar, apesar de poder quantificar a glicose, não é possível diagnosticar DM. * Diferença entre esses sangues? O sangue capilar é mais diluído (tem mais água). Assim, a glicemia capilar é inferior ao valor real de glicose circulante. Classificação da DM: * DM Tipo I: Autoimune. Destruição das células Beta do pâncreas, usualmente levando a deficiência absoluta de insulina. Antigamente era denominada de Diabetes Insulino Dependente. * DM Tipo II: Resistência ou deficiência de insulina, ou ambas. Clássica dos idosos. Posteriormente, na DM tipo II há a possibilidade de o paciente parar de produzir insulina, assim, ele precisará injetar insulina. Por conta disso, não se pode mais dizer que a DM tipo I é a Insulino- Dependente. - Uma pancreatite pode causar diabetes, pois é o pâncreas o produtor de insulina. Dessa forma, um problema nesse órgão pode gerar uma Diabetes Mélito secundária. - Se o corpo criar anticorpos contra a insulina (processo que envolve os linfócitos T e as células Beta do pâncreas) causará diabetes. * DM Gestacional Outros tipos de diabetes: * Defeitos genéticos na função das células β (MODY= diabetes familiar com idade de diagnóstico precoce), na insulina, doenças do pâncreas, endocrinopatias (ex.Acromegalia), drogas deabetogênicas como por exemp lo a Pen tam id i na ( an t i - p ro tozoá r i o ) e glicocorticóides, infecções (citomegalovírus), formas incomuns de diabetes mediada pelo sist. Imune (Ac contra receptor da insulina) e outras síndromes genéticas associadas com a diabetes (ex síndrome de Down). Estrutura da insulina: * Insulina, embora não tenha 100aa, é uma proteína. * Produzida nos ribossomos, além de suas cadeias iniciais de aa, há a ação de um peptídeo sinalizador e um peptídeo C. * Apenas proteína e glicose estimulam a produção de insulina pelas células beta do pâncreas. OBS: Substâncias que estimulam a produção de insulina: * Açúcar (se for glicose) * Leucina, interleucina (aminoácidos) * Piruvato (advindo do próprio metabolismo do organismo) * O que mais aumenta o nível insulínico é ingerir glicose pura, mel. * Na natureza, o que mais tem glicose é o mel. * Por outro lado, se você comer apenas ácidos graxos, estes não estimularão a síntese de insulina. * OBS - Cálcio: sinalizador extracelular, promove a exocitose, secreção de substâncias como a insulina. Mesma função que o AMPcíclico, AMP3. * OBS 2 - Só há ponto de dissulfeto onde houver cistéina. Secreção da insulina: * A insulina é secretada em 3 fases → pré-pró-insulina, pró- insulina e insulina madura. * Incret inas : substânc ias secretadas na reg ião gastrointestinal → GLP-1 – Glucagon like peptídeo (similar ao glucagon). * A glicose estimula a síntese e secreção de insulina. Ação fisiológica da insulina: * Aumenta a entrada da glicose nas células, tornando os tecidos permeáveis a ela. (aumenta a expressão de transportadores de glicose GLUT) * Aumenta a atividade da glicoquinase e, portanto, da fosforilação da glicose em glicose -6-fosfato a qual entra na via glicolítica. * Aumenta a atividade da glicogênio-sintase e, portanto, da glicogênese. * Diminui a atividade da glicose 6- fosfatase, a qual acelera a velocidade de formação da glicose, associada com o decréscimo de formação de glicose - 6- fosfato (gliconeogênese) * Inibe a catabolização dos lipídeos, acelerando sua formação. Origina assim, uma diminuição de ácidos graxos livres circulantes, sendo a insulina, desta forma, um composto anticetogênico. 8 P3 - Bioquímica Fisiológica * Possui ação anabólica sobre o metabolismo das proteínas aumentando a captação de aminoácidos e síntese protéica, diminuindo a gliconeogênese. * Após a ligação da insulina com o receptor há * A insulina aumenta a secreção gênica de GLUT. * NENHUMA membrana celular permite a entrada de glicose sem a presença de uma proteína de transporte. * A insulina é considerada um hormônio anabólico (ANABÓLICO = GÊNESE) * A glicose só sai da célula se for desfosforilada. * Lipase hormônio sensível: enzima que degrada triglicerídeos promovendo a hidrolise e aumentando os ácidos graxos livres. A insulina é ANTILIPOLÍTICA e acaba inibindo essa enzima. * A insulina aumenta a captação de um importante cátion: Potássio → a enzima pode ocasionar hipopotassemia. * No músculo a insulina aumenta a secreção de aminoácidos, como, a miosina. * GLUT 4: captação da glicose mediana APENAS pela insulina * Na maioria dos nossos tecidos, a captação de glicose não necessita de insulina * A insulina estimula a captação de aminoácidos pelo fígado. * O fígado é o órgão do corpo humano que produz mais gordura. * A insulina estimula a síntese de gordura pelo fígado. - OBS:A insulina é um hormônio de natureza proteica, considerado pequeno com cerca de 42 aminoácidos. Ação Fisiológica do Glucagon: * Possui atividade glicogenolítica, devido ao estímulo da adenilciclase no fígado, ocorrendo aumento do AMP cíclico. O AMPc, por sua vez, ativa a proteína quinase, a qual converte a fosforilase b (inativa) em fosforilase a (ativa). A ativação da fosforilase resulta em rápida glicogenólise e aumenta da liberação de glicose pelo fígado. * Estimula a gliconeogênese por aumento da atividade da via metabólica por onde o piruvato é convertido em fosfoenolpiruvato, com formação de oxalacetato como intermediário. * O glucagon estimula a conversão de ácido láctico e aminoácidos em glicose. * Estimula o lactato: glicose → piruvato → lactato * Piruvato → oxalacetato → glicose * O estímulo da gliconeogênese é mediado por uma ativação da lipase hepática pelo AMP cíclico, que produz uma ativação da gliconeogênese pelos ácidos graxos resultantes. * A insulina diminui AMPc cíclico enquanto o glucagon aumenta. * Fosfodiesterase: enzima que inibe a formação do AMPc cíclico. * 90% da gliconeogênese ocorre no fígado, os outros 10% são do rim. * Produtos precursores da glicose: piruvato, lactato, aminoácidos. * Ácidos graxos não se convertem em glicose. * Excesso de ácidos graxos dentro do fígado gera corpos cetônicos → Acetona (volátil), 3-hidroxi butirato e acetaldeído. São resultados de um desvio da rota metabólica de Beta oxidação. * Quanto MAIS glucagon MAIS corpos cetônicos. * A insulina é ANTICETOGÊNICA (quanto mais insulina, menos corpos cetônicos). A insulina é LIPOGÊNICA. * O glucagon estimula a glicogenólise. O glucagon não atua diretamente sobre o tecidoadiposo. * Estímulo do glucagon → hipoglicemia (jejum). Além do glucagon, cortisol e adrenalina também são estimulados por meio da hipoglicemia. * O glucagon é produzido pelas células alfa do pâncreas. Fisiopatologia – Diabetes Tipo 1: * Os marcadores de autoimunidade são os auto anticorpos: anti-insulina, antidescarboxilase do ácido glutâmico (GAD 65), antitirosinafosfatases (IA2 e IA2B) e antitransportador de zinco (Znt). * Associada positivamente ao antígeno leucocitário humano (HLA) do sistema de histocompatibilidade (MHC tipo II): alelos HLA tipo II DRB03/DRB04 detectados por linfócitos T ativados (CD4+). * Entre as principais exposições ambientais associadas ao DM1 estão infecções virais, componentes dietéticos e certas composições da microbiota intestinal. * Diabetes tipo 1 idiopática: alguns casos a etiologia ainda permanece desconhecida, mas apresenta insulinopenia com crises de cetoacidose, e não apresenta característica de autoimunidade, a frequência é baixa, e altamente correlacionada com herança familiar, ocorre mais em africanos e asiáticos. Não apresenta relação com HLA. Fisiopatologia – Diabetes Tipo 2: * Obesidade: por excesso de ingestão alimentar e/ou baixa atividade física levam a uma resistência a insulina; * Estudos epidemiológicos mostram relação dos diabéticos tipo 2 com: - Resistência a insulina - Hiperinsulinemia - Intolerância a glicose 9 P3 - Bioquímica Fisiológica - Obesidade central - Hipertensão - Dislipidemia (altos valores de triacilgliceróis e baixos valores de HDL-colesterol, aumento da LDL pequena) - Aumento de inibidor do sistema fibrinolítico aumentando a formação de coágulos - Aumento de risco a aterosclerose. • OBS: sistema fibrinolítico obstrução → sujeita a formação de trombos, coágulos e aterosclerose. PRINCIPAL ESTIMULADOR DE INSULINA → GLICOSE Patogenia: * DM tipo 1: linfócitos T atacam antígenos nas células beta, diminuindo a secreção de insulina. * DM tipo 2: 1. Resistência à insulina: anomalia na via de sinalização (receptores, intermediarios, GLUT4) 2. Disfunção das células beta: incapacidade de hiperplasia e de compensação secretória. Resistência à insulina (RI): * Os mecanismos envolvidos na redução da função insulínica incluem: presença de antagonistas extracelulares e principalmente defeitos presentes nas células-alvo ao nível dos receptores insulínicos ou da cascata de eventos pós- receptores. * O acúmulo de gordura em outros tecidos, como fígado, músculo e pâncreas, reduz a capacidade do fígado e musculo em metabolizar a glicose, sendo a infiltração gordurosa hepática particularmente relacionada a RI. * Adiposidade central ou gordural visceral: tecido gorduroso hipertrofiado produz citocinas pró inflamatórias que tem ação anti-insulínica. Sítios de Resistência Insulínica: OBS: Se diminuir o IP3: aumenta o cálcio intracelular e a secreção de insulina. Sintomas e Sinais: • Muita sede (Polidpsia) • Excesso de urina (Poliúria) • Emagrecimento (Perda de peso) • Muita fome (Polifagia) • Cansaço • Formigamento nas mãos e pés • Dormências • Peso ou dores nas pernas • Infecções repetidas na pele e mucosas OBS: Se aumentar o nível de glicose no sangue, o que acontece? Movimento osmótico natural, muita água dos tecidos vai para o sangue (menos concentrado para o mais concentrado). Muita urina → perda de eletrólitos e água gerando sede FALTA DE INSULINA → DIABETES TIPO 1 * Capacidade renal de absorção = Limiar renal * Cetonemia = aumento de corpos cetônicos que causa acidose metabólica/ cetoacidose (PH abaixo de 7,35, bicarbonato diminuído, compensação com hiperventilação) → não é presente em diabetes tipo 2 (pois possui insulina). * Incapacidade na utilização periférica da glicose: tanto tipo I, quanto tipo II. * NÃO há como se basear apenas na glicosúria para diagnosticar um diabético, a glicosúria é apenas um exame confirmatório ou monitorar exames de rotina. * Hipotensão gera polidipsia * Falta de insulina = aumento de gliconeogênese Complicações da Diabetes Mellitus: • A glicação das proteinas dos tecidos (formação dos AGES) e outras macromoléculas e o excesso de produção de compostos poliois (aldeídos) a partir da glicose são os mecanismos as quais se produzem danos teciduais (peroxidação lipídica) pela hiperglicemia crônica. • AGES: produtos finais de glicosilação avançada → CAUSAM danos neurológicos, a pessoa perde a sensibilidade de por exemplo responder ao toque de uma panela quente, tendendo a se machucar com mais facilidade. • Músculos e tecido adiposo: tecidos que a glicose não entraria por falta de insulina. • Glicação: a glicose se liga as proteínas de forma descontrolada. Principal causa de doenças vasculares em pacientes diabéticos. - Quanto mais oxigênio mais ERO5 - Quanto mais glicose: mais espécies reativas de aldeído tóxicas • Dificuldade de cicatrização: a principal proteína mais utilizada no processo de cicatrização = colágeno • A mulher geralmente apresenta infecções renais. • Lesões no globo ocular. • A diabetes é a principal causadora das doenças cardiovasculares. 10 P3 - Bioquímica Fisiológica Nefropatia e neuropatia: * Exames requisitados: Dosagem de lipídios séricos (aterosclerose), eletrocardiograma, exames oculares, exames neurológicos (há neuropatia), dosagem de proteína na urina e creatinina no soro, microalbuninúria (indicativo de insuficiência renal), exame de glicose sanguínea e teste oral de tolerância a glicose. * As complicações: nefropatias, neuropatias, DCV e retinopatias são mais comuns na diebetes mellitus tipo 2 do que a tipo 1, pois o os sintomas são inespecíficos. Características Clínicas: * Diebetes Mellitus Tipo I (5-10%) * Maior incidência em crianças, adoslecentes e adultos jovens (latent autoimmune diabetes in adults (LADA). * Início abrupto dos sintomas. * Pacientes magros. * Facilidade para cetose e grandes flutuações da glicemia. * Pouca influência hereditária (risco de 10% com mais de 50 anos para parentes de primeiro grau) poligênica. * Deterioração clínica, se não tratada imediatamente com insulina. Diebetes Mellitus Tipo II (90-95%) * Início insidioso, com sintomas inespecíficos, o que, muitas vezes, retarda o diagnóstico * Obesidade especialmente andróide ou tipo “maça” (RCQ > 1 para homens e RCQ>0,85 para as mulheres) * Forte componente hereditário (40% parentes de primeiro grau) * Idade > 40 anos, embora possa ocorrer em qualquer época. Atualmente tem surgido DM tipo II em crianças e adolescentes, principalmente nas obesas. * Pode não apresentar os sintomas clássicos de hiperglicemia * Complicações crônicas micro e macrovasculares * Não propensão à cetoacidose diabética, exceto em situações especiais de estresse agudo (IAM, sepsis, etc) Métodos e critérios para o diagnóstico da DM: * Atualmente são três os critérios aceitos para o diagnóstico de DM: * O jejum é definido como a falta de ingestão calórica por no mínimo 8 horas; **glicemia plasmática casual é aquela realizada a qualquer hora do dia, sem se observar o intervalo desde a última refeição; ***os sintomas clássicos de DM incluem poliúria, polidipsia e perda não-explicada de peso. Nota: O diagnóstico de DM deve sempre ser confirmado pela repetição do teste em outro dia, a menos que haja hiperglicemia inequívoca com descompensarão metabólica aguda ou sintomas óbvios de DM. * OBS: Etanol e atividade física consomem glicose → reduzem o nível de glicemia * Que exame laboratorial se faz para diferenciar diabetes tipo 1 da 2? * Medir a insulina (diebetes tipo 1 → ausência de insulina), medir peptídeo C (presente na insulina), dosar anticorpos (se tiver anticorpos é a 1). * Teste oral de tolerância a glicose e glicemia em jejum * Glicemia em jejum é o mais utilizado devido a suamaior facilidade. * O Teste oral de tolerância é melhor para detectar pré- diabéticos. Teste de Tolerância a Glicose (TTGO): * Ingestão de 75g de glicose ou 1,75g/kg * No máximo em cinco minutos * Duas coletas: 1. Glicose basal 2. Glicose após duas horas: - ≤140 mg/dl (normal) - 140 e 200 mg/dl (pré-diabetes) - ≥ 200 mg/dl (diabetes) Intolerância à glicose pré-diabético: Diabetes Mellitus Gestacional (DMG): * Diabetes mellitus gestacional (DMG) é a intolerância aos carboidratos diagnosticada pela primeira vez durante a gestação, e que pode ou não persistir após o parto. * Causada pelo aumento dos hormônios da gravidez que tem ação anti-insulÍnica. * Existe um risco de 17% a 63% de desenvolver DM2 dentro de 5-16 anos após o parto. * Ocorre em 1% a 14% de todas as gestações, dependendo da população estudada, e é associada ao aumento da morbidade e mortalidade perinatal. Fatores de risco de DMG: * Idade superior a 35 anos; * Obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual; * Deposição central excessiva de gordura corporal; * História familiar de diabetes em parentes de primeiro grau * Baixa estatura (< 1,5 m); * Hipertensão ou pre-eclampsia na gravidez atual; 11 P3 - Bioquímica Fisiológica * Antecedentes obstetricos de morte fetal ou neonatal, de macrossomia (crescimento fetal excessivo) ou de diabetes gestacional. Diagnóstico Laboratorial - rastreamento da DM gestacional: * Todas as mulheres grávidas * Exceção as com < 25 anos de idade não obesas e sem histórico familiar, mas na primeira consulta. * Glicemia de jejum na primeira consulta do pré-natal ≥ 126 mg/dL diagnostico de DM pré-gestacional. Repetir a glicemia se for ≥ 92 mg/dL DMG. * Todas as gestantes devem realizar um TOTG entre a 24o e 28o semana de gestação. * Diagnóstico Laboratorial: DMG ADA 2012 * Glicemia em jejum 8 h > 92 mg/dl TOTG 75 g glicose: - 1 h > 180 mg/dl - 2 h > 153 mg/dl Aspectos clínicos e laboratoriais da hemoglobina glicada: * A hemoglobina glicada (que e o termo bioquimicamente correto) também é conhecida como hemoglobina glicosilada, glicoemoglobina ou simplesmente A1C. * Em termos de avaliação do controle do diabetes, a fração A1C (HbA1c) é a mais importante e a mais estudada segundo o Diabetes Control and Complications Trial (DCCT) e o UK Prospective Diabetes Study (UKPDS). * Dependendo do método de análise laboratorial, a fração A1C corresponde a cerca de 3% a 5,7% da HbA total em pessoas normais, alcançando até 20% ou mais em diabéticos muito mal controlados. Hemoglobina Glicada – HbA1: * 80% da glicose vai formar a HBA1c, quanto mais glicose mais HBA1c. * HBA1c elevado → indício de diabetes Formação da Hemoglobina Glicada (A1C): SLIDE 42 Recomendações para a determinação da Hemglobina Glicada: * A formação da hemoglobina glicada é diretamente proporcional a concentração de glicose no sangue. * O percentual de hemoglobina glicada reflete o valor integrado da glicose plasmática de 60 a 90 dias anteriores a dosagem. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes SBD 2009: * Freqüência recomendada para os testes de A1C * Os testes de A1C devem ser realizados pelo menos duas vezes ao ano por todos os pacientes diabéticos * Quatro vezes por ano (a cada três meses) por pacientes que se submeterem a alterações do esquema terapêutico ou que não estejam atingindo os objetivos recomendados com o tratamento vigente. Teste de Monitoramento: SLIDE 44 * O teste de hemoglobina glicada (A1C) está agora indicado como um dos parâmetros para o diagnóstico do diabetes e de pré-diabetes * O diagnóstico de diabetes pode ser feito quando o nível de A1C for superior a 6,5%. * Valores entre 5,7% e 6,4% são agora indicativos diagnósticos para pré-diabetes. * Ficam mantidos os demais critérios diagnósticos baseados em testes de glicemia. 12 P3 - Bioquímica Fisiológica * Slide 47, 48 Tratamento da DM: * O tratamento habitual da Diabetes Mellitus abrange uma série de medidas, tais como regime dietético, exercício físico e medicação, seja insulina ou antidiabéticos orais. Tratamento da Diabetes mellitus tipo 1 (DM1): • Insulina com doses variadas 3 a 4 vezes ao dia (basal e prandial). • Terapia de infusão continua de insulina subcutânea (CSII). • MEV (Ex: dieta hipocalórica e exercícios físicos) Tratamento: indicações do DCCT 2012: • Terapia recomendada para o DM1 consiste dos seguintes componentes: 1) múltiplas doses de insulina ou terapia de infusão contínua de insulina; 2) ajuste da dose de insulina de acordo com a ingestão de carboidratos, a glicemia pré- prandial (70-130mg/dl) e a intensidade da atividade prevista; 3) para muitos pacientes, especialmente se a hipoglicemia for um problema, recomenda-se o uso de análogos de insulina (GLP1) Tratamento da Diabetes mellitus tipo 2 (DM2): Tratamento: indicações do DCCT 2012: * À época do diagnóstico do DM2 deve-se iniciar o tratamento com metformina associada a intervenções no estilo de vida, exceto quando a metformina estiver contraindicada. * No DM2 recém-diagnosticado aqueles pacientes bastante sintomáticos ou com elevação considerável da glicemia ou dos níveis de A1C, a terapia insulínica deve ser considerada desde o início do tratamento, associada ou não a outros agentes antidiabéticos. * Caso a monoterapia não-insulínica em doses máximas toleradas não consiga atingir ou manter as metas de A1C em 3 a 6 meses, adicionar um segundo agente oral ou um agonista de receptor de GLP1 ou insulina. * Sempre que as metas de A1C não forem atingidas a intensificação do tratamento está justificada com a adição de outro agente com um mecanismo de ação distinto do tratamento atual Diabetes mellitus Gestacional (DMG): Antidiabéticos Orais: * Sao substancias que, quando ingeridas, tem finalidade de baixar a glicemia e mante-la normal: * Jejum < 100mg/dl Pré-prandial < 100 mg/dl pos- prandial < 160mg/dl. - OBS: Como esse medicamento emagrece, pessoas sem diabetes, às vezes, tomam-o para fins estéticos. Essa atitude errônea pode gerar até morte por conta da hipoglicemia. DM tipo 1 não usa metformina pois como ele não produzinsulina, não faz sentido tomar um medicamento que aumente a produção de insulina. Pr incipal mecanismo de ação dos antidiabéticos orais: * Sulfonilureias (ex. glibenclamida) e glinidas incrementam a secreção pancreática de insulina * Inibidores das alfaglicosidases (ex. acarbose) reduzem a velocidade de absorção de glicídios * Biguanidas (ex. metformina) e Glitazonas (ex. pioglitazona) diminuem a produção hepática de glicose e aumentam a utilização periférica de glicose . 13 P3 - Bioquímica Fisiológica * Nova classe de substancias capazes de aumentar a secreção de insulina apenas no estado de hiperglicemia (inibidores da enzima dipeptidilpeptidase IV ou DPP-4). * Estes novos agentes, também chamados de gliptinas (sitagliptina e vildagliptina), inibem a degradacao do glucagon-like peptide-1 (GLP-1) pela enzima DPP IV, aumentando a vida media do GLP-1, que é uma incretina, hormonio secretado por células endócrinas no intestino delgado. Entre as ações do GLP-1 destacam-se: * Estimulo da síntese e secreção de insulina dependente da glicemia, inibição da secreção de glucagon e retardamento do esvaziamento gástrico Classificação da Insulina: Tratamento: Insulinas: * Existem vários tipos de insulina, com início de efeito, período de concentração máxima e duração do efeito que variam conforme o tipo de insulina. A seleção da mais apropriada ou combinação de diversos tipos dependem da resposta individual ao fármaco, das condições do diabete e dos hábitos do paciente. * NPH (Neutral Protamine Hagedorn) – Conhecida como insulina lenta, foi a primeira aser sintetizada com o objetivo de mimetizar a secreção de insulina basal. * R (Regular) – Conhecida como insulina rápida, foi a primeira a ser sintetizada com o objetivo de mimetizar a secreção de insulina nos períodos prandiais. Exercício Físico: * Existem evidencias consistentes dos efeitos beneficos do exercicio no diabetes mellitus tipo 2 (DM2): 1. melhora o controle glicemico, reduzindo a hemoglobina glicada, independente da redução do peso corporal; 2. reduz o risco cardiovascular; 3. contribui para o programa de redução de peso; 4. melhora a auto-estima Tipo de exercício físico: * Exercicio aerobico, como, por exemplo, caminhada, ciclismo, corrida, natacao, danca, entre outros (A, 1). Exercicio de resistencia e eficaz na melhora do controle glicemico em DM2. Freqüência: * Três a cinco vezes por semana. Duração: * Por dia, 30 a 60min ou 150min/semana contínuos Intensidade: * Recomenda-se atividade moderada (VO2 max de * 40-60% ou 50 a 70% da Fc max). * O exercicio vigoroso (VO2max > 60% ou > 70% da Fc max) tem um efeito mais significativo na hemoglobina glicada, porem difícil e muitas vezes pouco seguro de ser alcançado em DM2. 14 P3 - Bioquímica Fisiológica * Recomenda-se atividade moderada e considera-se a possibilidade de aumento da intensidade para beneficio adicional no controle glicêmico. Hipoglicemia: * Valores de glicose abaixo de 70 mg/dL. Sintomas valores abaixo de 55-60 mg/dL (65-70 mg/dL) 30-20 mg/dl coma * Hipoglicemia transitória- disfunção cerebral * Hipoglicemia severa e prolongada- coma e morte cerebral * Sintomas adrenérgicos - ansiedade, palpitação, tremor e sudorese * Sintomas neuroglicopênicos - disfunção cerebral com: cefaléia, fala arrastada, convulsões, coma e morte. * Hipoglicemia em neonato (muito comum): os valores de glicemia em média é de 35 mg/dL Causas da hipoglicemia em neonatos: - Se não haver reserva hepatica (neo-natos com baixo peso (neoglicogenese); - Se so f reram as f ix ia (h ipox ia d iminu i NAD neoglicogenese), - Toxemia (citocinas, processos infecciosos) - Diabetes materna (com glicemia descontrolada) → causa hipoglicemia neonatal → uma das causas de morte súbita nos bebês. Obs: • Citocinas estimulam o consumo de energia (aumenta metabolismo de glicídeos) • Logo, quem não tem uma alimentação muito boa, terá um sistema imunológico mais debilitado. • A glicose da mãe passa para o filho. • A insulina da mãe não funciona no bebê. . * No adulto; é relativamente raro, mas pode ocorrer. É preciso prestar atenção em relação aos medicamentos (ex. propanolol) que podem causar hipoglicemia. • Também pode ser por conta da ingestão de álcool (hipoglicemiante). * Deficiência hepatica de glicogênio (hepatite, cirrose), deficiencia de GH, glicocorticoide, hormonio da tireoide, glucagon, Molestia de Addison, tumor mesenquimal da pituitária, septcemia (citocinas aumenta o consumo de glicose). • Glândula suprarrenal → produz ACTH → cortisol, que aumenta a glicemia • Molestia de Addison → supressão da glândula suprarrenal (menos ACTH, menos cortisol, menos glicemia) * Baixo GH ou baixo ACTH → Baixo cortisol → Baixa glicemia * Hipoglicemia reacional: pós alimentação: geralmente é benigno. * Hipoglicemia em diabéticos: Por inadequação terapêutica ou erro na medicação pelo paciente. (aplicar insulina demais, tomar metformina demais, ficar tempo demasiado em jejum) OBS: Αlfa-glicosidades = amilase Causas da Hipoglicemia: * Poucos exercícios físicos * Dieta (jejum prolongado) * Excesso de insulina exógena (aplicar muita insulina) * Insulinoma: tumor de cabeça de pâncreas * Excesso de insulina endógena * Inibição da produção de glicose (por exemplo: álcool é hipoglicemiante) 15 P3 - Bioquímica Fisiológica Erros Inatos do Metabolismo Doenças do armazenamento do glicogênio: * Não consegue armazenar glicogênio que é a principal fonte de glicemia. Para manter a glicemia é preciso a todo o momento degradar glicogênio e liberar assim glicose. * Erros inatos raros. * Deficiência ou redução da atividade de uma ou mais enzimas envolvidas no metabolismo. - Hipoglicemia - Alterações lipídicas sangüíneas (acúmulo no fígado promove aumento de VLDL) - Hiperuricemia (aumento do ácido úrico no sangue) - Acidose láctica (diminui a neoglicogênese) • Glicose → Privato → Ácido Lático Glicogenose I - Doença de von Gierke: * Mais comum; deficiência de glicose 6-fosfatase (degradaria glicogênio) * Acúmulo de glicogênio no fígado, rins e intestino. * Armazena o glicogênio mas não consegue degradá-lo - Glicogênio Fosforilase → Glicose-1-fosfatase → Glicose 6-fosfatase Glicogenose tipo VI - Doença de Hers: * Deficiência da fosforilase quinase; * Enzima que estimula a gliconeogenese, estimulada pelo glucagon, aumenta o nível de glicose no sangue; * Acúmulo de glicogênio no fígado e nos músculos. Boa tolerância ao jejum. Galactosemia: * Galactose → glicose (fígado) * Assim, ao comer galactose → aumenta a glicemia * Galactosemia: Aumento de galactose no sangue. Tem como consequência galactosuria (sai galactose na urina). * Doença rara (2 para cada 100.000 nasc.) * Defeitos nas enzimas que transformam galactose em glicose:(galactosúria e galactosemia) - UDP-glicose:galactose 1-fosfato uridiltransferase - galactoquinase → comeu galactose -> galactoquinase (fosforila) (atp – adp) -> galactose 1-P - UDP-galactose 4-epimerase → enzima necessária para que ocorra a transformação de galactose em glicose. Depois há uma isomerização, muda o fosforo de lugar Fosforilação da Galactose: * Tipo (1) mais comum → período neonatal ou primeira infânciavômitos e hipoglicemia. * Testes positivos para substâncias redutoras (galactose) na urina (triagem); Cromatografia; medidas da atividade enzimáticas no soro. * OBS: A galactose é uma substancia redutora. Deficiência de Galactoquinase: * Glactosúria (glactose sai na urina) * Acúmulo de galáctiol * Acúmulo de galactitol pode causar catarata. Glicosúrias: * Causas variadas: Intolerância hereditária a frutose - Frutose também é fonte de energia; e também se transforma em glicose no fígado. - Não é intolerância de caráter digestivo como a intolerância a lactose, mas sim uma intolerância endógena. * Deficiência da enzima intracelular: frutose 1- fosfato aldolase → acumulo intracelular de frutose 1-fosfato. Diminui a glicólise por parte da frutose. Causa hipofosfatemia. * Vômitos e hipoglicemia ocorrem após a ingestão de alimentos contendo frutose, geralmente a sacarose (açúcar comercial – açúcar branco). * A idade do aparecimento depende da alimentação e da severidade da deficiência. * Teste de tolerância a frutose (redução dos teores de glicose e fosfato); cromatografia urinária (frutosúria). - Pessoa tem a deficiência se expor mais a frutose terá um risco maior. - Excesso de frutose tira o gasto de glicose e ainda gera triacilglicerol que é o lipídio que engorda; logo frutose engorda. - A partir da fosforilação da frutose ela pode seguir duas vias. - OBS: Triacilglicerol: único lipídio que engorda 16 P3 - Bioquímica Fisiológica 17 P3 - Bioquímica Fisiológica Metabolismo do Ferro * O ferro, metal de transição de número atômico 26 da tabela periódica, é o quarto elemento mais abundante na Terra, superado apenas pelo oxigênio, silício e alumínio. * Insolúvel no meio ambiente * Na forma sólida existe como metal ou compostos químicos. * Na forma em pó, possui cor cinza a negra. * Em soluções aquosas, o ferro no estado ferroso é rapidamente oxidado ao estado férrico, insolúvel em pH fisiológico. * Nos sistemas biológicos, se encontra em dois estados de oxidação: ferroso (Fe2+) e férrico (Fe3+). * Ferro → nutriente fundamentalpara todas as células vivas. * [Fe] no organismo = 0,005% Componente essencial: * do ciclo de Krebs, * das moléculas que ligam e transportam oxigênio, * dos citocromos da cadeia respiratória, * de proteínas envolvidas na síntese do DNA * de numerosos outros sistemas enzimáticos. * O conteúdo de ferro corporal em um indivíduo adulto corresponde entre 3g e 5g, - Mulher 4g de ferro/Kg/peso - Homem 5g de ferro/Kg/peso Ferro e o transporte de O2 e formação no sangue" * Participa como co-fatornasreaçõesde transferência e conservação de energia, * Faz parte também da síntese de biomoléculas, reações redox na cadeia de transporte de elétrons, * Faz parte da estrutura molecular de diversas proteínas e enzimas que participam no transporte do oxigênio * Cada hemácia normal contém, aproximadamente, 640 milhões de moléculas de hemoglobina, que têm parte (heme) sintetizada na mitocôndria e parte (globina) no citoplasma 18 P3 - Bioquímica Fisiológica O ferro contribui para a normal produção de energia: * Entre os compostos de ferro envolvidos na produção de energia destacam-se a hemoglobina, a mioglobina, as enzimas oxidativas como a dehidrogenase e os citocromos da cadeia oxidativa * A capacidade de trabalho, avaliada mediante capacidade aeróbica, corridas, eficiência energética, atividade voluntária e produtividade no trabalho apresenta forte correlação com o estado nutricional de ferro O ferro contribui para a habilidade do corpo de degradar químicos indesejáveis: * Os citocromos também atuam na degradação oxidativa de substâncias tóxicas, sendo os citocromos P450 responsáveis pela oxigenação de xenobióticos lipofílicos. * Citocromos extramitocondriais, como o P450, localizado nas membranas microssomais das células hepáticas e da mucosa intestinal, catalisam a degradação de drogas, produtos químicos, substratos endógenos como esteróides, e toxinas procedentes de fontes externas * Famílias/subfamílias de citocromos P450: 1, 2 e 3 são as mais implicadas no metabolismo de medicamentos, com grande influência na resposta à terapêutica farmacológica Ferro e o sistema imune: * Papel ainda permanece controverso * A tendência atual é aceitar que tanto a sobrecarga quanto a deficiência de ferro resultam em mudanças na resposta imune * Necessário para o crescimento de muitos microrganismos patogênicos * Deficiência pode causar redução na atividade fagocítica de células apresentadoras de antígenos, diminuição dos níveis de imunoglobulinas, dificulta a ativação de linfócitos T e reduz a produção de IL-2 * Está estabelecido que a administração de ferro parenteral durante a infecção mostrou-se danosa em humanos e nos estudos realizados em animais Ferro e o desenvolvimento neurológico normal em embriões: * O cérebro é mais vulnerável à carência de ferro durante os períodos de maior crescimento e desenvolvimento, que compreendem, no ser humano, o último trimestre de vida fetal e os primeiros dois anos da infância * Associado a mielinização do sneurônios,a formação de sinapses e a produção de energia mitocondrial. * São também dependentes de ferro as enzimas responsáveis pela síntese e função de vários neurotransmissores, como dopamina, serotonina, catecolaminas e ácido gama- aminobutírico (GABA) * Tanto no período embrionário quanto na lactância, a distribuição do ferro no cérebro é proporcional às áreas que se encontram em maior desenvolvimento em cada momento. Desenvolvimento neurológico e Ferro: * Em lactentes anêmicos→Tendência a menor velocidade de condução auditiva, baixos escores em escalas de desenvolvimento e comportamento afetivo anormal têm sido descritos (Oski e Honig, 1978; Lozoff e Prabucki, 1986; Rocangliolo e cols., 1998; Algarin e cols., 2003). * Baixa atividade motora, disfunção sensório-motora e diminuição do rendimento físico. * Diminuição da atenção, disposição, rendimento escolar e memória * A reversibilidade do atraso no desenvolvimento e na capacidade mental e motora de lactentes anêmicos após terapia com ferro é ainda objeto de controvérsias teóricas e metodológicas. Grande parte dos estudos, contudo, sugere que a instalação da anemia em fases precoces da vida pode afetar de maneira irreversível as funções cognitiva, motora, auditiva e de percepção visual 19 P3 - Bioquímica Fisiológica O ferro contribui para a síntese normal de DNA, necessária para o crescimento: * As enzimas que limitam a taxa de síntese de DNA são ribonucleotídeo redutase, uma metaloenzima, que deve ser continuamente sintetizada e, portanto, é dependente de um fornecimento contínuo de ferro * Esta enzima é estabilizada por um centro de ferro não- heme e sem ele, ela perde totalmente sua função impedindo qualquer célula de se multiplicar. Este mecanismo é evidenciado principalmente na replicação bacteriana. Pesquisas demonstram que um ambiente pobre em ferro limita a proliferação bacteriana já que o ferro é um fator essencial na replicação. Funções metabólicas do ferro: O ferro contribui para a função normal do paladar: * A deficiência de ferro parece estar associada com anormalidades da mucosa da boca e do trato gastrintestinal, levando a estomatite angular, glossite, e gastrite crônica. * A ingestão de itens não-alimentares (pica) ou o consumo compulsivo de gelo (pagofagia) também estão associados à deficiência de ferro - Exemplo de ingestão de alimentos não alimentares (pica): shoyu, terra.. Necessidades diárias variam com idade e sexo e possuem relação com perdas: Valores absorvidos/ dia: * Feto acumula ferro via transplacentária (250 a 300 mg) * Lactentes→0,2 mg * Entre 6 a 11 anos → 0,5 mg * Homens adultos→cerca de 1 mg/dia * Mulheres em fase reprodutiva→cerca de 1,5 mg/dia * Mulher durante a gestação e lactação → 4 a 5 mg/dia * Na ausência de sangramento ou gravidez, apenas uma pequena quantidade é perdida a cada dia. * A quantidade de ferro do organismo é altamente conservada e pouco do ferro absorvido é excretado. * Perdas muito pequenas ocorrem a partir das fezes, de descamação dos enterócitos e da pele, da bile, e na urina. 20 P3 - Bioquímica Fisiológica Absorção do Ferro: * Alimentos → 5% no adulto 30% nas crianças - Como em crianças o perfil dietético é mais significativo, torna-se mais importante ainda uma boa dieta. - Ademais, com isso anemia é mais encontrada em crianças. * Hemocaterese → 95% no adulto - A maior parte do ferro no organismo advém de reabsorção de restos. - Hemocaterese: um processo pelo qual as hemácias e demais elementos figurados do sangue envelhecidos são eliminadas da circulação * A absorção do ferro na luz intestinal é regulada conforme as necessidades orgânicas, aumentando na deficiência do mineral e diminuindo em situações de sobrecarga * Captação do ferro pela borda em escova do enterócito, o transporte intracelular e a transferência para o plasma Ferro heme e ferro não heme: * Ferro heme tem uma bolha de proteção em torno dele→anel de porfirina (estrutura tetrapirrólica)→ poucas coisas alteram absorção (só cálcio) → absorvido de 10 a 40% → ótima absorção (sobretudo, na primeira porção: duodeno - depois, no início do jejuno) * Ferro não heme ou vegetal→ vulnerável a não absorção → precisa de um estimulo (por exemplo, vitamina C ou ambientes ácidos) → absorção varia de 2 a 20% * Ferro não heme: necessita ser reduzido A velocidade de absorção é controlada por: * Estoques de ferro no corpo * Velocidade da eritropoiese * Conteúdo da dieta: ácido ascórbico facilita a absorção (complexo solúvel). * Fitatos presentes em alguns vegetais inibem (complexos insolúveis). * Estado químico do ferro: o pH do estômago mantém o ferro na forma Ferrosa (mais absorvida). 21 P3 - Bioquímica Fisiológica22 P3 - Bioquímica Fisiológica * Absorção: * Feita por uma proteína na membrana dos enterócitos → Ferroredutase (ativada por vitamina C) em meio ácido Ferritina: * Ferritina é uma forma de reservar ferro no organismo. * Quando o ferro não vai ser usado, deve-se estar ligado a uma proteína (ex: ferritina). Pois o ferro livre é tóxico. - 1 µg/L ferritina = 120 mg Fe estoque/kg de peso * 450.000 dáltons Subunidade H: heavy/heart – atividade ferroxidase * É sintetizada predominantemente pelo fígado, baço e na placenta, principais locais de armazenamento do ferro. * O ferro que excede as necessidades metabólicas é armazenado principalmente sob a forma de ferritina e em pequena quantidade na forma de hemossiderina. - Hemossiderina é uma forma de armazenamento do ferro proveniente da degradação da ferritina (lissosomos dos histiócitos e nas células de Kupffer no fígado) * No homem adulto, os estoques de ferro aumentam gradualmente ao longo da vida, já nas crianças e nas mulheres em idade fértil, devido à necessidade aumentada pelo rápido crescimento e pelas perdas menstruais, os estoques são menores * As reservas de ferro formadas durante a gestação são importantes para o recém-nascido, as quais, junto com o ferro exógeno obtido do leite materno, irão permitir a manutenção das necessidades do mineral até quatro a seis meses de vida * Em grandes quantidades a hemossiderina pode ser prejudicial pois forma agregados não solúveis podendo. * ser tóxicos ao organismo. * Estudos relacionam a [ ] de ferritina e hemossiderina Por que associar o ferro a ferritina? Pela toxicidade do ferro livre. * Obs: o ferro livre também estimula a necrose tecidual. Observações: * DMT1 é seletiva para Ferro Ferroso, não transporta o férrico, porém, também pode transportar outros íons, como o selênio. * Cytb: proteína que faz redução → redutase * Ferroxidase: faz a oxidação Transferina: ferro férrico * Só 1% do Ferro está ligado a ela. * Maior produção hepática. Mas também é produzida pela retina, testículo e cérebro. * Meia vida curta. * Não seletiva ao ferro ferroso. * Beta-1-globulina (79.500 dáltons) com dois sítios de ligação para o íon férrico (Fe3+). * A transferrina circulante está saturada em cerca de 20 a 30% com ferro. - Apotransferrina = sem ferro ligado - Transferrina monoférrica = um átomo de ferro - Transferrina diférrica = dois átomos de ferro 23 P3 - Bioquímica Fisiológica * O complexo ferrotransferrina une-se aos receptores de transferrina e entra nas células por mecanismo de endocitose. * Sem a transferrina, o ferro seria muito facilmente internalizado pelas células e induziria uma superprodução de peróxido de hidrogênio e radicais livres, danificando inúmeras organelas citoplasmáticas. Receptores de Transferina: * Transferrin receptor (r)-1 → expresso em todas as células e particularmente em grande quantidade nas precurssoras dos erritrócitos * Transferrin r2 → expresso primariamente no fígado e liga- se ao complexo transferrin–Fe(III) que não tem tanta afinidade com os receptors R1 * A meia-vida do ferro ligado a transferrina é de 60 a 90 minutos e pode diminuir consideravelmente quando a depuração do ferro aumenta. * Grandes quantidades do TfR também aumentam a concentração plasmática do sTfR que aparentemente não tem nenhuma função biológica. * Quando grandes quantidades de ferro estão disponíveis no organismo, a quantidade de ferritina plasmática também aumenta para poder “tamponar” o ferro livre e oferecendo auxílio a transferrina No interior das células: * Na membrana do endossoma formado, várias bombas de prótons dependentes de ATP jogam íons hidrogênio para dentro da vesícula diminuindo o pH para até 5,5. * De modo análogo ao estômago, a diminuição do pH induz a transformação do ferro que estava no estado férrico para o estado ferroso, porém, neste estado a transferrina não tem nenhuma afinidade ao ferro e portanto ele se solta. O • pH ácido também diminui a afinidade da transferrina com seu receptor, induzindo a liberação do mesmo * Estudos demonstram a presença de transporte d Fe para o interior das células de forma independente a transferrina – importantes na ausência desta ou quando a mesma encontra- se saturada.→Fígado e coração Controle de absorção e transporte: * Mediante rigoroso controle e com o envolvimento de várias proteínas, ocorre a regulação da captação e armazenamento do ferro em função de sua disponibilidade no organismo. Proteínas envolvidas: - HCP-1 (heme carrying transporter) Hepdicina Dcytb (Cytochrome b-like ferrireductase) - DMT1 (Divalent metal transporter -1 ) Ferritina Ferroportina Hefestina - Transferina * Quando os níveis intracelulares estão diminuídos há aumento na síntese dos receptores de transferrina e diminuição da ferritina, sucedendo o inverso em casos de níveis adequados * Muito ferro: não precisa → diminui receptores de transferina Hepcidina: * Peptídeo de 25 aa (não é proteína) * Sintetizado pelo fígado * Regula entrada de Fe no plasma - Fontes de Fe no plasma: intestino e macrófagos via hematocatarese * O efeito da hepcidina é célula-dependente, diferenciando sua ação entre enterócitos, hepatócitos e macrófagos. Aumento da [ ] hepcidina → regula negativamente - Absorção intestinal de Fe - Liberação de Fe pelos enterócitos e macrófagos - Síntese de glóbulos vermelhos - Saturação da transferrina 24 P3 - Bioquímica Fisiológica 25 P3 - Bioquímica Fisiológica Fatores que inibem e favorecem a absorção de ferro no intestino: 26 P3 - Bioquímica Fisiológica Outras fontes de ferro: * Fagocitose e degradação de hemácias feita por macrófagos é mecanismo importante da reciclagem de ferro * Ferro ferroso liberado pode ser armazenado na forma de ferritina no fagócito ou levado para o meio extracelular pela ferroportina. * Ferro extracelular vai até o plasma onde é convertido pela ceruloplasmina em ferro férrico para poder se ligar a transferrina, ser transportado e chegar até os tecidos. * A ceruloplasmina é uma proteína de fase aguda sintetizada no fígado e que está normalmente presente plasma. * A maioria do ferro presente na transferrina vem da reciclagem e apenas pequena quantidade da Excreção do Ferro: Homeostase do Ferro: Excreção do Ferro: * Não existe um mecanismo específico para a excreção de ferro no corpo humano → Importância de mecanismos regulatórios → controle da absorção * O leite materno também é um meio indireto de excreção de ferro. Neste caso, o ferro é excretado com a glicoproteína lactofemina (homóloga a trasnferina). 27 P3 - Bioquímica Fisiológica Regulação intracelular: * IRP-1: Proteína Reguladora de Ferro * Feita através de proteínas reguladoras do ferro (IRP) e elementos responsivos ao ferro (IRE). * Os IRE’s são estruturas em alça presentes no RNAm aos quais as IRP’s se ligam. * Se a ligação for na extremidade 5’ ocorre inibição da tradução do RNAm em proteína. * Se a ligação ocorrer na extremidade 3’ ocorre inibição da degradação do RNAm e estabilização do mesmo, incentivando a tradução para proteína. * Ocomplexo IRP-IRE se liga na extremidade 5’ do RNAm da ferroportina e da ferritina, diminuindo sua síntese. Eles também se ligam na extremidade 3’ do RNAm do DMT-1 e do TfR estimulando a sua síntese * Quando a quantidade de ferro intracelular reestabelece seu valor, o agrupamento Fe-S volta a se ligar à IRP-1, restabelecendo a aconitase e a IRP-2 é degradada por proteólises. Regulação extracelular: * Feita pela comunicação entre os locais de absorção, u t i l i z ação e estoque do ferro realizada pela hepcidina. Receptores de transferrina: - HFE - proteína hemocromatose humana - BMP - proteínas morfogenéticas ósseas - HJV – proteína hemojuvelina * TfR1– Expressão regulada pelo Fe plasmático - Sobrecarga Fe: ⇓ expressão - Maior afinidade pela transferrina diférrica - Maior afinidade pela HFE - Não tem ação catalítica * TfR2 – Não regulada pelo Fe - Menor afinidade pelo Fe 28 Bilirrubina - Icterícea Bilirrubina: mesmo ducto que o do pâncreas, por isso colestase ou um tumor na cabeça do pâncreas que cause estenose do ducto, além de pancreatite, também pode gerar icterícea. FUNÇÕES DO FÍGADO: Metabólica: síntese, degradação e regulação Carboidratos, lipídios, protínas, minerais, vitaminas (K fator da coagulação, D absorção do cálcio), hormônios, transaminação de aa. Metabolização: detoxificaçãode xenobióticos Hidroxilação, oxido/redução e conjugação (glicuronatos, sulfatos) amônia e uréia (aa → amônia → ureia) Secretora/ Excretória: Lipoproteínas, fatores da coagulação e outras proteínas plasmáticas Bilirrubina, colesterol e ácidos biliares e outros Armazenamento e outras funções: Glicogênio, lipídeos, aminoácidos, vitaminas, ferro e outros minerais FORMAÇÃO DA BILIRRUBINA: Hemácea - hemólise (por enzimas hidrolases) → Hb (com enzimas e outras proteínas, como a mioglobina) → Heme (outro fragmento clivado é a globina) → Bileurdina e libera Fe+2 e CO2 → Bilirrubina livre ou indireta - BI (não conjugada) OBS: Essa bilirrubina livre (não conjugada) é lipossolúvel e transportada pela albumina.Tal BI deve adentrar nos hepatócitos (no fígado haverá proteínas X e Y, as quais farão com que a albumina fique de fora e a BI entre nos hepatócitos → o que se chama de captação). HEMÁCEAS: As hemácias são formadas na medula óssea e se destinam ao sistema circulatório, circulam por 120 dias e são destruídas (sofrerão hemólise). Muitas hemácias se autodestroem no baço, onde os espaços entre as trabéculas estruturais da polpa vermelha pelos quais devem passar a maioria das hemácias medem apenas 3 μm de largura em comparação com o diâmetro de 8 μm das hemácias. A ruptura das hemácias libera a hemoglobina, que é fagocitada de imediato pelos macrófagos em muitas partes do organismo, especialmente pelas células de Kupffer, no fígado, e pelos macrófagos no baço e na medula óssea. A Hb é captada pelo sistema retículo-endotelial sendo transformada pela hemeoxigenase em biliverdina, monóxido de carbono e ferro. A biliverdina-redutase converte a biliverdina em bilirrubina livre, sendo gradualmente liberada dos macrófagos para o plasma. A bilirrubina livre, quando chega ao fígado, é recolhida pelos hepatócitos por meio de sistemas proteicos, transportadores de membrana (proteínas X e Y), num processo chamado captação FORMAÇÃO DO GRUPAMENTO HEME: Succinil-coa (do ciclone krebs) + glicina => ALA atua para formar aminolevulianto => porfobilinogenio => porfirina => protoporfirina + ferro = > heme FORMAÇÃO DA BILIRRUBINA: Possui grupamento heme - principal substrato = composto químico - 80% desses na hemoglobina. O grupamento heme é um cromógeno de coloração vermelha, ao passo que a bilirrubina é um cromógeno amarelo/verde. A bilirrubina livre é lipossolúvel, porém, o suco biliar carrega apenas moléculas hidrofílicas ou anfipáticas. Para que a bilirrubina possa ser decretada a partir do suco biliar, através da enzima gicuronil transferase será adicionado glucuronil / glicoronil (ácidos glicorônicos/ glicoronídeos) a BL para torna-lá hidrossolúvel. Função do glucuronil: transformar uma substância lipossolúvel em hidrossolúvel. A bilirrubina pode se ligar a 1 ou 2 ácidos glicorônicos formando a Bilirrubina Direta ou Conjugada, a qual será mono ou diglucoronídeo. Será a bilirrubina direta que será excretada nas fezes. BT= BD + BI → Normalmente, há o dobro de BI. UROBILINOGÊNIO E UROBILINA: Urubilinogenio para ser liberado vira urobilina por causa da luz e do O2 atmosférico O Urobilinogênio é o pigmento incolor formado pela ação da flora bacteriana intestinal (redução saturando as duplas ligações) sobre a bilirrubina que, se reabsorvido pela mucosa intestinal (circulação entero-hepática), volta ao fígado, sendo excretado pelo rim na forma de urobilina. A Urobilina é o urobilinogênio oxidado (ganhando uma dupla ligação) pela luz e oxigênio do ar atmosférico. O urobilinogênio que não sofreu reabsorção, será reduzido pela flora bacteriana do colo transverso e descendente formando o estercobilinogênio (cor marrom → por conta disso as fezes são marrons). Se o indivíduo tiver secreção normal de bilirrubina suas fezes serão marrons. Se sua secreção estiver reduzida as fezes serão pálidas. Próximo ao reto, o estercobilinogênio é transformado, por oxidação, em estercobilina (pigmento quase preto). Quanto maior o tempo que as fezes permanecem no reto, maior será a produção de estercobilina e maior será a intensidade da cor escura das fezes OBS: Urobilina sai na urina. Estercobilina sai nas fezes (lembra de esterco). Principal forma de exceção da bilirrrubina é na forma de estercorrrubina, mesmo que também seja liberada pela urina. No laboratório, a bilirrubina é fotossensível, é degradada com a luz. Assim, quando vai se dosar bilirrubina deve-se cuidar com a luminosidade. TRANSPORTE CANALICULAR DE BILIRRUBINA: Gradiente de concentração Movimento de ânions (no interior da célula) → proteína de transporte de ânion orgânico (gene OATP1 B1 organic-anion-transporting polypeptide) Transporte ativo Proteína transportadora: MRP-2 (gene ABC C ATP Binding Cassete TRANSPORTE BILIAR: Icteríceas: Neonatal Adquirida Pré-hepática Hepática Pós-hepática Hiperbilirrubinemia não - conjugada Predomínio da bilirrubina indireta. Produção excessiva de bilirrubina devido a hemólise excessiva de eritrócitos. O excesso de produção de BNC por glóbulos vermelhos doentes → anemia (causas pré-hepáticas). A reduzida eliminação de BNC por insuficiente captação hepática causada por alteração funcional ou hereditária (causas hepáticas). Isso quer dizer que não é captada e conjugada para a forma direta haverá o predomínio da BI. Comprometimento da conjugação hepática: deficiência da B-UGT (problema hepático). Icterícia neonatal Causas: Problema hepático, por não amadurecimento hepático Imediatamente ao nascimento (48-72 hs) e nas 2 primeiras semanas o lactente não conjuga bilirrubina com ácido glicurônico em quantidade suficiente para excreção da bile. A ligação da bilirrubina a albumina é inferior à do adulto Menor produção de albumina → BI livre a qual irá se depositar nos tecidos. ß Glicuronidase presente no leite materno (desconjugam os glicuronídios de bilirrubina aumentando a reabsorção de bilirrubina não- conjugada). Por isso, é comum RN terem icterícea por mais que não sejam imaturos, pois pode ser causada por essa enzima do leite materno Bilirrubina pode passar da mãe para feto. Bilirrubina total 4-12 mg/dL (desaparece no 7o dia) Hiperbilirrubinemia fisiológica. 40 – 60% em nascidos hígidos. 80% em prematuros. Tratamento com luz fluorescente (forma dímeros mais polares). IMPORTANTE: Doenças Hemolíticas → Produção em excesso de bilirrubina → Icterícia (causa pré hepática) Se for excesso de produção ou problema na captação ou conjugação o predomínio será da bilirrubina livre (indireta) Se não capta não conjuga Se não conjuga, novamente, não haverá direta. Se for excreção hepática diminuída - por uma oclusão dentro do fígado ou diminuição da secreção biliar, - haverá o predomínio da bilirrubina conjugada (direta) mas também afetará a indireta. BT= BD + BI Em condições fisiológicas, há o dobro de BI. Colúria: excesso de bilirrubina DIRETA na urina. Obrigatoriamente, será da direta, pois a indireta é lipossolúvel, não vai estar na urina. Icterícia Hemolítica (Pré-Hepática) Funções excretoras do fígado não são afetadas. Bilirrubina Formada > Bilirrubina Excretada. Bilirrubina livre aumenta. Produção de bilirrubina > capacidade de conjugação com ácido glicurônico. Lise aumentada de hemácias Hemólise adquirida (Malária). Hemólise hereditária (Anemia falciforme, Eritroblastose fetal). Icteríciahepatocelular (Hepática) Lesão no hepatócito. Diminuição da captação, conjugação ou excreção da bilirrubina. Importante: Predomínio da bilirrubina não-conjugada no sangue: captação e conjugação diminuídos. Predomínio da bilirrubina conjugada: excreção diminuída. Colúria: excesso da bilirrubida direta na urina. Hiperbilirrubinemia conjugada Predomínio da bilirrubina direta Quando mais de 50% da bilirrubina sérica está conjugada. Resulta da diminuição da secreção canalicular e/ou drenagem biliar das diferentes formas de bilirrubina conjugada, bem como de outros ânions orgânicos comuns a esse sistema de transporte. Refluxo, através dos hepatócitos, para a linfa através do espaço de Disse e daí para o plasma. Filtrada pelo glomérulo junto com outros ânions orgânicos quando há redução de excreção hepatobiliar. A icterícia colestérica pode ser diferenciada das demais com base na retenção de todos os componentes da bile e nos efeitos provocados pelo acumulo excessivo de sais biliares. Icterícia obstrutiva (Pós- Hepática) Obstrução dos ductos biliares ou por Hepatopatia Velocidade de formação da bilirrubina normal mas esta não tem como chegar ao intestino. Causas: Cálculo biliar COLELITÍASE (na ampola de Vater e bolsa de Hartmann) COLECISTITE (inflamação da vesícula) devido a impactação de calculo no ducto cístico, cistos, hiperplasias no pâncreas, pancreatite e adenocarcinoma ductular (pâncreas) impedem a secreção do suco biliar. A bilirrubina conjugada retorna a linfa após ruptura dos canalículos biliares e depois para o sangue. Acolia fecal: fezes claras Como não forma a estercobilirrubina as fezes são claras → falta de bilirrubina direta no intestino por conta da obstrução. Quanto mais concentrado → maior o risco de dar calculo Hiperbilirrubinemias genéticas Predomínio da BL Não conjugadas: Síndrome de Crigler-Nijjar (Tipo I e Tipo II) → defeito na enzima de conjugação. Aumenta a indireta. Diferença entre 1 e 2 → 1 é ausência total da enzima, levando a uma morte súbita. 2 → a enzima funciona pouco. Síndrome de Gilbert → benigna Síndrome de Kernicterus Síndrome de Crigler-Nijjar Evolui para lesão neurológica (kernicterus), ausência da atividade da enzima que promove a conjugação da bilirrubina (B–UGT). Manutenção da albumina plasmática, prevenção de situações hemolítica, de jejum prolongado, de infecções intercorrentes e de esforço físico excessivo (catabolismo excessivo). Como medida de intervenção imediata utiliza -se exsanguineo transfusão e plasmaferese (retirada da bilirrubina). Utiliza-se fármacos xenobióticos → induzem as enzimas a fazerem uma degradação oxidava da bilirrubina. Indução do Cit P450, envolvidos na degradação oxidativa da bilirrubina, por certos agentes farmacológicos. Uso de fenobarbital para aumentar a atividade da enzima glicoronil transferase. Tipo I: Autossômica recessiva, ausência total de bilirrubina- UGT (fatal → morte). Tipo II: Autossômica dominante, redução menos pronunciada nos níveis hepáticos de bilirrubina-UGT(não-fatal). Para a Síndrome de Crigler-Nijjar tipo II (pois a I é fatal): Evitar: Situação hemolítica Jejum prolongado (aumento de bilirrubina) Malária Anemia falciforme Recomendável: Tomar fenobarbital (na I não adianta pois não terá a enzima) Obs: Pode evoluir para lesão neurológica (kernicterus): como tem o defeito na conjugação, se não conjuga aumenta a indireta. Excesso de bilirrubina livre no cérebro, ausência da atividade da enzima que promove a conjugação da bilirrubina (B–UGT). Síndrome de Gilbert Benigna Atividade apenas reduzida não cessada Mutação no gene da UGT (TA). Manifesta -se por uma redução do clearance hepático de bilirrubina, causado por uma deficiente captação e/ou conjugação. Tende aumentar por estresse emocional e físico, fadiga, consumo de álcool (aumenta o catabolismo) ou doença intercorrente e a diminuir por ingestão calórica (diminui o processo catabólico). Apesar de uma patogenia complicada e pouco esclarecida a doença é facilmente controlada e benigna, razão pela qual não se recomenda qualquer terapêutica Síndrome de Kernicterus Acúmulo de bilirrubina livre no cérebro Hiperbilirrubinemia não conjugada que origina disfunção neurológica e pode levar a morte. Causa perda auditiva, problemas de visão e retardo mental. Hiperbilirrubinas genéticas conjugadas Síndrome de Dubin-Johnson Síndrome de Rotor Síndrome Dubin-Johnson - conjugada Autossômica recessiva que causa secreção canalicular deficiente de conjugados de bilirrubina (BG) devido a ausência da proteína transportadora de glicuronídios de bilirrubina (MRP2). Mutações no gene ABC C2 (ATP Binding Cassete family) que fornece instruções para fazer uma proteína chamada proteína de resistência múltipla 2 (MRP2). Essa proteína atua como uma bomba para transporte de substâncias para fora do fígado, rins, intestino, placenta ou para que possam ser excretados do corpo Caracteriza–se por hiperbilirrubinemia moderada, não hemolítica. Além da icterícia, a maioria não apresenta outros sintomas. Nenhum tratamento é indicado para essa síndrome, uma vez que é considerada benigna. Carrega também o canal biliar até o duodeno = não apenas o canalícolo biliar Síndrome de Rotor - conjugada Autossômica recessiva na qual apresenta uma hiperbilirrubinemia conjugada de natureza crônica. Difere da síndrome de Dubin–Johnson por apresentar alteração na captação hepática e/ou na ligação intracelular de ânions orgânicos no fígado proteína de transporte de ânion orgânico (OATP1B1) Assintomática e com excelente prognóstico. Classificação das Hiperbilirrubinas:
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