Buscar

BNCC E PAULO FREIRE

Prévia do material em texto

Contribuições da BNCC e/ou do PCE para o currículo adotado pelos
professores
Como os professores têm enxergado o currículo nesse contexto de pandemia:
“A partir de suas ações linguísticas e discursivas ele atua na identidade docente e
discente”.(Cap.3 pág.2-3) - Tais identidades estão passando por um processo de mudanças
com a nova modalidade de ensino: remoto.
“nessa perspectiva curricular é tudo muito incerto, tudo muito novo”
“tá sendo totalmente repensado porque a gente tá dando aula como foi falado semana
passada para os alunos né para os pais dos alunos pra os avós dos alunos muitos desses
pais e mães são mestres né alguns inclusive são educadores e passa a ter esse olhar
alguns compreensivos e outros mais observatórios com uma crítica não tão construtiva
assim”.
(Dados de sujeitos para texto de Currículo).
Currículo como artefato/objeto - “apontar que o currículo enquanto artefato pode ser
tomado como um importante instrumento para a prática pedagógica”; Currículo como campo
- “é um espaço de crenças, de jogos de linguagens, das coisas materiais e simbólicas, em
que há lutas entre os agentes para legitimar dadas representações sobre o mundo”.(Cap.3
pág.4)
“currículo nessa situação pandêmica ainda está em total processo de construção né as
duas instituições em que trabalho elas possuem né nós possuímos o nosso currículo nosso
PPP e tudo mas tá tudo sendo muito adaptado”.(Dados de sujeitos para texto de Currículo).
Mecânica dos currículos - “Entender o currículo sob essa perspectiva “implica expor e
questionar os códigos, as convenções, a estilística, os artifícios por meio dos quais ele é
produzido: implica tornar visíveis as marcas de sua arquitetura” (SILVA, 2006, p.
66).”(Cap.3 pág.8).
“rever como a gente vai fazer a avaliação né as aulas mudaram nós conseguimos nos
adaptar minimamente mas e as avaliações, os simulados?”;
Sobre educação financeira: “existem alunos que é:: que economizar? economizar o que
se eu tenho o que economizar né se eu venho pra escola pra poder comer né”;
“A gestão da escola tem o desejo de aplicar isso muito forte né mas também é: essa
consciência da realidade do aluno né porque senão vai acabar distanciando mais do que
75 trazendo eles pra perto nesse momento é isso”.(Dados de sujeitos para texto de
Currículo).
A ideia de se implementar uma base nacional comum para o ensino básico está
condicionada a documentos anteriores, como a própria Constituição de 1988, no artigo 210,
segundo o qual “serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a
assegurar a formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos nacionais e
regionais” (BRASIL, 1988). (Cap.3 pág, 16)
Apesar da elaboração da Base Nacional Comum Curricular, que pretende fixar conteúdos
mínimos que devem ser ensinados nas escolas, vemos, a partir da fala do professor, que
nem todas as escolas aderiram a essa proposta:
“então não é algo que a escola que passa pra gente né nunca houve uma reunião com
coordenação pedagógica ah o assunto hoje é BNCC mas pelo fato d’eu ter estudado em
2018, 2019 para concurso né as competências, pontos positivos, negativos por ter estudado
isso quando a gente vai pra os planos de aula né as propostas de aula”.
A BNCC ignora que é na dinâmica da cultura que as seleções são feitas, para que
sejam socialmente válidas para a comunidade de estudantes e educadores. A
desconsideração do contexto e da realidade local nos conteúdos da disciplina provocam
uma série de consequências para a compreensão do aluno e importância do conteúdo para
ele. Ao indicar a implantação de currículos mínimos nacionais, a Base deixa de ressaltar
vários temas, notadamente culturais, o que expressaria uma certa concepção de
neutralidade das ciências pedagógicas.

Continue navegando