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OAB - CIVIL - COMPLETO-1

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PARTE GERAL DO DIREITO CIVIL
1 - DAS PESSOAS:
1.1 DA PESSOA NATURAL – personalidade, capacidade, direitos da personalidade e ausência.
1.2 DA PESSOA JURÍDICA
1.3 DOMICÍLIO
PESSOA NATURAL – PERSONALIDADE
Conceito de personalidade: é a capacidade de adquirir direitos e deveres na ordem civil (artigo 1º, do CC). A personalidade se inicia está no artigo 2º do CC, que a personalidade da pessoa natural tem inicio do nascimento com vida (teoria natalista – teoria adota pelo CC).
Artigo 2º, do CC - A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. Pela teoria natalista o nascituro não tem nenhum direito, não é pessoa, não tem personalidade, ele tem mera expectativa de direito. A pergunta é: pode fazer uma doação em favor do nascituro? Doação para quem tem expectativa de direito é um negócio jurídico condicional, é um negócio jurídico que existe, é válido, mas só produzirá efeitos se ocorrer um evento futuro e incerto (o nascimento com vida), então pode fazer uma doação em favor do nascituro, mas essa doação é um negócio condicional depende do implemento de um evento futuro e incerto que é o nascimento com vida (artigo 542, do CC).
Extinção da personalidade – a personalidade da pessoa natural é extinta com a morte. As espécies de morte são: a) morte natural; b) morte acidental; c) morte presumida. As hipóteses de morte presumida, são duas: 1) morte presumida sem declaração de ausência; 2) morte presumida com declaração de ausência.
A hipótese de morte presumida sem declaração de ausência está no artigo 7º, do CC.
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; Exemplo: uma empresária pega o seu helicóptero para uma reunião em outro Estado e o helicóptero explode e cai no meio do mar e ninguém acha o corpo dessa empresária.
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Para ser declarada a morte presumida sem a decretação de ausência exige uma sentença que declara a morte presumida (artigo 7º, parágrafo único, do CC). A sentença que declara a morte presumida tem que se registrada no cartório de registro civil de pessoas naturais.
ATENÇÃO: o registro (artigo 9º, do CC) é um primeiro ato, é o momento que a pessoa leva o documento pela primeira vez a cartório (cartório de registro civil de pessoas naturais). Averbação (artigo 10, do CC) tem um caráter acessório, é qualquer alteração/modificação que faz no documento.
PESSOA NATURAL – CAPACIDADE
Espécies de capacidade: a) capacidade de direito, também é conhecida de como capacidade genérica; b) capacidade de fato, também é conhecida como capacidade de exercício .
Capacidade de direito: é a capacidade de adquirir direitos e deveres, o conceito se equivale com o conceito de personalidade.
Capacidade de fato: é aptidão que o indivíduo tem para praticar pessoalmente atos jurídicos e quem não tem essa aptidão é chamado de incapaz. A incapacidade pode ser absoluta (artigo 3º, do CC) ou incapacidade relativa (artigo 4º, do CC). Os absolutamente incapazes não tem aptidão para sozinho praticar os atos jurídicos, mas pode praticá-los desde que esteja representado. O relativamente incapaz não tem aptidão para sozinho praticar os atos jurídicos, mas pode praticá-los desde que esteja assistido.
Atos que o menor entre 16 e 18 anos (relativamente incapaz) pode praticar sem assistência → a) votar; b) depor como testemunha (artigo 228, inciso I, do CC); c) ser mandatário, procurador (artigo 666, do CC); d) celebrar testamento (1860, parágrafo único, do CC); e) servir as forças armadas.
Capacidade do índio: artigo 4º, parágrafo único, do CC - a capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial, estatuto do índio que o índio é absolutamente incapaz, salvo os já integrados a nossa civilização, a nossa sociedade. O absolutamente incapaz é aquele que não tem contato com a gente e quem o representa é a FUNAI.
Comoriência (artigo 8º, do CC): é quando não consegue identificar quem morreu primeiro em determinado evento, a presunção que se estabelece é que a morte foi simultânea, então a comoriência é a presunção de morte simultânea entre pessoas reciprocamente herdeiras. A consequência da comoriência é que NÃO há sucessão entre os comoriente. Exemplo: filho e pai morre em uma explosão de avião, não consegue identificar quem morreu primeiro, a presunção é de que a morte foi simultânea e a consequência disso é que não há sucessão entre os dois. É como se o filho não existisse na cadeia sucessória do pai e é como se o pai não existisse na cadeia sucessória do filho. O filho que morreu não vai herdar nada dele, os filhos não vão herdar nada do avó e o pai não herda nada do filho é como se um não existisse na cadeia sucessória do outro. Mãe - Pai – Filho – Neto, pai e filho morreram no mesmo evento não sabe quem morreu primeiro, então eles são comorientes. A sucessão do pai ficaria 50% do patrimônio para a mãe e 50% para o filho, se o filho é comoriente com ele, o filho não participa da cadeia sucessória do pai, NÃO pode achar que os 50% que iam para o filho vão para os netos, não vai e como se o filho não existisse na cadeia sucessória, então vai ficar 100% do patrimônio para a mãe. Se o pai tivesse um outro filho que não tivesse morrido no evento, esse filho iria herdar o patrimônio. O pai também não vai participar da cadeia sucessória do filho, logo o neto vai ficar com 100% do patrimônio. Um não participa da cadeia sucessória do outro.
Hipóteses de antecipação da capacidade plena do menor. O menor adquire capacidade plena com 18 anos, mas tem algumas situações em que essa capacidade plena é antecipada, que é chamado de emancipação (artigo 5º, parágrafo único, do CC): a) emancipação voluntária (artigo 5º, parágrafo único, inciso I, primeira parte do CC); b) emancipação judicial (artigo 5º, parágrafo único, inciso I, segunda parte do CC); c) emancipação legal (artigo 5º, parágrafo único, incisos II, III, IV, V do CC).
A emancipação voluntária é aquela em que os pais realizam em favor dos filhos. Os três requisitos para a emancipação voluntária: a) o menor tem que ter no mínimo 16 anos; b) a vontade tem que ser de ambos os pais. Se um dos pais estiver morto ou tiver em lugar incerto e não sabido basta a vontade de um; c) essa vontade tem que ser manifestada por instrumento público.
A emancipação judicial é aquela que depende de sentença. A emancipação depende de sentença quando um tutor quiser emancipar o seu tutelado.
Emancipação legal é: a) pelo casamento, a idade núbil (idade mínima) para casar é de 16 anos. Menor de 16 anos pode casar desde que tenha autorização de ambos os pais, nesta hipótese os pais NÃO estão emancipando, eles estão autorizando o casamento e é o casamento por força de lei que emancipa. A única hipótese que a pessoa com menos 16 anos que pode casar é a hipótese de gravidez (artigo 1520, do CC). Casar com menos de 18 anos SEMPRE tem que ter a autorização dos pais; b) pelo exercício de emprego público efetivo: passou em concurso público está emancipado; d) pela colação de grau em curso de ensino superior; e) pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. Exemplo: jogador de futebol com 17 anos ganhando 1 milhão por mês, está emancipado por força de lei.
PESSOA NATURAL – DIREITOS DA PERSONALIDADE
Conceito de direitos da personalidade: é o conjunto de atributos do ser humano, é qualquer direito que me identifica como ser humano, é o nome, o corpo, a imagem etc. No Código Civil temos um rol exemplificativo de direitos da personalidade, não tem como o legislador definir em lei todos os atributos do ser humano.
Características dos direitos da personalidade: a) são extrapatrimoniais, agora quando sofre uma lesão ao direito da personalidade sofre um dano moral,quando sofre um dano a alguns dos direitos da personalidade surge uma pretensão reparatória e esta pretensão reparatória tem natureza patrimonial. O direito tutelado é um direito extrapatrimonial, mas quando ele sofre uma lesão surge para o titular uma pretensão patrimonial; b) são intransmissíveis, ou seja, que os direitos da personalidade não se transferem na herança, porque na herança só se transfere direitos patrimoniais e os direitos da personalidade tem natureza extrapatrimoniais. Os direitos da personalidade são extintos com a morte. Nos artigos 12 e 20 parágrafo único, do CC estão permitindo que os parentes do morto possam ingressar no judiciário. Exemplo: se meu pai morre e um jornal publica que ele era ladrão, eu filho posso ir ao judiciário requerer que aquela publicação cesse e pedir um valor de indenização, pode ir ao judiciário porque sou eu que estou sofrendo o dano, meu pai não está sofrendo nenhum dano, pois já morreu e eu não herdei nada do meu pai sobre os direitos da personalidade (são intransmissíveis), quem está sendo a vítima sou eu; c) inalienáveis, porque tem natureza extrapatrimonial; d) são impenhoráveis; e) são oponíveis erga omnes, ou seja, o titular pode opor esse direito em face de toda a coletividade, pode exigir um dever geral de abstenção, os direitos oponíveis que temos são os direitos da personalidade e os direitos reais; f) são imprescritíveis, isto é, que a sua tutela pode ser requerida a qualquer tempo. Exemplo: a pessoa é atropelada e perde um braço, sofreu uma lesão aos direitos da personalidade (direito ao corpo), gastou entre dano material, dano moral e dano estético 100 mil reais. A pergunta é: já que os direitos da personalidade são imprescritíveis eu posso entrar com uma ação contra o atropelador 50 anos depois? Não pode, pois a pretensão reparatória tem natureza patrimonial e se esta pretensão tem natureza patrimonial ela se submete aos prazos prescricionais e o prazo prescricional para exigir reparação de dano são de 3 anos; g) são irrenunciáveis (artigo 11, do CC), ou seja, o titular não pode dispor voluntariamente dos seus próprios direitos da personalidade. A irrenunciabilidade dos direitos da personalidade é relativa, isto quer dizer que em algum momento o titular poderá dispor dos seus direitos da personalidade quando a lei autorizar. Exemplo: artigo 13, do CC que fala do direito ao corpo, que dispor do próprio corpo é permitido. Dispor do próprio corpo é proibido quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes, salvo por exigência médica que ai é permitido dispor do próprio corpo mesmo causando diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Tanto pode dispor do próprio corpo que o artigo 13, parágrafo único, do CC e o artigo 14, do CC permitem que a pessoa faça uma doação de órgãos, pode doar órgãos em vida e pode doar órgãos para depois da morte. Exemplo: pode cortar o cabelo, mas não posso arrancar uma perna, pois isso acarreta em uma diminuição permanente da integridade física, mas se a amputação de uma perna decorre de um tratamento médico, ai sim é permitido.
PESSOA JURIDICA
Conceito de pessoa jurídica: a pessoa jurídica é constituída por uma pessoa natural, por um conjunto de pessoas naturais ou por um conjunto de bens constituído na forma da lei com uma destinação específica e personalidade jurídica distinta da dos seus integrantes. O nome da pessoa jurídica formada apenas por uma pessoa natural são as empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI). O nome da pessoa jurídica formada por um conjunto de bens são as fundações, estas fundações podem ser públicas ou privadas. A regra no que diz respeito a pessoa jurídica é o princípio da separação das personalidades, a pessoa jurídica tem personalidade própria, tem patrimônio próprio, pratica atos em nome próprio, responsa em nome próprio pelos seus atos. O fenômeno da desconsideração da personalidade jurídica permite que o patrimônio pessoal do sócio responda por uma dívida da pessoa jurídica.
Classificação da pessoa jurídica:
a) a pessoa jurídica pode ser de direito público. A de direito público pode ser direito público interno (artigo 41, do CC- União, Estado, Município, Distrito Federal e os Território), o rol do artigo 41 é um rol exemplificativo e direito público externo (artigo 42, do CC). As pessoas jurídicas de direito público interno com estrutura de direito privado são as fundações públicas e os entes de fiscalização profissional (artigo 41, parágrafo único, do CC). A pessoa jurídica de direito público externo é o Estado nacional, é o Estado soberano. A pergunta é: qual é a natureza jurídica da República Federativa do Brasil? É pessoa jurídica de direito público externo.
b) a pessoa jurídica pode ser de direito privado (artigo 44, do CC - as associações; as sociedades; as fundações; as organizações religiosas; os partidos políticos.; as empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI)).
DOMICÍLIO
Conceito de domicílio: é formado por dois elementos, um elemento objetivo e um elemento subjetivo. O elemento objetivo é a estada habitual do individual em determinada localidade. O elemento subjetivo é animus de permanecer em definitivo. PERGUNTA DE PROVA: para definir domicílio é necessário a presença de um elemento abstrato, de um aspecto subjetivo, de um caráter volitivo (da vontade do ser humano), esta afirmação está correto, pois para ser domicílio tem que ter o animus de permanecer em definitivo. OUTRA QUESTÃO: e as pessoas que não tem o animus de permanecer em definitivo em lugar nenhum, como por exemplo, um morador de rua, um artista de circo, um nômade, estas pessoas que não tem domicílio são chamadas de adônidas (artigo 73, do CC) para efeitos legais o domicílio do adônida é o local onde for encontrado. O código Civil no seu artigo 71 adotou a teoria da pluralidade domiciliar, a pessoa pode ter mais de um domicílio, a pessoa vai ter pluralidade de domicílios quando ela tiver animus de permanecer em definitivo de permanecer em um local e a lei lhe outorga um outro domicílio.
Modalidades de domicílio: a) domicílio profissional (artigo 72, do CC) – local aonde exerce a sua profissão. Exemplo: o curso fórum pode transferir um professor para dar aula em Minas Gerias de 3ª à 5ª feira, Minas é o domicílio profissional e pode ter um outro domicilio no Rio de Janeiro que é aonde tem o animus de permanecer em definitivo, teoria da pluralidade domiciliar; b) domicílio da pessoa jurídica (artigo 75, do CC); c) domicílio necessário, é aquele imposto por lei, quem tem domicílio necessário são aquelas pessoas elencadas no artigo 76, do CC (o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso). O artigo 76, parágrafo único, do CC analisa aonde vai ser o domicílio de cada uma dessas pessoas. “O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.” ATENÇÃO: José da Silva servidor público federal mora com a sua mulher no Município X, exerce eventualmente suas funções no Município Y e habitualmente no Município Z. A pergunta é: aonde é o domicílio de José da Silva? Será no Município Z, onde ele exerce habitualmente as suas funções; c) domicílio especial, é aquele ajustado no contrato, a pessoa contratualmente vai ajustar um domicílio para cumprimento de obrigações de um contrato, por exemplo.
BENS (artigo 79 ao 103, do CC)
- MODALIDADES de BEM PÚBLICO (artigo 99, do CC):
	os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças – são aqueles bens afetados ao uso de todos.
	os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias– são aqueles bens afetados a uma destinação específica. Exemplo: prédio de secretaria, prédio de Ministério, escola pública, hospital público.
	os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades – é um bem que não está afetado nem ao uso de todos e nem ao uso especial. Exemplo: um prédio do INSS abandonado, a pessoa não pode entrar e não tem nenhum serviço ali.
 Características dos bens públicos: a) o bem público é inalienável; b) o bem público é impenhorável; c) o bem público é imprescritível, isto é, quer dizer que ele não pode ser usucapido.
QUESTÕES DE PROVA: 1) o único bem público que pode ser alienado é o bem público dominical (artigo 101, do CC) desde que cumpridos a exigência da lei, isto é, o bem público para ser alienado tem que ter uma lei autorizando a venda. Para alienar um bem de uso comum do povo ou para alienar um bem de uso especial precisa do fenômeno da desafetação do bem, a desafetação também depende de lei, ao desafetar um bem de uso comum do povo ou de uso especial isto o torna em bem público dominical. Exemplo: se a União quiser vender um prédio do INSS, ela terá que criar uma lei para desafetar aquele bem, tornando-o em um bem dominical e terá que criar uma lei para alienar. 2) o acesso aos bens de uso comum do povo pode ser restringido em prol da soberania ou segurança nacional. Exemplo: ruas que ficam em área de fronteira, o acesso ali é restringido em prol da soberania. 3) as praias são bens de uso comum do povo, não existe praia particular no Brasil, até mesmo a praia das Ilhas, que algumas Ilhas pertencem a particulares. 4) a cobrança de taxa ou tarifa pública para que o cidadão tenha acesso a um bem de uso comum do povo não o desnatura como tal (artigo 103, do CC). Exemplo: pagar pedágio não deixa de ser um bem comum de uso do povo. Outro exemplo: se o prefeito resolve colocar grade na praça e começa a cobrar 2$ a entrada, isso não deixa de ser um bem de uso comum do povo ou quando cobram uma taxa para entrar na praia em Fernando de Noronha, não deixa de ser de uso comum do povo.
FATOS JURÍDICOS
Conceito de fato jurídico: é qualquer fato que cria, modifica ou extingue um direito. Se esse fato for causado pela natureza, temos um fato jurídico natural. Se esse fato for causado pelo ser humano, temos um fato jurídico humano.
Os fatos jurídicos humano se dividem em três: a) ato ilícito; b) ato jurídico; c) negócio jurídico.
O ato ilícito está disciplinado no artigo 186 ao 188, do CC. Quando fala em ato ilícito tem que vir a cabeça fonte da responsabilidade civil extracontratual.
A pergunta é: qual a diferença entre ato jurídico e negócio jurídico? O ato jurídico (artigo 185, do CC) tem os seus efeitos previstos em lei, enquanto o negócio jurídico tem os efeitos decorrente da vontade da partes. Exemplo de ato jurídico: emancipação, é um fato jurídico humano que os efeitos estão previstos na lei, o efeito da emancipação é a antecipação da capacidade plena do menor. Outro exemplo: pagamento, os seus efeitos estão previstos em lei, o efeito do pagamento é a extinção da obrigação.
- NEGÓCIO JURÍDICO
	Classificação do negócio jurídico:
	O negócio jurídico pode ser unilateral – é aquele que se aperfeiçoa pela manifestação de apenas uma vontade. Exemplo: testamento, promessa de recompensa (quem passar na primeira fase vai da um livro de direito civil, não precisa do “sim” dos alunos para que esteja vinculado a essa promessa).
	O negócio jurídico pode ser bilateral – é aquele que se aperfeiçoa com o encontro de pelo menos duas vontades. Exemplo: contrato. O contrato pode ser unilateral ou bilateral, o contrato unilateral é aquele que gera obrigações para apenas uma das partes e contrato bilateral é aquele que gera obrigações para ambas as partes. Exemplo de contrato unilateral: doação, tem a figura do doador e donatário e quem tem obrigações na doação é o doador, tem a obrigação de doar. A pergunta é: para que um contrato de doação esteja perfeito é necessário a aceitação do donatário? Sim, pois a doação é um contrato e contrato é um negócio jurídico bilateral, logo precisa do encontro de duas vontades, então a aceitação é necessária. ATENÇÃO: não só na doação como em qualquer contrato precisa da aceitação da outra parte já que o contrato é um negócio jurídico bilateral e isto é importante principalmente para fins de responsabilidade civil, porque enquanto a outra parte não aceita, está na fase pré contratual, então a responsabilidade civil é extracontratual, depois da aceitação ingressa na fase contratual e a responsabilidade civil é contratual.
	ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
a) elementos essenciais – são aqueles que devem estar presentes em todo e qualquer negócio jurídico, quais são eles, partes, objeto, consentimento e forma, estes são os elementos essenciais.
b) elementos acidentais – são aqueles que vão estar presente no negócio quando as partes convencionarem, quais são eles, condição, termo e encargo.
* PLANOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
 
a) plano da existência – o negócio jurídico existe quando estão presentes os elementos essenciais independentemente de estarem ou não viciados, independentemente desses elementos estarem de acordo com a lei. Exemplo: compra e venda celebrado por um menor de 11 anos, existe, mesmo a parte sendo incapaz, no plano da existência isso é irrelevante. Outro exemplo: compra e venda de cocaína existe mesmo o objeto sendo ilícito, pois no plano da existência isso é irrelevante. Outra questão: um contrato sem assinatura das partes, é um contrato inexistente, porque falta o elemento consentimento. Quando falta um elemento essencial o negócio jurídico é inexistente.
b) plano da validade – o negócio jurídico é válido quando estão presentes os elementos essenciais e todos estão de acordo com a lei, ou seja, nenhum deles está viciado. O artigo 104, do CC diz que para o negócio jurídico ser válido as partes devem ser capazes e legítimas, o objeto tem que ser lícito, possível e determinado ou determinável, o consentimento tem que ser livre, e a forma tem que ser prescrita ou não defesa em lei (não proibida em lei). Exemplo: compra e venda celebrado por um menor de 11 anos, existe, mas não é válido, porque a parte é incapaz. Outro exemplo: compra e venda de cocaína existe, mas não é válido,pois o objeto é ilícito.
c) plano da eficácia – normalmente quando um objeto existe e é válido automaticamente ele produz efeitos, tem eficácia, salvo quando as partes tenham convencionado a presença dos elementos acidentais (condição, termo e encargo).
Não basta dizer que o negócio é inválido e tem um vício, tem que complementar, tem que falar se o vício é de maior ou de menor gravidade. Os vícios de maior gravidade são aqueles que violam questão de ordem pública e os vícios de menor gravidade são aqueles que violam apenas interesses particulares. A teoria das nulidades é o “termômetro” que temos no plano da validade para dizer se o vício é de maior ou de menor gravidade.
Tem que dizer se a invalidade torna o negócio:
a) nulo – trata-se de uma nulidade absoluta. O negócio jurídico nulo é aquele que o vício está violando uma questão de ordem pública, tem maior gravidade. As hipóteses de validade absoluta estão no artigo 166, do CC. Quanto aos legitimados para requerer a nulidade absoluta é qualquer interessado. Quanto aos prazos pode ser requerida a qualquer tempo, pois o que está sendo violado é uma questão de ordem pública. Quanto a sanabilidade do vício, o vício é insanável. Quanto ao reconhecimento de ofício, o juiz pode conhecer de ofício. Hipóteses de nulidade absoluta: a) celebrado por pessoa absolutamente incapaz; b) for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; c) o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito: o objeto do negócio jurídico é lícito, o que é ilícito é a causa que me levou a celebrar o negócio. Exemplo: uma quadrilha que comprava esmalte de unha para fazer uma substância tóxica, o objeto emsi é lícito, mas a causa que levou a celebrar aquele negócio é ilícita. A pergunta é: para considerar o negócio jurídico nulo é preciso que a outra parte conheça o motivo ilícito, conheça a causa ilícita? Então a outra parte precisa saber, logo ambas as partes tem que ter conhecimento de que a causa daquele negócio é ilícita, então se a pessoa não sabe o porque está comprando o esmalte não dá para anular aquele negócio jurídico; d) não revestir a forma prescrita em lei: a regra na formação dos negócios jurídicos é o principio do informalismo (artigo 107, do CC), é a liberdade das formas, é livre para celebrar o negócio jurídico da forma com que achar melhor, salvo se a lei impor uma forma específica para aquela determinada celebração. O instrumento está relacionado com forma, o instrumento pode ser público, particular, verbal, escrito. Exemplo: artigo 108, do CC vai dizer que negócio jurídico que envolve bem imóvel com valor superior a 30 salários mínimos tem que ser celebrado por instrumento público; e) for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade: procedimento está relacionado com solenidade. Exemplo: o casamento, a solenidade para sua celebração tem uma autoridade celebrante, tem o processo de habilitação, tem que ter testemunha etc; f) tiver por objetivo fraudar lei imperativa: se praticar qualquer ato contrário a lei, esse ato é nulo. Exemplo: o artigo 192, do CC fala que prazo prescricional só pode estar previsto em lei, ai celebra um contrato de locação e convenciono um prazo prescricional, a partir do momento que nesse contrato de locação tem uma cláusula de locação convencionando um prazo prescricional está violando o artigo 192, do CC, está cláusula contratual é nula, pois está violando lei imperativa; g) a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção: o artigo 166, do CC é um rol exemplificativo, pois tem outras hipóteses de nulidades absolutas espalhadas pelo Código Civil. Tem vários artigos no Código que dizem que não pode isso, sob pena daquilo, ou seja, vão proibir a prática de determinados atos e vão cominar uma sanção. E tem vários outros artigos no Código que são proibitivos, são artigos que proíbem a prática de determinados atos, mas não cominam sanção nenhuma, se a pessoa ignora essa proibição e pratica o ato, o ato será nulo. Exemplo: pode fazer a compra e venda de coisa futura, pode comprar alguma coisa que não existe ainda? Pode, o artigo 483, do CC diz que o objeto da compra e vende pode ser coisa atual ou futura, então pode comprar uma coisa que não existe, pode comprar um imóvel em uma planta, uma plantação que não foi plantada. A única coisa futura que não pode ser objeto de compra e venda é a herança de pessoa viva (artigo 426, do CC), se vende objeto de herança de pessoa viva, essa venda é nula. Exemplo: João que tem pai e mãe vivos, o pai tem tantos apartamentos, João celebra um negócio jurídico alienando a sua futura herança, esse negócio jurídico de compra e venda é nulo.
b) anulável - trata-se de uma nulidade relativa. O negócio jurídico anulável é aquele que o vício está violando apenas interesses particulares, tem menor gravidade. As hipóteses de validade relativa estão no artigo 171, do CC e é um rol exemplificativo. Quanto aos legitimados para requerer a nulidade relativa é somente as partes. Quanto ao prazo é decadencial de 2 ou 4 anos, a regra é que o prazo seja de 4 anos nas hipóteses do artigo 178, do CC, caso a hipótese concreta não esteja no artigo 178, do CC, o prazo decadencial é de 2 anos (artigo 179, do CC). Quanto a sanabilidade do vício, o vício é sanável, pois o que está sendo violado é só o interesse particular, então as partes podem se resolver no âmbito privado e sanar o problema. Quanto ao reconhecimento de ofício, o juiz não pode conhecer de ofício, as partes que tem alegar. Hipóteses de nulidade relativa: a) por incapacidade relativa do agente; b) por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores: os vícios de consentimento que tornam o negócio anulável são estado de perigo, lesão, erro, dolo e coação. E o vício social é a fraude contra credores.
- ESTADO DE PERIGO:
O estado de perigo está no artigo 156, do CC e seus requisitos são: a) perigo de vida do próprio contratante, de um familiar ou amigo íntimo, não, para ser perigo de vida tem que ser real e imediato. NÃO é um perigo de vida “quem sabe vai morrer” para ser estado de perigo tem que ser um perigo de vida real e imediato “assina ou morre”; b) dolo de aproveitamento, não basta ter um perigo de vida, o perigo de vida tem que ser conhecido pela outra parte, ou seja, a parte que está se beneficiando conheça o perigo de vida e está se aproveitando dele. Exemplo: o pai está em casa de madrugada enfartando e não tem carro, bate no vizinho e pede o carro emprestado e ele pergunta pra que, e digo que não da tempo de explicar e pede a carro emprestado e o vizinho fala que não vai emprestas, vai alugar o carro por 5 mil reais durante 30 minutos, está desesperado paga 5 mil reais, leva o pai para o hospital, salva a vida dele e volta. O meu consentimento em pagar 5 mil reais por um aluguel de 30 minutos de um carro está viciado, pois em uma condição normal a pessoa não pagaria esses 5 mil reais. A pergunta é: pode anular esse negócio jurídico por estado de perigo? Não, pois o vizinho não conhecia o perigo de vida do meu pai; c) obrigação excessivamente onerosa. Exemplo: chega no hospital e um familiar está morrendo e atendente diz assim “eu interno, desde que você dixe um cheque de 50 mil reais”, o meu consentimento está viciado, só fez isso porque se não o familiar iria morrer.
- LESÃO:
A lesão está no artigo 157, do CC e os seus requisitos são: a) extrema necessidade de celebrar um contrato ou celebrá-lo por inexperiência; b) aproveitamento, não precisa do dolo de aproveitamento, a minha extrema necessidade de celebrar o contrato ou a minha inexperiência não precisa ser conhecida pela outra parte, mas se houver o dolo de aproveitamento pode ser lesão também, o que quer dizer é que o dolo de aproveitamento NÃO é requisito, mas se tiver o dolo de aproveitamento nada impede de ser uma lesão. Exemplo: do vizinho que não sabia que meu pai estava enfartando, eu não poderia anular o contrato por estado de perigo, mas poderia anular o contrato por lesão; c) desproporção entre as prestações. Exemplo: precisa dar uma aula e o notebook está quebrado e precisa colocar um antivírus e a pessoa está desesperada porque precisa dar aula, ai o técnico fala que vai cobrar 1000$ para instalar o antivírus e eu estou desesperado e pago, isso será uma lesão ou não saco nada de informática e o técnico me cobra 1000 reais para instalar um antivírus e por inexperiência eu acho esse valor normal.
QUESTÃO DA OAB: eu descubro uma doença grave no coração e tenho que fazer um tratamento que só existe nos Estados Unidos, tem que ficar 6 meses se tratando se não vai correr um risco muito grave de morrer, esse tratamento custa 400 mil reais e eu moro em um apartamento que custa 2 milhões, ai eu chego para o meu vizinho, amigo de infância e conto tudo e pergunta se ele não queria comprar o apartamento falando que o mesmo valia 2 milhões, mas ele venderia por 1 milhão, o vizinho não aceita e fala que paga o preço do tratamento que é de 400 mil reais, e eu vendo o apartamento por esse preço de 400 mil reais, o meu consentimento em fazer isso está viciado, vendi fiz o tratamento e quando eu volto, eu posso anular esse negócio jurídico? Pode, pode anular por LESÃO, pois para ser estado de perigo tem que ser um perigo de vida real e imediato, neste exemplo a pessoa vai para os Estados Unidos se Tratar quem sabe daqui 6 meses eu morra, no Estado de perigo tem que ser “assina ou morre”, se for um perigo “quem sabe talvez morra” não é estado de perigo.
- ERRO:
O erro está no artigo 138, do CC, o erro é um falso conhecimento da realidade, o erro pode ser de dois tipos: a) erro essencial: é aquele que é a causado negócio jurídico, ou seja, a pessoa só celebrou o negócio porque estava em erro. Exemplo: quero comprar um carro 0, entra em uma concessionária de veículos, olho para o carro e falo “que carro zero lindo, quero comprar” e compro, chego em casa e vejo que o carro é seminovo. Se eu soubesse que aquele carro era usado, não teria comprado, o meu erro foi a causa do negócio; b) erro acidental: não é a causa do negócio jurídico, ou seja, a pessoa celebraria o negócio de qualquer maneira. Exemplo: quero comprar um carro modelo X e esse modelo X foi fabricado durante toda a década de 90, não me interessa o ano, quero apenas esse modelo, chego na concessionária acho o modelo X, ano 1998, quando chego em casa descubro que o ano do carro era de 1994, quando eu comprei esse carro estava em erro, comprei um carro de 1994 pensando ser de 1998, mas se eu soubesse que aquele carro era de 1994 eu teria comprado de qualquer jeito, pois o ano pra mim não era relevante, o que era relevante era o modelo X, esse erro é um erro acidental e esse negócio é válido.
O artigo 140, do CC vai dizer que apenas o erro essencial torna o negócio jurídico anulável.
No erro o beneficiário não concorre para a formação da vontade da vítima. No erro a vítima que se engana sozinha, seria diferente se a pessoa a induzisse ao erro. O erro do artigo 138, do CC a vítima se engana sozinha.
De acordo com o artigo 143, do CC o erro de cálculo não anula o negócio jurídico, mas admite apenas a sua retificação. Exemplo: vai pegar 10 mil reais no banco e este vai cobrar 50 parcelas de 1000 reais, no contrato na conta final está escrito que seria 60 mil, este erro de cálculo não é nulo, é só retificar.
- DOLO:
O dolo está previsto no artigo 145, do CC, dolo é um artifício praticado por uma das partes para obter proveito em face do prejuízo de outrem. O beneficiário tem uma postura ativa, concorre para a formação da vontade da vítima.
O dolo pode ser de dois tipos: a) dolo essencial: é aquele que é a causa do negócio jurídico, ou seja, a pessoa só celebrou o negócio porque estava em erro. Exemplo: entra em uma concessionária querendo comprar um carro 0, só interessa carro 0 e o dono da concessionária sabendo disso me convence a levar um carro usado como se fosse carro 0, se eu soubesse que era usado não teria comprado; b) dolo acidental: não é a causa do negócio jurídico, ou seja, a pessoa celebraria o negócio de qualquer maneira. Por mais que no dolo acidental o negócio seja válido, são devidas perdas e danos.
Dolo por omissão (artigo 147, do CC): é quando o beneficiário fica em silêncio e esse silencia é intencional, é de propósito. Exemplo: entra na concessionária e fala com o dono da concessionária que quer comprar um carro 0, ai o dono fala “fica a vontade” e eu escolho um carro usado, o dono da concessionária está olhando, sabe que eu estou escolhendo o carro errado e fica quieto. Isso deixa de ser erro e passa a ser dolo, quando o beneficiário está em silêncio é erro, ou seja, não sabe de nada, mas quando esse silêncio é intencional deixa de ser erro e passa a ser dolo. O dolo por omissão é admitido no direito brasileiro.
Dolo recíproco (artigo 150, do CC): é quando ambas as partes praticam o dolo. Exemplo: a pessoa te vende um carro roubado e eu pago com um cheque sem fundo. Quando ambas as partes praticam o dolo, os dolos se compensam e o negócio é válido. O negócio pode ser anulado por alguma outra razão, não por dolo recíproco. Neste exemplo o negócio jurídico seria nulo, pois o objeto é ilícito, mas por dolo não poderá anular.
- COAÇÃO:
A coação está prevista no artigo 151, do CC e temos dois tipos de coação: a) coação pela via absoluta, também conhecida como coação física, tem um perigo imediato. Exemplo: coloca uma arma na cabeça e fala para assinar o contrato se não vai me matar. O perigo é uma violência muito grave, nesta coação pela via absoluta, o perigo é tão grave que é como se o elemento essencial consentimento não estivesse presente, é como se minha assinatura nem ali estivesse. A pergunta é: quando um elemento essencial não está presente o negócio jurídico é o que? O negócio será INEXISTENTE. O negócio jurídico só será nulo ou anulável quando TODOS os elementos essenciais estão presentes, mas um deles está viciado. Quando falta um elemento essencial o negócio jurídico é inexistente. Então na coação pela via absoluta o negócio jurídico é inexistente; b) coação pela via relativa, também conhecida como coação moral, esta torna o negócio jurídico anulável. Os requisitos para a coação pela via relativa são: 1) perigo iminente. Exemplo: assina o contrato até o final da aula, se não no final da aula eu te mato, ou seja, tem um espaço de reflexão, pode sair correndo, ligar para alguém, tem o consentimento, mas ele está viciado. 2) mal certo e determinado. 3) mal injusto  remissão ao artigo 153, do CC: temor reverencial decorre de uma relação de subordinação. Exemplo: chefe olha e empregado faz o que ele quer, não se considera coação. E também não se considera coação o exercício regular de um direito. Exemplo: está roubando um carro e o policial aponta a arama para mim e fala “para se não te mato”, isso não é coação, pois o policial está no exercício regular de um direito. Para ter coação, o mal que está te sendo imposto tem que ser um mal injusto. 4) proporcionalidade entre o mal praticado e o prejuízo sofrido. Exemplo: faz a doação do seu apartamento pra mim, se não eu quebro a sua bicicleta, neste caso não tem coação. Outro exemplo: me da sua bicicleta se não eu coloco fogo no seu apartamento, ai é diferente, tem que ter a proporcionalidade.
- FRAUDE CONTRA CREDORES
A fraude contra credores é um vicio social porque acaba atingindo terceiros estranhos a relação contratual. A fraude contra credores em regra decorre da transferência de bens realizada pelo devedor com o objetivo de dificultar o adimplemento da obrigação. A pergunta é: quando a transmissão de bens gera fraude? Depende se essa transmissão é uma transmissão gratuita ou se é uma transmissão onerosa. Uma transmissão gratuita gera fraude (artigo 158, do CC) quando tem a insolvência, se o devedor insolvente faz a doação de bens ou se essa doação o leva a insolvência, teremos a fraude contra credores. Uma transmissão onerosa configura fraude (artigo 159, do CC) quando tem a insolvência do devedor e a notoriedade dessa insolvência, é o que a doutrina chama de conluio na fraude. Exemplo: um jogador de futebol famoso deve para muita gente e está insolvente, esse estado de insolvência dele e publicizado em todas as mídias, ou seja, todo mundo sabe que ele está insolvente, é portanto uma insolvência notória, ai você abre o jornal e vê que esse jogador está vendendo um apartamento, se você compra esse apartamento está configurado a fraude. A pergunta é: o que você pode fazer para comprar aquele bem e essa aquisição não ser considerada fraude? Tem que seguir o que diz o artigo 160, do CC, ou seja, tem que pagar o preço de mercado, depositar o valor em juízo e citar todos os credores, se entrega o dinheiro na mão do devedor é configurado fraude. Configurada a fraude, os negócios de transmissão que os devedores fizeram com terceiros são anuláveis. Quem pode requerer a anulação é somente o credor, é apenas o credor quirografário. O credor quirografário é o credor comum, é o credor sem garantia real. A ação que o credor quirografário vai propor é a ação pauliana que tem por objetivo anular os atos praticados em fraude e fazer com que os bens retornem ao patrimônio do devedor.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
- PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA:
	Quanto ao direito envolvido:
Prescrição  trabalha com direito subjetivo. Direito subjetivo é o poder que a lei confere ao indivíduo para exigir determinada prestação de outrem. Direito subjetivo está relacionado com exigir condutas, exigir prestações, exigir um fazer ou não fazer. Exemplo: se contrata como advogado, a gente assina o contrato e a pessoa vai pagar 1000 reais, a partir do momento que assina o contrato,surge para o advogado o direito subjetivo de receber os 1000 reais.
Decadência  trabalha com o direito potestativo. O direito potestativo é a possibilidade que a pessoa tem de influenciar a esfera jurídica alheia. Exemplo: divórcio, se a pessoa vai se divorciar está influenciando na esfera jurídica alheia, não está exigindo nada, você vai se divorciar a outra pessoa querendo ou não, mas se exigir alimentos, alimentos decorre do exercício de um direito subjetivo.
	Quanto ao objeto:
Prescrição  o artigo 189, do CC vai dizer que o objeto da prescrição é a nossa pretensão. A pretensão surge quando o direito subjetivo é violado, é o que permite, por exemplo, ao titular do direito subjetivo praticar atos coercitivos, aplica uma multa, uma busca e apreensão para garantir o seu direito. Quando o direito subjetivo é violado surge a pretensão e começa a contar um prazo para exercício dessa pretensão e esse prazo é um prazo prescricional, se eu não exerço a minha pretensão naquele determinado prescricional, ocorre a prescrição, e a prescrição nada mais é do que a extinção da pretensão. Mesmo depois da prescrição se o devedor quiser pagar voluntariamente ele pode, o credor tem direito de receber, o que ele não pode fazer é exigir.
Decadência  o objeto da decadência é o próprio direito potestativo.
	Quanto aos prazos:
Prescrição  os prazos prescricionais só podem estar na lei (artigo 192, do CC). Esses prazos estão nos artigos 205 e 206, do CC. No artigo 205, do CC temos o chamado prazo prescricional ordinário, é aquele prazo de 10 anos, é aquele que vai aplicar em caráter residual, ou seja, quando não tem um prazo específico para aquela determinada situação, o prazo prescricional são de 10 anos. No artigo 206, do CC temos o chamado prazo prescricional específico/ prazo prescricional extraordinário e esses prazos podem ser de 1, 2, 3, 4 ou 5 anos.
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Art. 206. Prescreve:
§ 1o Em um ano:
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo;
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.
§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.
§ 3o Em três anos:
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V - a pretensão de reparação civil;
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembleia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembleia semestral posterior à violação;
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.
§ 5o Em cinco anos:
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.
Decadência  os prazos decadenciais podem estar na lei ou podem decorrer do encontro de vontades, por isso que tem a decadência legal e a decadência convencional. Os prazos prescricionais estão elencados nos artigos 205 e 206, do CC, TODOS os outros prazos que estiverem no Código Civil são prazos decadenciais.
	Quanto ao reconhecimento de ofício pelo magistrado:
Prescrição  o juiz pode conhecer a prescrição de ofício (artigo 219, parágrafo 5º, do CPC).
Decadência  o juiz pode conhecer de ofício apenas a decadência legal (artigo 210, do CC).
	Quanto a renuncia:
Prescrição  é possível renunciar a prescrição (artigo 191, do CC), e a renuncia ainda pode ser expressa ou tácita. Exemplo: o pagamento, o devedor mesmo depois da prescrição pode pagar.
Decadência  é nula a renúncia à decadência fixada em lei (artigo 209, do CC), é possível renunciar apenas a decadência convencional.
	Quanto ao momento para arguição:
Prescrição  pode ser arguida em qualquer momento, em qualquer grau de jurisdição (artigo 193, do CC).
Decadência  pode ser arguida em qualquer momento, em qualquer grau de jurisdição (artigo 211, do CC).
ATENÇÃO: é possível arguir pela primeira vez a prescrição em recurso especial? Não pode, pois o requisito para o recurso especial e para o recurso extraordinário é o prequestionamento, então não pode alegar nada pela primeira vez alguma coisa nesses recursos. AGORA se perguntam se é possível alegar prescrição e decadência no recurso especial? Sim, desde que a questão já tenha sido falada em algum momento do processo.
	Quanto as causas preclusivas: As causas preclusivas são causas que impedem, suspendem ou interrompem os prazos.
Prescrição  as causas preclusivas são aplicadas a prescrição. A causas que impedem o início da contagem de um prazo ou suspendem a contagem de um prazo que já começou estão nos artigos 197, 198 e 199, do CC. E as causas que interrompem a contagem de um prazo prescricional, ou seja, fazem com que o prazo volte a contar do zero (artigo 202, do CC).
No artigo 197, do CC tem causas que decorrem de uma relação jurídica. No artigo 198, do CC tem causas que decorrem da situação pessoal do titular. Exemplo: uma pessoa esta me devendo 10 mil reais e tinha que pagar no dia 21/01/2016 e não pagou, violou o meu direito subjetivo de receber os 10 mil reais, surgem para mim a pretensão e começa a contar um prazo prescricional, no meio da contagem desse prazo a pessoa que é promotora de justiça é chamada para participar de um seminário fora do País, quando a pessoa sai do país o prazo prescricional fica suspenso, o prazo começa a contar quando ele retorna. No artigo 199, do CC tem causas externas, são causas que ou impedem o inicio da contagem de um prazo ou suspendem a contagem de um prazo que já começou.
As causas interruptivas que fazem o prazo começar a contar do zero só podem ocorrer uma vez, se acontecer qualquer uma das causas do artigo 202, do CC o prazo volta a contar do zero, se aconteceu uma outra causa ou a mesma causao prazo NÃO volta a contar do zero novamente. O prazo começa a contar do zero a partir do despacho citatório, o famoso “cite-se”. Uma confissão de dívida interrompe a prescrição, pois é um ato que o devedor reconhece o direito do credor.
Decadência  as causas preclusivas (artigo 207, do CC) em regra não se aplicam a decadência, salvo disposição legal em contrário. A exceção está no artigo 208, do CC, a única causa preclusiva que se aplica a decadência é contra o absolutamente incapaz, contra este não corre a prescrição e nem a decadência (artigo 198, inciso I, do CC). O artigo 195, do CC que se aplica a prescrição e também a decadência não tem nada a ver com causa preclusiva. Exemplo: tenho 17 anos e é relativamente incapaz, alguém moveu uma ação contra mim e minha mãe, minha assistente deveria ter alegado a prescrição na data correta e não faz, eu tenho o direito de ação contra a minha mãe pelos prejuízos que eu tive em razão daquela falta de alegação.
ATENÇÃO: O artigo 196, do CC (a prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor), quando fala em sucessão pode ser uma sucessão tanto por causa morte ou como por ato entre vivos. Exemplo: meu pai tem uma pretensão contra o banco que ele tem que exercer em 5 anos, já se passaram 2 anos e meu pai faleceu, agora a pretensão vai para o filho, o que continua a contar contra o meu pai continua contra mim. Outro exemplo: cessão de crédito, o credor pode ceder o seu crédito para um terceiro, o prazo prescricional não para de contar contra o terceiro.
ATENÇÃO 2: O artigo 200, do CC (quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva), tem fatos que tem repercussão tanto no juízo criminal, quanto no juízo cível. Exemplo: atropelamento  tem uma lesão corporal no juízo criminal e tem a ação indenizatória no juízo cível, enquanto o procedimento criminal não termina, não fala de contagem de prazo prescricional, o prazo prescricional não corre, quando tiver o trânsito em julgado da sentença criminal, ai começa a contar o prazo prescricional no juízo cível.
OBRIGAÇÕES
- TEORIA GERAL DO DIREITO OBRIGACIONAL:
Conceito de obrigação: obrigação é o vínculo jurídico que une credor e devedor permitindo que o primeiro exija do segundo uma prestação economicamente apreciável.
Os três elementos da obrigação são: a) as partes (credor e devedor); b) vínculo jurídico; c) objeto (prestação). A classifica da obrigação é a partir do número de objetos, a obrigação pode ser simples ou composta. A obrigação simples é aquela que possui apenas 1 prestação e a obrigação composta é aquela que possui duas ou mais prestações. Exemplo de obrigação simples: obrigação facultativa, obrigação facultativa é uma obrigação em que o devedor tem a faculdade de substituir a prestação devida por outra, esta obrigação facultativa NÃO está prevista em lei, ela depende sempre do acordo de vontades, tem que estar contratualmente ajustado, tem que ser convencionada. Exemplo: tenho que te entregar 20 vacas e vou transportar essas 20 vacas de um Estado para o outro, durante o transporte as vacas não aguentam o calor e morrem, o devedor não fez nada, fez tudo certo, só que elas morreram. Quando ocorre a perda total do bem SEM CULPA do devedor, a obrigação se RESOLVE. As partes podem convencionar assim "tenho que te entregar 20 vacas, mas se alguma coisa acontecer com essas vacas, eu posso te entregar 10 cavalos". Está convencionando a possibilidade do devedor substituir a prestação devida por uma outra.
Exemplo de obrigação composta: obrigação alternativa, a obrigação alternativa é uma obrigação composta em que o devedor tem que realizar apenas uma das prestações, são aquelas obrigações que tem o conectivo OU. Exemplo: eu tenho que te entregar um carro OU pagar 20 mil reais. Quem ESCOLHE qual prestação cumprir é o DEVEDOR, essa escolha do devedor é chamada de concentração do débito. A obrigação alternativa está disciplinada em lei (artigo 252, do CC).
- TEORIA DO ADIMPLEMENTO:
O adimplemento de uma obrigação ocorre com o pagamento. O pagamento é o cumprimento voluntário da obrigação independentemente de sua natureza. O pagamento pode correr da entrega de um dinheiro, de um fazer ou não fazer, de entrega de uma coisa, pagar é cumprir voluntariamente aquela obrigação.
Efeitos do pagamento --> o pagamento gera a extinção da obrigação. Então o efeito do pagamento é a extinção da obrigação.
Modalidades de pagamento: a) pagamento direto; b) pagamento em consignação; c) pagamento com sub-rogação; d) imputação do pagamento; e) dação em pagamento. As modalidades de pagamento estão previstas no artigo 304 ao 359, do CC
Formas de extinção das obrigações sem o pagamento, estão previstas no artigo 360 ao 388, do CC:
a) novação - é a extinção de uma obrigação pela criação de uma nova obrigação. Exemplo: tem 5 empréstimos com o banco santander, ai o santander te liga falando para extinguir esses 5 contratos de empréstimos e criar um novo, agora você me paga 50 parcelas de 1000 reais. Esses 5 contratos de empréstimos foram extintos, porque foi criado uma nova obrigação.
b) compensação - Exemplo: te devo 10 mil e você me deve 8 mil, quando eu vou te cobrar os 10 mil, eu falo que só vou pagar 2 mil, já que deve 8 mil, está compensando a dívida em relação aos 8 mil a obrigação foi extinta, não porque eu paguei, porque fizemos a compensação.
c) confusão - é quando credor e devedor se concentram na mesma pessoa. Exemplo: meu tio tem um título de crédito, um cheque que eu passei para ele pra pagar uma conta e esse cheque era sem fundo, ele tem um cheque contra mim, meu tio é credor e eu sou devedor, mas meu tio morre e o único herdeiro dele sou eu, eu herdei aquele cheque, agora eu sou credor e devedor da mesma dívida, a obrigação foi extinta, não tem como cobrar de mim mesma.
d) remissão - perdão, o credor perdoou o devedor.
- PAGAMENTO DIRETO:
Está no artigos 304 ao 333, do CC. Pagamento direto é aquele realizado nos moldes originalmente contratados, ou seja, é aquele realizado no tempo, lugar e modo previamente convencionado.
a) quem deve pagar: o devedor e o terceiro. O terceiro pode ser interessado (artigo 304, caput, do CC) ou um terceiro não interessado. O terceiro não interessado pode pagar de duas formas: a) em nome e conta do devedor (artigo 304, parágrafo único, do CC); b) em nome próprio (artigo 305, do CC).
O terceiro interessado é aquele de quem o credor pode exigir diretamente o cumprimento da obrigação e também aquele que sofre as consequências do inadimplemento. Exemplo de terceiro interessado que o credor pode exigir diretamente dele: o fiador, o avalista, côjugue, pessoa jurídica. Exemplo de terceiro interessado que sofre as consequências do inadimplemento: sublocatário, se o locatário não paga o sublocatário sai também. O terceiro interessado pode pagar e quando ele paga acontece a sub-rogação, a sub-rogação é assumir todas as garantias e privilégios do credor. Exemplo: se o devedor tinha dado uma garantia em favor do credor, essa garantia se mantém em favor do terceiro, tudo que o credor podia exigir do devedor, agora o terceiro pode exigir. A pergunta é: o terceiro interessado pode consignar o pagamento? Pode consignar (artigo 304, caput, do CC). Exemplo: sublocatário aparece para pagar o credor e o credor não aceita receber, ai o sublocatário pode fazer uma consignação em pagamento.
ATENÇÃO: o cônjuge é terceiro interessado, se um cônjuge não paga uma dívida o outro responde com a sua meação.
Terceiro não interessado que paga em nome e conta do devedor, é um terceiro completamente estranho a relação obrigacional. Exemplo: a pessoa não tem dinheiro para pagar o curso, ai vem um terceiro não interessado e paga o que ela deve, o curso não pode exigir do terceiro o pagamento e não sofre nenhum consequência do inadimplemento da pessoa, o contrato do curso está no nome da pessoa e para o curso quem foi que pagou foi ela, então sou um terceiro interessado que estou pagando emnome e conta do devedor, é a pessoa que está na relação obrigacional. O terceiro não interessado que paga em nome e conta do devedor depois não pode exigir nada do devedor, pois o que ele fez foi um ato de liberalidade e tem natureza de doação. A pergunta é: terceiro não interessado que paga em nome e conta do devedor pode consignar o pagamento? Pode consignar por expressa determinação de lei (artigo 304, parágrafo único, CC). Outra pergunta: o devedor pode se opor ao pagamento feito por terceiro não interessado em sua conta e nome? Pode, o devedor pode se opor para evitar que depois ele seja exposto perante a coletividade.
Terceiro não interessado que está pagando em nome próprio integra a relação obrigacional. Exemplo: quando contrata um plano de saúde em favor do seu filho, o beneficiário desse plano é o filho, mas quem assina o contrato é a mãe, então eu sou um terceiro não interessado porque os serviços não vão estar sendo prestados a meu favor, mas que estou pagando em nome próprio. PERGUNTA DE PROVA: Maria e João são vizinhos de muro, Maria resolve ficar viajando por uns 3 meses e enquanto ela está viajando cai uma tempestade atípico e o muro da sua casa vai abaixo, a casa fica toda inundada e está correndo risco de ser saqueada, João contrata uma empresa para construir um novo muro na casa de Maria, contrata uma empresa para fazer a limpeza e a segurança da sua casa, estes serviços contratados NÃO estão beneficiando João, então João é um terceiro interessado que está pagando em nome próprio, é ele que está celebrando os contratos, mas beneficiando Maria. Quando terceiro não interessado paga em nome próprio tem direito a reembolsar o que pagar, mas não se sub-roga nos direitos do credor (artigo 305, do CC), ou seja, paga e depois exige o que pagou do verdadeiro beneficiário.
b) a quem se deve pagar: ao credor
Credor putativo é aquele que aparenta ser o credor, mas não é. Exemplo: quando paga a um irmão gêmeo do credor, aparenta ser o credor, mas não é. Pode falar em credor putativo em situações mais elaboradas, como por exemplo, na sessão de crédito, o devedor NÃO precisa autorizar a cessão de crédito, mas o devedor precisa ser notificado inclusive para saber a quem pagar quando chega o vencimento. O artigo 290, do CC diz que a cessão de crédito sem a notificação do devedor será ineficaz em relação ao devedor, ela existe, é válida, mas não produz efeitos em relação ao devedor. QUESTÃO DE PROVA: uma cessão de crédito que foi feita sem a notificação do devedor, quando chega o vencimento ele irá pagar ao credor originário, que agora é um credor putativo, agora ele é um falso credor. A pergunta é: o pagamento feito a um credor putativo extingue a obrigação? O pagamento feito de boa fé ao credor putativo é válido ainda provado depois que não era o credor (artigo 309, do CC). Agora se o devedor tivesse sido notificado e mesmo assim paga ao credor originário, não teria boa fé.
c) objeto do pagamento (artigo 315, do CC): as dívidas em dinheiro devem ser pagas no vencimento (artigo 333, do CC - hipóteses de vencimento antecipado da dívida), no valor nominal e em moeda corrente. O valor nominal é aquele que está estampado na moeda, enquanto o valor real desrespeita ao poder de compra da moeda. Exemplo: empresta 10 reais para alguém e essa pessoa com 10 reais compra 10 cafés. O valor nominal estampado na moeda é de 10 reais e o poder de compra é equivalente a 10 cafés. UM ano depois encontra a pessoa na rua e ela te devolve os 10 reais, mas agora só consegue comprar 5 cafés, a pessoa devolveu o valor nominal, estampado na moeda, mas o valor real, poder de compra, não devolveu, pelo contrário o poder de compra diminuiu em 50%. Então o devedor nas dívidas não é obrigado a devolver o valor real (poder de compra), salvo convenção em contrário, o devedor é obrigado a devolver apenas o valor nominal. O valor nominal é atualizado pela correção monetária. A pergunta é: posso convencionar o pagamento de uma dívida em ouro ou moeda estrangeira? São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira (artigo 318, do CC).
d) lugar do pagamento: para saber o lugar do pagamento tem que saber se a dívida é uma dívida quesível ou se é uma dívida portável. As dívidas quesíveis são pagas no domicílio do devedor. E as dívidas portáveis são pagas no domicílio do credor. A regra de acordo com o artigo 327, do CC é que as dívidas são quesíveis, salvo convenção em contrário. O artigo 330, do CC vai dizer que o pagamento feito reiteiradamente feito em outro local faz presumir renuncia do credor relativamente ao previsto no contrato.
- TEORIA DO INADIMPLEMENTO:
O inadimplemento é a fonte da responsabilidade civil contratual, falar em inadimplemento é falar em quebra de contrato.
Espécies de inadimplemento: a) pode ser absoluto, o inadimplemento absoluto quando o credor não tem mais interesse no cumprimento da obrigação, resta ao credor exigir do devedor perdas e danos (artigos 389 ao 393, do CC). Exemplo: os alunos do fórum contratam a super revisão de véspera da prova da OAB, pagaram 100 reais cada aluno, chegando no local acordado não tem ninguém, ou seja, não teve a revisão. Os alunos fazem a prova no domingo e ai quando chega na segunda feira o curso liga para você e diz que poderá ir lá na terça que vão dar a revisão final. Depois da prova, não interessa mais o aluno a revisão, curso fórum está inadimplente, o aluno não tem mais interesse na revisão, logo é um inadimplemento absoluto, resta exigir do curso perdas e danos, vai exigir o dinheiro de volta, exigir dano moral etc; b) pode ser relativo, o inadimplemento relativo quando o credor ainda tem interesse no cumprimento da obrigação, o credor vai exigir do devedor a execução específica da obrigação mais perdas e danos (artigos 394 ao 401, do CC). Exemplo: eu te empresto o meu carro e você tinha que devolver no dia 05/01/2016 e não devolveu ainda, a pessoa está inadimplente, e eu ainda tenho interesse no cumprimento da obrigação, então o inadimplemento é relativo e eu vou exigir execução específica, ou seja, o carro de volta mais perdas e danos. O Código Civil chamou o inadimplemento relativo de mora, é o inadimplemento obrigacional em que o credor ainda tem interesse no cumprimento da obrigação.
- MORA:
As espécies de mora são: a) mora ex re (artigo 397, caput, do CC). A mora ex re é aquela que foi convencionada no momento da celebração do contrato. o momento da mora, momento em que o devedor ficará em mora já foi pre fixado na data da celebração do contrato. Exemplo: te empresto o carro e a gente coloca no contrato que você tem que me devolver o carro no dia 30/01/2016, chegou no dia 31 você não devolveu, você está inadimplente. Eu ainda tenho interesse em receber esse carro, então é uma inadimplemencia relativa e o momento que você ficaria em mora fixou na data da celebração do contrato que foi o dia 30/01//2016. Na mora ex re o credor NÃO precisa constituir o devedor em mora, pois o simples vencimento já o faz, não precisa notificar o devedor dizendo que está em mora. A ação que eu proponho para pegar meu carro de volta é ação de reintegração de posse; b) mora ex persona (artigo 397, parágrafo único, do CC). A mora ex persona é aquela que não foi previamente convencionada, ela é comum nos contratos por prazo indeterminado. Exemplo: pode ficar com meu carro emprestado, quando eu quiser de volta eu peço. Então na mora ex persona como o momento da mora não foi pre fixado quando eu quiser o carro de volta eu tenho que constituir o devedor em mora. O credor tem que constituir o devedor em mora, precisa notificar o devedor.
ATENÇÃO: contrato de empréstimo de bem fungível se chamado contrato mútuo. E o contrato de empréstimo de bem infungível é chamado de comodato.
- CLAUSULA PENAL:
No momento da celebração do contrato as partes podem pre fixar as perdas e danos. Exemplo: te empresto o carro e você tem que me devolver no dia 30/01/2016, se você não me devolver terá que pagar 2000 mil reais de perdas e danos e fazem isso através de um cláusula penal.A cláusula penal é uma pré fixação das perdas e danos.
A cláusula penal pode ser: a) compensatória (artigo 410, do CC), é aquela que decorre do inadimplemento absoluto; b) moratória (artigo 411, do CC), é aquela que decorre do inadimplemento relativo.
O limite da cláusula penal é o valor da obrigação principal (artigo 412, do CC). Exemplo: se te empresto 10 mil reais, posso pre fixar perdas e danos de 10 mil reais, se eu te empresto o meu carro, posso pre fixar as perdas e danos no valor do meu carro. Temos duas exceções em que o limite da cláusula penal é menor do que o valor da obrigação principal: a) artigo 1336, parágrafo 1, do CC vai dizer que o limite da cláusula penal para o não pagamento de cota condominial é de até 2% do valor da cota, quando vem escrito que caso não pague a cota condominical terá multa de 2% sobre o valor da cota, essa multa é a cláusula penal; b) artigo 52, parágrafo 1, do CDC que vai dizer que o limite da cláusula penal nas relações de consumo é de até 2% do valor da obrigação principal.
- MODALIDADES DE OBRIGAÇÕES:
a) Obrigação divisível - é uma obrigação que pode ser fracionada, só vai cair obrigação divisível com pluralidade de partes. Exemplo: credor, devedor 1, devedor 2 e devedor 3 que devem 30 mil reais, pagar 30 mil reais é uma obrigação que pode ser fracionada, o credor vai poder exigir de cada um 1/3, ou seja, 10 mil reais, salvo convenção em contrário. O nome do princípio que cada um responde por partes iguais e pode exigir partes iguais, é o princípio de que as partes se satisfazem pelo concurso, é o concurso partes fiunt (artigo 257, do CC).
b) obrigação indivisível - a indivisibilidade decorre: a) da natureza do bem; b) da vontade das partes; c) da lei. Só vai cair obrigação divisível com pluralidade de partes.
Pluralidade de credores --> C1, C2 e C3 - Devedor que tem que entregar um carro. Entregar o carro em razão da natureza do bem é uma obrigação indivisível, não tem como fracionar o carro. A pergunta é: qual é a consequência de nós termos uma obrigação indivisível com pluralidade de credores? O artigo 260 e 261, do CC, a consequência é que qualquer um dos credores pode exigir o todo, não tem como cada credor exigir 1/3. Exemplo: C1 exigiu o carro e o devedor entregou o mesmo para o C1, automaticamente o C1 que recebeu o carro ele tem que passar 1/3 do valor do carro para C2 e o 1/3 do valor do carro para C3. Outra pergunta: o devedor quando entrega o bem para um dos credores, ele estará exonerado da obrigação? O devedor está exonerado da obrigação entregando o carro aos 3 credores ou se entregar o bem a apenas um credor, mas este tem que dar uma caução de ratificação pelo demais, é como se aquele que recebeu o bem estivesse se comprometendo perante aos demais credores, a caução de ratificação é um documento escrito em que o credor que recebeu o bem se compromete perante os outros credores, liberando o devedor (artigo 260, do CC).
Pluralidade de devedores --> Credor – D1, D2 e D3 o credor pode exigir um carro dos três devedores. A consequência de ter uma obrigação indivisivel com pluralidade de devedores, a consequência é que o credor pode exigir o todo de qualquer um dos devedores. Se essa fosse uma obrigação divisível o credor poderá exigir de cada devedor 1/3 do total das dívidas, como é uma obrigação indivisível ele vai poder exigir o todo de qualquer um deles. Digamos que o credor tenha exigido o todo do devedor número 3 e este devedor tenha entregado o carro, o artigo 259, parágrafo único vai dizer que ocorre a sub-rogação, o devedor que entrega o todo sub-roga-se nos direitos do credor. O devedor 3 vai poder exigir do D1 e do D2 1/3 do valor do carro.
- OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA:
Os pressupostos para ter uma obrigação solidária: a) pluralidade de partes; b) multiplicidade de vínculos. Se a pluralidade for de credores, teremos uma solidariedade ativa. Se a pluralidade for de devedores, teremos uma solidariedade passiva.
* Solidariedade ativa
C1, C2 e C3 – Devedor – Dívida de 30 mil reais. O primeiro requisito foi cumprido, que é a pluralidade de partes, que no caso é a pluralidade de credores. A multiplicidade de vínculos, temos os vínculos externos que unem credor e devedor e temos os vínculos internos que unem os próprios credores. O que caracteriza uma obrigação solidária é a vinculação interna. O artigo 265, do CC vai dizer que a solidariedade não se presume, porque não tem como previnir os vínculos internos. A solidariedade não pode ser presumida, ela decorre sempre da lei ou do contrato. A pergunta é: qual é a consequência desses credores estarem internamente vinculados? A consequência é que qualquer um dos credores pode exigir o todo do devedor. Se C1 exige os 30 mil reais do devedor, automaticamente se o devedor entrega os 30 mil para ele, ele terá que repassar 1/3 para os outros devedores.
Além de ser uma obrigação solidária, é uma obrigação indivisível. O devedor antes de entregar o carro, dirigindo embreagado, bateu com o carro e ocorreu a perda total do veículo com a culpa do devedor. A obrigação automaticamente se resolve e os credores vão poder exigir do devedor o equivalente ao valor do veículo mais perdas e danos. Essa obrigação é convertida em uma obrigação de pagar, pagar o equivalente mais perdas e danos. A pergunta é: a conversão desta obrigação em uma obrigação de pagar extingue indivisibilidade? Extingue, deixou de ser obrigação de dar coisa certa e passou a ser uma obrigação de pagar. Outra pergunta: extingue a solidariedade? NÃO, porque a solidariedade independe se o bem é divisível, indivisível, então cada credor poderá continuar exigir o todo da dívida, mesmo sendo uma obrigação de pagar.
* Solidariedade passiva:
Credor – D1, D2 e D3 – Dívida de 30 mil reais. Os devedores estão internamente vinculados, a consequeência disto é que o credor pode exigir o todo de qualquer um dos devedores. Digamos que o credor exija o todo do devedor número 3, se ele paga os 30 mil reais acontece a sub-rogação, então ele se sub-roga nos direitos do credor, ficando D3 – D1 e D2. A pergunta é: depois da sub-rogação D1 e D2 continuam internamente vinculados? Não, a sub-rogação extingue a solidariedade, o D3 vai poder exigir do D1 e do D2 1/3 do valor do veículo.
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
- NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO
O contrato é um negócio jurídico. O negócio jurídico pode ser um negócio jurídico unilateral ou bilateral. O negócio unilateral é aquele que se aperfeiçoa pela manifestação de apenas uma vontade. Exemplo: testamento, promessa de recompensa. O negócio bilateral é aquele que se aperfeiçoa com o encontro de pelo menos duas vontades. Exemplo: compra e venda. O contrato é um negócio jurídico bilateral (natureza jurídica).
 A pergunta é: quando sai da fase pre contratual e ingressa na fase contratual? Quando tem o encontro de duas vontades.
ATENÇÃO: NÃO confundir negócio jurídico unilateral e bilateral com contrato unilateral e bilateral  o contrato unilateral é aquele que gera obrigações para apenas uma das partes. Exemplo: doação, tem a figura do doador e do donatário, quem tem obrigações no contrato de doação é apenas o doador, tem a obrigação de doar. A pergunta é: para que um contrato de doação esteja perfeito é necessário que o donatário aceite? A doação é um contrato e o contrato é um negócio bilateral, em qualquer contrato precisa das duas vontades se encontrando. O contrato bilateral é o que gera obrigações para ambas as partes, são os contratos em que ambas as partes possuem direitos e deveres. Exemplo: compra e venda – o comprador tem o direito de receber o bem e o dever de pagar por ele; o vendedor tem o direito de receber o pagamento e o dever de entregar o objeto
ATENÇÃO 2: Contrato de adesão tem duas vontades se encontrando, só que no contrato de adesão apenas uma das partes elabora as cláusulas contratuais, mas ambas as vontades se encontram.
- PRINCÍPIOS CONTRATUAIS:
a) Princípio da obrigatoriedade – os contratos devem ser cumpridos, o principio da obrigatoriedade é chamado de pacta sunt servanda,rebus sic stantibus, isto quer dizer que os contratos devem ser cumpridos desde que as condições iniciais permaneçam as mesmas. A cláusula rebus sic stantibus que fundamenta a teoria da imprevisão que está nos artigos 317 e 478, do CC.
b) Principio da autonomia da vontade – as partes são livres para contratarem, a pessoa é tão livre para contratar que pode contratar contratos que não estão previstos em lei, contratos atípicos. A regra no direito civil no que diz respeita a formação dos contratos é atipicidade, mas se para aquela contratação que eu quero a lei me deu um contrato específico, ai vou ter que seguir esse contrato. Se eu quiser transferir a propriedade do carro para uma outra pessoa se for pagar é um contrato de compra e venda, se for sem pagar é um contrato de doação. Agora se não tem contrato para aquilo que eu quero fazer, desde que seja nos limites da lei eu posso celebrar contratos sem disciplina legal, são os contratos atípicos. A regra na celebração dos contratos é o informalismo.
c) Princípio da relatividade – os contratos só produzem efeitos entre as partes.
d) Princípio do consensualismo – os contratos se aperfeiçoam com o encontro de vontades.
e) Princípio da função social do contrato – a função social do contrato disciplinada no artigo 421, do CC mitiga o principio da relatividade obrigando terceiros estranhos a relação contratual a concorrem para o seu adimplemento. O princípio da relatividade faz com que o contrato produza efeitos apenas entre as partes, com a função social esse princípio está mitigado, ou seja, o principio da função social vai fazer com que o contrato também produza efeitos diante de terceiros. O terceiro concorre para o adimplemento, ou seja, ajuda um contrato a ser cumprido, é não atrapalhando, não pode ficar induzindo um dos contraentes ao descumprimento do contrato, ele tem que respeitar o contrato.
f) Princípio da boa fé objetiva – tem a boa fé interpretativa (artigo 113, do CC), os negócios jurídicos devem ser interpretados de acordo com a boa fé de modo a beneficiar todos os envolvidos. Tem a boa fé restritiva de direitos (artigo 187, do CC), este artigo traz a figura do abuso de direito, equipara o exercício abusivo de um direito a ato ilícito. A pergunta é: quando é que alguém está exercendo de forma abusiva um direito? O próprio artigo 187, do CC nos da 4 limites ao exercício de um direito, vai dizer que o direito tem que ser exercido no limite do seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes, tem 4 limites para o exercício de um direito, se você exerce o seu direito rompendo algum desses limites, você está exercendo de forma abusiva, praticando ato ilícito. E tem a boa fé como dever jurídico (artigo 422, do CC), a boa fé deste artigo impõe deveres jurídicos anexos a toda relação contratual cujo o seu não cumprimento gera o inadimplemento do contrato. Hoje além das cláusulas contratuais expressas, tem que cumprir também os deveres anexos que decorrem da boa fé objetiva. Os principais deveres anexos são: dever de lealdade, probidade (honestidade), informação, segurança, cooperação, transparência etc. Se não cumpre um desses deveres anexos, você está inadimplente, o inadimplemento que decorre pelo descumprimento desses deveres anexos é chamado de violação positiva do contrato, é uma espécie de inadimplemento. QUESTÃO DE PROVA: eu contrato uma agência de publicidade para espalhar pela cidade do Rio de Janeiro 5 outdoor do serviço que eu presto, tem uma cláusula no contrato dizendo que a agência pode escolher aonde colocar esses outdoors desde que coloque dentro da cidade do Rio de Janeiro. A agência de publicidade coloca 3 outdoors em uma rua sem saída que não passa ninguém e 2 outdoors em uma rua escura que também não passa ninguém. A pergunta é: a agência de publicidade cumpriu o contrato? Não, a agência de publicidade não cumpriu os deveres anexos de lealdade, probidade, de transparência. Se contrato uma agência para dar publicidade ao meu serviço e ela coloca os outdoors em rua sem saída, a agência não está agindo de forma leal, cooperativa, ou seja, ocorreu a violação positiva do contrato.
Diferença entre boa fé e função social do contrato  a boa fé tem uma natureza interna, o papel da boa fé é regular a relação entre os contratantes de uma relação jurídica (serem leal). O papel da função social do contrato tem uma natureza externa, vai regular a relação contratual perante terceiros e a postura de terceiros diante da relação contratual, o terceiro não pode ficar instigando o contratante ao descumprimento do contrato.
- FASES DA RELAÇÃO CONTRATUAL:
	Fase das tratativas:
Tratativas são negociações preliminares que antecedem a formalização de uma proposta ou oferta. As tratativas não tem força vinculativa, mas é admitida a responsabilidade civil na fase das tratativas. Seria uma responsabilidade extracontratual, pois não tem um contrato, estão negociando ainda.
	Fase da proposta/oferta:
A proposta (artigos 427 e 428, do CC) ela é individualizada, é pessoal, temos um destinatário certo, determinado. Exemplo: João quer comprar meu carro por 20 mil reais? A oferta (artigo 429, do CC) é difusa, coletiva, os destinatários são incertos, indeterminados. Exemplo: Alguém quer comprar meu carro por 20 mil? Associa muito a oferta as relações de consumo, nas relações de consumo a pessoa coloca um cartaz na loja dizendo “vendo dvd a 300 reais”, ele não sabe quem ele vai atingir com isso.
A proposta e a oferta tem força vinculativa e estão na fase pré- contratual, para sair da fase pré-contratual e ingressar na fase contratual precisa de uma aceitação (artigos 430 ao 433, do CC), então para ter um contrato precisa de duas vontades pelo menos. A responsabilidade civil nesta fase é extracontratual.
	Fase da formação do contrato:
A formação do contrato pode se da de duas formas: a) formação paritária, quando ambas as partes elaboram as cláusulas contratuais; b) formação por adesão, ocorre quando apenas uma das partes elabora as cláusulas contratuais (artigo 54, do CDC).
Formas de proteção do aderente nas contratações por adesão: a) artigo 423, do CC quando tiver cláusula ambíguas ou contraditórias, dever-se adotar a interpretação mais favorável ao aderente; b) artigo 424, do CC são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. Exemplo: celebra um contrato de seguro de saúde abrindo mão do atendimento médico, essa cláusula é nula; c) artigo 49, do CDC traz o direito de arrependimento que pode ser exercido no prazo de 7 dias, mas no Brasil só vale para as compras ou qualquer contratação de serviço realizadas fora do estabelecimento comercial. Exemplo: a domicílio, por internet, por telefone.
	Fase de cumprimento do contrato:
É o adimplemento e o inadimplemento do contrato.
	Fase pós-contratual:
É admitida a responsabilidade civil na fase pós-contratual. Exemplo: artigo 10, parágrafo 1º, do CDC, compro o carro à vista e já está usando já tem 1 ano e se o fabricante descobre um problema, tem que pegar o veículo, realizar o reparo e depois me devolver, isso é responsabilidade na fase pós-contratual. Outro exemplo: artigo 32, do CDC o fabricante é obrigado a disponibilizar peças de reposição para o produto que eu adquiri, ou seja, tem que disponibilizar peças de reposição enquanto o produto estiver sendo fabricado.
- CONTRATO PRELIMINAR
Está disciplinado nos artigos 462 ao 466, do CC. Toda modalidade de promessa é espécie do gênero contrato preliminar. Toda espécie contratual admite a modalidade promessa.
Contrato preliminar é o contrato pelo qual uma ou ambas as partes se comprometem a celebrar o contrato definitivo. Exemplo: compra de um apartamento valendo 200 mil reais, só que não tem esse dinheiro para pagar à vista, então vai ter que fazer uma promessa de compra e venda, vai ter promitente vendedor e promitente comprador, vai pagar 200 parcelas de 1000 reais, a promessa de compra e venda nada mais é do que um contrato preliminar, o promitente comprador pagou

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