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1º Ano DIURNO IIC 1º de MAIO 1º Semestre

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Capitulo I: INTRODUÇÃO A CONTABILIDADE
A contabilidade é geralmente aplicada nas empresas. Tendo em conta que ela é aplicada nas empresas, torna-se necessário em primeiro lugar falar de empresas.
Conceito de Empresa.
Vários são os conceitos de empresas e estes variam de autor para autor de acordo com a percepção que cada um tem em relação aquilo que é uma empresa.
Num sentido geral, Empresa é um conjunto de meios humanos, materiais ou técnicos e financeiros devidamente organizados para a realização de uma determinada actividade económica. 
Ciclo de Vida das Empresa.
1. Institucional – é a fase em que se decide sobre a sua criação através da obtenção e combinação dos recursos necessários para a sua entrada em funcionamento.
2. Funcionamento ou Execução – é a fase em que se desenvolve todo o processo de transformação ou seja, da produção de bens e serviços com vista a obtenção e alcance dos objectivos pretendidos.
3. Liquidação – esta é a fase em que se procede a extinção da empresa.
A fase de funcionamento ou de execução é a mais longa, dai que há necessidade de dividir em intervalos de tempo designados Períodos Administrativos, no fim dos quais se apuram os resultados, se elabora o balaço, se discute a actuação da direcção, etc.
Objectivos das Empresas.
Os objectivos das empresas podem ser agrupados em dois, nomeadamente:
· Objectivo económico, que tem haver com o uso racional dos recursos para maximizar o lucro;
· Objectivo social, que tem haver com a satisfação das necessidades e interesses dos seus colaboradores e da comunidade onde se encontram inseridas.
Classificação das Empresas.
1. Sob o Ponto de Vista Jurídico.
Do ponto de vista jurídico as empresas classificam-se em:
· Empresas singulares ou comerciante em nome individual, são aquelas empresas em que o proprietário é uma única pessoa.
· Sociedades Comerciais, são empresas em que o proprietário é mais de uma pessoa.
Tipos de Sociedades Comerciais.
· Sociedades em nome colectivo;
· Sociedades por quotas;
· Sociedades anónimas;
· Sociedades em comandita.
2. Sob o Ponto de Vista Económico.
Do ponto de vista económico as empresas classificam-se em:
· Empresas Comerciais, aquelas essencialmente vocacionadas para a compra e venda de mercadorias.
Ex: Uma empresa que vende electrodomésticos, etc.
· Empresas Industriais, aquelas que se dedicam na transformação de matérias-primas em produtos acabados.
Ex: Uma empresa que fabrica sabão, etc.
· Empresas de Prestação de Serviços, aquelas que se dedicam na prestação de serviços. 
Ex: Uma empresa que concerta electrodomésticos avariados, etc
Actividade Económica.
Actividade económica é toda aquela realizada pelo homem com vista a obtenção de bens ou serviços para a satisfação de necessidades mediante um custo.
Ramos da Actividade Económica.
São ramos de actividade económica, as seguintes:
· Produção: é a actividade que consiste na criação de bens ou serviços com vista a satisfação das necessidades humanas;
· Distribuição: é a actividade que consiste em transportar os bens nos locais de produção até aos de consumo;
· Consumo: é a actividade que consiste na satisfação de necessidades mediante a utilização dos bens produzidos.
As Unidades Intervenientes no Circuito Económico.
A actividade económica resulta na articulação entre a produção, a distribuição e o consumo. As unidades intervenientes neste circuito são:
· As Empresas: (unidades essencialmente vocacionadas a produção e comercialização);
· As famílias: (unidades essencialmente de consumo);
· O Estado: (entidade responsável para regular a actividade económica e para satisfazer as necessidades colectivas).
A Contabilidade.
Conceito de Contabilidade.
O conceito de contabilidade tem variado de autor para autor, em função daquilo que cada um percebe em relação aquilo que é de facto a contabilidade.
Actualmente, a maioria dos autores consideram a Contabilidade uma técnica de registo ou de gestão que tem em vista a determinação da situação patrimonial das empresas e dos seus resultados.
Objecto de Estudo da Contabilidade.
A contabilidade tem como seu objecto de estudo, o Património. 
Evolução Histórica da Contabilidade. 
A génese da contabilidade é explicada segundo a maioria dos autores pela necessidade sentida pelo homem de preencher as limitações da memória, mediante um processo de classificação e registo que lhe permitisse recordar facilmente as variações sucessivas do seu património, para que em qualquer momento pudesse saber do seu valor.
Assim, a contabilidade primitiva visava fundamentalmente suprir as limitações da memória humana. Alem disso, desempenhava igualmente uma outra função importante, que é a de constituir um meio de prova entre partes discordantes ou em litígio.
O grande desenvolvimento dos princípios contabilísticos e a necessidade de aperfeiçoamento da contabilidade deveram-se fundamentalmente a revolução industrial que trouxe um desenvolvimento das unidades de produção e aumento dos recursos humanos, materiais e financeiros.
Com o aumento de recursos humanos, materiais e financeiros, a contabilidade ganhou uma maior expressão nas empresas comerciais e mais tarde passou a ser aplicada nas empresas industriais e actualmente é aplicada em qualquer organização.
Divisão da Contabilidade.
A contabilidade divide-se em dois grandes grupos, nomeadamente:
· Contabilidade Geral ou Externa ou Financeira, aquela que se ocupa no registo das operações com terceiros, as modificações do património e apuramento de resultados.
· Contabilidade Analítica ou Interna ou de Custos ou Industrial, aquela que ocupa-se no registo das operações internas de produção e tem em vista a determinação do custo dos produtos ou serviços.
A contabilidade geral nos dá a situação económica e financeira global da empresa e a situação perante o exterior que tem haver com endividamentos, responsabilidades, etc.
A contabilidade interna nos dá a conhecer os custos suportados para produzir um determinado produto ou serviço, permite um controlo mais directo e pormenorizado da empresa e é um excelente instrumento de gestão.
Importância da Contabilidade.
A contabilidade é importante, na medida em que:
· Fornece informações sobre a situação económica e financeira das empresas;
· Fornece informações gerais da situação patrimonial das empresas;
· Fornece dados aos gestores das empresas, os quais servem de base e auxiliam na tomada de decisões sobre o futuro de uma empresa.
Funções da Contabilidade.
Na organização administrativa e financeira das empresas, podemos distinguir as seguintes funções da contabilidade:
1. Função de Registo: Consiste no registo das operações que provocam alterações no património.
Fases do Registo.
· Montagem da escrita, que consiste na escolha de modelos de impressos; estabelecimento do circuito documental; aquisição e registo de livros obrigatórios e facultativos e /ou aquisição de pacote informático para o processamento de dados contabilísticos; determinação de princípios e politicas contabilísticas e o critério valorimétrico; definição da natureza de informações a serem produzidas.
· Funcionamento, que consiste no registo das operações realizadas pela empresa para posterior apuramento de resultados.
2. Função Avaliação: Neste campo a contabilidade permite:
· Conhecer os custos dos produtos ou serviços;
· Determinar os preços de venda.
3. Função de Análise: Neste área a contabilidade fornece elementos necessários para analise dos resultados obtidos pela empresa e é na base das conclusões da análise que faz- se a previsão e tomada de decisões sobre o futuro da empresa.
4. Função de Previsão: Nesta área a contabilidade permite a elaboração do orçamento global e dos orçamentos parciais da empresa.
5. Função Controlo: A contabilidade permite nesta área, o controlo e acompanhamento da actividade desenvolvida pela empresa e através do controlo dos registos pode-se:
· Apreciar se a situação económica e financeira da empresa é boa ou má;
· Analisar a forma como os resultados foram obtidos;
· Fazer a comparação entre valores previstos e a realidadeconseguida.
Relações da Contabilidade com Outras Ciências.
	Tipo de Relações 
	Disciplinas 
	
FORMAIS
	Direito Civil
	
	Direito Comercial
	
	Direito fiscal 
	
INSTRUMENTAIS
	Matemática
	
	Estatística
	
	Informática
	ESSENCIAIS
	Economia de empresas, etc
1.Relações Formais: se as informações contabilísticas interessam a generalidade das pessoas: administradores, sócios, fornecedores estado, etc.
Compreende-se que a contabilidade tem relações formais especialmente com: 
· Direito Civil: (conjunto de leis reguladoras da vida social)
· Direito Comercial: (conjunto de normas reguladoras das relações comerciais) 
· Direito Fiscal: (conjunto de leis reguladoras das relações entre o Estado e os contribuintes do imposto).
2. Relações Instrumentais: a contabilidade está relacionada com a matemática estatística e outras técnicas quantitativas na medida em que utiliza estas ciências como instrumento para a consecução dos seus fins.
3. Relações Essenciais: como ciência de natureza económica ela está relacionada com economia e muito em particular com a economia de empresa.
A Normalização Contabilística.
No período em que se iniciou o uso da contabilidade não havia um plano oficial de contabilidade aprovado. Assim, cada empresa, cada sector organizava o seu plano de contas de acordo com as suas necessidades e conhecimentos do responsável pela contabilidade, surgindo assim diversos títulos para a mesma conta, havendo por vezes dificuldades em entender as peças contabilísticas fundamentais.
A normalização contabilística pós fim a esta falta de procedimentos comuns, uniformizando assim a contabilidade no que respeita a terminologia, conceitos e regras de movimentação de contas.
Vantagens da Normalização Contabilística.
A normalização contabilística permite:
· Fornecer informações mais uniformes e precisas;
· Maior confiança nos dados contabilísticos;
· Elaboração de estatísticas com menor erro;
· A interpretação dos dados contabilísticos por qualquer técnico de contabilidade;
· A uniformização do ensino de contabilidade.
A Informação Contabilística.
Conceito de Informação contabilística.
Informação contabilística é aquela fornecida pela contabilidade, resultante de registo, processamento e organização das escriturações contabilísticas com intuito de dar a conhecer a situação patrimonial de uma entidade, a qual serve de base para a tomada de decisões dos gestores empresariais.
Características Qualitativas ou requisitos das informações contabilísticas. 
 Estas características qualitativas ou requisitos são os atributos que fazem com que a informação proporcionada pelas demonstrações financeira seja útil para os utilizadores.
1. A Fiabilidade
A informação possui esta característica quando está livre de erros e é elaborada em rigorosa consonância com os Princípios Contabilísticos e as Normas de Contabilidade.
Para ser fiável, a informação deve representar fidedignamente as transacções e outros acontecimentos que pretende representar ou que possa razoavelmente esperar-se que apresente. Assim, por exemplo, um balanço deve representar fidedignamente as transacções e outros acontecimentos que resultam em activos, passivos e capital próprio da entidade na data do relato que satisfaçam o critério do reconhecimento.
2. A Relevância 
Para ser útil, a informação deve ser relevante para as necessidades de tomada de decisão dos utilizadores. 
A informação tem a qualidade de relevância quando influencia as decisões económicas dos utilizadores ajudando-os a avaliar os acontecimentos passados, presentes ou futuros, ou confirmando ou corrigindo avaliações suas feitas no passado.
3. A compreensibilidade 
Esta característica se fundamenta no objectivo de que a informação contabilistica seja exposta na forma mais compreensível possível ao usuário a que se destina.
Uma qualidade essencial da informação proporcionada pela contabilidade é de que ela seja rapidamente compreendida pelos utilizadores
4. A Comparabilidade
Trata-se da característica que permite a melhor visão da evolução da empresa medida sob os mesmos critérios e princípios ao longo do tempo, a fim de identificar tendências na sua posição financeira e no seu desempenho.
Os utilizadores devem ser capazes de comparar as demonstrações financeiras de uma entidade no decurso do tempo a fim de identificar tendências na posição financeira e no desempenho dessa entidade. 
Os utilizadores devem igualmente ser capazes de comparar as informações financeiras de diferentes entidades a fim de avaliar a sua posição relativa quanto a posição financeira, desempenho e variações na posição financeira das entidades.
Os Interessados na Informação Contabilística e Seus Objectivos.
Existem vários interessados na informação contabilística, cada um deles com seus objectivos e destes interessados podem ser classificados em: 
· Interessados ou usuários internos; e 
· Interessados ou usuários externos: 
1. Interessados ou Usuários Internos da Informação Contabilística.
Os interessados ou usuários internos são:
· Sócios e Accionistas: estes se interessam da informação contabilística para avaliar se a actividade da empresa garante o retorno do capital investido e os futuros investimentos da empresa.
· Administradores ou Gestores e Proprietários: precisam da informação contabilística com objectivo de esta lhes permitir a tomada de decisões, avaliar as decisões tomadas e projectar o futuro da empresa.
· Trabalhadores: estes tem o objectivo de avaliar as perspectivas com relação ao futuro da empresa no que concerne a segurança nos seus salários e no seu emprego.
2. Interessados ou Usuários Externos da Informação Contabilística.
 São interessados ou usuários externos da informação contabilística, os seguintes:
· Governo / Estado: este tem o objectivo de determinar o imposto sobre o rendimento e possuir dados da contabilidade nacional. 
· Financiadores: estes precisam da informação contabilística para determinar se os empréstimos concedidos e os respectivos juros serão pagos na data de vencimento.
· Fornecedores e Outros credores: estes precisam da informação contabilística com o objectivo de avaliar se os montantes que lhes são devidos serão pagos na data de vencimento.
· Clientes: precisam da informação para saber se a empresa tem e terá capacidade de fornecer os bens e serviços.
· Público: se interessam da informação contabilística para avaliar a capacidade de apoio por parte da empresa á comunidade em termos de satisfação das necessidades de fornecimento de bens e serviços.
Como se pode notar, a informação contabilística não é só usada pelo gestor da empresa, mas por várias entidades, dai que, esta informação deve ser apresentada observando-se sempre os requisitos ou as características qualitativas mencionadas anteriormente e os princípios contabilísticos.
Os Princípios Contabilísticos.
Estes princípios são um conjunto de normas e convenções que guiam ou orientam aos responsáveis na preparação das demonstrações financeiras. 
1. Princípio da Continuidade. 
Este princípio diz que a empresa é uma entidade que opera num âmbito temporal indefinido. Entendendo-se desta forma que a empresa não tenciona nem necessita entrar em liquidação ou reduzir significativamente o volume das suas operações.
 2. Princípio da Consistência.
Este princípio considera que a empresa não altera as suas políticas contabilísticas de um exercício económico para o outro. Se o fizer e a alteração tiver efeitos materialmente relevantes, deve indicar no anexo das demonstrações financeiras.
3. Princípio da Especialização dos Exercícios.
Este principio diz que a empresa deve reconhecer os proveitos e os custos a medida que eles ocorrem, tenham ou não sido recebidos ou pagos, devendo inclui-los nas demonstrações financeiras do exercício a que dizem respeito.
4. Princípio do Custo Histórico.
Diz-nos que os registos contabilísticos devem basear-se em custos de aquisição ou de produção. 
O custo de aquisição envolve o valor pago no local de aquisição do bem mais todas as despesas adicionais atéo bem chegar ao estabelecimento do comprador. Os custos de produção envolvem os custos com a matéria-prima, a Mão-de- obra directa e os gastos gerais de fabrico.
5. Princípio da Prudência.
Este princípio enuncia que a empresa deve integrar nas suas contas um grau de precaução ao fazer as estimativas exigidas em condições de incerteza sem contudo, permitir a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas ou a deliberada quantificação de activos e proveitos por defeito ou passivos e custos por excesso. 
A prudência deve ser observada quando existindo um activo ou um passivo já escriturado por determinados valores, surgem duvidas sobre a sua correcção. Havendo formas alternativas de se calcularem novos valores, deve-se optar sempre pelo que for menor do que o inicial (no caso de activos), e maior no caso de elementos patrimoniais do passivo.
6. Principio da substancia sobre a forma.
Diz-nos que a empresa deve contabilizar as operações com base na sua substância e realidade financeira, e não atender apenas a sua forma legal.
7. Princípio da materialidade.
Este princípio diz que, as demonstrações financeiras devem evidenciar todos os elementos que sejam relevantes e que possam afectar as avaliações ou decisões pelos utentes interessados.
Objectivos dos Princípios de Contabilidade Geralmente Aceites.
· Orientar de forma técnica a condução do exercício profissional em todos os aspectos que envolvem de forma directa ou indirecta a doutrina contábil;
· Padronizar os critérios a serem seguidos pelas entidades no registo dos factos por elas produzidas, de forma a permitir um razoável padrão de uniformidade ente os vários tipos de entidades existentes;
· Garantir que as contas anuais, formuladas com clareza, expressem a imagem fiel do património, da situação financeira e dos resultados da empresa. 
Os Técnicos de Contas.
Técnicos de Contas são indivíduos que pelos seus conhecimentos teóricos e práticos se encontram habilitados para organizar, executar e fiscalizar serviços de contabilidade. 
A sua maior ou menor competência depende não só da sua preparação e domínio na matéria de contabilidade, mas também dos conhecimentos da Legislação fiscal, do Direito comercial, da Matemática financeira, da organização e administração de empresas, etc. 
Tarefas dos Técnicos de Contas.
Várias são as tarefas executadas pelos técnicos de contas, de entre elas as seguintes:
· Elaboração de planos financeiros e de instalação de empresas;
· Elaboração de planos de organização da contabilidade das empresas;
· Elaboração de orçamentos e a sua fiscalização;
· Apuramento de custos e proveitos da empresa para determinar o resultado; etc.
Capitulo II: DOCUMENTOS COMERCIAIS.
Documentos Comerciais são os comprovativos das transacções comerciais e os quais servem de base para os registos contabilísticos.
Ex: Factura, Recibo, V.D (Venda a Dinheiro), Guia de remessa, Nota de débito, Nota de crédito.
Classificação de Documentos Comerciais.
Os documentos comerciais podem ser classificados em:
· Documentos internos: são aqueles que justificam transacções dentro da empresa.
Ex: Folhas de Salários, Requisições internas, etc.
· Documentos externos: são aqueles que justificam transacções dentro e fora da empresa.
Ex: Nota de Encomenda, Guia de remessa, Factura, Recibo, etc.
O Arquivo.
Toda e qualquer empresa deve possuir um lugar onde poderá conservar os seus documentos.
Arquivo é o lugar onde se recolhe e guarda-se documentos e outras informações de interesse, com objectivo de conservar e assegurar resposta a todos os pedidos de consulta provenientes dos vários sectores da empresa.
De acordo com o PGC, os documentos comprovativos das operações registadas nos livros de contabilidade devem ser arquivados por um período de 10 anos.
Para facilitar a consulta, normalmente os documentos são arquivados em pastas de acordo com a sua natureza e por ordem de data, mês e ano, ficando os mais recentes em cima, pois estes são os mais solicitados.
O Contrato de Compra e Venda.
A Compra e Venda é um contrato pelo qual um dos contraentes (Vendedor) transmite a propriedade de um bem ou de um direito a outro contraente (Comprador) mediante um preço previamente combinado.
Este é um contrato bilateral e oneroso, porque:
· É feito entre duas partes no qual o vendedor obriga-se a entregar o bem;
· O comprador por sua vez compromete-se a pagar o preço desse bem.
Fases e Documentação de Compra e Venda.
1a FASE: Encomenda – esta é a fase em que o comprador informa ao vendedor a mercadoria que necessita, o local de entrega e as condições de pagamento.
O documento frequentemente utilizado nesta fase chama-se Nota de encomenda.
· Nota de encomenda é um documento que é emitido pelo comprador onde este especifica a quantidade e a qualidade da mercadoria pretendida bem como as condições de entrega e pagamento.
Este documento é preenchido em duplicado, sendo o original para o vendedor e o duplicado para o comprador.
Outros documentos
Para além da Nota de encomenda, nesta fase tem-se utilizado outros documentos tais como: 
· Requisição é um documento muito utilizada no comércio a retalho e serve para o comprador levantar de imediato as mercadorias no armazém do vendedor. 
· Ordem de Compra é um documento utilizado pelo comprador para mandar o seu comissário comprar mercadorias.
Estrutura de Uma Nota de Encomenda.
	
 NOTA DE ENCOMENDA No …………
 a) …………….. , ….. de …………………. de ……
 
Exmo Sr. ……………………………………………………………………………..
Residente ………………………………………....... , encomendamos as mercadorias abaixo designadas, nas seguintes condições:
Entrega: …………………………………
Pagamento: ……………………………..
	QUANT.
	UNID.
	DESIGNAÇÃO
	REFa
	PREÇO UNITÁRIO
	
	
	
	
	
	
	
	
A gerência ……………………………………
 
N.B: a) = Nome da firma, Endereço e NUIT (de quem passa a Nota de Encomenda).
2a FASE: Remessa – esta é a fase em que o vendedor envia a mercadoria encomendada pelo comprador.
Os documentos utilizados nesta fase designam-se Guia de remessa e Talão de recepção.
· Guia de Remessa é um documento emitido pelo vendedor e que em regra acompanha as mercadorias e serve para o comprador proceder a conferência e confirmação dos artigos recebidos.
· Talão de Recepção é um documento que após a recepção das mercadorias o comprador devolve ao vendedor e confirma a recepção em bom ou mau estado das mesmas.
Estrutura de Uma Guia de Remessa.
	
 GUIA DE REMESSA No …………
 a) …………….. , ….. de …………………. de ……
 
Remetemos ao (s) Exmo (s) Sr. (s) .……………………………………………………. ,
 as mercadorias abaixo, nas seguintes condições:
Local de carga: …………………………………
Local de descarga: ……………………………..
	QUANT.
	DESIGNAÇÃO
	REFa
	MARCA
	PREÇO TOTAL
	
	
	
	
	
	
	
	
A gerência ……………………………………
Recebidas as mercadorias constantes desta Guia de Remessa no ………………………..
Assinatura: …………………………………
 
N.B: a) = Nome da firma, Endereço e NUIT (de quem passa a Guia de Remessa).
3a FASE: Liquidação – esta é a fase em que o vendedor efectua os cálculos do valor da mercadoria e indica ao comprador o valor em divida.
	O valor total em divida = Valor das mercadorias – Desconto + Despesas de compra + IVA.
Os documentos usados nesta fase são: Factura, Nota de débito e Nota de Crédito.
· Factura é o documento mais importante do contrato de compra e venda e é o comprovativo oficial da compra.
A factura pode ser emitida até ao quinto dia após a realização da operação, por isso pode ou não acompanhar as mercadorias.
As facturas podem classificarem-se em:
· Factura de Praça: quando o vendedor e o comprador são da mesma praça.
· Factura de Expedição: quando o vendedor e o comprador são de praças diferentes.
· Factura Provisória ou Condicional: documento em que o vendedor emite quando envia a mercadoria a condição. Esta factura deverá ser substituída por uma definitiva após o comprador definir com quemercadoria fica.
· Factura Simulada ou Pró-forma: documento por vezes utilizado no comercio internacional através do qual o vendedor dá a conhecer ao comprador as condições de fornecimento das mercadorias pretendidas.
· Nota de Débito é o documento que rectifica positivamente o valor da factura. 
A nota de débito emite-se quando por lapso o vendedor se esquecer de mencionar na factura alguma despesa por si paga ou registar um valor inferior ao real.
· Nota de Crédito é o documento que rectifica negativamente o valor da factura.
A nota de crédito emite-se quando o vendedor registar na factura um valor amais em relação ao valor real em divida, devolução de mercadorias por parte do comprador e outras situações.
Estrutura de uma Factura.
	
 FACTURA No …………
 a) …………….. , ….. de …………………. de ……
 
 Exmo (s) Sr. (s) .………………………………………………………………………..
………………………………………………………………………………………….
Em relação as mercadorias abaixo facturadas e vendidas nas seguintes condições:
Entrega: …………………………………
Pagamento: …………………………….. 
 DEVE
	QUANT.
	DESIGNAÇÃO
	REFa
	PREÇO UNIT. VALOR TOTAL
	
	
Sub Total
IVA 17%
Total
	
	
	
	
	
São: ……………………………………………………………………………………
Assinatura: …………………………………
N.B: a) = Nome da firma, Endereço e NUIT (de quem passa a Factura).
4a FASE: Pagamento – esta é a fase que encerra o contrato de compra e venda e consiste na entrega do valor em divida constante na factura pelo comprador ao vendedor.
O documento utilizado nesta fase chama-se Recibo.
· Recibo é um documento emitido pelo vendedor e entregue ao comprador e constitui o comprovativo do pagamento efectuado.
Estrutura de Um Recibo.
	
 RECIBO No …………
 a) 
 ………………… , …MT
 Recebi do Exmo Sr. ……………………………………………………………………
………………………………………………………………………………………….
a quantia de …………………………………………………………………………….
………………………………………………………………………………………….
Referente a …………………………………………………………………………… 
 
……………………….. , ….. de ……………… de 20…
N.B: a) = Nome da firma, Endereço e NUIT (de quem passa o Recibo).
O pagamento de uma divida pode ser:
· Imediato, quando se realiza em simultâneo com o fornecimento do bem ou serviço;
· Diferido, quando tem lugar num momento diferente do fornecimento do bem ou serviço;
· Total, quando o comprador entrega na integra o valor em divida;
· Parcial, quando o comprador entrega uma parte do valor em divida.
Descontos Comerciais e Descontos Financeiros
Com objectivo de atrair os clientes e consequentemente aumentar as vendas, os vendedores tem concedido descontos de natureza comercial e ou financeiro.
Descontos Comerciais.
Descontos Comerciais são reduções do preço de custo resultantes de aquisição de grandes quantidades de bens ou fornecimento de produtos ligeiramente diferentes dos encomendados.
Os descontos comerciais reduzem o custo de aquisição.
Tipos de Descontos Comerciais
Existem tês tipos de descontos Comerciais:
· Descontos de Revenda são aqueles feitos pelos produtores aos armazenistas ou pelos armazenistas aos retalhistas.
· Bónus de quantidade são aqueles concedidos ao cliente pelo facto deste ultrapassar determinado volume de compras.
· Abatimentos são aqueles resultantes de má qualidade dos bens entregues ou do atraso na entrega. 
Quando os descontos comerciais não constam na factura emitida pelo fornecedor, este emite e envia uma Nota de Crédito com o valor do desconto.
Descontos Financeiros.
Descontos Financeiros são reduções da dívida por antecipação de pagamento ou por pronto pagamento.
Tipos de Descontos Financeiros
Existem dois tipos de Descontos Financeiros:
· Descontos de pronto pagamento são reduções efectuadas sobre o montante de uma factura, quando o seu pagamento não excede oito dias.
· Descontos por antecipação de pagamento são reduções do valor acordado em virtude de o comprador ter pago o valor da mercadoria antes do prazo acordado.
Os descontos financeiros não afectam o custo de aquisição das mercadorias.
Exercício de aplicação no 01
A empresa Nova Visão com sede na cidade de Chimoio pretendendo adquirir 100 Sacos de Farinha de Trigo, 400 Sacos de Arroz Mariana e 90 Caixas de Leite condensado no estabelecimento comercial da Sociedade Solução Fácil Lda, localizada na cidade de Nacala, no dia 15 de Maio de 2010 emitiu e enviou um documento com o no 67 onde constava a mercadoria pretendida. 
No dia 25 do mesmo mês a Sociedade Solução Fácil Lda enviou a mercadoria acompanhada do documento no 0087 e para além deste documento, enviou outro com o no 432 onde constava IVA a taxa de 17% e o valor total em divida.
Tendo notado que não incluiu no documento no 432 o valor da despesa de compra suportada e o valor do desconto concedido na órdem de 3%, no dia 30 de Maio a Sociedade Solução Fácil Lda emitiu o documento no 011 onde constava o valor da despesa paga e o documento no 022 onde constava o valor do desconto concedido e enviou estes documentos a empresa Nova Visão.
No dia 10 de Junho do mesmo ano, a empresa Nova Visão efectuou o pagamento do valor em divida (Valor do documento no 432 – Valor do documento no 022 + valor do documento no 011) e neste acto, a Sociedade Solução Fácil Lda emitiu e entregou um documento com o no 0123.
Com base nesta informação, pretende-se identificar:
a) O documento no 67 emitido no dia 15 de Maio de 2010 pela empresa Nova Visão.
b) Os documentos no 0087 e no 432 emitidos pela Sociedade Solução Fácil Lda no dia 25 de Maio de 2010.
c) O documento no 011 que a Sociedade Solução Fácil Lda emitiu e enviou a empresa Nova Visão.
d) O documento no 022 emitido pela Sociedade Solução Fácil Lda onde constava o valor do desconto concedido.
e) O documento que a empresa Nova Visão foi entregue no dia 10 de Junho.
Exercício de aplicação no 02
Manuel & Mário Lda, com estabelecimento comercial na Avenida Filipe Samuel Magaia na cidade da Beira e com NUIT no 237324508, em 05 de Março de 2011 encomendou aos Armazéns do Norte Lda, localizada na Rua Armando Tivane no 12 com NUIT no 432387666 na cidade de Nampula, as seguintes mercadorias a serem colocadas nos seus armazéns e pagas a um prazo de 15 dias.
· 200 Caixas de Massatomate a 100,00 cada.
· 800 Caixas de bolachas Maria a 30,00 cada
· 100 Sacos de arroz Xirico a 350,00 cada.
No dia 24 do mesmo mês os armazéns do Norte Lda satisfizeram a encomenda tendo esta chegado ao destino no dia 25, com a respectiva Guia de Remessa no 12 e a Factura no13.
Os preços unitários da mercadoria foram os mesmos da Nota de encomenda. 
As despesas de transporte na órdem de 1.000,00 foram suportadas e pagas pela empresa compradora. No dia 20 de Abril do mesmo ano a empresa Manuel & Mário Lda efectuou o pagamento do valor em divida constante na factura no 13.
Pretende-se:
a) A Nota de Encomenda no 08.
b) A Guia de Remessa no 12.
c) A Factura no 13.
d) O Recibo no 26.
Exercício de aplicação no 03
Nathobai & Filhos Lda, com estabelecimento comercial na Av. 1 de Julho no 15 na cidade de Quelimane e com NUIT no 987654321, pretendendo adquirir mercadorias, no dia 08 de Janeiro de 2012, enviou a Nota de Encomenda no 30 á Sociedade do Sul S.A com estabelecimento comercial na Av. Agostinho Neto, no45 na cidade de Maputo e com NUIT no 234567890, no qual consta:
· 100 Caixas de cerveja Manica a 250,00 cada.
· 50 Caixas de vinho Tinto a 300,00 cada.
· 1.000 Litros de óleo Dona a 39,00 cada.
· 200 Caixas de refresco (Fanta) a 200,00 cada.
No dia 15 de Janeiro a Sociedade do Sul S.A enviou a mercadoria constante na Nota de Encomenda no 30 com uma alteração do preçode cada litro de óleo de 39,00 para 40,00 cada.
A mercadoria chegou nos armazéns do comprador no dia 20 do mesmo mês com a Guia de remessa no 28 e a Factura no 32 com IVA a taxa de 17%. O comprador beneficiou-se de um desconto comercial de 4%.
N.B: A mercadoria foi colocada nos armazéns de Nathobai & Filhos Lda e o Pagamento foi a prazo de 30 dias, de acordo com a nota de encomenda no 30. No dia 15 de Fevereiro Nathobai e Filhos Lda efectuou o pagamento da divida e foi entregue o Recibo no 166.
Pretende-se:
Preencher os documentos referentes a esta operação de compra e venda. 
 
Exercício de aplicação no 04
A Sociedade Longa vida S.A com o NUIT no 765432109 tem a sua sede na Avenida 25 de Junho na cidade de Tete e dedica-se a comercialização de material de construção.
No dia 10 de Abril de 2013 encomendou a mercadoria abaixo, na Construa Lda, com NUIT no 5432109876 sita na Av. Eduardo Mondlane na cidade de Quelimane:
· 100 Sacos de Cimento a 250,00 cada
· 300 Chapas de zinco a 180,00 cada
· 1.000kg de pregos a 7,00 cada
· 20 Caixas de Fechaduras a 1.000,00 cada
· 80 Caixas de Martelo a 400,00 cada
Quatro dias depois, a Construa Lda enviou a mercadoria encomendada pela Sociedade Longa vida S.A acompanhada do documento no 00333. Para além deste documento, a Construa Lda emitiu e enviou o documento no 123 onde constava o valor em divida que incluía IVA a taxa de 17%.
A Construa Lda concedeu um desconto de revenda na órdem de 5% e pagou a despesa de transporte no valor de 4.500,00.
Ambas as partes acordaram que o pagamento da mercadoria seria efectuado no dia 30 do mesmo mês.
Chegado este dia, a Sociedade Longa vida S.A efectuou o pagamento da divida por meio de uma transferência Bancária e foi entregue o documento no 076 que prova o pagamento efectuado.
Pretende-se:
a) Preencher o documento que serviu de base para a Sociedade Longa vida S.A conferir e confirmar a mercadoria recebida.
b) Calcular o valor que a Sociedade Longa vida S.A deve a Construa Lda.
c) Preencher o documento que consta o valor em divida.
d) Preencher o documento que prova o pagamento efectuado pela Sociedade Longa vida S.A.
Títulos de Crédito.
Títulos de Crédito são documentos que conferem ao seu proprietário (titular) o direito de receber, mediante a sua apresentação ou sua troca, certa quantia de moeda ou beneficiar-se de um serviço.
Características dos Títulos de Crédito.
São características dos títulos de crédito, as seguintes: 
1. Literalidade – o que significa que o documento só vale pelo que nele está escrito.
2. Transmissibilidade – significa que os títulos de crédito são transmissíveis, o que permite em alguns casos o recebimento do seu valor antes da data do seu vencimento.
Classificação dos Títulos de Crédito.
1. Quanto a espécie de bens que representam:
· Títulos representativos de moeda, são aqueles que dão ao seu proprietário o direito de receber moeda mediante a sua troca.
Ex: Cheque, Letra, Livrança.
· Títulos representativos de participação de capital, são aqueles que dão direito ao seu proprietário em receber uma parte do lucro de uma empresa.
Ex: Acções. 
· Títulos representativos de serviços, são aqueles que dão direito ao proprietário de beneficiar-se da prestação de serviços.
Ex: Bilhete de cinema, de passagem, etc.
2. Quanto ao Vencimento.
· Títulos de crédito a vista, os que são pagos no momento em que se apresentam ao devedor.
Ex: O Cheque.
· Títulos de crédito a prazo, os que são pagos após um certo período previamente estabelecido.
Ex: A Letra, etc.
De entre os títulos de crédito, o nosso estudo centrar-se-á no Cheque e na Letra.
O Cheque.
Cheque é um titulo á ordem, sujeito a certas formalidades, pelo qual uma pessoa que tem qualquer importância disponível numa instituição bancária, dispõe dela total ou parcialmente.
Os Intervenientes no cheque.
1. O Sacador - é a pessoa que ordena o pagamento do cheque, ou seja, é a pessoa que emite o cheque.
2. O Sacado – é a entidade a quem é ordenado que pague o cheque, ou seja, é o banco.
3. O Beneficiário – é a pessoa nominalmente conhecida ou não, e que tem o direito de se beneficiar o valor do cheque.
Podemos, ainda, considerar mais dois intervenientes, no caso dos cheques endossados, nomeadamente:
4. O Endossante – é a pessoa que, tendo o benefício do cheque, o transmite por endosso a outra pessoa.
5. O Endossado – é a pessoa que, por endosso, se torna o legitimo proprietário, ou seja, se torna o novo beneficiário do cheque.
Formas de Emissão de Cheque.
1. Cheque nominativo – é o que contém o nome da pessoa a quem ou á ordem de quem deve ser pago.
2. Cheque ao portador – é aquele que não contém o nome da pessoa a quem deve ser pago.
3. Cheque cruzado – é o cheque atravessado na face principal por duas linhas paralelas.
Geralmente são emitidos cheques cruzados para atribuir maior segurança no cheque.
O cheque cruzado reveste-se de duas modalidades:
· Cheque com cruzamento geral, é o cheque cruzado que não tem nada escrito entre as duas linhas paralelas. 
Este tipo de cheque só pode ser pago pelo sacado a um seu cliente ou a um banqueiro. 
· Cheque com cruzamento especial, é o cheque cruzado em que contem entre os dois traços paralelos o nome de uma instituição bancária.
Este tipo de cheque só pode ser pago pelo sacado ao banco designado no cheque dai que, o portador deve depositar na instituição bancária que está escrito entre as duas linhas e deve ter conta nesta instituição bancária.
N.B: Um cheque com cruzamento geral pode ser convertido num cheque com cruzamento especial, mas, um cheque com cruzamento especial não pode ser convertido num com cruzamento geral.
4. Cheque visado – é aquele que após ter sido emitido em nome de um certo beneficiário, passa pelo banqueiro para dar garantia da existência de provisão (saldo em banco).
Forma de transmissão do cheque.
Como qualquer título de crédito, o cheque pode ser transmitido. O cheque é transmitido por meio de endosso.
Endosso é o acto através do qual o ex-beneficiário (endossante) transmite ao novo beneficiário (endossado) todos os direitos de posse de um cheque e, também, as respectivas obrigações.
N.B: O endosso deve ser feito no verso do próprio cheque, por meio da expressão: Pague-se ao …, seguida da assinatura do endossante.
Exercício de aplicação no 01
Em 16 de Maio de 2012 a Sociedade Comercial Mário & Almeida Lda com sede na cidade de Quelimane, comprou 200 baldes plásticos a 100,00 cada no estabelecimento comercial de Arcade & Manuel Lda.
Para o pagamento desta mercadoria, a Sociedade Comercial Mário & Almeida Lda, passou em 30 de Maio do mesmo ano um cheque com cruzamento geral no 00676977 S/ BIM a favor de Arcade & Manuel Lda em relação ao valor em divida.
Pretende-se:
a) Identificar os intervenientes do cheque emitido, nomeadamente: o Sacador, o Sacado e o Beneficiário. 
b) Preencher o cheque passado pela Sociedade Comercial Mário & Almeida Lda.
Exercício de aplicação no 02
Monteiro Milagre, com sede na cidade de Quelimane, pretendendo liquidar a sua divida contraída no estabelecimento comercial de Sulemane Cassamo, em 10 de Janeiro de 2013, passou o Cheque nº 0065432 S/ BCI a favor de Sulemane Cassamo no valor de 5.000,00. No dia seguinte, Sulemane Cassamo transmitiu este cheque ao comerciante Gulamo Canifai. 
Pretende-se:
a) Identificar todos os intervenientes deste cheque.
b) Preencher o Cheque nº 0065432 com o seu respectivo endosso.
A Letra
Letra é um título de crédito pelo qual a pessoa que emite (sacador) ordena a outra (sacado) para lhe pagar a si, ou a sua ordem, uma determinada importância em divida numa determinada data.
Requisitos Essenciais da Letra.
· A palavra “Letra” escrita no próprio título de crédito;
· O nome daquele que deve pagar (Sacado);
· O nome da pessoa aquém ou a ordem de quem deve ser paga;
· A indicação do valor a ser pago;
· A indicação da data em que é sacada e da data em que deve ser paga;
· A assinatura de quem saca ou passa a letra (sacador).
Os Intervenientes da Letra
1. O Sacador - é a pessoa que saca ou emite a Letra.
Saque –é uma ordem de pagamento dada pelo sacador ao sacado para que pague a si ou a sua ordem um certo valor numa determinada data, ou seja, é o acto de emitir uma letra.
2. O Sacado - é a pessoa que aceita a letra ficando com a obrigação de pagar na data do seu vencimento.
Aceite – é o acto pelo qual o sacado aceita e se obriga a pagar a letra na data do seu vencimento.
Geralmente o Sacador da Letra é o Credor (Fornecedor) e o Sacado é o Devedor (Cliente).
3.Tomador ou Beneficiário - é a pessoa a quem o sacador transmite todos os direitos emergentes da Letra.
4. Portador - é a pessoa que apresenta a letra ao pagamento. O portador da letra pode ser o sacador ou pode ser o tomador.
5. Avalista - é a pessoa que testemunha e garante o pagamento da letra.
6. O Endossante – é a pessoa que, tendo o benefício da letra, transmite por endosso a outra pessoa.
7. Endossado – é a pessoa que, por endosso, se torna o legitimo proprietário, ou seja, se torna o novo beneficiário da letra. 
	
Cobrança de Uma Letra.
A cobrança de uma letra pode ser efectuada pela entidade sacadora ou através do banco.
A cobrança efectuada pela entidade sacadora designa-se Cobrança Directa. Para o efeito, a entidade sacadora apresenta a letra ao sacado na data do seu vencimento ou num dos dois dias úteis seguintes.
Portanto, o pagamento da letra pode efectuar-se no dia do seu vencimento ou num dos dois dias úteis seguintes.
A cobrança efectuada pelo banco designa-se Cobrança Bancária. Para o efeito, a entidade sacadora entrega a letra ao banco. Pela prestação deste serviço, o banco cobra uma comissão calculada apartir de uma percentagem sobre o valor nominal da letra e também cobra outros encargos.
Operações realizadas com uma Letra.
Com uma letra pode-se realizar as seguintes operações:
· Endosso;
· Desconto;
· Reforma;
· Protesto.
O endosso
Endosso, é a operação que consiste na transmissão a terceiros de todos os direitos emergentes da Letra.
Geralmente, o sacador da Letra endossa para seu fornecedor com objectivo de pagar a sua divida.
A entidade que transmite a letra recebe o nome de endossante e a entidade que recebe designa-se endossado. 
Formas de Endosso.
Há duas formas de endosso, nomeadamente:
1. Endosso Completo – é aquele em que o endossante designa o nome do novo proprietário da letra e é constituído geralmente pela expressão: “ Pague-se a … ou a sua ordem” seguida do local, data e (assinatura do endossante).
2. Endosso Incompleto ou em Branco – é aquele em que o endossante não designa o nome do beneficiário, limitando-se apenas a assinar a letra.
N:B: O endosso de uma letra deve ser feito no verso.
O Desconto
Desconto é a operação que consiste no recebimento antecipado (antes da data de vencimento) do valor de uma Letra.
O desconto de uma Letra é geralmente feito num Banco onde o sacador é cliente. E é por esta razão que este desconto designa-se desconto bancário. Para o efeito, o Sacador leva a Letra ao Banco e preenche uma proposta de desconto.
Por esta operação de desconto, o Banco cobra Encargos de Desconto ou encargos bancários, os quais inclui: Juro, Comissão de Cobrança, Imposto ou selo de verba e outros encargos.
A Reforma
Reforma é a operação que consiste na substituição de uma Letra antes do seu vencimento, por outra ou outras com vencimento em data posterior.
Tipos de reforma de uma Letra.
· Reforma Total
· Reforma Parcial
Reforma Total é aquela em que a Letra é substituída por outra ou outras com vencimento em data posterior sem que o titular tenha recebido parte do valor da Letra a ser substituída.
Reforma parcial é aquela em que o sacador recebe uma parte do valor da Letra a ser substituída.
A nova Letra poderá ou não incluir juros e outros encargos da reforma.
O Protesto.
Se o sacado não efectuar o pagamento da Letra na data de vencimento, o portador da mesma pode protestá-la nos dois dias seguintes ȧ data de vencimento.
Protesto, é o acto pelo qual se faz comprovar e certificar oficialmente num cartório notarial a recusa de aceite ou a falta de pagamento de uma Letra. 
N.B: Raramente a Letra é protestada, porque geralmente o Sacador e o Sacado chegam a um acordo sobre a forma de pagamento da Letra.
Exercício de aplicação no 01
Em 15 de Abril de 2010 a empresa Manuel Lda, com sede na cidade de Maputo vendeu 100 sacos de Arroz Mariana a 300,00 cada ao comerciante Castro Muanaco, com sede na Rua Armando Tivane na cidade de Maputo, tendo nesta operação passado a factura nº 0043.
No dia 30 de Abril do mesmo ano, o proprietário da empresa Manuel Lda (Mandavir Manuel) sacou a Letra nº 20 a ser vencida no dia 15 de Maio de 2010. O comerciante Castro Muanaco aceitou em pagar a letra na data do seu vencimento.
No dia 07 de Maio, o proprietário da empresa Manuel Lda (Mandavir Manuel) transmitiu a letra por meio de endosso completo ao seu fornecedor Trigol S.A.
Pretende-se:
a) Identificar todos intervenientes desta letra sacada pelo proprietário da empresa Manuel Lda (Mandavir Manuel), nomeadamente: O Sacador, o Sacado, o Endossante e o Endossado.
b) Preencher a Letra nº 20 com o seu respectivo aceite e endosso.
Exercício de aplicação no 02
No dia 25 de Janeiro de 2012 o comerciante Salimo Sulemane com sede na Av. Samora Machel na cidade de Mocuba vendeu a um prazo de 30 dias ao comerciante Salamugi Munir com sede na Av. da Liberdade na cidade de Quelimane, as seguintes mercadorias que constavam na Factura nº 4848:
· 80 Caixas de Bolachas Maria a 100,00 cada.
· 50 Sacos de farinha de trigo a 320,00 cada.
· 20 Caixas de leite a 200,00 cada.
Pretendendo obter o valor da mercadoria antes da data acordada, no dia 02 de Fevereiro de 2012 o comerciante Salimo Sulemane sacou a Letra nº 032 pelo valor em divida a ser vencida no dia 25 de Fevereiro do mesmo ano. O comerciante Salamugi Munir aceitou em pagar a Letra na data do seu vencimento.
Pretende-se:
a) Identificar todos intervenientes nesta letra, nomeadamente: O Sacador, o Sacado, o Endossante e o Endossado, sem se esquecer de justificar as tuas respostas.
b) Preencher a Letra nº 032 com o seu respectivo aceite.
Capitulo III: O PATRIMÓNIO.
Património – é um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade num dado momento.
Exemplo de um Património.
A empresa ABC possuía em 30 de Dezembro de 2012 o seguinte:
· Uma viatura ……………………………………………. 40.000,00
· Um armazém……………………………………………..60.000,00
· Divida a receber …………………………………………. 10.000,00
· Divida a pagar ao Banco…………………………………..25.000,00
Aqui, estamos perante um património constituído por dois Bens, um Direito e uma Obrigação.
· Bens: Uma viatura e Um armazém.
· Direito: Divida a receber.
· Obrigação: Divida a pagar ao banco. 
Elementos Patrimoniais e sua Classificação.
Chama-se elemento patrimonial, a cada componente de um dado património. 
Ex: Um edifício, uma viatura, uma divida a pagar, etc. 
Os elementos patrimoniais segundo a sua classificação são integrados em 2 grandes grupos patrimoniais: Activo e passivo.	
Activo – é o conjunto de bens e direitos.
Passivo - é o conjunto de obrigações.
Composição e Valor do Património.
A composição do património – refere-se a natureza dos elementos patrimoniais com a sua extensão e a proporção em que os mesmos se encontram.
O Valor do Património - corresponde a diferença entre a quantia que representa a soma de todos elementos patrimoniais do Activo com a quantia que representa a soma de todos elementos patrimoniais do Passivo.
O valor do património determina-se através da diferença entre bens e direitos (Activo) com as Obrigações (Passivo).
 VP = (Bens + Direitos) – Obrigações ou seja, VP = A – P 
Onde:
VP = Valor do Património; A = Activo; P = Passivo.
O Valor do Património designa-se por Capital Próprio (CP); ou Património Liquido (PL); ou Situação Liquida (SL).
 CP = A – P Assim, SL = A – P
Onde:
CP = Capital Próprio ; A = Activo ; P = Passivo ; SL = Situação Liquida
Classificação da Situação Liquida.
A situação líquida pode ser:
· Situação Liquida Activa (SLa): quandoo Activo é maior que o Passivo.
Esta situação significa que o valor dos bens e dos direitos que a empresa possui é superior em relação ao valor das suas obrigações, dai que, é uma situação boa, porque o valor dos bens e dos direitos é suficiente para pagar as dívidas e ainda sobrar algum valor para a empresa.
· Situação Liquida Nula (SLo): quando o Activo é igual ao Passivo. 
Esta situação significa que o valor dos bens e dos direitos que a empresa possui é igual ao valor das suas obrigações, dai que, é uma situação menos boa, porque o valor dos bens e dos direitos só chega para pagar as dívidas e após o pagamento das dívidas não sobra algum valor para a empresa.
· Situação Liquida Passiva (SLp): quando o Activo é menor que o Passivo.
Esta situação significa que o valor dos bens e dos direitos que a empresa possui é inferior em relação ao valor das suas obrigações, dai que, é uma péssima situação, porque o valor dos bens e dos direitos não é suficiente para pagar as dívidas. 
Classificação do Património.
1. Património Particular: conjunto de bens, direitos e obrigações meramente pessoais, isto é, não afectos a actividade comercial.
2. Património Comercial: conjunto de bens, direitos e obrigações relacionados com actividade comercial.
O património comercial pode ser:
· Individual: património do comerciante em nome individual.
· Social: património das sociedades comerciais.
3. Património Nacional – valores administrados e pertencentes a um país.
O património nacional pode ser:
· Privado: património do cidadão.
· Publico: património do Estado.
Expressões Contabilísticas:
1. Crédito. 
	EXPRESSÃO
	SIGNIFICADO
	SIGNIFICADO
	Crédito
	Direito
	Activo
	Crédito sobre
	Direito
	Activo 
	Crédito á
	Direito
	Activo
	Crédito de 
	Obrigação 
	Passivo
2. Débito. 
	EXPRESSÃO
	SIGNIFICADO
	SIGNIFICADO
	Débito 
	Obrigação 
	Passivo
	Débito sobre
	Obrigação 
	Passivo
	Débito á
	Obrigação 
	Passivo
	Débito de
	Direito 
	Activo
3. Saque.
	EXPRESSÃO
	SIGNIFICADO
	SIGNIFICADO
	Saque 
	Direito
	Activo
	Saque sobre
	Direito
	Activo
	Saque á
	Direito
	Activo 
	Saque de
	Obrigação 
	Passivo
4. Aceite.
	EXPRESSÃO
	SIGNIFICADO
	SIGNIFICADO
	Aceite
	Obrigação 
	Passivo
	Aceite sobre
	Obrigação 
	Passivo
	Aceite á
	Obrigação
	Passivo
	Aceite de
	Direito
	Activo
Exercício de aplicação no 01
O Património do comerciante Muanaco Muloguiua Uabure em 04 de Janeiro de 2012 era constituído pelos seguintes elementos patrimoniais:
· Numerário no cofre …………………………………….…. 200,00
· Um edifício comercial ………….……………………… 30.000,00
· Uma viatura ……………………………………………..60.000,00
· Divida a receber ………………………..……………… 10.000,00
· Divida a pagar …………………………..………………. 7.200,00
· Empréstimo contraído no BCI …………………………. 20.000,00
Pretende-se:
a) O número de elementos patrimoniais que compõe este património.
b) Classificar os elementos patrimoniais em Bens, Direitos e Obrigações e em Activo e Passivo.
c) Determinar o Activo e o Passivo do comerciante Muanaco Muloguiua Uabure.
d) Determinar o VP ou SL do comerciante Muanaco Muloguiua Uabure em 04 de Janeiro de 2012.
e) Apresentar o seu comentário relativo a situação patrimonial do comerciante Muanaco Muloguiua Uabure em 04 de Janeiro de 2012.
Exercício de aplicação no 02
Em 30 de Dezembro de 2011 o património da Sociedade Segredo da Beleza S.A que se dedica a comercialização de vestuário na cidade de Mocuba, era constituído pelos seguintes elementos patrimoniais:
· Um edifício comercial ………………………..….…... 25.000,00
· Um computador ……………………………….…..…. 12.000,00
· Dinheiro depositado no BIM ………………………..… 5.000,00
· Dinheiro emprestado no BIM …………………………75.000.00
· Dinheiro no cofre………………………………….….….4.000,00
· 60 Vestidos a 150,00 cada.
· Vários débitos …………………………………….…..…16.000,00
· Vários créditos ………………………………………….. 8.000,00
· Uma motorizada …………………………………………10.000,00
· Saque sobre Armando Manuel ……………………………5.500,00
· Saque da Sociedade do Sul ………………………………..3.250,00
· 50 Calças a 125,00 cada.
Pretende-se:
a) O número de elementos patrimoniais do Activo e o do Passivo
b) Classificar os elementos patrimoniais em Bens, Direitos e Obrigações e em Activo e Passivo. 
c) Determinar o Activo e o Passivo.
d) Determinar o CP ou a Situação Liquida.
e) Classificar o tipo de Situação Liquida sem se esquecer de justificar a tua resposta.
f) Apresentar o seu comentário relativo a situação patrimonial da Sociedade Segredo da Beleza S.A em 30 de Dezembro de 2011
Exercício de aplicação no 03
A empresa Ganha Pouco Lda dedica-se a comercialização de produtos alimentares na cidade de Chimoio. No dia 30 de Novembro de 2012, o seu património era assim constituído:
· Aceite a Sociedade Longa Vida Lda ………………………….11.100,00 
· Aceite de Bernardo Satar ………………………………………..4.100,00
· Duas Viaturas ……………………………………………………80.000,00 
· Débito de Sulemane Cassamo ……………………...……………10.000,00 
· Débito a Sociedade do Norte, Lda ……………………………… 62.200,00
· Crédito de Valy Comercial …………………………………….…100.000,00
· 50 Sacos de Arroz Xirico a 200,00 cada 
· Mobiliário e equipamento administrativo………………………20.100,00 
· 100 Caixas de Leite condensado a 480,00 cada 
· Divida do trabalhador Mandavir Gulamo ……………………... 1.100,00
Pretende-se:
a) Classificar os elementos patrimoniais em Activo e Passivo.
b) Determinar o Activo e o Passivo da empresa Ganha Pouco Lda em 30 de Novembro de 2012.
c) Calcular o VP ou SL da empresa Ganha Pouco Lda em 30 de Novembro de 20012.
d) Classificar o tipo de Situação Liquida sem se esquecer de justificar a tua resposta.
e) Apresentar o seu comentário relativo a situação patrimonial da empresa Ganha Pouco Lda em 30 de Novembro de 20012.
Factos Patrimoniais.
O património de uma empresa não se mantém estático ao longo do tempo. Ele está sujeito a uma contínua transformação. Esta transformação pode ser originada por dois tipos de acontecimentos: Os normais ou voluntários, que resultam das operações efectuadas voluntariamente pela empresa tais como (Compras, pagamentos, vendas, saques, recebimentos, etc) e acontecimentos extraordinários ou involuntários, que são independentes da vontade da empresa tais como (Incêndios, roubos, quebras, etc).
Tanto uns como outros acontecimentos, constituem Factos Patrimoniais.
Portanto, Factos Patrimoniais são todas as operações ou acontecimentos que provocam variação na composição ou no valor do património.
Classificação dos Factos Patrimoniais.
Existem dois tipos de factos patrimoniais, nomeadamente:
· Factos Patrimoniais Permutativos ou Qualitativos;
· Factos Patrimoniais Modificativos ou Quantitativos.
1. Factos Patrimoniais Permutativos ou Qualitativos – são aqueles que provocam alteração apenas na composição do património e não alteram o valor do mesmo.
Ex: Compra de mercadorias, Pagamento de uma divida, aquisição de um edifício, etc.
2. Factos Patrimoniais Modificativos ou Quantitativos – são aqueles que provocam alteração na composição e no valor do património.
Ex: Venda de mercadorias com lucro, etc.
Os Factos Patrimoniais Modificativos podem ainda serem classificados em:
· Modificativos Positivos, aqueles que originam um aumento no valor do património.
Ex: Venda de mercadorias com lucro, etc.
· Modificativos Negativos, aqueles que originam diminuição do valor do património.
Ex: Venda de uma viatura por um valor inferior ao representado no património, etc. 
N.B: Todos os factos patrimoniais ou operações normais ou voluntários provocam alteração no mínimo em dois elementos patrimoniais.
Ex 1: Compra de mercadorias por meio de cheque nº 00054 S/ BIM no valor de 10.000,00.
Esta operação origina:
· Aumento de Mercadoria no valor de 10.000,00; e
· Diminuição do dinheiro no BIM no valor de 10.000,00.
Ex 2: Venda em numerário de uma viatura no valor de 60.000,00.
Esta operação origina:
· Aumento de dinheiro no cofre no valor de 60.000,00; e
· Diminuição de viaturas no valor de 60.000,00
Ex 3: Venda de mercadorias no valor de 12.000,00 nas seguintes condições: 25% a p.p e o restante a prazo de 30 dias.
Esta operação origina:
· Diminuição de mercadoriasno valor de 12.000,00;
· Aumento de dinheiro no cofre no valor de 3.000,00; e
· Aumento de dívidas a receber por parte de clientes no valor de 9.000,00.
Exercício de aplicação nº 04.
O património da empresa Nova Geração em 30 de Outubro de 2011, era assim constituído:
	ACTIVO
	Valor
	PASSIVO
	Valor
	Numerário no cofre 
Dinheiro depositado no BCI
Mercadorias 
Uma Viatura Toyota
	50.000,00
10.000,00
40.000,00
25.000,00
	Dividas a curto prazo
Dividas a longo prazo
	20.000,00
40.000,00
Durante o mês de Novembro, a empresa realizou as seguintes operações: 
1ª. Deposito 30.000,00 no BCI.
2ª. Venda de toda mercadoria a p.p no valor de 45.000,00.
3ª. Pagamento em 100% das dividas a curto prazo por meio de Cheque nº 00042 S/ BCI.
4ª. Venda a p.p da viatura Toyota no valor de 24.000,00.
Pretende-se:
Classificar o facto patrimonial verificado em cada operação e justificar a tua resposta, tendo em conta para cada operação:
1º Determinar o Valor do Património antes da operação;
2º Apresentar os elementos patrimoniais que são afectados ou que sofrem alteração e seu sentido de variação (aumento ou diminuição) na operação;
3º Apresentar a composição do património depois da operação;
4º Determinar o valor do património depois da operação e por fim apresentar a classificação do facto patrimonial justificando a sua resposta.
Capitulo IV: A CONTA.
Os registos contabilísticos geralmente são feitos recorrendo-se a contas.
Conta – é um conjunto de elementos patrimoniais que apresentam características idênticas.
Exemplo:
· 1.2 Bancos: conjunto do dinheiro que se encontra depositado em instituições bancárias.
· 2.2 Mercadorias: conjunto dos bens que a empresa adquire para vender.
· 4.1 Clientes: conjunto das dívidas a receber originadas pela venda a prazo de mercadorias.
· 4.2 Fornecedores: conjunto das dívidas a pagar originadas pela compra a prazo de mercadorias.
Objectivo da Conta.
O objectivo da conta é simplificar as expressões usadas em registos contabilísticos.
Para ilustrar o objectivo da conta, tomemos como exemplo uma empresa que tem os seguintes bens ou elementos patrimoniais adquiridos e destinados a venda:
· 20 Sacos de Arroz Papá a 500,00 cada
· 100 Latas de Leite Cruz Azul a 40,00 cada
· 80 Litros de óleo dona a 60,00 cada.
Contabilisticamente, estes três elementos patrimoniais registam-se numa única conta, da seguinte forma:
2.2 Mercadorias ………. 18.800,00.
Como se pode notar, os três elementos patrimoniais foram simplificados em uma conta.
Elementos Constituintes da Conta.
Uma conta é constituída pelos seguintes elementos:
1. Código - é a expressão numérica que antecede o título da conta.
2. Titulo – é a designação da conta.
3. Extensão – é o valor da conta expresso em unidades monetárias.	
Exemplo:
3.2 Activos Tangíveis …….. 70.000,00
· 3.2 é o Código da conta;
· Activos tangíveis é o Titulo da conta; e
· 70.000,00 é a extensão ou valor da conta.
A extensão, ou seja, o valor duma conta é variável, isto é, o seu valor inicial pode aumentar ou diminuir de acordo com as operações que a entidade efectua.
Requisitos da Conta.
São requisitos da conta, os seguintes;
1. A homogeneidade – significa que uma conta só deve conter elementos patrimoniais que tem características comuns.
Assim, por exemplo:
· Na conta 2.2 Mercadorias só deve ser integrado os bens que a empresa compra com intuito de vender;
· Na conta 1.2 Bancos só deve ser integrado dinheiro que se encontra depositado em instituições bancárias.
2. A integralidade – significa que a conta deve incluir sem excepção todos elementos patrimoniais que gozam da característica comum por ela definida. 
Assim, por exemplo:
· A conta 2.2 Mercadorias deve incluir sem excepção todos elementos patrimoniais que a entidade compra com intuito de vender;
· A conta 1.2 Bancos deve incluir sem excepção todo dinheiro que se encontra depositado em instituições bancárias.
Classificação das Contas.
1. Quanto a Natureza.
· Contas do Activo, são aquelas em que se registam elementos patrimoniais do activo (bens e direitos).
Ex: 1.1 Caixa; 2.2 Mercadorias; 3.2 Activos Tangíveis; 4.1 Clientes, etc.
· Contas do Passivo, são aquelas em que se registam elementos patrimoniais do passivo (obrigações).
Ex: 4.2 Fornecedores; 4.3 Empréstimos Obtidos; 4.4 Estado, etc.
· Contas do Capital Próprio, são contas da situação líquida.
Ex: 5.1 Capital; 5.5 Reservas, etc.
2. Quanto ao Grau
· Contas do 1º grau, são as que possuem dois dígitos.
Ex: 3.2 Activos Tangíveis; 4.1 Clientes, etc.
· Contas do 2º grau, são as que possuem três dígitos.
Ex: 3.2.4 Equipamento de transporte; 4.1.1 Clientes c/c, etc.
· Contas do 3º grau, são as que possuem mais de três dígitos
Ex: 4.6.1.1 Fornecedores de investimento de capital c/c; 4.4.3.2 IVA dedutível, etc.
N.B: As contas do 2º e 3º grau designam-se Subcontas.
3. Outro Tipo de Classificação.
· Contas Colectivas ou Complexas, são as que se encontram subdivididas em outras contas.
Ex: 4.5 Outros devedores; 4.4 Estado, etc.
· Contas Divisionárias ou Subcontas, são as subdivisões das contas colectivas.
Ex: 4.5.2 Subscritores de Capital; 4.4.3.3 IVA liquidado, etc.	
· Contas Subsidiárias, são aquelas que no final do ano os seus valores se transferem para as contas de resultados.
Ex: 6.3 Fornecimentos e serviços de terceiros; 7.1 Vendas, etc.
· Contas Elementares ou Simples, são aquelas que não se subdividem em outras contas.
Ex: 8.1 Resultados operacionais; 8.2 Resultados financeiros, etc.
Representação Gráfica da Conta.
No aspecto gráfico, geralmente a conta representa-se na forma de um “ T ”, designado Razão Esquemático.
Deve (Débito) Código e Titulo da Conta Haver (Crédito)
Ex. D 1.2 BANCOS H
Debitar e Creditar uma Conta.
Debitar uma conta – significa registar um certo valor na coluna de débito.
Creditar uma conta – significa registar um certo valor na coluna de crédito.
Débito e Crédito de uma Conta.
Num razão esquemático ou geral os valores da conta podem ser registados na coluna de débito e/ou de crédito. 
Assim:
Débito de uma conta – é o valor registado na coluna de débito.
Crédito de uma conta – é o valor registado na coluna de crédito.
Ex. D 1.2 BANCOS H
 10.000,00 4.000,00
 Débito Crédito 
 
Saldo de uma Conta.
Designa-se Saldo de uma conta, a diferença entre o débito e o crédito dessa conta num determinado momento.
S = D – C 
Onde:
S = Saldo ; D = Débito ; C = Crédito 
Classificação do Saldo.
O saldo de uma conta pode ser:
· Saldo devedor (Sd): quando o débito é maior que o crédito.
· Saldo credor (Sc): quando o débito é menor que o crédito.
· Saldo nulo (So): quando o débito é igual ao crédito.
Ex. D 1.2 BANCOS H D 4.2 FORNECEDORES H
 10.000,00 4.000,00 2.000,00 5.000,00
 Sd 6.000,00 1.000,00 3.000,00
 Saldo devedor. Sc 5.000,00 
 Saldo credor.
N.B: Geralmente, as Contas do Activo apresentam Saldo Devedor ou Nulo e As Contas do Passivo e de Capital próprio apresentam Saldo credor ou Nulo.
Abertura, Fecho e Reabertura da Conta.
· Abrir uma Conta é registar o seu valor inicial na coluna de Débito se for conta do Activo e na coluna de Crédito se for conta do Passivo e/ou de Capital Próprio.
· Fechar uma Conta é pôr em evidência o saldo dessa conta registando-o na coluna de menor valor, somar osvalores das duas colunas e por fim trancar (sublinhar com dois traços).
· Reabrir uma Conta é registar o seu Saldo na coluna de Débito se no momento do fecho o mesmo era devedor, ou registar o Saldo na coluna de Crédito se no momento do fecho o mesmo era credor.
	
 
Exercício de aplicação nº 01.
Da consulta efectuada nos livros contabilísticos da empresa Ganha Pouco Lda, com sede na cidade de Nacala, obteve-se as contas abaixo:
D 1.1 CAIXA H D 2.2 MERCADORIAS H D 4.2 FORNECEDORES H 
250.000,00 100.000,00 30.000,00 20.000,00 40.000,00 44.000,00
50.000,00 5.000,00 3.000,00 6.000,00 7.000,00
 2.000,00
D 3.2 ACT. TANGÍVEIS H D 4.4 ESTADO H D 5.5 RESERVAS H 
 40.000,00 43.000,00 100.000,00 700.000,00 4.500,00 
 3.000,00 6.000,00 300,00 5.500,00
 4.000,00
Pretende-se:
Determinar o saldo de cada conta, sem se esquecer de classificar o saldo e justificar a tua resposta.
Exercício de aplicação nº 02.
Em 02 de Fevereiro de 2012 o património do comerciante Muanaco Muloguiua Uabure com sede na cidade de Quelimane, era constituído pelas seguintes contas e valores:
· 1.1 CAIXA ……………………….…...1.200,00
· 4.3 EMPRÉSTIMOS OBTIDOS …….. 1.500,00
· 1.2 BANCOS ……………………………800,00
· 4.6 OUTROS CREDORES …….……….600,00
· 5.1 CAPITAL ………………….……...45.000,00
· 3.2 ACTIVOS TANGÍVEIS …………52.500,00
Trabalho a realizar:
Efectuar a abertura destas contas no razão esquemático.
Exercício de aplicação nº 03.
Em 30 de Dezembro de 2011 o património da empresa ABC com sede na cidade da Beira era constituído pelas seguintes contas e valores:
D 3.2 ACT. TANGÍVEIS H D 2.7 ACTIVOS BIOLÓGICOS H D 4.2 FORNECEORES H 
 10.000,00 17.000,00 1.000,00 500,00 30.000,00 40.000,00 
 20.000,00 18.000,00 700,00 5.000,00 6.000,00
 17.000,00 300,00 1.000,00
 2.000,00
D 4.1 CLIENTES H D 2.3 PRODUTOS AC. E INT. H D 5.5 RESERVAS H 
 6.000,00 200.000,00 50.000,00 5.000,00
 7.000,00 50.000,00 5.000,00 9.200,00
 50.000,00 3.300,00 
Trabalho a realizar:
a) Fechar as Contas.
b) Reabrir as Contas.
Agrupamento dos Elementos Patrimoniais em Contas.
Segundo a estrutura do Plano Geral de Contabilidade (PGC-PE), as contas estão ordenadas e agrupadas nos seguintes grupos patrimoniais:
1. ACTIVO.
No Activo integram-se as seguintes classes de contas:
· Classe 1: Meios Financeiros, são valores monetários em caixa e em instituições bancárias.
· Classe 2: Inventários e Activos Biológicos, integra os bens que a empresa detém para vender ou transformar em produtos, inclui também animais e plantas vivos.
· Classe 3: Investimentos de Capital, integra todos bens que se destinam a utilização da empresa e que nela permanecem por muito tempo.
Para além das contas que se encontram representadas nas classes acima mencionadas, integra também no Activo algumas contas da classe 4, concretamente as Contas a Receber, ou seja, aquelas em que se registam dividas a receber (4.1 CLIENTES; 4.5 OUTROS DEVEDORES, inclui também a 4.9 ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS).
2. PASSIVO.
No passivo integram-se as contas da Classe 4. Nesta classe são consideradas contas do Passivo, somente as Contas a Pagar, ou seja, aquelas em que se registam obrigações, nomeadamente: 4.2 FORNECEDORES; 4.3 EMPRÉSTIMOS OBTIDOS; 4.4 ESTADO e 4.6 OUTROS CREDOES.
Classificação do Activo 
De acordo com o PGC-PE, duma forma geral o Activo (bens e direitos) classifica-se em Activo Corrente e Activo não Corrente.
· Activo Corrente, é aquele que uma entidade detém com o propósito de negociar, ou espera realizar, ou tem intenção de vender ou consumir dentro do prazo de um ano após a data do balanço.
Integra-se no activo corrente: as disponibilidades, ou seja, valores em caixa e em instituições bancárias, Inventários, Activos biológicos e dividas a receber.
· Activo não Corrente, aquele que uma entidade detém sem o propósito de vender, ou não espera de realizar dentro do prazo de um ano após a data do balanço.
Integra-se neste grupo de activo: Os Activos Tangíveis, Activos Intangíveis, investimentos Financeiros, etc.
Classificação do Passivo.
De acordo com o PGC-PE, duma forma geral o Passivo (Obrigações) classifica-se em Passivo Corrente e Passivo não Corrente.
· Passivo Corrente, é aquele que uma entidade espera liquidar no prazo de um ano após a data do balanço.
· Passivo não Corrente, é aquele que uma entidade não espera liquidar no prazo de um ano após a data do balanço.
	
Capitulo V: O INVENTÁRIO.
Para que se conheça o património de uma entidade, é necessário fazer-se levantamento de todos elementos patrimoniais, por meio de registos feitos em mapas ou tabelas, no qual figurarão todas as características dos mesmos, nomeadamente: as quantidades, a qualidade e o respectivo valor. O levantamento dos elementos patrimoniais pode ser feito através de contagem, medição, etc. O documento contabilístico onde ficam registados os elementos patrimoniais denomina-se inventário.
Por definição, Inventário é uma relação ou lista de elementos patrimoniais com a indicação dos valores desses elementos num determinado momento.
Classificação do Inventário.
1. Quanto a Extensão ou Elementos que Integram.
· Inventario Geral, é aquele que inclui todos elementos patrimoniais pertencentes a empresa.
· Inventario Parcial, é aquele que apresenta apenas alguns elementos patrimoniais da empresa.
2. Quanto a Ordenação ou apresentação.
· Inventário Simples ou Empírico, é aquele em que os elementos patrimoniais aparecem registados sem obedecer qualquer ordem.
· Inventário Classificado ou Selectivo, aquele em que os elementos patrimoniais aparecem agrupados em contas de acordo com a sua natureza.
3. Quanto a Descrição.
· Inventário Classificado Analítico, é aquele em que os elementos patrimoniais encontram-se registados em contas e cada conta apresenta os elementos que constitui.
· Inventário Sintético, é aquele em que os elementos patrimoniais encontram-se resumidos em contas e sem detalhes.
4. Quanto a Apresentação.
· Inventário em dispositivo vertical, aquele em que os elementos patrimoniais são dispostos verticalmente, ou seja, os elementos patrimoniais activos por cima e os passivos em baixo.
· Inventário em dispositivo horizontal, aquele em que os elementos patrimoniais são dispostos horizontalmente, ou seja, os elementos patrimoniais activos de lado esquerdo e os passivos de lado direito.
5. Quanto ao Momento da sua Elaboração.
· Inventário Inicial, aquele que é feito no inicio da actividade económica.
· Inventário Final, aquele que é elaborado no fim de cada exercício económico.
· Inventário Ordinário, é aquele que é elaborado periodicamente, de acordo com os estatutos da empresa.
· Inventário Extraordinário, aquele que é feito em consequência de circunstâncias anormais tais como roubo, incêndio, etc. 
Fases da Elaboração do Inventário.
· Identificação, consiste em verificar os elementos patrimoniais existentes e fazer o registo dos mesmos.
· Classificação, consiste em agrupar os elementos patrimoniais em contas.
· Avaliação, consiste em atribuir um valor monetário a cada elemento patrimonial.
Finalidades do Inventário.
· Conhecer asituação patrimonial da empresa em termos dos bens, direitos e obrigações que a mesma possui.
· Fornecer elementos básicos para a determinação do resultado da actividade económica da empresa.
Exercício de Aplicação nº 01.
Em 31 de Dezembro de 2011, o património da empresa Nova Geração que se dedica a comercialização de produtos alimentares na cidade de Lichinga, era assim constituído:
· Numerário em cofre ……………………………………………………20.000,00
· Dinheiro depositado no BCI ………………………………………….. 40.000,00
· Divida do empregado Tarzan Mina…………………………………… .1.000,00
· 100 Sacos de Arroz Mariana a 450,00 cada.
· Dinheiro depositado no BIM …………………………………………..10.000,00
· Uma viatura Toyota …………………………………………………....45.000,00
· 80 Caixas de Massatomate a 110,00 cada.
· Divida a Sociedade do Sul, S.A pelo fornecimento de mercadorias ….. 8.000,00
· Divida a Costa & Reis Lda, pela aquisição da viatura Toyota ………...10.000,00
· Empréstimo contraído no BCI a reembolsar num prazo de cinco anos...12.000,00
· 40 Sacos de Farinha de trigo a 420,00 cada
Pretende-se:
a) Classificar os elementos patrimoniais em contas.
b) Elaborar inventário Classificado analítico, dispositivo vertical.
Exercício de Aplicação nº 02.
Em 05 de Janeiro de 2010, o património do comerciante Gafar Mustafa Gulamo que se dedica a comercialização de material de construção na cidade de Quelimane, era constituído pelos seguintes elementos patrimoniais:
· Empréstimo contraído no BIM a reembolsar num prazo de um ano… 20.000,00
· Dinheiro depositado no BIM ………………………………………….5.000,00
· Um computador …………………………………………………..….15.000,00
· Um edifício comercial …………………………………………….… 80.000,00
· Dinheiro depositado no Standard Bank ……………………………...10.000,00
· 100 Sacos de cimento a 380,00 cada.
· Divida a empresa ABC pelo fornecimento de cimento a reembolsar num prazo de 45 dias……………………………………………………………….1.000,00
· 200 kg de pregos a 50,00 cada.
· Divida ao INSS ………………………….………………………………750,00.
Pretende-se:
a) Classificar os elementos patrimoniais em contas.
b) Elaborar inventário Classificado analítico, dispositivo horizontal.
Capitulo VI: O BALANÇO.
Balanço é um documento contabilístico onde se compara o activo com o passivo evidenciando-se o capital próprio num determinado momento.
Num balanço, o Activo – o Passivo = Capital Próprio.
Equação do Balanço.
 CP + P = A ou A = CP + P
Onde:
A = Activo
P = Passivo
CP = Capital Próprio. 
Se esta equação não se verificar significa que o Balanço está errado e geralmente diz-se que o Balaço não fecha.
Portanto, para que um Balanço seja considerado correcto é necessário para além de ser elaborado tendo em conta os seus requisitos, que o total dos Activos seja igual ao total do capital próprio e dos passivos.
Num Balanço, deve constar dados do ano em que está-se a elaborar e dados do ano anterior, isso para permitir fazer a comparação dos dados e consequentemente analisar a evolução da empresa.
Entretanto, se tratar-se de Balanço inicial, apresenta-se apenas dados do ano em que está-se elaborar, porque no ano anterior foi um período que a empresa não existia.
Exemplo de Um Balanço.
Balanço da empresa Longa Vida, em 30 de Dezembro de 2012.
	Código das contas
	
ACTIVOS
	
2012
	
2011
	
3
2 
4 
1 
	
3.2
2.2
4.1
1.2
1.1
	Activos não Correntes
Investimentos de Capital
Activos Tangíveis
 3.2.4 Equipamento de transporte
Activos Correntes
Inventários e Activos Biológicos
Mercadorias
Contas a receber
Clientes
4.1.1 Clientes c/c
Meios Financeiros
Bancos
Caixa
	
80.000,00
20.000,00
9.000,00
11.000,00
5.000,00
	
45.000,00
15.000,00
20.000,00
15.000,00
5.000,00
	
	
	Total dos Activos
	125.000,00
	100.000,00
	
5
4
	
5.1
8.8
4.3
4.2
	
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVOS
Capital Próprio
Capital
Resultado Liquido do Período
Total do Capital próprio 
 PASSIVOS
Contas a Pagar
Passivos não Correntes
Empréstimos obtidos
 4.3.1Emprestimos bancários
Passivos Correntes
Fornecedores
 4.2.1. Fornecedores c/c
Total dos Passivos
	
55.000,00
10.000,00 
	
55.000,00
	
	
	
	65.000,00
	55.000,00
	
	
	
	
45.000,00
15.000,00
60.000,00
	
25.000,00
20.000,00
45.000,00
	
	
	
Total do Capital próprio e dos Passivos
	
125.00,00
	
100.000,00
Requisitos do Balanço.
1. Exactidão – o que significa que todos os valores das contas devem ser os valores reais dos elementos patrimoniais da empresa.
2. Integralidade – o que significa que o Balanço deve apresentar os valores de todas as contas correspondentes a todos elementos patrimoniais da empresa sem omissão.
Finalidades do Balanço.
· Dar a conhecer aos interessados a situação patrimonial da empresa, para uma correcta avaliação e tomada de decisão sobre o futuro da mesma;
· Dar uma imagem da origem dos fundos existentes na empresa e da aplicação dos mesmos fundos.
Classificação do Balanço.
1. Quanto á Época ou momento da sua Elaboração. 
· Balanço Inicial, é aquele que é elaborado no inicio da actividade económica, o qual mostra o capital com que a empresa iniciou a sua actividade económica.
· Balanço Final é aquele que é elaborado no fim de um período económico, o qual monstra o capital inicial e o resultado obtido pela empresa.
2. Quanto ao Conteúdo.
· Balanço Analítico, é aquele que apresenta as contas e cada conta as suas respectivas subcontas.
· Balanço Sintético, é aquele que apresenta apenas as contas.
3. Quanto ao Género.
· Balanço do 1o género, é aquele em que o Activo é maior que o Passivo.
Esta situação é boa, porque os bens e os direitos que a empresa possui são suficientes para cobrir as dívidas.
· Balanço do 2o género, é aquele em que o Activo é igual ao Passivo.
Esta situação é menos boa, porque os bens e os direitos que a empresa possui apenas chegam para cobrir as dívidas.
· Balanço do 3º género, é aquele em que o Activo é menor que o Passivo.
Esta situação não é boa, porque os bens e os direitos que a empresa possui não são suficientes para cobrir as dívidas.
Diferença entre Inventário e Balanço.
O que geralmente distingue o Inventário do Balanço é a indicação do Capital Próprio no Balanço.
Exercício de aplicação nº 01.
Em 10 de Janeiro de 2012 foi constituída a Sociedade Mandavir & Gulamo Lda licenciada para a comercialização de vestuário, tendo iniciado a sua actividade económica na cidade de Chimoio, com os seguintes elementos patrimoniais:
· Um edifício comercial ……………………………………………. 70.000,00.
· 20 Vestidos a 200,00 cada.
· Dinheiro emprestado no BCI a reembolsar num prazo de 3 anos….15.000,00.
· Um Computador ………………..……………………….…………15.000,00.
· 50 Calças a 250,00 cada.
· Divida a Sociedade Castro & Muanaco Lda, pela aquisição a prazo de vestidos e calças ……… 6.000,00.
· 30 Blusas a 100,00 cada.
· Divida a Babú Soldado, pela aquisição a prazo de computador……….. 8.000,00.
· Dinheiro depositado no BCI …………………………………………. 10.000,00 
Pretende-se:
a) Classificar os elementos patrimoniais em contas.
b) Elaborar Balanço Analítico.
c) Classificar este Balanço quanto a época sem se esquecer de justificar a tua resposta.
d) Classificar este Balanço quanto ao género e justificar a tua resposta.
Exercício de aplicação nº 02.
Em 31 de Dezembro de 2009 o património da empresa ABC era constituído pelas seguintes contas e valores:
Contas Ano 2009 Ano 2008
4.6 Outros Credores ………………………… 500,00 ……………………. 400,00
1.1 Caixa ……………………………………..1.500,00 ……………………1.000,00
4.2 Fornecedores ……………………………..1.200,00 …………………… -----
3.2 Activos Tangíveis ………………………..20.000,00 …………………...15.000,00
5.5 Reservas ………………………………….. 500,00 ……………………….500,00
4.1 Clientes …………………………………….500,00 ……………………..2.000,00
4.4 Estado ………………………………………800,00 ……………………..1.000,00
2.3 Produtos Acabados e Intermédios ………… 1.800,00 ……………………..800,00
3.3 Activos Intangíveis ………………………… 10.000,00 ………………….10.000,00
4.3 Empréstimos Obtidos ………………………..25.000,00 …………………35.000,00 
2.6 Matérias Primas, Auxiliares e Materiais ……..200,00 …………………….6.500,00

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