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1 3 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S 3 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Núcleo de Educação a Distância R. Maria Matos, nº 345 - Loja 05 Centro, Cel. Fabriciano - MG, 35170-111 www.graduacao.faculdadeunica.com.br | 0800 724 2300 GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO. Material Didático: Ayeska Machado Processo Criativo: Pedro Henrique Coelho Fernandes Diagramação: Ayrton Nícolas Bardales Neves PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira, Gerente Geral: Riane Lopes, Gerente de Expansão: Ribana Reis, Gerente Comercial e Marketing: João Victor Nogueira O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para a formação de profi ssionais capazes de se destacar no mercado de trabalho. O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem. 4 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S 4 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Prezado(a) Pós-Graduando(a), Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional! Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confi ança em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as suas expectativas. A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma nação soberana, democrática, crítica, refl exiva, acolhedora e integra- dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a ascensão social e econômica da população de um país. Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida- de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas pessoais e profi ssionais. Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi- ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver um novo perfi l profi ssional, objetivando o aprimoramento para sua atua- ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe- rior e se qualifi car ainda mais para o magistério nos demais níveis de ensino. E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos conhecimentos. Um abraço, Grupo Prominas - Educação e Tecnologia Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! . É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo- sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve- rança, disciplina e organização. Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua preparação nessa jornada rumo ao sucesso profi ssional. Todo conteúdo foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho. Estude bastante e um grande abraço! Professora Silvia Cristina da Silva O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc- nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela conhecimento. Cada uma dessas tags, é focada especifi cadamente em partes importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in- formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao seu sucesso profi sisional. Embora o conceito de Educação à Distância não seja novo, é verdade que, com a extensão e a implementação de novas tecnologias no setor educacional, esse formato assumiu uma nova dimensão, razão pela qual indivíduos, governos e as instituições voltaram-se, de maneira especial, para explorar o potencial oferecido pela educação à distância. Inserem-se, nesta unidade, os desafi os e oportunidades de ensino a distância no ensino superior. O autor trabalha em estreita colaboração com os alunos no ensino a distância há muitos anos e fi cou interessado pela maneira que os alunos lidam com os desafi os em comparação às oportunidades oferecidas pelo ensino a distância. O principal objetivo deste capítulo é investigar as oportunidades e os desafi os do ensino a distância. Nos últimos anos, tem havido um interesse crescente nessa modalidade, no ensino superior. Tecnologia; Formação Continuada; Ensino 9 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S 9 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 01 ASPECTOS DO ENSINO SUPERIOR Apresentação do módulo ______________________________________ 10 12 CAPÍTULO 02 DIDÁTICA E PRATICAS PEDAGOGICAS NO ENSINO SUPERIOR O Ensino Superior no Brasil ____________________________________ CAPÍTULO 03 TECNOLOGIAS E RECURSOS DIDÁTICOS Ensino Superior: Finalidades ___________________________________ 14 16 Didática como Ciência no Ensino Superior ______________________ Recapitulando _________________________________________________ 32 37 58 A Universidade na sociedade ___________________________________ Recapitulando _________________________________________________ 65 Referências ___________________________________________________ 74 Fechando Unidade ____________________________________________ 70 Considerações Finais __________________________________________ 60 Organização Interna e seu Funcionamento (Ensino, pesquisa e extensão) _____________________________________________________ 17 Recapitulando _________________________________________________ 27 A Metodologia na Docência Universitária _______________________ 37A Metodologia Dialética ________________________________________ 40Educação Universitária _________________________________________ 41Planejamentos do Ensino ______________________________________ 44Avaliação e Aprendizagem na Educação Superior _______________ 46 Ensino a Distância _____________________________________________ 50 53Ambiente Virtual de Aprendizagem e Tecnologias para o Ensino 54 Interações em sala de aula EAD e Presencial: o papel dos professores e dos alunos _______________________________________ 55Desafi os do Ensino a Distância ________________________________ Formação de Professor no Ensino Superior _____________________ 10 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Abordaremos, nesta Unidade, o ensino superior no Brasil. Até o fi nal do século XIX existiam apenas 24 estabelecimentos de ensino su- perior no Brasil com cerca de 10.000 estudantes. A partir daí, a iniciativa privada criou seus próprios estabelecimentos de ensino superior graças à possibilidade legal disciplinada pela Constituição da República (1891). As instituições privadas surgiram da iniciativa das elites locais e confessionais católicas (Teixeira, 1969). O sistema educacional paulista surgiu nessa época e representou a primeira grande ruptura com o modelo de escolas submetidas ao controle do governo central. Dentre os cursos criados em São Paulo, nesse perío- do, constam os de Engenharia Civil, Elétrica e Mecânica (1896), da atual Universidade Mackenzie, que é confessional presbiteriana. Nos 30 anos seguintes, o sistema educacional apresentou uma expansão considerável, passando de 24 escolas isoladas a 133, 86 das quais criadas na década de 1920 (Teixeira, 1969). A partir da Lei nº 4.024/60 – a primeira Lei de Diretrizes e Bases da EducaçãoNacional –, começou a se delinear um modelo federativo da administração da educação nacional. Nas legislações que a sucederam – Leis nº 5.692/71 e nº 5.540/68 – esse modelo veio se consolidando num sistema em que o ensino superior fi cou sob a tutela da União e o ensino de 1º e 2º graus a cargo dos Estados. Com a Lei nº 9.394/96, verifi cou-se uma ampliação do princípio federativo, aumentando a responsabilidade da administração municipal na gerência e condução da educação básica da sua população, bem como, transferindo para os sistemas estaduais a supervisão e a gerência dos Conselhos Estaduais de Educação sobre as Instituições de Ensino Supe- rior mantidas pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios. A formação do professor e a busca pela melhoria na qualidade do trabalho que realiza vem sendo discutida há algum tempo, mas uma discussão sistemática sobre o tema é recente e emergiu com mais força, no cenário nacional, somente na década de 1980. No que concerne ao ensino superior, o que se propunha, era uma ampla reforma do sistema, substituindo escolas autônomas por universidades, com espaço para o desenvolvimento das ciências básicas e da pesquisa, além de formação profi ssional. Nesse mesmo contexto, insere-se a discussão sobre a expan- são e o papel da educação superior e da docência nesse nível de ensino (Durham, 2005). Quando falamos em formação de professores, a primeira coisa que nos vem à cabeça é a formação de professores para a docência na Educação Básica. A formação exigida para a docência no ensino superior tem sido restrita ao conhecimento aprofundado da disciplina a ser ensina- 11 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S da, sendo este conhecimento prático decorrente do exercício profi ssional ou teórico, resultante do exercício acadêmico. Pouco tem-se exigido dos docentes de ensino superior em termos de conhecimentos pedagógicos. A cada dia, ampliam-se mais as exigên- cias de que o professor universitário tenha títulos de mestre e doutor, no entanto, há ainda um grande questionamento: se esta titulação, da maneira como vem acontecendo nos cursos stricto - sensu, contribui efetivamente para a melhoria da qualidade didática do professor no ensino superior. 12 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S ASPECTOS DO ENSINO SUPERIOR A UNIVERSIDADE NA SOCIEDADE Toda sociedade precisa se desenvolver para sobreviver. Na medida em que o desenvolvimento deve ter por base a sustentabilida- de, ele deve atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às delas; ele deve ser economicamente efi ciente, socialmente equitativo e ecologicamente to- lerável. Todadia, ditas necessidades nem sempre são econômicas, sociais ou ecológicas. Elas podem relacionar-se ao conhecimento cien- tífi co, daí a importância da Universidade na sociedade e seu papel no desenvolvimento nacional. A universidade tem sua origem na da Idade Média. Segundo Nunes (1979), as Universidades com seus estatutos, organização ju- rídica e os graus acadêmicos surgiram, espontaneamente, no seio da cristandade medieval. Nesse sentido, impossível dissociar a criação da universidade da igreja, no seu contexto instituição, eis que era o gru- po historicamente dominante naquele período, sendo autorizadas por bulas papais. Seguindo este entendimento, ressalta o autor que o pro- D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S 13 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S cesso de instrumentalização do conhecimento ocorre quando essa cos- movisão dominante, esse ideal de homem – aliado à nobreza – trans- fere-se para as instituições de ensino, eis que o currículo das escolas medievais culminava com o estudo da Sagrada Escritura e a convicção de que só a Bíblia continha a verdadeira e salutar sabedoria. ............... Não obstante, tornaram-se substanciais para a construção do conheci- mento ocidental porque havia estudiosos nelas preocupados, priorita- riamente, com o desenvolvimento da ciência nos currículos e eram en- contradas nas sete artes liberais, notadamente, Aritmética, Geometria, Astronomia, Lógica, Gramática, Música e Retórica, responsabilizadas pela formação profi ssional nas áreas de Teologia, Direito e Medicina. O surgimento das universidades modernas datam do período de 1500-1800, na Europa, o que possibilitou a dissipação do pensamen- to crítico e acabou por originar o Renascimento e, tempos após, o tarde o Iluminismo. A despeito da imprecisão dos registros, historicamente, credi- ta-se que o início na difusão das universidades pela Europa ocorreu no século XII, com a fundação da Universidade de Paris. Embora já sem vínculos com a Igreja (não católicas), necessitavam receber o aval do clero ou do governo para o funcionamento, dedicando-se originariamen- te ao ensino da medicina, das leis, da astronomia e da lógica. Em 1700, as mais conhecidas destacavam-se por divulgar suas revistas científi - cas. Considerada a melhor Universidade da Europa e a 1ª melhor uni- versidade do Mundo , fundada em 1090 , Oxford é a universidade mais antiga de língua inglesa. Como um lugar também de liberdade, independência e refl e- xão, a Universidade é um instrumento de mudança que, respeitando os valores que promove, estimula todas as formas de inovação, sejam elas tecnológicas ou sociais. Ao fazer isso, presta imensurável serviço à sociedade. A junção entre o mercado profi ssional e o universo acadê- mico se faz substancial ao estímulo de profi ssionais com espírito de inovação, partindo-se da premissa que é a contribuição de vários agentes econômicos e sociais, com diferentes tipos de informações e conhecimentos, permitam a sua materialização. 14 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S O ENSINO SUPERIOR NO BRASIL No Brasil colônia desenvolveu-se apenas atividades escolares de catequese de indígenas, conduzidas por sacerdotes Jesuítas, por quase 300 anos, até 1792, quando veio a ocorrer a expulsão dos Jesuí- tas do Brasil. Membros de famílias brasileiras abastadas eram enviados para obter educação em outros países, principalmente Portugal. O primeiro colégio jesuíta foi fundado na Bahia em 1550, ser- vindo de modelo e inspiração para os outros colégios a serem criados pelo país posteriormente e os cursos oferecidos eram segundo Paim (1987): Chegava tão-somente ao que hoje se denomina de ensino médio de tipo clássico. Apenas nos colégios de Bahia e do Rio de Janeiro ministrava-se o curso de artes, intermediário entre o de humanidades e os superiores. Para as carreiras eclesiásticas, entretanto, existiam cursos superiores de teologia e ciências sagradas, tanto no Colégio Central da Bahia como nos seminários maiores. Para os que não se destinavam ao sacerdócio só restava o caminho das universidades europeias. (p. 214) De acordo com França (2008), foi com a Proclamação da Re- pública (1889) que a educação começou a ser prioridade para o Estado. Com o regime republicano, cada Estado da Federação passou a ter sua própria Constituição, com governos eleitos e forças políticas autô- nomas. As transformações ocorridas na área educacional durante esse período foram positivas. Na Reforma Antônio Carlos (1841), a pesquisa científi ca pas- sou a ter mais importância. A investigação científi ca era realizada por institutos de pesquisa sem vínculo com o ensino superior (França, 2008). A criação do ensino superior no Brasil ocorreu no período Im- perial, com a transferência da sede do poder no ano de 1808, época em que cursos de ensino superior foram instalados no Rio de janeiro e na Bahia a fi m de atender a formação das pessoas que compunham asclasses dominantes, para qualifi ca-las ao exercício do poder, formação de especialistas para a produção de bens, e a formação de profi ssionais liberais. Foi criado, em 1808, o curso Médico de Cirurgia na Bahia e no mesmo ano é instituído no Rio de Janeiro o Hospital Militar, uma escola Anatômica, Cirúrgica e Médica. Após, tem-se a instalação, na Bahia e Rio de Janeiro, dois centros médicos cirúrgicos, matrizes das atuais Fa- culdades de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Federal da Bahia. Em 1810, é instituída a Academia Real Militar na qual se implantou o início da atual Escola de Engenharia da 15 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Universidade Federal do Rio de Janeiro. (Villanova, 1948) O sistema universitário é composto por instituições públicas (federais ou estaduais), católicas e privadas. A estrutura compreende universidades, faculdades e instituições isoladas. O objetivo do ensino superior, no Brasil, é implantar ensino, pesquisa e extensão, embora a pesquisa seja principalmente realizada em instituições federais. As universidades também oferecem cursos de curta duração em diversas disciplinas, atendendo a população universitária e a comunidade. As carreiras do ensino superior são integradas em blocos, como: Ciências Biológicas e Saúde (Ciências Biológicas e da Saúde); Ciências Exatas da Terra (Ciências Exatas); Ciências Humanas e Sociais (Ciências Humanas e Sociais); Ciências Sociais Aplicadas (Ciências Sociais Aplicadas) e Engenharias e Tecnologias (Engenharia e Tecnologias). O Conselho Federal de Educação (CFE) determina o currículo mínimo e a alocação de tempo para os diferentes cursos. Cada institui- ção tem a liberdade de incluir assuntos adicionais. No ano de 1998, foi criado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com a fi nalidade de avaliar o desempenho do estudante ao fi m da escolaridade básica, po- dendo participar do referido exame alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio em anos anteriores. O Enem é utilizado como critério de seleção para os estudantes que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni). Aproxima- damente, 500 (quinhentas) universidades já utilizam o resultado desse exame como critério para selecionar o ingresso no ensino superior, seja complementando ou até substituindo o vestibular. Na Constituição de 1988, foi determinado que os empréstimos estudantis, anteriormente fi nanciados pelo Fundo de Assistência Social, seriam alocados a partir dos recursos do Ministério da Educação e ad- ministrados pela Caixa Econômica Federal. Os empréstimos são usa- dos principalmente pelos estudantes para pagar as mensalidades em universidade ou faculdades particulares, que se utilizam de um progra- ma de fi nanciamento chamado Financiamento Estudantil (FIES), que foi criado no ano de 1999. A pós-graduação já se destacou como uma referência na edu- cação brasileira. Nos anos 50, por exemplo, as Fundações Ford e Ro- ckefeller concederam bolsas para levar estudantes brasileiros para os Estados Unidos para seus estudos de pós-graduação. Fundos foram concedidos por vários órgãos públicos para fi nanciar estudos de pós- 16 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S -graduação no exterior e internamente, órgão esses nos quais se in- cluíam a FINEP, FAPESP, CNPQ e CAPES. Muitas universidades têm seus próprios programas de mestra- do e doutorado. Os programas de pós-graduação são avaliados e, de acordo com seu desempenho, recebem recursos públicos em quantida- des maiores ou menores para promover pesquisas e pagar bolsas de estudo para seus alunos. ENSINO SUPERIOR: FINALIDADES A educação, acima de qualquer lei que lhe venha a reger, é matéria com disciplina constitucional. A constituição federal (BRASIL, 1988), elenca a educação como um direito social e, como os demais, tem por premissa garantir uma melhor condição de vida e trabalho à população. Segundo leciona Moraes (2009): Direitos sociais são direitos fundamentais do homem, caracterizando-se como verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória em um Estado Social de Direito, tendo por fi nalidade a melhoria de condições de vida aos hipossufi cientes, visando à concretização da igualdade social, e são consagrados como fundamentos do Estado democrático, pelo art. 1º, IV, da Constituição Federal. (p. 195). As normas que não são auto executáveis exigem providências legislativas ulteriores para sua aplicabilidade. Assim explicava Rui Bar- bosa (apud BONAVIDES, 2012): Não há, numa Constituição, cláusulas a que se deva atribuir meramente o valor moral de conselhos, avisos ou lições. Todas têm a força imperativa de regras. Muitas, porém, não revestem dos meios de ação essenciais ao seu exercício, os direitos, que outorgam, ou os encargos, que impõem: estabe- lecem competências, atribuições, poderes, cujo uso tem de aguardar que a Legislatura segundo seu critério, os habilite a exercer. A Constituição não se executa a si mesma: antes requer a ação legislativa, para lhe tornar efetivos os preceitos (p. 216). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (BRASIL, 1996) ressalta, em seu conteúdo, a fi gura do educando como sendo a de maior relevância na atividade educacional, dispondo que a educação, na condição de dever da família e do Estado, possui inspira- ção nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana. Estabelece fi nalidades específi cas, a saber: 17 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científi co e do pensamento refl exivo; II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profi ssionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científi ca, visando o de- senvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científi cos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profi ssional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do co- nhecimento de cada geração; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em parti- cular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pes- quisa científi ca e tecnológica geradas na instituição. VIII - atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a capacitação de profi ssionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que aproximem os dois níveis escolares. (art. 43). A última fi nalidade foi inserida pela Lei nº 13.174/2015 (BRASIL, 2015), contudo, se contradiz ao que foi estabelecido nos artigos 10 e 11, porquanto a oferta adequada de educação básica, compreendendo a educação infantil e os ensinos fundamental e médio, é atribuição legal dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A Educação superior contempla tão somente a educação esco- lar, sendo justifi cável por conter objetivos específi cos e voltados para a cultura de transformação, trabalhando conhecimentos, atitudes e valo- res. Em síntese, é uma educação destinada a aperfeiçoarcompetências voltadas ao mundo do trabalho, além da perspectiva de pesquisa. ORGANIZAÇÃO INTERNA E SEU FUNCIONAMENTO (ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO) De acordo com a Constituição Federal (BRASIL, 1988), as uni- versidades gozam de autonomia didático-científi ca, administrativa e de gestão fi nanceira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indisso- ciabilidade entre ensino, pesquisa e extensão (art.207, caput). Nesse 18 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S contexto, cabe a elas a criar, organizar e extinguir cursos; elaborar es- tatutos; atribuir graus, expedir e registrar diplomas; fi xar currículos de cursos e seus programas; fi xar o número de vagas; celebrar contratos, acordos e convênios; administrar rendimentos; programar pesquisas e atividades de extensão; contratar e dispensar de professores; defi nir planos de carreira. A LDB defi ne que as universidades são instituições pluridis- ciplinares de formação dos quadros profi ssionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano. E ain- da, que devem atender a três requisitos: um terço do corpo docente com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; igual percentual enquadrado em regime de tempo integral; produção intelectual institu- cionalizada. A avaliação é considerada fundamental. Nesse sentido, dispõe que se deve buscar a implementação de processos com vistas à melho- ria do ensino e à qualidade, sob a responsabilidade da União, assegurar processo de avaliação de instituições em todo território nacional. Pelo Decreto n.º 3.860 (BRASIL, 2001), o Ministério da Educa- ção é órgão responsável pela coordenação da avaliação de cursos, programas e instituições de ensino superior. A avaliação de cur- sos e instituições de ensino superior está sob a organização e execução do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP). O último Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), a que submetidos os formandos dos cursos de graduação, foi aplicado pela instituição no ano de 2017. Das 2.066 instituições de ensino superior em avaliação, apenas 34 – o equivalente a 1,6% do to- tal – obtiveram a nota máxima, em uma escala que varia de 1 a 5. Das instituições restantes, 278 receberam notas 1 ou 2, fi cando abaixo do limite de qualidade estabelecido pelo Sinaes. 19 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Figura 1 - Instituições por faixa do IGC 2017 Fonte: UOL (2018) À legislação permitiu-se uma maior fl exibilização do ensino su- perior, ao ceder espaço à iniciativa privada, resultando posteriormente na edição do Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, regulamentando o ensino a distância não presencial – EaD, sob o credenciamento e au- torização do MEC. O contexto socioeconômico do mundo globalizado exige a pro- fi ssionalização, fazendo surgir também a especialização, como fruto da integração com as inovações e tecnológicas que se apresentam em constante movimento: ...a ampliação da demanda também é resultante de outras forças, como a necessidade de aquisição de competências essenciais para enfrentar um mercado de trabalho instável e cada vez mais seletivo e excludente, as trans- formações no conteúdo das ocupações e nas profi ssões, trazendo de volta para os bancos escolares uma população adulta, as facilidades que o desen- volvimento das tecnologias de informação e comunicação apresentam para o campo do ensino em termos de aumento da capacidade de atendimento das instituições (estimulando as experiências com ensino a distância) e, fi nal- mente, no campo cultural, a combinação de todos estes vetores que incidem sobre os anseios e expectativas dos estudantes e de suas famílias: “em cada faixa de renda familiar, um número maior de jovens aspira a prosseguir seus estudos além do secundário” (Porto e Régnier, 2003, p. 17). A representação da UNESCO, no Brasil, articula permanente diálogo com o poder público, universidades e instituições de ensino e pesquisa e, em decorrência dessa parceria com o CNE – Conselho Na- cional de Educação, publicou, em 2012, uma coletânea de artigos sob o título de “Desafi os e perspectivas da educação superior brasileira 20 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S para a próxima década 2011/2020”, assentando que o compromisso social da universidade com o avanço do conhecimento e com a inova- ção precisa alcançar as suas salas de aula de graduação e pós-gradua- ção. O processo de ensino-aprendizagem não pode desvincular- -se dos processos de investigação acadêmica e, por consequência, é necessário que seja compreendido como um desafi o à inovação. Os meios tecnológicos contemporâneos viabilizam essas relações em no- vas bases, mas o desafi o é maior ainda: O sentido da relação educação-comunicação vai além das possibilidades oferecidas pelas mídias contemporâneas e dos níveis segmentados dos sis- temas educacionais atuais. Ultrapassa a tentativa de ordenação dos conte- údos escolares e a profusão/confusão dos dados disponíveis em múltiplas bases. O ato comunicativo com fi ns educacionais realiza-se na ação precisa que lhe dá sentido: o diálogo, a troca e a convergência comunicativa, a par- ceria e as múltiplas conexões entre as pessoas, unidas pelo objetivo comum de aprender e de conviver (Kenski, 2008). Para fi ns de estatística, o Ministério de Educação do Brasil de- fi ne que as instituições de Ensino Superior estão classifi cadas da se- guinte forma: Públicas (federais, estaduais e municipais); Privadas (podendo ser comunitárias, que incluem em sua enti- dade mantenedora representantes da comunidade; confessionais, que atendem a uma orientação ideológica; fi lantrópicas, que prestam servi- ços à população, em caráter complementar às atividades do Estado e particulares). De acordo com Decreto nº 5.773 (BRASIL, 2006), faculdades e centros universitários são entidades com enfoque na oferta de gradua- ção, mediante a supervisão do Ministério da Educação (MEC), enquan- to as universidades possuem mais autonomia e ofertam, não apenas graduação, mas também pesquisa e extensão. 21 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Figura 2 - Estrutura da Educação Brasileira Fonte: SlideShare (2011) A graduação: são cursos que conferem o diploma do ensino superior, com duração média de 4 a 5 anos e oferece a maior quanti- dade de conhecimento teórico e prático. Uma vez concluído, é possível fazer cursos de pós-graduação e MBA. As formas de ingresso são atra- vés de vestibular, Enem e Sisu. Oferecem a titulação de: Bacharelado: forma profi ssionais e pesquisadores para o mer- cado de trabalho; Licenciatura: forma professores para o ensino fundamental e médio; Tecnólogo: cursos com tempo de duração menor se compa- rados ao bacharelado e licenciatura, que forma profi ssionais em áreas específi cas do mercado. Existem formas de conseguir cursar a graduação com descon- to. São elas: Quero Bolsa (bolsas de estudo sem processo seletivo); Prouni (bolsas de estudo para os melhores no Enem); Fies (fi nanciamento para os melhores no Enem). Não há dúvidas de que a educação superior possui considerá- vel relevância no currículo de um indivíduo, quer em razão da exigência do mercado ou de trabalho, quer pelo próprio desenvolvimento pessoal. 22 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Contudo, ocorrem circunstâncias em que um curso de bacharelado no formato tradicional possa não atender às expectativas e necessidades apresentadas. Enquanto a graduação tradicional possui foco mais am- plo em elementos teóricos e conceituais, a tecnológica privilegia o de- senvolvimento de competências profi ssionais, de acordo com as de- mandas do mercado. Uma das vantagens dos cursos superiores de tecnologia é a redução no tempoem o aluno faz uma graduação e garante lugar no mercado de trabalho. Os tecnólogos foram pensados para atender à demanda por mão de obra qualifi cada dos mais diversos setores da economia brasileira. Em apenas dois anos e meio de estudos, em mé- dia, é possível a obtenção de um diploma de nível superior e, com maior perspectiva, uma vaga de emprego tão logo ocorra a conclusão e a formatura. A especialização é um curso de pós-graduação lato sensu que informa, atualiza e capacita o profi ssional que está no mercado de trabalho. Diferentemente da graduação, generalista por excelência, a especialização defi ne habilidades técnicas específi cas a determinado tema, com programas nas mais diversas áreas de conhecimento, sendo recomendado aos alunos que almejam seguir uma carreira acadêmica, quer lecionando ou atuando em projetos, pesquisas, etc. Segundo o Ministério da Educação (MEC), as pós-gra- duações também incluem os cursos designados como MBA (Mas- ter Business Administration). É um curso lato sensu voltado para quem quer aprimorar conhecimentos de administração e obter uma visão aprofundada e global do mundo corporativo, sendo ge- ralmente procurado por empresários, executivos e gestores. Com duração mínima de 360 horas, ao fi nal do curso, o aluno obterá certifi cado e não diploma. São abertos a candidatos diplomados em cursos superiores e que atendam às exigências das institui- ções de ensino, consoante a LDB. As aulas à distância não de- vem exceder 20% da carga horária. Neste curso o profi ssional vai aprender como administrar uma empresa, que poderá ser seu negócio próprio ou trabalhar em um gran- de grupo. O MBA é um curso oneroso, e varia de acordo com a ma- téria escolhida, a escola, a duração e a qualidade do mesmo. Existe um ranking anual onde são apresentadas as melhores escolas e univer- sidade de MBA no mundo, sob o título de “Global MBA Ranking”. O MEC permite que os cursos latu sensu sejam ministrados em cursos presenciais ou à distância, de modo que o certifi cado será o mesmo, tanto para quem frequentou uma instituição física como para quem concluiu o ensino a distância (cursos online). 23 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S O mestrado é um curso analítico e de pesquisa. O mestrado tradicional é voltado para áreas de interesse acadêmico e é conside- rado um passo para quem tem interesse em seguir a carreira docen- te. Atualmente, já é possível encontrar o mestrado profi ssional, que tem como foco a formação de profi ssionais com uma visão analítica, conhecimentos teóricos e atuação prática sobre uma determinada área. A duração é de cerca 24 meses, exigindo pesquisa consistente que será transformada em uma dissertação sobre um tema específi co, trabalho que será defendido, ao fi nal do curso, por uma banca rigorosa. Para se candidatar a uma vaga de mestrado, seja no Brasil ou em outro país, é comum ao processo seletivo a realização das seguin- tes etapas: Inscrição Provas Currículo acadêmico e profi ssional Pré-Projeto ou Memorial Entrevista Resultado Para conseguir um bom curso, e bolsa de estudos, o candidato deve apresentar ótimo histórico escolar e, de preferência, ter realiza- do, durante a graduação, programa de iniciação científi ca. A prova de profi ciência em inglês geralmente apresenta características peculiares e as instituições que preparam os testes, com o objetivo de fazer uma triagem efetiva entre os candidatos, inserem estruturas complexas de gramática e interpretação de textos de nível avançado. Além de assistir às aulas, cabe ao aluno reservar o seu tempo para a leitura e participação em palestras, conferências e congressos. O estudante é acompanhado por um orientador, que o introduz num grupo de pesquisa já desenvolvida pela instituição, ajuda-o a selecionar as disciplinas e acompanha a redação da dissertação de conclusão do curso. O Doutorado é o passo seguinte ao mestrado, denomina- do PhD, Doctor of Philosophy. É um grau acadêmico conquistado por quem demonstra a capacidade de desenvolver novo conhecimento científi co. Enquanto no mestrado o estudante tem contato com os prin- cipais caminhos teóricos e a produção intelectual, no doutorado ele vai dedicar-se ao trabalho de criar conhecimento e adicionar novas desco- bertas ao que é discutido na academia. A duração de um doutorado é de 4 a 5 anos, com uma carga horária de aulas bem reduzida, já que a maior parte do trabalho é realizar as leituras necessárias, pesquisar e escrever a tese, geralmente com dedicação de modo exclusivo. 24 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S É permitido cursar o doutorado após a graduação, sem passar pelo mestrado, caso a instituição de ensino considerar relevante a pro- posta de pesquisa do candidato a aluno. Na maioria das instituições, contudo, a preferência é que se tenha o título de mestre. A seleção inclui análise do currículo, aprovação do projeto de pesquisa e entrevis- ta. Pode haver uma prova de conhecimentos específi cos e gerais. Os programas mais conceituados exigem o domínio de, pelo menos, dois idiomas estrangeiros. A extensão universitária é um meio de interação que deve exis- tir entre a universidade e a comunidade na qual está inserida. É uma espécie de ponte permanente entre a universidade e os diversos se- tores da sociedade. Funciona como uma via de duas mãos, em que a Universidade leva conhecimentos e/ou assistência à comunidade, e re- cebe dela infl uxos positivos como retroalimentação tais como suas reais necessidades, seus anseios, aspirações e também aprendendo com o saber dessas comunidades. Ocorre, em realidade, uma troca de saber, em que a universi- dade também aprende com a comunidade sobre os valores e a cultu- ra dessa comunidade. Assim, a universidade pode planejar e executar as atividades de extensão respeitando e não violando esses valores e cultura. Por meio da Extensão, a universidade infl uencia e também é infl uenciada pela própria comunidade, signifi cando dizer que permite uma troca de valores entre a universidade e o meio. Além dos cursos de graduação e pós-graduação, a Universi- dade oferece, também, cursos de formação, capacitação e qualifi cação para o público, bem como elabora e administra projetos sociais e am- bientais articulados para a comunidade. Outra função social importante da Universidade é a elaboração e articulação de políticas públicas por meio da participação em fóruns, consultorias e núcleos específi cos de atuação. Assim, além da sua importância como geradora de políticas públicas, a Extensão Universitária deve servir como instrumento de in- serção social, aproximando a academia das comunidades adjacentes. O artigo 207 da Constituição, ao preceituar que “...as univer- sidades obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”, propõe que as universidades sejam conduzidas, associando e integrando as atividades de ensino, extensão e pesquisa de maneira que se complementem, para bem formar seus profi ssionais universitários. Como detém o conhecimento, o transmite, por meio do ensi- no, aos educandos. Através da pesquisa faz aprimorar os conhecimen- tos então existentes, são produzidos novos saberes. Pelo ensino, são conduzidos esses aprimoramentos e os novos conhecimentos aos edu- 25 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S candos. Por meio da extensão, é fomentada a difusão, socialização e democratização do conhecimento, bem assim, das novas descobertas à comunidade. A Extensão também propicia a complementação da forma- ção dos universitários, dada nas atividades de ensino, com a aplicação prática. De maneira geral, as universidades têm um departamento es- pecífi co para gestão das atividades e projetos de extensão universitá- ria. Ali, os alunos podem obter informações sobre tudo que está sendo realizado pela instituição nessesentido e, inclusive, candidatar-se para participar. Todos os projetos de extensão universitária são coordenados e acompanhados por professores e profi ssionais das respectivas áreas do conhecimento a qual se destinam. Qualquer aluno universitário pode participar das atividades de extensão; dependendo do projeto, há, inclu- sive, a possibilidade de receber uma bolsa-auxílio. Os requisitos para se candidatar variam bastante e dependem de cada projeto. Dentre outras, podemos elencar as seguintes ações de extensão: - Cursos, palestras e conferências; - Cursos de ensino a distância; - Cursos de verão, ou sazonais; - Colônia de férias; - Viagens de estudo; - Campus avançados; - Associações de ex-alunos; - Apresentações musicais, teatrais e feiras; - Programas e eventos culturais e esportivos; - Universidades volantes; - Escolas e hospitais fl utuantes, etc. Seu caráter mais prático, naturalmente, funciona para enrique- cer o currículo de quem participa e serve de base para eventualmente conseguir uma vaga de estágio ou em uma iniciação científi ca. Existem projetos de extensão que complementam o ensino em algumas unida- des. Faculdades de engenharia mecânica, como exemplo, não con- tam com aulas aprofundadas de automobilística ou aeronáutica, mas possuem grupos de extensão ligados às competições da SAE de fabri- cação de automóveis ou aviões de rádio controle, o que ajuda os alunos envolvidos a direcionarem seus estudos para essas áreas. Com base nessa diretriz conclui-se que a educação superior tem como um de seus princípios formar cidadãos conscientes, capazes de contribuir ativamente para melhoria de nossa sociedade. Para que 26 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S isso ocorra, as Universidades, segundo a legislação, deve estar apoia- da sobre o tripé, ensino, pesquisa e extensão, que juntos constituem o eixo fundamental da Universidade Brasileira e de forma alguma pode ser compartimentado (Moita; Andrade, 2009). Infelizmente, os dados mostram que muitos pós-graduados es- tão sem um lugar no mercado de trabalho. Mesmo os mais bem qua- lifi cados profi ssionais têm difi culdades para encontrar um emprego no país. Por isso, não é exagero afi rmar que o Brasil está formando mes- tres e doutores para o desemprego. A frase é de Silvio Meira, profes- sor do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Escola de Direito do Rio da FGV. Os números demonstram isso friamente: enquanto no mundo a taxa de desocupação desse grupo gira em torno de 2%, por aqui, a média é de 25%. Os mestres estão em situação ainda pior: 35% fora do mercado de trabalho (Soares, 2019). Pesquisa promovida pelo Centro de Gestão e Estudos Estra- tégicos (CGEE, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Co- municações), publicada em 2014, consta que já havia 445.562 mestres titulados contra 293.381 empregados. Neste mesmo intervalo, forma- ram-se 168.143 contra 126.902 empregados. Segundo o último levantamento organizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes, do gover- no federal), no ano de 2017, foram titulados no país 50.306 mestres, 21.591 doutores e 10.841 no mestrado profi ssional. Segundo a asses- soria, nos últimos anos, a Capes tem mantido o orçamento em cerca de R$ 4 bilhões, e o número de bolsas seguiu estável. Logo, a título de úl- tima informação, são 93,5 mil bolsistas na pós-graduação no Brasil e no exterior, número que também tem se mantido estável nos últimos anos. 27 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2014 Banca: COSEAC Órgão: UFF Prova: COSEAC - 2014 - UFF - Técnico em Assuntos Educacionais Na década de 1990, frente aos desafi os que se impunham no fi nal do século XX, a universidade enfrentava crises que demonstravam a necessidade de reforma. As crises são: I da hegemonia. II da legitimidade. III institucional. IV de infraestrutura. Dentre as afi rmativas acima descritas: (A) somente I e II estão corretas. (B) somente I, II e III estão corretas. (C) todas estão corretas. (D) somente II e III estão corretas. QUESTÃO 2 Ano: 2014 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: IF-SP Prova: FUNDEP - 2014 - IF-SP - Professor - Pedagogia Considerando-se as refl exões de Silva Júnior e Sguissardi (2001) sobre a educação superior no Brasil, analise as seguintes afi rma- tivas. I. Ocorreu uma mercantilização do saber e do ensino superior nas últimas décadas. II. A qualidade dos cursos está relacionada à dedicação de prefe- rência integral do corpo docente e aos altos níveis de qualifi cação profi ssional. III. A autonomia universitária é vista como indissociável da demo- cracia interna dos Institutos de Ensino Superior. A partir dessa análise, conclui-se que estão CORRETAS (A) I e II apenas. (B) I e III apenas. (C) II e III apenas. (D) I, II e III. QUESTÃO 3 Ano: 2017 Banca: CCV-UFC Órgão: UFC Prova: CCV-UFC - 2017 - UFC - Psicólogo - Escolar e Educacional 28 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S A Educação Superior tem como fi nalidade central a formação para a vida em sociedade, o que implica em uma inserção ativa de seus indivíduos no sentido de transformá-la, para superar as limitações que lhe impedem de ser um espaço de crescimento coletivo e indi- vidual. Analise as proposições abaixo e marque a opção incorreta. (A) Podem ser considerados tipos de intervenção da Psicologia Escolar no ensino superior uma assessoria ao Plano de Desenvolvimento Insti- tucional (PDI) e aos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs). (B) O processo educativo tem como objetivo norteador colocar-se como instrumento de organização, reorganização e ressignifi cação de valores e conceitos que permitirão aos estudantes uma atuação consciente e intencional no contexto em que estão inseridos. (C) Podem ser consideradas dimensões de intervenção institucional da Psicologia Escolar na Educação Superior a gestão de políticas, progra- mas e processos educacionais na IES. Também as propostas pedagó- gicas e funcionamento do curso e o perfi l do estudante. (D) Embora se apresente a importância do campo de atuação da Psico- logia Escolar nas IESs, seu reconhecimento como importante colabora- dora diante dos atuais desafi os que enfrentam é praticamente inexisten- te nos principais centros urbanos brasileiros. QUESTÃO 4 Ano: 2015 Banca: COMPERVE Órgão: UFRN Prova: COMPERVE - 2015 - UFRN - Técnico em Assuntos Educacionais Leia as afi rmações a seguir, relacionadas ao funcionamento das instituições da educação superior. I O ano letivo regular, independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo. II Antes de cada período letivo, as instituições devem informar aos interessados os programas dos cursos e demais componentes curriculares. III Os cursos de graduação, no período noturno, devem ter padrões de qualidade diferentes do período diurno. IV Nas instituições públicas de educação superior, o professor fi ca obrigado ao mínimo de quatro horas semanais de aula. Das afi rmações, estão corretas (A) I e II. (B) I e IV. (C) II e III. (D) III e IV. 29 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S QUESTÃO 5 Ano: 2010 Banca: IFC Órgão: IFC-SC Provas: IFC - 2010 - IFC-SC - Professor - Geografi a Tendo por base a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, assinale a alternativa INCORRETA sobre a formação dos profi ssio- nais da educação: (A) A formação de profi ssionais de educação para administração, pla- nejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a edu- cação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. (B) A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior,em curso de licenciatura, de graduação plena, em univer- sidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (C) A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá prá- tica de ensino de, no mínimo, duzentas horas. (D) Os institutos superiores de educação manterão cursos formadores de profi ssionais para a educação básica, inclusive o curso normal supe- rior, destinado à formação de docentes para a educação infantil e para as primeiras séries do ensino fundamental. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Sabendo que a lei federal de número 9235/17 dispõe sobre o exer- cício das funções de regulação, supervisão e avaliação das insti- tuições de educação superior e dos cursos superiores de gradua- ção e de pós-graduação no sistema federal de ensino, especifi que quais são as funções do CNE. TREINO INÉDITO Assunto: INEP Assinale a alternativa correta que indica adequadamente uma das funções do INEP. (A) conceber, planejar, coordenar e operacionalizar as ações destinadas à avaliação de IES, de cursos de graduação e de escolas de governo; (B) conceber e planejar, apenas as ações destinadas à avaliação de IES, de cursos de graduação e de escolas de governo; 30 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S (C) conceber, apenas as ações destinadas à avaliação de IES, de cur- sos de graduação e de escolas de governo; (D) conceber e operacionalizar, apenas as ações destinadas à avalia- ção de IES, de cursos de graduação e de escolas de governo; (E) NDE NA MÍDIA DECRETO Nº 9.235, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2017 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput , inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 9º, caput , incisos VI, VIII e IX, e no art. 46, da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, na Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004.DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO SISTEMA FEDERAL DE ENSINO Art. 1º Este Decreto dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação das instituições de educação superior - IES e dos cursos superiores de graduação e de pós-graduação lato sensu, nas modalidades presencial e a distância, no sistema federal de ensino. § 1º A regulação será realizada por meio de atos autorizativos de funcionamento de IES e de oferta de cursos superiores de graduação e de pós-graduação lato sensu no sistema federal de ensino, a fi m de promover a igualdade de condições de acesso, de garantir o padrão de qualidade das instituições e dos cursos e de estimular o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e a coexistência de instituições públicas e privadas de ensino. Fonte: BRASIL Data: 2017 Leia na íntegra em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015- 2018/2017/Decreto/D9235.htm NA PRÁTICA EDUCAÇÃO INFANTIL: LEGISLAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA Dados preliminares mostram que 75% das professoras que responde- ram à pesquisa disseram alfabetizar seus alunos, o que nos leva a infe- rir que há uma preocupação em preparar as crianças para o ensino fun- damental, o que não constitui, segundo a LDB, fi nalidade da educação infantil. Um aspecto interessante apresentado nos resultados é que a preocupação em alfabetizar está presente mesmo entre as professoras 31 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S que possuem formação em Pedagogia. OLIVEIRA, Maria Izete de. Educação infantil: legislação e práti- ca pedagógica. Psicol. educ. São Paulo, n. 27, p. 53-70, dez. 2008. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttex- t&pid=S1414-69752008000200004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 09 out. 2019. PARA SABER MAIS Filme: Sociedade dos poetas mortos Peça de teatro: Vida de professor Acesse os links: https://youtu.be/l7L5rve1IEA https://youtu.be/uASK8hkxHDE 32 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S DIDÁTICA E PRATICAS PEDAGOGICAS NO ENSINO SUPERIOR DIDÁTICA COMO CIÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR A dialética aplicada à metodologia científi ca, tem a fi nalidade de analisar, de modo crítico, os acontecimentos descritos através de um fe- nômeno, de forma mais aprofundada, descrevendo o fenômeno e suas causas e suas consequências, a fi m de entender a realidade em sua tota- lidade. Nesse sentido, através do método dialético podemos rever o pas- sado diante dos acontecimentos ocorridos no presente, facilitando o ques- tionamento sobre o futuro em relação aos repetidos assuntos estudados. Considerada uma ciência que estuda os saberes necessários á prática docente a Didática é um dos principais instrumentos para a forma- ção do professor, pois é nela que se baseiam para adquirir os ensinamen- tos necessários para a prática. De acordo com Libâneo (1990, p. 26) “a didática trata da teoria geral do ensino”. Como disciplina é entendida como um estudo sistematizado, intencional, de investigação e de prática (LIBÂ- NEO, 1990). D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S 33 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Ainda, nesta mesma linha de pensamento, Pimenta et al, diz que: A didática, como área da pedagogia, estuda o fenômeno ensino. As recentes modifi cações nos sistemas escolares e, especialmente, na área de forma- ção de professores confi guram uma “explosão didática”. Sua ressignifi ca- ção aponta para um balanço do ensino como prática social, das pesquisas e das transformações que têm provocado na prática social de ensinar (2013, p.146). No entendimento de Luzuriaga (2001), a Didática originaria- mente signifi cou a arte de ensinar. Durante muito tempo, ensinou-se conforme certas regras e normas, porém estas tinham mais um caráter empírico, pessoal ou procediam da tradição de modelos ou da habilida- de pessoal. Somente a partir do século XVII, Comenius estabeleceu a Didática sobre as bases gerais, denominando precisamente de Didática Magna, que era uma espécie de manual escrito em um livro elaborado com a pretensão de ensinar tudo a todos. A Didática Magna foi a prin- cipal obra de Comenius, que compreendia não apenas os métodos e regras de ensinar, mas também a totalidade ação educativa. Segundo Gil (2010, p.2) didática é a “arte de ensinar”. Ele se- gue citando Comenius, que afi rmava que didática é a “arte de ensinar tudo a todos” e Masetto, que diz que didática “é o estudo do processo de ensino-aprendizagem em sala de aula e de seus resultados”. Falando acerca de didática Libâneo diz: A didática é uma disciplina que estuda o processo de ensino no seu conjunto, no qual os objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas da aula se relacionam entre si de modo a criar as condições e os modos de garantir aos alunos uma aprendizagem signifi cativa. Ela ajuda o professor na direção e orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem, fornecendo-lhe segu- rança profi ssional. (LIBÂNEO, 2002, p.5). A palavra Didática refere-se à ordem, clareza, simplifi cação e costuma, portanto, também conotar rigor, bitolamento, limitação, qua- dratura. Se ela adquiriu signifi cados negativos, supõe-se que a origem deles esteja na práxis, ou seja, no exercício regular da Didática, em todos os níveis de ensino, seria responsável pelo seu desprestígio ou má fama. Realmente, muitos manuais de Didática estão cheios de itens e subitens, regras e conselhos: o professor deve, o professor não deve e fi cam, portanto, muito próximos dos receituários ou listagens de per- missões e proibições, tentando inutilmente disfarçar o seu vazio atrás de excessivo formalismo. A Didática associa-seà ciência desde o momento em que os 34 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S homens passaram a questionar, de forma exaustiva, todas as formas possíveis de se ensinar algo a alguém. De modo que, ela passou a es- tar presente quando o homem organizou a maneira de transmitir seus conhecimentos ao exercitar uma prática pedagógica – uma Didática. Libâneo (2007) aponta que a Didática tem como objeto de es- tudo o processo de ensino, fi nalidades, pedagogias, condição e meios de direção e organização do ensino e aprendizagem, pelos quais se as- seguram a mediação docente de objetivos, os conteúdos e os métodos para atingir a efetivação da assimilação dos conhecimentos. Apesar da discussão de como ensinar e como sistematizar o ensino ter sido uma preocupação dos educadores desde que se orga- nizou a relação pedagógica, a Didática é considerada uma teoria do ensino apenas a partir do século XVII: a história da Didática está ligada ao aparecimento do ensino – no decorrer do desenvolvimento da sociedade, da produção e das ciências - como atividade planejada e intencional dedicada à instrução.[...] Na chamada Antiguidade Clássica ( gregos e romanos) e no período medieval também se desenvol- vem formas de ação pedagógicas, em escolas, mosteiros, igrejas, universi- dades. Entretanto, até meados do século XVII não podemos falar de Didática como teoria do ensino, que sistematize o pensamento didático e o estudo científi co das formas de ensinar (LIBÂNEO, 1994, p. 54- 55). Não há dúvidas sobre a complexidade do trabalho docente frente às atribuições que lhe são exigidas. Neste contexto Veiga (2006, p. 2), menciona que a “[...] docência universitária exige a indissociabili- dade entre ensino, pesquisa e extensão, faz parte dessa característica integradora a produção do conhecimento bem como sua socialização”. A indissociabilidade aponta para a atividade refl exiva e problematizada do futuro profi ssional. A autora salienta, ainda, que formar professores universitários implica compreender a importância do papel da docência, proporcio- nando um aprofundamento científi co aliado ao conhecimento pedagógi- co, que os capacite a responder questões fundamentais da universida- de como instituição social, uma prática social que implica as ideias de formação, refl exão, e crítica. Com os levantamentos que são realizados ao longo dos cur- sos fi ca claro as defi ciências na formação do professor universitário. É comum que a maioria das críticas nesses cursos em relação aos profes- sores refere-se à falta de didática, por essa razão muito professor vem realizando cursos de didática do ensino superior. A prática pedagógica no Ensino Superior passa por diversos desafi os, visto que, precisa sempre articular ensino, pesquisa e exten- 35 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S são e, por outro lado, a ausência de preocupação explícita das autori- dades educacionais com a preparação de professores para o Ensino Superior. As autoridades acreditam que o corpo discente das escolas superiores é constituído por adultos, não precisando tanto de dedicação quanto no corpo discente do ensino básico, constituído por crianças e adolescentes. Os alunos do ensino superior, por já possuírem uma “personalidade formada” e por saberem o que pretendem, não exigi- riam de seus professores mais do que competência para transmitir os conhecimentos e para sanar suas dúvidas, caso esse muito controverso quando posto em prática. Segundo ALTHAUS (2004), a ação didática no ensino superior é pautada pelas tensões enfrentadas no cotidiano universitário e conso- lida-se pelo o que é inerente à extensão: “A autêntica ação de estender o conhecimento, via extensão universitária, operacionaliza-se por meio de umas práxis dialética (mediadora entre universidade-sociedade-uni- versidade) de produção/reprodução crítica do conhecimento” (RAYS, 2003, p.3). Segundo BORBA e SILVA ([s.d]): Quando nos referimos às necessidades dos estudos didáticos dirigidos ao ensino de nível superior, a sua aplicação e investigação aos problemas pe- dagógicos deve levar cada docente a fazer uma autocrítica e a tomar cons- ciência de suas responsabilidades, e principalmente buscar a melhor forma de desempenhar suas funções e por sua vez fazer experiências pedagógicas que vise aperfeiçoar os diversos tipos de atividades que caracterizam tais funções, em particular podemos citar as voltadas à sistematização e trans- missão do conhecimento, sem deixar em segundo plano ou de lado as res- ponsabilidades propriamente educativas. Frente a esse cenário, Cunha, Brito e Cicillini (2006) afi rmam que a formação pedagógica para o professor da educação superior é quase inexistente e isto recai na grande difi culdade de o docente en- frentar os desafi os de sua profi ssão. Assim, evidenciamos que o profes- sor da atualidade precisa alargar seu repertório de conhecimentos, visto que ter o título acadêmico apenas não garante uma atuação qualifi cada em sala de aula. A “Didática do Ensino Superior” volta-se para aos alunos dos cursos de graduação e pós-graduação, com o objetivo de analisar, mi- nuciosamente, e refl etir sobre o panorama da educação nacional, a fi m de capacitar os docentes e interessados em atuar nas áreas de ensi- no, pesquisa ou gestão, sendo possível uma melhor compreensão das competências, habilidades e atividades necessárias para atuação no ensino. A partir dessas disposições, Nóvoa (2009) recomenda fatores importantes para alicerçar programas de formação de professores: 36 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S A formação de professores precisa articular teoria e prática, a partir da análise de situações concretas do cotidiano escolar, à procura de um conhecimento pertinente na reelaboração desse conhecimento, traduzindo um processo de inovação; É relevante que a formação de professores passe para “dentro da formação”, isto é, ser conduzida e planejada pelos próprios professo- res, de forma que os principiantes aprendam com os mais experientes; A formação de professores necessita valorizar o trabalho em equipe, pois a refl exão e o trabalho coletivo transformam-se em conhe- cimento profi ssional, instigando processos de mudança e práticas con- cretas de intervenção. A formação precisa incentivar os professores a darem visibili- dade social ao seu trabalho, a aprenderem a se comunicar com o pú- blico, “a ter uma voz pública, a conquistar a sociedade para o trabalho educativo, comunicar para fora da escola” (NÓVOA, 2009, p. 43). Considera-se a docência, independentemente do nível de en- sino em que ela aconteça, uma ação humana. Reconhecer a dimensão humana da docência é admitir e assumir que ela se constitui históri- ca e socialmente e, por conseguinte, a formação é parte integrante da identidade profi ssional do professor; é a “humana docência, onde ser educador é ser o mestre de obras do projeto arquitetado para sermos humanos”. (NÓVOA, 2009) Veiga (2006) defende a formação do futuro professor univer- sitário articulando conhecimento da área especifi ca e conhecimentos pedagógicos para que eles possam compreender e realizar, efetiva- mente, um trabalho que contemple a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão, condição, segundo a autora, indispensável à atividade refl exiva, problematizadora e inerente à docência. Faz parte dessa característica integradora a produção do co- nhecimento bem como sua socialização. Articula componentes curricu- lares e projetos de pesquisa e de intervenção, levando em conta que a realidade social não é objetivo de uma disciplina, e isso exige o empre- go de uma pluralidade metodológica. Ainda que pese, as discussões e proposições advindas de inú- meras pesquisas, as entrevistas com os pós-graduandos que tinham experiência docente no ensino superior evidenciaram que elesse con- sideravam pouco capazes de articular o ensino, a pesquisa e a exten- são nas instituições públicas de ensino superior onde trabalhavam, em função das inúmeras exigências administrativas, burocráticas e, princi- palmente nas instituições da rede particular, pois o trabalho docente é exclusivo ao ensino. 37 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Contudo, o que fi ca evidenciado, no mais das vezes, nesses processos de capacitação, ainda é uma didática pautada no domínio que o professor tem da sua área de formação e especialização. Os próprios concursos de ingresso à carreira universitária exigem este do- mínio, embora tal profi ciência no conhecimento científi co não garanta a sua tradução adequada em saber acadêmico, por parte do aluno e da comunidade. E, sem negar a importância desse conhecimento, conside- ramos que a didática universitária precisa ir além disso. A METODOLOGIA NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA A Metodologia nos dá juízos de realidade, e a Didática nos dá juízos de valor. Juízos de realidade são juízos descritivos e constatati- vos. Juízos de valor são juízos que estabelecem valores ou normas. A partir dessa diferenciação, concluímos que podemos ser metodologis- tas sem sermos didáticos, mas não podemos ser didáticos sem sermos metodologistas, pois não podemos julgar sem conhecer. Por isso, o es- tudo da Metodologia é importante por uma razão muito simples: para escolher o método mais adequado de ensino precisamos conhecer os métodos existentes. Para efetivação do ensino e aprendizagem deve-se destacar que é muito importante a interação do aluno e professor. Além disso, é possível ocorrer uma relação dialética, na qual o papel do professor e do aluno se unam e estimulem a aprendizagem, através das tarefas contínuas dos sujeitos, de tal forma que o processo interligue o aluno ao objeto de estudo. Assim, espera-se do professor: Que tenha conhecimento de várias técnicas ou estratégias, bem como o do- mínio do uso destas para poder utilizá-las em aula; Que desenvolva capa- cidade de adaptação das diversas técnicas, modifi cando-as naquilo que for necessário para que possam ser usadas com aproveitamento pelos alunos individualmente ou em grupos; Que, pelo conhecimento e domínio prático de muitas técnicas e por sua capacidade de adaptação das técnicas existentes, se torne capaz de criar novas técnicas que melhor respondam às necessida- des de seus alunos. Afi nal, técnicas são instrumentos e como tais podem ser criadas por aqueles que vão usá-las (MASETTO, 2012, p. 103). A METODOLOGIA DIALÉTICA Sobre a metodologia dialética entende-se o conhecimento não pode ser transferido, porém construído nas suas ligações com o outro e com o mundo. Nesse diapasão: Quando o estudante se confronta com um tópico de estudo, o professor pode 38 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S esperar que ele apresente, a respeito do mesmo, apenas uma visão inicial, caótica, não elaborada ou sincrética, e que se encontra em níveis diferencia- dos entre os alunos. Com a vivência de sistemáticos processos de análise a respeito do objeto de estudo, passa a reconstruir essa visão inicial, que é superada por uma nova visão, ou seja, uma síntese. A síntese, embora seja qualitativamente superior à visão sincrética inicial, é sempre provisória, pois o pensamento está em constante movimento e, consequentemente, em constante alteração. Quanto mais situações de análises forem experiências, maiores chances o aluno terá de construir sínteses mais elaboradas. O cami- nho da síncrese para a síntese, qualitativamente superior, via análise, é ope- racionalizado nas diferentes estratégias que o professor organiza, visando sistematizar o saber escolar. É um caminho que se processa no pensamento e pelo pensamento do aluno, sob a orientação e acompanhamento do pro- fessor, possibilitando o concreto pensado. (ANASTASIOU, 2005, p. 09, grifos no original). Uma metodologia na perspectiva dialética baseia-se em outra concepção de homem e de conhecimento. Entende o homem como um ser ativo e de relações. Assim, entende que o conhecimento não é “trans- ferido” ou “depositado” pelo outro (conforme a concepção tradicional), nem é “inventado” pelo sujeito (concepção espontaneísta), mas sim que o co- nhecimento é construído pelo sujeito na sua relação com os outros e com o mundo. Isso signifi ca que o conteúdo que o professor apresenta preci- sa ser trabalhado, refl etido, reelaborado pelo aluno, para se constituir em conhecimento dele. Caso contrário, o educando não aprende, podendo, quando muito, apresentar um comportamento condicionado, baseado na memória superfi cial. O professor, ao organizar sua aula e propor uma avaliação, tem que considerar as etapas que o aluno irá percorrer, a partir de sua vivência social, de seu conhecimento prévio. Esse processo tem que ser entendido de forma dinâmica e não estática ou como um ritual burocrático que to- dos devem, necessariamente, cumprir, tendo como parâmetro um modelo ideal. Assim, a teoria dialética do conhecimento nos aponta que o conhe- cimento se dá, basicamente, em três grandes momentos: a Síncrese, a Análise e a Síntese. A mobilização para o conhecimento – a síncrese da teoria dialéti- ca - procura estabelecer um vínculo inicial entre o aluno e o objeto de estu- do através de uma provocação, de uma pergunta instigadora. Vasconcellos (2002) acredita que realizar uma tarefa sem saber o porquê é uma situação típica do trabalho alienado que acaba por exigir do aluno memorização e não inteligência. Nesta etapa, é preciso resgatar a realidade concreta do aluno, seja ela coletiva ou pessoal e considerar que os alunos já possuem uma concepção, ainda que não científi ca, sobre o conteúdo abordado. 39 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Vasconcellos (2002, p. 39) considera que “o papel específi co do educador não se restringe à informação que oferece, mas exige sua in- serção num projeto social (...) para que o educando possa continuar au- tonomamente a elaboração do conhecimento”. Neste processo, cabe ao professor provocar a abertura para a aprendizagem e colocar meios que possibilitem e direcionem esta etapa. Uma metodologia dialética poderia ser expressa através de três grandes momentos que, na verdade, devem corresponder mais a três grandes dimensões ou preocupações do educador no decorrer do trabalho pedagógico, já que não os podemos separar de forma absoluta, a não ser para fi ns de melhor compreensão da especifi cidade de cada um. Como superação da metodologia tradicional, exige-se pois: Mobilização para o Conhecimento. Construção do Conhecimento. Elaboração da Síntese do Conhecimento. A mobilização se coloca como um momento especifi camente pe- dagógico, em relação à teoria dialética do conhecimento, uma vez que esta supõe o interesse do sujeito em conhecer. De modo geral, na situação pe- dagógica este interesse tem que ser provocado. Visa possibilitar o vínculo signifi cativo inicial entre sujeito e o objeto (“approche”), provocar, acordar, desequilibrar, fazer a “corte”. O trabalho inicial do educador é tornar o obje- to em questão, objeto de conhecimento para aquele sujeito. Aqui é neces- sário todo um esforço para dar signifi cação inicial, para que o sujeito leve em conta o objeto como um desafi o. Trata-se de estabelecer um primeiro nível de signifi cação, em que o sujeito chegue a elaborar as primeiras re- presentações mentais do objeto a ser conhecido. Construção do Conhecimento é possibilitar o confronto de co- nhecimento entre o sujeito e o objeto, onde o educando possa penetrar no objeto, compreendê-lo em suas relações internas e externas, captar-lhe a essência. Trata-se aqui de um segundo nível de interação, onde o su- jeito deve construir o conhecimento através da elaboração de relações o mais totalizantes possível.Conhecer é estabelecer relações; quanto mais abrangentes e complexas forem as relações, melhor o sujeito estará co- nhecendo. O educador deve colaborar com o educando na decifração, na construção da representação mental do objeto em estudo. Elaboração da Síntese do Conhecimento é ajudar o educando a elaborar e explicitar a síntese do conhecimento. É a dimensão relativa à sistematização dos conhecimentos que vêm sendo adquiridos, bem como da sua expressão. O trabalho de síntese é fundamental para a compreen- são concreta do objeto. Por seu lado, a expressão constante dessas sín- teses (ainda que provisórias) é também fundamental, para possibilitar a 40 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S interação do educador com o caminho de construção de conhecimento que o educando está fazendo. Acreditar que tais notas ou conceitos possam, por si só, explicar o rendimento do aluno e justifi car uma decisão de aprovação ou retenção, sem que sejam analisados o processo de ensino-aprendizagem, as con- dições oferecidas para promover a aprendizagem do aluno, a relevância deste resultado na continuidade de estudos, é, sobretudo, tornar o proces- so avaliativo extremamente reducionista, reduzindo as possibilidades de professores e alunos tornarem-se detentores de maiores conhecimentos sobre aprendizagem e ensino. (ZACHARIAS, s/d, p.2). De uma forma geral, o método dialético está aplicado de uma for- ma mais presente nas ciências humanas, que buscam entender de uma forma mais intensa o porquê, para quê e como os fatos se apresentam, e como o seu acontecimento se torna uma questão de interesse científi co e social (DINIZ; SILVA, 2008). EDUCAÇÃO UNIVERSITÁRIA Um conjunto de normas tem de ser formulado para regular esse sistema, aplicando-se a todas as universidades, públicas ou privadas, e incorporando todas as universidades que fazem parte do sistema de produção do conhecimento superior, como institutos de pesquisa, em- presas, hospitais, repartições públicas e entidades de formação de nível superior. O sistema brasileiro deve atuar no sentido de garantir autono- mia a cada entidade, devendo, entretanto, criar um conjunto harmônico, capaz de funcionar com sinergia, evitando as dispersões características do momento atual (Buarque, 2003). Zabalza (2004) atribui três funções aos professores universi- tários: o ensino (docência), a pesquisa e a administração em diversos setores da instituição. Acrescento ainda a função de orientação acadê- mica: monografi as, dissertações e teses. Novas funções agregam-se a estas, tornando mais complexo o exercício profi ssional: o que alguns chamaram de business (busca de fi nanciamento, negociação de projetos e convênios com empresas e instituições, assessorias, participação como especialistas em diversas instâncias científi cas, etc.). E as relações institucionais (que são entendidas de diferentes maneiras: da representação da própria universidade nas inúmeras áreas em que é exigida até a criação e a manutenção de uma ampla rede de relações com outras universidades, empresas e instituições buscando reforçar o caráter teórico e prático da for- mação e, em alguns casos, seu caráter internacional). (Ibidem, p.109). 41 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S A docência universitária requer a indissociabilidade entre en- sino, pesquisa e extensão. Essa característica integra a produção do conhecimento bem como sua socialização. A indissociabilidade direcio- na-se para atividade refl exiva e problematizadora do futuro profi ssional. A Articulação dos componentes curriculares e projetos de pesquisa e de intervenção, deve levar em conta que a realidade social não é objetivo de uma disciplina e isso exige o emprego de uma pluralidade metodo- lógica. A pesquisa e a extensão devem ser inseridas na docência, vis- to a necessidade de interrogar o que se encontra fora do ângulo ime- diato de visão. Não se trata de pensar na extensão como diluição de ações - para uso externo - daquilo que a “ universidade produzir de bom. O conhecimento científi co produzido pela universidade não é para mera divulgação, mas é para a melhoria de sua capacidade de decisão. PLANEJAMENTOS DO ENSINO O planejamento é essencial para qualquer organização e tam- bém é a maneira mais segura de atingir metas. Mas também pode ser um pesadelo institucional quando, em vez de ser um facilitador do tra- balho, torna-se um obstáculo para o desempenho e o crescimento or- ganizacional. Basicamente, porque a maioria das pessoas dentro da universidade não sabe como usá-lo (implementação sem treinamento adequado), não sabe por que elas precisam usá-lo (falta de comunica- ção interna) e, pior ainda, não querem usá-lo isto. Gandin (1997) defende a ideia de que existem planejadores, executores e avaliadores. Contudo, ele acredita que nesse grupo há poucos planejadores e muitos executores. Há pessoas dispostas ape- nas em mandar, estão sempre apontando a direção a ser seguida se- gundo seu pensamento. O sujeito dotado de consciência crítica, não se deixa levar por essa situação, ao contrário da pessoa ingênua ou mítica que vai se deixar manipular. Planejar não se limita apenas ao ato de fabricar planos, vai além do colocar ideias no papel, preparar atividade para serem execu- tadas dentro ou fora da sala de aula. Com o planejamento não se reduz à elaboração, estende-se também à execução e à avaliação. Existem fatores mais importantes que determinam o sucesso do planejamento estratégico no superior. A competência dos funcioná- rios, a cultura do campus, o orçamento e os regulamentos também são elementos essenciais que podem ajudar as universidades a cumprir seus objetivos e - ainda mais importante - a sustentar esse sucesso a tempo de serem reconhecidos pela sociedade como uma instituição 42 D O C Ê N C IA D O E N SI N O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S fundamental para o bem-estar comum. O planejamento estratégico é um processo sistemático para projetar o futuro das instituições de ensino superior. Em geral, espera-se que o plano estratégico envolva uma abordagem coerente, consistente e cuidadosa para garantir as aspirações de longo prazo da organização. De acordo com Santana, (1986. P. 26) o planejamento é dividi- do em três etapas: A primeira é a preparação ou estruturação do plano de Trabalho Docente. Esta etapa é onde o professor prevê como será desenvolvido o seu trabalho durante certo período. O professor relacio- na os conteúdos que serão trabalhados e como serão trabalhados, ou seja, busca uma metodologia adequada, recursos didáticos e tecnoló- gicos que contribuam para melhor desenvolvimento dos conteúdos. Na sequência é determinado os objetivos a serem alcançados, viabilizando estratégias para que no decorrer do trabalho os objetivos sejam atingi- dos. Kourganoff entre outros autores, vem chamando a nossa aten- ção sobre a necessidade de um estudo sistemático dos problemas didá- ticos em nível superior. Segundo ele: “A aplicação do espírito de investigação aos problemas pedagógicos deve levar cada docente a fazer uma autocrítica, a tomar consciência de suas responsabilidades, a repensar a maneira como desempenha suas funções e a fazer experiências pedagógicas que visem aperfei- çoar os diversos tipos de atividades que caracterizam tais funções, em particular, as voltadas à sistematização e transmissão do saber, sem esquecer das responsabilidades propriamente educativas. Por esta razão, é particularmente urgente melhorar o preparo pedagógico dos docentes... O número de seminários e outras atividades similares sobre o ensino universitário é pequeno quando comparado com o número de outras iniciativas da mesma natureza dirigidas às diferen- tes especialidades da investigação. Como recomenda o “Rapport of Berkeley”, alguns seminários pedagógicos apropriados aos diferen- tes tipos de disciplinas
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