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1 Lucas Ferraz Medicina – 2º P Sistema Circulatório → Responsável por transportar líquido por todo o corpo; → Formado pelo coração, vasos sanguíneos e vasos linfáticos; CORAÇÃO Anatomia O ventrículo direito impulsiona o sangue pobre em oxigênio que retorna da circulação sistêmica para os pulmões por meio das artérias pulmonares. O dióxido de carbono (CO2) é trocado por oxigênio (O2) nos capilares pulmonares e, então, o sangue rico em oxigênio é reconduzido pelas veias pulmonares dos pulmões ao átrio esquerdo do coração. Esse circuito, que tem início no ventrículo direito, passa pelos pulmões e chega ao átrio esquerdo, é a circulação pulmonar. O ventrículo esquerdo impulsiona o sangue rico em O2 que chega ao coração, proveniente da circulação pulmonar, por meio das artérias sistêmicas (aorta e seus ramos), e há troca de O2 e nutrientes por CO2 no restante dos capilares do corpo. O sangue pobre em oxigênio retorna ao átrio direito através das veias sistêmicas (tributárias das veias cavas superior e inferior). Esse circuito, do ventrículo esquerdo ao átrio direito, é a circulação sistêmica. VÁLVULAS: impedem o refluxo do sangue • Entre o ÁTRIO DIREITO e o VENTRÍCULO DIREITO = VÁLVULA TRICÚSPIDE. • Na saída do VENTRÍCULO DIREITO para a ARTÉRIA PULMONAR = VÁLVULA PULMONAR • Entre o ÁTRIO ESQUERDO e VENTRÍCULO ESQUERDO = VÁLVULA MITRAL ou BICÚSPIDE • Na saída do VENTRÍCULO ESQUERDO para a ARTÉRIA AORTA = VÁLVULA AORTICA ou SEMILUNARES ARTÉRIAS: são sempre os vasos que estão saindo do coração e levando o sangue para longe. VEIAS: são sempre os vasos que estão chegando no coração e trazendo sangue. ÁTRIO DIREITO: chegam com sangue são as veias cavas: • inferior que traz sangue desoxigenado da parte inferior do corpo • superior que traz sangue desoxigenado da parte superior do corpo VENTRÍCULO DIREITO: sai com sangue desoxigenado é a artéria pulmonar ÁTRIO ESQUERDO: chegam com sangue oxigenado são as veias pulmonares VENTRÍCULO ESQUERDO: sai com sangue oxigenado é a aorta 2 Lucas Ferraz Medicina – 2º P O coração tem quatro câmaras: átrios direito e esquerdo e ventrículos direito e esquerdo. Os átrios são câmaras de recepção que bombeiam sangue para os ventrículos (as câmaras de ejeção). As ações sincrônicas das duas bombas atrioventriculares (AV) cardíacas (câmaras direitas e esquerdas) constituem o ciclo cardíaco. O ciclo começa com um período de alongamento e enchimento ventricular (diástole) e termina com um período de encurtamento e esvaziamento ventricular (sístole). A parede de cada câmara cardíaca tem três camadas, da superficial para a profunda: Endocárdio, uma fina camada interna (endotélio e tecido conjuntivo subendotelial) ou membrana de revestimento do coração que também cobre suas valvas Miocárdio, uma camada intermediária helicoidal e espessa, formada por músculo cardíaco Epicárdio, uma camada externa fina (mesotélio) formada pela lâmina visceral do pericárdio seroso. 3 Lucas Ferraz Medicina – 2º P Na parte externa, os átrios são demarcados dos ventrículos pelo sulco coronário e os ventrículos direito e esquerdo são separados pelos sulcos interventriculares (IV) anterior e posterior. O coração parece trapezoide em uma vista anterior ou posterior, mas seu formato tridimensional é semelhante ao de uma pirâmide tombada com o ápice (voltado anteriormente e para a esquerda), uma base (oposta ao ápice, na maioria das vezes voltada posteriormente) e quatro faces. O ápice do coração: É formado pela parte inferolateral do ventrículo esquerdo Situa-se posteriormente ao 5º espaço intercostal esquerdo em adultos É o local de intensidade máxima dos sons de fechamento da valva atrioventricular esquerda (mitral) (batimento apical); o ápice está situado sob o local onde os batimentos cardíacos podem ser auscultados na parede torácica. A base do coração: É a face posterior do coração (oposta ao ápice) Formada principalmente pelo átrio esquerdo Estende-se superiormente até a bifurcação do tronco pulmonar e inferiormente até o sulco coronário Recebe as veias pulmonares nos lados direito e esquerdo de sua parte atrial esquerda e as veias cavas superior e inferior nas extremidades superior e inferior de sua parte atrial direita. 4 Lucas Ferraz Medicina – 2º P VASOS SANGUÍNEOS Existem três tipos de vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares. O sangue sai do coração sob alta pressão e é distribuído para o corpo por um sistema de artérias com paredes espessas. Os vasos de distribuição final, arteríolas, levam sangue oxigenado para os capilares. Os capilares formam um leito capilar, onde ocorre troca de oxigênio e nutrientes com o líquido extracelular. Esse sangue proveniente do leito capilar entra em vênulas de paredes finas que drenam para pequenas veias e se abrem em veias maiores. As veias maiores, que são as veias cavas superior e inferior, reconduzem o sangue pouco oxigenado para o coração. A maioria dos vasos sanguíneos do sistema circulatório tem três camadas ou túnicas: →Túnica íntima, um revestimento interno formado por uma única camada de células epiteliais muito achatadas, o endotélio, sustentado por delicado tecido conjuntivo. Os capilares são formados apenas por essa túnica, e os capilares sanguíneos também têm uma membrana basal de sustentação; →Túnica média, uma camada intermediária que consiste basicamente em músculo liso; →Túnica externa, uma bainha ou camada externa de tecido conjuntivo. IMPORTANTE: A túnica média é a mais variável. Artérias, veias e vasos linfáticos são distinguidos pela espessura dessa camada em relação ao tamanho do lúmen, sua organização, e, no caso das artérias, de quantidades variáveis de fibras elásticas. As quatro faces do coração são: Face esternocostal (anterior), formada principalmente pelo ventrículo direito Face diafragmática (inferior), formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e em parte pelo ventrículo direito Face pulmonar direita, formada principalmente pelo átrio direito Face pulmonar esquerda, formada principalmente pelo ventrículo esquerdo As quatro margens do coração são: Margem direita (ligeiramente convexa), formada pelo átrio direito e estendendo-se entre a VCS e a VCI Margem inferior (quase horizontal), formada principalmente pelo ventrículo direito Margem esquerda (oblíqua, quase vertical), formada principalmente pelo ventrículo esquerdo Margem superior, formada pelos átrios e aurículas direitos e esquerdos em vista anterior; a parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar emergem dessa margem e a VCS entra no seu lado direito. Posteriormente à aorta e ao tronco pulmonar e anteriormente à VCS, essa margem forma o limite inferior do seio transverso do pericárdio. 5 Lucas Ferraz Medicina – 2º P ARTÉRIAS São vasos sanguíneos que conduzem sangue sob pressão relativamente alta (em comparação com as veias correspondentes) do coração e distribuem-no para o corpo. O sangue atravessa artérias de calibre decrescente. Existem três tipos de artérias: As grandes artérias elásticas (artérias condutoras) têm muitas camadas elásticas em suas paredes. A elasticidade permite sua expansão quando recebem o débito cardíaco dos ventrículos, minimizando a variação de pressão, e o retorno ao tamanho normal entre as contrações ventriculares. Exemplos de grandes artérias elásticas são a aorta, as artérias que se originam no arco da aorta (tronco braquiocefálico, artéria subclávia e artéria carótida), além do tronco e das artérias pulmonares; As artérias musculares médias (artérias distribuidoras) têm paredes formadas principalmente por fibras musculares lisas dispostas de forma circular. Sua capacidadede reduzir seu diâmetro (vasoconstrição) controla o fluxo sanguíneo para diferentes partes do corpo. As contrações pulsáteis de suas paredes musculares causam a constrição temporária e rítmica dos lumens, propelindo e distribuindo o sangue para várias partes do corpo. Ex. as artérias braquial ou femoral; As pequenas artérias e arteríolas têm lumens (espaço interno para passagem do sangue) relativamente estreitos e paredes musculares espessas. IMPORTANTE: As anastomoses (comunicações) entre os múltiplos ramos de uma artéria oferecem vários possíveis desvios para o fluxo sanguíneo em caso de obstrução do trajeto habitual. Quando um canal principal é ocluído, os canais opcionais menores costumam aumentar de tamanho em um período relativamente curto, proporcionando um trajeto alternativo que garanta o suprimento sanguíneo para estruturas distais à obstrução. Há áreas, porém, em que a circulação colateral inexiste ou é inadequada para substituir o canal principal. As artérias que não se anastomosam com as artérias adjacentes são artérias terminais verdadeiras (anatômicas). A oclusão de uma artéria terminal interrompe o suprimento sanguíneo para a estrutura ou segmento do órgão que irriga. As artérias terminais verdadeiras suprem a retina, por exemplo, onde a oclusão resulta em cegueira. VEIAS Geralmente reconduzem o sangue pobre em oxigênio dos leitos capilares para o coração, o que confere às veias uma aparência azul-escura. As grandes veias pulmonares são atípicas porque conduzem sangue rico em oxigênio dos pulmões para o coração. Em vista da menor pressão sanguínea no sistema venoso, as paredes das veias são mais finas que as das artérias acompanhantes. Normalmente, as veias não pulsam e não ejetam nem jorram sangue quando seccionadas. 6 Lucas Ferraz Medicina – 2º P Existem três tamanhos de veias: As vênulas são as menores veias e sua observação requer ampliação. Elas drenam os leitos capilares e se unem a vasos semelhantes para formar pequenas veias. As pequenas veias se unem para formar plexos venosos, ex. o arco venoso dorsal do pé; As veias médias drenam plexos venosos e acompanham as artérias médias. Nos membros e em alguns outros locais onde a força da gravidade se opõe ao fluxo sanguíneo, as veias médias têm válvulas. Quando as válvulas estão cheias, elas ocluem o lúmen da veia, evitando, assim, o refluxo de sangue distalmente, tornando o fluxo unidirecional (para o coração); Ex. de veias médias incluem as veias cefálica e basílica dos membros superiores e as veias safenas magna e parva dos membros inferiores; As grandes veias são caracterizadas por largos feixes de músculo liso longitudinal e uma túnica externa bem desenvolvida. Ex. é a veia cava superior. . O número de veias é maior que o de artérias. Suas paredes são mais finas, mas seu diâmetro costuma ser maior que o diâmetro da artéria correspondente. As paredes finas proporcionam grande capacidade de expansão, e as veias se expandem quando o retorno do sangue para o coração é impedido por compressão ou por pressão interna (p. ex., após inspirar profundamente e prender a respiração; esta é a manobra de Valsalva). . Em razão do maior diâmetro e à capacidade de expansão das veias, em geral apenas 20% do sangue estão nas artérias, enquanto 80% encontram-se nas veias. . Embora frequentemente sejam representadas isoladas nas ilustrações, as veias tendem a ser duplas ou múltiplas. Aquelas que acompanham as artérias profundas – veias acompanhantes – circundam-nas em uma rede com ramificações irregulares. Essa organização serve como trocador de calor, quando o sangue arterial morno aquece o sangue venoso mais frio em seu retorno de uma extremidade fria para o coração. Consequentemente, quando a artéria se expande durante a contração do coração, as veias são distendidas e achatadas, o que ajuda a conduzir o sangue venoso para o coração – uma bomba arteriovenosa. 7 Lucas Ferraz Medicina – 2º P CAPILARES SANGUÍNEOS Para beneficiar as células, o oxigênio e os nutrientes conduzidos pelas artérias precisam sair dos vasos transportadores e passar para o espaço extravascular entre as células, o espaço extracelular (intercelular) no qual vivem as células. Os capilares são tubos endoteliais simples que unem os lados arterial e venoso da circulação e permitem a troca de materiais com o líquido extracelular (LEC). Os capilares geralmente são organizados em leitos capilares, redes que unem as arteríolas e as vênulas. O sangue entra nos leitos capilares por meio das arteríolas que controlam o fluxo e é drenado pelas vênulas. Extremidade arterial do leito capilar – montante Extremidade venosa do leito capilar – jusante. ANATOMIA CLÍNICA A doença arterial adquirida mais comum é a arteriosclerose, um grupo de doenças caracterizadas por espessamento e perda da elasticidade das paredes arteriais. Uma forma comum, a aterosclerose, está associada ao acúmulo de gordura nas paredes arteriais. Há formação de um depósito de cálcio na placa ateromatosa (ateroma) – áreas ou elevações amarelas, endurecidas, bem demarcadas na superfície da túnica íntima das artérias. O estreitamento arterial e a irregularidade superficial que se seguem podem resultar em trombose (formação de um trombo), que pode ocluir a artéria ou ser levado para a corrente sanguínea e obstruir vasos menores distais na forma de êmbolo. As consequências da aterosclerose incluem isquemia (redução do suprimento sanguíneo para um órgão ou região) e infarto (necrose de uma área de tecido ou um órgão, decorrente da diminuição do suprimento sanguíneo). Essas consequências são ainda mais importantes em relação ao coração (cardiopatia isquêmica e infarto do miocárdio), encéfalo (acidente vascular cerebral) e gangrena das partes distais dos membros. Quando perdem a elasticidade, as paredes das veias se tornam fracas. Uma veia enfraquecida dilata sob a pressão da sustentação de uma coluna de sangue contra a gravidade. Isso resulta no surgimento de varizes – veias anormalmente distorcidas e dilatadas – observadas com maior frequência nas pernas. As veias varicosas têm um calibre maior que o normal, e as válvulas venosas são incompetentes ou foram destruídas por inflamação. VASOS LINFÁTICOS São vasos de paredes finas com muitas válvulas linfáticas que compõem uma rede por quase todo o corpo para drenar a linfa dos capilares linfáticos. Os troncos linfáticos são grandes vasos coletores que recebem linfa de múltiplos vasos linfáticos. Os capilares e os vasos linfáticos são encontrados em quase todos os lugares onde há capilares sanguíneos, com exceção, por exemplo, dos dentes, dos ossos, da medula óssea e de todo o sistema nervoso central (SNC). (O excesso de líquido tecidual do SNC drena para o líquido cerebrospinal)
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