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CRITICIDADE DE EQUIPAMENTOS ENGENHARIA DE MANUTENCAO INDUSTRIAL PROF. MSc. JORGE FELIPE JULHO/2021 CRITICIDADE DE EQUIPAMENTOS Sabe-se que os recursos do setor de manutenção de uma empresa, tanto em termos financeiros, mão-de-obra e tempo, são limitados. Portanto, faz-se necessário definir prioridades e focar esforços, a fim de aumentar a confiabilidade dos ativos de maneira eficiente. CRITICIDADE DE EQUIPAMENTOS Nesse sentido, a criticidade é o atributo que expressa a importância de uma máquina ou equipamento dentro de um processo produtivo, ou seja, o quanto um equipamento é indispensável dentro do contexto operacional de um sistema. Com base na criticidade de ativos, é possível definir um nível de priorização de ações da manutenção, buscando garantir que o sistema produtivo funcione o mais próximo possível de sua capacidade nominal. MATRIZ DE CRITICIDADE DE MANUTENÇÃO Um dos passos principais na definição de um processo de manutenção para sustentação do campo fabril, é a identificação da criticidade de manutenção correta para cada equipamento inserido no plano. O QUE É UMA MATRIZ DE CRITICIDADE DE MANUTENÇÃO? Chegou a hora de definir a criticidade de cada equipamento presente no plano de manutenção. Para isso, basta ter em mãos uma matriz de criticidade de manutenção, e aplicá-la a cada equipamento. O QUE É UMA MATRIZ DE CRITICIDADE DE MANUTENÇÃO? Seu objetivo é simples, entender os impactos causados por possíveis falhas funcionais no respectivo equipamento e ajudar o gestor a definir a estratégia de manutenção ideal a partir destas informações. COMO DEFINIR A CRITICIDADE DO MAQUINÁRIO Se a pergunta for direcionada a uma pessoa de manutenção, a resposta provavelmente será o equipamento cuja manutenção é mais longa e trabalhosa ou cuja frequência de necessidade de manutenção é mais elevada. Já se a pergunta for feita ao responsável do setor operacional, a resposta pode ser diferente, talvez o equipamento gargalo na produção ou a máquina com maior capacidade produtiva. COMO DEFINIR A CRITICIDADE DO MAQUINÁRIO As respostas do departamento de qualidade ou do setor de segurança provavelmente também serão diferentes e, com isso, se instala uma grande variabilidade no processo de definição. Logo, essa “intuição” geralmente não é suficiente para garantir uma tomada de decisão assertiva, visto que a definição de criticidade é complexa e pode envolver diversas variáveis e setores. POR QUE É IMPORTANTE DEFINIR A CRITICIDADE DE MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS? Cada equipamento possui um impacto diferente em caso de falhas e quebras, seja no ciclo produtivo, na segurança dos colaboradores ou do meio ambiente, e entender isso é fundamental. POR QUE É IMPORTANTE DEFINIR A CRITICIDADE DE MANUTENÇÃO DOS EQUIPAMENTOS? De acordo com a criticidade, é possível definir a estratégia de manutenção ideal para manter o equipamento disponível e distante de falhas funcionais e o setor de manutenção de paradas não planejadas. Quanto maior for o impacto causado pela falha de um equipamento dentro do processo produtivo, mais crítico ele se torna. MÉTODOS DE SELEÇÃO DE EQUIPAMENTOS Os métodos mais usados para a seleção são a análise ABC ou de Pareto, as tabelas de criticidade e as matrizes de decisão. Estes métodos baseiam-se principalmente na importância do equipamento e nos aspetos econômicos e de segurança relacionados com os equipamentos. COMO FUNCIONA A MATRIZ DE CRITICIDADE DE MANUTENÇÃO? Para ajudar nessa tarefa, existem métodos mais estruturados, como o método ABC. Esse método faz uso de um sistema de classificação de máquinas em termos de gravidade da ocorrência de falhas. Seis critérios são levados em conta: MÉTODO ABC (o mais utilizado) 1.Segurança: Máquinas perigosas, como prensas e guilhotinas, ao apresentarem falhas, podem causar sérios danos à saúde do trabalhador que a opera. 2. Qualidade do produto: Algumas máquinas realizam processos de alta precisão e, dessa maneira, o menor nível de desalinhamento pode acarretar em perda de qualidade do produto fabricado. 3. Impacto na produção: Falhas em máquinas gargalos no processo produtivo podem impactar fortemente na produtividade da empresa. Em alguns casos, podem até mesmo ocasionar em paradas totais da produção. Portanto, esse é um critério extremamente importante na análise de criticidade. 4. MTBF / Confiabilidade da máquina: Esse critério faz uso do indicador MTBF, abordado previamente, que trata do tempo decorrido entre falhas em uma máquina. 5. Tempo de reparo: Esse critério faz uso do indicador MTTR, ‘Mean Time to Recovery’, que representa o tempo médio necessário para substituir ou reparar um componente defeituoso, ou mesmo para que a máquina volte a funcionar. 6. Custos de manutenção: Dinheiro a ser gasto no conserto de uma máquina específica que venha a apresentar falhas. Esse gasto varia de acordo com a falha ocorrida, porém, de maneira geral, é possível inferir se o ativo requer altos gastos com peças de reposição e etc. Por exemplo, se o ativo for importado, pode ser que os custos de reposição de peças defeituosas sejam mais elevados. Cada uma das máquinas analisadas devem ser classificadas nestes seis critérios citados acima, segundo três níveis de impacto: A: alto impacto; B: médio impacto; C: sem impacto. Essas respostas serão base para o fluxograma de criticidade (Imagem 2), onde cada questionamento é estruturado, criando um caminho sequencial até a definição da estratégia de manutenção ideal para o equipamento. Fluxograma do tipo decisorio. TIPO DE MANUTENÇÃO INDICADA Criticidade Tipo de Manutenção A Manutenção Preventiva Condicional B Manutenção Preventiva Sistemática C Manutenção Preventiva Sistemática A manutenção preventiva condicional é aquela realizada a partir do monitoramento da condição dos equipamentos. São realizadas inspeções de prevenção periódicas buscando registrar a condição atual do equipamento e a possível necessidade de parada para manutenção. Manutenção Preventiva Condicional A manutenção preventiva sistemática é aquela realizada a partir de uma falha potencial identificada, ou seja, uma baixa no equipamento ou comportamento alterado, irregular, que indique a possibilidade de uma falha funcional futura. Manutenção Preventiva Sistemática A manutenção corretiva é aquela realizada apenas após a falha funcional já registrada, ou seja, a quebra do equipamento. Também conhecida como manutenção pós quebra. Manutenção Corretiva Você está selecionando, planejando, programando, executando manutenção e reparos desnecessários de equipamentos durante as paralisações que estão fazendo com que você ultrapasse o orçamento e o tempo da paralisação? Risk Based Work Selection (RBWS) Você está fazendo reparos em equipamentos durante as paradas que podem ser executados com segurança em uma manutenção rotineira ou em equipamentos que tiveram uma longa vida útil restante e não exigiram reparos até uma parada futura? Risk Based Work Selection (RBWS) Risk Based Work Selection (RBWS) Se você responder "sim" a essas perguntas, é provável que tenha um problema com as práticas, processos e na seleção de atividades de sua parada e, especificamente, com sua parceria com a operação para fazer o trabalho certo durante a interrupção o que resultará em um desligamento seguro e eficiente dentro do cronograma e orçamento. Risk Based Work Selection (RBWS) • RBWS é uma sistemática que estabelece: ❖ Prioridade e vencimento da OS; • Baseado em: ❖ Severidade do equipamento ou sistema alvo do trabalho requerido; ❖ Probabilidade de ocorrência de uma falha (matrix de risco) Risk Based Work Selection (RBWS) • Todos os equipamentos deve estar cadastrados no sistema de manutenção; • A Criticidade de todos os equipamentos e sistemas deve estar estabelecida, ou onde ainda não estiver, deve ser avaliado o seu impacto em fatores de SSMA (saúdesegurança e meio ambiente), operacionais e de custo de manutenção. Desenvolvendo uma matriz de risco ✓ Abordagem prática para a gestão de dados de falha e que nos fornece uma priorização de serviços baseadas na análise da probabilidade de ocorrência do evento e a sua consequência para a organização. Desenvolvendo uma matriz de risco ➢ Exemplo de resultados de implementação da matriz RBWS em refinarias de petróleo nos EUA e outros países.