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LEP (Leis de execuções penais) Estudo a LEP (Leis de Execuções Penais) – Lei 7210/84 Das Finalidades da LEP Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado. Como percebemos este artigo está em consonância com o que há de mais moderno na doutrina, temos aqui uma dupla finalidade ou também conhecida como eclética ou mista. Como percebemos temos um duplo objetivo, na primeira parte o legislador tem como objetivo propiciar meios para que a sentença seja integralmente cumprida e na parte final o legislador tem como objetivo a reintegração do sentenciado ao convívio social (ressocialização). Como outroramente comentado há a concordância entre o que está previsto no artigo primeiro da LEP e com a finalidade da pena, conforme prevê a doutrina moderna, vejamos, então, esta teoria: ( A doutrina moderna admite a tríplice finalidade, porém diferencia os momentos : ) Pena em Abstrato – Prevenção Geral Pena na sentença – Prevenção Especial Pena na Execução Atuação Temporal · Atua antes do crime · Atua depois do Crime – O juiz já está sentenciado o fato Alcance · Visa à sociedade · Visa o delinqüente Finalidades · Busca evitar a prática do delito · Busca evitar a reincidência · Retribuição – Retribuir com o mal o mal causado. · Efetivar a prevenção especial + retribuição; · Ressocialização. 1. (SEJUS-ES/09) O objetivo da execução penal é efetivar as disposições de decisão criminal condenatória, ainda que não definitiva, de forma a proporcionar condições para a integração social do condenado, do internado e do menor infrator. Errado, pois não abrange o menor infrator. Princípios Norteadores da Sentença 1) Legalidade – Art. 3º LEP. “Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.” Obs.: Cuidado o princípio da legalidade da execução penal está na própria LEP e não àquele que você provavelmente está pensando, previsto no artigo primeiro do Código Penal. A LEP se aplica ao preso em definitivo, ao preso provisório no que couber e ao internado, sujeito a medida de segurança de internação 2) Princípio da igualdade “Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.” OBS.: Este princípio está previsto no § único, do artigo 3º. Uma possível questão de prova pode envolver este princípio da legalidade, perguntando, por exemplo, se pode existir algum tipo de desigualdade, o candidato deve estar atento, pois pode haver uma desigualdade material, por exemplo, no que tange a idade (aos maiores de 60 anos) e ao sexo (Mulheres cumprindo pena). 3) Princípio da Personalização da Pena “Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal.” É amoldado a pena a cada condenado. O candidato deve ter cuidado com os tempos da individualização, existem dois momentos na pena, realizado pelo juiz da sentença e outro feito na execução penal, realizado pelo juiz da execução. Percebemos ainda que os condenados serão classificados, mas a pergunta que paira é, quem classifica? Esta classificação cabe a Comissão Técnica de Classificação (CTC), temos que ter cuidado, pois as suas atribuições, foram diminuídas, vejamos como eram e como ficou agora: Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador e acompanhará a execução das penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, devendo propor, à autoridade competente, as progressões e regressões dos regimes, bem como as conversões. Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003). Lei 10792/03 Antes Depois Acompanhava as Penas a) Privativa de Liberdade b) Restritiva de Direitos Intervinha a) Progressões/Regressões b) Conversão da Pena Somente individualiza e acompanha pena privativa de liberdade Comentários Como percebemos o exame criminológico, ao contrário de algumas correntes, ainda é previsto na LEP, apenas sofreu uma redução em seu rol com o advento da lei 10792/03, como vimos na tabela acima. A corrente que defende a extinção do exame criminológico, só leve em consideração a destinação do exame criminológico a tão somente à aferição do mérito que se exigia expressamente para a progressão do regime prisional e outros benefícios. Porém, e com maior relevância esta classificação se mostra imprescindível para a individualização executória, que por um acaso nada mudou. Percebemos que somente será submetido ao exame criminológico obrigatoriamente o preso que cumpre a pena em regime fechado, ficando, então, o preso em regime semiaberto a faculdade do juiz da execução penal caso ache necessário, como prevê o art. 8º. Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução. Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semi-aberto. Questões Relacionadas 2. O exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução é obrigatório para: a) Os condenados somente às penas privativas de liberdade em regime fechado. b) Os condenados somente às penas privativas de liberdade em regime semi-aberto. c) Os condenados às penas privativas de liberdade em regime fechado e para os condenados às penas privativas de liberdade em regime semi-aberto. d) Os condenados às penas privativas de liberdade em regime aberto ou à pena restritiva de direitos. e) Os condenados somente à pena restritiva de direitos. Resposta: Letra A, Como já comentado somente aqueles que cumprem pena privativa de liberdade em regime fechado será submetido a exame criminológico, como prevê o artigo 8º acima. 3. (SEJUS-ES/09) O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade e restritiva de direitos deve ser submetido a exame criminológico a fim de que sejam obtidos os elementos necessários à adequada classificação e individualização da execução. Errada, só será submetido a exame criminológico os presos cuja a pena seja privativa de liberdade. 4) Jurisdicionalidade Os incidentes da LEP serão decididos pelo poder judiciário. A autoridade administrativa somente pode definir pontos secundários da execução penal (ex: Dia de visitas, horário do banho de sol, imposição de sanções disciplinares previamente previstos em lei, etc.). Mesmo nos pontos secundários pode haver intervenção judicial. Por Exemplo, o delegado ou o diretor do presídio, proíbe o dia de visitas, caso o condenado discorde pode recorrer ao juiz. 5) Devido Processo Legal Temos aqui um gênero com várias espécies, por exemplo, ampla defesa, contraditório, publicidade, imparcialidade... 6) Reeducativo Durante a execução penal deve-se buscar a ressocialização dos presos, coincidindo com as finalidades da LEP. Nós temos para isso os instrumentos que buscam a ressocialização, que desdobraremos futuramente. Art. 11. A assistência será: I - material; II - à saúde; III -jurídica; IV - educacional; V - social; VI - religiosa. 7) Humanização Aqui se visa apenas o que já a própria Constituição federal já previa, proibindo penas cruéis, desumanas ou degradantes. Questões Relacionadas 4. Henrique, condenado definitivamente pela prática de latrocínio, praticou, no curso do regime fechado, fato definido como crime, isto é, matou seu companheiro de cela no interior do presídio.Nessa situação, independentemente da sanção penal, Henrique poderá ser sujeitado, pelo diretor do estabelecimento prisional, à sanção disciplinar de clausula em cela escura, até o limite de seis horas por dia. Errada, é proibida qualquer tipo de tratamento desumano ou degradante, conforme prevê o artigo 5º, inciso III da CF, bem como garantido a integridade física e moral do preso. Art. 5º ... III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; ... XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral. Direitos e deveres do Preso Os direitos e deveres do preso estão previstos do artigo 38 ao artigo 43. Denominamos de estatuto jurídico do preso. Dos Deveres Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de execução da pena. Art. 39. Constituem deveres do condenado: I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença; II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados; IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina; V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas; VI - submissão à sanção disciplinar imposta; VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores; VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho; IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento; X - conservação dos objetos de uso pessoal. Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo. Dos Direitos Art. 41 - Constituem direitos do preso: I - alimentação suficiente e vestuário; II - atribuição de trabalho e sua remuneração; III - Previdência Social; IV - constituição de pecúlio; V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação; VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena; VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa; VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo; IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado; X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados; XI - chamamento nominal; XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena; XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento; XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito; XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 13.8.2003) Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento. Observamos que os incisos V, X e XV são os únicos relativos, sendo necessário ato motivado, enquanto durarem os motivos persistem as restrições acima. Questões relacionadas 5. (SEAP-PR) Constituem deveres do condenado, exceto: a) Higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento. b) Conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina. c) Conservação dos objetos de uso pessoal. d) Execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas. e) Constituição de pecúlio. Resposta: Letra E, aqui o examinador busca confundir a cabeça do candidato misturando os direitos e deveres, incluindo na letra E um direito e não um dever. Art. 41 - Constituem direitos do preso: ... IV - constituição de pecúlio; 6. (SEJUC-RN) Marque a afirmativa INCORRETA: A) São recompensas que podem ser concedidas aos presos: elogio e concessão de regalias. B) Não é garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependente, a fim de orientar e acompanhar o tratamento. C) Constituem direito do preso a alimentação suficiente e vestuário. D) Constitui direito do preso o contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. E) Constitui direito do preso a previdência social. Resposta: Letra B, como prevê o artigo 43 é garantido como direito do internado a contratação de médico pessoal. Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento. 7. (SEJUC-RN) Constituem deveres do preso, EXCETO: A) Obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se. B) Submissão à sanção disciplinar imposta. C) Execução do trabalho, das tarefas e das ordens. D) Indenização à vítima e aos seus sucessores. E) Proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação. Resposta: Letra E, Como sempre o examinador procura misturar o rol de direitos e deveres a fim de confundir o candidato, porém observe que a letra “E” está contida no rol dos direitos e não dos deveres do preso, como prevê o inciso V do artigo 41. 8. Constituem direitos do preso I. Alimentação suficiente e vestuário II. Atribuição de trabalho e sua remuneração III. Previdência social IV. Constituição de pecúlio V. Entrevista pessoal e reservada com o advogado Marque a alternativa correta: (a) As alternativas I, II e III estão corretas (b) As alternativas I e IV estão corretas (c) As alternativas I, II, III e V estão corretas (d) Todas estão corretas Resposta: Letra D, todas as alternativas representam direito do preso. Art. 41 - Constituem direitos do preso: I - alimentação suficiente e vestuário; II - atribuição de trabalho e sua remuneração; III - Previdência Social; IV - constituição de pecúlio; IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado; Das sanções Disciplinares Visando buscar a harmonização entre àqueles que cumprem penas, seja privativa de liberdade ou até mesmo restritiva de direitos o legislador ordinário, criou para isso recompensas para quem haja com mérito e sanções punidas com faltas para quem haja com demérito, aprofundaremos agora esse assunto. Dos Méritos Dos Deméritos Art. 56. São recompensas: I - o elogio; II - a concessão de regalias. Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a natureza e a forma de concessão de regalias. Art. 53. Constituem sanções disciplinares: I - advertência verbal; II - repreensão; III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único); IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei. V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Das faltas Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções. Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada. Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; II - fugir; III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; IV -provocar acidente de trabalho; V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007) Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório. Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que: I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta; II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta; III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. Comentários Casos de faltas Graves Para o condenado à pena privativa de liberdade Para o condenado à pena restritiva de direitos I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta; II - fugir; II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta; III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; IV - provocar acidente de trabalho; V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas; VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007) Segundo a tabela acima vale comentar algumas hipóteses de faltas graves àquele que estiver cumprindo pena privativa de liberdade, o inciso primeiro é óbvio uma questão de segurança tanto para quem cumpre e para quem auxilia a manutenção dessa pena (carcereiros, por exemplo), vale ressaltar que o idealizador também será submetido a essa sanção (através da incitação). O inciso II, é bem simples, porém há parte da doutrina que entende que fuga é a exteriorização do sentimento humano pela liberdade, logo, não seria caso nem de sanção. Pode até ser lindo, porém para a sua prova é caso de falta grave. Para o inciso III, vale ressaltar apenas que se incluem objetos impróprios como, por exemplo, uma escova de dente que seu cabo é apontado a ponto de se “criar” uma lança de tal forma que se consiga ofender a integridade física de outrem. Para o IV, o legislador percebeu que por previsão da remição (a cada 3 dias de trabalho há a remição de 1), e em caso de acidente de trabalho não provocado essa remição ainda persiste, logo, o objetivo foi claro, foi evitar a fraude laboral (já vi também estilionato laboral), ou seja, não ceder a remição àquele preso que provocou por dolo sua queda da escada fim de usufruir desse benefício. O inciso V, busca evitar o descumprimento no regime aberto das condições impostas. O VI como pode-se analisar na tabela é caso tanto de falta grave para quem cumpre pena privativa de liberdade como para quem cumpre restritiva de direitos, que são os casos de desobediência com os servidores e desrespeito com todos aqueles com quem deva se relacionar, além da não execução do trabalho, tarefa e ordens recebidas também se insere nesse contexto. Para concluir o VII tornou-se hipótese de falta grave com o advento da lei 11466 de 2007. A elevação a falta grave e, portanto, a proibição de uso de celular, rádios... Que permita a comunicação seja com outro preso ou com o mundo exterior, foi incluída no rol de faltas graves, devido aos reincidentes casos de rebeliões, atentados, etc. Dentre outros cometimentos de atos e crimes controversos a manutenção da ordem pública. Finalizando perceba no artigo 49, que a LEP só regula as faltas GRAVES ficando as leves e médias a cargo da legislação local. Segundo o parágrafo único, a tentativa é punida como a forma consumada. Lembrando que estas faltas ensejam a aplicação de sanções, as quais começaremos a dissertar agora. Questões Relacionadas 9. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves, todas elas previstas na LEP, sendo vedada à legislação local a especificação ou criação de sanções. Errada, pois a LEP apenas prevê a grave, ficando as leves e médias a cargo da legislação local. Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções. 10. Comete falta grave o condenado a pena privativa de liberdade que não cumpre o dever de obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se. Certa, sendo inclusive caso de falta grave tanto para quem cumpre pena privativa de liberdade como para aquele que cumpre restritiva de direitos como prevê o artigo 50, VI da LEP. Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: ... VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei. 11. A advertência verbal não constitui espécie de sanção disciplinar, mas mero procedimento interno de manutenção da disciplina. Errada, pois se encontra expressa no rol de sanções disciplinares. Art. 53. Constituem sanções disciplinares: I - advertência verbal; 12. É vedado o isolamento do preso provisório ou condenado, na própria cela, como forma de sanção disciplinar. Errada, pois existe a previsão expressa de isolamento na própria cela no rol de sanções disciplinares. Art. 53. Constituem sanções disciplinares: ... IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei. 13. Os condenados podem ser agraciados com recompensas, entre elas a concessão de regalias, tendo em vista o bom comportamento, a colaboração com a disciplina e a dedicação ao trabalho. Certa, é possível a concessão de regalias aos presos, desde que atendam ao requisito subjetivo de disciplina e dedicação ao trabalho. Art. 56. São recompensas: I - o elogio; II - a concessão de regalias. Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a natureza e a forma de concessão de regalias. 14. Como o procedimento para a apuração de falta disciplinar não é um feito judicial, não há necessidade de se assegurar ao faltoso o direito de defesa. Errada, questão busca do candidato apenas o conhecimento em relação ao direito a ampla defesa e contraditório previsto no artigo 59. Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimento para sua apuração, conforme regulamento, assegurado o direito de defesa. 15. (SEAP-PR) Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que: a) Retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta. b) Incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina. c) Provocar acidente de trabalho. d) Empreender fuga. e) Possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem. Resposta: Letra A, O candidato aqui deve observar que o examinador procura as faltas graves cometidas por aqueles que estão cumprindo pena restritiva de direitos e nas demais opções para confundir o candidato acrescentou causas de faltas graves para aquele que cumpre pena privativa de liberdade. Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que: ... II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta; 16. (SEAP-PR) São consideradas faltas graves cometidas pelo condenado a pena privativa de liberdade, EXCETO: A) Descumprir, injustificadamente, a restrição imposta. B) Fugir. C) Provocar acidente de trabalho. D) Incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina. E) Possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem. Resposta: LetraA, A letra “A” é a única que é causa de falta grave para quem cumpre pena restritiva de direitos o examinador buscou aqui confundir o candidato com os casos que ensejam faltas graves nas penas cumpridas em decorrência de pena privativa de liberdade. Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que: I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta; 17. (SEAP-PR) As sanções constantes na Lei de Execuções Penais, em seu título II, cap. IV, seção III, são as abaixo enumeradas, EXCETO: A) Advertência escrita. B) Advertência verbal. C) Suspensão ou restrição de direitos. D) Repreensão. E) Isolamento na própria cela ou em outro local adequado. Resposta: Letra A, pois a advertência é verbal, não há previsão de advertência por escrito. 18. (SEJUC-RN) NÃO comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: A) Retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta. B) Fugir. C) Provocar acidente de trabalho. D) Descumprir, no regime aberto, as restrições impostas. E) Incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina. Resposta: Letra A, aqui novamente o examinador tentou confundir o candidato misturando os casos de faltas graves daqueles que cumprem penas privativas de liberdade e daqueles que cumprem pena restritiva de direitos. 19. (SEJUS-ES) Considere que Joaquim, em cumprimento a pena privativa de liberdade, estimulou os demais presos de seu pavilhão à prática de greve de fome e de recusa ao trabalho,reivindicando melhores condições de alojamento e oportunidades de recreação. O movimento durou cinco dias, gerando desordem e indisciplina entre os presos. Nessa situação, independentemente da sanção aplicada aos demais presos, a conduta de Joaquim o sujeitará a sanção disciplinar em razão do cometimento de falta grave. Certa, Joaquim está incitando os demais a participação de movimento para subverter a ordem ou a disciplina. Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; 20. (SEJUS-ES) No âmbito da execução penal, no que se refere a faltas disciplinares e respectivas sanções, deve ser observado o princípio da reserva legal, segundo o qual somente pode ser considerada infração aquela que estiver anteriormente prevista em lei ou regulamento, bem como somente pode ser aplicada a sanção anteriormente cominada para o fato. Certa, Deverá aqui ser observado o princípio da reserva legal. 21. (SEJUS-ES) O regime disciplinar diferenciado, regime de cumprimento de pena em acréscimo aos regimes fechado, semi-aberto e aberto, caracteriza-se por maior grau de isolamento do preso e por restrições ao contato com o mundo exterior. Errada, RDD não é regime de cumprimento de pena. 22. (SEJUS-ES) Considera-se falta disciplinar grave a fuga praticada com violência ou danos patrimoniais. Classificam-se como falta média a fuga e a tentativa de evasão em que, para deixar a prisão, o preso não pratica violência nem causa danos ao patrimônio. Errada, pois as faltas médias serão reguladas pela legislação local. 23. (SEJUS-ES/09) O poder disciplinar só pode ser exercido pelo juiz da execução penal. Errada, pois poderá ser feita também pelo próprio diretor do estabelecimento, quando por exemplo impor a sanção preventiva de inclusão na cela isolada, para averiguação. 24. (SEJUS-ES/09) A tentativa de fuga do estabelecimento prisional é classificada como falta disciplinar grave, punida com a sanção correspondente à falta consumada. Certa, a fuga é falta disciplinar grave, como prevê o artigo 50, II. 25. (SEJUS-ES/09) A concessão de regalias é modalidade de recompensa e visa reconhecer o bom comportamento do condenado, sua colaboração com a disciplina e sua dedicação ao trabalho. Certa, já comentado anteriormente. Do Regime Disciplinar Diferenciado Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e sujeita o preso, ou condenado, à sanção disciplinar, sem prejuízo da sanção penal. Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) II - recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) § 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) § 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003). 1. Conceito do RDD O RDD não é uma quarta espécie de regime de cumprimento de pena, mas sim a mais severa sanção disciplinar imposta ao preso autor de falta grave. 2. Características 2.1) Temporal I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) * Até 360 dias, quando não há repetição da falta grave. * Havendo repetição da falta grave até 1/6 da pena aplicada. Havendo repetição da falta grave novamente até 1/6 da pena aplicada. OBS.: Não há limite para nova repetição. Então, por exemplo, um condenado que cumpre uma pena de 12 anos na primeira vez poderá ficar até 360 dias, se cometer novamente até dois anos (1/6 de 12 = 2 anos), se cometer novamente dois anos novamente e assim sucessivamente sem limite de inclusão sucessivo. Só para explanar esta é a corrente majoritária. Porém existe uma corrente minoritária que considera no caso de reincidência o prazo máximo de 1/6 da pena, ou seja, as reincidências somadas não poderão ultrapassar dois anos no caso acima. Caso Prático Considerando o mesmo prazo acima de 12 anos o preso que cometer uma hipótese de cabimento para aplicação no RDD ficará no primeiro caso até 360 dias, no segundo até 1/6 da pena aplicada, na próxima reincidência o que sobrar dos 1/6 e assim sucessivamente. Devendo o juiz da execução ponderar de tal forma que nunca chegue ao prazo máximo de 1/6 da pena aplicada, sempre restando um período para sua aplicação. 2.2) Recolhimento em cela Individual II - recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Lembrando que na constituição federal existe um dispositivo transcrito ao lado “XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”, que proíbe qualquer tratamento desumano ou degradante ao preso, ratificado pelo inciso III que é mais geral “III - ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante;”, porém ressalta o mesmo argumento. Portanto não poderá colocar um preso no regime de RDD em cela insalubre, escura, suja, com animais peçonhentos e etc. 2.3) Visita Semanal III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Não entrarei em nenhuma discussão doutrinária, até porquesua prova nunca entrará nessa seara, então senhores leve em consideração que são visitas de duas pessoas semanalmente no máximo, e quantas crianças forem sem limite. 2.4) Banho de sol IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003). 3. Hipóteses de Cabimento Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) § 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) § 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Comentários: Como podemos perceber acima existem três hipóteses de inclusão no RDD, vamos ver na tabela abaixo como funciona esse cabimento em tal sanção: Previsão Legal Hipóteses de cabimento no RDD Observações Exemplo prático Art. 52, “caput” A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características Percebe-se que somente a prática de crime doloso não enseja inclusão no RDD é necessário que somada a isso haja concomitantemente a subversão da ordem ou da disciplina interna. Lembrando que além da punição administrativa há também a punição penal pelo cometimento do crime. Um preso que mata um colega de cela, pois este era seu desafeto e todos os outros presos “chocados” com o crime começam um tumulto inconformados com o homicídio. Art. 52, § 1º O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Apesar de estar expresso na lei que é suficiente que o preso apresente alto risco é necessário que haja um cometimento de um fato posterior ao qual gere essa insegurança na prática. Percebemos que o legislador aqui foi redundamente ao mencionar de forma expressa a submissão do estrangeiro no RDD, pois segundo a própria constituição federal os estrangeiros são iguais em direitos. Um preso que após sua inclusão no sistema apresente uma conduta (direito penal do fato e não do autor, como prevê equivocadamente a LEP), em desacordo com as atitudes preventivas e ordeiras que a LEP prevê. Art. 52, § 2º Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) A doutrina corrige este caso de cabimento, pois na prática é necessário a prova material (interceptações telefônicas, testemunhas). Um promotor de justiça do MP, solicita ao juiz da execução através de provas materiais a inclusão de um preso que está envolvido em uma quadrilha qualquer. 4. Procedimento de Inclusão no RDD Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) § 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) § 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Comentários · O RDD está sob império da judicialização, ou seja, somente o juiz pode incluir um preso no RDD. · O juiz não pode provocar de ofício a inclusão no RDD, é necessário ser provocado através de um requerimento elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa (secretário de segurança pública). Lembrar que o MP pode requerer inclusão no RDD, artigo 68, II, a da LEP. Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público, ... II - requerer: a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; · O parágrafo segundo obriga o respeito ao contraditório e a ampla defesa, ou seja, nada mais é que o devido processo legal. Circunstâncias preliminares para aplicação das sanções Da Aplicação das Sanções Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares levar-se-á em conta a pessoa do faltoso, a natureza e as circunstâncias do fato, bem como as suas conseqüências. Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos III e IV, do artigo 53, desta Lei. Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) ( Exige do juiz a individualização da sanção disciplinar . ) ( Exsurge também aqui a proibição de sanção coletiva, ela tem que ser individual (art . 45, § 3º da LEP) ) Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a 30 (trinta) dias. Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução. Percebe-se aqui uma restrição temporal acerca do isolamento e da suspensão e a restrição de direitos não podendo estas excederem a 30 dias, ressalvada a hipótese de inclusão no RDD que você já sabe. O parágrafo único torna obrigatório a comunicação ao juiz da execução visando coibir práticas ilegais contra o preso. Questões Relacionadas 26. Se todos os presos de determinada ala do presídio praticarem em conjunto falta grave, poderá haver sanção coletiva. Errada, pois é expressamente proibida qualquer tipo de sanção coletiva, como prevê o artigo 45 parágrafo 3º. Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar. ... § 3º São vedadas as sanções coletivas. 27. (SEJUS-ES) Suponha que, em determinado pavilhão de um presídio, tenha início uma rebelião, não se determinando ao certo quem começou o movimento. Nessa situação, pode o diretor da unidade prisional, após a autorização judiciária competente, impor sanção coletiva, de modo a punir todo o grupo de presos do pavilhão. Errada, não existe sanção de caráter coletivo, conforme prevê o artigo 45, parágrafo 3º. RDD Preventivo Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinar diferenciado será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)Vislumbram-se aqui duas hipóteses visando à garantia da ordem do faltoso para melhor averiguação do fato. Você provavelmente percebeu lendo o caput do artigo 60, que este prevê duas formas cautelares para garantia da ordem seja através do isolamento preventivo do faltoso, ou através de inclusão do preso no RDD, e este dependerá de despacho do juiz competente (juiz da execução). Procedimento cautelar Competência Prazo Isolamento preventivo A autoridade administrativa De até 10 dias A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado Despacho do juiz competente De até 10 dias OBS.: Só a fim de tecer o último comentário se após essa fase de investigação preliminar for constatado uma das três hipóteses possíveis de cabimento no RDD, o prazo que o faltoso ficou preventivamente contará, e logo será descontado no prazo definido na sanção do RDD em definitivo. Questões relacionadas 28. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado. Certa, questão muito fácil que apenas espera do candidato o conhecimento do “caput” do artigo 52. Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 29. O preso em regime disciplinar diferenciado terá direito a visitas semanais de duas pessoas, incluídas nesse número as visitas de crianças, com duração máxima de três horas. Errada, pois a visitação das crianças é liberada, a restrição é apenas para os outros que se limitará a duas pessoas. Art. 52... III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 30. Sujeitar-se-á ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. Certa, questão fácil que só busca o conhecimento do parágrafo 2º, do artigo 52, que é a terceira hipótese de cabimento no RDD. Art. 52... § 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 31. Referido regime disciplinar terá a duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave da mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada. Certa, outra questão dada só espera o conhecimento do candidato da temporariedade do RDD que está prevista no inciso I, do artigo 52. I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 32. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias, independentemente de prévia decisão judicial. Certa, questão boa que trata do isolamento preventivo para averiguação do fato. Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 33. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente. Certa, questão trata do RDD preventivo (também chamado por parte da doutrina de RDD averiguação). Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003). 34. (SEAP-PR) Como foi amplamente noticiado nos últimos anos, rebeliões assolaram o sistema penitenciário de vários estados brasileiros. Dentre as respostas dadas pelo poder público como forma de contê-las, observamos a edição da Lei n° 10.792, de 1° de dezembro de 2003, que estabelece em um dos seus artigos: “A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar: A) diferenciado”. B) especial”. C) fechado”. D) de exceção”. E) extraordinário”. Resposta: Letra A, óbvio que é o Regime disciplinar diferenciado 35. (SEJUS-ES) O regime disciplinar diferenciado aplicado aos presos que apresentam alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento prisional ou da sociedade alcança aqueles já condenados por sentença penal irrecorrível, não se estendendo aos presos provisórios. Errada, pois se encontra expresso no “caput” do artigo 52 que o RDD se estende também aos presos provisórios. Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 36. (SEJUS-ES/09) A prática de ato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasiona subversão da ordem, sujeita o condenado ao regime disciplinar diferenciado, com direito à saída da cela por duas horas diárias para banho de sol. Certa, é a primeira hipótese de cabimento no RDD mesclada com o direito a saída da cela por 2 horas para o banho de sol, conforme preceitua o artigo 52, IV. 37. (SEJUS-ES/09) O preso provisório ou o condenado, nacional ou estrangeiro, sobre o qual recaia fundada suspeita de envolvimento em quadrilha ou bando organizado para a prática de crime hediondo sujeita-se ao regime disciplinar diferenciado por prazo indeterminado, a critério do juiz da execução. Errada, Encontramos aqui o erro temporal já que existe um limite para a inclusão no RDD. 38. (SEJUS-ES/09) A autoridade administrativa pode decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até 10 dias, sendo esse tempo computado no período de cumprimento da sanção disciplinar. Certo, O examinador incluiu aqui duas previsões distintas da LEP uma prevista no “caput” do artigo 60 e a outra que prevê o computo do período no parágrafo único. Das Assistências e do Egresso CAPÍTULO II Da Assistência SEÇÃO I Disposições Gerais Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade. Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso. Comentários Percebemos que o legislador utilizou aqui de forma genérica o conceito preso, logo, nos cabe interpretar que esse conceito se estende para todos aqueles recolhidos em estabelecimento prisional, cautelarmente ou em razão de sentença penal condenatória com trânsito em julgado. Sendo incluindo aqui o preso provisório e o definitivo. Além do preso que cumpre lhe foi imposta a pena, o legislador inclui expressamente o internado, nas palavras de Renato Marcão, internado é “aquele que se encontra submetido a medida de segurança consistente em internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, em razão de decisão judicial.” E para finalizar no parágrafo único estendeu a assistência ao egresso, a qual seu conceito está definido no artigo 26. Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos destaLei: I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento; II - o liberado condicional, durante o período de prova. * Inimputável - É a pessoa que cometeu uma infração penal, porém, no momento do crime, era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determina-se de acordo com esse entendimento. São considerados inimputáveis os doentes mentais ou a pessoa que possua desenvolvimento mental incompleto ou retardado, e os menores de dezoito anos. Os inimputáveis são isentos de pena, mas, se doente mental, fica sujeito a medida de segurança e, se menor de 18 anos, fica sujeito às normas estabelecidas na legislação especial. Ver art. 26 e 27 do Código Penal e art.228 da Constituição Federal. Art. 11. A assistência será I - material; II - à saúde; III -jurídica; IV - educacional; V - social; VI - religiosa. SEÇÃO II Da Assistência Material Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas. Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração. SEÇÃO III Da Assistência à Saúde Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico. § 1º (Vetado). § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento. § 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009) SEÇÃO IV Da Assistência Jurídica Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir advogado. Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica nos estabelecimentos penais. Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). § 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). § 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). § 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). SEÇÃO V Da Assistência Educacional Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado. Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade Federativa. Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição. Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados. Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos. SEÇÃO VI Da Assistência Social Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade. Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social: I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames; II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido; III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias; IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação; V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade; VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho; VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima. SEÇÃO VII Da Assistência Religiosa Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa. § 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos. § 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa. Comentários Assistência Objetividade Observações Material Fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas. Percebemos que além da assistência material fornecida pelo próprio poder público, o estabelecimento prisional contará com uma instalação que disponibilizará objetos e produtos não fornecidos pela administração. Saúde Visa o tratamento físico do executado, seja em caráter preventivo como em caráter curativo. É importante o candidato ter muito cuidado com a prestação da assistência a saúde em outro estabelecimento, pois esta só se dará quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária. Vale ressaltar que é permitida a contratação de médico de confiança pessoal ao internado e ao submetido a tratamento ambulatorial. Jurídica É destinada ao preso e ao internado sem recursos financeiros para garantir seus direitos Vale ressaltar aqui a mudança trazida pela lei 12.313/10, que incube exclusivamente a defensoria pública a assistência jurídica, tanto dentro como fora dos estabelecimentos penais. O que outrora era prestado por outros órgãos, como OAB com intermédio da Procuradoria Geral do Estado hoje é exclusivo da defensoria pública. Educacional Visa instruir o preso buscando a ressocialização bem como a formação profissional do mesmo. Deverás importante salientar a obrigatoriedade do 1° grau. Já o ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. Lembre-se é obrigatório a presença de uma biblioteca, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos. Social Visa principalmente a ressocialização do preso e reinserção ao convívio social. Não há muito que se falar, tendo em vista já todas as declarações feitas por esta apostila. Só queria ressaltar que esta assistência é a única que pensa na vítima, o que foi inclusive questão de prova. Religiosa Objetiva a prática livre da religião daquele que se encontra no sistema prisional. É válido lembrar que ninguém será obrigado a participar de atividade religiosa como preceitua o parágrafo segundo do artigo 24, bem como, deverá existir local apropriado para os cultos religiosos e que nenhum deles poderá sofrer proibição de sua prática, como prevê o artigo 5º, inciso VI da constituição federal. Questões Relacionadas 39. Otávio, condenado definitivamente pela prática de roubo qualificado pelo emprego de arma de fogo, no curso do regime fechado, ficou gravemente doente, não estando o estabelecimento prisional suficientemente aparelhado para prover a assistência médica necessária a ele. Nessa situação, Otávio poderá ser transferidopara unidade hospitalar apropriada. Certa, é importante observar que a transferido no caso de inexistência de aparelhagem suficiente para atendimento como prevê o artigo 14, parágrafo 2º. Art. 14 ... § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento. 40. (SEAP-PR) Em relação à assistência ao preso e ao internado “objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade”, enumere os itens da segunda relação com base nas informações da primeira. 1. Assistência material 2. Assistência à saúde 3. Assistência jurídica 4. Assistência social 5. Assistência educacional ( ) Tem por fim amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade. ( ) É destinada aos presos e internados sem recursos financeiros para constituir advogado. ( ) Compreenderá instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado. ( ) De caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico. ( ) Consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas. Assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta, de cima para baixo. A) 4, 3, 5, 2, 1 B) 4, 3, 2, 5, 1 C) 2, 5, 1, 4, 3 D) 5, 3, 2, 4, 1 E) 5, 4, 3, 1, 2 Resposta: Letra A, questão muito fácil. Basta o candidato ter apenas bom senso. Dispensa comentários. 41. (AGPEN-06) A assistência ao preso será: A) formal; à saúde; jurídica; educacional; social; religiosa. B) material; à saúde; jurídica; educacional; social; religiosa. C) material; à saúde; jurídica; educacional; vocacional; religiosa. D) à saúde; jurídica; educacional; social; religiosa. Resposta: Letra B, aqui a questão busca a alternativa mais completa, que se mostra na letra B. Art. 11. A assistência será: I - material; II - à saúde; III - jurídica; IV - educacional; V - social; VI - religiosa. 42. (SEJUS-ES/09) A assistência ao preso e ao egresso é dever do Estado, e visa prevenir o crime e orientar o retorno do indivíduo à convivência em sociedade. Certo, A assistência tem esse caráter ressocializador. SEÇÃO VIII Da Assistência ao Egresso Art. 25. A assistência ao egresso consiste: I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade; II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses. Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego. Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei: I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento; II - o liberado condicional, durante o período de prova. Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de trabalho. Comentários O que vale comentar aqui é o conceito de egresso que já foi citado anteriormente previsto no artigo 26, bem como a assistência direcionada ao egresso que consistirá: I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade; II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses. Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego. Do Trabalho CAPÍTULO III Do Trabalho SEÇÃO I Disposições Gerais Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva. § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene. § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. § 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios; b) à assistência à família; c) a pequenas despesas pessoais; d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores. § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade. Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas. SEÇÃO II Do Trabalho Interno Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade. Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento. Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado. § 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo. § 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade. § 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado. Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados. Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal. Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pública, com autonomia administrativa, e terá por objetivo a formação profissional do condenado. § 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora promover e supervisionar a produção, com critérios e métodos empresariais, encarregar-se de sua comercialização, bem como suportar despesas, inclusive pagamento de remuneração adequada. (Renumerado pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) § 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão celebrar convênio com a iniciativa privada, para implantação de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos presídios. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre que não for possível ou recomendável realizar-se a venda a particulares. Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as vendas reverterão em favor da fundação ou empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento penal. SEÇÃO III Do Trabalho Externo Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina. § 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados na obra. § 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse trabalho. § 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso. Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) dapena. Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo. Comentários 1. Finalidade do Trabalho Possui dupla finalidade: produtiva e educativa. Nunca lucrativa como vocês verão em algumas questões. 2. Da Remuneração 2.1 Da quantificação da Remuneração Não poderá ser inferior a ¾ do salário mínimo. 2.2 Da destinação da remuneração a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios; b) à assistência à família; c) a pequenas despesas pessoais; d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores. § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade. 2.3 Observações Lembre-se que o preso não está regido pela CLT, porém terá direito a previdência social. As tarefas executadas como prestação de serviço a comunidade não será remunerada. Vale lembrar também que em caso de acidente de trabalho não provocado o preso terá direito a remição, porém quando for provocado será motivo para ensejar falta grave. 3. Do Trabalho Interno Torna-se indispensável comentar a obrigatoriedade do trabalho somente para o preso sujeito a pena privativa de liberdade, sendo facultativo para o preso provisório, e se caso aconteça será executado no interior do estabelecimento. 3.1 Da classificação Será levado em consideração a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidade oferecidas pelo mercado de trabalho. Sendo óbvio que aqueles que necessitam de uma condição especial individualizada, como os maiores de 60 anos e os doentes ou deficientes físicos exercerão atividades compatíveis com o seu estado. 3.2 Da jornada A jornada não será superior a 8 horas nem inferior a 6 horas, com descanso nos domingos e feriados. Podendo ser atribuído horário especial para aquele que trabalha na conservação e manutenção do estabelecimento penal. Como no caso de faxina, por exemplo, na administração, em enfermarias etc. 4. Do trabalho Externo Para a admissão no trabalho externo faz-se necessário 2 fatores: um objetivo e outro subjetivo, o primeiro se refere ao tempo (1/6 no mínimo do cumprimento da pena) e o segundo se refere a disciplina e responsabilidade, que devem ser apuradas, como bem leciona Renato Marcão através de exames criminológicos. 4.1 Limitação e Condição A condição aqui se faz necessária para o trabalho externo sendo obrigatório que o serviço seja realizado por órgão da administração direta ou indireta, ou entidades privadas e ainda tendo que possuir cautelas contra fuga e a favor da disciplina. A limitação de presos será de 10% do total de empregados na obra. 4.2 Condutas posteriores reprovadora para o trabalho externo Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo. Tabela Resumida Conceitos Pena Privativa de liberdade Preso provisório O condenado por crime político Da obrigatoriedade do Trabalho - É obrigado a trabalhar Não é obrigado a trabalhar (facultativo) Não está obrigado ao trabalho Remuneração No mínimo ¾ do salário mínimo Terá direito possuindo uma destinação explicitada acima. Terá direito caso opte em trabalhar. Terá direito caso opte em trabalhar. Remição* A cada 3 dias de trabalho terá direito a 1 dia. Sim terá direito, mesmo que venha sofrer acidente de trabalho, desde que não seja provocado. Faz jus do direito a remição (súmula 716). - Requisito para o trabalho externo Conceito Objetivo Cumprir 1/6 da pena aplicada. Subjetivo Depende da disciplina e da responsabilidade * Art. 127. O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido, começando o novo período a partir da data da infração disciplinar. Possibilidade de trabalho externo para o condenado por crime hediondo É possível a autorização do trabalho externo para aquele que cumpre pena em razão da prática de crime hediondo ou assemelhado, lembrando que com os mesmos 1/6 da pena cumprida esse condenado passará a ter o direito de gozar do trabalho externo. Essa questão foi analisada, no julgamento do HC 33.414-0-DF realizado em 18 de maio de 2004, de que foi relator o Min. Hamilton Carvalhido, a 6º turma do Superior Tribunal de Justiça assim se pronunciou: “ A lei de Execução penal, ela mesma, às expressas, admite o trabalho externo para os presos em regime fechado, à falta, por óbvio, de qualquer incompatibilidade, por isso que acolhe o benefício, desde que tomadas às cautelas contra a fuga e em favor da disciplina”. Questões relacionadas · O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a três quartos do salário mínimo nem se destinar ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a sua manutenção. Errada, na parte que se refere à destinação ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a sua manutenção. § 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: ... c) Ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores. · O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se com a remição. Certa, porém questão mal elaborada, porque não se refere em momento algum se a causa do acidente foi provocada ou não, pois se for provocada, além de não ter direito a remição também será motivo para ensejar uma falta grave. Art. 126. ... § 2º O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se com a remição. 43. (SEAP-PR) Segundo os princípios gerais que norteiam o trabalho exercido pelos presos e apenados, como previsto no cap. III, seção I, art. 28 da LEP (Lei de Execução Penal), é correto afirmar: A) É um dever social e condição de dignidade humana, tendo finalidade educativa e produtiva. B) É um dever social, tendo por fim exclusivamente a produção que possa remunerar o preso. C) É uma opção para que o preso possa se ocupar e assim não pensar em coisas que impeçam sua ressocialização. D) É uma opção dos diretores das unidades prisionais, tendo finalidade educativa e produtiva. E) É um dever do sistema prisional, uma vez que, através dela, o preso e o apenado podem obter remição de sua pena. Resposta: Letra A, busca do candidato a finalidade do trabalho que é misto – produtivo e educativo. 44. (SEJUS-ES) Para os presos em regime fechado, o trabalho externo é admissível somente em serviços ou obras públicas realizados por órgãos da administração pública, não podendo haver, todavia, vínculo empregatício entre o condenado e a administração ou a empresa privada que realiza tais obras. Certa, não pode haver esse vínculo empregatício, já que não é garantido como direito as regras da CLT. 45. (SEJUS-ES) Constitui dever do condenado, entre outros, a indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho. Certa, Previsto no artigo 29, parágrafo primeiro, alínea d. 46. (SEJUS-ES) É assegurado ao preso, em regime fechado ou semi-aberto, o desconto do tempo da pena privativa de liberdade pelo trabalho, na proporção de três dias trabalhados por um dia de pena, sendo tal benefício chamado remição. Certo, procura-se do candidato apenas o conhecimento do conceito de remição. 47. (SEJUS-ES) Um dos principais deveres do preso é a obrigação de trabalhar, não se cuidando, porém, de trabalho forçado, o que é constitucionalmentevedado, mas de trabalho obrigatório, cuja recusa constitui falta grave. Certa, Define integralmente o conceito de trabalho e proíbe expressamente o trabalho forçado, que é constitucionalmente vetado. 48. (AGPEN/06) Quanto ao trabalho do preso, assinale a opção FALSA. A) O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. B) O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios; à assistência à família; a pequenas despesas pessoais; ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores. C) As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas. D) O trabalho do preso está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho. Resposta: Letra D, O trabalho do preso não estará sujeito a CLT. 49. (SEJUS-ES/09) O condenado impossibilitado de prosseguir no trabalho por motivo de acidente não continua a se beneficiar com a remição, mas faz jus ao benefício previdenciário de auxílio acidente Errada, pois o condenado impossibilitado de trabalhar em razão de acidente de trabalho não provocado fará jus a remição. 50. (SEJUS-ES/09) O condenado por crime político está desobrigado ao trabalho. Certo, o preso político não está obrigado a trabalhar, conforme prevê o artigo 200. Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho. 51. (SEJUS-ES/09) Ao condenado à pena privativa de liberdade é facultativa a atividade laboral, respeitadas suas aptidões, sua capacidade e sua necessidade. Errada, pois quando a pena é privativa de liberdade torna-se obrigatório o trabalho. Execução de pena privativa de liberdade TÍTULO V Da Execução das Penas em Espécie CAPÍTULO I Das Penas Privativas de Liberdade SEÇÃO I Disposições Gerais Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a execução. Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá: I - o nome do condenado; II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação; III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado; IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução; V - a data da terminação da pena; VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário. § 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento. § 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto ao início da execução ou ao tempo de duração da pena. § 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal, far-se-á, na guia, menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°, do artigo 84, desta Lei. Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a guia expedida pela autoridade judiciária. § 1° A autoridade administrativa incumbida da execução passará recibo da guia de recolhimento para juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao condenado. § 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segundo a ordem cronológica do recebimento, e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no curso da execução, o cálculo das remições e de outras retificações posteriores. Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico. Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por outro motivo não estiver preso. ( Adotado o sistema Inglês ou também conhecido como progressivo , conforme prevê o artigo 112 da LEP. ) Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva, com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo Juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos 1/6 (um sexto) da pena no regime anterior e seu mérito indicar a progressão. Parágrafo único. A decisão será motivada e precedida de parecer da Comissão Técnica de Classificação e do exame criminológico, quando necessário. Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003). Comentários Cabe ressaltar aqui uma discurssão doutrinária em relação a retirada do mérito como requisito necessário para a progressão de regime, existe uma corrente que defende o fim do exame criminológico, pois agora com o advento da lei 10.792, que omitiu o “mérito”, então agora não haveria motivo de existir este exame. Porém terei de discordar com essa corrente minoritária, por dois motivos o primeiro é claro e nos submete a existência clara taxada do exame criminológico no artigo 8° da própria LEP e o segundo não menos importante é que este exame visa orientar a classificação dos condenados e a imprescindível individualização executória, e por aqui nada mudou. A discurssão que pode existir e até cabível é se o juiz poderá negar a progressão de regime de acordo com o laudo do exame criminológico, após momentos de leituras e interpretações sistemáticos sobre esse assunto tomei a seguinte posição: Caso o preso apresente atestado de bom comportamento (elemento subjetivo) e tenha cumprido 1/6 da pena aplicada, não há porque o juiz negar sua progressão. Logo como você está percebendo com o advento da lei 10792/03 houve essa modificação, requerendo apenas os dois requisitos citados anteriormente. Sabemos que existem três tipos de penas de acordo com o artigo 32 do Código Penal a saber: Art. 32. As penas são : I – Privativas de liberdade; II- Restritivas de direitos; III – De multa. Nos ateremos nestes primeiros comentários a pena privativa de liberdade, que se dividem como já sabemos em Regime fechado, Semi-Aberto e Aberto. Progressão de Regime Quem pode requerer a progressão de regime: a) Requerimento do próprio Reeducando; b) Requerimento do advogado; c) Requerimento do Ministério Público. d) O juiz de ofício também pode dar inicio ao incidente de progressão. Requisitos para a Progressão de Regime Fechado para o Semi-Aberto 1º) Condenação transitada em julgado: (Doutrina) Obs.: No caso de condenado provisório preso admiti-se execução provisória (Súmula 716 STF). 2º) Temporal: Cumprimento em regra de 1/6 da pena Lembre-se se for condenado por crime hediondo deverá cumprir 2/5 se primário ou 3/5 se reincidente. Obs: Este requisito incide sobre a aplicação da pena que é ilimitada e não sobre a execução da pena que é limitada a 30 anos. Então, por exemplo, o condenado que pega 300 anos só progredirá de pena quando cumprir 50 anos de pena o que se torna impossível, pois a pena é limitada a 30 anos, então este cumprirá 30 anos em regime fechado (súmula 715 STF). 3º) Bom comportamento carcerário Já ressaltado acima 4º) Oitiva do MP § 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) 5º) No caso de crime violento exigi-se o exame criminológico. Lei 10792/03 Antes Depois Pressuposto previsto no art. 112 LEP Deixou de ser mencionado no artigo 112 LEP. Apesar de havercorrente (minoritária) em sentido contrário, prevalece no STF e STJ que a alteração trazida pela lei 10792/03 não aboliu o exame criminológico., apenas deixando de ser obrigatório, ficando a critério do juiz no caso concreto, fundamentar sua necessidade. 6º) Diante de um crime contra a administração pública só progredirá de regime condicionada a reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (art. 33, 4º do Código Penal). Requisitos do Semi-aberto para o Aberto 1º) Os mesmos requisitos do fechado para o Semi-aberto + Art. 113, 114 e 115. Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e das condições impostas pelo Juiz. Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que: I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;* II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime. Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei. Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias: I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga; II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados; III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial; IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado. Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do condenado, desde que as circunstâncias assim o recomendem. * Isso traz como consequência a impossibilidade do estrangeiro em situação irregular no país chegar ao regime aberto. Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementares para o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código Penal). Da Prisão Domiciliar Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de: I - condenado maior de 70 (setenta) anos; II - condenado acometido de doença grave; III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV - condenada gestante. Comentários A prisão domiciliar substitui o regime aberto do condenado definitivo, não existe prisão domiciliar substitutiva de prisão preventiva. Percebe que a prisão domiciliar tem caráter excepcional. Vejamos agora seus incisos e respectivos comentários: I - condenado maior de 70 (setenta) anos; Dia anterior Dia do aniversário Dia posterior Menor de... -------- -------- Não maior de... -------- Maior de... --------- --------- II - condenado acometido de doença grave; O laudo dirá se há impossibilidade de cumprir o regime aberto. III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; A jurisprudência abrange o condenado, desde que comprovada a ligação com o filho. Ex.: Mãe Morreu, Mãe que cumpre a pena em regime fechado... IV - condenada gestante. * O rol do artigo 117 é taxativo. · O STF vem admitindo outras hipóteses desde que comprovadas as excepcionalidades · O STJ admite quando não há casa do albergado Progressão em salto Prevalece o entendimento que não é possível a progressão em salto, pois violaria a ressocialização e também não há previsão legal. Informações relevantes, acima do nível da prova!!! ( Porém o STJ admite desde que haja culpa do Estado na transferência do regime mais para o menos rigoroso. Admite-se também quando não houver vaga no semi-aberto. Ou seja, na inércia do Estado se admite a progressão em salto. )Regressão de Regime Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado: I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111). § 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.* § 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado. Comentários · Percebemos que no inciso I, é previsto apenas a prática de fato previsto como crime doloso ou falta grave, sem necessidade no primeiro momento para a regressão de regime a ampla defesa. · No inciso II, haverá a unificação das penas, por exemplo, o condenado que é punido por novo crime por mais 30 anos e está no aberto, devido a unificação de penas este volta para o regime fechado. · No parágrafo primeiro há o comentário mais importante percebemos que foi sublinhado a última parte desse parágrafo, é óbvio que houve dolo, pois segundo a lei 9268/96 não poderá ser objeto de regressão, somente pode-se executar a multa como dívida ativa. · No caso do inciso I e do parágrafo primeiro como há a previsão do parágrafo segundo deverá existir a ampla defesa. ( Sanção Disciplinar ) ( Prática de Falta Grave ) ( Perda dos dias Remidos ) Regimes Regime Fechado Regime Semi-Aberto Regime Aberto Requisitos para a Progressão de Regime Fechado para o Semi-Aberto 1º) Condenação transitada em julgado 2º) Temporal: Cumprimento em regra de 1/6 da pena, caso seja condenação por crime hediondo ou assemelhado será de 2/5 se primário e 3/5 de reincidente. 3º) Bom comportamento carcerário 4º) Oitiva do MP 5º) No caso de crime violento exigi-se exame criminológico. 6º) No caso de crime contra a ADM. Pública é necessário a reparação do dano. Requisitos para a progressão do Regime Semi-aberto para o Aberto Todos Previstos anteriormente + Os Previstos nos artigos 113 + 114 + 115 ( Regressão de Regime ) A progressão em salto em regre não é permitida, salvo nos casos acima comentados, como previu o STJ. Regime Fechado Regime Semi-Aberto Regime Aberto A Regressão pode acontecer em salto, diferentemente da regra da progressão, conforme prevê o artigo 118. Casos de Regressão: I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave; II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111). § 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.* ( Enquanto a progressão em salto em regra é proibida, percebemos que em caso de regressão é perfeitamente possível a regressão em salto, como está previsto no “caput” do artigo 118, quando menciona “... com a transferência para qualquer dos regimes mais rigoroso s...”. ) Diferenciação das penas privativas de liberdade A. Disposições Gerais Regime Fechado Regime Semi-Aberto Regime Aberto Local de Cumprimento de pena A pena é cumprida em penitenciária A pena será cumprida em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento especial. A pena será cumprida em casa de albergado ou estabelecimento congênere (Prisão domiciliar) Necessidade de exame criminológico É obrigatório É facultativo Não será submetido a exame criminológico. Características A vigilância é constante por ser em cumprida em penitenciária (Instituições de média ou máxima segurança). A vigilância será de mínima segurança. Não existirá vigilância, pois se baseia na autodisciplina e no senso de responsabilidade. Do Trabalho Externo É admitido, desde que seja cumprido os requisitos previstosem lei e em obras ou serviços públicos. O trabalho externo é permitido e incentivado como regra. É necessário a execução de algum trabalho para gozar desse regime. Do Guia de Recolhimento Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá: I - o nome do condenado; II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação; III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado; IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução; V - a data da terminação da pena; VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário. § 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento. § 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto ao início da execução ou ao tempo de duração da pena. § 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal, far-se-á, na guia, menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°, do artigo 84, desta Lei. Da autorização de saída SEÇÃO III Das Autorizações de Saída SUBSEÇÃO I Da Permissão de Saída Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão; II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14). Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se encontra o preso. Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à finalidade da saída. SUBSEÇÃO II Da Saída Temporária Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos: I - visita à família; II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução; III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos: I - comportamento adequado; II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente; III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano. Parágrafo único. Quando se tratar de freqüência a curso profissionalizante, de instrução de 2º grau ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes. § 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes condições, entre outras que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo do benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) II - recolhimento à residência visitada, no período noturno; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) § 2o Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades discentes. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 12.258, de 2010) § 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso. Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do condenado. Da autorização de Saída (Gênero) Permissão de Saída Saída Temporária Previsão Legal Art. 120 e 121 LEP Art. 122 e 125 LEP Beneficiários Preso definitivo, em regime fechado ou semi-aberto e preso provisório. Preso definitivo em regime semi-aberto; Desde que apresente: Comportamento adequado, cumprido 1/6 se primário ou ¼ se reincidente* e compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. Características Mediante escolta Sem vigilância direta** Hipóteses de Cabimento (Taxativa) 1) Falecimento ou doença grave de cônjuge, companheira, ascendente, descendente e irmão. 2) Necessidade de tratamento médico do preso (abrange tratamento odontológico). 1) Visita a família. 2) Frequência a cursos na comarca onde cumpre pena. 3) Atividade de ressocialização. Autoridade Competente Diretor do estabelecimento Juiz da execução Período Pelo tempo necessário Em regra 5 saídas de no máximo 35 dias. *Considera-se para a progressão o tempo de cumprimento depena do regime fechado. **É possível a revogação temporária, conforme prevê o artigo125, bem como a recuperação. Seção VI Da Monitoração Eletrônica (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 146-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) II - autorizar a saída temporária no regime semi-aberto; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) IV - determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir suas orientações; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) I - a regressão do regime; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) II - a revogação da autorização de saída temporária; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) IV - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de2010) VI - a revogação da prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida não aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010). Consequências do Descumprimento dos Deveres Impostos ao Condenado Submetido à Monitoração Eletrônica O art. 146-C prescreve os deveres do condenado submetido à vigilância indireta. Comina o parágrafo único do dispositivo as sanções decorrentes do seu descumprimento. O substitutivo da Deputada Rita Camata previa que eventual infração configuraria, necessariamente, falta grave, acarretadora de uma das sanções arroladas nos incisos do preceito. Preferiu, porém, a Câmara, suprimir tal expressão e adotar a locução poderá acarretar, proposta pelo Deputado Flávio Dino[12]. Notas [1] Da “justificação” apresentada pelo Parlamentar, transcreve-se: A prisão deixou de ser o controle perfeito. É ultrapassado porque ainda é estabelecido em espaço rígido. O limite territorial determinado pelo cárcere não é mais um aspecto positivo do controle penal, mas um inconveniente, haja vista que é insustentável para o Estado manter aprisionado as inúmeras pessoas condenadas (cf. estudos de Fabiana de Lima Leite, em O Controle Penal Eletrônico). Alguns países, a exemplo dos Estados Unidos da América, França e Portugal, já utilizam o monitoramento de condenado, exigindo-se o uso de pulseira ou tornozeleira eletrônica como forma de controle das pessoas submetidas o regime aberto. Muitos argumentos favoráveis à utilização desse tipo controle penal são trazidos à baila, tais como a melhoria da inserção dos condenados, evitando-se a ruptura dos laços familiares e a perda do emprego, a luta contra a superpopulação carcerária e, além do mais, economia de recursos, visto que a chamada "pulseira eletrônica" teria um custo de 22 euros por dia, contra 63 euros por dia de detenção. A pulseira, normalmente, é "dotada de uma bateria elétrica que emite automaticamente sinais freqüentes, a cada 15 segundos, se a pessoa desloca-se mais de dois metros. Trata-se de uma conexão com setor elétrico e linha telefônica que comporta uma memória informática de os horários assinalados. O receptor capta e decodifica os sinais emitidos. O nível de recepção torna-se fraco ou mesmo inexistente de acordo com a distância do local assinalado. O receptor envia, então, uma mensagem de alerta ao centro de vigilância." (DAMÁSIO, Celuy Roberta H. Reinserção. In: Revista espaço Acadêmico n° 53, out. de 2005). O controle eletrônico surge para superar as limitações das penitenciárias, podendo ser universalizado. O custo seria alto num primeiro momento de criação do sistema, porém depois seria menor, pois poderia alcançar um maior número de condenados. É preciso que criemos sistemas que não tenham os inconvenientes do cárcere, tais como impossibilidade de expansão rápida e custo muito elevado. Note-se que, "para abrir vaga no sistema prisional, o Estado brasileiro gasta cerca de 14 mil reais, além de ser necessário em média mil reais mensais para a manutenção da pessoa no cárcere." (DAMÁSIO, Celuy Roberta H. Reinserção. In: Revista espaço Acadêmico n° 53, out. de 2005). O controle monitorado de presos, já aceito socialmente em alguns países, pode substituir eficientemente a prisão. A pulseira ou chip, dizem os seus defensores, não afetaria a integridade física do preso e permitiria o seu convívio social. É considerado um avanço tecnológico de controle penal. Seria um controle estabelecido, através de satélite, sem limites, presente no corpo do indivíduo onde quer que ele fosse. Dessa forma, conclamamos os ilustres pares à aprovação deste projeto, que, se aprovado, permitirá a redução de custos financeiros para com os estabelecimentos penitenciários, a diminuição da lotação das prisões e a maior celeridade na ressociabilização do apenado. [2] Do voto da Deputada Rita Camata, reproduz-se: De forma semelhante ao exposto pelos nobres autores, também percebemos que o sistema prisional está sobrecarregado e que existe uma necessidade urgente em diversificar as soluções que promovam algum alívio na densidade populacional carcerária. No entanto, devemos levar em consideração que o aumento da população nas prisões se dá por diversos motivos, entre eles está o sistemático aumento das penas privativas de liberdade de diversos crimes, estratégia que vem sendo adotada por esta Casa. Dessa forma, não entendemos que o emprego da vigilância indireta seja a principal solução para o esvaziamento das prisões, mas um instrumento que pode colaborar para a oferta de condições mais dignas e adequadas à socialização dos condenados. Essa é a concepção geral que adotamos. Além disso, nossa intenção é que se ofereçam bases legais para que a Administração Pública tenha condição de diminuir os gastos com a manutenção dos presídios e com a vigilância direta dos condenados, o que, consequentemente, coopera para oferecer melhores condições àqueles que permanecerem encarcerados. Sobretudo, entendemos que o emprego da vigilância indireta é importante para que o Estado exerça o devido controle sobre as medidas que são impostas nas decisões judiciais. Não há o que obstar aos argumentos utilizados pelos nobres autores acerca da necessidade do encarceramento em estabelecimentos prisionais somente daqueles delinqüentes de maior periculosidade. É imperioso exercer outros tipos de controle sobre os demais condenados, que terão menor restrição à sua liberdade de locomoção; o que, sem dúvida, pode colaborar para a diminuição da população carcerária, dos custos e promover melhores condições para a ressocialização e a reinserção laboral desses apenados. A adoção da monitoração eletrônica já é realizada em diversos países, tornando-se uma tendência mundial. Esta solução foi adotada em países que possuem grandes contingentes de seus nacionais submetidos a condenações penais, tais como a Inglaterra e os Estados Unidos. Estudos realizados nesses países informam que o sistema não apresenta riscos para a saúde do usuário e consiste em um meio muito mais econômico e racional do seu controle pelo Estado.No entanto, ressaltamos que a utilização desse tipo de tecnologia não é milagrosa para solucionar o problema do crescimento da população carcerária. Além disso, os cenários de curto e médio prazos não são muito promissores, se considerada a quantidade estimada de mandados de prisão que aguardam cumprimento, cerca de 300 mil em todo o País. Sob o ponto de vista técnico, a vigilância que se pretende fazer com esse tipo de equipamento eletrônico consiste na utilização de um transmissor que é fixado ao corpo do apenado. Esse dispositivo permite que posição do seu usuário seja registrada via satélite, telefonia celular (para o caso de grandes áreas de circulação) ou via telefonia fixa (para circulação em pequenas áreas), dependendo do sistema que se adote. Em qualquer caso, os equipamentos disponíveis no mercado possuem dimensões semelhantes a um relógio de pulso, tamanho que, provavelmente, poderá ser diminuído ainda mais até que esta proposta se transforme em lei. A possibilidade de discrição no uso dos dispositivos é uma das principais preocupações de entidades ligadas aos direitos humanos, com as quais concordamos. Sobre esse tema, entendemos que a diminuta dimensão do aparelho é fundamental para assegurar, simultaneamente, aspectos subjetivos ligados à dignidade e à privacidade de quem o utiliza e a necessidade do Estado de fiscalizar o cumprimento das sentenças judiciais. Desse modo, com a necessária discrição, permite-se que o apenado circule com relativaliberdade, podendo exercer as mais diversas atividades, ao mesmo tempo em que se preserva o rígido controle sobre a execução penal. Sob o ponto de vista da segurança pública, o aspecto que mais nos interessa é oferecer ao Estado melhores condições de fiscalização do apenado no seu retorno ao convívio social, mantendo um rígido controle sobre os locais e horários de sua circulação. Considerando essas premissas, todas as proposições analisadas são pertinentes, motivo pelo qual decidimos apresentar substitutivo acolhendo as iniciativas de todos os autores. Procuramos adotar uma estratégia que combina e centraliza diversas propostas para formalizar a utilização da vigilância indireta. [3] Sufragou o Ex-Juiz Federal o instituto com base nas seguintes razões: Quanto à avaliação de conveniência e oportunidade das proposições, seus autores e relatores alegam, em uníssono, a redução da sobrecarga a que o sistema prisional está submetido, além da reprodução da bem-sucedida experiência estrangeira com sistemas de monitoramento eletrônico. Vislumbram um sensível abatimento nos gastos públicos com execução penal, vez que o monitoramento eletrônico custa, anualmente, cerca de metade do que o Estado despende com a permanência de um detento num presídio. Ressaltam a maior viabilidade de reintegração do condenado à sociedade, vez que o equipamento permite ao monitorado manter atividades como trabalho, estudo e contato com seus familiares. Num momento em que nosso sistema prisional atravessa propalada crise[1], e que mesmo a eficácia da pena privativa de liberdade é questionada por um segmento significativo da Criminologia[2], louvável é um Projeto de Lei que tenciona prestigiar o regime aberto. Por essa razão, acatamos todos os argumentos apresentados. É necessário assegurar a discrição dos aparelhos a serem utilizados, de forma que os condenados tenham sua imagem preservada e não sejam estigmatizados, e a informação dos monitorados acerca do funcionamento do programa. Nesses moldes, a medida satisfaz plenamente o princípio da dignidade humana, fundamento da República Federativa do Brasil, inserto no art. 1°, inciso III, da Constituição Federal. Estudos internacionais informam que o grau de contentamento dos próprios monitorados com a medida é grande[3], e que a introdução da fiscalização eletrônica tem impactos imediatos na redução da população prisional[4]. A liberdade vigiada cumpre as funções preventiva e ressocializadora da pena e supre uma série de deficiências do nosso atual sistema de execução penal. O monitoramento eletrônico concorre, a um só tempo, para o benefício do Estado, dos condenados e dos demais membros da sociedade. Em razão dos grandes proveitos que o monitoramento eletrônico de condenados pode trazer à execução penal, defendemos a sua ampla utilização. Pugnamos pela possibilidade de emprego do dispositivo nas diversas hipóteses em que um condenado cumpra pena em liberdade, ou tenha que atender a restrições de horários. Opomo-nos apenas à possibilidade de converter a prisão preventiva em liberdade vigiada. A prisão cautelar tenciona, sobretudo, salvaguardar eventuais provas de um fato, e esta função não é sobejamente cumprida mediante vigilância eletrônica. Ademais, há projeto específico sobre o tema da prisão preventiva em tramitação na Casa, aguardando votação em plenário De acordo com as estatísticas de 2006 do InfoPen - Sistema Integrado de Informações Penitenciárias do Departamento Penitenciário Nacional - MJ, existe um déficit de 160 mil vagas no sistema penitenciário. [2] "A violência oficial pode ser exercida contra a lei ou à sombra da lei. (...) Violência à sombra da lei é a prisão em si, um anacronismo em face do estágio atual das mais diversas Ciências Humanas. Violência contra a lei é a prisão como a temos aqui, que corrompe o corpo e degrada o espírito dos que são por ela vitimados" (HERKENHOFF, João Baptista. Direito e utopia. Porto Alegre : Livraria do Advogado, 1999, p.41-2) [3] Gibbs, A. e King, D. "The eletronic ball and chain? The operation and impact of home detention with electronic monitoring in New Zealand". Australian and New Zealand Journal of Criminology. 2003. vol. 36, n° 1, pp 1-17. [4] JARRED, W. "Eletronic monitoring: Corrective Services Bill 2000", apud SMITH, G. e BLACK, M. "Eletronic Monitoring in the Criminal Justice Sistem". Disponível em: http://www.aic.gov.au/publications/tandi2/tandi254.pdf. Acesso em 30 de setembro de 2007. [4] Segundo a parlamentar: Ademais, incluímos no substitutivo um período de realização de programas piloto. Entendemos que a experimentação controlada dos equipamentos e a realização de estudos brasileiros são fundamentais para que programas de utilização dessa tecnologia possam ser oferecidos com consistência. Propomos que os estudos sejam conduzidos no período de 365 dias, a partir da entrada em vigor da lei, e que os relatórios sejam divulgados nos 90 dias seguintes após o término deste período de experiência. Durante o período inicial de um ano, sugerimos a restrição da quantidade de usuários ao máximo de 10% da população carcerária total do Estado, com o intuito de limitar os custos e proporcionar o teste em quantidade compatível com estudos controlados. Entendemos que essa providência se faz necessária, pois permitirá que sejam realizadas as devidas adequações das experiências internacionais, dos equipamentos e tecnologias às realidades brasileiras. Além disso, adequamos a ementa ao escopo das alterações propostas pelo substitutivo. [5] Do parecer apresentado à CCJ, transcreve-se: Apesar dos exaustivos estudos de institutos estrangeiros a atestar a eficácia do sistema, bem como a existência de empresas internacionais e nacionais aptas a atender a demanda de aparelhos, entendemos necessária a adoção, por dois anos, de um programa piloto restrito à hipótese de saída temporária no regime semi-aberto. [6] Destaca-se do voto do Deputado o seguinte excerto: (…) o projeto de utilização de equipamento de rastreamento eletrônico pelo condenado estaria condicionado a um período de testes de 2 anos em que só seria aplicado o sistema de monitoração eletrônica nas hipóteses de saída temporária do regime semi-aberto. Ocorre que essa restrição se afigura prejudicial para a implantação definitiva e eficaz do sistema, uma vez que seria necessário fazer grandes investimentos para que seja otimizada a eficiência de um sistema tão complexo. Portanto, se ao longo de dois anos o equipamento for usado tão poucas vezes pelos condenados, o projeto não atrairá o investimento necessário para que o sistema tenha um bom funcionamento, prejudicando, então, sua eficácia. Assim, a restrição se mostra como forte fator de desestímulo de investimentos no setor, pois o retorno seria incerto. Ademais, como o próprio Relator reconhece em seu parecer, várias são as "empresas internacionais e nacionais aptas a atender a demanda de aparelhos" e os estudos estrangeiros que atestam a eficácia do sistema em questão. Não haveria, portanto, necessidade alguma de testar o sistema ao longo de dois anos, ainda mais se tal período de testes desestimula a indústria atuante no setor. Soma-se a isso o fato de que o juiz terá a discricionariedade para escolher em quais casos o sistema pode ser aplicado, ficando, portanto, a seu critério utilizar o equipamento quando achar que o sistema é confiável. Por fim, é forçoso reconhecer que alguns estados brasileiros já realizaram testes nesse sentido e aguardam somente a aprovação de lei competente para permitir a implantação do sistema, uma vez que a elaboração de legislação referente ao tema é de competência da União. [7] Do parecer da Deputada Rita Camata, colhe-se: Uma alteração no Código Penal se faz necessária no caso do art. 36. Este dispositivo se refere ao cumprimento da pena no regime aberto "sem vigilância" e ao recolhimento do condenado ao estabelecimento penal em determinados momentos. Para esse caso, adotamos a solução de suprimir a expressão "sem vigilância" e desobrigar o recolhimento noturno e nos períodosde folga para a hipótese de utilização da vigilância indireta. A dispensa do recolhimento do submetido à monitoração eletrônica, reitere-se, estava prevista do parágrafo único do artigo 146-B, vetado por entender a Presidência não dever o instituto alcançar o regime aberto. [8] Do parecer do autor da inovação, Deputado Flávio Dino, reproduz-se: Também alteramos o artigo 124 da Lei de Execução Penal, acrescentando condições à saída temporária no regime semi-aberto, de forma a evitar que os sentenciados favorecidos com o benefício fujam à vigilância estatal e cometam novos delitos. Este instituto configura uma das hipóteses em que é autorizado o monitoramento eletrônico, segundo nosso Substitutivo. [9]Do parecer da Deputada Rita Camata, que pioneiramente versou a seção dedicada à monitoração eletrônica, transcreve-se: Acerca então da aplicação da vigilância eletrônica às situações de livramento condicional, suspensão condicional da pena, permissão de saída e saída temporária adotamos a estratégia de reunir todas essas alterações em uma única seção na Lei de Execução Penal, o que apresenta vantagens para a sistematização do emprego da medida e facilitará futuras alterações. Preservou o Deputado Flávio Dino a distribuição da matéria, conquanto alterasse parte de sua substância: Parece-nos suficiente e mais adequada a inserção de uma nova seção na Lei de Execução Penal, que regule de forma geral todas as hipóteses de utilização do monitoramento eletrônico, em lugar de uma miríade de alterações tópicas dos dispositivos correlatos. Por esta razão, aderimos ao formato do Substitutivo apresentado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. [10] Assim justificou a parlamentar a opção pelo modelo: É oportuno destacar também, que alguns autores optaram por não tornar obrigatória a utilização do dispositivo, deixando a critério da Justiça a decisão. Respeitosamente discordamos dessa escolha e entendemos que a melhor estratégia para a implementação inicial da monitoração eletrônica é torná-la obrigatória, pois é a única forma de garantir isonomia na aplicação da medida e evitar que, com o tempo, surjam duas populações diferentes: aqueles que estarão sujeitos à vigilância indireta e aqueles condenados que não a receberão. Nada impede que, após as primeiras experiências concretas de utilização da vigilância indireta, se alterem as condições e se inicie uma segunda fase na qual se abra a possibilidade para que as Unidades da Federação adotem programas para a utilização do dispositivo de forma voluntária por parte dos apenados, apresentando a sua utilização como um benefício, não como um ônus adicional ao condenado. Entendemos, portanto, que é prematuro oferecer um sistema demasiadamente flexível, principalmente se consideradas as características atuais do sistema prisional, sua forma de organização e os problemas que vem apresentando. [11] Do parecer apresentado na CCJ, colhe-se: Contudo, refutamos a obrigatoriedade da aplicação do dispositivo. Satisfaz o princípio constitucional da igualdade material permitir que o juiz aprecie, no caso concreto e conforme juízo de proporcionalidade, em que hipóteses deve ser deferida a liberdade vigiada. Não se deve tratar de forma análoga os desiguais. Para atingir as finalidades a que se propõe, o equipamento de monitoramento deve funcionar como uma forma de tutelar condenados que podem cumprir pena fora do estabelecimento prisional, mas demandam certo grau de supervisão estatal. A diligência não deve representar um ônus a condenados que dela não necessitam.[1] [1] Ferrajoli assevera: "a sujeição do juiz à lei já não é de fato, como no velho paradigma juspositivista, sujeição à letra da lei, qualquer que seja o seu significado, mas sim sujeição à lei somente enquanto válida, ou seja coerente com a Constituição. E a validade já não é, no modelo constitucionalista-garantista, um dogma ligado à existência formal da lei, mas uma sua qualidade contingente ligada à coerência — mais ou menos opinável e sempre submetida à valoração do juiz — dos seus significados com a Constituição. Daí deriva que a interpretação judicial da lei é também sempre um juízo sobre a própria lei, relativamente à qual o juiz tem o dever e a responsabilidade de escolher somente os significados válidos, ou seja, compatíveis com as normas constitucionais substanciais e com os direitos fundamentais por elas estabelecidos" FERRAJOLI, Luigi. O Direito como sistema de garantias. In: OLIVEIRA JÚNIOR, José Alcebíades (org.). O novo em Direito e Política. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1997, p.90-1. [12] Assim justificou o Parlamentar a redação sugerida e adotada: É também em prol da juridicidade que não acatamos a qualificação da violação de deveres do monitorado como falta grave, sugerida no Substitutivo da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e nos PLs 641/2007 e 1.295/2007. Os arts. 37, 52, 118, 125, 127 e 181 da Lei de Execução Penal prevêem conseqüências onerosas e inescapáveis a quem pratica ato configurado como falta grave. Tais repreensões são incompatíveis com a gravidade da transgressão de algumas obrigações do apenado vigiado. Mantemos a possibilidade de o juiz modular a punição aplicável em caso de violação dos deveres impostos ao monitorado. MONITORAÇÃO ELETRÔNICA MONITORAÇÃO ELETRÔNICA E FISCALIZAÇÃO INDIRETA DO CONDENADO – APONTAMENTOS SOBRE A LEI 12.258/10. Ricardo Antonio Andreucci Procurador de Justiça. Doutorando e Mestre em Direito. Professor da Escola Superior do Ministério Público. Professor universitário e de cursos de pós-graduação. Autor de diversas obras pelas editoras Saraiva, Verbo Jurídico e Lumen Juris A possibilidade de monitoração eletrônica durante a execução da pena foi instituída pela recente Lei nº 12.258, de 15 de junho de 2010, permitindo a fiscalização indireta do condenado, em determinados casos, mediante a utilização de equipamento que possibilite sua localização, com indicação de horário e distância, além de outras informações úteis à fiscalização judicial. Modificando vários dispositivos da Lei de Execução Penal e acrescentando-lhe os arts. 146-A a 146-D, em seção intitulada “Da monitoração eletrônica”, a Lei nº 12.258/10 teve vários de seus dispositivos vetados pelo Presidente da República, constando das razões do veto que “a adoção do monitoramento eletrônico no regime aberto, nas penas restritivas de direito, no livramento condicional e na suspensão condicional da pena contraria a sistemática de cumprimento de pena prevista no ordenamento jurídico brasileiro e, com isso, a necessária individualização, proporcionalidade e suficiência da execução penal. Ademais, o projeto aumenta os custos com a execução penal sem auxiliar no reajuste da população dos presídios, uma vez que não retira do cárcere quem lá não deveria estar e não impede o ingresso de quem não deva ser preso.” Assim é que o veto a boa parte dos dispositivos da lei fez com que o sistema de monitoramento eletrônico não fosse instituído em sua plenitude na execução penal, trazendo, portanto, acanhada novidade, que, de certo modo, tem o mérito de inaugurar a possibilidade de utilização dessa preciosa ferramenta de controle do condenado durante a execução da pena. Sim, porque o foco da nova lei foi primordialmente fornecer aos operadores da execução penal meio mais eficaz de controle sobre o condenado em liberdade, nos casos de saída temporária e prisão domiciliar (art. 146-A, incisos II e IV), não recaindo a preocupação do legislador sobre a ressocialização do preso, fulcro do sistema de execução instituído pela Lei nº 7.210/84, possibilitando-lhe o ingresso gradativo no sistema de liberdade total. A nova lei, em seu texto originário trazia várias hipóteses de utilização de fiscalização indireta por monitoração eletrônica, a saber: no caso de aplicação de pena restritiva de liberdadea ser cumprida nos regimes aberto ou semiaberto, ou no caso de concessão de progressão para tais regimes; no caso de autorização de saída temporária no regime semiaberto; no caso de aplicação de pena restritiva de direitos que estabelecesse limitação de horários ou freqüência a determinados lugares; no caso de determinação de prisão domiciliar; e no caso de concessão de livramento condicional ou suspensão condicional da pena. Em razão do veto parcial à lei, entretanto, restaram apenas duas hipóteses em que pode ser utilizada a monitoração eletrônica: saída temporária em regime semiaberto e prisão domiciliar. Nestes casos, concedido o benefício, o condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento eletrônico (que será constituído certamente por pulseira ou tornozeleira – já que a lei não estabelece o meio), ficando ainda ciente do dever de receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, respondendo aos seus contatos e cumprindo suas orientações, além de abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça. A violação comprovada dos deveres acima especificados poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa, a regressão do regime; a revogação da autorização de saída temporária; a revogação da prisão domiciliar; e advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida não aplicar alguma destas medidas. Outrossim, tornando-se desnecessária ou inadequada, ou se o condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave, a monitoração eletrônica será revogada. Deve ser ressaltado, contudo, que a nova lei, em sua redação originária, antes do veto, permitia a vigilância indireta por monitoração eletrônica aos presos provisórios, na medida em que o art. 146-A (vetado) estabelecia a possibilidade de o juiz determiná-la “para a fiscalização das decisões judiciais” referindo-se, ainda, no art. 146-D (não vetado), inciso II, ao “acusado ou condenado”. Portanto, a fiscalização das liberdades processuais (liberdade provisória e suspensão condicional do processo, por exemplo) não pode ser feita indiretamente por meio de monitoração eletrônica, tendo o legislador pátrio perdido uma excelente oportunidade de inserir essa interessante ferramenta, de vez, no sistema judiciário brasileiro. Some-se a isso que a recente lei é bem mais acanhada que a polêmica Lei Estadual nº 12.906, de 14 de abril de 2008, que estabeleceu no estado de São Paulo normas suplementares de direito penitenciário, regulando a utilização da vigilância eletrônica para a fiscalização do cumprimento de condições fixadas em decisões judiciais, a qual, inclusive, previa a monitoração eletrônica de condenados por tortura, tráfico de drogas, terrorismo, crimes decorrentes de ações praticadas por quadrilha ou bando ou organizações ou associações criminosas de qualquer tipo, além dos crimes de homicídio, latrocínio, extorsão com resultado morte, extorsão mediante seqüestro, estupro, dentre outros. Por fim, estabelece a nova lei, em seu art. 3º, a obrigatoriedade de regulamentação da implementação da monitoração eletrônica pelo Poder Executivo, somente após o que estará o sistema apto a ser utilizado como importante aliado do juízo da execução. Da Remição SEÇÃO IV Da Remição Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena. § 1º A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à razão de 1 (um) dia de pena por 3 (três) de trabalho. § 2º O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se com a remição. § 3º A remição será declarada pelo Juiz da execução, ouvido o Ministério Público. Art. 127. O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido, começando o novo período a partir da data da infração disciplinar. Art. 128. O tempo remido será computado para a concessão de livramento condicional e indulto. Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao Juízo da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam trabalhando e dos dias de trabalho de cada um deles. Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará, mensalmente, ao Juízo da execução, ao Ministério Público e à Defensoria Pública cópia do registro de todos os condenados que estejam trabalhando e dos dias de trabalho de cada um deles. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). Parágrafo único. Ao condenado dar-se-á relação de seus dias remidos. Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição. ( Primeiramente devemos ter cuidado para não confundir Remissão com Remição, aquela é referente a perdão, enquanto esta é referente à resgate da pena. )Comentários Do Instituto da Remição Objetivo Resgate de parte do tempo de execução Proporcionalidade Na proporção de a cada três trabalhados fará direito a remição de um dia de resgate da pena de execução Beneficiários da remição Só é admitida a remição para trabalhadores em regime fechado ou semi-aberto. Trabalho como direito Pois dá ensejo a remição (resgata parte do tempo de execução de pena). Trabalho como dever Pois a desobediência dá causa a falta grave. Da Remição Ficta: A remição ficta se baseia na remição sem o trabalho concreto, ou seja, o reeducando fará jus a remição mesmo sem trabalhar concretamente, no caso de acidente de trabalho. Faz-se necessário aqui fazer dois comentários o primeiro é que o acidente deverá se dá efetivamente no trabalho, então, por exemplo, caso aconteça fora do trabalho, durante uma partida de futebol, o preso não terá direito a remição ficta. Só terá direito a remição ficta quando efetivamente o acidente se der no trabalho (Exemplo operando com uma máquina faz um corte nos dedos). O segundo comentário a ser feito é em relação as conseqüências geradas quando o acidente for produzido. Vejamos no infográfico abaixo: Observação Plus: ( Segundo a súmula 341 STJ a freqüência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto. O tempo de remição será o mesmo. ) Outro comentário importante é em relação ao artigo 129, que trata das informações mensais repassadas ao juiz da execução, ao ministério público e a defensoria pública e ao para sua homologação pelo diretor do estabelecimento em relação aos dias remidos. Funciona assim: Autoridade administrativa repassa mensalmente Juiz homologa Em janeiro trabalhou 18 dias – 6 dias remidos Juiz homologa 6 (seis) dias Em Fevereiro trabalhou 18 dias – 6 dias remidos Juiz Homologa 6 (seis) dias Em março trabalhou 24 dias – 8 dias remidos Juiz Homologa 8 dias Em Abril trabalhou 9 dias – 3 dias remidos Ainda não foram homologados Porém em abril o preso comete uma falta grave, diante dessa situação perderá todos os dias remidos (homologados ou não). Justificativa se encontra na súmula vinculante Nº 9 do STF, a qual afirma que dias remidos são apenas expectativas de direito. ( E por fim o artigo 130 trata da sanção penal no caso de declaração com o intuito de pedir os dias remidos, enquadrando-se no crime do artigo 299 do Código Penal (falsidade ideológica). ) Do Livramento Condicional SEÇÃO V Do Livramento Condicional Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidoso Ministério Público e Conselho Penitenciário. Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento. § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes: a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste. § 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes: a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; b) recolher-se à habitação em hora fixada; c) não freqüentar determinados lugares. d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver transferido e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção. Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se imediatamente às autoridades referidas no artigo anterior. Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução, para as providências cabíveis. Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho Penitenciário. Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solenemente no dia marcado pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte: I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados, pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz; II - a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as condições impostas na sentença de livramento; III - o liberando declarará se aceita as condições. § 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever. § 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da execução. Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe for exigida. § 1º A caderneta conterá: a) a identificação do liberado; b) o texto impresso do presente Capítulo; c) as condições impostas. § 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto, em que constem as condições do livramento, podendo substituir-se a ficha de identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais que possam identificá-lo. § 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para consignar-se o cumprimento das condições referidas no artigo 132 desta Lei. Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por serviço social penitenciário, Patronato ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de: I - fazer observar o cumprimento das condições especificadas na sentença concessiva do benefício; II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de atividade laborativa. Parágrafo único. A entidade encarregada da observação cautelar e da proteção do liberado apresentará relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito da representação prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei. Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal. Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições. Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas. Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento. Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do Ministério Público, mediante representação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado. Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou mediante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou funcionários indicados no inciso I, do artigo 137, desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1º e 2º do mesmo artigo. Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou mediante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1o e 2o do mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final. Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público ou mediante representação do Conselho Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem revogação. Comentários 1. Requisitos REQUISITOS OBJETIVOS Qualidade da Pena Somente a penas privativa de liberdade Quantidade da Pena Somente gozará deste direito aquele que for condenado por 2 ou mais anos. Efetivo Cumprimento da Pena a) + de 1/3 para aquele que cumpre pena por crime doloso, sem reincidência e com bons antecedentes; (Livramento Condicional Simples) b) + de ½ para aqueles reincidentes em crimes dolosos (livramento Condicional qualificado) c) + de 2/3 para aqueles condenados por crimes hediondos ou equiparado. * Percebe-se aqui que houve um cochilo do legislador relativo ao condenado por crime doloso, não reincidente com maus antecedentes. Nesse ponto a doutrina diverge, porém, adotarei a posição, majoritária,defendida por Luís Flávio Gomes, que nesse caso adotaremos “in dúbio pró-réu”, logo, a menos severa seria cumprir 1/3 da pena. Exame Criminológico No caso de crime praticado com violência grave ameaça, realizando uma interpretação extensiva sobre o artigo 83 em seu parágrafo único, que alude à realização de perícia médicas, diante das circunstâncias acima mencionadas, o condenado para gozar do livramento condicional deverá ser submetido a esse exame. Reparação do Dano Salvo, quando impossibilitado de fazê-lo por insolveniência justificada de acordo com o caso concreto. SUBJETIVOS Comportamento Carcerário Adequado Aptidão para prover a própria subsistência por meios honestos Bom Desempenho no trabalho · Conceito Como nos ensina o Mestre, Rogério Sanches, que conceitua brilhantemente livramento condicional, este “é um incidente de execução penal, liberdade antecipada, mediante certas condições, conferida ao condenado que cumpriu parte da pena privativa de liberdade que lhe foi imposta.” Devemos ter cuidado para não confundir sursis com livramento condicional, vamos diferenciá-los:“Sursis” O condenado não chega a cumprir pena. Período de prova (varia de 2 a 4 anos). Concedido na sentença (apelação) Direito Subjetivo do agente Livramento Condicional Pressupõe o cumprimento de parcela da pena Período de prova é o restante da pena. Concedido na execução (agravo na execução) ( Decorrência do sistema progressivo. ) Requisitos do livramento condicional Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) · Requisitos Objetivos 1) A pena imposta tem de ser privativa de liberdade. 2) A pena concreta a ser cumprida deve ser igual ou superior a 2 anos. 3) Cumprimento da parcela da pena (art. 83, CP) · + de 1/3 se primário + Bons antecedentes; · + de ½ se reincidente; · + de 2/3 por crime hediondo, não específico. 4) Reparação do dano. · Requisitos Subjetivos 1) Comportamento carcerário satisfatório; 2) Bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; 3) Aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho lícito; Observação: Os requisitos objetivos e subjetivos são cumulativos. Especificações das condições Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o livramento. § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes: a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste. § 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as seguintes: a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; b) recolher-se à habitação em hora fixada; c) não freqüentar determinados lugares. d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010). · Revogação do Livramento (art. 86, CP) Revogação do livramento Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - por crime cometido durante a vigência do benefício; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). · Condenação definida por crime cometido durante o benefício: · O pedido de liberdade não será computado como pena cumprida; · Não cabe novo livramento para o crime revogado (Mas é possível para o revogador); · Não se permite soma das penas. · Condenação definida por crime cometido, antes do benefício: · O período de liberdade = pena cumprida · Cabe novo livramento condicional para o crime revogado · Cabe soma das penas (art. 84, CP) Da revogação Facultativa Revogação facultativa Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). I. Deixar de cumprir as obrigações constantes da sentença. II. Condenação definitiva por crime ou contravenção, desde que a pena seja diversa da pena privativa de liberdade. Efeitos da revogação Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Prorrogação do período de prova Extinção Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Das Características e classificação dos Estabelecimentos Penais TÍTULO IV Dos Estabelecimentos Penais CAPÍTULO I Disposições Gerais Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso. § 1º - A mulher será recolhida a estabelecimento próprio e adequando à sua condição pessoal. § 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à sua condição pessoal. (Redação dada pela Lei nº 9.460, de 04/06/97) § 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar estabelecimentos de destinação diversa desde que devidamente isolados. Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática esportiva. § 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários. (Renumerado pela Lei nº 9.046, de 18/05/95) § 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas possam amamentar seus filhos. (Incluído pela Lei nº 9.046, de 18/05/95) § 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade. (Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009) § 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo feminino na segurança de suas dependências internas. (Incluído pela Lei nº 12.121, de 2009). § 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e profissionalizante.(Incluído pela Lei nº 12.245, de 2010) § 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado. § 1° O preso primário cumprirá pena em seção distinta daquela reservada para os reincidentes. § 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em dependência separada. Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua estrutura e finalidade. Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária determinará o limite máximo de capacidade do estabelecimento, atendendo a sua naturezae peculiaridades. Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma Unidade Federativa podem ser executadas em outra unidade, em estabelecimento local ou da União. § 1° A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante da condenação para recolher, mediante decisão judicial, os condenados à pena superior a 15 (quinze) anos, quando a medida se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado. § 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante da condenação para recolher os condenados, quando a medida se justifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) § 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os liberados ou egressos que se dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas. § 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade administrativa definir o estabelecimento prisional adequado para abrigar o preso provisório ou condenado, em atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) CAPÍTULO II Da Penitenciária Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado. Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios poderão construir Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório. Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular: a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana; b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados). Art. 89. Além dos requisitos referidos no artigo anterior, a penitenciária de mulheres poderá ser dotada de seção para gestante e parturiente e de creche com a finalidade de assistir ao menor desamparado cuja responsável esteja presa. Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mulheres será dotada de seção para gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver presa. (Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009) Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche referidas neste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009) I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes adotadas pela legislação educacional e em unidades autônomas; e (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009) II – horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança e à sua responsável. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009) Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local afastado do centro urbano, à distância que não restrinja a visitação. CAPÍTULO III Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento da pena em regime semi-aberto. Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, observados os requisitos da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências coletivas: a) a seleção adequada dos presos; b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individualização da pena. CAPÍTULO IV Da Casa do Albergado Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana. Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga. Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras. Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os serviços de fiscalização e orientação dos condenados. CAPÍTULO V Do Centro de Observação Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e o criminológico, cujos resultados serão encaminhados à Comissão Técnica de Classificação. Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas criminológicas. Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento penal. Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de Classificação, na falta do Centro de Observação. CAPÍTULO VI Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo único do Código Penal. Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no parágrafo único, do artigo 88, desta Lei. Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao tratamento são obrigatórios para todos os internados. Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será realizado no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com dependência médica adequada. CAPÍTULO VII Da Cadeia Pública Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provisórios. Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar o interesse da Administração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo ao seu meio social e familiar. Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será instalado próximo de centro urbano, observando-se na construção as exigências mínimas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei. Pena Local de cumprimento Características Em regime Fechado Penitenciária Tem como preceito principal uma maior vigilância por agrupar os presos que cumprem pena em regime fechado. Em regime semi-aberto Na colônia agrícola, Industrial ou Similar. Possui uma menor vigilância e visa aqui uma maior coletividade entre os presos. Em regime Aberto Casa do albergado Caracteriza-se por falta de obstáculos físicos, pois baseia-se no senso de responsabilidade e na autodisciplina. Realização de exames gerais e criminológicos Centro de Observação Visa à realização de exames gerais e o criminológico, cujo resultado será encaminhado à comissão técnica de classificação. Semi-imputáveis e aos inimputáveis Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico Abrange o semi-imputáveis e inimputáveis. Presos provisórios Cadeia Pública Observa-se a proximidade com o centro urbano. Questões de Concurso 52. Quando da utilização de dormitórios coletivos, admitida apenas em situações especiais, deverão os dormitórios ser ocupados por presos cuidadosamente selecionados e reconhecidos como aptos a serem alojados nessas condições. 53. Aos menores de até 6 anos de idade, filhos de preso, será garantido o atendimento em creches e em pré-escolas. 54. O preso que não se ocupar de tarefa ao ar livre deverá dispor de, pelo menos, uma hora ao dia para a realização de exercícios físicos adequados ao banho de sol. 55. A penitenciária destina-se ao condenado a pena de reclusão, em regime fechado ou semi-aberto. 56. A colônia agrícola, industrial ou similar destina-se ao cumprimento da pena em regime aberto. 57. O condenado a quem sobrevier doença mental será imediatamente posto em liberdade. 58. Roberta foi presa provisoriamente pela prática de tráfico de entorpecentes. Designado o interrogatório judicial, será ela escoltada aofórum da comarca, onde será ouvida pelo juiz competente. Nessa situação, sua escolta poderá ser integrada apenas por homens. 59. Analise as afirmações a seguir: I. Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa se efetivará em seção especial da Cadeia Pública. II. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho. III. Cumprida ou extinta a pena, a notícia ou referência à condenação deverão constar, para todos os fins, da folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça. IV. A Lei 7.210, de 11 de julho de 1984, aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária. Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas: a) I e II. b) II e III. c) III e IV. d) I, II e IV. e) I, III e IV. 60. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos, exceto: a) Falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão. b) Visita à família. c) Participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social. d) Freqüência a curso supletivo profissionalizante, na Comarca do Juízo da Execução. e) Freqüência a curso de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução. 61. A execução da pena em regime aberto (estágio de regular cumprimento de pena) deverá se efetivar em: a) casa de albergado. b) cadeia pública. c) colônia penal agrícola, industrial ou similar. d) penitenciária. e) presídio provisório. 62. João foi condenado, por sentença transitada em julgado, a cumprir pena de três anos de reclusão em regime semi-aberto. Durante o cumprimento da pena, João poderá: a) obter autorização para saída temporária concedida pelo Juiz das Execuções, ouvidos o Ministério Público e a administração do presídio, desde que esteja participando de atividades que concorram para o seu retorno ao convívio social. b) visitar sua família nos finais de semana, desde que autorizado pela administração do presídio. c) visitar sua família nos finais de semana desde que autorizado pelo Juiz das Execuções, ouvidos o Ministério Público e a administração do presídio. d) obter autorização para saída temporária concedida pelo Juiz das Execuções, desde que esteja freqüentando exclusivamente curso superior na Comarca do Juízo das Execuções. e) obter autorização da administração do presídio para freqüentar curso superior, exclusivamente. 63. - Assinale a alternativa correta. a) As colônias agrícola, industrial ou similar destinam-se ao cumprimento da reclusão ou detenção em regime semi-aberto. b) A cadeia pública destina-se ao cumprimento da reclusão em regime fechado. c) O hospital de custódia e tratamento psiquiátrico é destinado àqueles contra os quais foi imposta medida de segurança de qualquer natureza. d) A penitenciária é destinada a qualquer preso. e) A casa do albergado destina-se ao cumprimento da reclusão ou detenção em regime semi-aberto. 64. O condenado em gozo de regime semi-aberto pode ser recolhido em residência particular, EXCETO: a) Condenado portador de deficiência física. b) Condenado maior de 70 (setenta anos). c) Condenado pai, com filho menor, deficiente físico ou condenado mental. d) Condenada gestante. e) Condenado acometido por doença grave. 65. NÃO se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular, quando se tratar de: A) Condenado maior de 70(setenta) anos. B) Condenado acometido de doença grave. C) Condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental. D) Condenada gestante. E) Condenado, cujos pais encontram-se acometidos de doença grave. 66. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer algum dos fatos previstos na Lei de Execução Penal (Lei n.º 7.210/84). Sobre este tema, marque a assertiva INCORRETA: A) É possível a permissão para saída, no caso de falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente ou descendente. B) A permissão será concedida apenas pelo juiz da execução de onde se encontra o preso. C) É possível a permissão para saída, no caso falecimento ou doença grave de irmão. D) É possível a permissão de saída, no caso de necessidade de tratamento médico. E) A permanência do preso fora do estabelecimento terá duração necessária à finalidade da saída. 67. Para o ingresso do condenado no regime aberto, bastam a comprovação de aptidão física para o trabalho e a de oferta idônea de emprego ou a de condições para o trabalho autônomo. 68. Denomina-se colônia penal agrícola, industrial ou similar, o estabelecimento destinado ao cumprimento, pelos presos, de pena em regime fechado, devendo a lotação do presídio ser compatível com a sua estrutura e finalidade. 69. Considere as seguintes afirmativas referente à Lei 7.210/84 (Lei de Execução Fiscal). I. O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução. II. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas. III. O trabalho externo não será admissível para os presos em regime fechado, sendo permitido ao condenado em regime semi-aberto somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina. IV. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado, bem como a de detenção em regime semi-aberto. É(são) correta(s) apenas A) I, II e III. B) II, III, e IV. C) I e II. D) III e IV. 70. Quanto à Lei 7.210/84, assinale a alternativa FALSA. A) Somente os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão; necessidade de tratamento médico. B) O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena. A contagem do tempo será feita à razão de 1 (um) dia de pena por 3 (três) de trabalho. C) Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que: incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; fugir; possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem; provocar acidente de trabalho; descumprir, no regime aberto, as condições impostas. D) O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina. 71. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto podem obter autorização para saída temporária do estabelecimento prisional, nos casos de falecimento de cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão, sendo dispensada, conforme o caso, a vigilância direta. 72. Com relação à assistência conferida pelo Estado ao preso, a mesma inclui no que se refere ao egresso, as seguintes áreas de atuação. A) No que concerne à assistência educacional, o ensino médio é obrigatório para todos os presos. B) A assistência social tem por finalidade amparar o egresso, quando posto em liberdade. C) A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico e farmacêutico, excluída a odontológica. D) A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados, independentemente de recursos financeiros,para constituir advogado. E) A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado. 73. Com relação ao trabalho do preso é correto afirmar: A) O mesmo não é remunerado, de forma a indenizar a sociedade dos custos com a custódia. B) Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento. C) O condenado à pena privativa de liberdade não está obrigado ao trabalho. D) As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade serão remuneradas. E) Os presos maiores de 55 (cinqüenta e cinco) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade. 74. Com relação ao regime disciplinar do preso: A) A aplicação de penalidade independe de norma regulamentadora prévia. B) A penalidade constitui ato discricionário, por se constituir de conveniência e oportunidade no cumprimento da pena. C) Não é vedada a sanção coletiva. D) É vedado o emprego de cela escura, se outra forma de punição puder ser aplicada. E) O preso provisório sujeita-se ao regime disciplinar. Das Penas Restritivas de Direitos SEÇÃO I Disposições Gerais Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares. Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as às condições pessoais do condenado e às características do estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário ou estatal. SEÇÃO II Da Prestação de Serviços à Comunidade Art. 149. Caberá ao Juiz da execução: I - designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente credenciado ou convencionado, junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo com as suas aptidões; II - determinar a intimação do condenado, cientificando-o da entidade, dias e horário em que deverá cumprir a pena; III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modificações ocorridas na jornada de trabalho. § 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz. § 2º A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento. Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz da execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar. SEÇÃO III Da Limitação de Fim de Semana Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação do condenado, cientificando-o do local, dias e horário em que deverá cumprir a pena. Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento. Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de permanência, cursos e palestras, ou atribuídas atividades educativas. Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006) Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará, mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta disciplinar do condenado. SEÇÃO IV Da Interdição Temporária de Direitos Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade competente a pena aplicada, determinada a intimação do condenado. § 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá, em 24 (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá seu início. § 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juízo da execução determinará a apreensão dos documentos, que autorizam o exercício do direito interditado. Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente ao Juiz da execução o descumprimento da pena. Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo poderá ser feita por qualquer prejudicado. CAPÍTULO III Da Suspensão Condicional Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal. Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de liberdade, na situação determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue. Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo fixado, começando este a correr da audiência prevista no artigo 160 desta Lei. § 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado, devendo ser incluída entre as mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou limitação de fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do Código Penal. § 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante proposta do Conselho Penitenciário, modificar as condições e regras estabelecidas na sentença, ouvido o condenado. § 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal por normas supletivas, será atribuída a serviço social penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou instituição beneficiada com a prestação de serviços, inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por ato, a falta das normas supletivas. § 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade fiscalizadora, para comprovar a observância das condições a que está sujeito, comunicará, também, a sua ocupação e os salários ou proventos de que vive. § 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais, qualquer fato capaz de acarretar a revogação do benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das condições. § 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora do local da nova residência, aos quais o primeiro deverá apresentar-se imediatamente. Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer as condições do benefício. § 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar as condições estabelecidas na sentença recorrida. § 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da execução a incumbência de estabelecer as condições do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a audiência admonitória. Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência, advertindo-o das conseqüências de nova infração penal e do descumprimento das condições impostas. Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena. Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a prorrogação do período de prova dar-se-ão na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Penal. Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota de suspensão em livro especial do Juízo a que couber a execução da pena. § 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato averbado à margemdo registro. § 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito de informações requisitadas por órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir processo penal. CAPÍTULO IV Da Pena de Multa Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em julgado, que valerá como título executivo judicial, o Ministério Público requererá, em autos apartados, a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora. § 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da respectiva importância, proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a execução. § 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o que dispuser a lei processual civil. Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos apartados serão remetidos ao Juízo Cível para prosseguimento. Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á prosseguimento nos termos do § 2º do artigo 164, desta Lei. Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier ao condenado doença mental (artigo 52 do Código Penal). Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se efetue mediante desconto no vencimento ou salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte: I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da remuneração e o mínimo o de um décimo; II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de direito; III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a importância determinada. Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz o pagamento da multa em prestações mensais, iguais e sucessivas. § 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar a real situação econômica do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará o número de prestações. § 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, revogará o benefício executando-se a multa, na forma prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já iniciada. Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada cumulativamente com pena privativa da liberdade, enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela ser cobrada mediante desconto na remuneração do condenado (artigo 168). § 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou obtiver livramento condicional, sem haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos termos deste Capítulo. § 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos em que for concedida a suspensão condicional da pena. TÍTULO VI Da Execução das Medidas de Segurança CAPÍTULO I Disposições Gerais Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar medida de segurança, será ordenada a expedição de guia para a execução. Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a tratamento ambulatorial, para cumprimento de medida de segurança, sem a guia expedida pela autoridade judiciária. Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá: I - a qualificação do agente e o número do registro geral do órgão oficial de identificação; II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado a medida de segurança, bem como a certidão do trânsito em julgado; III - a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou do tratamento ambulatorial; IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento ou internamento. § 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia de recolhimento e de sujeição a tratamento. § 2° A guia será retificada sempre que sobrevier modificações quanto ao prazo de execução. Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança, naquilo que couber, o disposto nos artigos 8° e 9° desta Lei. CAPÍTULO II Da Cessação da Periculosidade Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no fim do prazo mínimo de duração da medida de segurança, pelo exame das condições pessoais do agente, observando-se o seguinte: I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar o prazo de duração mínima da medida, remeterá ao Juiz minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a revogação ou permanência da medida; II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico; III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o Ministério Público e o curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias para cada um; IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que não o tiver; V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, poderá determinar novas diligências, ainda que expirado o prazo de duração mínima da medida de segurança; VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias. Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de duração da medida de segurança, poderá o Juiz da execução, diante de requerimento fundamentado do Ministério Público ou do interessado, seu procurador ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessação da periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo anterior. Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação da periculosidade, observar-se-á, no que lhes for aplicável, o disposto no artigo anterior. Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei. Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem para a desinternação ou a liberação. Das Medidas de Segurança Espécies Tipos de pena Quanto à pessoa Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado Passíveis a penas de reclusão Aplicada aos inimputáveis. Sujeição a tratamento ambulatorial. Nas penas de detenção é facultada a submissão a tratamento ambulatorial. Aos semi-imputáveis é facultado a aplicação da internação ou o tratamento ambulatorial, bem como a redução da pena. ( É importante aqui se observar que não há um lapso temporal máximo para internação, mas há um prazo mínimo , que varia de 1 a 3 anos. )Da cessação da periculosidade * O RELATÓRIO SERÁ INSTRUÍDO COM O LAUDO PSIQUIÁTRICO. Observação Verifica-se através do artigo 176, como percebemos abaixo que é possível a qualquer tempo ser solicitado exame para que se verifique a cessação de periculosidade. Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de duração da medida de segurança, poderá o Juiz da execução, diante de requerimento fundamentado do Ministério Público ou do interessado, seu procurador ou defensor, ordenar o exame para que se verifique a cessação da periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo anterior. RESUMINDO E CONCLUINDO Prazo mínimo para ser verificada a cessação da periculosidade: ( 3 dias para ouvir MP. ) ( O juiz profere a decisão no prazo de 5 (cinco) dias ) ( 3 dias para ouvir o defensor ) ( 3 dias para ouvir o curador ou ) Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de2010). Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação se o agente revelar incompatibilidade com a medida. Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de 1 (um) ano. TÍTULO VII Dos Incidentes de Execução CAPÍTULO I Das Conversões Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde que: I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto; II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena; III - os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável. Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal. § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado: a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital; b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço; c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto; d) praticar falta grave; e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa. § 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. § 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste artigo. Art. 182. A pena de multa será convertida em detenção, na forma prevista pelo artigo 51 do Código Penal. (Artigo revogado pela Lei nº 9.268, de 1.4.1996) § 1º Na conversão, a cada dia-multa corresponderá 1 (um) dia de detenção, cujo tempo de duração não poderá ser superior a 1 (um) ano. § 2º A conversão tornar-se-á sem efeito se, a qualquer tempo, for paga a multa. Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação se o agente revelar incompatibilidade com a medida. Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de 1 (um) ano. Dos incidentes de Execução Das conversões Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde que: I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto; II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena; III - os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável. Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal. § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado: a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital; b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço; c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto; d) praticar falta grave; e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa. § 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. § 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste artigo. Art. 182. A pena de multa será convertida em detenção, na forma prevista pelo artigo 51 do Código Penal. (Artigo revogado pela Lei nº 9.268, de 1.4.1996) § 1º Na conversão, a cada dia-multa corresponderá 1 (um) dia de detenção, cujo tempo de duração não poderá ser superior a 1 (um) ano. § 2º A conversão tornar-se-á sem efeito se, a qualquer tempo, for paga a multa. Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação se o agente revelar incompatibilidade com a medida. Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de 1 (um) ano. Comentários Conversão da pena Privativa de Liberdade em Restritivas de Direitos CP (após alteração da lei 9714/98) LEP (art. 180) Requisitos objetivos Qualidade da pena Penas privativas de liberdade Penas privativas de liberdade Requisito temporal Penas inferiores a 4 (quatro) anos, desde que não tenha cometido com violência ou grave ameaça contra pessoas, ou qualquer que seja o crime culposo. Penas inferiores a 2 (dois) anos. Comentários Percebe-se aqui que após o advento da lei 9714/98 essa se mostrou mais benéfica em relação à contida na LEP, portanto havendo a derrogação desse requisito na LEP, ou seja, então, atualmente é aplicado o requisito temporal contido no CP. Observações O réu não pode ser reincidente em crime doloso para fazer jus à conversão Cumprimento de pena Tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena Requisitos subjetivos Do mérito A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. Os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável. Conversão da pena restritivas de direitos será convertida em privativa de liberdade Conversão da pena de prestação de serviços à comunidade Conversão da pena de limitação de fim de semana Conversão da pena de interdição temporária de direitos Condições específicas · Não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço; · Recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto; · Praticar falta grave · Não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena · Recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz · Praticar falta grave · Exercer, injustificadamente, o direito interditado. Condições Gerais · Não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital; · Sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa.CAPÍTULO II Do Excesso ou Desvio Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for praticado além dos limites fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares. Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução: I - o Ministério Público; II - o Conselho Penitenciário; III - o sentenciado; IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal. CAPÍTULO III Da Anistia e do Indulto Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado ou do Ministério Público, por proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a punibilidade. Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa do Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa. Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, será entregue ao Conselho Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao Ministério da Justiça. Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo e do prontuário, promoverá as diligências que entender necessárias e fará, em relatório, a narração do ilícito penal e dos fundamentos da sentença condenatória, a exposição dos antecedentes do condenado e do procedimento deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o mérito do pedido e esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias omitidas na petição. Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a petição será submetida a despacho do Presidente da República, a quem serão presentes os autos do processo ou a certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar. Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação. Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da autoridade administrativa, providenciará de acordo com o disposto no artigo anterior. TÍTULO VIII Do Procedimento Judicial Art. 194. O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o Juízo da execução. Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento do Ministério Público, do interessado, de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, mediante proposta do Conselho Penitenciário, ou, ainda, da autoridade administrativa. Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 (três) dias, o condenado e o Ministério Público, quando não figurem como requerentes da medida. § 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz decidirá de plano, em igual prazo. § 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a produção daquela ou na audiência designada. Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo. TÍTULO IX Das Disposições Finais e Transitórias Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência que perturbe a segurança e a disciplina dos estabelecimentos, bem como exponha o preso à inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da pena. Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal. Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho. Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa se efetivará em seção especial da Cadeia Pública. Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou referência à condenação, salvo para instruir processo pela prática de nova infração penal ou outros casos expressos em lei. Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação desta Lei, serão editadas as normas complementares ou regulamentares, necessárias à eficácia dos dispositivos não auto-aplicáveis. § 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça, projetar a adaptação, construção e equipamento de estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei. § 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a aquisição ou desapropriação de prédios para instalação de casas de albergados. § 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser ampliado, por ato do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, mediante justificada solicitação, instruída com os projetos de reforma ou de construção de estabelecimentos. § 4º O descumprimento injustificado dos deveres estabelecidos para as Unidades Federativas implicará na suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada pela União, para atender às despesas de execução das penas e medidas de segurança. Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a lei de reforma da Parte Geral do Código Penal, revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei nº 3.274, de 2 de outubro de 1957. Dos Órgãos TÍTULO III Dos Órgãos da Execução Penal CAPÍTULO I Disposições Gerais Art. 61. São órgãos da execução penal: I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária; II - o Juízo da Execução; III - o Ministério Público; IV - o Conselho Penitenciário; V - os Departamentos Penitenciários; VI - o Patronato; VII - o Conselho da Comunidade. VIII - a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). CAPÍTULO II Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com sede na Capital da República, é subordinado ao Ministério da Justiça. Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade e dos Ministérios da área social. Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada ano. Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no exercício de suas atividades, em âmbito federal ou estadual, incumbe: I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, administração da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas de segurança; II - contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da política criminal e penitenciária; III - promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua adequação às necessidades do País; IV - estimular e promover a pesquisa criminológica; V - elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoamento do servidor; VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabelecimentos penais e casas de albergados; VII - estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal; VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim informar-se, mediante relatórios do Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca do desenvolvimento da execução penal nos Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbida as medidas necessárias ao seu aprimoramento; IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou procedimento administrativo,em caso de violação das normas referentes à execução penal; X - representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal. CAPÍTULO III Do Juízo da Execução Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença. Art. 66. Compete ao Juiz da execução: I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado; II - declarar extinta a punibilidade; III - decidir sobre: a) soma ou unificação de penas; b) progressão ou regressão nos regimes; c) detração e remição da pena; d) suspensão condicional da pena; e) livramento condicional; f) incidentes da execução. IV - autorizar saídas temporárias; V - determinar: a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução; b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade; c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos; d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança; e) a revogação da medida de segurança; f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca; h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, desta Lei. i) (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança; VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade; VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei; IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade. X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 13.8.2003) CAPÍTULO IV Do Ministério Público Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medida de segurança, oficiando no processo executivo e nos incidentes da execução. Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público: I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internamento; II - requerer: a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança; d) a revogação da medida de segurança; e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revogação da suspensão condicional da pena e do livramento condicional; f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior. III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária, durante a execução. Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio. CAPÍTULO V Do Conselho Penitenciário Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena. § 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legislação federal e estadual regulará o seu funcionamento. § 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos. Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário: I - emitir parecer sobre livramento condicional, indulto e comutação de pena; I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais; III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior; IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos. CAPÍTULO VI Dos Departamentos Penitenciários SEÇÃO I Do Departamento Penitenciário Nacional Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão executivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional: I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o Território Nacional; II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços penais; III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos princípios e regras estabelecidos nesta Lei; IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na implantação de estabelecimentos e serviços penais; V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de formação de pessoal penitenciário e de ensino profissionalizante do condenado e do internado. VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o cadastro nacional das vagas existentes em estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a regime disciplinar. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e de internamento federais. SEÇÃO II Do Departamento Penitenciário Local Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições que estabelecer. Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, tem por finalidade supervisionar e coordenar os estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que pertencer. SEÇÃO III Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá satisfazer os seguintes requisitos: I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços Sociais; II - possuir experiência administrativa na área; III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função. Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo integral à sua função. Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes categorias funcionais, segundo as necessidades do serviço, com especificação de atribuições relativas às funções de direção, chefia e assessoramento do estabelecimento e às demais funções. Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução técnica e de vigilância atenderá a vocação, preparação profissional e antecedentes pessoais do candidato. § 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a ascensão funcional dependerão de cursos específicos de formação, procedendo-se à reciclagem periódica dos servidores em exercício. § 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado. CAPÍTULO VII Do Patronato Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergados e aos egressos (artigo 26). Art. 79. Incumbe também ao Patronato:I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos; II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comunidade e de limitação de fim de semana; III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspensão e do livramento condicional. CAPÍTULO VIII Do Conselho da Comunidade Art. 80. Haverá em cada comarca, um Conselho da Comunidade, composto no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais. Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste artigo, ficará a critério do Juiz da execução a escolha dos integrantes do Conselho. Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade: I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes na comarca; II - entrevistar presos; III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho Penitenciário; IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência ao preso ou internado, em harmonia com a direção do estabelecimento. CAPÍTULO IX DA DEFENSORIA PÚBLICA (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução da pena e da medida de segurança, oficiando, no processo executivo e nos incidentes da execução, para a defesa dos necessitados em todos os graus e instâncias, de forma individual e coletiva. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). c) a declaração de extinção da punibilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). e) a detração e remição da pena; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a substituição da pena por medida de segurança; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condicional da pena, o livramento condicional, a comutação de pena e o indulto; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do art. 86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou administrativa durante a execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou procedimento administrativo em caso de violação das normas referentes à execução penal; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento, e requerer, quando for o caso, a apuração de responsabilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). Comentários 1) CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA - Previsão Legal: art. 64 da LEP - Composição: 13 membros, a maioria deles advogados de grande saber jurídico. É de nível nacional. Parte dos membros está ligada ao Ministério da Justiça. São nomeados pelo Ministro da Justiça para um mandado de 2 anos. - Atribuições: estabelecer políticas criminais; avaliar sempre o sistema penal, e recomendar as modificações que se julgarem necessárias. 2) JUÍZO DA EXECUÇÃO PENAL - Competência (e não "atribuições"): a) Exercer a jurisdição (aplicar o Direito concretamente): • Aplicar a lei mais benéfica ao réu, se for o caso; • Substituir a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos (é tarefa do Juízo da Condenação, mas nada impede que o Juízo da Execução também o faça); • Conceder o SURSIS (suspensão condicional da pena) não concedido no Juízo da Condenação; • Decidir sobre a progressão do regime; • Decidir sobre a regressão do regime (quando o condenado pratica algum delito que o desqualifique para a convivência em sociedade, que estava sob condição); • Decidir sobre o direito do preso a saídas; • Decidir sobre o internamento do condenado que, no curso do cumprimento da pena, venha a ser acometido por doença mental grave; • Decidir sobre a Extinção da punibilidade, que se dá por múltiplas causas ou circunstâncias. Ex.: Morte Ex.: Abolitio criminis: lei superviniente que extinga o crime; Ex.: Anistia, graça, indulto. • Detração penal: direito do preso de abater do total do tempo da condenação aquele período em que esteve preso cautelarmente (durante o processo). b) Atividades administrativas. É o Juiz que administra a Vara de Execução Penal, exigindo o cumprimento de tarefas, por exemplo. 3) MINISTÉRIO PÚBLICO - Atribuições: podem ser Constitucionais, ou Institucionais (dadas pelo Juízo da Condenação). O MP pode atuar como Parte no processo, ou como Fiscal da Lei. - Como Órgão da Execução Penal (Fiscal da lei), as atribuições do MP são: • Fazer opinativos (Pareceres, emitir opinião); • Posicionamentos acerca dos pedidos do condenado, seja contra ou a favor. - Como Parte • Até o momento da sentença condenatória (nas ações penais Públicas), o MP estará agindo como parte. 4) CONSELHO PENITENCIÁRIO - Área de atuação: dentro do estado em que foi criado. Integra a secretaria de justiça. - Composição: 7 membros - pessoas conhecedoras do Direito Penal, Processual Penal e ciências afins; Médicos psiquiatras; pessoas de saber jurídico ilibado. Essas pessoas são nomeadas pelo governo do estado, para mandatos de 4 anos. Porém, atualmente o Conselho Penitenciário só analisa o comportamento dos presos, para encaminhar uma lista com presos para concessão de indulto. O Ministro da Justiça encaminhará essa lista ao Presidente da República. 5) PATRONATO - Função: prestar assistência jurídica e social aos presos e egressos (pessoas que saíram ou estão saindo da penitenciária; serã egressos até 1 ano após a saída). Dá uma orientação, às vezes até financeira, durante esse período de 1 ano. Em regra, o Patronato é público. É independente em relação à defensoria pública; integra a Secretaria de Justiça. Podem haver patronatos individuais para assistência de preso e egresso. Não há proibição legal. 6) CONSELHOS DA COMUNIDADE - Funções: São principalmente para as comarcas do interior. Fazem fiscalização; acompanhamento de condenados em condicional ou em cumprimento de penas alternativas; presos em sursis; acompanhamento/fiscalizaçãode menores (para que não delinquam, frequentem bares, etc). LEP (Leis de execuções penais) Professor Ronaldo Bandeira Página 75 Juízo da Execução Defensoria Pública Art. 66. Compete ao Juiz da execução: I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado; II - declarar extinta a punibilidade; III - decidir sobre: a) soma ou unificação de penas; b) progressão ou regressão nos regimes; c) detração e remição da pena; d) suspensão condicional da pena; e) livramento condicional; f) incidentes da execução. IV - autorizar saídas temporárias; V - determinar: a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução; b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade; c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos; d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança; e) a revogação da medida de segurança; f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca; h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, desta Lei. i) (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança; VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade; VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei; IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade. X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. (Incluído pela Lei nº 10.713, de 13.8.2003) Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). a) Todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). Percebe-se aqui que após o advento 12.313/10 que além de ter incluído a defensoria pública no rol dos órgãos da execução penal, deu-se plenos poderes para ela requerer todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo, ou seja, assim como o Ministério Público que possui essa mesma competência, a defensoria pública poderá requerer durante a fase de execução da pena qualquer providência, temos aqui uma prerrogativa extensiva da interferência do órgão. b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). c) a declaração de extinção da punibilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). e) a detração e remição da pena; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a substituição da pena por medida de segurança; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condicional da pena, o livramento condicional, a comutação de pena e o indulto; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do art. 86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 201 II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou administrativa durante a execução; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou procedimento administrativo em caso de violação das normas referentes à execução penal; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento, e requerer, quando for o caso, a apuração de responsabilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010). Comentários Percebemos muito claramente que a defensoria pública e o juízo da execução possuem as mesmas atribuições, porém fica mais claro ainda a sua diferenciação, ou seja, quanto aos momentos. Primeiro quanto falamos em juízo de execução, logo nos remete àquele responsável pela execução, aplicação, determinação, inspeção e interdição, percebemos que tudo o que a LEP regulamenta fica sob competência direta e primária do juízo da execução, enquanto a defensoria pública vai apenas requerer tendo como objetivo primário a defesa e a garantia dos direitos do condenado, então, devido a isso que fará esse requerimento, visando no caso de violação das normas a representação ao juiz da execução ou a autoridade administrativa a instauração de sindicância. Quando tratamos da visitação aos estabelecimentos penais deve ficar claro que o juízo da execução por ser o responsável pela regulação da execução no caso de inadequado funcionamento poderá promover a apuração da responsabilidade, enquanto a defensoria pública com o seu papel de defesa dos interesses dos condenados deverá no caso de observação a uma ilegalidade requerer a instauração das responsabilidades apurando as responsabilidades. Quanto a interdição percebemos que o juízo da execução poderá de ofício interditar no todo ou em parte o mesmo, enquanto a defensoria pública requer. Ou seja, ficou mais do que claro que as responsabilidades e atribuições da Defensoria Pública são de “fiscalização” do direito do preso e observação aos preceitos legais durante a fase da execução da pena, sempre requerendo ao juiz na maior parte das vezes e mais raramente a autoridade administrativa, então resumindo e concluindo o Juiz da execução será o responsável pela aplicação da LEP, enquanto a Defensoria Pública atua na defesa jurídica do preso requerendo ao juiz, que é o responsável, no caso de uma ilegalidade, excesso ou desvio. Como competência exclusiva o juízo da execução emitirá anualmente o atestado de pena a cumprir que trará os dias que já foram cumpridos, quantos faltam, dias remidos... Inclusive é um direito elencado nesse rol garantido ao condenado. E já incitando os próximos comentários percebemos que o juiz da execução é o responsável por compor e instalar o conselho da comunidade. Conselho da Comunidade Composto e instalado pelo juiz da execução. Composição: Vale ressaltar que após o advento da lei 12313/10 a defensoria pública passou a figurar de forma excessiva pela LEP, e não foi diferente na composição do conselho da comunidade como podemos perceber abaixo, comparando o texto antigo e o novo do artigo 80 Art. 80. Haverá em cada comarca, um Conselho da Comunidade, composto no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais. Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercialou industrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes Sociais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). Finalizando percebemos que o conselho da comunidade nada mais é do que um auxiliar do juiz no acompanhamento do preso visando a sua não reincidência em delinqüir (seja na fiscalização daquele que está cumprindo período de prova no que tange a proibição de visitação a determinados locais, bem como na entrevista visando melhores condições e a própria recuperação mental do condenado), apresentando para isso relatórios mensais informando o juiz da execução e o conselho penitenciário. Do Conselho Penitenciário Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena. § 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legislação federal e estadual regulará o seu funcionamento. § 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos. Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário: I - emitir parecer sobre livramento condicional, indulto e comutação de pena; I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais; III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior; IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos. Percebemos aqui um órgão consultivo, por isso a sua atribuição de emitir parecer, vale lembrar a você meu querido aluno(a) que devido ao advento da lei 10792/03 o Conselho Penitenciário não emite mais parecer sobre livramento condicional como você pode observar no inciso I, vetado acima, bem como também não emitirá quando se tratar de “indulto saúde”. Inspecionará os estabelecimentos penais como quase todos os outros órgãos fazem de maneira direta ou indireta (através de uma simples visitação), com exceção do patronato que fiscalizará as penas restritivas de direitos e apenas colaborará com a fiscalização das condições impostas no livramento condicional e na suspensão condicional do processo. Do Patronato Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergados e aos egressos (artigo 26). Art. 79. Incumbe também ao Patronato: I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos; II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comunidade e de limitação de fim de semana; III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspensão e do livramento condicional. Em suma percebemos a prestar assistência aos albergados e aos egressos, incumbindo também a orientação aos condenados as penas restritivas de direitos, fiscaliza primariamente a prestação de serviço a comunidade e secundariamente as condições de livramento e suspensão. Do Ministério Público Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medida de segurança, oficiando no processo executivo e nos incidentes da execução. Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público: I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internamento; II - requerer: a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo; b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança; d) a revogação da medida de segurança; e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revogação da suspensão condicional da pena e do livramento condicional; f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior. III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária, durante a execução. Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio. Como principal atribuição o MP possui a fiscalização da regularidade das guias de recolhimento e de internamento. Percebemos que assim como no artigo 81-B, alínea “a”, aqui temos no artigo 68, II, “a”, a mesma prerrogativa, ou seja, dá ao MP o poder de requerer todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo, pena na execução. Percebemos que assim como a Defensoria pública o MP também poderá requerer os incidentes previstos na LEP na fase de execução, bem como também poderá requerer as interferências nas penas, bem como nas medidas de segurança. Vale finalizar ressaltando a visitação mensal aos estabelecimentos penais. CAPÍTULO II Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com sede na Capital da República, é subordinado ao Ministério da Justiça. Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da comunidade e dos Ministérios da área social. Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada ano. Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no exercício de suas atividades, em âmbito federal ou estadual, incumbe: I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, administração da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas de segurança; II - contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da política criminal e penitenciária; III - promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua adequação às necessidades do País; IV - estimular e promover a pesquisa criminológica; V - elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoamento do servidor; VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabelecimentos penais e casas de albergados; VII - estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal; VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim informar-se, mediante relatórios do Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca do desenvolvimento da execução penal nos Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbida as medidas necessárias ao seu aprimoramento; IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de sindicância ou procedimento administrativo, em caso de violação das normas referentes à execução penal; X - representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal. CAPÍTULO VI Dos Departamentos Penitenciários SEÇÃO I Do Departamento Penitenciário Nacional Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão executivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional: I - acompanhar a fiel aplicaçãodas normas de execução penal em todo o Território Nacional; II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços penais; III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos princípios e regras estabelecidos nesta Lei; IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na implantação de estabelecimentos e serviços penais; V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de formação de pessoal penitenciário e de ensino profissionalizante do condenado e do internado. VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o cadastro nacional das vagas existentes em estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a regime disciplinar. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e de internamento federais. SEÇÃO II Do Departamento Penitenciário Local Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições que estabelecer. Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, tem por finalidade supervisionar e coordenar os estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que pertencer. SEÇÃO III Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá satisfazer os seguintes requisitos: I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços Sociais; II - possuir experiência administrativa na área; III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função. Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará tempo integral à sua função. Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes categorias funcionais, segundo as necessidades do serviço, com especificação de atribuições relativas às funções de direção, chefia e assessoramento do estabelecimento e às demais funções. Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução técnica e de vigilância atenderá a vocação, preparação profissional e antecedentes pessoais do candidato. § 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a ascensão funcional dependerão de cursos específicos de formação, procedendo-se à reciclagem periódica dos servidores em exercício. § 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado. Ambos tanto o Departamento Penitenciário Nacional como o Conselho de Política Criminal e Penitenciária são ligados ao Ministério da Justiça, por isso são integrantes do Poder Executivo. O Ministério da Justiça tem como tarefa o planejamento, coordenação e administração da política penitenciária nacional. De acordo com o Decreto 4720 de 2003, artigo 10, o Departamento Penitenciário Nacional tem a incumbência, entre outras, de acompanhar a fiel aplicação das normas de execução pena em todo o território nacional e de gerir os recursos do Fundo Penitenciário Nacional. São incumbências positivas, de agir. Já com relação ao Conselho de Política Criminal e Penitenciária, o decreto prevê em seu artigo 35, bem como na LEP do artigo 62 ao 64, algumas competências do órgão, como, por exemplo, propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal. As incumbências dos dois órgãos do Ministério da Justiça são diferentes e demonstram que o Conselho de Política Criminal e Penitenciária não tem o poder de decisão como o Departamento Penitenciário possui. Apesar disso, a responsabilidade do Executivo persiste, pois a política criminal é de responsabilidade do Ministério da Justiça. A responsabilidade do Executivo se dá por omissão por não implementar uma política criminal que atenda e fomente todas as atribuições e direitos relacionados à execução penal. Percebemos que o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com sede no DF, é um órgão ligado a política de governo, subordinado ao MJ, fixará as diretrizes fixadas pela política governamental estabelecida. Visitação aos estabelecimentos penais: Finalidade de visitação aos estabelecimentos penais Forma de interdição do estabelecimento Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária; Inspeciona e fiscaliza com fins de aprimoramento Através de uma representação à autoridade competente Juízo da Execução Inspeciona, mensalmente, para fins do adequado funcionamento De ofício no caso de uma irregularidade Ministério Público Visita, mensalmente, sempre com fins de fiscalização do cumprimento ideal da pena, registrando em livro próprio a sua visita Não traz de forma expressa na lei, mas de forma tácita com fulcro no artigo 68, II,”a”, a qual atribuiu plenos poderes ao MP na fase de execução, este também poderá requerer essa interdição ao Juiz da execução. Conselho Penitenciário Inspecionar os estabelecimentos Apresenta no próximo trimestre ao Conselho Nacional de política Criminal e Penitenciária as inspeções realizadas para submissão de medidas. Departamentos Penitenciários Inspeção e fiscalização periódica dos estabelecimentos Supervisionará as irregularidades e arrolará as mesmas para possíveis tomadas de medidas Patronato Não visita – age nas restritivas de direitos - Conselho da Comunidade Visitação para fins de acompanhamento, mensal, os estabelecimentos Levará a possível irregularidade através de um ofício a o Juiz da Execução e ao Conselho Penitenciário Defensoria Pública Visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento, e requerer, quando for o caso, a apuração de responsabilidade Requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal EXERCÍCIOS DE REVISÃO 1. (CESPE_2008_SGA_ADV) O preso provisório, assim como o preso definitivo, não tem assegurados os seus direitos políticos. 2. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Otávio, condenado definitivamente pela prática de roubo qualificado pelo emprego de arma de fogo, no curso do regime fechado, ficou gravemente doente, não estando o estabelecimento prisional suficientemente aparelhado para prover a assistência médica necessária a ele. Nessa situação, Otávio poderá ser transferido para unidade hospitalar apropriada. 3. (CESPE_2008_SGA_ADV) Considera-se egresso o preso provisório que foi absolvido por sentença criminal transitada em julgado, tendo sido expedido, em conseqüência, alvará de soltura. 4. (CESPE_2008_SGA_ADV) O trabalho do condenado constitui dever social e condição de dignidade humana, tendo finalidade precipuamente lucrativa, e sujeita-se ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 5. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a três quartos do salário mínimo nem se destinar ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a sua manutenção. 6. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Constitui dever do condenado, entre outros, a indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho. 7. (CESPE_2008_Juiz_SE) O trabalho do preso será sempre remunerado, exceto nas tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade. 8. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Um dos principais deveres do preso é a obrigação de trabalhar, não se cuidando, porém, de trabalho forçado, o que é constitucionalmente vedado, mas de trabalho obrigatório, cuja recusa constituifalta grave. 9. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Para os presos em regime fechado, o trabalho externo é admissível somente em serviços ou obras públicas realizados por órgãos da administração pública, não podendo haver, todavia, vínculo empregatício entre o condenado e a administração ou a empresa privada que realiza tais obras. 10. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) No regime especial assegurado ao preso provisório, deve ser observada a possibilidade de sua opção por alimentar-se às suas expensas. 11. (CESPE_2008_SGA_ADV) O preso tem direito à previdência social e constituição de pecúlio. 12. (CESPE_2008_SGA_ADV) Em nenhuma situação poderá ser restringido o direito do preso a se corresponder com o mundo externo. 13. (CESPE_2008_SGA_ADV) Ao internado é assegurada a liberdade de contratação de médico de sua confiança pessoal, a fim de orientar e acompanhar o tratamento. No caso de divergência entre o médico oficial e o particular, prevalecerá a posição do médico oficial. 14. (CESPE_2008_SEJUS_ES) No âmbito da execução penal, no que se refere a faltas disciplinares e respectivas sanções, deve ser observado o princípio da reserva legal, segundo o qual somente pode ser considerada infração aquela que estiver anteriormente prevista em lei ou regulamento, bem como somente pode ser aplicada a sanção anteriormente cominada para o fato. 15. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Henrique, condenado definitivamente pela prática de latrocínio, praticou, no curso do regime fechado, fato definido como crime, isto é, matou seu companheiro de cela no interior do presídio. Nessa situação, independentemente da sanção penal, Henrique poderá ser sujeitado, pelo diretor do estabelecimento prisional, à sanção disciplinar de clausula em cela escura, até o limite de seis horas por dia. 16. (CESPE_2008_SGA_ADV) Os castigos corporais, clausura em cela escura e sanções coletivas são expressamente proibidos como formas de sanções disciplinares. 17. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Suponha que, em determinado pavilhão de um presídio, tenha início uma rebelião, não se determinando ao certo quem começou o movimento. Nessa situação, pode o diretor da unidade prisional, após a autorização judiciária competente, impor sanção coletiva, de modo a punir todo o grupo de presos do pavilhão. 18. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Se todos os presos de determinada ala do presídio praticarem em conjunto falta grave, poderá haver sanção coletiva. 19. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, somente poderá ser exercido pela autoridade judiciária, desde que haja manifestação do Ministério Público. 20. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves, todas elas previstas na LEP, sendo vedada à legislação local a especificação ou criação de sanções. 21. (CESPE_2008_SGA_ADV) Considere a seguinte situação hipotética. Reginaldo, condenado pela prática de crime de tráfico de entorpecentes a pena de 5 anos de reclusão, em regime fechado, por ser reincidente, tentou fornecer para seu comparsa Geraldo, preso na mesma unidade, aparelho de rádio que permitiria a comunicação entre ambos, e com o ambiente externo, mas não logrou êxito em sua empreitada, em face da pronta ação dos agentes penitenciários. Nessa situação, Reginaldo praticou falta grave, mas, considerando que houve apenas tentativa, será a mesma desclassificada para falta média. 22. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Considera-se falta disciplinar grave a fuga praticada com violência ou danos patrimoniais. Classificam-se como falta média a fuga e a tentativa de evasão em que, para deixar a prisão, o preso não pratica violência nem causa danos ao patrimônio. 23. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Considere que Joaquim, em cumprimento a pena privativa de liberdade, estimulou os demais presos de seu pavilhão à prática de greve de fome e de recusa ao trabalho, reivindicando melhores condições de alojamento e oportunidades de recreação. O movimento durou cinco dias, gerando desordem e indisciplina entre os presos. Nessa situação, independentemente da sanção aplicada aos demais presos, a conduta de Joaquim o sujeitará a sanção disciplinar em razão do cometimento de falta grave. 24. (CESPE_2008_Analista Judiciário_TJDFT) Considere a seguinte situação hipotética. Haroldo, condenado definitivamente à pena privativa de liberdade de 5 anos em regime inicialmente fechado, possuía, indevidamente, uma faca, que mantinha escondida embaixo de seu colchão, no presídio em que cumpria a pena. Nessa situação, Haroldo cometeu falta grave, podendo ser-lhe aplicada a sanção disciplinar de isolamento na própria cela, por ato motivado do diretor do estabelecimento prisional. 25. (CESPE_2008_SGA_ADV) Considere a seguinte situação hipotética. Reginaldo, condenado pela prática de crime de tráfico de entorpecentes a pena de 5 anos de reclusão, em regime fechado, por ser reincidente, tentou fornecer para seu comparsa Geraldo, preso na mesma unidade, aparelho de rádio que permitiria a comunicação entre ambos, e com o ambiente externo, mas não logrou êxito em sua empreitada, em face da pronta ação dos agentes penitenciários. Nessa situação, Reginaldo praticou falta grave, mas, considerando que houve apenas tentativa, será a mesma desclassificada para falta média. 26. (CESPE_2008_SGA_ADV) Tendo o condenado praticado falta disciplinar grave, será instaurado o respectivo procedimento para a sua apuração, não havendo necessidade, por se tratar de procedimento administrativo, de se assegurar o direito de defesa do condenado. 27. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Comete falta grave o condenado a pena privativa de liberdade que não cumpre o dever de obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se. 28. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado. 29. (CESPE_2008_SEJUS_ES) O regime disciplinar diferenciado aplicado aos presos que apresentam alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento prisional ou da sociedade alcança aqueles já condenados por sentença penal irrecorrível, não se estendendo aos presos provisórios. 30. (CESPE_2008_SGA_ADV) Considere a seguinte situação hipotética. Técio, condenado pela prática de crime de roubo a pena de 5 anos e 4 meses de reclusão em regime fechado, por ser reincidente, praticou, no presídio, fato previsto como crime doloso, que ocasionou subversão da disciplina interna. Nessa situação, pode se sujeitar o condenado Técio, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada. 31. (CESPE_2008_SGA_ADV) A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias, mas a inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente. 32. (CESPE_2008_SGA_ADV) O tempo de isolamento ou de inclusão preventiva no regime disciplinar diferenciado não será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar. 33. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) O preso em regime disciplinar diferenciado terá direito a visitas semanais de duas pessoas, incluídas nesse número as visitas de crianças, com duração máxima de três horas. 34. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Sujeitar-se-á ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. 35. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Referido regime disciplinar terá a duração máxima de 360 dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave da mesma espécie,até o limite de um sexto da pena aplicada. 36. (CESPE_2008_SEJUS_ES) O regime disciplinar diferenciado, regime de cumprimento de pena em acréscimo aos regimes fechado, semi-aberto e aberto, caracteriza-se por maior grau de isolamento do preso e por restrições ao contato com o mundo exterior. 37. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) A advertência verbal não constitui espécie de sanção disciplinar, mas mero procedimento interno de manutenção da disciplina. 38. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) É vedado o isolamento do preso provisório ou condenado, na própria cela, como forma de sanção disciplinar. 39. (CESPE_2008_Analista Judiciário_TJDFT) Considere a seguinte situação hipotética. Haroldo, condenado definitivamente à pena privativa de liberdade de 5 anos em regime inicialmente fechado, possuía, indevidamente, uma faca, que mantinha escondida embaixo de seu colchão, no presídio em que cumpria a pena. Nessa situação, Haroldo cometeu falta grave, podendo ser-lhe aplicada a sanção disciplinar de isolamento na própria cela, por ato motivado do diretor do estabelecimento prisional. 40. (CESPE_2008_Analista Judiciário_TJDFT) A inclusão de condenado no regime disciplinar diferenciado depende de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento prisional e também de prévio e fundamentado despacho do juiz competente; despacho esse que deve ser precedido de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatado no prazo máximo de 15 dias. 41. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Os condenados podem ser agraciados com recompensas, entre elas a concessão de regalias, tendo em vista o bom comportamento, a colaboração com a disciplina e a dedicação ao trabalho. 42. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Como o procedimento para a apuração de falta disciplinar não é um feito judicial, não há necessidade de se assegurar ao faltoso o direito de defesa. 43. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias, independentemente de prévia decisão judicial. 44. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Não havendo vara de execuções penais específica na comarca, a execução penal competirá ao juiz que prolatou a sentença penal condenatória. 45. (CESPE_2008_Delegado_TO) Considere que um indivíduo seja preso pela prática de determinado crime e, já na fase da execução penal, uma nova lei torne mais branda a pena para aquele delito. Nessa situação, o indivíduo cumprirá a pena imposta na legislação anterior, em face do princípio da irretroatividade da lei penal. 46. (CESPE_2008_Juiz_SE) Entre outros, ao juiz da execução compete declarar extinta a punibilidade, converter pena de multa em privativa de liberdade e decidir sobre regressão de regime. 47. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Compete ao juiz da execução decidir sobre suspensão condicional da pena. 48. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) O juiz da execução deverá emitir anualmente atestado de pena a cumprir de cada condenado. 49. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) As penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de uma unidade federativa não podem ser executadas em outra. 50. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) A penitenciária destina-se ao condenado a pena de reclusão, em regime fechado ou semi-aberto. 51. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) A colônia agrícola, industrial ou similar destina-se ao cumprimento da pena em regime aberto. 52. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Denomina-se colônia penal agrícola, industrial ou similar, o estabelecimento destinado ao cumprimento, pelos presos, de pena em regime fechado, devendo a lotação do presídio ser compatível com a sua estrutura e finalidade. 53. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Quando da utilização de dormitórios coletivos, admitida apenas em situações especiais, deverão os dormitórios ser ocupados por presos cuidadosamente selecionados e reconhecidos como aptos a serem alojados nessas condições. 54. (CESPE_2007_JUIZ_TO) Considere que Waleska tenha sido condenada pela prática de crime de roubo, com sentença transitada em julgado, à pena de 5 anos e 4 meses a ser cumprida em regime semi-aberto. Considere, ainda, a inexistência de vaga em colônia agrícola ou em colônia penal industrial ou em estabelecimento similar. Nesse caso, Waleska deve permanecer em liberdade, se por outro motivo não se encontrar presa, até que surja vaga em estabelecimento adequado. 55. (CESPE_2007_JUIZ_TO) Considere que Waleska tenha sido condenada pela prática de crime de roubo, com sentença transitada em julgado, à pena de 5 anos e 4 meses a ser cumprida em regime semi-aberto. Considere, ainda, a inexistência de vaga em colônia agrícola ou em colônia penal industrial ou em estabelecimento similar. Nesse caso, Waleska deve aguardar em regime fechado o surgimento de vaga em estabelecimento adequado à execução do regime semi-aberto. 56. (CESPE_2007_JUIZ_TO) Considere que Waleska tenha sido condenada pela prática de crime de roubo, com sentença transitada em julgado, à pena de 5 anos e 4 meses a ser cumprida em regime semi-aberto. Considere, ainda, a inexistência de vaga em colônia agrícola ou em colônia penal industrial ou em estabelecimento similar. Nesse caso, Waleska deve ser submetida a prisão domiciliar. 57. (CESPE_2007_JUIZ_TO) Considere que Waleska tenha sido condenada pela prática de crime de roubo, com sentença transitada em julgado, à pena de 5 anos e 4 meses a ser cumprida em regime semi-aberto. Considere, ainda, a inexistência de vaga em colônia agrícola ou em colônia penal industrial ou em estabelecimento similar. Nesse caso, Waleska deve cumprir pena em colônia agrícola ou colônia penal industrial ou em estabelecimento similar na comarca mais próxima, dentro do mesmo estado. 58. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) Excepcionalmente, uma pessoa pode ser admitida em estabelecimento prisional sem a respectiva ordem legal de prisão, que, nesse caso, deverá ser encaminhada ao diretor do presídio em, no máximo, 48 horas. 59. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) O condenado a quem sobrevier doença mental será imediatamente posto em liberdade. 60. (CESPE_2008_SEJUS_ES) O regime inicial da execução da pena privativa de liberdade é estabelecido na sentença de condenação, observadas a natureza e a quantidade da pena, bem como a reincidência e as circunstâncias judiciais da fixação da pena-base. 61. (CESPE_2008_Juiz_SE) A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento previsto no Código Penal é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional. 62. (CESPE_2008_Juiz_SE) Não se admite a progressão de regime de cumprimento de pena antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. 63. (CESPE_2008_SEJUS_ES) Para o ingresso do condenado no regime aberto, bastam a comprovação de aptidão física para o trabalho e a de oferta idônea de emprego ou a de condições para o trabalho autônomo. 64. (CESPE_2008_SGA_ADV) A condenada gestante, desde que beneficiária do regime aberto, poderá se recolher em residência particular. 65. (CESPE_2008_SGA_ADV) Em caso de falecimento ou de doença grave de cônjuge do preso, deverá ser permitida a visita do preso a seu cônjuge, sob custódia. 66. (CESPE_2008_Defensor Público_CE) Geraldo foi condenado, definitivamente, pela prática de crime de roubo, a cinco anos e quatro meses de reclusão, em regime semi-aberto, e a 120 dias-multa. Após o cumprimento de um sexto da pena, e devido ao comportamento adequado, Geraldo obteve autorização judicial para freqüentar curso supletivo profissionalizante. No entanto, alguns dias depois, o promotor denunciou-o por crime de estupro contra Laís, que teria sido praticado em uma de suas saídas. Até esse momento, a única prova contra Geraldo era a palavra da vítima. Nessa situação, somente após decisão condenatória definitiva pela prática de estupro, Geraldo perderia o benefício da saída temporária, devido ao princípio da presunção de não-culpabilidade. 67. (CESPE_2008_SEJUS_ES)É assegurado ao preso, em regime fechado ou semi-aberto, o desconto do tempo da pena privativa de liberdade pelo trabalho, na proporção de três dias trabalhados por um dia de pena, sendo tal benefício chamado remição. 68. (CESPE_2008_SGA_Agente Penitenciário) O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se com a remição. 69. (CESPE_2008_Defensor Público_CE) Bernardo, condenado definitivamente pela prática de crimes de furto simples em continuidade delitiva a uma pena de quatro anos e oito meses de reclusão em regime semi-aberto, além da pena de multa, vinha desenvolvendo trabalho interno na penitenciária, o que possibilitaria a remição de parte do tempo de execução da pena. No entanto, sofreu acidente de trabalho, ficando impossibilitado de prosseguir exercendo a atividade laborativa. Nessa situação, Bernardo continuará a se beneficiar com a remição. Gabarito Questão Gabarito /Comentários 1. (Errado) Art. 15, CF. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. 2. (CERTO) ART. 14, § 2º, LEP. 3. (Errado) ART. 26, LEP 4. (Errado) ART. 28, § 2º, LEP. 5. (Errado) ART. 29, § 1º, LEP 6. (CERTO) ART. 29, § 1º, LEP. 7. (CERTO) ART. 30, LEP. 8. (CERTO) ART. 31, LEP. 9. (CERTO) ART. 36, LEP. Não há nenhum dispositivo na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT que regule o trabalho do presidiário, pois como reza o art. 28, § 2º, da LEP: “O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho”, sendo assim de vínculo administrativo. Tal dispositivo afasta o reconhecimento do vínculo empregatício mesmo se presentes os elementos do contrato de trabalho como pessoalidade, não eventualidade, subordinação e onerosidade, não tendo direito a férias, 13º salário e outros benefícios concedidos ao trabalhador livre. No trabalho interno não há como ter vínculo empregatício, pois o trabalho nesse caso é um dever, não havendo autonomia de vontade, impedindo a formação do contrato de trabalho. Contudo, a configuração de uma relação empregatícia pode, eventualmente, ocorrer, já que há diversos trabalhos que não precisam ser realizados no estabelecimento do empregador, podendo ser executados no domicílio do empregado, sem que isso seja empecilho à caracterização da relação de emprego (art. 6º, da CLT). Também se o condenado tiver de cumprir pena em regime semi-aberto ele pode manter seu emprego existente. Assim, existindo elementos da estrutura do contrato de trabalho, estará caracterizada como de emprego a relação entre o trabalhador preso e a entidade privada. Assim, somente a Justiça do Trabalho tem competência para definir se existem ou não os elementos configuradores da relação de emprego. 10. (CERTO) 11. (Certo) ART. 41, III e IV, LEP. 12. (Errado) ART 41, parágrafo único, LEP. 13. (Errado) ART. 43, parágrafo único, LEP. 14. (CERTO) ART. 45, LEP. 15. (Errado) ART. 45, § 2º, LEP. 16. (Certo) ART. 45, §§ 2º e 3º, LEP. 17. (ERRADO). ART. 45, § 3º, LEP. 18. (Errado) ART. 45, § 3º, LEP. 19. (Errado). ART. 47, LEP. 20. (Errado). ART. 49, LEP. 21. (Errado) ART. 49, parágrafo único, LEP. 22. (ERRADO) ART. 50, II, LEP C/C ART. 49, LEP. 23. (CERTO) ART. 51, LEP. 24. (CERTO) ART. 51, III, LEP. 25. (Errado) ART. 49, parágrafo único, LEP. 26. (Errado) 27. (CERTO) ART. 50, LEP. 28. (CERTO) ART. 52, LEP. 29. (ERRADO) art. 52, § 1º, LEP. 30. (Certo) art. 52, LEP. 31. (Certo) ART. 60, LEP. 32. (Errado) 33. (Errado) 34. (CERTO) 35. (CERTO) 36. (ERRADO) 37. (Errado) ART. 53, I, LEP. 38. (Errado) ATR. 53, IV, LEP. 39. (CERTO) ART. 53, IV, LEP. 40. (CERTO) ART. 54, § 2º, LEP. 41. (CERTO) ART. 55, LEP. 42. (Errado) ART. 59, LEP. 43. (CERTO) ART. 60, LEP. 44. (CERTO) ART. 65, LEP. 45. (ERRADO) ART. 66, I, LEP. Súmula 611 do STF - TRANSITADA EM JULGADO A SENTENÇA CONDENATÓRIA, COMPETE AO JUÍZO DAS EXECUÇÕES A APLICAÇÃO DE LEI MAIS BENIGNA. 46. (ERRADO) – Ver art. 182 (cancelado) 47. (CERTO) ART. 66. II, D, LEP. 48. (CERTO) ART. 66, X, LEP 49. (Errado) ART. 86, § 1º, LEP. 50. (Errado) ART. 87, LEP. 51. (Errado) ART. 91, LEP. 52. (ERRADO) ART. 91, LEP 53. (CERTO) ART. 92, LEP 54. (CERTO) 55. (ERRADO) 56. (ERRADO) 57. (ERRADO) HABEAS CORPUS. EXECUÇÃO PENAL. REGIME SEMI-ABERTO. RÉU MANTIDO EM SITUAÇÃO MAIS GRAVOSA. PERMANÊNCIA EM CASA DE ALBERGADO. POSSIBILIDADE ATÉ A OBTENÇÃO DE VAGA EM ESTABELECIMENTO ADEQUADO. ORDEM CONCEDIDA RATIFICANDO LIMINAR 1- É possível a superação da Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal quando o despacho que nega a liminar não contém qualquer fundamentação, além de ser evidente a lesão a direito fundamental do apenado. 2-Constitui constrangimento ilegal submeter o paciente a regime mais rigoroso do que o estabelecido na condenação. 3- Se o sistema prisional mantido pelo Estado não possui meios para manter o detento em estabelecimento apropriado, é de se autorizar, excepcionalmente, que a pena seja cumprida em casa de albergado. 4-O cidadão, mesmo condenado e cumprindo pena, é titular de direitos e estes não podem ser desrespeitados pelo próprio Estado que os conferiu. 5-Ordem concedida ratificando liminar. 58. (Errado) ART. 107, LEP 59. (Errado) ART. 108, LEP 60. (CERTO) ART. 110, LEP. 61. (ERRADO) 62. (ERRADO) 63. (ERRADO) ART. 114, I, LEP. 64. (Certo) ART. 117, LEP. 65. (Certo) ART. 120, I, LEP. 66. (ERRADO) ART. 125, LEP. 67. (CERTO) ART. 126, § 1º, LEP. 68. (CERTO) ART. 126, § 2º, LEP. 69. (CERTO) ART. 126, § Condições Obrigatórias (Art. 85, CP) a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho; b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; Condições Facultativas a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção; b) recolher-se à habitação em hora fixada; c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste. c) não freqüentar determinados lugares. Estatuto jurídico do Preso Deveres (art. 39) - Rol Taxativo Direitos (art. 41) - Rol exemplificativo Passado o tempo mínimo de duração da medida de segurança, será averiquada a cessação de periculosidade (1 a 3 anos). A autoridade administrativa, deverá em até 1 mês antes de expirar o prazo de duração mínima da medida um relatório que o habilite a revogação ou pemanência da medida. Juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências ,serão ouvidos o MP e o curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias para cada um. ouvidas as partes ou realizadas as diligências , o juiz proferirá a sua decisão no prazo de 5 dias. 1 ano Até 1 mês, que é o limite temporal para a aut. adm. tem para enviar ao juiz o relatório. a 3 anos Após envio do relatório serão ouvidos: Disciplina Recompensa (Mérito) Sanções (Demérito - Falta) Abrangência da assistência Preso Definitivo Provisório Internado Inimputável* Egresso Prisão em Flagrante (art. 301 e s. do CPP) Prisão Preventiva (arts. 311 a 316 do CPP) Prisão resultante da pronúncia (art. 413, § 3º, do CPP) Prisão decorrente de sentença penal condenatória recorrível (arts. 387, Parágrafo único, do CPP e 59 da lei 11343/06. Prisão Temporária (Lei 7960/89) o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento o liberado condicional, durante o período de prova Finalidades da PenaPreventiva (1) Retributiva (2) Ressocializadora (3) Acidente Provocado Falta Grave Perda dos dias já remidos Conforme esta expresso no art. 127 Gera regressão de Regime Conforme está expresso no art. 118, I. Página 89