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Princípios da Bioética

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PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
 
 
 
• Bioética: vai além do campo da medicina e da saúde, engloba o debate entre as demais ciências, filosofia, 
sociologia dentre outros; Traz junto a si também o direito que institui o que está ou não dentro da legalidade. 
▶ Van Renssealaer Potter (1970)  A partir década 70 o termo é realmente fundado e começam-se 
os questionamentos a respeito da bioética, e não apenas da ética como era feito anteriormente; Esse 
fato se deu principalmente pelos acontecimentos históricos da época: Pós Guerras; Assim se deu a 
importância da discussão/reflexão sobre bioética. 
↪ 1946: Tratado de Nuremberg  Coloca como princípio da atuação médica o consentimento do 
paciente, tendo esse, esclarecimentos sobre o que ocorreria antes, durante e depois; com isso o 
paciente teria autonomia para tomar decisão de aceitar ou não o que o médico está propondo a 
ele. 
▶ Os avanços científicos e tecnológicos  Muitos realizados não contando com consentimento do 
objeto de estudos, seres humanos. EX: Traços éticos/Nacionalidades consideradas “inferiores” e com 
isso os “superiores” tinham práticas sobre eles. 
↪ Século 20 trouxeram muitos avanços tecnológicos podendo assim fazer outros tipos de 
experiências que associassem o ser humano as práticas médicas e a tecnologia; Na Grécia, 
Aristóteles já trazia que um do ponto que poderia prejudicar ética humana seria a mercantilização, 
pois essa traria fragilização ao caráter da pessoa. 
EX: Momento de escassez de água e uma pessoa possui uma fonte, e percebe que pode torna-la 
como uma mercadoria e começar a vendê-la.  Trazendo para área da saúde, os avanços 
tecnológicos e novos tratamentos, que possuem custos, terão investidores que compartilham da 
mesma visão e que querem lucrar com àquilo; 
Mas vale refletir se esses avanços irão abranger também quem não tem condições de pagar, e não 
apenas quem tem dinheiro. Interesses individuais e coletivos, privado e público  Para isso é 
preciso abandonar dogmas, e entender interdisciplinaridade (ligadas a outras áreas também) e 
pluraridade. 
▶ A falência dos valores universais  Quando se trabalha com algo que não gosta, e com público que 
não gostaria isso como gerar decaimentos dos valores, além de gerar  Os conflitos e inseguranças 
▶ O Fenômeno cultural  Segundo Fuucault há o Biopoder (Visão das pessoas da área da saúde 
diante da sociedade): As pessoas tratam os profissionais da área da saúde como se tivessem uma 
sabedoria maior, pois enxergam que eles têm um poder sobre a vida e a morte, na visão social. Pois 
com os avanços, a medicina conseguiu trazer prolongamento da vida, cura e tratamento de doenças 
que antes eram “condenações”. 
Com isso as palavras dessas pessoas passam a ter um poder muito grande, ou seja, muitas vezes o 
ambiente muda e quando alguém da área da saúde chega, a palavra e a postura passam a trazer um 
“peso”. 
EX: O poder que traz “Estudante de Medicina” para pessoas do convívio social, mesmo no início da 
faculdade. 
Introdução 
PROF DIOGO NONATO REIS PEREIRA 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
▶ A Bioética das relações  Do profissional com restante da sociedade. EX: Juramento ao formar é 
feito frente ao público, por ser um compromisso feito com a sociedade adiante de nós e que está 
testemunhando o que estamos prometendo. 
▶ O ser humano se constrói  Ninguém nasce ético, na verdade, nascemos e vamos humanizando 
conforme o ambiente inserido; Isso leva tempo, e durante esse tempo pode ser que acabe 
transparecendo o que o outro entende até formularmos as nossas preferências; 
▶ A dimensão social  Cada um possui uma visão com seus valores com crenças mediante ao mundo; 
E no campo da bioética as discussões divergentes possuem mesma relevância. 
↪ CASO YUSSEF: Menino 9 anos, morava interior Washington e comeu legumes em conserva 
comprados de um vendedor de rua, após isso teve convulsão e foi levado ao hospital. Fez lavagem 
intestinal e foi detectados maconha e pó de anjo; Ele apresentou depressão respiratória e perda da 
consciência. 
2 neurologistas acreditavam que o cérebro estava totalmente morto e 1 que havia ainda atividade 
secundária, e com isso não foi possível declarar morte cerebral; Assim, o paciente estava vivo, mas 
apenas porque estava com aparelho respiratório. 
Os pais eram muçulmanos e acreditavam no poder de Alah, e tinham esperanças na intervenção 
dele, se fosse preciso. 
Como os médicos deveriam agir? 
- A vontade/consentimento do paciente devem ser respeitados devido a autonomia, mas nesse 
caso a decisão fica para os responsáveis legais devido a idade da criança; Mas, nesse caso, há a 
vertente da medicina e a religiosa. 
▶ O valor (preferência)  descritos também no caso de Yussef, os valores religiosos, científicos e etc. 
▶ A moral (sistema de valores)  Conjunto dos valores que serão debatidos e criticados; Ela tem 
departamentalização: moral cristã, judaica, morte misericordiosa e outros. 
▶ A ética (análise e reflexão crítica dos valores) diante de dilemas sociais e morais. 
▶ O desenho do caráter  A ética é quem traz esse desenho trazendo uma coerência ou não entre os 
atos, pois as decisões irão interferir na identidade, no desenvolvimento racional e emocional diante 
desses dilemas  Como se decreta a morte de alguém? E como se decreta o dilema da vida? 
▶ A responsabilidade  Ter consciência sobre o conflito referente à autonomia do médico e do 
paciente  Quando há consciência ou um responsável que possa tomar a decisão, mas pode ser que 
não dê tempo de contatar um responsável e não a consciência do paciente, e com isso é preciso à 
responsabilidade. 
 “(...) O estudo sistemático da conduta humana, na área das ciências da vida e dos cuidados de saúde, 
quando se examina esse comportamento à luz dos valores e dos princípios morais.” – Warren T. Reich 
▶ FATOS HISTÓRICOS IMPORTANTES: 
Segunda Guerra 
Mundial 
Tribunal de 
Nuremberg (1940) 
Código/Tratado 
Nuremberg (1946) 
Declaração dos 
Direitos Humanos 
(1948) 
A Humanidade como 
inspiração 
States School 
Willowbrook – Nova 
York (1960) 
 
Tuskegee – Alabama 
Relatório de Belmont 
(1978) 
 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
▶ Consentimento informado, análise de riscos e benefícios e seleção de sujeitos em pesquisa. 
↪ Constituição Federal – Brasil (1988)  Valor e dignidade da pessoa humana 
“Resolução incorpora sob a ótica do indivíduo e das coletividades, os quatro referenciais básicos da 
bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, entre outros; e visa assegurar direitos e 
deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e do Estado.” (BRASIL, 
Conselho Nacional dessaúde, 1996, p.21.802) 
▶ Bioética aplicada respeitando a não maleficência, beneficência, respeito à autonomia e justiça; 
↪ Se atentar no ponto da AUTONOMIA DO PACIENTE, pois acontece à relação médico-paciente e 
muitos profissionais desenvolvem o PATERNALISMO HIPOCRÁTICO  Onde se visa apenas a 
beneficência, mas que não há respeito quanto a decisão do outro, ou seja, quer cuidar do paciente 
como um ‘filho’, tomando decisões que julga como o certo a ser feito, mas não respeitando a 
autonomia e escolha do paciente, e isso pode acabar causando danos ao próprio paciente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
 
 
 
• 486 a.C – Ilha de Kós (Grécia)  Escola Médica visando discutir sobre tratamentos, cuidados com a vida, 
conhecimento para diagnósticos e tratamentos. 
• Hipócrates, o Pai da Medicina  Não quer dizer que foi o 1º, mas foi o documento mais antigo encontrado 
em relação à prática do cuidado com a saúde e vida das pessoas. 
• MEDICINA X RELIGIÃO (magias e crenças)  Era comum à crença de que divindades poderiam intervir na 
saúde das pessoas, ou, o uso de objetos e outrosem determinados locais e posições traziam curas; Com isso, 
Hipócrates fazia suas pesquisas científicas para ver o que era real, e o que ocorria. 
↪ Onde não há muito contato com a ciência da Medicina, profissionais de saúde, as pessoas tendem a 
ter mais crenças, exemplo, os Curandeiros; Além do uso dela para explicar fenômenos da vida, morte e 
etc; Quando começa a ter esse contato, os moradores acabam observando que a medicina possui 
coisas a acrescentar, e passam a acreditar. 
↪ “Por um lado, as técnicas biomédicas permitem encontrar terapias para dominar dor, prolongar a 
vida, estabelecer diagnósticos; Por outro, as religiões esclarecem sobre qual o sentido da vida, a 
importância da solidariedade e compaixão no cuidar das pessoas que sofrem ou se encontram na 
terminalidade da vida.” (SOUZA Virgínio Cândido Tosta, PESSINI Leo, HOSSNE William Saad, 2012) 
↪ Em pacientes terminais, por exemplo: “Nessa circunstância, a espiritualidade e a bioética 
proporcionam a busca do sensato equilíbrio do cuidar da insuficiência orgânica priorizando o alívio do 
sofrimento e o conforto dos pacientes e familiares” (SOUZA Virgínio Cândido Tosta, PESSINI Leo, 
HOSSNE William Saad, 2012) 
↪ Essa ligação fica mais proeminente na relação médico-paciente; Deve-se considerar que, a religião 
traz as pessoas adoção de princípios e valores. 
↪ “As intervenções curativas e regenerativas das biotecnologias não podem esquecer a dimensão 
espiritual do ser humano, do contrário estarão apenas oferecendo próteses técnicas, não conseguindo 
preencher o vazio ou superar a crise existencial criada pelas limitações que elas querem resolver. A 
transsignifacação possibilitada pelo espírito humano suscita uma capacitação personalizada e 
existencial para enfrentar adversidades que nenhuma técnica pode oferecer” (SOUZA Virgínio 
Cândido Tosta, PESSINI Leo, HOSSNE William Saad, 2012) 
↪ “A Fé e Razão são como duas asas de um mesmo pássaro que voa em direção a verdade absoluta” 
(João Paulo II – Encíclica Fé e Razão) 
• Normas éticas de conduta (dentro e fora da profissão)  Estabelecidas por Hipócrates para àqueles que 
iriam fazer parte da sua escola de médicos; Demonstrando que o médico deveria se preocupar com a forma 
que atua, pois sabia que as pessoas iriam olhar e admirar essas pessoas; Ou seja, ele se preocupava tanto com 
o médico dentro quanto fora da escola. 
 
 
 
Juramento Hipocrático 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
▶ O JURAMENTO DE HIPÓCRATES – ‘Corpus Hippocraticum’ Escritos, livros que se dividiam em 7 
e cada um tratava de algo: 
↪ Juramento 
↪ Da Lei  sobre o que poderia ou não ser feito; princípios legais da atuação; leis de saúde pública. 
↪ Da Arte 
↪ Da Antiga Medicina  Como era, por exemplo, a ligação com a religião. 
↪ Da Conduta Honrada  Exemplo de saúde 
↪ Dos Preceitos  Em relação do exercício da medicina 
↪ Do médico 
** mulheres não podiam, era exclusivo de homens naquela época ** 
 
✤ INTERPRETAÇÃO DO JURAMENTO DE HIPÓCRATES: 
 
• Apesar das críticas ao uso da religiosidade na prática médica, ele invoca os deuses antigos como se 
estivesse pedindo uma ‘benção’ às tradições antigas – reconhece a religião frente à cultura que existia. 
• Traz importâncias aos professores que teve àqueles que o ensinou sobre a arte da medicina. Na época, 
os professores eram muitos considerados, e quem queria fazer parte da escola de médicos tinha que 
trazer essa consideração consigo: professores = pais, alguém querido, da família; Tanto que, o lucro 
ganhado deveria ser uma parte partilhada com os professores também, principalmente, se algum deles 
se encontrar em dificuldade, deveria partilhar os bens. 
• Os filhos dos mestres/professores quando chegassem à idade de aprender, caso quisessem 
(geralmente queriam, pois nessa época não havia mobilidade social – ascensão social), deveriam ser 
ensinados, sem cobrar nada deles. 
• Uma vez que entrou na escola médica, que está aprendendo às práticas médicas, você deve ensinar 
aos seus filhos, filhos dos mestres, e aos discípulos ligados por obrigação, e jurar não ensinar a mais 
ninguém  Na época, o conhecimento era apenas dos médicos - segmentação do conhecimento -, e não 
do ‘senso comum’ como nos dias atuais em é fácil obter conhecimento. 
➠ SABER DO PODER: O MÉDICO TINHA ESSE ‘SABER’ SOBRE O QUE FAZER COM 
PACIENTE, E COM ISSO, O PACIENTE NÃO TINHA DIREITO A DECISÃO, ou seja, 
AUTONOMIA. 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
 
• O médico irá aplicar todas as ideias de como viver e as colocará a disposição dos doentes de 
acordo com seu juízo, ou seja, tudo era feito de acordo com o critério próprio, frente ao que 
considera certo/melhor, não considerando a discussão com paciente e nem com pessoas da 
mesma área. 
✤ UTILIDADE HIPOCRÁTICA SUBJETIVA: determinando o rumo do tratamento do paciente 
com base no que o médico acredita, em seu próprio juízo, de acordo com as informações que 
ele tem. 
X Em oposição X 
CONSENSO COLEGIAL: tentativa de argumentar, colocando prós e contras na tentativa de 
chegar a um consenso; e é colegial, pois é entre os colegas da mesma profissão. 
↪ EX: SARS-Cov 19 Síndrome nova, e em um primeiro momento alguns médicos 
indicam o que consideram ser melhor (Utilidade hipocrática subjetiva); Em um segundo 
momento começa-se a ver o nº das mortes relacionadas com essa síndrome, e com isso, 
os médicos começam a procurar mais conhecimentos e a se reunirem, levantando 
hipóteses e colocando prós e contras, o que está dando certo ou não nos tratamentos 
(Consenso Colegial) 
• Não fará suicídio assistido/eutanásia, ou seja, não dará ‘venenos’, para que assim essas vidas 
não cheguem ao seu final em suas mãos; E não promoveria a morte por meio do aborto. 
• Questões relacionadas aos rins, ele não se considerava apto, assim, deixava para aqueles que 
entendiam sobre. 
• Caso seja necessário ir à casa do doente, ele fará, mas somente para utilidade ao tratamento, 
ou seja, não irá estabelecer outra relação a não ser de médico-paciente  Não irá criar outros 
vínculos; Pois como a escola de médicos já era vista como algo diferente, poderiam surgir 
atrações das mulheres pelos homens médicos, ou o inverso também, e ocorrer até mesmo 
sugestões sexual  Respeito aos lares. 
• Além disso, acreditava que não teria meritocracia de mulheres e jovens, sendo livres ou 
escravos, por exemplo. 
 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
 
• ‘SIGILO MÉDICO’ Respeitar a privacidade sobre o que escutar da vida das pessoas, mas 
abre uma brecha quando diz: “que não haja necessidade de ser revelado”, e com isso fica o 
dilema, pois o médico faz tudo de acordo com o seu juízo, e então ele poderá revelar o que 
achar ‘necessário’. 
• Caso cumpra com tudo que jurou anteriormente, que seja honrado/bem considerado; Mas 
se não realizar, que aconteça o contrário. 
➠ CASO CLÍNCO: Médico de família mantinha clínica, e nessa época fazia-se o exame 
físico pré-nupcial; Ele tinha 2 pacientes, uma mulher e um homem. Esse homem tinha um 
passado de DST’s, e era bissexual; Em uma consulta ele fala ao médico que iria se casar, e 
coincidentemente, era com essa outra paciente do médico. A moça era sua conhecida há 
muito tempo, e por causa disso, ele ficou em um dilema se deveria contar a mulher, ou 
não sobre o rapaz. 
Com isso, ele conversou com o homem, no intuito de convencê-lo do que achava certo, 
contar a moça antes do casamento para que ela ficasse ciente; Mas a dúvida era se, caso 
o moço não quisesse contar, se ele deveria contar ou não. 
↪ Há algumas vertentes a serem levadas em conta, pois Hipócrates fala sobre o sigilo, 
mas em caso de necessidade deveria quebra-lo  Uma hipótese seria de o médico 
conversar com homem explicando sobre os riscos que isso traria a esposa caso não 
contasse, e até mesmo indicar outro profissional para ajudá-lo nessa decisão; Afinal, 
amboseram seus pacientes. 
↪Vale pensar também que, além disso, a um reforço do estereótipo de que quem não é 
da heteronormatividade apresenta ‘mais riscos’; Mas, vale ressaltar também que, os 
heterossexuais também praticam promiscuidade. 
 
▶ DECLARAÇÃO DE GENEBRA: 
• Realizada em 1948 através da Associação Médica Mundial e desde então houve algumas 
revisões (1968, 1983, 1994, 2005, 2006 e 2017)  O Juramento de Hipócrates trouxe 
questionamentos, e por causa disso houve reformulações. 
 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
• A diferença entre o Juramento anterior e esse: não invoca a tradição religiosa; fala sobre não 
violar direitos humanos e liberdades civis, mesmo que haja ameaças. 
• O Juramento é feito olhando para o público, pois ele é feito como um compromisso com a 
comunidade/sociedade. 
• Todos demais declarações listadas baseiam também nesses pilares do EIXO ÉTICO DOS 
JURAMENTOS: 
➠ CÓDIGO DE DEONTOLOGIA MÉDICA DA FRANÇA (1995) 
➠ CARTA DO PROFISSIONALISMO MÉDICO (2002) 
➠ DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE BIOÉTICA E DIREITOS HUMANOS DA UNESCO (2005) 
➠ FUNDAMENTOS RELIGIOSOS: Médicos que possuem religiões, e quando há dilema 
ético envolvido no procedimento, pode-se passar o caso para outros profissionais, caso 
queira, não forçando paciente a mudar algo. 
 
▶ CÓDIGO ÉTICA MÉDICA – Ed. 2019: 
• Princípios fundamentais; Direitos dos médicos; Responsabilidade profissional; Direitos 
humanos; Relação com pacientes e familiares; Relação entre médicos; Remuneração profissional; 
Sigilo profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
 
 
 
• Filme Floot (= Flutuar)  Traz a mensagem sobre o “diferente”, na questão do “Ser Social”, ou seja, a 
respeito desse ser rejeitado, excluído, e muitas vezes para se encaixar acaba deixando de ser quem é, 
para se encaixar nos padrões pré-estabelecidos; E muitas vezes essa aceitação social vem apenas no 
momento em que traz benefícios. 
O pai, no filme, vivia em uma realidade onde não precisou conviver com uma criança diferente, no caso 
do filme, autista, tendo essa nova realidade com seu filho. Essa condição traz alguns cuidados especiais; 
Além disso, traz-se a preocupação de como essa criança seria recebida pelo outro. 
Mas há também pais que não aceitam e olham não conseguindo amá-la devido à “diferença”. 
• Na bioética pode se valer do científico, mas também se acaba levando em conta as tradições para 
formação dos pensamentos  ás vezes por viver em determinada sociedade passamos a ter valores 
vindos de tradições familiares / sociais e absorvemos como certo ou errado. 
• Metade século 19 e início 20, o hospital psiquiátrico recebiam pessoas com problemas mentais, mas 
também quem se rebelava contra as regras sociais; E hoje temos a percepção de respeitar o que é 
diferente de nós, ou seja, o cuidado com o ser humano. 
• Começam a existir demandas/situações sociais antes tidas como normais e que começam a ser 
questionadas, e se relacionada a práticas de saúde ao ser humano, a Bioética entra tentando entender, 
e além de trazer dados científicos é preciso trazer as tradições, religiões que cercam àquele meio. 
• Após Código de Nuremberg surgiu-se uma nova perspectiva sobre os tratamentos médicos levando 
em conta algo antes ignorado, ou seja, autonomia. 
 
✤ JURAMENTO HIPÓCRATES: Trazendo tradição (invocando os deuses); Falando dos mestres; Aluno 
ensinaria aos filhos as práticas; Sigilo da ciência médica (conhecimento ficava apenas entre eles e não se 
tornar algo do senso comum); Não havia autonomia do paciente; Sigilo do Paciente; Relação apenas de 
médico-paciente. 
✤ SUBJETIVIDADE: O juramento é determinado pela interpretação do profissional, ou seja, subjetividade. 
Diferente do que traz hoje o Código de Ética, ou seja, demonstra que essas questões relacionadas a ética 
traz um dinamismo de acordo com o que o social precisa  EX: Com a pandemia começou o atendimento 
online com aprovação pelo Conselho Federal. 
✤ UTILIDADE HIPOCRÁTICA: Equivaler de alguns preceitos hipocráticos para tomar algumas decisões, onde 
a decisão cabe apenas ao clínico  EX: Atendimentos em pronto atendimentos quando paciente chega e é 
preciso tomar decisão imediata para determinar vida ou morte, então, nesse caso não há tempo do 
paciente consentir, ou a família, ou outros colegas de trabalho. 
✤ BENEFÍCIO LÍQUIDO: Aquilo que considera ser benéfico ao paciente – Danos ao paciente = a mais 
benefícios ou danos? 
 E com isso determina se faz uma decisão baseada na utilidade hipocrática ou não. 
 
 
Beneficiar e Evitar danos ao paciente 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
• PRINCÍPIOS DE UTILIDADE: avalia a BENEFICÊNCIA (promover benefícios) e NÃO MALEFICÊNCIA 
(evitar danos), e com isso, cai-se na UTILIDADE HIPOCRÁTICA SUBJETIVA (julgamento individual do 
clínico), ou no CONSENSO COLEGIAL  ÉTICA CONSEQUENCIALISTA 
“Cada vez mais, a ênfase no julgamento pessoal do médico está sendo substituída por uma forma mais 
objetiva de utilidade hipocrática, em que o julgamento dos resultados é baseado em análise dos colegas, 
análise de utilização, garantia de qualidade, pesquisa de resultados e protocolos de tratamento 
(Consenso Colegial). (...) Ele [o médico] precisa ser guiado e influenciado pelos dados mais objetivos 
sobre os resultados.” (VEATCH, 2014, P. 55-56) 
... Ou seja, o médico precisa ser guiado e influenciado por dados mais objetivos, pois assim recorre a 
outros diálogos possíveis. 
➠ CASO CLÍNICO: Médico ginecologista há 30 anos, ao fazer exame Papanicolau identifica 
possíveis células tumorais, e nesse caso ele sempre faz histerectomia; Mas seus colegas mais 
novos fizeram estudos e viram que essa cirurgia não traz tantos benefícios. 
 Esse médico possivelmente não irá apresentar neutralidade em passar sobre a 
doença e os possíveis tratamentos, e talvez nem desse outras opções a paciente 
devido à mentalidade fechada, visto que, na cabeça dele é o que ele aprendeu e 
está dando certo até o momento. 
 Traz a questão do Biopoder, pois as pessoas, geralmente, acreditam no que o 
médico sempre diz, ou seja, como se fosse uma lei, pois é quem cuia a respeito da 
saúde e morte. E com isso, se a pessoa não tiver conhecimento sobre ela apenas 
acredita e aceita o que lhe foi passado/ofertado. 
↪ Um consenso de um grupo médico é suficiente para dizer o que é benéfico para um paciente 
ou grupo social? É preciso ter uma Declaração Empírica sobre a ciência médica (informações sobre 
aquilo baseado em casos que ocorreram de fato), e chegar à produção de que àquilo trará uma 
mudança benéfica; Ou seja, não será apenas opinião do médico, e nem apenas o consenso colegial, 
sendo necessária sempre a obtenção de atualizações do ramo. 
Além disso, a avaliação do próprio paciente, cada vez mais, tem prioridade, ou seja, ele decide se 
àquilo que o médico está propondo deve ou não ser realizado, mas não cabe a ele decidir os tipos 
de tratamentos baseados apenas no senso comum, afinal, foi o médico que estudou para obter o 
conhecimento e dar opções de tratamentos ao paciente. 
• “Existe um segundo problema. O objetivo é realmente promover o bem-estar total do paciente? Ou o 
objetivo é promover somente o bem-estar médico? (...) O bem-estar total envolve todos os aspectos da 
vida de uma pessoa: educação, religião, relações sociais, estética e entretenimento. Mas, se o objetivo 
do especialista dor o bem-estar médico, deve-se reconhecer que poucos pacientes racionais desejam 
maximizar o bem-estar médico.” (VEATCH, 204, p. 57-58) 
↪ EX: Diagnóstico de DM, o paciente sabe o que precisa para ter a qualidade de vida, mas a 
questão é se ele está disposto a levar a vida com regras tão restritivas como o DM precisa? 
Se for um médico preocupado com paciente, ele deverá levar em consideração todos os aspectos 
da vida, tentando encaixar de maneira progressiva o tratamentona vida do paciente; Mas se for 
um profissional pensando apenas em seu bem-estar, atender vários pacientes de maneira rápida, 
apenas visando o que acha ser o certo, ele possivelmente apenas atenderá e passará o tratamento 
e só. 
 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
• OBJETIVOS NA ESFERA MÉDICA: considerando-se o bem-estar médico e total do paciente, com isso, 
visa buscar: Preservar a vida; Promover saúde; Aliviar sofrimento e Curar doenças. 
 
 
➠ CASO CLÍNICO: Dra. R cuido Senhor J por alguns anos; Ele foi diagnosticado com CA Próstata a 2 
anos. A Dra. entrou em contato com centro oncológico de um hospital universitário local, que tinha 
oferecido uma oportunidade para coloca-lo em um estudo clínico randomizado. 
Se ele participasse da pesquisa, seria colocado no grupo de tratamento-padrão (controle) ou no 
grupo que receberia uma combinação experimental de novos agentes potentes. O tratamento-
padrão impunha alguns riscos menores, mas infelizmente, oferecia benefícios apenas moderados. A 
taxa de sobrevivência por dois anos. 
Com base nessa informação, a Dra. Imaginava que, apesar disso, os benefícios seriam maiores que 
os riscos – talvez 2X -. Se houvesse somente o tratamento padrão à sua disposição ela o 
recomendaria ao Sr. J. 
O agente experimental era mais promissor. Os dados preliminares mostraram taxas de 
sobrevivência maiores que dois anos, talvez até 10X que isso, os efeitos colaterais também eram 
maiores, cerca de 10X piores que o tratamento padrão. O Senhor J pediu à Dra. para lhe aconselhar 
se participaria ou não da pesquisa. 
O que fazer? 
 Levando em consideração o benefício líquido, da beneficência e não maleficência; Cabe 
ao paciente decidir, pois pode ser que ele receba o tratamento padrão ou o que está 
sendo estudado por ser um estudo randomizado, e com isso, cabe a ele ver se quer 
enfrentar os efeitos adversos, ou seja, avaliar o todo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
 
 
 
 
➠ CASO CLÍNICO: 1970 havia um Dr. Médico de família de 63 anos, e um dos seus pacientes era 
uma menina de 17anos, que ele acompanha desde o nascimento. Ela queria um 
aconselhamento sobre contraceptivo, mas ela achava que o médico podia não ser a favor, e por 
isso foi em uma clínica sobre controle de natalidade; lá ela receber todas as informações, e com 
isso fez exames e recebeu prescrição médica de contraceptivos orais. Mas como de costume, o 
médico da família seria informado de que ela recebeu prescrição de outro médico, e ela sem 
entender muito consentiu. 
O médico da família ficou preocupado com a questão farmacológica (na época não era muito 
conhecido os efeitos e etc), e pelo bem-estar total, em particular, “saúde moral”. Assim, após 
conversar com colegas, ele chegou a um consenso, e quando o pai dela foi ao médico, ele 
aproveitou e contou tudo. 
A menina, e o médico que prescreveu não ficaram contentes com o que ele fez, e assim, 
denunciaram o médico da família no conselho de medicina. 
 As vertentes a serem analisadas: em 1970 ainda não havia muitos estudos sobre 
pílulas contraceptivas, além dela ser menor de idade, o médico ter 63 anos e ser 1970. 
 Pensar na Ética Consenquencialista (beneficência e maleficência) e na Deontológica 
(Fidelidade/Confidencialidade, Autonomia e Veracidade). 
• “Quando a ética se volta para os deveres em relação aos indivíduos, ela normalmente, é chamada de 
Ética de Respeito pelas Pessoas. A ética de respeito pelas pessoas á aquela que deriva, até certo ponto 
da filosofia de Immanuel Kant. O filósofo enfatiza que era importante tratar os seres humanos como 
fins por si só e não como simples meios. Ele afirmou o valor intrínseco da vida humana e, portanto, que 
os seres humanos merecem respeito, independentemente das consequências das ações. Mostrando 
respeito por eles observando certos deveres em relação a eles.” (VEATCH, 2014, p.70). 
... Ou seja, diferente de Maquiavel que dizia “os fins justificam os meios”; Kant traz que, o ser 
humano deve ser considerado como fim próprio de qualquer ação, ou seja, não se devem usar as 
pessoas para atingir o fim, pois a pessoa já é a finalidade de qualquer ação, sendo assim, ela 
merece respeito. 
• Ética + Respeito pelas pessoas = Deontologia 
• E isso tudo denotado acima se baseia em três pontos (Fidelidade, Autonomia e Veracidade): 
▶ FIDELIDADE 
“A ideia geral do princípio da fidelidade na relação paciente-médico é a de lealdade. (...) A maior 
parte da atenção está voltada para a lealdade do médico ao paciente, mas, em alguns casos, 
falamos também sobre as obrigações ou deveres de lealdade do paciente ao médico. Os casos 
problemáticos são aqueles em que manter um compromisso com o paciente não é a maneira de 
produzir as melhores consequências para ele. As consequências levam alguém para uma ação, o 
dever, para outra.” (VEATCH, 2014, p. 72). 
➠Relação médico-paciente – algo íntimo. 
Ética do respeito pelas pessoas 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
➠Lealdade – relação de confiança tão intensa, que deve-se tratar o paciente com muito 
respeito, a fim de que, ele se sinta seguro. 
➠Via de mão dupla  fidelidade do paciente com o profissional, não no sentido de ir só 
naquele profissional, mas sim, de contar toda verdade após estabelecido a relação, ou seja, 
não irá omitir informações que sejam relevantes ao caso da enfermidade. 
➠Manter relação (benefício?) – quando mantem-se uma boa relação quais benefícios isso 
acaba trazendo ao paciente; Além de saber o momento de ser “mais duro”, já que, não é 
uma amizade, e sim um profissional visando o melhor para seu paciente. 
➠As consequências e o dever (respeito pelas pessoas) 
 
➠ CASO CLÍNICO: Estudante de medicina houve que conseguirá o cargo de residência 
perfeito, ela assina o contrato; um dia antes de iniciar, o médico administrador do 
hospital liga e fala que encontrou alguém que parece ser melhor para hospital e 
pacientes, sendo exatamente o que eles precisavam, além de já ter atuado na área. A 
estudante pode sentir que tem uma reivindicação legal contra o hospital, mas também 
depende das clausulas do contrato, além de sentir também que feriu a moral. 
O médico pode realmente acreditar que a outra pessoa seja boa para o cargo, por seu 
julgamento. 
A estudante teria bases morais para processar? 
 Pela Ética Consequencialista: o médico estaria certo por se preocupar com os 
benefícios que a outra pessoa traria ao hospital, ou seja, vê a pessoa como um meio 
para conseguir um fim, os benefícios. 
 Pela Ética Deontológica: nessa visão, o consequencialismo não tem peso, e sim o 
respeito pelas pessoas, ou seja, não se usa as pessoas como um meio para atingir 
um fim, e não pensa em benefício/ malefício. Com isso, nesse caso, já quebra o 
conceito de lealdade, só levou em consideração o que queria, e não o que a outra 
pessoa pensava. 
 O certo? Depende de qual visão o Juiz que julga a causa tem, ou seja, os valores 
acabam interferindo. 
✤ CONFIDENCIALIDADE – dentro da lealdade 
➠É sobre guardar, estabelecer um segredo na relação, e isso, muitas vezes acaba caindo 
no Juramento hipocrático  entra na beneficência, de se basear em até que ponto se 
julga certo ser sigilo, e a possibilidade de contar, se achar necessário. 
“O Juramento de Hipócrates obriga o médico a não divulgar ‘aquilo que não deve ser 
espalhado’. Isso implica que algumas coisas podem ser espalhadas. Assim, a tradição 
hipocrática não pode ser vista como algo que exige inequivocamente que a informação 
médica seja mantida confidencial. Se alguém perguntar o que pode ser divulgado, a resposta 
está no princípio hipocrático: faça o bem para o paciente e proteja-o contra o mal. A 
confidencialidade hipocrática é dirigida para a beneficência.” (VEATCH, 2014, p. 73). 
➠Divulgar aquilo que não deve ser espalhado 
➠Fazer o bem e proteger do mal (?) 
PRINCÍPIOSDA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
➠Confidencialidade enquanto acordo mútuo: O médico pode romper a confidencialidade 
nos casos que a lei nos autoriza, como: casos que paciente quebra a segurança da vida de 
outras pessoas e entre pares (entre outros médicos, outras pessoas da área) para 
encontrar uma saída que possa promover a beneficência do paciente e protege-lo contra 
o mal (doença). Em casos de ideação suicídio, conversar com família e pedir para ela ficar 
de olho nesse paciente. 
➠“Diversos códigos possuem requisitos de confidencialidade mais rigorosos. Eles 
proíbem a divulgação até mesmo se a quebra da confiança for benéfica ao paciente. (...) A 
confidencialidade envolve mais do que o benefício do paciente. O dever de manter 
informações médicas confidenciais é parte da fidelidade ao paciente. Uma promessa de 
confidencialidade é feita quando a relação é criada. A visão de que uma obrigação de 
confidencialidade vai além do benefício ao paciente afirma que existe um dever de 
manter o sigilo quando a confidencialidade é prometida.” (VEATCH, 2014, p. 73-74). 
➠ CASO CLÍNICO: Mulher chamada Irma sofria de CA mama e precisou de radioterapia 
após mastectomia radical, e com isso, sofreu queimaduras graves. Ela processou o 
médico dizendo não ter consentido com o risco de queimadura vindo pela 
radioterapia. O médico disse que tinha benefícios, e que deixou de dizer sobre as 
queimaduras de maneira intencional, pois tal informação poderia perturbar o 
paciente, e até mesmo, levar de maneira inconsciente a não seguir com o tratamento. 
 Deve explicar a paciente os possíveis efeitos, deixando o Paternalismo Médico e a 
beneficência de lado, visto que, desse jeito não há neutralidade na opinião; Pois 
assim, faz-se com que ela tenha consciência, e veja se vai consentir ou não, pois aí 
sim ela estaria ciente de tudo que pode ocorrer. 
 
▶ AUTONOMIA 
➠Filosofia liberal (cada sujeito é responsável ou não por seu progresso, ou seja, tendo cada um 
autonomia sobre si para tomada de decisões) e tradição de Kant 
➠Liberdade do indivíduo, sendo esse um Direito Adquirido e inviolável. 
➠As consequências não justificam não dar autonomia ao paciente. 
➠Consentimento Informado  “Constitui o direito do paciente de participar de toda e 
qualquer decisão sobre tratamento que possa afetar sua integridade psicofísica e o dever do 
médico de alertar sobre riscos e benefícios das terapêuticas envolvidas.” 
... ou seja, qualquer ser humano possui liberdade sobre si, e não cabe aos outros decidir o que 
fazer ou não da vida, sendo esse um direito adquirido, não considerando que as consequências 
justificarão o que será feito, ou seja, o outro deve consentir; assim, após esclarecidos, o 
paciente possui autonomia para decidir se vai ou não fazer o tratamento; isso não quer dizer 
que ele dita qual tratamento, apenas escolher se sim ou não, ou seja, consentimento 
informado. 
... Muitas vezes esse consentimento é presumido normalmente em casos de tratamento de 
emergências, por exemplo. 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
... A Associação Americana de Medicina, diz que ao médico perceber que a decisão do paciente 
trará dano a ele ou a terceiros, fica o médico cabível de poder induzir o paciente a melhor 
escolha, isso não quer dizer que ele não irá oferecer outros tratamentos, mas sim, induzir a 
melhor, segundo ele. 
▶ VERACIDADE 
... é sobre a falar a verdade ao paciente, explicando toda a situação e contexto para que esse 
fique ciente do seu estado real. 
➠Tomar cuidado com o Paternalismo Médico, e com isso cuidado para não mentir como 
forma de proteção. 
↪ PATERNALISMO MÉDICO: 
... Há duas possibilidades de paternalismo: FRACO (é justificável/necessário em 
algumas situações, já que, ocorre em situações onde o paciente não tem capacidade de 
tomar decisões de maneira temporária ou definitiva, como: RN, crianças pequenas e 
pessoas comatosas) e FORTE (quando age em benefício contra a autonomia de alguém 
capaz de tomar decisões) 
... Assim, o ATO PATERNALISTA pode ser definido como: “Desconsideração intencional 
das preferências ou atitudes conhecidas de alguém por outra pessoa, onde àquele que 
desconsidera justifica sua ação pela intenção de propiciar um benefício ou de evitar 
um risco a pessoa que foi alvo de sua ação” – Beauchamp TL, Childress JF 
... Ou seja, o PATERNALISMO MÉDICO é uma conduta que tem por intenção beneficiar 
o paciente sem seu consentimento; Adotando condutas terapêuticas sem consultar 
preferências do paciente, assumindo o que julga ser o melhor para este, sem sua 
participação ativa nas decisões. Assim, o Paternalismo Médico acaba sendo 
hipocrático. 
“Paternalismo é a colocação de limites à autonomia individual, com o objetivo de 
beneficiar uma pessoa, cuja autonomia esteja limitada, ou prevenir um dano” – 
Bioethics Thesaurus 
“O Princípio da Beneficência é que estabelece esta obrigação moral de agir em 
benefício dos outros. Quando a Beneficência não atende à autonomia das pessoas 
geram ações paternalistas” – Beauchamp TL, Childress JF. 
➠AMA (1981) – Associação Médica Americana denunciou esses dois tópicos acima, decidindo 
que a veracidade deve ser aplicada, ou seja, deve cumprir com honestidade com pacientes e 
colegas, sem ressalvas. 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
 
➠ CASO CLÍNICO (PROVA) Senhor João, 30 anos chega ao consultório para exame de 
admissão; O médico começa montar seu histórico, e ele está bem acima do peso, 
sedentário e fuma desde os 14 anos, além de beber muito e não cuidar de si mesmo. O 
médico sente que deve encorajá-lo a mudar o estilo de vida, e observa que não mudará 
nada se ele apenas disser para ele parar de fazer tal coisa, assim, ele pensa em outra 
tática, decidindo fazer RX Tórax suspeitando que apareça alguma opacidade que será 
suficiente para convencer o Sr. João, mas ao analisar, não há nada demais no exame, mas 
ele vê alguns pequenos pontos insignificantes, e usa disso dizendo ao paciente que são 
pontos pré-cancerígenos, ou seja, alarmando-o e dizendo que se mudar o estilo de vida 
àquilo poderia regredir; acaba ele pensando que isso é só um prolongamento beneficente 
para o paciente, pois ele tem uma grande chance de desenvolver CA pulmão mesmo se 
continuar fumando. Ou seja, ele acha que exagerando muito irá induzir o paciente a 
mudar estilo de vida. 
 Notam-se pontos claros de Paternalismo Médico quando o médico tenta achar 
meios para conseguir fazer o paciente mudar de vida; 
Com a óptica do Julgamento hipocrático e da beneficência/maleficência, o médico 
estaria certo  PELA ÉTICA CONSEQUENCIALISTA 
 O médico poderia trazer toda veracidade do caso ao paciente falando que os 
exames não deram nada, mas que devido à condição dele, em relação a fumar, 
obesidade e sedentarismo, as chances dele desenvolver doenças secundárias são 
grandes; Sendo assim, nesse caso, o médico não está respeitando a pessoa, não foi 
fiel, não respeitou autonomia e nem a veracidade ao paciente, ou seja, o médico 
está errado PELA ÉTICA DEONTOLÓGICA 
 Além disso, se pensar que o médico pode dar uma “forçadinha” no que o paciente 
deve escolher, então, relativamente, defende-se, nessa mesma vertente, que, se 
poderia interferir na escolha de uma mulher em relação ao aborto também, por 
exemplo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
 
 
 
• Meados do século 19 até século 20 havia uma tolerância quanto à morte, ou seja, ocorriam 
ritos/presentificação da morte, ou seja, trazendo no âmbito social e emocional, o velório traz consigo 
grandes significados fazendo com que as pessoas percebam que àquela pessoa não existe mais, ou seja, 
traz sentimento de despedida. 
Com tempo, os ritos vão mudando, tenta-se prolongar o máximo da vida, há também agora cremação. 
• Na aula anterior falou-se da Éticado Respeito pela Pessoa (DEONTOLÓGICA) propondo 3 princípios 
que a norteiam, mas aqui, está o 4º princípio, o de Não Matar. 
... Ou seja, os PRÍNCIPIOS DA BIOÉTICA são: Fidelidade (englobando confidencialidade), Autonomia, 
Veracidade e Princípio de Não Matar. 
➠ CASO CLÍNICO: Paciente gestante está com CA Útero e se não fizer cirurgia há chances da mãe 
morrer, mas se for feita, o feto morre. 
O que fazer? 
➠Pela ÉTICA CONSEQUENCIALISTA: pensar na beneficência e não maleficência. 
➠Pela ÉTICA DEONTOLÓGICA: pensar nos princípios, levando em consideração o 4º de não 
matar, mas é não matar quem? 
• Esse princípio traz consigo a PROMOÇÃO DA VIDA; Mas a de se pensar em: “E quando a promoção da 
vida não é mais possível?”, ou seja, já recorreu a todas vertentes: consenso colegial, pesquisas, 
tratamentos, exames laboratoriais e todos indicam que não há possibilidade de cura. Nesse caso fica-se 
a pergunta de: “O que fazer para não matar esse paciente, e ao mesmo tempo evitar sofrimento dele?” 
• “O princípio de não matar é outro baseado em dever. Ele pode entrar em conflito com os princípios 
baseados em consequência da beneficência e da não maleficência (ética consequencialista), assim como 
acontece com a fidelidade, a autonomia e a veracidade (ética deontológica). (...) A ética da morte e do 
morrer, nos anos recentes, incluiu uma controvérsia significativa em relação ao que exatamente implica 
estar morto. Aqui, retomaremos a questão de como tratamos pacientes que estejam criticamente ou 
terminalmente doentes, mas que ainda estão vivos de acordo com a definição legal de morte. Suponha 
que um paciente ainda vivo, porém criticamente doente, levante a questão de se é necessário que sua 
vida continue. Esse tipo de caso nos desafia a deixar claro o significado de termos como matar, deixar 
morrer, renunciar ao tratamento e meios extraordinários.” (VEATCH, 2014, p. 93-94). 
↪ LEGALMENTE, o que define a morte? – pensar que o que determina a morte é o mesmo critério 
que determina a vida -. 
... Ou seja, se a morte ocorre quando as funções cerebrais deixam de existir – morte encefálica -, 
então a vida só teve início a partir da existência de sinais cerebrais? Com isso, o cérebro se torna 
referência da existência de vida, e por isso haveria possibilidade de abortar. 
... Ou, se a morte se dá com a parada dos batimentos cardíacos, então a vida só se inicia quando 
os batimentos começam? 
 
O princípio de não matar 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
↪ DILEMAS ÉTICOS: - o que é vida e o que é morte traz consigo em cada pessoa questões 
ideológicas/bagagens de vida -. 
... Ou seja, para alguns, a vida começa quando ocorreu a fecundação, assim, e se aborto for 
aprovado considerando que a vida apenas inicia com função cerebral, você pode não realizar o 
aborto e encaminhar seu paciente para algum médico que realize. 
... Ou, paciente em estado terminal, se a eutanásia fosse liberada, você poderia encaminhar esse 
paciente caso você seja contra. 
• “A morte, desde os primeiros tempos, foi conceituada de acordo com cada ideologia, cultura, crença e 
histórias de cada época. A morte pode ser observada como um mistério enigmático, ou até mesmo 
como um absurdo intolerável, podendo até ser tratada como um tabu, motivo pelo qual a maioria das 
pessoas não gosta de falar. Ela é considerada um assunto ainda complexo de ser tratado, sempre de 
grande relevância, mesmo pelos os médicos que a tem como elemento não só da vida, mas também do 
ofício, dessa forma, o entendimento da morte por profissionais da medicina se torna parte das suas 
rotinas. Por diversas circunstâncias, os médicos ficam diante de situações de extrema responsabilidade, 
necessitando tomar decisões sobre condições de saúde e da vida de seus pacientes.” (SILVA, 2018, s/p) 
↪ A morte não é apenas substantivo, ninguém se prepara para ela. Cada um lida de uma maneira, ou 
seja, não há algo fixo sobre ela. 
• “O homem e a mulher são, dentre todos os seres vivos, os únicos a possuírem consciência da sua 
própria finitude, o que estabelece um contexto bastante problemático e paradoxal: apesar de a morte 
fazer parte do ciclo ‘natural’ de todo vivente, o medo do desconhecido e a perspectiva de extinção 
tornam a temática um domínio de abordagem extremamente árida. Norbert Elias considerou que é 
parte da tarefa da sociedade tornar o passamento dos seres humanos – quando ‘chegada a hora’ – o 
mais fácil e agradável possível para aquele que parte, para aqueles próximos que ficam e para aqueles 
que cuidam.” (LIMA, 2013, p. 20). 
↪ Fala sobre o apoio empregado aos profissionais da saúde, que são quem cuidam, quando o 
paciente morre; pois mesmo com hábito de lidar com a morte, durante a Pandemia, por exemplo, o 
nº de perdas se intensificou, e com isso precisou ainda mais de apoio mental a esses profissionais. 
• “As escolhas bioéticas – públicas e privadas – envolvem usualmente os sujeitos, as famílias e os 
profissionais de saúde, o que requer a clara delimitação dos problemas éticos, em termos dos conceitos 
e das teorias aplicáveis ao processo de morrer. Díspares questões têm sido propostas no campo dos 
cuidados ao final da vida incluindo a atenção aos enfermos com câncer e com outras graves e incuráveis 
moléstias crônicas não transmissíveis, tais como: a) Cabe ao paciente escolher como irá findar sua 
existência? b) Qual o lugar da família e dos profissionais de saúde nesse processo? c) Quais os limites 
para a intervenção terapêutica?” (LIMA, 2013, p. 21). 
↪ A escritora Elizabeth Kubler Ross fala em seu livro “Sobre a Morte e o Morrer”, que o luto passa 
por 5 fases: negação, ira, barganha, depressão e aceitação; ou seja, a pessoa passa por uma 
montanha-russa emocional. 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
• PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO CÓDIGO DE ÉTICA: 
↪ I: A medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e será exercida 
sem discriminação de nenhuma natureza. 
... Ou seja, uma coisa é não concordar e outra é discrimar por raça, religião, orientação sexual e 
etc. 
↪ II: O alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir 
com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional. 
... Ou seja, está falando sobre o princípio de Ética Consequencialista, de beneficência e não 
maleficência. 
↪ VI: O médico guardará absoluto respeito pelo ser humano e atuará sempre em seu ¹benefício, 
mesmo depois da morte. ²Jamais utilizará seus conhecimentos para causar sofrimento físico ou 
moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar tentativas contra sua dignidade 
e integridade. 
... ¹No começo da afirmação está falando sobre o princípio de Ética Consequencialista, de 
beneficência e não maleficência. 
... Quando fala do “respeito além da morte” seria, por exemplo, no momento de doação de 
órgãos e etc. 
... ²No segundo momento, quando se fala de “Jamais utilizará seus conhecimentos para causar 
sofrimento físico ou moral, para o extermínio do ser humano ou para permitir e acobertar 
tentativas contra sua dignidade e integridade” passa a ser Ética Deontológica, pois fala sobre a 
autonomia, veracidade e fidelidade, uma vez que, ao paciente declarar/informar sobre o que 
quer e aceita durante o atendimento, mesmo que para preservar a vida, se o médico faz ao 
contrário, ele está infringindo os princípios deontológicos, pois ele acaba não tendo noção do 
sofrimento moral que pode causar no indivíduo; 
O final irá depender da visão que o juiz que julgar o caso, caso haja processo. 
➼EX: Pessoa que não aceita transfusão sanguínea, e o médico não respeita e faz para 
salvá-lo; Mas ao retornar para sua rotina, por exemplo, ir a igreja, os demais saberão que 
ele é transfundido, e começarão a trata-lo como impuro no meio deles, ou seja, 
sofrimento moral e social. 
↪ XXI: No processo de tomada de decisões profissionais,de acordo com seus ditames de consciência 
e as previsões legais, o médico aceitará as escolhas de seus pacientes relativas aos procedimentos 
diagnósticos e terapêuticos por eles expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente 
reconhecidas. 
... se não for o que está sublinhado o médico pode não aceitar. 
↪ XXII: Nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de 
procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua atenção 
todos os cuidados paliativos apropriados. 
 
 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
• É VEDADO AO MÉDICO: 
↪ ARTIGO 1º: Causar dano ao paciente, por ação ou omissão, caracterizável como imperícia, 
imprudência ou negligência. 
PARÁGRAFO ÚNICO: A responsabilidade médica é sempre pessoal e não pode ser presumida; 
↪ ARTIGO 36: Abandonar paciente sob seus cuidados 
§ 1° Ocorrendo fatos que, a seu critério, prejudiquem o bom relacionamento com o paciente ou o 
pleno desempenho profissional, o médico tem o direito de renunciar ao atendimento, desde que 
comunique previamente ao paciente ou a seu representante legal, assegurando-se da continuidade 
dos cuidados e fornecendo todas as informações necessárias ao médico que o suceder. 
§ 2° Salvo por motivo justo, comunicado ao paciente ou à sua família, o médico não o abandonará 
por este ter doença crônica ou incurável e continuará a assisti-lo e a propiciar-lhe os cuidados 
necessários, inclusive os paliativos. 
➠O abandono ao paciente pode ocorrer apenas se o tratamento dele estiver fora das nossas 
capacidades/alcance. 
↪ ARTIGO 41: Abreviar a vida do paciente, ainda que a pedido deste ou de seu representante legal. 
PARÁGRAFO ÚNICO: Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os 
cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou 
obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua 
impossibilidade, a de seu representante legal. 
➠No Brasil, ainda é vedado abreviar a vida, ou seja, realizar eutanásia ou suicídio assistido. 
 
▶ CASO CLÍNICO: Menino de 2 anos desenvolveu um tipo de leucemia e de acordo com os médicos 
precisaria de quimioterapia para que houvesse chance de sobrevivência. A família por outro lado, 
acreditava em uma terapia alternativa (dieta especial macrobiótica que incluía arroz integral, extrato 
de caroço de damasco) como tratamento, pois achavam que a quimioterapia seria tóxica, prejudicial e 
não funcionaria. 
Quando a família recusou a quimioterapia ortodoxa, o médico se sentiu obrigado a buscar ajuda na 
justiça dizendo que os pais tinham excedido os limites da razão na busca do que seria o maior 
interesse para o menino, e ganhou a custódia do menino para fornecer a terapia recomendada. A 
família não aceitou e começou a protestar sobre aquilo e chegou a leva-lo a outro médico, embora 
eles pudessem ser processados, isso não traria benefícios para criança. 
O médico continuou insistindo no caso, e percebeu que seria mais fácil elaborar um meio termo, 
escutando a visão dos pais até certos pontos e aplicando sua terapia. Assim, ele elaborou uma dieta 
seguindo o que os pais falavam, mas dando a opção de que isso fosse feito ao mesmo tempo com a 
quimioterapia; 
No final, o tribunal aceitou o meio termo por ser razoável a decisão. 
➠Pensando com a ÉTICA CONSEQUENCIALISTA, o médico poderia entrar na justiça alegando que o 
benefício seria melhor para o menino, e que os pais estavam excedendo na autonomia, visto que, 
havia possibilidades de cura com o tratamento. 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
 
▶ CASO CLÍNICO: Fevereiro de 1990, uma mulher de 27 anos sofreu uma parada cardíaca; No hospital 
determinou-se que ela apresentava baixas taxas de K+ no sangue, e isso poderia ter ocorrido 
decorrente de distúrbio alimentar, e ela sofreu uma lesão cerebral extensa. 
Em 18 de Junho do mesmo ano, o seu marido, até então guardião, alegou que ela fez um tratamento 
experimental para a lesão cerebral, mas que foi sem sucesso. Por fim, surgiram dúvidas sobre decisões 
de tratamento. 
Em 1992, os pais entraram com pedido da tutela, e a filha passou a morar com eles, e, além disso, 
entraram na justiça contra o ex-marido; Ela acabou recebendo uma indenização milionária por má 
prática concebida por cuidados inadequados do marido. 
Em 1998, o marido fez uma petição na justiça para que o tubo de alimentação dela fosse removido 
alegando que sua decisão foi baseada na decisão que sua esposa tinha dito sobre como gostaria de ser 
tratada antes de ter sofrido acidente, e afirmou que ela estava em estado vegetativo intermitente. Por 
fim, ele conseguiu um vídeo da esposa falando coisas que não toleraria caso estrasse em estado 
vegetativo. 
Com isso, a justiça devolveu a guarda ao marido e o tubo foi retirado em Março de 2005, e após 12 
dias ela faleceu. 
➠A representação legal para àqueles considerados incapazes de tomada de decisões, ainda que 
exista pode ser questionada por médicos e outros membros da família que sintam que a pessoa 
esteja tendo mais malefícios do que benefícios com tal tratamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA 
ADRIANE SOUZA DO NASCIMENTO T39 
 
 
 
 
 
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