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MODELO DE LEARNING BY DOING - EDUCAÇÃO

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1 
 
Learning by Doing 
Pós-Graduando: XXX C.P.F.: XXX 
Curso: Pós-Graduação em Educação de Jovens e Adultos e Ludopedagogia 
 
 
O USO DE ATIVIDADES LÚDICAS NA EJA: UMA PROPOSTA PARA A 
ALFABETIZAÇÃO DE IDOSOS 
 
 
RESUMO 
 
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino que tem o 
intuito de ofertar, àqueles que não tiveram oportunidade de acesso na idade própria, 
uma alternativa para concluir a Educação Básica. Configura-se, portanto, como uma 
possibilidade não só de continuidade dos estudos, mas também de capacitação para 
o mercado de trabalho e de acesso a recursos capazes de permitir ao cidadão a 
plena participação social. O contato com uma sala de aula de EJA, situada em 
Maringá (PR), permitiu notar que a maioria dos estudantes que estavam na fase de 
alfabetização era composta por pessoas acima de 60 anos. Depois de identificar a 
dificuldade de aprendizagem que esses indivíduos apresentavam nas aulas, 
especialmente em relação ao uso das vogais na constituição das palavras, foi 
possível refletir sobre o fato de que eles deveriam ser ensinados de maneira distinta, 
o que levou à identificação da seguinte problemática: quais recursos pedagógicos 
são mais eficientes e atrativos para promover a alfabetização de idosos? 
Considerando esse contexto, este projeto tem por objetivo propor uma alternativa 
para auxiliar a alfabetização de pessoas pertencentes à terceira idade, por meio de 
um recurso pedagógico lúdico, a saber, um bingo de palavras, com o intuito de 
estimular a capacidade cognitiva desses alunos. Para tanto, será utilizada a 
ferramenta correspondente à metodologia Kaizen na elaboração do projeto. 
 
 
CONTEXTUALIZAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA 
 
Na sociedade contemporânea, tem sido recorrente a procura, por parte de 
idosos, de oportunidades para ingressar no universo escolar e ter acesso ao 
 
2 
 
Learning by Doing 
processo de alfabetização, que abre inúmeras oportunidades a essas pessoas as 
quais, sem o domínio das habilidades de leitura e escrita, ficam impedidas de 
realizar tarefas simples do cotidiano, tais como ler um bilhete ou identificar o ônibus 
que lhes conduz ao bairro onde residem. Uma vez inseridos nesse ambiente 
educacional na terceira idade, muitos indivíduos inclusos na faixa etária dos 60 aos 
75 anos encontram dificuldades durante o processo de alfabetização, seja pela 
longa ausência dos bancos escolares ou pela falta de familiaridade com as 
metodologias comumente utilizadas na alfabetização. 
Diante dessa situação, em minha atuação como docente numa escola situada 
em Maringá (PR), em uma turma que contava com a presença de idosos em 
processo de alfabetização, foi inevitável a observação das dificuldades de 
aprendizagem desse público, pouco familiarizado com procedimentos de ensino 
geralmente eficazes com jovens. Consciente não só da importância que o acesso à 
educação e o domínio das habilidades de leitura e escrita representa para pessoas 
acima de 60 anos, tendo em vista que essa é uma oportunidade para inserirem-se 
na sociedade letrada em que vivemos, de modo a permitir sua plena participação 
social, mas também de meu papel como docente, responsável pelo processo de 
aprendizagem desses sujeitos, por apoiá-los e oferecer suporte para que não 
desistam dos estudos, decidi buscar alternativas para tornar a aquisição da técnica 
da leitura e da escrita mais acessível e menos dolorosa para esse público. 
A partir da tomada de consciência a respeito dessa necessidade, comecei a 
analisar quais eram os assuntos e recursos pedagógicos que mais chamavam a 
atenção desses estudantes e que tornavam as aulas mais produtivas. Foi inevitável 
a observação de que, quando os alunos realizavam atividades lúdicas, os conteúdos 
se tornavam de fácil assimilação e compreensão. Isso me conduziu à análise da 
problemática envolvendo os recursos pedagógicos mais eficientes e atrativos para 
serem utilizados no processo de alfabetização de idosos e, a partir dos estudos de 
Freire (2005), que propunha o uso de temas e palavras geradores, pertencentes ao 
universo do educando, para organizar o ensino, bem como das determinações das 
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos (BRASIL, 
2006), decidi aplicar, com estudantes na faixa etária dos 60 aos 75 anos, 
matriculados em turmas de alfabetização de uma escola situada em Maringá (PR), 
 
3 
 
Learning by Doing 
um bingo de palavras, com o intuito de, por meio do lúdico, facilitar o processo de 
apropriação das habilidades de leitura e escrita. 
 
 
APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS PARA SOLUCIONAR O PROBLEMA 
IDENTIFICADO 
 
A partir da identificação das necessidades apresentadas por idosos em 
processo de alfabetização, e consciente de minha responsabilidade como professora 
da turma, proponho, para sanar o problema identificado, a aplicação de uma 
atividade lúdica com os estudantes, a saber, a elaboração de um jogo denominado 
“Bingo de Palavras”. É preciso salientar, todavia, que esta é apenas uma dentre as 
inúmeras atividades que podem ser utilizadas em fases do procedimento de 
aquisição da leitura e da escrita para alunos pertencentes à terceira idade. Por si só, 
esta proposta não possui potencial para alfabetizar o educando, no que diz respeito 
à totalidade do processo, porém, é uma alternativa lúdica para estimulá-lo durante a 
etapa de alfabetização. 
Inicialmente, seguindo a perspectiva de Freire (2005), segundo o qual é 
preciso trabalhar, com alunos de EJA, temas geradores e vocábulos recorrentes em 
seu cotidiano, para aproximar o conteúdo escolar das experiências do educando, foi 
realizada com os alunos uma discussão para identificar quais são os assuntos e 
palavras comumente presentes em sua vida fora da escola, para utilizá-las no jogo. 
Dessa conversa resultou a anotação, no quadro, de atividades que os idosos 
realizam em seu cotidiano. As mais recorrentes foram: brincar de bola com os netos; 
tricotar, assistir televisão, o que precisa ser feito de forma recorrente com o uso de 
óculos, dobrar roupas, cozinhar, tomar os medicamentos de uso contínuo e realizar 
pequenos serviços de manutenção em casa. A partir dessas situações, foram 
selecionadas, dentre outras, as seguintes palavras para criar o jogo: panela, bola, 
tricô, televisão, óculos, camiseta, remédios e martelo. 
Esse método de seleção das palavras fundamenta-se nos estudos do 
educador e filósofo Paulo Freire, segundo o qual “a partir da situação presente, 
existencial, concreta, refletindo o conjunto de aspirações do povo, poderemos 
organizar o conteúdo programático da educação [...]” (FREIRE, 2005, p. 100). Vale 
 
4 
 
Learning by Doing 
salientar, também, que essa perspectiva de trabalho organiza-se de acordo com os 
princípios das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e 
Adultos (BRASIL, 2006), segundo as quais o docente da EJA precisa enfrentar o 
desafio de contribuir com a formação humana, considerando o seu contexto cultural, 
com a finalidade de reverter a exclusão e garantir aos jovens, adultos e idosos o 
acesso, a permanência e o sucesso no seu processo de escolarização. Nesse 
contexto, o desenvolvimento de atividades lúdicas, capazes de atrair a atenção do 
idoso e mantê-lo estimulado ao longo do processo de aprendizagem, é uma 
proposta que visa a permanência do aluno na escola, visto que, se estiver 
desmotivado, diante de metodologias que não condizem com suas expectativas, 
tende a desistir dos estudos. 
Para elaborar o jogo, é necessário confeccionar as cartelas a serem 
recebidas por cada aluno, bem como as fichas que serão sorteadas durante a 
atividade, além de dispor de uma urna para o sorteio dessas fichas. Nas cartelas, 
constam diversas palavras, com espaço para preenchimento das vogais, seguidas 
de uma figura correspondente a cada uma delas. Na urna,por meio da qual o 
professor realizará o sorteio, constarão fichas com figuras correspondentes às 
palavras presentes nas cartelas que estarão com os alunos. Conforme se 
desenvolve o sorteio, o aluno que dispor, em sua cartela, de uma palavra 
correspondente à figura sorteada, deverá completar o vocábulo com as vogais que 
estão faltando. O aluno que completar, primeiro, todas as palavras de sua cartela, de 
acordo com o sorteio, será o vencedor do jogo. 
A seleção dessa atividade lúdica como oportunidade de aprendizagem para 
idosos em processo de alfabetização fundamenta-se também nos estudos de Santos 
(1997, p. 12), para quem “A ludicidade é uma necessidade do ser humano em 
qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do 
aspecto lúdico facilita a aprendizagem” (SANTOS, 1997, p. 12). A seguir, tem-se um 
modelo de cartela a ser utilizada na atividade proposta, bem como de uma das 
fichas a serem usadas no sorteio. 
 
 
 
 
5 
 
Learning by Doing 
 
 
 P ___ N___ L ___ 
 
 
T __ L ___ V __ S ___ 
___ 
 
R __ M ___ D___ ___S 
 
 T R ___ C___ 
 
 
 
 BINGO 
 
 __ C __ l ___S 
 
 B ___ L ___ 
 
 
 
C ___ M___ S___T ___ 
 
 M ___R T ___ L ___ 
 
Figura 1 - Modelo de cartela a ser usada no Bingo de Palavras 
Fonte: O autor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Exemplo de ficha a ser inserida na urna para sorteio durante a atividade 
Fonte: O autor. 
 
 
 Apesar de configurar-se aparentemente como uma atividade simples, é 
preciso observar que essa proposta concentra-se no processo inicial de 
alfabetização de idosos, sujeitos que estão há muito tempo afastados dos bancos 
 
6 
 
Learning by Doing 
escolares e não possuem domínio, ainda, da técnica da leitura e da escrita, o que 
justifica o uso das imagens para auxiliar nessa etapa do procedimento de aquisição 
dessas habilidades. Conforme postula Ribeiro (2018), essa atividade está vinculada 
a uma fase inicial do processo de alfabetização, entretanto quando se consegue 
estabelecer relação entre figuras e palavras correspondentes a elas, os próprios 
alunos vão gradativamente percebendo a necessidade de aumentar o nível de 
exigência. Além disso, ao longo do jogo, conforme as palavras vão sendo sorteadas, 
o professor discute, com a turma, a forma adequada de preencher os espaços com 
as vogais, bem como a função que exercem no processo de formação dos 
vocábulos em cada sílaba. 
 
 
ANÁLISE DOS RESULTADOS 
 
Após aplicar esta atividade em sala de aula, foi possível refletir sobre 
vantagens da proposta, bem como sobre pontos de atenção, que poderiam ser 
aperfeiçoados. Inicialmente, verificou-se que houve maior engajamento dos alunos 
idosos, bem como maior apropriação dos conhecimentos a respeito do uso das 
vogais no processo de construção das palavras, pois estes, em aulas seguintes, 
conseguiram assimilar os conteúdos adquiridos aos novos assuntos trabalhados. A 
realização deste projeto permitiu a reflexão sobre alternativas para o processo de 
alfabetização de sujeitos da terceira idade, sobre como o idoso compartilha o 
conhecimento, suas experiências de vida, bem como quais métodos são mais 
eficazes para o ensino e aprendizagem desta faixa etária. A partir deste recurso 
utilizado no projeto, podem-se criar novos materiais, que poderão contribuir com o 
trabalho voltado a diversos conteúdos pedagógicos. 
Por outro lado, é válido analisar pontos de atenção referentes à proposta. 
Primeiramente, nem todos os alunos apresentam o mesmo ritmo de aprendizagem, 
por isso, é importante analisar atentamente se a atividade não será 
demasiadamente fácil ou difícil para determinados alunos, é preciso, portanto, 
identificar, antes da aplicação, se ela atende as expectativas de ambos os grupos, 
para garantir que eles não percam a motivação durante o jogo. 
 
7 
 
Learning by Doing 
Além disso, para aplicar uma atividade lúdica dessa natureza, é preciso que o 
docente disponha de tempo para levantar os temas geradores mais adequados ao 
trabalho com a turma e também para confeccionar as cartelas e fichas de sorteio, o 
que pode apresentar custos financeiros, dependendo do tipo de material que o 
docente optar por utilizar. De toda forma, após a aplicação da atividade, foi possível 
registrar um balanço positivo no processo de apropriação da habilidade de escrita 
por parte de alunos idosos matriculados em turmas de alfabetização. 
 
 
APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA COM O FRAMEWORK ESCOLHIDO 
 
 
Para a exposição da síntese da proposta, foi selecionado o framework Kaizen, 
reproduzido, a seguir, com as principais considerações a respeito do projeto: 
 
 
 
Figura 3 – Framework Kaizen 
Fonte: O autor. 
 
Este framework foi selecionado uma vez que permite clara apresentação do 
problema, da proposta de solução identificada, bem como uma comparação entre o 
 
8 
 
Learning by Doing 
cenário antes e após a aplicação do projeto, o que permite a reflexão sobre o 
problema e a viabilidade de aplicação da proposta. A partir dele, o leitor tem a 
possibilidade de visualizar os principais pontos desenvolvidos no projeto, que são 
necessários para a sua compreensão na totalidade. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e 
Adultos. Brasília, DF: 2006. 
 
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Tradução de Moacir Gadotti e Lilian Lopes 
Martin. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. 
 
_________. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2005. 
 
RIBEIRO, Maria Rosânia Mattioli. Teoria e Prática na Educação de Jovens e 
Adultos. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 
 
SANTOS, Santa Marli Pires dos. O lúdico na formação do Educador. 6ª ed. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

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