Buscar

INTRODUÇÃO À ATUÁRIA unidade 3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO À ATUÁRIA
RESSEGURO, COSSEGURO E SUAS PARTICULARIDADES
Resseguro — Contratos Proporcionais e Não Proporcionais
Com base no desenvolvimento do mercado segurador, diante da necessidade das seguradoras protegerem também o seu lado financeiro, quando existe um seguro de valor ou bem muito elevado, geralmente a seguradora faz um seguro total ou parcial do bem com outra seguradora. Com isso, minimiza os riscos de um desgaste financeiro elevado em seu caixa em caso de sinistro do bem assegurado.
Um conceito apresentado sobre o resseguro descreve:
O resseguro consistirá na transferência de parte ou de toda a responsabilidade do segurador para o ressegurador, facilitando a pulverização de risco vultoso, preservando a estabilidade técnica da empresa seguradora. Daí o acerto da afirmação de Ripert e Boulanger de que “não se deve confundir cumulação de seguros ou resseguro com o seguro de uma coisa por seu 13 valor total por vários seguradores. Resseguro seria o trespasse do risco de uma seguradora para outra, total ou parcialmente (DINIZ, 2009, p. 536).
Os resseguros, conforme abordamos hoje, dividem-se em dois grupos:
· resseguros proporcionais ou de risco; e
· resseguros não proporcionais ou de sinistro.
Nesses dois modelos, a seguradora sede sempre concederá à(s) resseguradora(s) a mesma proporção do prêmio de seguros, e a mesma proporção de responsabilidade sobre o sinistro, se assim houver.
Os resseguros proporcionais englobam os riscos. Existe uma transferência fracionada da responsabilidade para outra seguradora, minimizando os custos financeiros em caso de sinistro. Ou seja, tanto o prêmio quanto o sinistro são divididos proporcionalmente entre a seguradora e a resseguradora.
Os resseguros proporcionais são divididos em outros dois modelos.
· Resseguros de quota-parte: é quando uma seguradora praticamente se torna sócia de outra em um ramo específico. Isso acontece quando existe um resseguro entre as seguradoras, acordando um percentual fixo para cada contrato de seguro em um ramo específico. Essa ação se torna viável principalmente para a resseguradora, que tem participação igual nos resultados positivos ou negativos da apólice, não podendo a seguradora principal incluir critérios de seleção.
· Resseguros de excedentes: é o momento em uma seguradora acerta com outra um percentual de transferência de responsabilidade do seguro a ser realizado.
Porém, é importante destacar que isso não ocorre em todos os seguros, apenas naqueles para os quais a seguradora decidir transferir o percentual de responsabilidade e na quantidade e valores que a cedente decidir.
O resseguro não proporcional ou de sinistro é o modelo em que a seguradora e a resseguradora decidem a maneira como compartilharão apenas os sinistros, não havendo participação da resseguradora nos prêmios desse seguro. O objetivo principal é a proteção da seguradora cedente sobre a possibilidade de algum sinistro e não uma forma de parceria entre seguradora e resseguradora.
Os resseguros não proporcionais são divididos em outros cinco modelos.
· Resseguros não proporcionais de excesso de danos por risco (Working Cover): é o momento em que há um acordo de resseguro entre as seguradoras com a intenção de cobertura de trabalho, não tendo ligação nenhuma com o contrato de seguros.
· Resseguros não proporcionais de excesso de danos por evento: é o momento que dois ou mais riscos físicos afetam, com valor médio, diversos contratos de seguros, então o ressegurador passa a assumir a responsabilidade.
· Resseguros não proporcionais de excesso de danos por catástrofe: neste caso, existe a exigência de que, no contrato entre seguradora e resseguradora, seja expressado um modelo que tem valor fixado, no qual deverá existir muitos sinistros com o mesmo fato.
· Resseguro não proporcional de limitação da sinistralidade por ramo (Stop Loss): tem base em uma cobertura feita anualmente, que determina uma quantidade percentual de sinistros para atingir os prêmios em certo ramo, nesse caso, a necessidade de resseguro é acionada.
· Resseguro não proporcional de limitação global de sinistralidade por exercício: caso a demonstração anual de lucros e perdas da seguradora seja expressada e se verifique um levantamento da situação em que os diversos sinistros, dos mais diferentes ramos, atingiram um certo percentual dos prêmios totais, o resseguro será necessário.
Como descrito anteriormente, uma operação de resseguro está dividida de duas formas, conforme ilustra a figura a seguir.
Figura 3.1 - Resseguro proporcional e não proporcional
Fonte: Elaborada pelo autor.
Esse modelo de resseguros consiste em ações que as seguradoras usam como uma forma de proteção, a fim de garantir a efetividade total das obrigações  de um possível sinistro e a proteção financeira, evitando, assim, possível falência.
O resseguro é uma forma das seguradoras resguardarem seus ativos financeiros.
O pagamento de sinistros é a ação descrita no contrato de seguro, apólice de seguro, que tem a finalidade de obrigar a seguradora a indenizar o seu segurado total ou parcialmente, conforme normas contratuais, por um possível dano no bem segurado. Dependendo do modelo, valores e particularidades do contrato de seguro, a seguradora, por sua vez, poderá fazer um resseguro para se proteger dos riscos de um possível sinistro. Geralmente por valores muito altos e para bens muito específicos, as seguradoras tem como padrão fazer um resseguro, inclusive com uma ou mais resseguradoras. Essa ação proporciona ao segurado (cliente) a total segurança quanto ao possível pagamento da indenização.
Vamos Praticar
O risco faz parte dos seguros, é por causa dele que o seguro existe. Sem risco, não haveria o mercado de seguros, tão pouco a atividade de resseguro. Diante desse contexto, em um grande evento meteorológico (por exemplo, um tornado), em que várias casas e prédios sofressem danos materiais de grandes proporções, qual seria o melhor modelo de resseguro para uma seguradora suprir os riscos?
Parte superior do formulário
a) Resseguro não proporcional de limitação da sinistralidade
b) Resseguro não proporcional de Stop Loss.
c) Resseguros não proporcionais de excesso de danos por catástrofe.
d) Resseguro não proporcional de limitação global de sinistralidade por exercício.
e) Resseguros não proporcionais de excesso de danos por evento.
Parte inferior do formulário
Limites Técnicos e Operacionais das Seguradoras
Com a globalização e o mercado competitivo, uma seguradora, para se manter no mercado, tem como base vários parâmetros, análises e gerências de custos. Um dos pontos cruciais para a solvência das companhias de seguros está relacionado à função do contrato de seguro, que é parte fundamental nos contratos de resseguro e cosseguro, conforme descreve Lorenzi (2008, p. 42).
A empresa de seguros e o uso da técnica securitária devem ser considerados essenciais ao contrato de seguro e caracterizam esse contrato. Que a empresa de seguros penetre na estrutura do contrato de seguro, nas prestações correspondentes das partes consta não apenas do prêmio, no sentido técnico, que deve pagar o segurado (prêmio médio, por grupo), mas também da indenização esperada (indenização esperada média, por grupo), a que o segurador se obriga a pagar. A empresa de seguros penetra na função do contrato de seguro, porque sua presença, o uso dos cálculos técnicos e da técnica securitária são indispensáveis para alcançar as funções de utilidade individual e social do contrato de seguro: por sistematicamente assumir riscos de eventos economicamente desfavoráveis; por proteger o segurado individual, avesso ao risco, do custo da assunção do risco de um evento economicamente danoso; por congregar riscos independentes de eventos economicamente prejudiciais com o objetivo de reduzir o risco, ao máximo, nos grandes números, de sofrer neutralização econômica pelo risco total; por dividir e dispersar riscos de eventos economicamente desfavoráveis, para reduzir, ao máximo e, nos grandes números, eliminar o custo da assunção do risco.
Já como crescimento da economia brasileira e a necessidade de adequação das empresas ao mercado consumidor, bem como as alterações constantes nesse mercado, a SUSEP, em 1998, realizou mudanças significativas na fiscalização, no controle e na metodologia das solvências de seguradoras. No entanto, critérios foram estabelecidos para regular e normatizar o funcionamento de uma seguradora, bem como suas obrigações e responsabilidades econômico-financeiras.
Obrigatoriamente, as seguradoras no Brasil devem seguir algumas regras, conforme os itens a seguir.
· Margem de solvência: o aporte de capital está diretamente ligado ao volume de prêmios e sinistros.
É estabelecida pela Resolução CNSP 08/2089 e estipula normas em que o ativo líquido das seguradoras tem que ultrapassar os limites de 33% (1/3) de uma análise da média anual referente aos últimos cinco anos dos sinistros retidos e também, conforme descrito, 20% (1/5) dos últimos três anos.
· Capital mínimo: dependendo da área de atuação da seguradora e dos ramos de atividade, foi definido um capital mínimo para as seguradoras.
Diante da Resolução CNSP 23/1992, é estipulado um capital mínimo para uma seguradora realizar suas operações independentemente do ramo. Por sua vez, se a seguradora trabalha de forma regional, ou com volumes específicos de um certo ramo, esses valores de operação são calculados proporcionalmente.
· Liquidez de ativos: foi estruturada em relação às provisões das seguradoras e regras de composição dessas provisões.
Engloba-se aqui a regulamentação conforme a Resolução CMN 2.286/96, existindo um limite máximo dos ativos de investimento para cada tipo de reserva técnica. Essas regras são baseadas nos “Títulos Públicos”, “Títulos Privados”, “Ações” e “Imóveis”.
· Limite técnico: mediante riscos individuais, limites mínimos são impostos.
Mediante a necessidade de estar sempre regulando e fiscalizando o mercado segurador no Brasil, a SUSEP exige que as seguradoras realizem regularmente a atualização de dados de informações de seus limites técnicos e operacionais, obedecendo a algumas regras e normas, nas quais se destaca:
limite operacional, constituído de 3% do ativo líquido;
limite técnico, que pode variar de 10% a 100% do seu limite operacional, variando muito do ramo de cada seguradora e das condições técnicas existentes; e
limite técnico, baseado no risco individual máximo que a seguradora poderá realizar em sua função.
· Reservas/provisões técnicas: são reservas técnicas que se dividem em dois grupos, as reservas técnicas comprometidas e as reservas técnicas não comprometidas.
As reservas/provisões técnicas comprometidas se referem aos prêmios de seguros ainda não recebidos e aos sinistros que já ocorreram e que ainda não foram pagos. Dentro desse contexto, ainda podemos resumir como os eventos de sinistros que já aconteceram, que foram e que não foram comunicados. A partir desse modelo, podemos definir em três tópicos (reservas/provisões de seguros vencidas, reservas/provisões de sinistros a liquidar e reserva/provisões de sinistros embora ocorridos e que não foram avisados).
As reservas/provisões técnicas não comprometidas se referem aos riscos de futuros eventos aleatórios. Nesse contexto, a subdivisão é feita em quatro níveis (reservas/provisões de prêmios não ganhos, reservas/provisões matemáticas, reservas/provisões de riscos acontecidos e reservas/provisões de fundos de garantia).
· Passivo não operacional: permite à seguradora, a partir de capital de terceiros, alavancar-se financeiramente.
A cobertura do passivo não operacional foi instituída pela SUSEP em 1998 na Circular n° 69, impondo regras ao patrimônio líquido, que por sua vez será sempre maior do que o passivo, existindo período de adaptação e correção das possíveis diferenças.
Diante das mais diversas regras e normas para regular os limites operacionais de trabalho das seguradoras, é possível também entender as provisões técnicas dessa operação, em que esta representa uma garantia de solvência para as seguradoras diante de seus compromissos financeiros com os seus segurados.
Vamos Praticar
A importância do resseguro e cosseguro é fundamental para a solvência das seguradoras, garantindo a elas uma forma de respaldo financeiro do mercado de seguros. Diante dessa explanação, as seguradoras devem seguir algumas normas e princípios, conforme determinado pelas leis e decretos próprios para esse fim. Mediante essa análise, qual norma impõe regras ao patrimônio líquido?
Parte superior do formulário
a) Reservas/provisões técnicas comprometidas.
b) Passivo não operacional.
c) Capital mínimo.
d) Reservas/provisões técnicas não comprometidas.
e) Liquidez de ativos.
Parte inferior do formulário
Pulverização de Riscos, Resseguros e Cosseguros
Nos seguros existem várias linhas de desenvolvimento. Cada ideologia é marcada por diversas linhas profissionais, como advogados, contadores, administradores, economista, entre outras atividades profissionais. Porém, o que há de comum em todas elas é que concordam que o seguro tem seu papel no desenvolvimento social e econômico de uma sociedade.
Por diversas linhas pode-se entender esse desenvolvimento econômico e social promovido pelo mercado de seguros. Um deles é a otimização da produtividade do capital, conforme Vaughan e Elliott (1978, p. 48) descrevem:
O seguro também propicia uma utilização mais favorável do capital. Sem a possibilidade de seguro, indivíduos e negócios seriam obrigados a manter uma reserva de fundos relativamente grande para fazer frente ao risco que devem assumir. Esses fundos estariam sob a forma de dinheiro ocioso, ou seriam investidos em títulos seguros, de alta liquidez e baixo rendimento. Isso seria um uso ineficiente do capital. Quando o risco é transferido para o portador profissional de risco, os desvios dos resultados esperados são minimizados. Como consequência, os segurados são obrigados a manter reservas muito menores do que seria o caso se o seguro não existisse. Os fundos liberados tornam-se então disponíveis para investimento em atividades mais produtivas, resultando numa produtividade bem maior do capital.
A partir de 1988, com a Constituição Federal, pelo artigo 192, o seguro e o resseguro são incorporados ao Sistema Financeiro Nacional. Por fim, entre algumas resoluções, e com o interesse de promover a livre atividade das resseguradoras, a partir da lei complementar n° 126/2007 foi permitida a atuação de resseguradoras de outros países no Brasil.
Entretanto, tanto os seguros quanto os resseguros são uma via pela qual se deve promover os interesses sociais e coletivos, bem como o desenvolvimento equilibrado de uma nação. Com isso, permanecem fortes as leis constitucionais, de ordem econômica, para o desenvolvimento nacional, por meio de atividades das seguradoras e resseguradoras.
Reflita
Existem vários parâmetros de reflexão e de contrapontos no universo dos seguros, porém, é preciso ter uma mente aberta e saber que todos eles fazem parte das necessidades sociais, e que a cada dia vem surgindo novos modelos de seguros para suprir carências até então não existentes ou de pouco significado. Diante desse esboço, que tipos de seguros ainda poderão surgir? Quais são as futuras necessidades humanas relacionadas aos seguros?
Já quanto aos riscos, estes são denominados como eventos futuros, com características de incerteza de sua realização, ocorrem independentemente da vontade do segurado ou da seguradora e resultam sempre em prejuízos financeiros e econômicos. Por base, todo segurado, havendo ou não a ocorrência de sinistro, colabora com a mutualidade, ou seja, paga seu prêmio de seguros, que serve para cobrir sinistros de outros segurados.
Para uma análise de risco, a probabilidade é levada muito a sério, exigindo cálculos estatísticos, análise de padrões, causas e efeitos similares no passado e ainda, em alguns casos, a forma como o segurado reage a um possível sinistro. A análise do risco virou uma verdadeira “ciência” de estudo, tudo isso para minimizar os possíveis dispêndios financeiros que as seguradorasrealizam em toda ocorrência de sinistro.
Para o segurado, o seguro é apenas uma forma de transferência de risco, bem como uma forma de se resguardar de possíveis contratempos sobre o bem segurado, tendo garantias de retorno financeiro em caso de sinistro. Já para a seguradora, o sinistro é a maior fonte de saídas financeiras da instituição, mas é importante destacar que o negócio de seguros é a garantia sobre o risco.
Resseguros  
Com a intenção de minimizar os riscos volumosos e de grande expressão financeira, a seguradora, sempre que tem um seguro desse perfil, transfere total ou parcialmente a responsabilidade do segurado para outra seguradora. Diante dessa ação, existem várias regras, normas e condutas de ambas as partes, para o funcionamento e administração desse “modelo de parceria” existente, bem como leis e artigos que dão base legal ao modelo de negócio aqui implantado.
Quanto a esse conceito, Diniz (2009, p. 536) descreve:
O resseguro consistirá na transferência de parte ou de toda a responsabilidade do segurador para o ressegurador, facilitando a pulverização de risco vultoso, preservando a estabilidade técnica da empresa seguradora. Daí o acerto da afirmação de Ripert e Boulanger de que “não se deve confundir cumulação de seguros ou resseguro com o seguro de uma coisa por seu valor total por vários seguradores. Resseguro seria o trespasse do risco de uma seguradora para outra, total ou parcialmente.
O autor também afirma que, mesmo havendo um compartilhamento do seguro — ou seja, o resseguro —, a seguradora na qual o cliente (segurado) fez o seguro é a responsável. Ele cita o seguinte texto: “Resseguro é negócio jurídico alheio ao segurado; o segurador, apesar de compartilhar sua obrigação com o ressegurador, continuará como responsável exclusivo perante o segurado” (DINIZ, 2009, p. 536).
Por ser mais delicada, ter mais detalhes e ser mais minuciosa a estruturação de uma apólice de resseguro, as seguradoras tendem a dispor de uma análise individual, contrato por contrato, cláusula por cláusula. Essa ação é chamada de análise casuística, o que demanda, portanto, profissionais mais qualificados para fazer esses modelos de análise.
Visando um ganho de eficiência, muitos contratos de resseguros são automáticos, ou seja, quando o cliente se encaixa no perfil das características do contrato e da análise do risco, não há necessidade de análise minuciosa de todos os detalhes. Contudo, esse modelo automatizado de resseguro exige maior controle sobre os dados levantados, bem como um alto poder tecnológico para desempenhar as atividades de forma eficiente.
O resseguro, a níveis financeiros e administrativos, tem o objetivo de proporcionar a uma seguradora uma garantia e segurança quanto à sua possível solvência, diluindo os riscos com outras instituições no mercado.
Esse modelo de ação evita que seguradoras possam ir à falência em acontecimentos de sinistros em massa. Já em alguns casos, e por força da lei, o resseguro passa a ser obrigatório, pois isso garante não apenas a possível solvência da seguradora, mas também que o segurado recebe sua possível indenização. O resseguro passa então a dar mais credibilidade e segurança para o segurado e a certeza do recebimento de indenização.
Para Piza (2002, p. 88), a interpretação técnica mais correta para o resseguro é:
[...] se apresenta como meio pelo qual as empresas de seguro buscam homogeneizar e limitar as responsabilidades securitárias que assumem, no curso do exercício de sua atividade empresarial, normalizando o comportamento de suas carteiras de riscos e garantindo-as dos desvios ou desequilíbrios que, como visto, afetam a frequência, a intensidade, a distribuição temporal ou a própria importância atinente aos sinistros de tais riscos.
Quanto à história do resseguro no Brasil, podemos citar alguns fatos.
· Antes de 1939 havia pouca intervenção governamental nas seguradoras do país, e quase todo resseguro era transferido para a matriz da seguradora em outros países. Logicamente, as transferências de dinheiro também acabavam indo para esses lugares.
· Entre 1939 e 2007, o governo realizou intervenção no resseguro, mantendo-o aqui no Brasil. Ou seja, os recursos financeiros ficavam aqui no Brasil. Essa medida foi possível em 1939, com a Lei 1.186, que cria o IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), que detinha o monopólio de todo o resseguro realizado aqui no país.  
· A partir de 2008 é instituído o fim do monopólio do IRB, sendo sua atuação, então, baseada em regulamentação e leis sobre os resseguros.
Por o resseguro estar em nível internacional, com menos riscos ao poder estatal desse mercado, existe maior fluidez e flexibilidade dessas companhias, tanto em relação a preços quanto a políticas internas de resseguro. Esse modelo de negócio proporciona uma rápida retomada da seguradora em caso de rombos gigantescos e conjunturas contrárias a sinistros volumosos.
Embora seja uma atividade interligada, o seguro e o cosseguro são instituições jurídicas diferentes. A primeira é a responsável pelo eventual contrato de seguros junto ao segurado, e a segunda é responsável pela relação apenas com a seguradora.
Cosseguros
O cosseguro se aplica quando duas ou mais seguradoras repartem as responsabilidades da apólice de seguro do cliente. Isso quer dizer que duas ou mais seguradoras repartem o risco do mesmo contrato de seguros (sendo realizadas quantas apólices forem necessárias) ou atuam como possíveis cossignatárias de um único contrato de seguro, no qual cada seguradora terá sua cota-parte de participação.
De acordo com a SUSEP e por motivos de boa política e boa relação entre as seguradoras, o poder de gestão dessas apólices ou contratos de seguros é transferido para a seguradora líder, que tem o poder de representação perante ao cliente, as demais seguradoras.
Para o modelo de cosseguro com resseguro Alvim (1999, p. 358) aborda:  
Exerce, pois o resseguro função essencial à estabilidade técnica do segurador, pois facilita a homogeneização dos riscos de suas diferentes carteiras de operação. O mesmo resultado poderia ser alcançado pelo cosseguro, desde que não se aceitasse responsabilidade superior   à sua capacidade de retenção. Mas isso poderia criar dificuldades para o segurado que teria de tratar com diversos seguradores e seria comercialmente contraproducente para o próprio segurador ao revelar suas limitações de negócio, expondo-se à concorrência de congêneres A operação de resseguro, independente da intervenção do segurado, oferece condições de operar-se com eficiência e rapidez, sem prejuízo da atividade comercial do segurador.
Já para Delgado (2004, p. 124), o cosseguro representa:
[...] uma operação que tem por finalidade a repartição do risco, de um mesmo seguro, entre duas ou mais empresas seguradoras. A legislação permite que, havendo cosseguro, sejam emitidas tantas apólices quantas forem as seguradoras ou, apenas, uma apólice. Neste caso, uma seguradora assume o comando do negócio jurídico, sem ocorrer a quebra do vínculo do seguro com as demais. Estas continuarão a responder pelas obrigações contraídas, isoladamente, perante o segurado, nos limites estabelecidos na apólice, considerando-se o que foi contratado.
A seguir descrevemos as características de contrato de cosseguros:
· a seguradora, para reduzir os riscos considerados elevados e perigosos, procura repartir tal responsabilidade com outra seguradora;
· o contrato de cosseguro é o modelo no qual a seguradora e a cosseguradora partilham os riscos de um possível sinistro, cada qual responderá contratualmente com as obrigações assumidas;
· a “distribuição de cosseguro” faz parte da apólice de seguro, e nela consta a participação e responsabilidade de cada parte envolvida, seguradora e cosseguradora;
· a responsabilidade de cada parte é proporcional ao seu percentual de participação no cosseguro;
· a cosseguradora responderá apenas à seguradora líder, ou seja, a seguradora que fará a administração da apólice;
· o cliente segurado jamais entrará em contato com a cosseguradora, e simdiretamente com a seguradora; e
· mediante condições jurídicas, a apólice de seguros será igual para todas as cosseguradoras, variando apenas a participação e responsabilidade de cada uma, tudo descrito previamente em contrato.
Atuando de forma a segurar o patrimônio de seus clientes, principalmente para grandes volumes ou para grandes valores, o cosseguro vem como uma forma alternativa de garantir a estabilidade financeira das seguradoras, e ainda proporcionar sua participação econômico-social em um país. De certa forma, o cosseguro é a maneira de compartilhar a segurança de um bem, diminuindo os riscos para a empresa seguradora.
Vamos Praticar
Quanto ao resseguro, Elliot (2001, p. 2) afima: “A operação pela qual o segurador, mediante um pagamento previamente combinado (prêmio), concorda em indenizar a companhia cedente contra toda, ou parte da perda que esta última pode sofrer, em uma apólice ou apólices que tenham sido emitidas”. Com base no conteúdo apresentado, assinale a característica correspondente ao resseguro.
ELLIOT, W. M. Princípios de Resseguro. Rio de Janeiro: Funenseg, 2001.
Parte superior do formulário
a) Tipo de resseguro financeiro.
b) Prêmio do seguro.
c) Capital mínimo.
d) Necessidade de capitais das empresas.
e) Contrato de cosseguro.
Parte inferior do formulário
Provisões nas Operações de Seguro
Da mesma forma que Hansel (1996, p. 8) descreve, as seguradoras são obrigadas a criar fundos/provisões para assegurar o possível pagamento de indenização para seus clientes em caso de sinistro.
Nenhum industrial prudente consideraria investir grandes somas de dinheiro num projeto sem alguma garantia apropriada. Na ausência de seguro, uma delas poderia ser um fundo de reserva substancial, de tal maneira que o infortúnio não trouxesse uma ruína financeira. O seguro tem o efeito de liberar essas reservas para novos investimentos e desenvolvimento. Isso promove o comércio e a indústria. […] O mundo dos negócios também se beneficia da confiança que o seguro inspira. Sem seguro, muitos empreendimentos sequer começariam, pois os envolvidos dificilmente se arriscarem à ruína financeira causada por incêndios acidentais etc. (HANSEL, 1996, p. 8).
Quanto às provisões econômicas e financeiras, as seguradoras têm que garantir os compromissos assumidos diante das apólices de seguro. Para dar maior consistência e parametrização administrativa para a seguradoras, a SUSEP, por meio da circular 281/2013 e suas alterações, solicitou que as seguradoras, todos os meses, devem se informar sobre as provisões técnicas citadas a seguir.
· Provisões de prêmios: refere-se a uma quantia referente ao prêmio, que deverá ser aplicada (guardada) para fazer frente a possíveis sinistros que possam ocorrer no futuro. Diante disso, as provisões de prêmios são divididas em:
PPNG (Provisão de Prêmios Não Ganhos);
PPNG (Provisão de Prêmios Não Ganhos);
PCC (Provisão Complementar de Cobertura); e
PPNGRVNE (Provisão de Prêmios Não Ganhos de Risco Vigentes e Não Emitidos).
· Provisões de sinistros: são aquelas que têm como destino os sinistros que ainda não foram pagos ou avisados e que ocorreram antes da data base de cálculo. Diante disso, as provisões de sinistro são divididas em:
IBNER (Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Suficientemente Avisados);
IBNR (Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados);
PSL (Provisão de Sinistro a Liquidar); e
PDR (Provisão de Despesas Relacionadas).
· Demais Provisões: são as provisões de visão mais geral que não se enquadram nas provisões de prêmios ou de sinistros.
PET (Provisão de Excedentes Técnicos); e
PEF (Provisão de Excedentes Financeiros).
Saiba mais
Para saber mais sobre as provisões técnicas, as provisões de sinistros e as demais provisões, bem como seus tópicos internos, sugerimos estudar o conteúdo escrito por Cantisano e Abreu (2014), pois apresenta uma proposta muito bem estruturada e de fácil compreensão.
Toda operação de seguro deve ter provisões, tanto técnicas quanto financeiras, que são parte de ações mensais, independentemente de a seguradora ter obtido lucro ou não. Destaca-se aqui que, devido aos diversos produtos e serviços existentes em uma seguradora, essas operações técnicas não têm as mesmas bases, porém todas têm o objetivo de levar para as seguradoras uma posição econômica e financeira estável.
Vamos Praticar
A SUSEP, diante de seu poder institucional, solicita que as seguradoras mensalmente enviem suas provisões de seguros. A partir disso, foram criados grandes grupos de provisões técnicas.
Esse modelo de provisão tem a intenção de expressar sua confiança nos excedentes financeiros, no caso de uma previsão contratual. Assinale a provisão contratual correta,  relacionada aos excedentes financeiros.
Parte superior do formulário
a) PET (Provisão de Excedentes Técnicos).
b) IBNER (Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Suficientemente Avisados).
c) IBNR (Provisão de Sinistros Ocorridos e Não Avisados).
d) PCC (Provisão Complementar de Cobertura).
e) PEF (Provisão de Excedentes Financeiros).
Parte inferior do formulário

Continue navegando