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AUXINAS A primeira evidência sobre a existência de auxina foi feita por Charles e Francis Darwin – 1881. Plantas jovens tendem a curvar em direção a uma fonte lateral de luz. Em suas experiências, eles cobriram o coleóptilo, a extremidade, de plantinhas de aveia e alpiste com um papel opaco. Verificando que elas deixavam de curvar-se quando iluminadas lateralmente e continuavam a crescer eretas. O mesmo resultado foi obtido quando o ápice do coleóptilo é removido, as plantas deixaram de se curvar em direção a uma fonte de luz natural. Dessa forma, os pesquisadores concluíram que as extremidades dos coleóptios percebem a posição da fonte de luz e levam o caule a curvar-se em direção a ela. Em 1903, o cientista dinamarquês Peter Boysen-Jensen. Demostrou que o sinal que faz o caule se mover em direção a luz não era fixo, mas sim móvel. Ele separou a ponta do restante do coleóptilo por um cubo de gelatina que impedia o contato celular, mas permitia a passagem de produtos químicos, as mudas responderam normalmente inclinando-se para a luz. No entanto, quando a planta foi separada por uma substância impermeável, a mica, não houve curvatura do caule. A principal auxina natural é o ácido indo-3-acético (AIA). No nível molecular todas as auxinas são compostas por um anel aromático e um grupo ácido carboxílico. Também há substâncias artificiais que simulam os efeitos do AIA com o objetivo de uso na agricultura, sendo por isso chamadas de auxinas sintéticas. A mais conhecida delas é o 2,4 D – essa substância é utilizada como herbicida no controle de ervas daninhas em cultivos de cereais. O ácido naftalenoacético é utilizado para induzir a formação de raízes adventícias em ramos, o que facilita a propagação vegetativa de árvores e também evita a queda de frutos em plantas de interesse comercial. As auxinas são produzidas em todos os tecidos, principalmente em locais com rápida divisão celular e crescimento, como nas extremidades dos coleóptilos de gramíneas e nos ápices caulinares das plantas. Sua produção ocorre também em folhas jovens, frutos e sementes. A partir dos locais de síntese, as auxinas deslocam-se ativamente. Isto é, com gasto de energia, pelas células parenquimáticas, do floema e câmbio vascular. Esse transporte depende da gravidade e na maioria das vezes polar. O transporte das auxinas pode ser chamado de basípeto, que vai do ápice do caule para a raiz ou acrópeto, da raiz para o ápice da planta. Já são conhecidos diversos efeitos fisiológicos das auxinas, um deles são os tropismos, ou seja. Mudanças no padrão de desenvolvimento das plantas como respostas a estímulos externos direcionais. Isso foi demonstrado por Charles e Francis Darwin (A luz influenciando o crescimento da planta e, assim, provocando o crescimento assimétrico do caule ou raiz. As partes aéreas em direção a luz vão crescendo e facilitando a fotossíntese nessa região. E algumas raízes crescem para longe da luz. Os tropismos podem ser positivos, direcionados ao estímulo, ou negativos, contrários ao estimulo. Outro tipo de tropismo é o gravitropismo, nele o crescimento da planta se dá como resposta a gravidade, os caules crescem em direção a luz para fotossintetizar e as raízes crescem para dentro do solo em busca de água e nutrientes. Dessa forma a raiz desenvolve gravitropismo positivo por crescer em direção do solo e o caule geotropismo negativo em direção a luz. Um dos principais efeitos das auxinas é causar alongamento das células recém formadas a partir dos meristemas, promovendo assim o crescimento de raízes e caule. O efeito depende de sua concentração na planta, o caule, por exemplo, é menos sensível que a raiz. Por isso, uma concentração de auxina que induz um crescimento ótimo do caule tem efeito fortemente inibidor sobre o crescimento da raiz. Por outro lado, concentração de auxinas ótimas para o crescimento da raiz são insuficientes para produzir efeitos no caule. As auxinas também participam da formação dos frutos, sementes em desenvolvimento liberam auxinas que atuam no ovário, levando ao desenvolvimento do fruto. Por isso, se a fecundação não ocorrer as sementes não se formam e o fruto não se desenvolvem. Se ao removermos os aquênios e aplicarmos auxinas sintéticas, o morango se desenvolve. Aplicada sobre os ovários, há o desenvolvimento de frutos partenocárpicos. Auxinas produzidas pelo meristema apical do caule exercem forte inibição sobre as gemas laterais, mantendo-as em estado de dormência – dominância apical. Técnica de poda consiste em eliminar os meristemas apicais para estimular a formação de ramos laterais. A queda natural de folhas, ramos e frutos, fenômeno denominado como abscisão, resulta de alterações químicas e estruturais que ocorrem perto da base do pecíolo, essas alterações estão relacionadas com as auxinas – ao envelhecer, folhas, frutos e flores produzem cada vez menos auxina, cuja a presença é necessária para evitar a abscisão. As auxinas também participam do processo de formação de raízes laterais e adventícias, além de induzirem a diferenciação vascular. Como exemplo a auxina induz a formação e organização de floema e xilema, quando a planta é ferida a auxina pode induzir a diferenciação celular e a regeneração dos tecidos vasculares Resumo: Auxina foi o primeiro hormônio vegetal a ser descoberto; Papel fundamental do ciclo de vida das plantas; Uso sintético na agricultura (controle de pragas, desenvolvimentos de frutos e crescimento das plantas).