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Art. 113 e ss

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DIREITO TRIBUTÁRIO 
1. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA (art. 113)
1.1. CONCEITO
- É a relação jurídica que tem por objeto uma prestação, positiva ou negativa, prevista na legislação tributária, a cargo de uma PF ou PJ, pública ou privada, e a favor do Estado, traduzida em (1) pagar tributo ou penalidade ou em (2) fazer alguma coisa no interesse do Fisco ou, ainda, (3) abster-se de praticar determinado ato, nos termos da lei.
- Quer dizer que a relação jurídica tributária terá como objeto sempre uma prestação de natureza tributária e, portanto:
um dar (como o pagamento de uma quantia em dinheiro ao sujeito ativo)
um fazer (como prestar informação, escriturar livros, emitir documentos fiscais, etc)
um não fazer (como não embaraçar a fiscalização)
 
- Observa-se que é sempre um conteúdo pertinente a tributo
- É pelo objeto que a obrigação revela a sua natureza tributária
- Elementos da obrigação tributária:
Sujeito Ativo + Sujeito Passivo + Objeto (obrigação) + Causa (lei)
				
1.2. NATUREZA JURÍDICA
- A obrigação tributária é uma obrigação de direito público (obrigação ex lege)
	Desta forma, a obrigação tributária é inderrogável e indisponível, isto é, uma vez nascida, o Estado tem o direito subjetivo, mas também o dever de exigir-lhe o cumprimento e, por discricionariedade por parte da autoridade pública, e sem a influência da vontade do contribuinte (art. 123). Tal fato não impede, porém, que por lei ou por ato vinculado da autoridade (amparada em preceito legal), o devedor da obrigação tributária seja dispensado do seu cumprimento (remissão). O que não é admitido é a dispensa provir de ato discricionária do agente fiscal.
1.3. ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
1.3.1 OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA
- Critério de diferenciação: está no OBJETO, isto é, na circunstância de ser ou não o seu objeto de conteúdo pecuniário ou seja, a obrigação será principal se tiver como objeto uma prestação de dar dinheiro (a título de tributo ou de penalidade)
a) Obrigação principal (art. 113 § 1º):
- Surge com seu FG (= é a situação definida em lei como necessária e suficiente para o surgimento da obrigação tributária)
- Objeto: objeto pecuniário (pagamento de tributo ou penalidade pecuniária) Portanto: o crédito decorrente da obrigação principal resolve-se com o pagamento do tributo
- Extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
    
b) Obrigação acessória (art. 113 § 2º)
- É instituída pela legislação tributária (que é em sentido amplo, conforme o art. 96, CTN)
- Surge com seu FG (= é qq situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal).
- Objeto: prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos O crédito decorrente da obrigação acessória resolve-se com a prestação positiva ou negativa
Prestações positivas: fazer (emitir nota fiscal, escriturar um livro, inscrever-se no cadastro de contribuintes)
Prestações negativas: não fazer (não receber mercadorias desacompanhadas da documentação legalmente exigidas, não impedir o exame de livros e documentos pelo fiscal)
- Art. 113 § 3º> A inobservância da obrigação acessória pelo sujeito passivo implica na sua conversão em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária, também denominada obrigação principal subsidiária ou secundária. 
 Não se confunde com obrigação principal de pagar tributo, pois esta não pode advir de sanção e tem por objeto um fato jurídico (pagamento de tributo), enquanto a obrigação principal de penalidade pecuniária tem por objeto um fato antijurídico.
Ex> Contribuinte de ICMS que não emite nota fiscal está desobedecendo à legislação Sanção: penalidade pecuniária A obrigação, que antes era acessória, converteu-se em obrigação principal subsidiária Deverá o contribuinte pagar o tributo (obrigação principal de pagamento de tributo) e sujeitar-se à penalidade (obrigação principal de penalidade pecuniária)
OBS>
A palavra-chave para diferenciar a obrigação tributária principal da acessória é pagamento. Se for pagamento, a obrigação é principal. Caso contrário, é acessória.
A penalidade pela infração a dispositivos tributários é obrigação tributária, embora não se confunda com tributo, conforme determina o art. 3°, CTN.
Não necessariamente a extinção da obrigação principal levará à extinção da obrigação acessória
1.3.2. CAUSA DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
- Causa da obrigação tributária principal: é a lei que descreve o seu FG e por força da qual o sujeito ativo tem o direito de exigir do sujeito passivo o cumprimento da prestação pecuniária compulsória.
	Ao seu revés, o sujeito passivo acha-se obrigado a cumprir a favor do sujeito ativo a prestação que constitui o objeto da obrigação.
- Causa da obrigação tributária acessória: é a legislação que descreve o seu FG e por força da qual o sujeito ativo tem o direito de exigir do sujeito passivo a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
1.3.3. FATO GERADOR
- Fato gerador do tributo: é o conjunto de pressupostos abstratos descritos na norma de direito material, de cuja concreta realização decorrem os efeitos jurídicos previstos.
- Fato gerador da obrigação:
principal: é a situação definida em lei como necessária e suficiente para o surgimento da obrigação tributária
 “situação definida em lei”: trata- se da hipótese de incidência
acessória: é qq situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal
 O FG pode ocorrer concomitantemente à ocorrência da obrigação acessória. Ex> Compra de um lanche ao pegar o ticket no caixa, estará configurado o FG e cumprida a obrigação acessória (= emitiu a nota fiscal)
- Como identificar o FG de uma obrigação?
Ex> ICMS – um dos vários FG´s do ICMS é a saída do produto de estabelecimento industrial, comercial, produtor ou atacadista O que está, na lei, na verdade, é a hipótese de incidência. Quando alguém compra um vestido em uma loja, verifica-se a concretização de um fato abstratamente previsto em lei (= hipótese de incidência) Ocorreu o FG
 Hipótese de Incidência: é a definição de uma hipótese, em lei, que, quando ocorrer, se denominará FG (antes de ocorrer: HI / depois que ocorreu: FG). 
Art. 116. Quando se considera ocorrido o FG?
I) Tratando-se de situação de fato: a obrigação tributária surge tão logo ocorram as circunstâncias materiais necessárias (provas necessárias), importando apenas os elementos materiais, concretos isto é: basta a ocorrência do fato em si
Ex> A simples saída de um produto de uma loja já configura o FG do ICMS, seja a que título for (venda, troca, doação ou transferência), na medida em que a simples circulação do produto é a circunstância material necessária e suficiente para o surgimento da obrigação.
II) Tratando-se de situação jurídica: o FG considerar-se-á ocorrido tão logo tais situações estejam definitivamente constituídas, de acordo com as normas previstas no direito privado isto é: além de ocorrer o fato, deve-se preencher as condições jurídicas previstas em lei (c/c art. 117)
Ex> Fato: falecimento do de cujus (mas tal fato, por si só, não basta para se considerar ocorrido o FG e, portanto, possível a cobrança do tributo) Condição jurídica para ITCD: certidão de óbito, testamento no cartório, abrir inventário, partilha de bens Quando da efetiva partilha ou da adjudicação do bem (efetiva transmissão do bem) é que considera-se ocorrido o FG do ITCD
Ex> Uma promessa de compra e venda de imóvel, com quitação total e passando o comprador a residir nele Na promessa de compra e venda ainda não há transmissão da propriedade. Portanto, não poderia ser cobrado o ITBI. No entanto, se houve quitação do preço e a posse do imóvel, tem-se as 3 situações jurídicas que perfazem a tradição e, juntas, equiparam-se à transmissão do bem. Incide, portanto, o ITBI.
Art. 117. Dispõe sobre a ocorrência do FG nas condições jurídicas suspensivas e resolutórias:
I) Se a condição for suspensiva: aobrigação surge com o implemento de tal condição
Ex> Venda de imóvel sob a condição (suspensiva) de só fazer a escritura definitiva quando ocorrer o restante do pagamento Negócio jurídico suspenso – não há que se falar em FG até que ocorra a condição (que é o de pagar o restante)
 Prática do ato ou celebração do negócio	 Implemento da condição
 					 
 .......................................................___________________________					 
					 OBRIGAÇÃO			 
II) Se a condição for resolutória: os efeitos do fato aparecem desde a celebração do negócio ou a prática do ato.
Prática do ato ou celebração do negócio	 Implemento da condição
 					 
 .......................................................__________________________
 
 OBRIGAÇÃO			 
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I) da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos a anulabilidade, a nulidade ou mesmo a anulação já decretada do ato jurídico não determinam a impossibilidade de ocorrência de efeitos tributários. Existente o fato, praticado o ato jurídico ou celebrado o negócio que a lei tributária escolheu como gerador de tributo, está nascida a obrigação tributária, que subsiste independente da validade ou invalidade do ato.
Ex> A renda obtida através de um ato ilícito praticado pelo contribuinte, como a exploração do jogo do bicho, será tributado pela Receita Federal independente do fato ser ilícito e também de suas conseqüências, tais como penalidades pecuniárias, detenção ou reclusão.       
Ex> A venda de produtos contrabandeados do Paraguai pelo ambulante é ato ilegal mas, verificando-se o FG do ICMS, verificar-se-á que este tributo é devido
II) dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
- Elementos ou aspectos do FG:
a) material: o art. 114 define que é a situação definida em lei como necessária e suficiente para o surgimento da obrigação tributária
b) subjetivo: determina os sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária, sem os quais se torna impossível a exigência tributária
c) espacial: é o local em que se considera ocorrido o FG. Sua importância decorre do fato de que a determinação do ente competente para exigir o tributo depende da identificação do local da ocorrência do FG
d) temporal: é o momento no qual considera-se realizado o FG. A determinação precisa deste momento é fundamental, pois determina qual a legislação a ser aplicada na constituição do crédito tributário
e) quantitativo ou valorativo: diz respeito ao cálculo do quanto será exigido partindo dos valores da BC e da alíquota aplicável.
- Classificação do FG:
a) Simples ou instantâneo
- São aqueles que se iniciam e se completam em um só momento, em um só instante
- Ocorrem normalmente nos casos do II, IE, ICMS, IPI, ITBI, ITD, etc
b) Contínuos ou continuados
- São aqueles que levam um período para se completarem (no Brasil, este período geralmente é de 1 ano) 
- Ocorrem normalmente com os impostos sobre o patrimônio (ITR, IPTU, IPVA) Estes FG´s são constituídos por um único fato jurídico que é a propriedade sobre o bem daquele ano, não importando quantos titulares desta propriedade existiram durante o período considerado
c) Complexos ou complexivos
- Nos moldes do FG contínuo ou continuado, também abrange um período geralmente de 1 ano. Diferencia-se, no entanto, pelo fato de ser constituído por vários fatos jurídicos que, somados ao final do período, compõem 1 só FG.
- Ocorre quase que exclusivamente com o IR
> Obs: Importante lembrar que um determinado imposto pode, em momentos diversos, possuir FG´s de características diferentes. Como, por ex, o IR pode ser complexo mas tb pode ser instantâneo como naquele incidente sobre o ganho de capital obtido em uma aplicação financeira. Ainda, o ICMS, que normalmente é instantâneo, pode ser contínuo, como no caso das microempresas que recolhem por estimativa uma importância fiscal fixa pelo período de 1 mês.
> FG e retroatividade:
	Por ser a obrigação tributária ex lege, tendo em vista que o seu nascimento se dá com a ocorrência do FG, podemos afirmar que esse momento assinala o regime jurídico pelo qual se pautará a relação jurídico-tributária. Assim, a legislação aplicável é aquele vigente no momento da ocorrência do FG, com respeito à alíquota, à definição e às dimensões da BC, às isenções tributárias.
	Portanto, as modificações supervenientes da relação substancial, decorrentes de lei posterior, não podem ser aplicadas retroativamente em prejuízo do sujeito passivo, sob pena de transgressão do art. 5°, XXXVI da CF/88. Por sua vez, o art. 150, III, a da CF estabelece o princípio da irretroatividade.
1.3.4. SUJEITO ATIVO (art. 119)
- Figura no pólo ativo da relação jurídica obrigacional tributária (principal ou acessória) 
- É o credor, o titular do direito de exigir o cumprimento da obrigação do sujeito passivo 
> COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA E SUJEIÇÃO ATIVA
- A competência tributária é a aptidão que compreende a criação, a fiscalização, a arrecadação e a administração dos tributos. Portanto, quem possui competência tributária plena pode, obviamente, ser sujeito ativo da obrigação tributária. Por outro lado, pessoas destituídas de competência tributária plena podem ser dotadas, pelos titulares desse poder, de capacidade tributária ativa.
- Regra: o sujeito ativo corresponde à PJ de direito público titular da competência para exigir o seu cumprimento.
- Exceção: nem sempre isso ocorre, pois a lei pode qualificar certas entidades (não necessariamente públicas), para figurar como credoras na relação jurídica tributária. 
 O exercício da capacidade tributária (aptidão para ser titular do pólo ativo da obrigação) não implica necessariamente competência tributária (aptidão para instituir tributo) pois pode alguém ter a capacidade de arrecadar tributos, sem ter a de os instituir, como é o caso das autarquias e entes paraestatais
	As pessoas que a lei põe na condição de credores, embora não tenham competência tributária, detêm capacidade tributária ativa.
- Art. 119: Luciano Amaro considera que este dispositivo peca quando supõe que o credor da obrigação tributária necessariamente tenha de ser pessoa jurídica de direito público, quando se sabe que o sistema constitucional admite a existência de outras entidades na condição de credoras de obrigações tributárias. 
> SUCESSÃO DO SUJEITO ATIVO (art. 120)
- Art. 120> Quando a PJ de direito público se constituir pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos destas, adotando a sua legislação até que entre em vigor a sua própria Há 2 conceitos distintos:
a) Sucessão: trata de sucessão nos direitos de ente político cujo território tenha sido desmembrado, com a criação de nova entidade política. É a sucessão ativa na obrigação tributária.
Ex> Se, com o desmembramento de um município, for criada uma nova comuna, esta sucede o município desmembrado, nos seus direitos de natureza tributária, relativamente ao território desmembrado. Assim, o IPTU devido sobre os imóveis integrantes desse território passa, por sucessão, à titularidade ativa do novo município; do mesmo modo, o ISS que estiver por recolher, relativamente aos contribuintes estabelecidos no referido território.
b) Recepção: O novo ente político herda a legislação da entidade desmembrada até que entre em vigor a sua própria. 
1.3.5. SUJEITO PASSIVO (arts. 121 e 122)
- É o devedor da obrigação tributária (pessoa física ou jurídica, privada ou pública), que tem o dever de prestar o objeto da obrigação, ao credor ou sujeito ativo.
- Sujeito passivo da obrigação:
a) principal (art. 121): é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária
b) acessória (art. 122): é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto ou seja, se o objeto da obrigação acessória é uma prestação + ou - não pecuniária (fazer ou não fazer algumacoisa, que não seja dar dinheiro, nos termos do art. 113 § 2°), o devedor dessa obrigação é a pessoa que estiver obrigada a efetuar a respectiva prestação.
- Sujeito passivo da obrigação principal: é gênero que abrange 2 espécies:
I) contribuinte (art. 121, § único, I): “quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo FG”
II) responsável (art. 121, § único, II): “quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei” O art. 128 dá a idéia de que o responsável deve ser alguém (um 3°) vinculado ao FG. 
 Ambos, obviamente (o contribuinte e o responsável), são devedores de quantia em dinheiro, já que se trata de obrigação principal e esta tem sempre por conteúdo uma prestação pecuniária.
					
	Verifica-se, desde logo, que a identificação do sujeito passivo da obrigação principal (gênero) depende apenas de verificar quem é a pessoa que, à vista da lei, tem o dever legal de efetuar o pagamento da obrigação, não importando indagar qual o tipo de relação que ela possui com o FG. Qualquer que seja o liame em razão do qual tenha sido posta no pólo passivo da obrigação principal, ela recebe a designação de sujeito passivo da obrigação principal.
					
- Vê-se que o sujeito passivo da obrigação principal (gênero) é sempre alguém relacionado com o FG dessa obrigação:
- se essa relação for de certa natureza (“pessoal e direta”), o sujeito passivo diz-se contribuinte
- se tal relação (ou vínculo, consoante o art. 128) for de diversa natureza (a contrario sensu, “não pessoal e direta”), o sujeito passivo qualifica-se como responsável.
Ex> Quando a lei dispõe que o IR do assalariado deva ser descontado na, fonte, pelo empregador e por este recolhido aos cofres públicos, está erigindo o mesmo empregador em responsável da obrigação que competiria ao próprio empregado.
- Quase sempre o sujeito passivo da obrigação principal também será o da obrigação acessória. Não o será em casos como da pessoa que é intimada a prestar informações (obrigação acessória) sem ter a obrigação de pagar o respectivo tributo (obrigação principal).
> SUJEIÇÃO PASSIVA E CONVENÇÕES PARTICULARES (art. 123)
- Em termos de direito privado, podem os particulares celebrar acordos. Tais convenções particulares valem e surtem efeitos para as partes celebrantes, mas não podem ser opostas à Fazenda Pública (sujeito ativo), isto é, o sujeito passivo não pode furtar-se aos seus deveres com apoio no contrato em que 3° os assuma sem anuência da lei. Contratos nesses termos valem apenas entre as partes, não sendo oponíveis ao credor, o qual permanece com o direito de exigir o cumprimento da obrigação por parte do contribuinte ou responsável, indicados pela lei tributária, como se, na realidade, esses acordos não existissem, salvo disposição de lei em contrário.
A) RESPONSÁVEL
- A figura do responsável existe porque, em certos casos, o Estado tem interesse em exigir o cumprimento da obrigação tributária de pessoa diferente daquela que seria normalmente o contribuinte, excluindo este ou lhe atribuindo, em caráter supletivo, o cumprimento total ou parcial da obrigação.
- Para figurar como responsável, 2 condições devem ser implementadas: 
1) em primeiro lugar, que a obrigação dessa pessoa decorra de disposição expressa de lei e, 
2) que essa pessoa tenha vinculação com o FG da obrigação respectiva.
B) CONTRIBUINTE
- É o sujeito passivo com responsabilidade originária, decorrente de prática de ato identificado como FG do tributo. 
- A figura do contribuinte é geralmente identificável à vista da simples descrição da materialidade do FG. Assim:
- “auferir renda” conduz à pessoa que aufere renda
- “prestar serviços” leva ao prestador de serviços
- “importar bens” evidencia a figura do importador, etc
				
Posto o fato, ele é atribuído a alguém, que o tenha “realizado” ou “praticado”. Esta pessoa, via de regra, é o contribuinte.
	Quando não estiver presente relação dessa natureza entre o FG e o sujeito passivo, mas algum vínculo existir entre ele e a situação que constitui o FG, iremos identificar a figura do responsável.
- Contribuinte: tem relação direta e pessoal com o FG
 “pessoal”: é a presença do contribuinte na situação que constitui o FG. Ele deve participar pessoalmente do acontecimento fático que realiza o FG (presença jurídica)
 “direta”: o contribuinte há de ser o personagem de relevo no acontecimento (o personagem principal, e não mero coadjuvante). Ex> Se o FG do IR é aquisição de renda, terá relação direta com esse fato a pessoa que aufere renda. 
Contribuinte x Responsável
- Contribuinte é alguém que, naturalmente, seria o personagem a contracenar com o Fisco, se a lei não optasse por colocar outro figurante (o responsável) em seu lugar (ou a seu lado), desde o momento da ocorrência do fato ou em razão de certos eventos futuros (sucessão do contribuinte, por ex).
	Contribuinte
	Responsável
	Quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo FG
	Quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei
	O contribuinte seria o sujeito passivo direto porque pratica ou realiza o FG
	O responsável seria o sujeito passivo indireto porque não existe relação pessoal e direta com o FG mas indiretamente há um vínculo entre ele e a situação que constitui o FG
- Nem sempre é possível inferir quem seria o sujeito passivo através da mera descrição do FG. 
Existem situações de direito privado (que a lei tributária elege como FG de tributo) que envolvem + de uma pessoa, podendo qq delas ser eleita como contribuinte. Por ex, se o FG do tributo é a transmissão de imóveis, podemos ter como contribuinte qq das partes na operação.
Noutras situações, diante de um dado tributo, a definição do contribuinte pode decorrer do aspecto fático a que seja dado relevo (para o efeito de marcar a ocorrência do FG). Assim, no IPI, nas situações de importação e de arrematação, contribuinte é o importador ou o arrematante, respectivamente, mas, na situação de “saída do estabelecimento”, o contribuinte é o industrial, e não o adquirente; ou seja, nesta hipótese, contribuinte é quem pratica a ação de promover a saída (na perspectiva do dono do bem que deste se despoja, e não na do indivíduo que o adquire). 
> CONTRIBUINTE DE FATO E DE DIREITO
- Existem tributos indiretos que permitem o fenômeno da repercussão (= transferência do ônus tributário do contribuinte de direito para o contribuinte de fato)
- Ex> A translação do encargo financeiro, no caso do ICMS, do comerciante (contribuinte de direito) para consumidor final (contribuinte de fato).
a) Contribuinte de direito: é a pessoa que a lei tributária elegeu como passivo da obrigação
b) Contribuinte de fato: é a pessoa que, efetivamente, suporta o ônus financeiro do tributo
	Impostos diretos
	Impostos indiretos
	- Quando uma só pessoa é, ao mesmo tempo, contribuinte de fato (suporta o ônus financeiro do tributo) e de direito (por determinação legal)
	Existe:
> em um 1° momento: pessoa indicada na lei (contribuinte de direito)
> em outro momento: a obrigação se transfere para pessoa (contribuinte de fato)
 O recolhimento aos cofres públicos não é feito pelo consumidor final, mas sim por terceiros anteriores
	- Não repercutem
	- Repercutem, isto é, ocorre a transferência do ônus tributário do contribuinte de direito para de fato, repercutindo economicamente sobre 3ª pessoa (contribuinte de fato)
	- Ex> IR
	- Ex> ICMS, IPI
 Comerciante (contribuinte de direito) Consumidor (contribuinte de fato)
	- Incidem sobre o solvens, que é a pessoa que paga, são permanentes ou periódicos e a própria AP efetua o lançamento, por declaração ou avaliação
	- São instantâneos e seu lançamento opera por homologação, incumbindo ao próprio contribuinte de direito adiantar o seu pagamento
	- Vantagem: gradua a imposição tributária segundo a capacidade contributiva
	- Desvantagem: não é possível averiguar a capacidade contributiva mas para minorar a violação à capacidadecontributiva, é feita correção por isenções, não-incidência, graduação em alíquotas 
2. SOLIDARIEDADE (arts. 124 e 125)
- No Direito Civil: A solidariedade, no direito privado, decorre da lei (solidariedade legal) ou do contrato (solidariedade convencional). Há solidariedade ativa quando, na mesma obrigação, concorre + de 1 credor, cada um com direito de exigir todo o crédito, e solidariedade passiva quando o concurso é de + de 1 devedor, cada um obrigado à dívida toda.
- No Direito Tributário:
- diferença com a solidariedade no DCivil:
1) a solidariedade que se considera é somente a passiva 
2) na obrigação tributária, a solidariedade há de decorrer da lei (*)
- ocorre solidariedade sempre que 2 ou + pessoas estejam simultaneamente obrigadas pela mesma situação jurídica (2 ou + pessoas apresentam-se na condição de sujeito passivo da obrigação tributária), obrigando-se cada uma pela dívida tributária inteira Isso dá ao sujeito ativo, em contrapartida, o direito de exigir o cumprimento da obrigação de um ou de outro dos devedores solidários, ou de todos, ou de um e depois do outro, até realizar integralmente o valor da obrigação. 
- A solidariedade tributária alcança não apenas o débito resultante da obrigação principal, como também os deveres oriundos de obrigações acessórias
- É sempre passiva, pois que existe um só credor (o Estado)
 (*) Isso não impede que a obrigação tributária venha, em certas situações, a ser cobrada de um devedor solidário convencional (e não legal). É o que se dá nas situações em que o crédito do Fisco é garantido por fiança (em geral, de bancos). Embora o fiador seja, em geral, devedor solidário, trata-se, porém, de instituto de direito privado (a fiança), cujo objeto (obrigação afiançada) é que é de natureza tributária.
- Art. 124> Prevê as 2 formas pelas quais se verifica a solidariedade tributária passiva: 
I) Solidariedade de fato ou natural> entre pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o FG da obrigação principal. Ex> Na sociedade de fato, pode o fisco exigir a prestação pecuniária de qq dos sócios
II) Solidariedade legal> entre as pessoas expressamente designadas pela lei 
> Art. 124 § único: Não pode o co-obrigado escolhido invocar o benefício de ordem, isto é, que o Fisco exija a prestação primeiramente do contribuinte ou de outro devedor solidário (o Fisco pode cobrar de qq um dos devedores).
	Solidariedade de fato 
(art. 124, I)
	- Ocorre quando os solidários têm interesse comum na situação que constitua o FG
Ex> Dois amigos que comercializam automóveis sem que estejam regularmente constituídos e inscritos como contribuinte do ICMS. Ambos têm interesse comum na situação e, portanto, são solidários na dívida tributária
	Solidariedade legal 
(art. 124, II)
	- Ocorre por determinação prevista em lei, independente da existência de interesse comum entre os solidários. 
Ex> Os pais são solidariamente obrigados pelos tributos devidos por seus filhos menores, tenham ou não interesse na situação, já que o CTN assim o determinou em seu art. 134, I.
- Art. 125, III> Cuida dos efeitos da interrupção da prescrição, nas obrigações solidárias, estabelecendo que esses efeitos atingem todos os obrigados, ainda que o evento causador da interrupção tenha ocorrido em relação a um deles apenas. Isso significa que o reconhecimento da dívida (art. 174, § único, IV), feito por um dos devedores solidários, implica a interrupção da prescrição também em relação aos d+ devedores solidários.
3. CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA  (art. 126)
- A capacidade tributária passiva é a aptidão para ser sujeito passivo de obrigações tributárias (assumir direitos e obrigações). 
- Ela alcança todas as pessoas situadas no campo de incidência tributária, razão pela qual ela é plena, isto é, não experimenta as restrições decorrentes de incapacidade civil ou comercial.
- Art. 126>  A capacidade tributária passiva independe:
I) da capacidade civil das pessoas naturais.
- Assim, um menor de 16 anos, que herda o patrimônio dos pais, é incapaz civilmente, no entanto, tem capacidade tributária. Cabe ao seu representante legal exercitar os atos necessários ao cumprimento daquelas obrigações (recolher tributos, apresentar declarações, etc). O representante legal é responsável tributários, por suas ações ou omissões, nos termos do art. 134, mas, nessas situações, responde por dívida alheia e não própria.
- Portanto, a capacidade passiva da PF independe da idade, da sanidade e de qualquer outra situação incapacitante da capacidade civil. 
II) de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III) de estar a PJ regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional A capacidade tributária para a PJ surge até mesmo ANTES de sua constituição legal, bastando que se configure, de fato, como uma unidade econômica ou profissional.
					
O art. 126 dispõe que, nascida a obrigação tributária com o FG, ninguém pode se escusar de cumpri-la sob o pretexto de ser relativamente incapaz (inciso I), de estar privado de gozo de certos direitos ou limitado por medidas legais, administrativas ou judiciais, no exercício de qq atividade (inciso II) ou não estar a PJ regularmente constituída, embora configure unidade econômica ou profissional (inciso III).
4. DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO (art. 127)
- Regra> O sujeito passivo pode escolher, a seu critério, o próprio domicílio, onde responderá pelas obrigações tributárias 
- Exceção> Na falta de eleição pelo contribuinte ou responsável, o art. 127 caput dispõe as regras para a escolha:
	Das pessoas naturais
	A sua residência habitual ou, se incerta ou desconhecida, o seu centro habitual de atividade
	Das pessoas jurídicas de direito privado
	O lugar de sua sede, ou o de cada estabelecimento para atos ali praticados
	Das pessoas jurídicas de direito público
	Qualquer das suas repartições dentro do território da entidade tributante
Obs>
- Residência: local onde a pessoa mora
- Domicílio: local que a pessoa indica para cumprir as suas obrigações. O domicílio pode ser a residência
- Art. 127 § 1º> Não sendo possível a aplicação das regras fixadas nos incisos do art. 127, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar:
da situação dos bens ou 
da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
- Art. 127 § 2º> Há possibilidade de recusa pela autoridade administrativa do domicílio eleito quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior.
5. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA  (arts. 128 a 138)
- É a expressa atribuição legal da responsabilidade pelo crédito tributário a 3ª pessoa, vinculada ao FG da respectiva obrigação, (1) excluindo a responsabilidade do contribuinte ou (2) atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
Daí verifica-se que a responsabilidade pode ser atribuída de forma solidária ou substituta ao sujeito passivo responsável. Na responsabilidade solidária, o pagamento do tributo pode ser exigido tanto do contribuinte quanto do responsável, ambos tem o dever de pagar o tributo em sua totalidade. Já na responsabilidade por substituição, o sujeito passivo contribuinte é excluído do dever de cumprimento da obrigação tributária principal, passando a figurar em seu lugar o terceiro responsável.
Sujeito Passivo Contribuinte	
da Obrigação	 Responsável:
Tributária	 	 Por substituição (art. 128)
Principal		 Por transferência (art. 129) > Por sucessão (art. 130-133)
			 				 Imobiliária (art. 130)
								 Pessoal (art. 131)
								 Empresarial (art. 132-133)
					 > Por responsabilidade de 3° (art. 134-135)		 				 	 > Por infração (art. 137-138)
- A responsabilidade tributária pode ocorrer por:
- por substituição 
- por transferência:pode ser por solidariedade, sucessão ou responsabilidade de 3°
	Responsabilidade tributária por substituição (art. 128)
	Ocorre quando a obrigação tributária já nasce tendo como forçado ao pagamento o responsável e não o contribuinte isto é, há transferência do débito, nascido em nome do contribuinte, exclusivamente para o responsável, que o substitui.
	Responsabilidade tributária por transferência (arts. 129 a 138)
	Neste caso, a obrigação nasce tendo como sujeito passivo o contribuinte e é transferida por motivos diversos para o responsável 
Obs> A solidariedade não se configura como uma especial categoria de sujeição passiva tributária, porquanto nada mais é do que uma situação jurídica de pluralidade de ocupantes do polo passivo da relação jurídica. Entretanto, a solidariedade pode decorrer da verificação da responsabilidade.
5.1. RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO (art. 128)
- Art. 128> 
 Autoriza o legislador ordinário criar outros tipos de responsabilidades além daqueles previstos nos arts. 129 a 138, CTN. Assim, esta nova previsão deve:
ser instituída através da lei
ser de modo expresso
a 3ª pessoa deve estar vinculada ao FG
 Prevê a possibilidade de ocorrência da:
- responsabilidade integral do responsável> ou seja, excluir a responsabilidade do contribuinte Obviamente, se a lei desobrigar o contribuinte, o 3° será o único responsável.
- responsabilidade parcial> isto é, atribuir ao contribuinte o cumprimento da obrigação em caráter supletivo. 
- Ex> Todas as fábricas de cerveja pagam o ICMS pelo varejista, isto é, quando vendem a cerveja a este, recolhem o FG que ocorrerá no futuro, pagando em nome próprio o imposto mas excluindo a responsabilidade do varejista Essa é a responsabilidade tributária por substituição, que é um sistema de administração fazendária que visa facilitar o trabalho do Fisco (pois é + fácil cobrar do industrial do que de vários varejistas) 
- Ex> CVRD (tomadora de serviços) é responsável por substituição pois recolhe 11% do INSS antes de repassar o $ à prestadora de serviços Empresa Prestadora de Serviços (empreiteira) Empregado
- Assim que foi criada a lei de substituição tributária, vários setores da economia começaram a questionar a constitucionalidade de se cobrar um tributo mesmo antes da ocorrência do FG, já que o próprio CTN determina no art. 113 § 1° que a obrigação de pagar tributos surge com a ocorrência do FG. Para solucionar esta questão, o governo introduziu, através da EC 3/93, o § 7° do art. 150 da CF/88.
Art. 150 § 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.
5.2. RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA  (arts. 129 a 138)
- É a que se dá quando, depois de ter surgido contra uma pessoa determinada, que seria o sujeito passivo direto (contribuinte), a obrigação tributária se desloca para pessoa diferente, que seria o sujeito passivo indireto (responsável legal tributário), em virtude de ato posterior à ocorrência do respectivo FG.
	RESPONSABILIDADE
	TIPO
	De terceiros
	Solidária
	Por infração
	Pessoal
	Por sucessão imobiliária
	Pessoal
	Por sucessão empresarial
	Exclusiva ou integral ou subsidiária
	Por sucessão pessoal
	Pessoal
- Há 3 hipóteses de responsabilidade por transferência: 
a) Por sucessão 
b) Por responsabilidade de Terceiros 
c) Por infração
5.2.1. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO (arts. 129 a 133)
- Art. 129> Adverte o CTN que as normas sobre sucessão por ele postas são aplicáveis a obrigações tributárias surgidas até a data do evento que implica a sucessão (por ex, morte da pessoa física, incorporação de uma empresa, etc), não importando a data em que tenha sido ou venha a ser feito o lançamento do tributo (ou, na linguagem do CTN, a “constituição do crédito tributário”)
- A sucessão dá-se no plano da obrigação tributária, por modificação subjetiva passiva. Assim, o sucessor passa a ocupar a posição do antigo devedor, no estado em que a obrigação se encontrava na data do evento que motivou a sucessão.
 Isto é, o tributo é devido pelo sucessor, no lugar do seu antecessor O ato (FG) foi praticado pelo antecessor mas, antes que este pudesse cumprir a obrigação, o sucessor o substituiu. 
Ex> Mãe é proprietária de um imóvel e falece, deixando de pagar o IPTU Seu filho ou herdeiro estará obrigado a pagá-lo (art. 131, I). 
 O penhor, a hipoteca e a anticrese acompanham a coisa Os tributos incidentes sobre a coisa penhorada ou hipotecada (IPVA, IPTU, ITBI) acompanham-na. 
 Anticrese: contrato de consignação de rendimentos a favor do credor até total pagamento da dívida.
5.2.1.1. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO IMOBILIÁRIA
Art. 130>
- Determina que o adquirente de um bem imóvel torna-se responsável pelos tributos incidentes sobre o mesmo que tem o contribuinte alienante, salvo se na época da aquisição for obtida uma certidão negativa na repartição fiscal competente Refere-se o artigo em análise a impostos cujo FG seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis e bem assim, as taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuição de melhoria.
 Se houver prova de quitação, mesmo que ela não figure no título aquisitivo, a obrigação não se irá transferir para o adquirente, pela simples razão de que ela estará extinta. 
- Vale registrar que o adquirente só será responsável pelos impostos, taxas pela prestação de serviços (como contribuição para iluminação pública) e contribuição de melhoria referentes ao bem. Ficam, portanto, excluídas da responsabilidade as taxas cobradas pelo exercício do poder de polícia (estas ficam excluídas por não se relacionarem com o bem imóvel, ou seja, são taxas pessoais e não reais).
Ex> Imóvel com IPTU devido		Pessoa compra o imóvel em 2004 (*)
 nos anos de 2002 e 2003		 
 
Transferência do devedor original
(transferem-se bem + direitos + dívidas relativos ao bem)
(*) O comprador será contribuinte do IPTU do ano de 2005 e responsável por transferência do IPTU de 2002, 2003 e 2004. 
 Também será responsável se o crédito tributário for constituído após a aquisição do imóvel mas o FG ter ocorrido antes. Se tanto a constituição do crédito tributário como do FG ocorrerem após a aquisição do imóvel, será contribuinte.
Quanto a FG´s ocorridos durante ou antes da aquisição Para qq FG ocorrido daqui p/
do imóvel, o comprador será responsável 		 frente, o comprador (agora
 proprietário) será contribuinte
 	
				2003		 2004	
		_____________|____________________|________________
				|		 |
			 Negociação		 Escritura do imóvel
	(promessa de compra e venda)	 	
- Obs> Para se precaver da cobrança dos créditos tributários devidos pelo proprietário anterior do imóvel que compra, o comprador de um imóvel deve pedir a Certidão Negativa de Débito do imóvel na Prefeitura e fazer constar na escritura pública que não haviam créditos tributários pendentes (porque, apesar de não constar nada na CND, pode´ra haver algum crédito tributário remanescente). 
Art. 130 § único> 
- Determina que, no caso de arrematação em hasta pública (leilão), os tributos referidos já se encontram incluídos no preço mínimo de arrematação 
 Explica-se: se a aquisição do imóvel se processar em hasta pública, nenhuma responsabilidade adicional terá o adquirente, além do preço pago e depositado. A importância paga responde pelos tributos devidos e o domínio é transferido livremente a quem arrematou o imóvel. Em suma, a subrogação é sobre o preço e não sobre o imóvel. Se o valor da arrematação for insuficiente para cobrir o montante do crédito da Fazenda Pública, ainda assim o arrematante não será o responsável pelo débito remanescente.
- Ex> Comprei um imóvel em hasta pública por 100.000,00 Recebo o aviso de uma execução fiscal de 500.000,00 pelas dívidas anteriores Devo apenas 100.000,00.5.2.1.2. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO PESSOAL
- Art. 131> As pessoas e o espólio referidos neste dispositivo assumem a condição de responsáveis, como únicos ocupantes do pólo passivo da obrigação. Não respondem supletiva ou subsidiariamente (nem solidariamente), já que o devedor sucedido ou terá desaparecido (nos casos dos itens II e III) ou é desprezado (no caso do item I). 
 Igual colocação cabe, porém, no art. 130, em que não se falou em pessoalidade da responsabilidade do adquirente, mas em “sub-rogação na pessoa dos adquirentes”, o que deve dar na mesma.
 Assim, são pessoalmente responsáveis:
I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos 
- Ex> Venda de um carro O comprador é o sucessor tributário dos créditos tributários devidos antes da aquisição do bem (por ex, IPVA devido pelos anos anteriores)
- O artigo se refere a quaisquer tributos Desse modo, são responsáveis os adquirentes ou remitentes por quaisquer tributos incidentes sobre os bens adquiridos ou remidos
- Não confundir remição com remissão:
 Remição: ato do devedor interessado redimir ou resgatar uma dívida, é o pagamento. Ex> Sócio remido é aquele que pagou sua cota integralmente (vem do verbo “remir”)
 Remissão: renúncia ou perdão da dívida por parte do credor (vem do verbo “remitir”) é forma de extinção do crédito tributário
 Obviamente, o remitente a que se refere o artigo 131 é o que pratica a remição
Art. 131, II e III> A responsabilidade aqui prevista está vinculada à morte do contribuinte. Serão responsáveis pessoalmente, os sucessores a qq título (legatários ou herdeiros necessários) e o cônjuge meeiro (que tem metade dos bens), assim como o espólio.
 Obs> Espólio é o conjunto de bens, direitos, rendimentos e obrigações (patrimônio) da pessoa falecida.
- Diferença da responsabilidade dos 2 primeiros com a do último (espólio)> o momento da ocorrência do FG separa a responsabilidade dos mesmos (Luciano Amaro):
1) ATÉ a data da partilha (divisão dos bens da herança) ou adjudicação (ato judicial pelo qual se dá a alguém a posse de certo bem), a responsabilidade é do espólio (relativamente aos tributos gerados até a data da abertura da sucessão, ou seja, a data do falecimento).
2) APÓS a data da partilha / adjudicação, a responsabilidade (tanto por tributos gerados antes do falecimento como pelos gerados após, até a partilha / adjudicação) é do cônjuge meeiro, dos herdeiros e dos legatários. Vale observar que, neste caso, a responsabilidade é limitada ao montante do quinhão, legado ou meação.
Quinhão: porção da herança que cabe ao herdeiro, legal ou testamentário
Legado: coisa determinada, atribuída alguém, dito legatário, por disposição testamentária
Meação: metade dos bens que compunham o patrimônio comum do casal, que cabe ao cônjuge sobrevivente.
O meeiro, o herdeiro e o legatário são responsáveis pelas obrigações geradas até o falecimento (caso não tenham sido liquidadas pelo de cujus nem, após o falecimento, pelo espólio) e pelas obrigações geradas até a data da partilha / adjudicação, caso não tenham sido liquidadas pelo espólio.
O espólio do de cujus responderá pelos 
tributos gerados antes do falecimento e
pelos gerados após, até a data da partilha 
ou adjudicação
___________________________________________________________ 
 Morte (= data da abertura 								 	
 	 da sucessão)	 Partilha /adjudicação	 
O de cujus deixa				 O Fisco deve cobrar do cônjuge meeiro 
patrimônio + 				 	 do sucessor a qq título – mas até o limite do
dívidas tributárias				 patrimônio devido	
Obs>
1) Abertura de sucessão: dá-se com a morte do autor da herança, sendo transmitido aos herdeiros legítimos e testamentários o domínio e a posse da herança, nos seus direitos e obrigações.
2) Registre-se a impropriedade cometida pelo CTN no item II do art. 131, onde cuida da responsabilidade “pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação”. Ora, após o falecimento, o de cujus não pode ter devido nada. Até a data da partilha ou adjudicação quem podia dever era o espólio. O meeiro, o herdeiro e o legatário são responsáveis (1) pelas obrigações geradas até o falecimento (caso não tenham sido liquidadas pelo de cujus nem, após o falecimento, pelo espólio) e (2) pelas obrigações geradas até a data da partilha ou adjudicação, caso não tenham sido liquidadas pelo espólio.
3) Observe-se ademais que o meeiro aparece junto do herdeiro e do legatário, embora não seja ele, tecnicamente, sucessor. A meação cabe ao cônjuge sobrevivente (dito “meeiro”) por direito próprio e não por sucessão. O cônjuge meeiro pode ser, também, herdeiro; nesse caso, terá a meação, por direito próprio, e o quinhão, como sucessor.
4) Muito embora seja desprovido de personalidade jurídica, o espólio possui capacidade tributária passiva, pois configura uma “unidade econômica”, condição suficiente para que lhe seja atribuída responsabilidade tributária, em conformidade com o disposto no art. 126, III.
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
A sucessão considera-se aberta no instante mesmo ou no instante presumido da morte de alguém, fazendo nascer o direito hereditário e operando a substituição do falecido por seus sucessores a título universal nas relações jurídicas em que aquele figurava. Não se confundem, todavia. A morte é antecedente lógico, é pressuposto e causa. A transmissão é conseqüente, é efeito da morte. Por força de ficção legal, coincidem em termos cronológicos.
>> RECEITA FEDERAL
> É devido IR de contribuinte que faleceu após a entrega da declaração do exercício?
Se houver bens a inventariar, o imposto deve ser pago pelo espólio.
Inexistindo bens a inventariar, o cônjuge sobrevivente ou os dependentes não respondem pelos tributos devidos pela pessoa falecida, devendo ser solicitado o cancelamento da inscrição no CPF da pessoa falecida, nas unidades locais da Secretaria da Receita Federal.
> Qual é o procedimento a ser adotado no caso de falecimento, no ano-calendário, de contribuinte que deixou bens a inventariar?
Embora o CC disponha que "Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários" (CCl, art. 1.784), é indispensável o processamento do inventário (CC, art. 1.991), com a emissão do formal de partilha ou carta de adjudicação (CC, arts. 2.013 a 2.022) e a transcrição desse instrumento no registro competente (Lei nº 6.015 de 197373, art. 168, II, c e d) a fim de que o meeiro, herdeiros e legatários possam usar, gozar e dispor, de forma plena e legal, dos bens e direitos transmitidos causa mortis.
Para a legislação tributária, a pessoa física do contribuinte não se extingue imediatamente após sua morte, prolongando-se por meio do seu espólio (art. 11 do RIR/1999). O espólio é considerado uma universalidade de bens e direitos, responsável pelas obrigações tributárias da pessoa falecida, sendo contribuinte distinto do meeiro, herdeiros e legatários.
Para os efeitos fiscais, somente com a decisão judicial da partilha ou da adjudicação dos bens, extingue-se a responsabilidade da pessoa falecida, dissolvendo-se, então, a universalidade de bens e direitos.
Com relação à obrigatoriedade de apresentação das declarações de espólio, aplicam-se as mesmas normas previstas para os contribuintes pessoas físicas. Assim, caso haja obrigatoriedade de apresentação, a declaração de rendimentos, a partir do exercício correspondente ao ano-calendário do falecimento e até a data da decisão judicial da partilha ou da adjudicação dos bens, será apresentada em nome do espólio, classificando-se em inicial, intermediária e final.
Havendo bens a inventariar, a apresentação da declaração final de espólio é obrigatória, independentemente de outras condições de obrigatoriedade de apresentação.
Atenção:
Caso a pessoa falecida não tenha apresentado as declarações anteriores às quais estivesse obrigada, essas declarações devemser apresentadas em nome da pessoa falecida.
A responsabilidade pelo imposto devido pela pessoa falecida, até a data do falecimento, é do espólio.
Encerrada a partilha, a responsabilidade pelo imposto devido pela pessoa falecida, até aquela data, é do sucessor a qualquer título e do cônjuge meeiro, limitando-se ao montante dos bens e direitos a eles atribuídos.
Ex> De cujus deve 25 de IR e deixa 100 de patrimônio; os filhos são os herdeiros: 
 50% (50) vai para a mulher se o casamento foi por comunhão parcial de bens porque ela é cônjuge
 50% (50) vai para os filhos porque eles são os herdeiros IR vai pegar 25 dos 50 pertencentes aos filhos (porque se referem ao patrimônio pessoal do de cujus, que é devedor) é a metade do marido
Mas se fosse algum outro tributo em que a esposa tivesse interesse comum, ela seria responsável solidária
5.2.1.3. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO EMPRESARIAL
- No caso de sucessão empresarial, existem 3 situações reguladas pelo CTN. São elas as responsabilidades exclusiva, integral e subsidiária.
- Art. 132> A PJ de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas PJ´s de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
- Fusão	 	 	A + B = C	(C será a responsável pelos débitos tributários de A e B) 
- Incorporação	 	A + B = A (A será responsável tributária pelos créditos devidos por B)
- Transformação	Empresa sofre alteração do tipo social: ME Ltda. (a empresa ltda será a
 responsável tributária)
 A cisão não está incluída no DTributário apesar de ser forma de sucessão porque A só poderá se dividir em B e C se não existirem obrigações tributárias pendentes.
- Art. 132 § único> Na extinção de PJ´s de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual, haverá responsabilidade exclusiva por sucessão empresarial pela nova empresa constituída.
Ex> Empresa A Empresa B Ex-sócio que participava da empresa A agora participa da empresa B, de mesmo ramo de atividade. Basta que haja 1 sócio em comum para que a nova empresa (B) passe a ser responsável tributária pelas obrigações pendentes de A. Deve ser necessariamente do mesmo ramo. Não há prazo. O mesmo aplica-se ao espólio de ex-sócio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
- Art. 133> trata da responsabilidade do adquirente de (1) um fundo de comércio ou (2) estabelecimento comercial, industrial ou profissional pelos tributos devidos pelo alienante. Tal responsabilidade pode ser integral ou subsidiária, dependendo do procedimento adotado pelo alienante após a alienação. 
 Fundo de comércio: compreende o ponto comercial, estoque, equipamentos, etc
Hipótese 1.1> Se o alienante cessar a exploração da atividade que vinha executando e não passa a explorar outra atividade O adquirente responde pelos tributos relativos ao estabelecimento adquirido; a responsabilidade do adquirente é integral (responde sozinho, não há obrigação do alienante)
Hipótese 1.2> O alienante prossegue a exploração da atividade que desenvolvia no estabelecimento alienado, ou passa a explorar outra, dentro de 6 meses contados da data da alienação, a responsabilidade do adquirente é meramente subsidiária, permanecendo, pois, como principal obrigado o alienante. 
					
O dispositivo busca evitar que, na venda de estabelecimento, o alienante se livre do patrimônio que poderia dar respaldo a suas obrigações tributárias. Se o alienante continua em atividade, ou a reinicia, presume-se que mantenha a capacidade de pagar suas obrigações tributárias. Caso, apesar disso, não a mantenha, e na medida em que não a mantenha, opera a responsabilidade subsidiária do adquirente pelos tributos gerados pela exploração do estabelecimento sob gestão do alienante.
	Observe-se que as obrigações pelas quais o adquirente pode ter que responder são apenas as relativas ao estabelecimento adquirido: o CTN não estabelece a responsabilidade do adquirente por todo e qq tributo devido pelo alienante, mas tão-somente pelos relativos ao estabelecimento vendido (não será responsável por ex, pelo IR devido pelo alienante)
Responsabilidade do adquirente de um fundo de comércio ou estabelecimento
					
 				 
	 Hipótese 1:						 Hipótese 2:
 	 Adquirente continua 				Adquirente não continua 
 a respectiva exploração	 			 a respectiva exploração
 			 	 
 Hipótese 1.1.	 Hipótese 1.2.		 Não há responsabilidade do adquirente
Alienante cessa a	 Alienante continua 	 pelos tributos devidos pelo alienante
exploração do comér-, ou reinicia nova 		 
cio, indústria ou ativi- atividade dentro de 
dade			 6 meses da alienação
				 
O adquirente respon-	 O adquirente responde
de integralmente	 subsidiariamente com o 
pelos tributos devidos alienante pelos tributos 
pelo alienante		 devidos	
5.2.2. RESPONSABILIDADE DE TERCEIROS  (arts. 134 e 135)
- Luciano Amaro afirma que o legislador equivocou-se, no art. 134, CTN, quanto à natureza da responsabilidade de terceiros: “O CTN rotula como responsabilidade solidária casos de impossibilidade de exigir o cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte. Trata-se de responsabilidade subsidiária. Anote-se que o próprio Código disse, em seu art. 124 § único, que a solidariedade não comporta benefício de ordem; já o art. 134 claramente dispõe em contrário, o que infirma a solidariedade. Em suma, o dispositivo cuida de responsabilidade não solidária, e sim subsidiária, restrita às situações em que não haja possibilidade de exigir-se o cumprimento da obrigação pelo próprio contribuinte”.
- Para que se configure, é necessário:
impossibilidade de o Estado exigir o cumprimento da obrigação tributária principal diretamente do contribuinte 
a intervenção de 3° no ato tributável ou 
a omissão de 3° quanto ao ato tributável de sua responsabilidade.
- São considerados terceiros responsáveis (art. 134):
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
- Art. 134 § único> aos terceiros referidos no art. 134 não é aplicável nenhuma penalidade, exceto as de caráter moratório (multas de mora), mesmo tratando-se, como efetivamente se trata, de situações em que o 3° interveio por atos ou omissões em face do princípio, oriundo do Direito Penal, consagrado expressamente pela CF/88 (art. 5°, XLV), de que a pena não pode passar da pessoa do autor do ilícito, os terceiros não são submetidos às penalidades de caráter essencialmente punitivo.
- Art. 135> Neste artigo, o CTN volta a falar de pessoalidade da responsabilidade de terceiros (a exemplo do que dissera no art. 131). 
Ao contrário do que ocorre no artigo anterior, o art. 135 exclui do pólo passivo da obrigação a figura do contribuinte. Não se trata, portanto, de responsabilidade subsidiária do 3° nem de responsabilidade solidária. Somente os terceiros citados nos incisos desse artigo respondem (“são pessoalmente responsáveis”), sempre que abusarem de seus poderes legal, tributária ou contratualmente fixados.
	Por se tratar de abuso ou excesso de poderes, ou seja, a prática de atos proibidos ou não autorizados, os contribuintes (quer PF´s quer PJ´s) ficam a salvo de quaisquer responsabilidades. Regra geral, nesses casos,são os contribuintes vítimas dos atos exercidos com abuso de terceiras pessoas, razão que determina a responsabilidade destas, pessoal e exclusivamente. 
Obs1> Teoria da desconsideração da personalidade jurídica: Via de regra, os tributos da empresa são devidos por ela. Mas, caso ocorra algumas das situações previstas no art. 135, responsabiliza-se seus sócios, gerentes, mandatários, etc. 
Obs2> O art. 208, CTN contempla outra hipótese de responsabilidade de 3°, qual seja, a do funcionário que, “com dolo ou fraude”, expeça certidão negativa “que contenha erro contra a Fazenda Pública”, sem prejuízo da  responsabilidade criminal e funcional que couber (§ único do mesmo artigo). Também nessa hipótese o CTN prevê a responsabilidade pessoal do funcionário pelo crédito tributários e os juros de mora.
5.2.3. RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÕES  
- Art. 136> Trata da responsabilidade objetiva. Sendo assim a responsabilidade por infrações independe da intenção do agente (dolo). Torna-se, portanto, irrelevante indagar se o agente agiu com dolo ou mesmo com culpa para que alguém seja considerado infrator. Não importa, também, a efetividade, a natureza e a extensão do ato praticado, salvo disposição de lei em contrário.
	Desse modo, a infração é considerada objetivamente, reputando-se consumada pela simples ocorrência dos pressupostos de fato descritos na lei (concretização da hipótese legal).
- Art. 137> Em princípio, a responsabilidade tributária é do contribuinte. Porém, o art. 137 expressamente prevê que a responsabilidade é daquele que cometer a infração, ou seja, do agente, sem que haja o envolvimento do contribuinte.
	O art. 137 abriga as 3 hipóteses de responsabilidade pessoal do agente:
I) Quando a infração é conceituada como crime (por ex, crime contra a ordem tributária) ou contravenção (por ex, sujeito passivo que não se identifica ou não prova sua qualificação perante agente do Fisco), salvo quando o agente a pratica no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito (neste último caso deve responder o próprio contribuinte, por não ter havido abuso na representação). 
II) Quando na ocorrência de infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar
III) Quando na ocorrência de infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico por parte das pessoas mencionadas nos arts. 134 e 135 contra os contribuintes que representem ou para quem trabalhem.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA
- Art. 138> Cria o instituto da denúncia espontânea, incentivando o sujeito passivo infrator a denunciar a sua própria infração, pagando o tributo e os juros de mora ou depositando o valor arbitrado pela autoridade e, como conseqüência, sendo dispensado da penalidade cabível.
 Para que a responsabilidade seja excluída, é necessário que:
1) a denúncia espontânea da infração seja acompanhada, se for o caso:
- do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou 
- do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
2) a denúncia seja apresentada ANTES do início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração Desta forma, evita o legislador que sempre for iniciado um procedimento fiscal com relação a um determinado sujeito passivo, o mesmo tente pagar imediatamente todos os tributos devidos, tentando-se livrar da responsabilidade pela infração por ter pago tempestivamente.
6. CRÉDITO TRIBUTÁRIO
6.1. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA x CRÉDITO TRIBUTÁRIO
A lei descreve a hipótese em que o tributo é devido (hipótese de incidência), sendo que, concretizada essa hipótese pela ocorrência do fato no mundo material (fato gerador) surge a obrigação tributária, isto é, o vínculo jurídico por força do qual o particular sujeita-se a ter contra ele um lançamento.
A partir daí, abrem-se 2 possibilidades:
1) Ocorrido o FG e nascida a obrigação tributária, o sujeito passivo deve cumprir seu dever legal de recolher o tributo independentemente de qq manifestação do sujeito ativo. Deverá ele praticar todas as operações necessárias à determinação do valor da obrigação tributária e recolher o montante apurado, sem que, para isso, se imponha a prática de algum ato pelo sujeito ativo (além de simples dever de receber o valor do tributo e dar quitação – que poderá ficar condicionada à verificação posterior da valorização fática e do cálculo que o sujeito passivo tenha efetuado) Esta situação ocorre quanto aos tributos cuja lei atribua ao sujeito passivo o dever de pagamento independentemente da prática do ato de lançamento pelo sujeito ativo. 
2) No entanto, em diversas situações, não obstante se tenha tido o nascimento da obrigação tributária, com a realização do FG, o Estado ainda não pode exigir o pagamento do tributo, visto que a própria lei tributária não requer do sujeito passivo nenhum pagamento se e enquanto não houver, por parte do sujeito ativo, o lançamento, isto é, a constituição de um crédito a seu favor. Só então poderá o objeto da prestação obrigacional poderá ser exigido.
O lançamento é um ato do sujeito ativo (credor), que se reflete num escrito formal (isto é, um documento escrito, na forma prevista em lei), através do qual se dá ciência ao sujeito passivo, a fim de que este fique adstrito a, no prazo assinalado (no próprio documento ou na lei), satisfazer o direito do credor, sob pena de serem desencadeados os procedimentos tendentes à cobrança via constrição judicial.
	Ex> Alguém passa a deter a propriedade de certo imóvel urbano construído o indivíduo só será compelível ao pagamento do tributo pertinente (IPTU) se (e a partir quando) o sujeito ativo (Município) efetivar o ato formal previsto em lei, para a determinação do valor do tributo, dele cientificando o sujeito passivo. Antes da consecução desse ato, embora nascida a obrigação tributária, ela está desprovida de exigibilidade.
A dissociação temporal entre o momento do nascimento do direito do sujeito ativo da obrigação tributária (com a ocorrência do FG) e o momento em que a obrigação se torna exigível (com a prática do ato de lançamento, e sua comunicação formal ao devedor) decorre do preceito legal que, em determinadas situações, prevê o lançamento como ato a ser necessariamente praticado, após a realização do FG, para que se tenha a exigibilidade da obrigação tributária.
	
	Na 1ª hipótese, caso o devedor se omita quanto à sua obrigação de apurar e recolher o tributo (ou se o fizer em valor menor do que o legalmente devido), o sujeito ativo é obrigado à prática do ato de lançamento para poder exigir o cumprimento da obrigação tributária; nessa eventualidade, a lei comina penalidade aplicável ao sujeito passivo, em razão do descumprimento do seu dever legal de recolher o tributo devido.
	Por conseguinte, ou porque a lei exige o lançamento como condição para que a obrigação tributária se torne exigível, ou porque, devendo ela ser cumprida sem que se requeira tal condição, o pagamento não é realizado, cabe ao sujeito ativo (para habilitar-se à adoção de medida tendente a obter a satisfação do seu direito) proceder ao lançamento e notificar o sujeito passivo para que pague no prazo assinalado, sob pena de, não o fazendo, sujeitar- se à cobrança judicial (precedida da formalidade da inscrição da dívida).
Conclusão:
 Com a ocorrência do fato tributário (FG), a obrigação tributária ganha existência;
 Com o lançamento (se e quando ele se fizer necessário – o que só se dá em algumas situações), a obrigação torna-se exigível pelo credor e realizável pelo devedor;
 Desatendida a exigência, isto é, esgotado o prazo de cobrança voluntária (cobrança administrativa), procede-se à inscrição da dívida ativa, o que confere executoriedade à obrigação tributária (possibilidade de cobrança judicial, via ação de execução).
6.2. CONCEITO
- O crédito tributário nasce da obrigação principal, vale dizer, resulta da obrigação de pagar tributo ou penalidade pecuniária
- OCTN reconheceu que a obrigação tributária nasce com a ocorrência do FG, afirmando no art. 114 que o FG é a condição não apenas necessária, mas também suficiente para o nascimento da obrigação tributária
O crédito tributário é o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o Estado (sujeito ativo) pode exigir do particular, o contribuinte ou responsável (sujeito passivo), o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária (objeto da relação obrigacional).
Art. 139
- O crédito tributário tanto pode versar como cobrança de tributo como sobre cobrança de penalidade pecuniária será sempre uma obrigação de pagar (só tem a ver com $)
 Obrigação:
- principal: origina o crédito tributário 
- acessória: obrigação de fazer ou não fazer portanto, não há obrigação de pagamento.
> TEORIA DUALISTA DA OBRIGAÇÃO
- Ao se decompor a relação obrigacional, verifica-se que o direito de crédito tem como fim imediato uma prestação, e mediato, a sujeição do patrimônio do devedor. Encarada essa dupla finalidade sucessiva pelo lado passivo, pode-se distinguir, correspondentemente, o dever de prestação, a ser cumprido espontaneamente, da sujeição do devedor, na ordem patrimonial, ao poder coativo do credor. Analisada sob essa dupla perspectiva, descortinam-se os 2 elementos da relação obrigacional:
a) Debitum: 
- É o dever de prestação
- Certas obrigações só têm o debitum. 
- Ex> Dívida de jogo não é cobrável. Haveria somente a obrigação de pagar mas não há credito a ser pago. Tem “debitum” mas não tem “obligatio” 
b) Obligatio:
- É o dever de sujeição (responsabilidade) Geralmente é conseqüência do debitum
- Significa a responsabilidade patrimonial do devedor, que se traduz em sujeição ao poder coativo do credor. Se o dever de prestação não é espontaneamente satisfeito, o credor exerce seu direito coagindo o devedor a satisfazê-lo. Esse direito a exigir o pagamento e a faculdade de executar são seqüelas naturais do crédito.
Portanto, a obligatio contém não apenas o dever de prestação, mas também a sujeição do patrimônio do devedor, ou de outrem, ao pagamento da dívida. O direito de crédito valeria pouco ao seu titular se não lhe fossem assegurados meios coercitivos para exigir o cumprimento da obrigação. Sem obligatio, a relação obrigacional não se torna perfeita. 
- Certas obrigações só têm a obligatio. Ex> Aval, fiança.
 A Teoria Dualista da obrigação tb é aplicável no Dtributário:
- obrigação tributária: surge com a ocorrência do FG mas só passa a ser exigível com a constituição do crédito
- crédito tributário: decorre da OT principal, fazendo com que esta se torne líquida.
Em princípio, há coincidência entre debitum e obligatio, por evidente que a responsabilidade se manifesta como conseqüência do débito. Há situações, porém, que existe obrigação sem a coexistência dos 2 elementos. Ex:
a) Um só débito pode corresponder a uma pluralidade de responsabilidades: é o que ocorre na garantia dada por terceiros que se responsabilizem pro rata pela dívida. 
b) A responsabilidade do devedor pode ser limitada por ele próprio: é o que se verifica nas sociedades de responsabilidade limitada, ou em decorrência de preceito legal, como na aceitação da herança a benefício do inventário.
c) Há debitum sem obligatio na obrigação natural, pois que o credor não pode exercer o seu poder coativo sobre o patrimônio do devedor.
c) Há obligatio sem debitum próprio quando uma garantia real, como o penhor ou a hipoteca, é oferecida por 3°.
d) A obligatio nasce antes do debitum na fiança, onde fiador é responsável, sem débito atual. 
Art. 140
- As modificações ou as dispensas de pagamento do crédito tributário não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. 
- Corrobora o fato de que a obrigação tributária é de crédito tributário
- Ex> isenção exclui o crédito tributário mas não a obrigação tributária
 impugnação modifica a exigibilidade do crédito mas não a obrigação
> Se o lançamento for nulo em razão de algum vício, isso não atinge, em regra, a obrigação tributária, que pode ser objeto de novo lançamento, em forma adequada
Ex> Se um contribuinte for isento do IPTU, continuará tendo a obrigação tributária. Do mesmo modo, se for dado um imóvel como hipoteca para uma dívida tributária, a obrigação não se transforma em hipotecária.
- Para todo crédito existe uma obrigação, mas nem toda obrigação implica na existência de um crédito
Art. 141
- Para que o crédito exista, é necessário um ato administrativo denominado lançamento. Só quando este for efetuado é que passará a existir o crédito.
- Ex> IPTU Quando o IPTU passa a ser exigível? Quando o proprietário recebe o carne do IPTU (ele só passa a ser obrigado a pagar quando o recebe). É possível a contestação do valor cobrado através de uma impugnação do crédito tributário (recurso administrativo). Nesse período, a exigibilidade do crédito fica suspensa mas a obrigação persiste. 
- O artigo diz que o crédito tributário só pode ser modificado, suspenso, excluído ou extinto através das hipóteses previstas no próprio CTN, responsabilizando o funcionário que não acatar o dispositivo legal. Isso porque o tributo, pela sua própria definição legal, há de ser cobrado mediante atividade administrativa vinculada (art. 3°, CTN). É uma decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público. A transgressão dos deveres funcionais sujeita o agente público às sanções administrativas e, se for o caso, às penais. A autoridade ou funcionário público, a quem cabe lançar, deve cumprir a lei de ofício. Sua atividade é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Deverá exigir do sujeito passivo exatamente o que a lei determina.
 “exclusão do crédito”: isenção e anistia
7. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
7.1. LANÇAMENTO
- Art. 142> Impropriedades do artigo:
- “procedimento”: errado, é um ATO (= um único ato praticado por um agente público administrativo). O procedimento é uma sucessão lógica de vários atos com um final.
- constitui ou declara o crédito? O CTN diz que o lançamento constitui, enquanto a doutrina durante muito tempo afirmou que ele só declara. Hoje, entende-se que o lançamento declara a obrigação e constitui o crédito (o lançamento torna líquida a obrigação, isto é, a autoridade fazendária declara a ocorrência do FG)
- É através do crédito que se identificam os 5 elementos da obrigação (local, factual, subjetivo, temporal e valorativo)
Art. 142 § único> Dispõe que a atividade de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Assim, tomando conhecimento do FG da obrigação tributária principal, ou do seu descumprimento, no que concerne à penalidade pecuniária respectiva, a autoridade administrativa tem o dever de proceder ao lançamento tributário.
- C/C art. 3°, CTN: “cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”
- Art. 142: “atividade administrativa vinculada”
- “Atividade vinculada”: a lei delimita os limites que devem ser obedecidos pelo agente público quando no lançamento
Art. 143> Regula, na ausência de Lei Ordinária sobre a matéria, o câmbio a ser utilizado pela Fazenda Pública, ao calcular o montante do tributo devido quando a BC vier expressa em moeda estrangeira. 
- O crédito é saldado em moeda nacional
- Ex> Importação é preciso converter em real para se apurar o crédito tributário
Art. 144> 
- Regra> o lançamento deve reportar-se à lei vigente na data da ocorrência do FG isto é, deve reger-se pela lei vigente por ocasião do nascimento da obrigação tributária que dele seja objeto (ainda que posteriormente revogada) Daí a necessidade de se identificar o elemento temporal
Art. 144 § 1°> Traz exceções, admitindo a aplicação de novas normas procedimentais, garantias ou privilégios, desde que não interfiram nem com o valor da obrigação nem com a definição do sujeito passivo> Assim, aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do FG da obrigação:
tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização;
tenha ampliado os poderesde investigação das autoridades administrativas;
tenha outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios Exceção: não se pode, por lei posterior à ocorrência do FG, atribuir responsabilidade tributária a 3°.
- Refere-se às formalidades do lançamento> Lei que modifica a forma de lançamento retroage apenas para modificar o modo como o lançamento é praticado (não altera nem a obrigação nem o crédito).
Art. 144 § 2°> Se se tratar, por ex, de imposto sobre o patrimônio, cobrado por períodos anuais, e a lei dispuser que o FG se considera ocorrido a cada dia 1° de janeiro, a lei aplicável será aquela que estiver em vigor e for eficaz naquela data; ou seja, estar-se-á aplicando a lei vigente no momento da ocorrência do FG, que é exatamente o que quer o caput do artigo.
- Ex> IPTU Período certo: 1 ano Todo o lançamento deve estar pronto no período anterior porque o FG ocorre em 1°/jan.
- Como já visto, a prática do lançamento é necessária para que o sujeito ativo possa exercitar atos de cobrança do tributo, primeiro administrativamente e depois (se frustrada a cobrança administrativa) por meio de ação judicial, precedida esta de outra providência formal, que é a inscrição do tributo como dívida ativa.
 O lançamento se dá em 2 diferentes situações:
1) Na 1ª situação, a lei prevê esse ato (lançamento) do sujeito ativo como requisito necessário de exigibilidade da obrigação tributária, sem o qual o sujeito ativo não pode exercer nenhuma medida para a cobrança do tributo, nem está ainda o sujeito passivo adstrito a efetuar o pagamento da obrigação. Quando o lançamento é feito e notificado ao sujeito passivo, este deve pagar o tributo no prazo legalmente assinalado, sob pena de o sujeito ativo prosseguir com as medidas legais tendentes à satisfação de seu direito, inclusive mediante coerção judicial.
2) Noutra situação, a lei cria para o sujeito passivo o dever de efetuar o pagamento, independentemente de o sujeito ativo proceder ao lançamento, de modo que a omissão do sujeito passivo já o coloca em mora. 
		
O CTN, assumiu a premissa de que o lançamento é sempre necessário. Por isso, mesmo nos casos em que o sujeito passivo, atento ao seu dever legal, efetue corretamente o pagamento antes de qq providência do sujeito ativo, o CTN exige a prática do lançamento a posteriori, mediante “homologação” expressa ou tácita. 
Caso ele proceda ao pagamento do tributo, nos termos em que a lei o exige, a obrigação tributária está cumprida, sem que, para isso, tenha sido necessária a prática do lançamento. Porém, verificada a omissão do sujeito passivo no que respeita ao cumprimento tempestivo do dever de pagar o tributo, a dinâmica procedimental para a cobrança passa a ser = à da 1ª situação: o sujeito ativo deve proceder ao lançamento, notificando o sujeito passivo, que, se não satisfizer a pretensão do sujeito ativo, fica igualmente submetido às demais medidas legais tendentes à satisfação do credor, inclusive a ação judicial. Nestas hipóteses, o sujeito passivo, além do tributo, sofre a aplicação das penalidades que a lei comine para sancionar sua omissão.
Art. 145> Dispõe sobre as únicas hipóteses que podem alterar um lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo
- São as hipóteses de modificação do crédito tributário> modificam-se o lançamento e o crédito mas a obrigação permanece imutável
- C/C arts. 140 e 141
I - Impugnação do Sujeito Passivo
- quando o sujeito passivo não concorda com o lançamento efetuado tem o direito de impugnar a exigência, que será julgada nos órgãos de 1ª instância dos processos administrativos da U, E, DF ou M
- Ex> IPTU A autoridade fazendária faz o lançamento a mais O contribuinte impugna o lançamento, podendo este ser modificado ou não
II - Recurso de Ofício
- A maioria das unidades federativas determinam em suas legislações a respeito dos processos administrativos que, em determinadas situações, quando a autoridade julgadora de 1ª instância decide favoravelmente ao sujeito passivo, deve recorrer da sua própria decisão para a 2ª instância
III - Iniciativa de Ofício da Autoridade Administrativa.
- Quando ocorre uma das 9 situações descritas no art. 149, a autoridade administrativa tem que tomar a iniciativa e modificar o lançamento (nas 2 situações anteriores, o lançamento só sofreu alteração em função de uma tentativa de impugnação do sujeito passivo)
Art. 146> A modificação introduzida, (1) de ofício ou (2) em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a FG ocorrido posteriormente à sua introdução.
- O dispositivo trata de modificação de critérios jurídicos adotados no lançamento.
- O texto legal expressamente proíbe a aplicação de novos critérios a FG´s ocorridos antes de sua introdução (que não necessariamente terão sido objeto de lançamento) É claro que, não podendo o novo critério ser aplicado para lançamento novo com base em FG ocorrido antes da introdução do novo critério, com maior razão este também não poderá ser aplicado para rever lançamento velho Há, portanto, inalterabilidade do critério para todos os FG´s já ocorridos, mesmo que ainda não tenham sido objeto de lançamento.
- O dispositivo procura traduzir norma de proteção do sujeito passivo A autoridade, que é quem aplica o critério jurídico de lançamento, está impedida de aplicar o novo critério em lançamentos relativos a FG´s ocorridos antes de sua introdução.
- Nasce o FG Nasce a obrigação, mas ainda não se sabe o quantum debeatur Para apuração do quantum debeatur, a autoridade se vale de critérios (ex> IPTU valor venal do imóvel + área ocupada + Antigüidade + alíquota aplicável) Se uma nova lei modifica esses critérios, ela não retroagirá (a mudança de critérios não vale pois o FG já ocorreu)
8. MODALIDADES DE LANÇAMENTO
8.1. LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO OU MISTO (art. 147)
- O lançamento é feito com base na declaração fornecida pelo contribuinte ou por 3°, “quando um ou outro presta à autoridade administrativa informações quanto à matéria de fato indispensável à sua efetivação”. 
- A declaração, portanto, configura uma obrigação formal ou instrumental (obrigação acessória, nos termos do CTN, art. 113 § 2°) do sujeito passivo (ou de 3°, por ex, o pai, o tutor, o curador, o administrador).
 Essa declaração destina-se a registrar os dados fáticos que, de acordo com a lei do tributo, sejam relevantes para a consecução, pela autoridade administrativa, do ato de lançamento. Se o declarante indicar fatos verdadeiros, e não omitir fatos que deva declarar, a autoridade administrativa terá todos os elementos necessários à efetivação do lançamento.
- Não há homologação, há mera declaração.
- Ex> Como ocorria com o IR (o IR era o exemplo típico de lançamento por declaração,mas tem evoluído para a sistemática de pagamento sem prévio lançamento, ou seja, para o modelo de lançamento por homologação).
Art. 147 § 1°> A retificação pelo próprio declarante (sujeito passivo ou 3°) é cabível tanto a favor do sujeito passivo quanto a favor do sujeito ativo. 
I) Se a retificação implicar redução ou exclusão do tributo (ou seja, se dela resultar uma situação de fato sobre a qual o tributo seja menor, ou sobre a qual não seja devido tributo), ela só é cabível se acompanhada da demonstração do erro em que se funde e se apresentada antes da notificação do lançamento. A declaração, portanto, presume-se verdadeira; por isso, ela não pode, simplesmente, ser desmentida pelo declarante, salvo se for demonstrado o erro nela cometido.
- Após a notificação, a retificação a ser requerida não será + da declaração, mas sim do lançamento (mediante a impugnação a que se refere o CTN, art. 145, I)
- Após o eventual pagamento do tributo indevido, ou maior do que o devido, o sujeito passivo pode pleitear a restituição do valor indevidamente recolhido (art. 165).
II) A retificação feita pelo declarante, quando implicar aumento do valor do tributo devido,

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