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SUMÁRIO UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................... 2 UNIDADE 2 - OS ANTECEDENTES HISTÓRICOS: DO PLANEJAMENTO AO PROJETO ................................................................................................................... 4 UNIDADE 3 - PROJETOS: FUNDAMENTOS E ASPECTOS GERAIS ...................... 9 UNIDADE 4 - A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS: NA ESTRATÉGIA DA EMPRESA E DIANTE DAS NOVAS TI’S. ................................................................ 23 UNIDADE 5 - A EQUIPE DA GERÊNCIA DE PROJETOS ...................................... 27 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2 UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO Tomar decisões que envolvem despesas, custos, mudanças, inovações, enfim que envolvem o futuro de uma organização, levando-a ao sucesso ou ao fracasso é uma questão séria, configurando-se uma atribuição da maior relevância para o administrador, pois sua habilidade em decidir é que determina os caminhos da empresa. Essa atribuição reveste-se de maior ou menor complexidade, de acordo com o ambiente empresarial, que define as variáveis a serem consideradas no âmbito do processo decisório, entre as quais as condições de risco e incertezas presentes. Segundo Kotler (2002), atualmente, a capacidade de adaptação em um cenário de grandes transformações é uma necessidade básica nas organizações. As transformações no ambiente de negócios vêm ocorrendo a uma velocidade cada vez maior. O aumento na oferta de bens e serviços, a competição, a globalização e os adventos da tecnologia estão entre as mais relevantes. De acordo com Porter (1999), a competição, em particular, praticamente inexistente em alguns setores, hoje está presente em quase todos os ramos de negócios. Essa pequena introdução nos leva a partir desse momento a propor reflexões que os levem a perceberem a importância de conceber e gerir projetos, os quais proporcionam novos horizontes para a empresa. Para Rabechini Jr e Carvalho (2003) os projetos encerram novas estratégias e perspectivas para as organizações, que precisam dar respostas eficazes e rápidas aos problemas ambientais, especialmente, aqueles que se referem à competição e posicionamento de mercado. Estas respostas são um conjunto de ações ou atividades que refletem a competência da empresa em aproveitar oportunidades, incluindo, portanto, sua capacidade de agir rapidamente, respeitando as limitações de tempo, custo e especificações. Nesse sentido, cada vez mais os projetos tendem a crescer em importância e quanto mais alinhados estiverem às estratégias de negócios das empresas, certamente mais vantagens estas obterão na competição. Para percebermos o crescimento dessa importância, começaremos pelo óbvio, ou seja, faremos uma retrospectiva histórica mostrando os fatos que levaram ao surgimento dos projetos, a conceituação, os elementos e os detalhes do Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 3 ambiente de projetos, a importância dos projetos na estratégia da empresa e diante das novas tecnologias de informação, enfatizando a equipe da gerência de projetos, o perfil e as competências essenciais ao gerente, demais envolvidos e o relacionamento existente entre as áreas. Mais uma vez, salientamos que o conteúdo é extenso, existem muitos detalhes e não temos a pretensão de esgotar o assunto, portanto, ao final desta compilação dos temas que achamos mais pertinentes ao entendimento do gerenciamento de projetos, estão referências adicionais para sanar possíveis lacunas que ficaram e para o enriquecimento de todos. Desejamos a todos uma boa leitura! Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 4 UNIDADE 2 - OS ANTECEDENTES HISTÓRICOS: DO PLANEJAMENTO AO PROJETO De acordo com Torreão (2005), projetos vêm sendo realizados desde os primórdios da civilização. A construção das Pirâmides do Egito, depois de 2780 a.C., por exemplo, foi um grande projeto. Projetos têm sido planejados e executados pelas organizações para criar novos produtos/serviços e introduzir mudanças e inovações em seus processos. No entanto para que um projeto seja realizado de forma eficaz, é necessária a organização do trabalho demandado. Voltando no tempo, encontramos na última metade do século XIX, um crescente aumento na complexidade dos novos negócios em escala mundial que podemos considerar como o maior motivo que levou ao surgimento dos princípios da gerência de projetos, qual seja, a Revolução Industrial que alterou profundamente a estrutura econômica do mundo ocidental e teve como uma das suas principais consequências o desenvolvimento do capitalismo industrial. As relações de produção foram drasticamente modificadas e iniciou-se assim, uma cadeia de transformações, que tornou cada vez mais exigente a tarefa de gerir as novas organizações econômicas. Consequentemente, a partir daí surgiu uma grande necessidade de sistematizar e orientar a forma de gerir estas organizações. Os projetos, em grande escala do governo, eram o ímpeto para tomar as decisões importantes que se transformaram em decisões de gerenciamento. Segundo Torreão (2005), nos EUA, a primeira grande organização a praticar tais conceitos foi a Central Pacific Railroad, que começou suas atividades no início da década de 1870, com a construção da estrada de ferro transcontinental. De repente, os líderes do negócio se depararam com a perigosa tarefa de organizar as atividades de milhares de trabalhadores, a manufatura e a montagem de quantidades não previstas de matéria-prima. Nesse contexto, encontramos Frederick Taylor (1856-1915), que no início do século XX, iniciou seus estudos de forma detalhada sobre trabalho. Ele aplicou raciocínio científico para mostrar que o trabalho pode ser analisado e melhorado, focando em suas partes elementares. Ele aplicou sua teoria às atividades encontradas na indústria de aço (por exemplo, carregar areia, levantar areia). Antes Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 5 de Taylor, a única maneira de melhorar a produtividade era exigir dos trabalhadores mais horas de dedicação ao trabalho. Taylor ocupa um lugar importante na história da gerência de projetos e de acordo com a escritura em seu túmulo ele é “o pai do gerenciamento científico”. O sócio de Taylor, Henry Gantt (1861-1919), estudou detalhadamente a ordem de operações no trabalho. Seus estudos de gerenciamento focaram na construção de um navio durante a II Guerra Mundial. Gantt construiudiagramas com barras de tarefas e marcos, que esboçam a sequência e a duração de todas as tarefas em um processo. Os diagramas de Gantt provaram ser uma ferramenta analítica tão poderosa para gerentes que se mantiveram virtualmente inalterados por quase cem anos. Não foi realizada alteração até antes dos anos 90, onde linhas de ligação foram adicionadas às barras de tarefa que descrevem dependências mais precisas entre as tarefas. Taylor e Gantt, e outros estudiosos ajudaram a desenvolver o processo de gerência como uma função distinta de negócio que requer estudo e disciplina. Abaixo temos um modelo de diagrama de Gantt. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 6 De acordo com Codas (1987), durante a II Guerra Mundial a complexidade das operações militares exigiu o desenvolvimento de métodos de planejamento mais efetivos, já que as operações militares, além do seu grande porte, envolviam marinha, exército e aviação das forças armadas de pelo menos três países. Assim, surgiu a pesquisa operacional e, em decorrência, a análise de sistemas. Inicialmente, a análise de sistemas fazia parte da pesquisa operacional, porém, sua evolução levou à caracterização de uma nova disciplina denominada engenharia de sistemas, a qual teve grande aplicação no desenvolvimento dos progressos de computadores. Nas décadas seguintes à II Guerra Mundial, as estratégias de marketing, a psicologia industrial e as relações humanas começaram a ser partes integrantes do gerenciamento do negócio, da administração das empresas. Desta forma, a complexidade dos projetos demandou novas estruturas organizacionais. Complexos Diagramas de Rede, chamados de Gráficos de PERT (Program Evaluation and Review Technique) e o método de Caminho Crítico (Critical Path Method - CPM) foram introduzidos, oferecendo aos gerentes maior controle sobre os projetos. Rapidamente, essas técnicas foram difundidas entre gerentes que procuravam novas estratégias e ferramentas de gerenciamento, que permitissem o desenvolvimento de projetos em um mundo competitivo e de mudanças rápidas. Em pouco tempo, essas técnicas espalharam-se para todos os tipos de indústria. Logo, líderes de projeto procuraram novas estratégias e ferramentas para gerenciar seu crescimento e o dinamismo das mudanças em um mundo competitivo. As teorias gerais do sistema da ciência então começaram a ser aplicadas às interações do negócio. Segundo Torreão, os negócios começaram a ser vistos como um organismo humano, com esqueleto, sistema muscular, circulatório, nervoso e por aí em diante. Esta visão de organismo humano implica que para um negócio sobreviver e prosperar todas as suas partes funcionais precisam trabalhar juntas visando metas específicas ou projetos. No início dos anos 60, o gerenciamento de projetos foi formalizado como ciência. Os negócios e outras organizações começaram a enxergar o benefício do Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 7 trabalho organizado em torno dos projetos e a entender a necessidade crítica para comunicar e integrar o trabalho através de múltiplos departamentos e profissões. Cabe destacar que, segundo Codas (1987), o gerenciamento empírico, natural ou espontâneo, como se queira chamar, sempre existiu, apenas sem terminologia e tecnologia, características próprias e distintas das de outras disciplinas. Em 1969, no auge dos projetos espaciais da NASA, um grupo de cinco profissionais de gestão de projetos, da Philadelphia, Pensilvania, nos EUA, se reuniu para discutir as melhores práticas e Jim Snyder fundou o Project Management Institute - PMI (EUA). O PMI é a maior instituição internacional dedicada à disseminação do conhecimento e ao aprimoramento das atividades de gestão profissional de projetos atualmente. Há que ressaltar também que a evolução mais sensível do gerenciamento de projetos se deu nas suas áreas de aplicação, inicialmente muito ligadas ao desenvolvimento de projetos no campo da informática por um lado e por outro à construção e montagem de obras de grande porte. Evidentemente que, de acordo com Codas (1987), o conceito de gerência de projetos a empreendimentos físicos, aplicava-se, basicamente, aos componentes de engenharia de projetos, suprimentos e construção, no sentido de atingirem a especificação de qualidade e os limites de prazos. A literatura existente, em sua maioria, trata dos projetos deste ponto de vista e constituiu o que podemos chamar de linha clássica do gerenciamento. Nas décadas seguintes, o gerenciamento de projetos começou a tomar sua forma moderna. Enquanto vários modelos de negócio se desenvolveram neste período, todos eles compartilharam uma estrutura de suporte comum: projetos são liderados por um gerente de projetos, que põe pessoas juntas em um time e assegura a integração e comunicação de fluxos de trabalho através de diferentes departamentos. Hoje, de acordo com Torreão (2005), o gerenciamento de projetos vem se fortalecendo cada vez mais. As organizações sabem que precisam gerenciar projetos para obterem sucesso. O PMI estima que aproximadamente 25% do PIB Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 8 (Produto Interno Bruto) mundial são gastos em projetos e que cerca de 16,5 milhões de profissionais estão envolvidos diretamente com gerência de projetos no mundo. Este volume de projetos e as mudanças no cenário mundial, cada vez mais competitivo, geram a necessidade de resultados mais rápidos, com qualidade maior e custo menor. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 9 UNIDADE 3 - PROJETOS: FUNDAMENTOS E ASPECTOS GERAIS Segundo Kerzner (2006), nas mais diversas áreas, produtos, serviços e procedimentos são concebidos através de projetos. Isto pode ser percebido pelo aumento do número de empresas que estão adotando alguma metodologia de gerenciamento de projetos. De acordo com PMI (2000), o gerenciamento de projetos é a arte de coordenar atividades com o objetivo de atingir as expectativas dos indivíduos e das organizações diretamente envolvidos no projeto ou aqueles cujos interesses podem ser afetados de forma positiva ou negativa, no decorrer do projeto ou após sua conclusão. Assim, segundo Leite (2004), como a tecnologia e os negócios, a administração de projetos passa atualmente por uma profunda mudança de paradigma (modelo) – da abordagem rígida e mecanicista derivada da engenharia para abordagens dinâmicas e flexíveis que levam em consideração a necessidade de adaptabilidade às constantes mudanças nestes cenários, relembrando a contingencialidade tão em voga nos tempos atuais. O gerenciamentode projetos definido na norma ISO 10006 (1997) “inclui o planejamento, organização, supervisão e controle de todos os aspectos do projeto, em um processo contínuo, para alcançar seus objetivos”. Para o PMBOK (2000), gerenciamento de projetos significa: “aplicação do conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender ou superar as necessidades e expectativas que os interessados (stakeholders) possuem no projeto.” Neste sentido, atender ou superar as necessidades e expectativas das partes interessadas requer o equilíbrio das exigências impostas pelos seguintes itens: a) escopo, tempo, custo e qualidade; b) partes interessadas com necessidades e expectativas diferentes; c) exigências identificadas (necessidades) e exigências não identificadas (expectativas). Segundo PMBOK (2000), o processo de gerenciamento de projetos nas empresas requer aprimoramento de administração de nove áreas de conhecimento. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 10 Estas áreas se referem à integração dos diversos elementos-chave de um projeto, alguns essenciais outros facilitadores. No quadro abaixo temos um resumo das relações entre as áreas de conhecimento do gerenciamento e os processos do gerenciamento de projetos. Fonte: Sotille (2007, p. 7) Sobre o ciclo de vida dos projetos, Moraes (2008) esclarece que: As etapas iniciam-se e encerram-se dentro do ciclo de vida de um projeto, que em geral envolvem procedimentos técnicos de transferência. As entregas de uma etapa, geralmente são checadas, para garantir que Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 11 estejam efetivamente concluídas, antes que o trabalho seja iniciado na etapa subsequente. No entanto, não é incomum que uma etapa seja iniciada antes do término de outra, desde que os riscos envolvidos sejam considerados aceitáveis. Essa prática de sobreposição de etapas é denominada de paralelismo que se resume em uma técnica de compressão do cronograma. Assim, como os projetos, seus ciclos de vida são únicos e singulares, mesmo que em muitas organizações é comum a padronização do número de etapas. Estas possuem temporalidades diferentes em cada projeto. Os ciclos de vida do projeto geralmente definem: 1. Que trabalho técnico deve ser realizado em cada etapa (por exemplo, em qual etapa deve ser realizado o trabalho do arquiteto?); 2. Quando as entregas devem ser geradas em cada etapa e como cada entrega é revisada, verificada e validada; 3. Quem está envolvido em cada etapa (por exemplo, a engenharia simultânea exige que os implementadores estejam envolvidos com os requisitos e o projeto). 4. Como controlar e aprovar cada etapa. As descrições do ciclo de vida do projeto podem ser muito genéricas ou muito detalhadas. Descrições altamente detalhadas dos ciclos de vida podem incluir formulários, gráficos e listas de verificação para oferecer estrutura e controle. A maioria dos ciclos de vida do projeto compartilha diversas características comuns: 1. As fases geralmente são sequenciais e normalmente são definidas por algum formulário de transferência de informações técnicas ou de entrega de componentes técnicos. 2. Os níveis de custos e de pessoal são baixos no início, atingem o valor máximo durante as fases intermediárias e caem rapidamente conforme o projeto é finalizado. 3. O nível de incertezas é o mais alto e, portanto, o risco de não atingir os objetivos é o maior no início do projeto. A certeza de término, geralmente, torna –se cada vez maior, conforme o projeto continua. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 12 4. A capacidade das partes interessadas de influenciarem as características finais do produto do projeto e o custo final do projeto é mais alta no início e, torna-se cada vez menor, conforme o projeto continua. Algumas organizações aprovam a execução de um projeto somente após o término de um estudo de viabilidade, um plano preliminar ou algumas outras formas equivalentes de análise, que caracteriza um projeto separado, mesmo que essas ações determinem a aprovação do projeto que iniciou os estudos preliminares. Enfim, segundo Moraes (2008), uma gestão eficaz do ciclo de vida de um projeto é fator determinante para o sucesso do mesmo, visto que as organizações, em sua maioria, necessitam de resultados rápidos e objetivos. O tempo necessário para a execução e conclusão de um projeto compõe um dos principais pilares que determinam o seu sucesso. Por estas razões que o gerente de projetos deve ser cuidadoso ao planejar o ciclo de vida de um projeto. O PMBoK (2000) em seu capítulo dedicado ao gerenciamento dos recursos humanos, propõe processos necessários para fazer o uso mais efetivo das pessoas envolvidas com o projeto. Assim, o desenvolvimento das competências relacionadas ao projeto se faz importante, e, administrá-las se torna essencial para seu sucesso. Assim, quando as pessoas formam um time (equipe) elas acabam representando o centro deste sucesso no caso do gerenciamento de projetos. Segundo Verma (1995) citado por Rabechini Jr e carvalho (2003), há que se enfatizar também a existência de diferenças nítidas entre grupos de indivíduos e equipes de projetos, considerando-se o dinamismo, seus papéis, nível de comprometimento, autoridade e relação entre os membros. Sobre as atividades realizadas dentro de uma organização, podemos dizer que são divididas basicamente em dois grandes grupos. O primeiro grupo é composto pelas ações contínuas e repetitivas realizadas no dia-a-dia das empresas. O segundo é composto pelas atividades que visam colocar em prática novas ideias, sejam elas de novos produtos, serviços ou procedimentos. Essas iniciativas podem ser denominadas de projetos. Segundo PMI (2000), os serviços contínuos e os projetos têm algumas características em comum, quais sejam: • são executados por pessoas; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 13 • são restringidos por recursos limitados; • são planejados, executados e controlados. Segundo o PMBOK (PMI, 2000, p. 4) “um projeto é um esforço temporário para a obtenção de um objetivo particular e sobre o qual a gerência de projetos pode ser aplicada, independente de seu tamanho, orçamento ou cronograma de execução”. De acordo com Leite (2004), observam-se algumas características intrínsecas de projetos nesta afirmação, quais sejam: pessoas, custos, prazos e objetivos. Além destes, há ainda outros aspectos importantes relativos a novos empreendimentos, como qualidade e riscos. De acordocom PMI (2000), as principais características que distinguem um projeto de uma atividade contínua é que ele deve ser uma atividade temporária e única. Assim pode ser definido em termos de suas características distintas – um projeto é um empreendimento temporário com o objetivo de criar um produto ou serviço único. O caráter temporário se justifica, pois cada projeto deve ter um início e um fim bem definidos. Já o caráter único significa que o novo produto, serviço ou procedimento é, de alguma forma, diferente de todos os outros produtos, serviços ou procedimentos já existentes na organização. Projetos são desenvolvidos em todos os níveis de uma organização e podem envolver uma única pessoa ou muitas delas. Podem requerer poucas horas de trabalho ou até vários meses ou anos para se completarem. Os projetos podem envolver uma unidade isolada da organização ou atravessar as fronteiras organizacionais, como ocorre com os consórcios e as parcerias. Os projetos são frequentemente componentes críticos da estratégia de negócios de uma organização. Exemplos de projetos são: • Desenvolvimento de um novo produto ou serviço; • Implementação de um novo processo ou procedimento organizacional; • Implementação de uma mudança organizacional no nível de estrutura, pessoas ou estilo gerencial; • Desenvolvimento ou aquisição de um sistema de informação novo ou modificado; • construção de um prédio ou instalações. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 14 Falaremos um pouco sobre o caráter único e temporário que são características básicas muito importantes dos projetos. Como uma atividade considerada temporária, um projeto chega ao fim quando pelo menos uma das alternativas a seguir for verdadeira, ou seja, quando: • Seus objetivos foram alcançados; • Torna-se claro que os objetivos não serão ou não poderão mais ser atingidos; • A necessidade que originou o projeto não existe mais. Para Leite (2004), o fato de ser temporário não significa que a duração de um projeto deve ser curta. Um projeto pode ser concluído em um conjunto de horas, pode durar meses ou mesmo anos. Em todos os casos, a duração do projeto é sempre finita, ou seja, ele terminará em algum momento. Além disto, o termo temporário, geralmente, não se aplica ao produto, serviço ou procedimento criado pelo projeto. Em sua maioria, os resultados dos projetos são duradouros. Como exemplos, podemos comparar dois projetos: um para construir um monumento nacional e outro para a criação de um software. O primeiro deve gerar um resultado que durará séculos, ao contrário do segundo, que pode gerar um resultado com um tempo de vida útil relativamente curto. Segundo PMI (2000), um projeto é fundamentalmente diferente porque ele, por alguma razão, sempre é finalizado, enquanto que as operações continuadas, quando atingem seus objetivos criam um novo grupo de objetivos e o trabalho continua. Em relação ao caráter único, de acordo com PMI (2000), os projetos envolvem o desenvolvimento de algo que não foi feito antes. Seu resultado pode ser único, mesmo considerando-se que já tenha sido desenvolvida uma infinidade de produtos/serviços/procedimentos em sua categoria. Por exemplo, muitos softwares para gerenciamento operacional de organizações, os ERP (Enterprise Resource Planning), já foram desenvolvidos, mas cada um é único – com equipes de desenvolvimento diferentes, projeto próprio, características específicas, etc. De acordo com Leite (2004), a presença de fatores repetitivos não muda a característica intrínseca de unicidade do esforço global. Por exemplo, um projeto para desenvolver um novo software pode requerer uma série de versões antes do lançamento da versão comercial. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 15 Outra questão é a característica progressiva de um projeto que segundo PMI (2000), devem ser desenvolvidos em etapas, ou seja, de forma incremental. As características dos resultados a serem obtidos com um projeto devem ser definidas no início do projeto. No entanto, muitas vezes estas características só se tornarão claras para a equipe de trabalho no decorrer do projeto, quando é possível adquirir uma melhor e mais completa percepção dos resultados almejados. Segundo Leite (2004), a definição do escopo do projeto é, se não a mais importante, uma atividade fundamental para o sucesso de um projeto. O escopo, quando adequadamente definido, determina todo o trabalho a ser realizado no projeto e deve permanecer constante, ainda que as características do resultado estejam sendo elaboradas progressivamente. Voltando às características de um projeto, sobre sua unicidade, podemos dizer que ela confere um determinado grau de incerteza e por isso geralmente os projetos são divididos em fases para facilitar seu gerenciamento. O conjunto de fases de um projeto é conhecido como ciclo de vida do projeto. Basicamente, o ciclo de vida do projeto serve para definir seu início e seu fim e, ainda, para ligar o projeto aos processos operacionais contínuos da organização. Cada uma das fases de um projeto normalmente inclui um ou mais resultados definidos para estabelecer um controle gerencial adequado, e comumente todas têm nomes relacionados aos seus objetivos, tais como: levantamento de necessidades, especificação de requisitos, implementação, documentação, entre outras. Uma nova fase normalmente é iniciada depois da aprovação dos resultados da fase anterior. No entanto, se os riscos forem considerados aceitáveis, a nova fase pode ter seu início antecipado, e isto é usualmente chamado de fast-tracking. Leite (2004) completa dizendo que o ciclo de vida de um projeto geralmente define os trabalhos técnicos e as pessoas envolvidas em cada uma de suas fases. Estas definições podem ser genéricas ou bastante detalhadas e, no caso destas últimas, são chamadas de metodologia de gerência de projeto. Não podemos esquecer que a estrutura e a cultura organizacional são dois aspectos que influenciam no andamento dos projetos. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 16 Segundo Patah e Carvalho (2002), a estrutura organizacional define como as pessoas e o poder são alocados dentro das organizações, e isso influencia diretamente a equipe que executará os projetos definidos. Para Kerzner (2006), durante os últimos trinta anos algumas mudanças vêm ocorrendo na introdução de novas estruturas organizacionais. Os executivos perceberam que as organizações devem ser mais dinâmicas, ou seja, devem ser capazes de se reestruturar rapidamente seguindo as necessidades do mercado. Como alternativa à rigidez da estrutura organizacional tradicional, ou funcional, surgiram as estruturas projetizada e matricial. Meredith (1999 apud PATAH e CARVALHO, 2002) diz que a estrutura projetizada vem apresentando um rápido crescimento nas últimas décadas e que muitas são as razões para a popularização deste tipo de estrutura organizacional.Dentre elas estão: • para a obtenção de sucesso, são exigências a velocidade de resposta e a orientação para o mercado; • o desenvolvimento de novos produtos, serviços ou procedimentos requer informações de diferentes áreas do conhecimento; • a rápida expansão de novidades tecnológicas presentes em praticamente todas as áreas das empresas; • uma grande parte da alta administração das organizações não se sente muito confiante na compreensão e coordenação das atividades que ocorrem dentro das mesmas. Quando os projetos são desenvolvidos em uma organização com estrutura funcional, os gerentes funcionais mantêm controle absoluto sobre eles, estabelecendo seu próprio orçamento, com a aprovação dos superiores. Segundo Kerzner (2006), a maior parte dos projetos com este tipo de gerência é completada dentro do prazo e do custo previstos, uma vez que o gerente funcional tem facilidade para a obtenção de mão-de-obra. A seguir, temos representado na figura 1, um exemplo de estrutura funcional. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 17 Figura 1 - Exemplo de estrutura funcional As vantagens e desvantagens deste tipo de estrutura para o desenvolvimento de projetos estão apresentadas na tabela abaixo. VANTAGENS DESVANTAGENS Existe grande flexibilidade no uso dos recursos humanos necessários ao projeto. Especialistas em determinado assunto podem ser utilizados em diferentes projetos. Especialistas de um mesmo departamento podem ser reunidos para compartilhar conhecimentos e experiências. O departamento funcional é a base para a continuidade do conhecimento tecnológico, quando um indivíduo deixa o projeto ou mesmo a empresa. O departamento funcional proporciona um caminho natural para o crescimento dos indivíduos cuja especialidade está na área funcional. O cliente não é o fico das atividades do departamento que gerencia o projeto. O departamento funcional tende a ser orientado às suas atividades particulares. A responsabilidade total do projeto não é delegada a nenhum funcionário específicos. As respostas às necessidades dos clientes são lentas. Existe uma tendência a subestimar o projeto. A motivação das pessoas alocadas no gerenciamento do projeto tende a ser pequena em relação ao mesmo. Este tipo de estrutura organizacional não facilita uma abordagem holística em relação ao projeto. Fonte: Meredith e Kerzner (2006). Com o aumento da complexidade das organizações, os gerentes descobriam que as atividades de projeto não estavam sendo integradas de maneira efetiva. Com isso, começaram a procurar novas estruturas organizacionais que permitissem uma maior integração e uma solução mais efetiva dos problemas, surgindo então a estrutura projetizada. Segundo Kerzner (2006), a maior vantagem da estrutura projetizada é que um único indivíduo, o gerente de projetos, mantém a autoridade completa sobre todo o projeto. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 18 A figura 2 apresenta um exemplo de estrutura projetizada. Na tabela abaixo encontramos os pontos fortes e fracos da estrutura projetizada: VANTAGENS DESVANTAGENS O gerente de projeto tem total autoridade sobre o projeto. Todos os membros do projeto se encontram sob a responsabilidade do gerente do projeto. As comunicações são facilitadas em comparação à estrutura funcional. Os membros da equipe de projeto possuem uma forte identidade própria e tendem a desenvolver um alto nível de comprometimento com o projeto. A possibilidade de se tomar decisões rápidas é maior. Existe uma unidade de comando dentro do projeto. Estruturas projetizadas são estruturalmente simples e flexíveis, e relativamente fáceis de se compreender e implementar. A estrutura organizacional tende a permitir uma abordagem holística ao projeto. Quando a organização tem vários projetos, é comum que vários novos grupos sejam criados, e isto pode ocasionar duplicidade de trabalho. Existe a tendência de alocar as pessoas com conhecimentos específicos sobre determinados assuntos quando elas estão disponíveis e não quando elas são necessárias para o projeto. Para projetos de alta tecnologia, o fato dos especialistas “pertencerem” aos setores funcionais é um grande problema para o gerente de projetos, pois ele precisa do trabalho destes especialistas constantemente. Estruturas projetizadas tendem a apresentar uma certa inconsistência na maneira pela qual as políticas e procedimentos internos da empresa são cumpridos. Existe uma considerável incerteza sobre o que irá ocorrer com os membros da equipe do projeto quando o mesmo terminar. Fonte: Meredith e Kerzner (2006). De acordo com Patah e Carvalho (2002), a estrutura matricial combina as características das estruturas funcional e projetizada. Em paralelo à estrutura funcional são criados grupos de projeto. Os grupos de projeto utilizam as mesmas pessoas que pertencem aos setores funcionais. Estes passam a ter dois tipos de trabalho – um relativo ao seu setor funcional e outro relativo ao projeto do qual estão participando – e dois “chefes” diferentes – o gerente funcional e o gerente do projeto. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 19 A figura 3 apresenta um modelo de estrutura matricial. Figura 3 – Modelo de Estrutura matricial Na tabela abaixo encontramos as vantagens e desvantagens da estrutura matricial. VANTAGENS DESVANTAGENS Existe um responsável geral pelo projeto: o gerente do projeto. Pelo fato do projeto estar distribuído ao longo das divisões da empresa, ele pode utilizar toda a capacidade técnica da mesma. Existe uma ansiedade menor sobre o que irá ocorrer com as pessoas envolvidas com o projeto ao fim do mesmo. As respostas às necessidades dos clientes são rápidas. A estrutura matricial é flexível. O projeto possui representantes das unidades administrativas da empresa. Como normalmente há vários projetos simultâneos nas empresas, a estrutura matricial permite uma maior otimização do uso dos recursos da empresa. Podem existir dúvidas quanto à responsabilidade pela tomada de decisão dentro do projeto, e isto pode atrasar a realização do mesmo. Os diferentes gerentes de projeto podem “competir” pelos recursos técnicos disponíveis na empresa, fazendo com que o uso dos mesmos deixe de ser realizado da melhor maneira possível. Em estruturas matriciais, o problema do atraso na conclusão do projeto é tão grave quanto na estrutura projetizada. É necessário que o gerente de projetos possua uma habilidade especial em negociar recursos com os gerentes funcionais. A estrutura matricial viola o princípio de gerenciamento da unidade de comando: os funcionários da empresa possuem dois chefes, o gerente do projeto e o gerente funcional. Fonte: Meredith e Kerzner (2006). Creio que deixamos bem clara a participação da estrutura organizacional e suas influências em relação aos projetos. Agora,vamos discutir a importância da cultura organizacional que influência nos mesmos moldes. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 20 Segundo Leite (2004), o termo cultura organizacional apresenta uma infinidade de definições e tem suas bases na antropologia e na sociologia, que foram depois estendidas para outras áreas de interesse, como a psicologia e a administração. Para Valentim e Cervantes (2003) a maior parte das organizações desenvolve sua própria cultura, sendo ela refletida em seus valores, normas, crenças e expectativas, em suas políticas e procedimentos, em sua visão das relações de autoridade e em diversos outros fatores, ou seja, cada organização tem uma visão e uma forma de agir convencionada entre os indivíduos que a compõem. A cultura organizacional é influenciada diretamente pelos indivíduos, mas, por outro lado, a própria organização influi na forma que cada indivíduo atua no seu cotidiano, e, desse modo, a cultura organizacional perpassa toda a organização, sendo sua essência a relação entre as pessoas, tanto no ambiente interno como no ambiente externo à organização. É inegável a influência da cultura organizacional na gerência de projetos. No entanto, mais ainda deve ser considerada sua influência em projetos que visam transformar o foco da organização para os clientes em detrimento da abordagem tradicional de produtos e serviços. O que queremos é ressaltar a concepção de que também a cultura organizacional pode ser afetada pela introdução de novos conceitos como o de projetos e de CRM. Os resultados a serem alcançados por um ou mais projetos podem não ser um produto ou serviço, e sim um conjunto de iniciativas para a criação de uma nova consciência que pode alterar de fato a cultura organizacional relativa ao papel do cliente para a sobrevivência das organizações. Kerzner (2006) diz que não existe um modelo único de estrutura e cultura organizacional correta para projetos, pois a estrutura deve estar adequada ao tipo de projeto a ser gerenciado. O PMBOK especifica que a estrutura organizacional do projeto deve ser estabelecida de acordo com a política da organização empreendedora e as condições particulares do projeto. A norma diz também que as experiências de projetos anteriores, relativas à estrutura, devem ser utilizadas sempre que estiverem disponíveis. Além disso, enfatiza que o gerente de projeto deve garantir que a estrutura organizacional seja apropriada ao objetivo do projeto, ao tamanho da Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 21 equipe, às condições locais e à divisão de autoridade e responsabilidade na organização empreendedora. Patah e Carvalho (2002) apresentam os resultados de uma pesquisa sobre os critérios que direcionam a escolha da melhor estrutura organizacional para o gerenciamento de projetos. Dentre as causas apontadas como determinantes dos problemas nos projetos nas empresas analisadas estão: • Grande dependência de terceiros; • Falta de recursos humanos; • Falta de comprometimento das pessoas envolvidas; • Falta de agilidade e pró-atividade; • Dimensionamento errado do grupo de projeto; • Falta de experiência dos integrantes do projeto; • Falta de apoio dos níveis hierárquicos superiores; • Falta de clareza na definição dos contratos com fornecedores e subfornecedores; • Problemas de logística; • Prazo insuficiente para a implantação do projeto; • Falta de planejamento adequado; • Insuficiência da capacitação dos gerentes de projeto. Esses fatores observados foram a comprovação do que dizem Kerzner (2006) e Meredith (1999) em seus trabalhos. Também, segundo Leite (2004), como resultado deste trabalho, os autores ressaltam que houve a comprovação que a maioria das empresas analisadas reconhece a importância do efetivo gerenciamento de projetos em seus negócios e suas altas gerências apóiam o gerenciamento de projetos, apesar da cultura de gerenciamento de projetos estar ainda em processo de difusão. E, ainda mais importante, ressaltam que a maior parte das empresas analisadas não utiliza uma metodologia formal para o planejamento e execução dos projetos. Existe, atualmente, de Acordo com Menezes (2001) e Valeriano (1998) apud Leite (2004), uma grande preocupação com a análise da influência da cultura organizacional na gestão das empresas. Este assunto no PMBOK é tratado de forma bastante superficial. De qualquer forma, tanto a forma como as organizações estão Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 22 estruturadas quanto sua cultura têm influência nas atividades relativas ao gerenciamento de projetos de qualquer natureza. Em relação à estrutura, a tendência é que, segundo Kerzner (2006), com o amadurecimento do tema gerenciamento de projetos dentro das organizações, esta se aproxime da estrutura projetizada, principalmente para as empresas que desenvolvem projetos mais complexos. Para que projetos sejam executados com sucesso é imprescindível uma gestão coerente da gerência ou da equipe de gerenciamento. Além disso, o uso de uma metodologia adequada de gerência de projetos pode ser um diferencial neste processo. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 23 UNIDADE 4 - A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS: NA ESTRATÉGIA DA EMPRESA E DIANTE DAS NOVAS TI’S. Apesar de ser uma disciplina que inclui a maior parte dos conhecimentos necessários ao seu desenvolvimento, a gerência de projetos tem alguns relacionamentos com a administração geral, como nas áreas de comportamento organizacional, previsão financeira e técnicas de planejamento. Outra característica da área de gerência de projetos é que ela pode ser dividida em áreas de aplicação específicas, ou seja, em categorias de projetos que têm elementos comuns, mas que podem não estar presentes em todos os projetos indistintamente. Neste trabalho, considera-se que uma de suas contribuições está fundamentada no princípio de que são necessários trabalhos que definam os pressupostos para a aplicação da metodologia difundida pelo PMI às mais diversas áreas, inclusive para projetos de implantação de CRM. Tentaremos falar da aplicação da gestão de projetos na estratégia das empresas e no desenvolvimento das TI’s para alguns segmentos como média e pequenas empresas e pincelar para as grandes corporações. De acordo com PMI (2000) e Singer (2003), um projeto pode, tanto fazer parte de um conjunto maior de projetos quanto ser subdividido em partes menores. Um conjunto de projetos gerenciados de uma forma coordenada pode ser denominado de “programa”. Um programa é geralmente definido em função da vantagem e ganhos obtidos com asubdivisão em projetos menores mantendo a gerência unificada. Por outro lado, um projeto pode ser dividido em componentes mais gerenciáveis, os denominados “subprojetos”. Comumente, subprojetos são considerados muito mais um serviço do que um produto; são referenciados como se fossem projetos e gerenciados como tais. Em algumas áreas, a gerência de projetos e a gerência de programas são tratadas como sinônimos ou com seus papéis invertidos. Em função desta diversidade de significados, é imperativo que estes conceitos fiquem claros em qualquer discussão relativa ao tema. Neste trabalho, considera-se a definição mais aceita, ou seja, a gerência de projetos como um subconjunto da gerência de programas. Justificar os investimentos em Gestão de Projetos nas organizações tem sido cada vez mais difícil, especialmente na área de Tecnologia de Informação (TI). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 24 Historicamente, os investimentos nessa área são considerados apenas como despesas e os resultados apenas agilização de processos. Uma forma pela qual a TI pode mostrar seu valor para os negócios passa pelo alinhamento de suas iniciativas às estratégias das organizações, o que pode ser obtido pela estruturação dos processos de gestão de projetos, que deveriam mostrar indicadores mais relacionados aos negócios do que simplesmente à operação de sistemas. Uma pesquisa do Meta Group (2002 apud Beer, 2003) indica que “poucas empresas são bem sucedidas na seleção de um portfólio de projetos que esteja alinhado com a estratégia de negócios” e, ainda pior: a seleção dos projetos é feita mais politicamente, em que os departamentos mais influentes obtém os maiores orçamentos para seus projetos preferidos, geralmente às custas de ideias mais alinhadas estrategicamente, mas com defensores menos poderosos. Segundo Crawford e Pennypacker (2002 apud Beer, 2003): duas boas práticas de gestão de projetos que podem ajudar aos CIOs1 a priorizarem seus investimentos e melhorar seu retorno sobre investimentos: implementar um departamento estratégico de gestão de projetos (SPO - Strategic Project Office) e um processo de gestão de portfólio de projetos (PPM - Project Portfolio Management). Essas ações visam concentrar os esforços apenas nos projetos (de T.I. e demais) que se mostrem em acordo com a estratégia corporativa e descontinuar os demais, que não se adéquam. Segundo o Meta, a EPM tornar-se-ia o principal mecanismo para coordenação dos investimentos corporativos, desde o e-business e iniciativas de CRM – Customer Relationship Management até a renovação de sistemas legados[6]. A dificuldade do convencimento dos gestores sobre os benefícios da Gestão de Projetos é a mesma da maioria das mudanças organizacionais que se tenta implementar, seja para buscar alguma melhoria em produtividade (mudanças estruturais), mudanças em processos (redução de custos ou adequação a novas linhas de produtos, por exemplo) ou mesmo mudanças culturais (alteração na forma 1 Executivo encarregado de processar toda informação da empresa. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 25 como as pessoas avaliam atitudes, como a introdução de uma política organizacional de ética na condução dos negócios). Novamente observamos que aspectos como a cultura organizacional, receios e valores das pessoas oferecem resistências que normalmente só se consegue vencer quando se consegue mostrar a necessidade da mudança (a empresa ou departamento precisa da mudança para ser melhor avaliada - pelo mercado ou pela alta administração) e quando as ações pelas quais as mudanças foram implementadas são inseridas nas rotinas da organização. Por exemplo, de acordo com Beer (2003), um estudo conduzido em 2002 pelo CBP - Center for Business Practices, descobriu que 90% dos 40 executivos pesquisados alegaram que sua maior motivação para melhorar as capacidades gerais de gestão de projetos em suas organizações é aumentar significativamente a conclusão de projetos nos prazos e nos custos [previstos]. Uma pesquisa com executivos sêniores de gestão de projetos, conduzida pelo CBP em 2001, descobriu que estabelecer a gestão de projetos numa organização gera um ROI – retorno de investimento médio de 28%. Os gráficos dos resultados dessa pesquisa também mostram que 40% dos CIOs entrevistados alegaram que melhorar resultados dos projetos quanto a prazo e orçamentos é o principal objetivo e 20% disseram ser 'melhorar os resultados finais' econômico-financeiros. Algumas empresas empreendem esforços para o desenvolvimento de uma ferramenta informatizada própria, e isso é possível, pois após a elaboração de uma estratégia para o gerenciamento do projeto, pode-se iniciar a criação de um sistema informatizado para registro das etapas, atribuir autoridades e pessoal necessário, divulgação de atividades, controles e etc. Entretanto, deve-se entender que a organização dependerá de um bom analista de sistemas para seguir o desenvolvimento de um sistema de acordo com as práticas de mercado necessárias para atingir o objetivo. Nessa linha de pensamento, é essencial que esse analista possua experiência com gestão de projeto. A complexidade exige da organização conhecimentos com base em experiências para garantir algumas vantagens competitivas. Esse conhecimento deve ser construído pela função individual e das equipes envolvidas para a gestão de projetos, pois em torno da função as pessoas Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 26 organizam suas carreiras, adquirindo mais conhecimentos, experiências e especialização. Porém, se a demanda de informações e outras rotinas destinadas ao projeto não forem complexas é possível trabalhar sem o apoio de um sistema informatizado. Deve-se entender que os fatos e dados fornecem a base para a boa gestão de projeto. O mercado oferece inúmeros softwares para o gerenciamento de projetos, e a Internet possui alguns produtos disponíveis para avaliação, aquisição e outros gratuitos. Mas, não segue aqui nenhuma menção como indicação, mesmo porque a dinâmica imprimida pelas mudanças é muito veloz, portanto, qualquer demonstração de preferência pode tornar-se obsoleta em pouco tempo. A organização pode optar por um software mais simples ou avançado, dependendo da complexidade e rotinas de seu projeto ou projetos, mas deve-se considerar que algumas mudanças serão necessárias para adaptar-se ao software adquirido. A Internet pode ser considerada uma ferramenta de apoio à gestão de projetos, pois por meio do material disponibilizado on line as equipes serão bem informadas, as rotinas e seus prazos serão controladas em tempo real e mesmo o sistema informatizado para gerenciamento dos projetos estará disponível para os interessados. Isso proporcionará acesso às informações sem a interdependência de local e instalações físicas da organização. No entanto,deve-se entender que qualquer sistema informatizado proporcionará velocidade às informações e registros de fatos essenciais para as decisões, mas não é garantia de sucesso, mesmo porque o sistema depende de alimentação e de atualização constante. Disso dependerão decisões importantes, bem como um acompanhamento por meio de dados fidedignos. Com isso, constata- se que a parte mais importante é as pessoas, sendo que a alimentação do sistema dependerá de profissionais qualificados e destinados para tais tarefas. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 27 UNIDADE 5 - A EQUIPE DA GERÊNCIA DE PROJETOS Uma informação fundamental para o Gerenciamento de Projetos é a definição exata do termo “Projeto”. Muitas atividades que desempenhamos em nossas carreiras fazem parte de projetos, mas outras não podem ser tratadas com o mesmo enfoque. Parece que estamos sendo repetitivos, mas nunca é demais lembrar que a principal característica de um projeto é sua limitação no tempo: todo projeto tem um início e um fim. Não existe projeto com duração indeterminada ou que dure para sempre. Alguns são definidos a partir de uma data inicial, outros são guiados por uma data final, mas sempre uma dessas informações estará claramente definida. Um projeto sempre tem objetivos claramente definidos e tangíveis. Esses objetivos podem incluir a construção de um prédio, o desenvolvimento de um sistema de computador, a realização de um evento. O projeto somente estará concluído quando seu produto ou serviço for produzido. Um projeto também envolve um conjunto determinado de recursos humanos, financeiros e materiais que devem ser otimizados para atingir os objetivos dentro do prazo estipulado. Essa é a essência da Gerência de Projetos. Assim, uma definição para projeto seria: “A utilização coordenada de recursos humanos, financeiros e materiais dentro de um período limitado de tempo para alcançar objetivos tangíveis e únicos”. Tão importante quanto definir o que é um projeto, é saber o que não é um projeto: atividades rotineiras e de ciclo contínuo não podem ser encaradas como um projeto. De acordo com Leite (2004), quanto à equipe de projetos, na realidade são os indivíduos e as organizações diretamente envolvidos no projeto ou aqueles cujos interesses podem ser afetados de forma positiva ou negativa no decorrer do projeto ou após sua conclusão. Uma tarefa da equipe de gerência do projeto é gerenciar as expectativas de todas estas partes para garantir o sucesso do projeto. Em quase todo projeto existem algumas partes envolvidas comuns, quais sejam: • Gerente de projeto: o indivíduo responsável; • Cliente: as entidades que farão uso do que for resultado do projeto; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 28 • Executores: todos os que estão diretamente envolvidos na execução do projeto; • Patrocinador: aquele que provê financeiramente o projeto. De acordo com Leite (2004), de forma indireta existem outros agentes envolvidos em um projeto, e seus papéis e responsabilidades devem ser claramente definidos, de forma a melhor gerenciar suas expectativas. O problema de gerenciamento de expectativas em um projeto pode ser uma tarefa complexa. Os envolvidos podem ter objetivos diferentes e isto leva quase inevitavelmente a conflitos. Encontrar soluções para as eventuais divergências deve ser um dos maiores desafios dos gerentes de projeto. Para entendermos melhor o que é e o que não é um projeto, vamos exemplificar com as seguintes situações: a implantação de uma linha de produção e a produção diária dessa linha. Na implantação de uma linha de produção, o objetivo é instalar uma nova linha de produção. Ao final das atividades, teremos um resultado inédito, mesmo que já tenhamos outras linhas de produção. Terá sua duração concluída, após a produção piloto, e os recursos são alocados e liberados e podem ser compartilhados ou mesmo usados parcialmente (este é um projeto). Já na produção diária, os objetivos são produzir um certo número de unidades de um produto a cada dia. Não tem duração definida e os recursos são alocados de acordo com regras de demanda de mercado, de forma contínua (este não é um projeto). Focando agora a equipe da gerência de projetos, temos observado atualmente que algumas empresas vêm desenvolvendo planos de carreira para o gerente de projetos e muitas outras tomam a mesma atitude, uma vez que está entendido o grau de importância desse profissional para a evolução constante dos produtos e serviços da organização. A primeira exigência para o cargo é a competência técnica, ou seja, o gerente de projeto deve conhecer profundamente os produtos e o segmento da empresa. Para não perder a confiança da equipe, esse profissional deve dominar a tecnologia que está gerenciando. A realidade é que para esse profissional é exigida Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 29 qualificações em gestão de projeto e gestão de negócios, também. Esse preparo é exigido do gestor de projeto, bem como para todas as linhas de gerências. Dominar o desenvolvimento empresarial, negociação, comunicação, motivação de equipe, recrutamento de pessoal e clientes, finanças e negociação, faz parte do perfil do profissional para a gerência de projetos. A dimensão do projeto exige muitas habilidades e os melhores gerentes de projetos possuem tais predicativos. Ótima comunicação e organização do trabalho são condições básicas iniciais e exigidas para a função. De acordo com Rodrigues (2008), é fato que a profissão de gestor de projeto se populariza rapidamente. Observa-se o volume de vagas na Internet, disponibilizados por meio dos diversos sites de anúncios de empregos, seleção e recrutamento de profissionais. Não obstante, existem numerosos cursos ofertados por instituições de ensino de todos os níveis, destacando-se algumas voltadas para a capacitação executiva. Embora, os melhores cursos estejam concentrados na região sudeste, entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de janeiro, o sucesso desses cursos está promovendo alguns movimentos itinerantes para outras capitais. Algumas empresas possuem essa disciplina disponível em suas Intranets. Os cursos in Company são comuns para capacitação ou aprimoramento de seus profissionais. A questão é que a demanda é grande, em todas as direções, envolvendo as necessidades organizacionais, os profissionais da área e a oferta de cursos pelo mercado. Para o mesmo autor, entender a arte da gestão de projeto ocorre após o entendimento de sua validade e funcionalidade. As técnicas não são de fácil aplicação, mas, deve-se acreditar que sem elas é impossível obter êxito. Para definir, planejar e controlar um projeto deve-se conhecer e dominar um conjunto de disciplinas e ferramentas, aplicando-as por meio da ciência. A dedicação e a persistência são condições básicas para vencer os obstáculos criados pelo chefe, colegas ou clientes. Pautarsobre a disciplina e a arte da gestão de projeto é o caminho para um profissional de gerência de projeto e por meio da aplicação da técnica e suas ferramentas virão o sucesso almejado. Manter-se atualizado através de programas de treinamentos, sejam internos à empresa ou oferecidos por outras instituições é fundamental para se manter à frente Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 30 em um mercado competitivo. Filiar-se a uma boa instituição voltada para a área é importante para se inteirar de novas técnicas e experiências de outros profissionais, bem como buscar a certificação de um projeto que estiver gerenciando. Certamente, tais atitudes trarão muitos benefícios e reconhecimento para o profissional e sua carreira. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 31 FINALIZANDO Dois pontos se fazem muito importante quando nos reportamos aos projetos. O primeiro diz respeito aos processos de gerenciamento de projetos chamados “integradores”. Eles são bem definidos no PMBOK (2004) entre as páginas 77 e 100, as quais fizemos aqui uma síntese. Outro ponto que consideramos importante tratado logo a seguir, são respostas ou dicas para quando um projeto não estiver dando certo. A integração do projeto trata principalmente da integração efetiva dos processos entre os grupos de processos de gerenciamento de projetos necessários para realizar os objetivos do projeto dentro dos procedimentos definidos da organização. Os processos de gerenciamento de projetos integradores incluem: 1 Desenvolver o termo de abertura do projeto – desenvolvimento do termo de abertura do projeto que autoriza formalmente um projeto ou uma fase do projeto. 1.1.Entradas 1.1.1 Contrato (quando aplicável). 1.1.2 Declaração do trabalho do projeto. 1.1.3 Fatores ambientais da empresa. 1.1.4 Ativos de processos organizacionais. 1.2 Ferramentas e técnicas 1.2.1 Métodos de seleção de projetos. 1.2.2 Métodos de gerenciamento de projetos. 1.2.3 Sistema de informações do gerenciamento de projetos. 1.2.4 Opinião especializada. 1.3 Saída 1.3.1 Termo de abertura do projeto. 2 Desenvolver a declaração do escopo preliminar do projeto – desenvolvimento da declaração do escopo preliminar do projeto que fornece uma descrição de alto nível do escopo. 2.1 Entradas 2.1.1 Termo de abertura do projeto. 2.1.2 Declaração do trabalho do projeto. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 32 2.1.3 Fatores ambientais da empresa. 2.1.4 Ativos de processos organizacionais. 2.2 Ferramentas e técnicas 2.2.1 Metodologia de gerenciamento de projetos. 2.2.2 Sistema de informações do gerenciamento de projetos. 2.2.3 Opinião especializada. 2.3 Saídas 2.3.1 Declaração do escopo preliminar do projeto. 3 Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto – documentação das ações necessárias para definir, preparar, integrar e coordenar todos os planos auxiliares em um plano de gerenciamento do projeto. 3.1 Entradas 3.1.1 Declaração de escopo preliminar do projeto. 3.1.2 Processos de gerenciamento de projetos. 3.1.3 Fatores ambientais da empresa. 3.1.4 Ativos de processos organizacionais. 3.2 Ferramentas e técnicas 3.2.1 Metodologia de gerenciamento de projetos. 3.2.2 Sistema de informações do gerenciamento de projetos. 3.2.3 Opinião especializada. 3.3 Saídas 4 Orientar e gerenciar a execução do projeto – execução do trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto para atingir os requisitos do projeto, definidos na declaração do escopo do projeto. 4.1 Entradas 4.1.1 Plano de gerenciamento de projeto. 4.1.2 Ações corretivas aprovadas. 4.1.3 Ações preventivas aprovadas. 4.1.4 Solicitações de mudança aprovadas. 4.1.5 Reparo de defeito aprovado. 4.1.6 Reparo de defeito validado. 4.1.7 Procedimento de encerramento administrativo. 4.2 Ferramentas e técnicas 4.2.1 Metodologia de gerenciamento de projetos. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 33 4.2.2 Sistema de informações do gerenciamento de projetos. 4.3 Saídas 4.3.1 Entregas 4.3.2 Mudanças solicitadas. 4.3.3 Solicitações de mudanças implementadas. 4.3.4 Ações corretivas implementadas. 4.3.5 Ações preventivas implementadas. 4.3.6 Reparo de defeito implementado. 4.3.7 Informações sobre o desempenho do trabalho. 5 Monitorar e controlar o trabalho do projeto – monitoramento e controle dos processos usados para iniciar, planejar, executar e encerrar um projeto para atender aos objetivos de desempenho definidos no plano de gerenciamento do projeto. 5.1 Entradas 5.1.1 Plano de gerenciamento do projeto. 5.1.2 Informações sobre o desempenho do trabalho. 5.1.3 Solicitações sobre o desempenho de trabalho. 5.2 Ferramentas e técnicas 5.2.1 Metodologia de gerenciamento de projetos. 5.2.2 Sistema de informações do gerenciamento de projetos. 5.2.3 Técnica de valor agregado. 5.2.4 Opinião especializada. 5.3 Saídas 5.3.1 Ações corretivas recomendadas. 5.3.2 Ações preventivas recomendadas. 5.3.3 Previsões. 5.3.4 Reparo de defeito recomendado. 5.3.5 Mudanças solicitadas. 6 Controle integrado de mudanças – revisão de todas as solicitações de mudança, aprovação de mudanças e controle de mudanças nas entregas e nos ativos de processos organizacionais. 6.1 Entradas 6.1.1 Plano de gerenciamento de projeto. 6.1.2 Mudanças solicitadas. 6.1.3 Informações sobre o desempenho do trabalho. 6.1.4 Ações preventivas recomendadas. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 34 6.1.5 Ações corretivas recomendadas. 6.1.6 Reparo de defeito recomendado. 6.1.7 Entregas. 6.2 Ferramentas e técnicas 6.2.1 Metodologia de gerenciamento de projetos. 6.2.2 Sistema de informações do gerenciamento de projeto. 6.2.3 Opinião especializada. 6.3 Saídas 6.3.1 Solicitações de mudança aprovadas. 6.3.2 Solicitações de mudança rejeitadas. 6.3.3 Plano de gerenciamento do projeto (atualizações). 6.3.4 Declaração do escopo do projeto (atualizações). 6.3.5 Ações corretivas aprovadas. 6.3.6 Ações preventivas aprovadas. 6.3.7 Reparo de defeito aprovado. 6.3.8 Reparo de defeito validado. 6.3.9 Entregas. 7 Encerrar o projeto – finalização de todas as atividades em todos os grupos de processos de gerenciamento de projetos para encerrar formalmente o projeto ou uma de suas fases. 7.1 Entradas7.1.1 Plano de gerenciamento do projeto. 7.1.2 Documentação do contrato. 7.1.3 Fatores ambientais da empresa. 7.1.4 Ativos de processos organizacionais. 7.1.5 Informações sobre o desempenho do trabalho. 7.1.6 Entregas 7.2 Ferramentas e técnicas 7.2.1 Metodologia de gerenciamento de projetos. 7.2.2 Sistema de informações do gerenciamento de projetos. 7.2.3 Opinião especializada 7.3 Saídas 7.3.1 Procedimento de encerramento administrativo. 7.3.2 Procedimento de encerramento de contratos. 7.3.3 Produto, serviço ou resultado final. 7.3.4 Ativos de processos organizacionais (atualizações). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 35 A primeira atitude quando um projeto não está dando certo é justamente identificar essa afirmativa, para tanto, é fundamental definir indicadores de medição da performance do projeto antes de iniciá-lo. Eles são o termômetro do ritmo em que as coisas andam. Além disso, como diz Stofells (2008) o gerente do projeto precisa rotineiramente se aproximar dos seus executores para ter a chance de receber feedback diretamente do time e perceber pequenos problemas com potencial de se tornarem grandes e agir preventivamente sobre eles. Não custa lembrar que um projeto é uma cadeia que só dá certo se todas as suas partes chegam juntas ao resultado, o que quer dizer que problemas em uma frente de trabalho normalmente impactam todas as demais. Enfim, pelo acompanhamento dos indicadores de desempenho, podemos começar a perceber o desvio em relação ao andamento planejado e em contato com a frente de trabalho, podemos avaliar em conjunto as causas e as ações contingenciais previstas na análise de risco e dessa análise definimos as ações que seriam adotadas para resolver o problema, entretanto, o problema que aparenta ser técnico pode ser também de comunicação ou relacionamento, principalmente quando observamos que as pessoas não querem trabalhar como um time, o que compromete o projeto como um todo. Nesse ponto, entramos, digamos, em desespero, pois é preciso justificar ao departamento financeiro as novas manobras. Isso porque é esse departamento quem paga os projetos. Stofells (2008) deixa bem claro que é preciso ser honestos e maduros e mostrar que foi feita uma análise de riscos, mas que erros acontecem e aponta as soluções para o problema e os impactos de tempo e custo do projeto. De qualquer modo é preciso que o espaço de tempo entre a descoberta do problema e a comunicação das novas manobras necessárias seja o mais rápido possível para que o estrago não seja maior. Ainda, segundo o mesmo autor, desvios de projetos são sempre algo não desejado, mas se são precedidos de análise, definição de ações e aprovação compartilhadas tornam o processo muito mais objetivo e profissional. Terceiro questionamento importante a se fazer quando um projeto não está dando certo é responder o quanto uma mudança de rumo irá impactar nos Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 36 investimentos, o que evidentemente leva a perguntar quando mais de dinheiro será preciso investir no projeto e claro, “mais tempo é sinônimo de mais dinheiro”. Existem casos em que o atraso, por várias possíveis razões (demissões/transferências de pessoas chave, projetos em paralelo competindo pelos mesmos recursos, surpresas do mercado, etc.) é decorrente de pura falta de recursos humanos da organização. Nestes casos, talvez seja possível ter um delay2sem custos extras ao projeto. No restante, sempre existirão custos extras. Entretanto, como bem explica Stofells (2008) é importante lembrar que um projeto é feito para trazer mudanças. Este delay pode trazer impactos financeiros ao negócio da organização. Estes custos precisam sempre ser levados em conta na hora da decisão do que fazer. Não existe uma receita geral para dar a volta por cima, mas se o processo de identificar claramente o problema e suas causas for executado corretamente, bem como suas ações, não haverá riscos de novos tropeços. Na hora de mudar o rumo do projeto, algumas etapas são importantes, como por exemplo, ser rápido nas decisões, pois quanto mais tempo der ao problema, mais ele crescerá, por outro lado, é preciso entender que rapidez não pode ser encarado como precipitação. A rapidez tem que ser pensada e com coerência. Nesse sentido a experiência do gerente de projetos conta e muito, para lidar com o problema tanto para baixo quanto para cima. Abaixo oferecemos um resumo das principais etapas que são: 1. Mapear corretamente o problema, razões, impactos e ações corretivas, junto com o time do projeto. 2. Comunicação em primeiro lugar ao patrocinador do projeto e em seguida ao comitê de desenvolvimento, o problema, suas causas raiz, ações de correção, impactos ao projeto e impactos ao business. 3. Obter a aprovação do desvio e das ações corretivas de ambos. 4. Comunicar o time do projeto. 5. Comunicar claramente e com honestidade a toda a comunidade afetada pelo projeto. 2 Ao pé da letra delay quer dizer demora. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 37 6. Ser honesto, com todos e sempre, pois todos nós, desde uma pessoa até um time, uma empresa ou um país têm problemas, e é preciso compartilhar do problema e da solução com todos, pois um projeto não é ato solitário, ele depende é de responsabilidade de todos. Resumindo: Entregar produtos e sistemas com qualidade, dentro do prazo e orçamento previamente estabelecidos, e que satisfaçam às necessidades de seus clientes ainda se configura um problema para as empresas. Nesse ponto, as soluções para esses problemas têm sido descobertas, testadas e catalogadas, tornando-se possíveis de serem implementadas. Esse trabalho tem sido realizado pelo PMI e no caso do Brasil, pelos representantes regiões nos principais estados. Recomenda-se um conjunto de itens que auxilia o sucesso de um projeto. Ele compreende: • Objetivos claros do produto ou sistema a ser desenvolvido; • Escopo bem delimitado; • Uso de infra-estrutura de software padrão; • Uso de estimativas confiáveis; • Apoio da alta direção; • Envolvimento de usuários e experiência do gerente. Sobre o gerente de projetos, ele acompanha o projeto fazendo uso de processos tais como: iniciação, planejamento, execução, controle e encerramento. Além disso, ele tem de conceber e manter um ‘esquema’ de trabalho que lhe permita alcançar as metas de negócio e executar efetivamente que se encontra estabelecido nos diversos planos para gestão do projeto (riscos, cronograma, qualidade, comunicações, aquisições, etc.). Entretanto, um excelente profissional não tem apenas o papel de gerente. Ele é bem mais que isso. Ele é líder de uma equipe e hábil negociador. Portanto, de acordo com Silva Filho (2006), a gestão de projetos deve ser orientada para o cliente e considerar: • Pensamento estratégico corporativo; • Valor do cliente
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