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CLÍNICA MÉDICA E SUAS ESPECIALIDADES sexta-feira, 10 de setembro de 2021 DOENÇA CORONARIANA EPIDEMIOLOGIA · Em países desenvolvidos é a principal causa de morte em ambos os sexos (1∕3 óbitos) · ♂︎branco- 1∕10.000 aos 25-34a; 1∕100 aos 55-54ª · 35-44a ♂︎branco é 6,1x >♀︎ · Não tem ≉ entre não-branco e DM · Em ♀︎taxa aumenta após menopausa · Aos 75a ♂︎≦ ♀︎ ETIOLOGIA · Geralmente por aterosclerose arterial · < frequente por espasmo arterial coronariano (angina variante); disfunção endotelial · sem estenose ou espasmo (síndrome X) · Causas raras: embolia, dissecção, aneurisma (doença de Kawasaki); vasculite da coronária (lúpus, sífilis) FISIOPATOLOGIA 1. Aterosclerose coronariana 2. Espasmo arterial coronariano 3. Dissecção da artéria coronariana 1. Aterosclerose coronariana · Distribuição da aterosclerose coronariana é irregular; + típico em pontos de turbulência (bifurcação de vasos) · À medida que a placa cresce, lúmen obstrui e leva à isquemia (angina); grau de estenose para isquemia depende da demanda de O2 · Ocasionalmente, a placa rompe ou tem cisão, de causa desconhecida, mas relaciona-se à morfologia da placa, teor de cálcio na placa e processo inflamatório que a amolece · A ruptura expõe colágeno e outro material trombogênico: ativa plaquetas e cascata de coagulação; leva à trombose aguda, interrompe o fluxo sanguíneo coronariano, leva à isquemia do miocárdio · Consequência da isquemia aguda= síndrome coronariana aguda; depende do local, grau de obstrução; varia de angina instável até IAM com ou sem elevação ST; outras complicações: arritmia ventricular maligna, defeitos de condução, ICC, morte súbita 2. Espasmo arterial coronariano · Aumento transitório e focal do tônus vascular, obstrui intensamente o lúmen, diminui fluxo sanguíneo, leva à isquemia sintomática (angina variante) · A própria obstrução intensa pode deflagrar formação de trombo, provocando infarto ou arritmia fatal · Espasmo em artéria com ou sem ateroma · Sem ateroma: aumenta tônus da artéria coronariana basal · Com ateroma: ateroma leva à hipercontratilidade local (> produção de vasoconstritor e < sensibilidade à vasodilatador) · Uso de fármacos vasoconstritores (cocaína, nicotina) e tensão emocional 3. Disseção da artéria coronariana · Ruptura rara e atraumática da camada intima da artéria coronariana: criação de uma falsa luz arterial · Sangue que flui pela falsa luz dilata o pertuito, limita fluxo do sangue pela luz verdadeira, causa isquemia ou infarto · Pode ocorrer em artéria coronariana com e sem aterosclerose · Causas sem aterosclerose- gestantes, puérperas, displasia fibromuscular, outras doenças do tecido conjuntivo FATORES DE RISCO 1. Aumento do LDL 2. Aumento da lipo (a) 3. Diminuição HDL 4. DM tipo 2 5. Tabagismo 6. Obesidade 7. Sedentarismo 8. Aumento da apo B 9. Aumento da proteína C reativa 10. Dieta com alto teor de gorduras e calorias 11. Estresse · Tabagismo: fator preditivo forte de IAM em ♀︎ < 45ª · Aumento do risco: fatores genéticos, várias doenças sistêmicas (HAS, hipotireoidismo) e distúrbios metabólicos (hiperhomocisteneinemia) · Aumento da proteína C reativa: indica instabilidade e inflamação da placa, fator preditivo + forte de risco isqueiro que aumento de LDL · Podem ser fatores de risco: aumento de triglicérides e insulina (refletem resistência à insulina) TRATAMENTO 1. Medicamentosa 2. Intervenção coronariana percutânea 3. Fibrinolíticos para trombose aguda 4. Revascularização do miocárdio 1. Aterosclerose coronariana · Antiplaquetários (previne formação de coágulos), hipolipimiantes (estatinas) · Beta-bloqueadores- diminui FC e contratilidade (diminui sintomas): diminui demanda, diminui taxa de mortalidade pós-infarto · Bloqueadores canal de cálcio- não provou diminuição de mortalidade · Nitratos- dilata modestamente as artérias coronarianas, diminui RV, diminui trabalho cardíaco (alivia a angina), não diminui mortalidade · Inibidores da ECA, bloqueadores do receptor AII- mais eficaz em pacientes com disfunção do VE 2. Intervenções coronarianas percutâneas · ICP com balão: 5-8% tem fechamento súbito; 30-40% tem recidiva da estenose em 6meses, 1 em cada 3 precisam refazer ICP ou RM · ICP com stent metálico: diminui reincidência · Stent com fármacos anti-proliferativos (everolimo ou zotarolimo): reestenose <10% · Paciente sem infarto ou complicações significativas: pode voltar às atividades habituais mas evitar atividade extenuante por 6 m · Trombose intra-stent: > 1as 24-48h; pode ocorrer trombose tardia (> 30d ou ≧ 1a) · Metal nu: endotelização progressiva nos 1os meses e diminuição risco de trombose · Metal com fármaco: inibe endotelização e prolonga risco de trombose · Devem usar anti-plaquetários (AAS por tempo indefinido+ clopidogrel, prasugrel, ticagrelor por > 6-12m) · Anticoagulação com heparina ou similar durante o procedimento · Uso de novos anti-plaquetários antes do procedimento (inibidores GP IIb∕IIIa): não são usados rotineiramente em pacientes estáveis com implante eletiva de stent · Iniciar estatinas · Risco geral da ICP ~ RM · Taxa mortalidade <1%; < 1% dissecção intimal com obstrução- RM de emergência 3. Fibrinóliticos para trombose aguda · Se ICP primária não disponível imediatamente, para IMCST · Pioram resultado da angina instável ou IMSST · Ativadores do plaminogênio: TNK, rTPA, rPA, estreptoquinase, anistreplase, alteplase 4. Revascularização do miocárdio · Indicação: disfunção ventricular, diabéticos, lesão de DA, lesão de tronco, triarteriais, aneurisma de ventrículo, valvopatia associado etc · Em 1a, 85% dos enxertos ventosos estão patentes · Em 5a, 1∕3 está obstruído · Em 10a, 97% da mamária está aberta · RM é superior à ICP em DM e múltiplos enxertos · 25-30% tem disfunção cognitiva ou alterações comportamentais por causa da CEC · Entretanto, RM sem CEC não tem melhor prognóstico · Pós RM: AAS, � tabagismo, dar estatina · Pacientes com VE normal, sem IAM, sem fatores de risco: risco da cirurgia <5% IAM perioperatório, 1-2% AVC, ≦ 1% mortalidade PREVENÇÃO · Modificação dos fatores de risco de aterosclerose: 1. cessação do tabagismo 2. perda ponderal 3. dieta saudável 4. exercício regular 5. modificação dos níveis séricos de lípides 6. diminuir sal 7. controle HAS e DM · Anti-hipertensivos: baixo risco (<10%), medicação se PA> 140x90; > 10% ou doença coronariana, medicação se PA > 130x 80 · Indicação de estatinas: 1- Sinais e sintomas clínicos de DC 2- LDL ≧ 190 mg.dL 3- 40-75a com DM e LDL 70-189 4- Com risco de DC > 7,5% 5- HDL <40mg.dl, acrescentar ácido nicotínico ou fibrato (controverso)
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