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Guilherme foi condenado definitivamente pela prática do crime de lesão corporal seguida de morte, sendo-lhe aplicada a pena de 06 anos de reclusão, a ser cumprida em regime inicial fechado, em razão d

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Aluno: Fellipe Besighini Valles 
Matrícula: 20161107887 
Prof.ª: Larissa Botelho 
NPJ Penal Quinta 10h 
 
Peça 12-1 
Prof.ª Larissa Botelho 
Guilherme foi condenado definitivamente pela prática do crime de lesão corporal 
seguida de morte, sendo-lhe aplicada a pena de 06 anos de reclusão, a ser 
cumprida em regime inicial fechado, em razão das circunstâncias do fato. Após 
cumprir 01 ano da pena aplicada, Guilherme foi beneficiado com progressão para 
o regime semiaberto. Na unidade penitenciária, o apenado trabalhava 
internamente em busca da remição. Durante o cumprimento da pena nesse 
regime, veio a ser encontrado escondido em seu colchão um aparelho de 
telefonia celular. O diretor do estabelecimento penitenciário, ao tomar 
conhecimento do fato por meio dos agentes penitenciários, de imediato 
reconheceu na ficha do preso a prática de falta grave, apenas afirmando que a 
conduta narrada pelos agentes, e que teria sido praticada por Guilherme, se 
adequava ao Art. 50, inciso VII, da Lei nº 7.210/84. O reconhecimento da falta 
pelo diretor foi comunicado ao Ministério Público, que apresentou promoção ao 
juízo da Vara de Execuções Penais de São Paulo, juízo este competente, 
requerendo a perda de benefícios da execução por parte do apenado. O juiz 
competente, analisando o requerimento do Ministério Público, decidiu que, 
“considerando a falta grave reconhecida pelo diretor da unidade, impõe-se: a) a 
regressão do regime de cumprimento de pena para o fechado; b) perda da 
totalidade dos dias remidos; c) reinício da contagem do prazo de livramento 
condicional; d) reinício da contagem do prazo do indulto.” Ao ser intimado do teor 
da decisão, em 09 de julho de 2019, terça-feira, Guilherme entra em contato, de 
imediato, com você, na condição de advogado(a), esclarecendo que nunca fora 
ouvido sobre a aplicação da falta grave, apenas tendo conhecimento de que a 
Defensoria se manifestou no processo de execução após o requerimento do 
Ministério Público. Considerando apenas as informações narradas, na condição 
de advogado(a) de Guilherme, redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas 
corpus e embargos de declaração, apresentando todas as teses jurídicas 
pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, 
considerando que, em todos os locais do país, de segunda a sexta-feira são dias 
úteis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: Fellipe Besighini Valles 
Matrícula: 20161107887 
Prof.ª: Larissa Botelho 
NPJ Penal Quinta 10h 
 
EXCELENTÍSSIMO DJUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL 
DO JÚRI DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP. 
 
 
 
Processo n º... 
 
 
 
GUILHERME, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu 
procurador infra-assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, interpor: 
 
AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
com base no artigo 197 da Lei 7.210/84 – Lei de Execução Penal, IV. 
Requer que seja feita a retratação por parte do juízo a quo, na forma do 
art. 589 do Código de Processo Penal, por analogia. 
Caso Vossa Excelência entenda em não acolhimento, deveria haver 
requerimento de encaminhamento do feito para instância superior, com as 
respectivas razões recursais. 
 
 
Termos em que 
Pede deferimento. 
São Paulo, 15 de julho de 2019. 
 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
Aluno: Fellipe Besighini Valles 
Matrícula: 20161107887 
Prof.ª: Larissa Botelho 
NPJ Penal Quinta 10h 
 
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
Recorrente: Guilherme 
Recorrido: Ministério Público. 
Autos n º... 
 
I - DOS FATOS 
Guilherme após cumprir 1 anos da pena que a ele foi aplicada, recebeu 
urna falta grave, após ter sido encontrado em seu colchão um telefone celular. 
A conduta que teria sido narrada pelos agentes penitenciários, se 
adequava ao artigo 50, inciso VII, da Lei n°7.210/84. 
Após ajuizada ação do Ministério Público, o juiz competente decidiu a 
regressão do regime de cumprimento de pena para o fechado, a perda da 
totalidade dos dias remidos, o reinício da contagem do prazo de livramento 
condicional e o reinício da contagem do prazo do indulto 
Guilherme ficou sabendo que a Defensoria se manifestou no processo de 
execução após o requerimento do Ministério Público. 
 
II – DO MERITO 
Sobre reconhecimento da falta grave não observou as formalidades 
legais. Nos termos do artigo 50 da Lá 7.210/84, realmente como mencionado 
pelo diretor do estabelecimento penitenciário, a conduta de esconder celular 
configura prática de falta grave (inciso VII). 
Todavia, para assegurar o direito ao exercício do princípio da ampla 
defesa e do princípio do contraditório, pacificou a jurisprudência o entendimento 
de que o reconhecimento de falta grave depende de regular procedimento 
administrativo disciplinar, devidamente assegurado o acompanhamento de 
defesa técnica. Nesse sentido é o teor da Súmula 533 do Superior Tribunal de 
Aluno: Fellipe Besighini Valles 
Matrícula: 20161107887 
Prof.ª: Larissa Botelho 
NPJ Penal Quinta 10h 
 
Justiça. Na situação apresentada, o diretor do estabelecimento reconheceu a 
prática de falta grave sem observar as exigências antes mencionadas, ou seja, 
sem instaurar procedimento administrativo e sem garantir o direito de defesa. 
Dessa forma, não pode aquele reconhecimento ser considerado pelo juízo da 
execução. 
Portanto, não sendo válido o reconhecimento da prática de falta grave, 
sequer seria possível a regressão do cumprimento da pena para o regime 
fechado. 
Ainda que o reconhecimento da falta grave fosse considerado válido, 
impossível seria a sanção de perda da integralidade dos dias remidos. O artigo 
127 da Lei de Execução Penal, admite que a purição por falta grave gere perda 
dos dias remidos. Todavia, o mesmo dispositivo assegura um limite de perda de 
até um terço, sendo a decisão do magistrado que determina a perda de todos os 
dias remidos. 
Diante da ausência de previsão legal a execução penal está sujeita ao 
princípio da legalidade, que também é aplicável na execução penal. 
Sobre o reinício da contagem do prazo de livramento condicional, não 
pode o magistrado impor o reinício da contagem do prazo do livramento 
condicional, nos termos da Súmula 441 do STJ que expressa: "A falta grave não 
interrompe o prazo para obtenção de livramento condicional. " 
Pelas mesmas razões, a Súmula 535 do STJ, prevê que a prática de falta 
grave não interrompe o pra., para fins de comutação de pena ou indulto, sem 
prejuízo de esta ser considerada no momento de analisar o preenchimento dos 
requisitos subjetivos deste benefício. 
 
III - DOS PEDIDOS 
Aluno: Fellipe Besighini Valles 
Matrícula: 20161107887 
Prof.ª: Larissa Botelho 
NPJ Penal Quinta 10h 
 
Diante do exposto, regue a Vossa Excelência o conhecimento e provimento do 
recurso, afastando-se o reconhecimento da falta grave e suas consequências. 
Nestes Termos 
Pede o deferimento 
 
São Paulo, 15 de julho de 2019 
 
ADVOGADO 
OAB

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