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Suplementação alimentar

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Prévia do material em texto

SUPLEMENTAÇÃO 
ALIMENTAR
Autoria: Roseane Leandra da Rosa
Indaial - 2020
UNIASSELVI-PÓS
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Impresso por:
R788s
 Rosa, Roseane Leandra da
Suplementação alimentar. / Roseane Leandra da Rosa. – In-
daial: UNIASSELVI, 2020.
145 p.; il.
ISBN 978-65-5646-089-5
ISBN Digital 978-65-5646-090-1
1.Nutrição. - Brasil. 2. Suplementos alimentares. – Brasil. Centro 
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 613.2
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2020
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
Introdução à Suplementação Alimentar .................................... 7
CAPÍTULO 2
Suplementação Alimentar e Exercícios de Endurance ......... 49
CAPÍTULO 3
Suplementação Alimentar e Exercícios de Força ................ 105
APRESENTAÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Suplementação Alimentar. 
Essa é uma disciplina com conteúdo de grande aplicabilidade em sua rotina com 
esportistas e atletas. É composta por três capítulos, que ao todo compreendem 
desde a conceituação de suplementos alimentares e a legislação que a envolve 
até a sua aplicabilidade frente a diferentes objetivos dos clientes. 
No primeiro capítulo, veremos um panorama geral dos suplementos alimen-
tares no mundo, considerando as legislações existentes no Brasil e as nomencla-
turas utilizadas em cada uma, demonstrando a importância de uma análise am-
pliada das “novidades” que surgem rotineiramente na área esportiva.
Além disso, discutiremos os suplementos alimentares contemplando a com-
posição deles, principais nutrientes e comercialização, considerando a especifi-
cidade de atuação de cada um e a importância deles no mecanismo de redução 
das Espécies Reativas de Oxigênio (ERO’S) e os demais benefícios que a prática 
esportiva proporciona aos praticantes. Aliás, você se recorda o que são ERO’s e 
como eles são gerados? Veremos seu conceito e origem para então mencionar 
quais suplementos poderiam auxiliar no processo de redução dessas espécies, 
com o intuito de proteção das células dos atletas e esportistas.
É importante destacar que, quando mencionamos os suplementos alimen-
tares de maneira geral, temos junto em sua classificação as bebidas energéticas 
utilizadas no processo de hidratação dos atletas.
No Capítulo 2, faremos a abordagem direcionada aos atletas/esportistas que 
realizam a prática esportiva com objetivo de performance, ou seja, treinos que 
utilizam do mecanismo de resistência, partindo principalmente da via aeróbica 
para geração de energia. Cabe destacar a importância de você rever conceitos 
de fisiologia do exercício; bioquímica para facilitar a compreensão da real necessi-
dade de suplementação alimentar; e qual o suplemento a ser utilizado e o melhor 
horário para contribuir para o rendimento do praticante. Ainda, destacaremos a 
importância de uma hidratação correta durante os treinos e competições, partindo 
do pressuposto não apenas da necessidade de água, mas também de eletrólitos/
repositores hidroeletrolíticos.
 
Por fim, mas não menos importante, no Capítulo 3, ampliaremos o olhar da 
suplementação alimentar aos praticantes de treinos de força, exercícios resisti-
dos, que nessa situação usam mais do mecanismo anaeróbico para geração de 
energia. Uniremos mais uma vez as orientações para prescrição dos suplementos 
alimentares, considerando as diferentes possíveis realidades dos atletas, as me-
lhores opções de suplementos, considerando a modalidade, os horários de con-
sumo, o aproveitamento metabólico dos praticantes do processo de hidratação 
explorando os benefícios do uso de repositores energéticos e hidroeletrolíticos na 
melhora do desempenho e recuperação dos atletas. 
Bons estudos!
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO 
ALIMENTAR
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes obje-
tivos de aprendizagem:
Elencar os objetivos conforme defi nimos no plano de desenvolvimento.
Saber: 
 Compreender as interfaces da suplementação alimentar;
 Conhecer desde a legislação que a orienta até os diferentes tipos e indica-
ções de suplementos alimentares e seu envolvimento no controle dos radicais 
livres.
Fazer: 
 Orientar o uso de suplementos alimentares de forma ética e segura aos pacien-
tes/clientes, de acordo com as especifi cidades de cada um, buscando melhora 
no desempenho e saúde dos praticantes de exercício físico.
8
 Suplementação alimentar
9
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Olá, acadêmico, vamos dar início ao Capítulo 1, no qual faremos uma intro-
dução à suplementação alimentar, que é um assunto muito explorado na área 
esportiva. Para tanto, faremos algumas considerações iniciais. 
Para que os atletas tenham sucesso em suas modalidades, dois fatores são 
extremamente relevantes: a genética e o treinamento. Considerando o mundo das 
competições, no qual, em sua maioria, os atletas possuem habilidades genéticas 
semelhantes, ou seja, que se nivelam, fazem do treinamento o fator que pode 
fazer a diferença no “segundo fi nal”. No entanto, em sua maioria, também são 
expostos a treinamentos também semelhantes. Diante disso, a busca dos atletas 
por possibilidades que melhorem seu rendimento é contínua, fazendo com que a 
alimentação e a suplementação adentrem nesse campo do esporte, cada vez com 
resultados mais positivos. 
Antes de seguirmos nessa linha de raciocínio, vamos, inicialmente, esclare-
cer o que é recurso ergogênico, já que podem ser confundidos unicamente com 
suplementos alimentares. O que você considera um recurso ergogênico?
De acordo com Willians (1995), a palavra “ergogênico” deriva do grego = “er-
gon”, trabalho e “gennan”, produção, que signifi ca substâncias ou artifícios que 
visem à melhora do desempenho, ou seja, podem ser considerados recursos er-
gogênicos fatores nutricionais, como os suplementos, fatores farmacológicos, bio-
mecânicos e mecânicos como roupas mais leves, bicicletas melhores adaptadas, 
no caso dos ciclistas, ainda fatores psicológicos e fi siológicos.
Com essa caracterização, podemos, então, classifi car os suplementos ali-
mentares como recursos ergogênicos, certo? Sim, mas não somente. Todavia, um 
grande número de suplementos vem sendo comercializado com diferentes objeti-
vos e sem respaldo científi co.
É importante diferenciarmos o que é um atleta e um esportista, pois as legis-
lações por vezes fazem alegações específi cas a ele.
· Os atletas (profi ssionais/amadores) praticam modalidades esportivas es-
pecífi cas, estabelecem rotinas fi xas e frequência praticamente diária de 
treinamento, tendo como fi nalidade a obtenção de alto desempenho em 
competições. Normalmente usam dessa prática como fonte de renda.
· Os esportistas, por sua vez, são aqueles indivíduos que praticam exercícios 
físicos, sem muita especifi cidade, podendo ser musculação, ginástica olím-
pica, volei, tênis, entre outros, com regularidade ou não em cada prática e 
intensidade variada, sem caráter profi ssional (HIRSCHBRUCH, 2014).
10
 Suplementação alimentar
Agora, vamos em frente e rever alguns conceitos e legislações relacionados 
aos recursos que envolvem a categoria nutricional, dando enfoque às substâncias 
mais utilizadas nos últimos tempos. 
2 INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO 
ALIMENTARQuais seriam os objetivos de um atleta e ou esportista ao utilizar um suple-
mento alimentar?
Bem, sabemos que a maioria usa esses recursos com foco no aumento de 
massa muscular e obtenção de energia para os músculos, pois estão envolvidos 
com os mecanismos geradores de energia, sendo substrato energético, regulador 
de processos metabólicos que geram energia e promovem o crescimento e de-
senvolvimento dos tecidos corporais (ALVES, 2015; HIRSCHBRUCH, 2014).
O quadro a seguir traz mais detalhes dos métodos/mecanismos pelos quais 
os ergogênicos, nesse caso suplementos alimentares, podem melhorar o desem-
penho (ALVES, 2015; HIRSCHBRUCH, 2014).
QUADRO 1 – MÉTODOS PELOS QUAIS OS ERGOGÊNICOS PODEM MELHORAR A PER-
FORMANCE MEDIANTE A POTÊNCIA FÍSICA, FORÇA MENTAL E LIMITE MECÂNICO
Métodos
Para intensifi car a 
potência física
• Aumento de tecido muscular.
• Intensifi cação dos processos metabólicos de liberação de 
energia.
• Aumento da oferta de energia no músculo durante ativi-
dades de longa duração. 
• Melhora na liberação do substrato energético no múscu-
lo. 
• Combate ao acúmulo de substâncias que interferem na 
ótima produção de energia. 
Para intensifi car a 
força mental
• Aumento dos processos psicológicos que maximizam a produção de 
energia. 
• Diminuição nos fatores que interferem no ótimo funcionamento 
psicológico.
Para intensifi car os 
limites mecânicos
• Melhora na efi ciência mecânica pela diminuição da massa corporal, 
sobretudo a gordura. 
• Melhora da estabilidade pelo aumento da massa corporal, sobretudo da 
massa muscular.
FONTE: Adaptado de Williams (1991).
11
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
Atualmente, muito se tem discutido sobre os hábitos alimentares dos es-
portistas e atletas, com muito mais atenção aos atletas que possuem demandas 
energéticas e de nutrientes maiores que os esportistas, fazendo com que estes 
tenham dúvidas frequentes sobre o uso ou não de suplementos alimentares. Es-
ses recursos não requerem obrigatoriedade de prescrição por nutricionista para 
comercialização, o que causa algumas confusões de conceitos e consequente-
mente de utilização.
Cabe destacar que muitas vezes os próprios nutricionistas care-
cem de estudos e orientações. Eles devem, quando atuarem na área 
esportiva, conhecer o mercado de suplementos alimentares, saber 
avaliar os níveis de evidência de recomendação estabelecidos por al-
guns órgãos, a aplicabilidade e o custo benefício do uso de suplemen-
tos por parte do atleta. Por vezes, sabe-se que a opção pelo uso deles 
surge por solicitação do atleta, que, devido à rotina diária que tem, não 
consegue consumir apenas com alimentos a demanda energética ne-
cessária para repor a energia utilizada nos treinos e competições. 
Antes da suplementação, o nutricionista pode verifi car a possibilidade de in-
serção dos alimentos listados no quadro a seguir. 
QUADRO 2 – ALIMENTOS QUE PODEM SER INSERIDOS NA ROTINA DO ATLETA
Alimento Efeito
Caldo de cana Usada para reposição do glicogênio muscular.
Castanha do Brasil Usada como fonte de selênio.
Leite fortifi cado com ferro Reposição do ferro.
Leite em pó Aumentar o aporte de cálcio.
Leite de vaca Para hidratação e promoção de síntese proteica pós-
treino.
Leite com achocolatado Recuperação muscular após o exercício intenso.
Banana e uvas passas Fonte de energia durante o treino.
Suco de beterraba Fonte de nitrito para melhorar performance de endurance.
Água de coco Repositor hidroeletrolítico.
Café Melhora no foco.
FONTE: Hirschbruch (2014, p. 58).
12
 Suplementação alimentar
Apesar de todas as discussões em relação à qualidade dos leites 
comercializados pela indústria alimentícia, não restam dúvidas nas pes-
quisas científi cas de que para os atletas constitui um ótimo alimento re-
positor de macro e micronutrientes.
Nesse contexto, os suplementos alimentares direcionados para 
atletas refl etem produtos especialmente formulados para auxiliar no 
suprimento das demandas energéticas adicionais para a necessidade 
de rendimento, visando complementar a alimentação e não a substituir 
(BACURAU, 2007). 
É importante salientar, que nos últimos parágrafos o foco se deu 
em atletas, todavia, sabe-se que o uso de suplementos não se encontra 
restrita a eles, sendo ele cada vez maior e frequente sendo feito por esportistas. 
Isso causa um pouco de contradição, já que muitas pesquisas ainda precisam 
validar esse uso, tempo, quantidade, horário de consumo. Além da importância da 
fi scalização por parte dos órgãos regulatórios, já que muitas são as indústrias que 
os produzem e, por vezes, “burlam” as composições. Não são raras as pesquisas 
que confi rmam que o uso de suplementos alimentares é maior em esportistas do 
que em atletas (HIRSCHBRUCH, 2014).
Bacurau (2007) relata em seu livro, que os motivos mais relatados pelos atle-
tas e esportistas para consumo de suplementos são: necessidade de compensar 
uma dieta ou estilo de vida inadequado; atender a um suposto aumento na neces-
sidade energética ou de nutrientes gerada pelos treinamentos; e para obter efei-
tos na performance. Essas razões podem ser rebatidas, já que nem sempre uma 
rotina inadequada apresenta carências nutricionais, ainda mais quando se trata 
de um esportista. Por sua vez, a demanda por nutrientes no caso de atletas ainda 
é bem contraditória já que faltam pesquisas científi cas que direcionem o consumo 
aumentado de micronutrientes. Por fi m, estudos científi cos nem sempre suportam 
o aumento no consumo de determinados nutrientes na melhora da performance 
(HIRSCHBRUCH, 2014). 
Nesse pingue-pongue do uso ou não de suplementos alimentares, estabele-
ce-se a rotina do profi ssional nutricionista na área esportiva. Por isso vale a pena 
o aprofundamento nos estudos que surgem sobre cada suplemento alimentar. É 
válido verifi car de forma criteriosa a metodologia utilizada; o número e característi-
ca do público pesquisado; os procedimentos realizados; as quantidades consumi-
das; e se foi um estudo realizado com seres humanos ou animais.
Leia a seguir algumas condições em que o uso de suplementos alimentares 
é normalmente recomendado:
Apesar de todas 
as discussões 
em relação à 
qualidade dos leites 
comercializados 
pela indústria 
alimentícia, não 
restam dúvidas nas 
pesquisas científi cas 
de que para os 
atletas constitui 
um ótimo alimento 
repositor de macro e 
micronutrientes.
13
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
• Difi culdades na ingestão de grandes quantidades de alimentos em mo-
mentos de treinamentos e competições intensos.
• Quando o indivíduo deseja reduzir a necessidade de defecação durante 
competições.
• Em momentos em que a perda de peso é necessária. 
• Em casos de dieta de supercompensação de carboidratos e difi culdade 
na aquisição dos alimentos (viagens);
• Quando é necessária a recuperação rápida e o indivíduo apresenta ano-
rexia pós-esforço.
• Obtenção de micronutrientes em momentos de dietas restritivas (HIRS-
CHBRUCH, 2014).
Já se perguntou por que tanta atenção é dada a essa área? Segundo Bacu-
rau (2007), no ano de 2007, em todo o mundo, havia centenas de tipos de suple-
mentos disponíveis para venda. Esses, conforme alegações, já remontavam mais 
de 800 tipos de mecanismos diferentes pelos quais a performance poderia ser 
melhorada. Atualmente esse número pode ter dobrado. 
Com isso, percebe-se que a grande quantidade de produtos novos, a falta de 
controle sobre as propagandas, o desconhecimento por parte dos consumidores 
e as pesquisas conduzidas por fabricantes e com dados contraditórios invalidem o 
processo de segurança para o comércio de suplementos.
Conforme Maughan et al. (2018) todas as pesquisas voltadas para suple-
mentos alimentares devem responder a questionamentos, tais como a relação 
dos suplementos com a ocorrência de lesões, a biodisponibilidade do nutriente 
usado no suplemento, determinação efetiva do efeito ergogênico e qual é riscodesse suplemento ser usado em adolescentes.
Ainda, para fi nalizar, cabe a discussão sobre a segurança do uso do suple-
mento, a qual remonta um fator já apontado anteriormente, a ausência do controle 
da produção e comercialização desses produtos. Nos Estados Unidos da América 
(EUA), após um levantamento da Food and Drug Administration (MAUGHAN et 
al., 2018), órgão regulador da comercialização, os resultados foram alarmantes, 
já que evidenciaram que mais da metade dos produtos adquiridos diferiram em 
20% ou mais da composição que estava descrita nos rótulos. Fato que pode ser 
muito perigoso, pois alguns elementos diferentes dos descritos nos rótulos po-
dem ser tóxicos, ou, por exemplo, não serem absorvidos ou serem alergênicos 
ao indivíduo. Um exemplo é um suplemento proteico ser alterado, possuindo mais 
carboidrato do que descrito no rótulo, podendo causar hiperglicemia no indivíduo.
Bem, devido a essa ampla variedade de tipos e consequentemente marcas 
disponíveis no mercado, é que os suplementos foram agrupados para classifi ca-
14
 Suplementação alimentar
ção. A seguir, veremos, nas legislações brasileiras, as classifi cações que agrupa-
ram os suplementos alimentares.
3 LEGISLAÇÃO DOS SUPLEMENTOS 
ALIMENTARES
Então acadêmicos, como estão os estudos? Vamos dar continuidade a este 
capítulo trazendo inicialmente a história das legislações até os dias atuais.
Em 1998 a Secretaria de Vigilância Sanitária, por meio da portaria SVS/MS 
nº 29/98, aprovou o Regulamento referente a Alimentos para Fins Especiais; que 
incluíram: alimentos especialmente formulados ou processados, com modifi cações 
na quantidade de nutrientes, direcionados à dietas diferenciadas, atendendo às ne-
cessidades de pessoas em condições metabólicas e fi siológicas específi cas, como 
é o caso dos alimentos para praticantes de atividade física (BRASIL, 1998a). 
Dentro dessa Resolução seguiram as normas de rotulagem geral, nutricional 
e específi co do alimento convencional, nas quais deve constar a designação do 
alimento, fi nalidade a que se destina e informação nutricional (BRASIL, 1998a). 
Além dos dizeres exigidos para alimentos em geral e para os alimentos para fi ns 
especiais, em que deve constar a orientação em destaque e negrito: “Crianças, 
gestantes e idosos, consumir preferencialmente sob orientação de nutricionista e 
ou médico” (BRASIL, 1998b, p. 2).
Em seguida, tem-se a Portaria SVS/MS nº 222/98, que aprovou o regula-
mento técnico referente a alimentos para “Praticantes de atividade física”, incluin-
do formulações que contenham aminoácidos oriundos da hidrólise de proteínas, 
aminoácidos essenciais, quando utilizados em suplementação para alcançar alto 
valor biológico e aminoácidos de cadeia ramifi cada, desde que estes não apre-
sentem ação terapêutica ou tóxica (BRASIL, 1998a). 
Além disso, foram incluídos nessa resolução os repositores energéticos, 
defi nidos como “produtos formulados com nutrientes que permitam o alcance e/
ou manutenção do nível apropriado de energia para atletas” (BRASIL, 1998a, p. 
4). Nesses produtos, são fatores essenciais de composição e qualidade que “os 
carboidratos devem constituir 90% dos nutrientes energéticos presentes na for-
mulação. Opcionalmente, estes podem conter vitaminas e minerais” (item 2.1.1) 
(BRASIL, 1998a, p. 4).
Quanto ao registro, os alimentos para praticantes de atividade física passam 
a ter registro obrigatório, conforme Resolução 23/00 que dispõe sobre o Manual 
15
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
de Procedimentos Básicos para Registro e Dispensa da Obrigatoriedade de Re-
gistro de Produtos Pertinentes à Área de Alimentos (BRASIL, 2000). 
Já em 2010, a ANVISA aprovou a Resolução nº 18, de 27 de abril de 2010, 
regulamento técnico sobre “Alimentos para Atletas”, substituindo a Portaria nº 
222, de 1998, que orientava as características de qualidade que deveriam seguir 
os “Alimentos para Praticantes de Atividade Física”. 
Nessa RDC fi ca defi nido que nos rótulos dos produtos previstos deve constar 
a seguinte frase em destaque e negrito: “Este produto não substitui uma alimen-
tação equilibrada e seu consumo deve ser orientado por nutricionista ou médico”, 
devendo também constar a designação do produto; número de registro; prazo de 
validade correspondente ao produto com menor prazo e a informação nutricional 
(Art. 26) (BRASIL, 2010a). 
Destaca-se o que não deve constar nos rótulos: imagens que induzam o 
consumidor a compra; exposição de músculos e/ou perda de peso; expressões 
que façam referência a hormônios e outras substâncias farmacológicas e ou do 
metabolismo; e as 24 expressões: “anabolizantes”, “hipertrofi a muscular”, “massa 
muscular”, “queima de gorduras”, “fat burners”, “aumento da capacidade sexual”, 
“anticatabólico”, “anabólico”, equivalentes ou similares previsto no Art. 27º (BRA-
SIL, 2010a). 
Quanto ao registro desses alimentos para atletas, foi publicada a RDC 27/10, 
que inseriu a categoria “Alimentos para Atletas” na lista dispensada da obrigato-
riedade de registro, junto a outras categorias de alimentos, situação essa que traz 
implicações importantes, já que aumenta o risco que tais produtos podem trazer 
ao consumidor. Os produtos alimentícios de alcance da ANVISA são divididos em 
dois grupos: alimentos com registro obrigatório prévio à comercialização e alimen-
tos dispensados da obrigatoriedade de registro, nessa situação observa-se que 
os alimentos para praticantes de atividade física encontravam-se na categoria de 
alimentos com registro obrigatório e posteriormente os alimentos para atletas dis-
pensados de tal obrigatoriedade (BRASIL, 2010b). 
Agora, mais especifi camente direcionado aos suplementos, veremos a dife-
rença entre a Resolução de 2010 e a Portaria de 1998. 
Em 1998, os “alimentos para praticantes de atividade física” foram classi-
fi cados em: 
• Repositores hidroeletrolíticos para praticantes de atividade física.
• Repositores energéticos para atletas.
• Alimentos proteicos para atletas.
16
 Suplementação alimentar
• Alimentos compensadores para praticantes de atividade física.
• Aminoácidos de cadeia ramifi cada.
• Outros alimentos com fi ns específi cos para praticantes de atividades físicas. 
Por sua vez, em 2010, os “alimentos para atletas” foram classifi cados em:
• Suplementos hidroeletrolíticos para atletas.
• Suplementos energéticos para atletas.
• Suplementos proteicos para atletas.
• Suplementos para substituição parcial de refeições de atletas.
• Suplemento de creatina para atletas.
• Suplemento de cafeína para atletas.
Pode-se verifi car que a primeira diferença entre elas é o público ao qual é 
direcionado cada suplemento. Em 1998, havia designações para praticantes de 
atividade física e não apenas atletas, como ocorre na Resolução de 2010. Além 
disso, pode-se observar que os aminoácidos de cadeia ramifi cada não foram mais 
direcionados a este público, assim como em 2010, a creatina e a cafeína foram 
enquadradas nos alimentos para atletas.
Sugerimos a leitura do artigo Timing, Optimal Dose and In-
take Duration of Dietary Supplements with Evidence-Based Use in 
Sports Nutrition, sobre o uso de suplementos baseado em evidên-
cias. Link para acessar: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/
PMC5545206/>. 
No quadro a seguir estão dispostos os alimentos para atletas e suas especifi -
cações para comercialização.
QUADRO 3 – ALIMENTOS PARA ATLETAS E SUAS ESPECIFICAÇÕES
Resolução nº 18 de 27 de abril de 2010
Suplementos 
hidroeletrolíticos para 
atletas
• Produtos destinados a auxiliar na hidratação.
• Deverá conter: concentração de sódio (460 a 1150 mg/L), com a 
utilização de sais inorgânicos para fi ns alimentícios como fonte de 
sódio. 
• Carboidratos: pode constituir até 8%.
• Vitaminas e minerais: podem ser adicionados.
17
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
• Potássio: pode ser adicionado em até 700 mg/L.
*Não podem ser adicionados outros nutrientes,não nutrientes e fi bras 
alimentares.
Suplementos energéticos 
para atletas
• Produtos destinados a complementar as necessidades energéticas.
• Carboidratos: o produto pronto para consumo deve conter, 
no mínimo, 75% do valor energético total proveniente dos 
carboidratos, 15g na porção.
• Vitaminas e minerais podem ser adicionados.
• Outras disposições: podem conter líquidos, proteínas, não podem 
ser adicionados fi bras e não nutrientes.
Suplementos proteicos 
para atletas
• Produtos destinados a complementar as necessidades proteicas.
• Proteínas: o produto pronto para consumo deve conter, no 
mínimo, 10g de proteína na porção, 50% do valor energético total 
proveniente da proteína.
A composição proteica deve apresentar PDCCAS** acima de 0,9.
Vitaminas e minerais podem ser adicionados.
Outras disposições: não podem ser adicionados fi bras e não 
nutrientes.
Suplementos para 
substituição parcial de 
refeições de atletas
• Produtos destinados a complementar refeições de atletas em 
situações nas quais o acesso aos alimentos seja restrito.
• Carboidratos: devem conter de 50 a 70% do valor energético total 
do produto pronto para consumo.
• Proteína: a quantidade de proteínas deve conter de 13 a 20% do 
valor energético total do produto, com PDCCAS acima de 0,9.
• Lipídios: deve corresponder, no máximo, 30% do valor energético, 
sendo que o teor de gordura saturada não pode ultrapassar 10% 
do valor total e a gordura trans 1%.
• Vitaminas e minerais podem ser adicionados.
• Outras disposições: o produto deve oferecer, no mínimo, 300 Kcal 
por porção e ser adicionado de fi bras.
Suplementos de creatina 
para atletas
• Produto destinado a complementar os estoques endógenos de 
creatina.
• O produto pronto para consumo deve conter de 1,5 a 3 g na 
porção.
• Deve ser usada a creatina monoidratada, com grau de pureza 
mínima de 99,9%.
• Carboidratos podem ser adicionados.
• Fibras não podem ser adicionadas.
Suplementos de cafeína 
para atletas
• Produto destinado a aumentar a resistência aeróbica em 
exercícios.
• Deve conter entre 210 e 420 mg na porção.
18
 Suplementação alimentar
• Apresentação de cafeína, com teor mínimo de 98,5% de 1,3,7 
trimetilxantina, calculada a base anidra.
• Outras disposições: não podem ser adicionados outros nutrientes 
e/ou não nutrientes.
FONTE: Brasil (2010, s.p.).
** PDCCAS (Protein Digestibility Corrected Amino Acid Score): escore aminoacídico 
corrigido pela digestibilidade da proteína para determinação de sua qualidade biológica.
Os aminoácidos de cadeia ramifi cada fi cam temporariamente 
dispensados da obrigatoriedade de registro e podem ser comercia-
lizados desde que não indicados para atletas na designação, rotu-
lagem e qualquer que seja o material promocional do produto (BRA-
SIL, 2010). 
Cabe ainda destacar que a Anvisa (BRASIL, 2010) não recomenda o uso de 
suplemento para pessoas praticantes de exercício físico para a promoção da saú-
de, recreação e/ou com fi ns estéticos. De acordo com normas internacionais, os 
recursos ergogênicos devem ser consumidos e/ou ministrados com a orientação 
de profi ssionais competentes e éticos.
Posterior a RDC de 2010, obtivemos em 2018 a RDC nº 240, de 26 de julho 
de 2018 (Publicada no DOU nº 144, de 27 de julho de 2018), que altera a Reso-
lução - RDC nº 27, de 6 de agosto de 2010, no que dispõe sobre as categorias 
de alimentos e embalagens isentos e com obrigatoriedade de registro sanitário. No 
Art. 1° o texto foi alterado para: “Estabelece as categorias de alimentos e embala-
gens dispensadas e com obrigatoriedade de registro sanitário”. (NR); e no Art. 
2° passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 2° A empresa que detém o registro 
de produtos que, de acordo com esta Resolução, passam a ser dispensados da 
obrigatoriedade de registro, podem utilizar rotulagem contendo o número do registro 
concedido até a data do vencimento do registro ou até o fi nal do estoque existente 
de embalagem deste produto”. (NR); e nos Art. 4° e Art. 5° passam a vigorar os Ane-
xos I e II com suas alterações. Veja a seguir o quadro do Anexo II no qual constam 
os alimentos e embalagens com obrigatoriedade de registro sanitário.
19
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
QUADRO 4 – ALIMENTOS E EMBALAGENS COM OBRI-
GATORIEDADE DE REGISTRO SANITÁRIO
FONTE: Adaptado de Brasil (2010).
Com isso podemos observar que apesar de terem alterações, não incidiram 
os suplementos mais utilizados pelos “atletas”.
3.1 DIRETRIZES E 
POSICIONAMENTOS
Prezados acadêmicos, como podem perceber vários dos suplementos utiliza-
dos por esportistas e atletas não são mencionados nas RDCs discutidas até aqui. 
Diante disso, é importante destacar a qualidade e segurança no ato da prescrição 
de suplementos, com certeza as RDCs da ANVISA que é um órgão fi scalizador da 
nossa federação traz mais segurança no ato da prescrição, tanto para auxiliar na 
escolha do suplemento, como na quantidade a ser prescrita.
A nível de Brasil, temos também a Sociedade Brasileira de Medicina do Es-
porte e do Exercício (SBME) que em 2009 atualizou suas diretrizes e também traz 
discussões acerca da suplementação na área esportiva, no documento nomea-
do Modifi cações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: 
comprovação de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde publicado na 
Revista Brasileira de Medicina Esportiva, volume 15, número 3, maio e junho de 
2009, atualização da primeira versão do ano de 2003. Documento esse que pode 
ser considerado por profi ssionais no momento da prescrição e que discutiremos 
nos próximos capítulos.
Explanaremos em seguida algumas Diretrizes e Posicionamentos estabelecidos 
em outros países, que recomendam apenas alguns suplementos e uso com cautela, 
considerando sempre as divergências encontradas nas pesquisas científi cas. 
20
 Suplementação alimentar
3.1.1. American College OF Sports 
Medicine (ACSM)
O Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM), juntamente com a Aca-
demia de Nutrição e Dietética (ADA), estabelece orientações sobre o aprimora-
mento do desempenho e a recuperação de atividades esportivas por estratégias 
nutricionais. Essas organizações fornecem diretrizes direcionadas para o tipo, 
quantidade e período adequado de ingestão de alimentos, líquidos e suplementos 
que promovem saúde e aprimoram o desempenho em diferentes cenários de trei-
namento e competição. 
As recomendações atuais de energia, nutrientes e líquidos para adultos ativos 
e atletas competitivos são descritos nas diretrizes dessas organizações, as quais de-
vem ser ajustadas pelos nutricionistas esportivos para acomodar as questões únicas 
de cada atleta em relação à saúde, às necessidades nutricionais, aos objetivos de de-
sempenho, às características físicas (ou seja, tamanho corporal, forma, crescimento e 
composição), desafi os práticos e preferências alimentares (ACSM, 2016). 
Antes do posicionamento das diretrizes para suplementos, são destacados 
nos documentos ofi ciais os seguintes importantes fatores a serem analisados: 
• Os objetivos e requisitos nutricionais para atletas não são estáticos, o su-
porte nutricional precisa ser periodizado, levando em consideração as ne-
cessidades das sessões diárias de treinamento e objetivos nutricionais.
• As prescrições dietéticas precisam ser personalizadas para cada atleta, 
a fi m de levar em consideração a especifi cidade e a exclusividade das 
metas de desempenho, desafi os práticos e preferências alimentares.
• Estratégias de nutrição devem fornecer reservas de substrato adequadas 
para atender às demandas de combustível apoiando a função cognitiva.
• O balanço energético estabelece uma base importante para a saúde e o 
sucesso das estratégias de nutrição esportiva.
• A conquista da composição corporal associada ao desempenho ideal 
agora é reconhecida como uma meta importante. Deve-se tomar cuidado 
para preservar a saúde e o desempenho a longo prazo, evitando práticasque possuam baixa disponibilidade de energia e estresse psicológico.
• O treinamento e a nutrição têm uma forte interação na adaptação do cor-
po ao desenvolvimento de adaptações funcionais e metabólicas.
• A energia, o carboidrato e a proteína devem ser prescritos usando dire-
trizes por kg de massa corporal para permitir que as necessidades sejam 
alcançadas com mais precisão. Além disso, as diretrizes de nutrição es-
portiva também devem considerar a importância do momento da inges-
tão de nutrientes.
21
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
• Atenção nos atletas altamente treinados entre o treinamento com força 
sufi ciente para obter um estímulo máximo de treinamento e evitar o risco 
de doença e lesão associado a um volume excessivo de treino.
• A nutrição da competição deve ter como alvo estratégias específi cas que 
reduzam ou atrasem fatores que causariam fadiga em um evento.
• Novas opções de nutrição apresentam oportunidades de ingestão duran-
te eventos mais curtos, ao melhorar o desempenho por meio de um efei-
to central.
• É necessária uma abordagem pragmática ao aconselhamento sobre o 
uso de suplementos e alimentos esportivos diante da alta prevalência de 
interesse e uso por atletas e a evidência de que alguns produtos podem 
contribuir de maneira útil para um plano de nutrição esportiva e / ou me-
lhorar diretamente o desempenho (ACMS, 2016).
De acordo com a ACMS (2016) os suplementos esportivos representam uma 
indústria cada vez maior, todavia, a inexistência de regulamentação para fabrica-
ção e marketing faz com que os atletas sejam vítimas de propagandas enganosas 
e alegações infundadas. Sendo que, a prevalência de suplementação entre atle-
tas internacionais foi estimada entre 37% a 89%, com relato de motivações para 
uso que incluem a melhoria do desempenho ou recuperação, melhoria ou ma-
nutenção da saúde, aumento de energia, compensação por má nutrição, supor-
te imunológico e manipulação da composição corporal. Poucos atletas realizam 
avaliação profi ssional de seus hábitos nutricionais básicos, sendo orientados por 
familiares, amigos, colegas de equipe, treinadores, internet e varejistas, em vez 
de nutricionistas esportivos (BRAUN et al., 2009).
O uso de suplementos alimentares requere uma avaliação de efi cácia e po-
tência, pois dentre outras variáveis, há preocupações de segurança devido à pre-
sença de ingredientes tóxicos e às más práticas dos atletas em consumir doses 
inadequadamente grandes ou combinações problemáticas de produtos. Ainda, 
após concluir a avaliação do perfi l nutricional do atleta, os nutricionistas devem 
verifi car o custo benefício do uso de um suplemento alimentar. Sendo que, des-
tacam-se como pontos positivos no uso de suplementos e alimentos esportivos 
a praticidade para atender às metas nutricionais do esporte, prevenção ou trata-
mento de defi ciências nutricionais, e, em alguns casos, efeito ergogênico direto 
(MAUGHAN, 2014). 
No entanto, fatores devem ser considerados no momento da prescrição, como 
o objetivo nutricional ou benefício de desempenho que o produto trará no programa 
de treinamento ou competição específi co do atleta, a qualidade da evidência de que 
o produto pode atender a esses objetivos, experiência anterior em relação à capaci-
dade de resposta do indivíduo e às consequências na saúde (ACMS, 2016).
22
 Suplementação alimentar
Nesse contexto, é importante lembrarmos que poucos são os suplementos que 
possuem benefícios ergogênicos suportados por evidências científi cas sólidas, já 
que as metodologias de pesquisa sobre a efi cácia dos suplementos esportivos ge-
ralmente são limitadas devido a amostras pequenas, compostas muitas vezes por 
indivíduos não treinados, com pouca representação da população de atletas, testes 
de desempenho não confi áveis ou irrelevantes, controle defi ciente de variáveis e na 
interação com outros suplementos (MAUGHAN, 2014; BURKE; CATO, 2015). 
É impossível abordar em poucas páginas a infi nidade de suple-
mentos esportivos usados por atletas, por isso, é indicado que con-
sulte também o Instituto Australiano de Esporte, que desenvolveu 
um sistema de classifi cação que elenca os suplementos esportivos 
e complementa os ingredientes com base no signifi cado das evidên-
cias científi cas e se um produto é seguro, legal e efi caz para me-
lhorar o desempenho esportivo. Link de acesso: <http://www.ausport.
gov. au/ais/nutrition/supplements>.
Caro acadêmico, a fi gura a seguir, do Colégio Americano em Medicina Es-
portiva, elaborada em 2016, serve como um guia geral para descrever os efeitos 
ergogênicos e fi siológicos de suplementos potencialmente benéfi cos, todavia não 
pretende defender o uso específi co de suplementos por atletas e deve ser consi-
derado apenas em situações bem defi nidas. Nela estão incluídos os repositores 
hidroeletrolíticos, multivitamínicos (ferro, cálcio, Vitamina D e ômega 3), creatina, 
cafeína, bicarbonato de sódio, beta-alanina e nitrato. 
Category Examples Use Concerns Evidence
Sports food Sports drinks
Sports bars
Sports confectionery
Sports gels
Electrolyte supplements
Protein supplements
Liquid meal supple-
ments
Practical choice to 
meet sports nutritio-
nal goals especially 
when access to food, 
opportunities to con-
sume nutrients or 
gastrointestinal con-
cerns make it diffi cult 
to consume traditional 
food and beverages
Cost is greater than 
whole foods
May be used unne-
cessarily or in
inappropriate proto-
cols
Burke 
(2015)141
FIGURA 1 – SUPLEMENTOS ALIMENTARES E ALIMENTOS ESPORTIVOS 
COM USOS BASEADOS EM EVIDÊNCIAS NA NUTRIÇÃO ESPORTIVA
23
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
Medical 
supplements
Iron supplements
Calcium supplements
Vitamin D supple-
ments
Multi-vitamin/mineral 
n-3 fatty acids
Prevention or treatment 
of nutrient defi ciency 
under the supervision 
of appropriate medical/
nutritional expert
May be self-prescribed 
unnecessarily without 
appropriate supervi-
sion or monitoring
Burke 
(2015)141
Specifi c 
performance 
supplements
Ergogenic effects Physiological 
effects/mechanism 
of ergogenic effect
Concerns regarding 
usea
Evidence
Creatine Improves performan-
ce of repeated bouts 
of high-intensity exer-
cise with short reco-
very periods
- Direct effect on com-
petition performance
- Enhanced capacity 
for training
Increases Creatine 
and Phosphocreatine 
concentrations
May also have other 
effects such as 
enhancement of gly-
cogen storage and di-
rect effect on muscle 
protein synthesis
Associated with acute 
weight gain (0.6–1 kg) 
which may be proble-
matic in weight sensi-
tive sports
May cause gastroin-
testinal discomfort
Some products may 
not contain appropria-
te amounts or forms 
of creatine
Tarnopolsky
(2010)143
Caffeine Reduces perception 
of fatigue
Allows exercise to be 
sustained at optimal 
intensity/output for 
longer
Adenosine antagonist 
with effects on many 
body targets including 
central nervous system
Promotes Ca2+ rele-
ase from sarcoplas-
mic reticulum
Causes side-effects 
(tremor, anxiety, incre-
ased heart rate, etc.) 
when consumed in 
high doses
Toxic when consumed 
in very large doses
Astorino 
(2010)144
Tarnopolsky
(2010)143
Rules of National 
Collegiate Athletic As-
sociation competition 
prohibit the intake of lar-
ge doses that produce 
urinary caffeine levels 
exceeding 15 ug/ml
Some products do 
not disclose caffeine 
dose or may contain 
other stimulants
Burke 
(2013)145
Sodium 
bicarbonate
Improves performan-
ce of events that 
would otherwise be 
limited by acid–base 
disturbances associa-
ted with high rates of 
anaerobic glycolysis
When taken as an 
acute dose pre-exer-
cise, increases ex-
tracellular buffering 
capacity
May cause gastroin-
testinal side-effects 
which cause perfor-
mance impairment 
rather than benefi t
Carr 
(2011)146
24
 Suplementação alimentar
- High intensity events 
of 1–7 minutes
- Repeated high-in-
tensitysprints
- Capacity for high-in-
tensity ‘‘sprint’’ during 
endurance exercise
Beta-alanine Improves performan-
ce of events that 
would otherwise be 
limited by acid–base 
disturbances associa-
ted with high rates of 
anaerobic glycolysis
- Mostly targeted at 
high-intensity exercise 
lasting 60–240 seconds
- May enhance trai-
ning capacity
When taken in a chro-
nic protocol, achieves 
increase in muscle 
carnosine (intracellu-
lar buffer)
Some products with 
rapid absorption may 
cause paresthesia 
(tingling sensation)
Quesnele
(2014)147
Nitrate Improves exercise to-
lerance and economy
Improves perfor-
mance in endurance 
exercise at least in 
non-elite athletes
Increases plasma ni-
trite concentrations to 
increase production 
of nitric oxide with 
various vascular and 
metabolic effects that 
reduces O2 cost of 
exercise
Consumption in con-
centrated food sour-
ces (eg, beetroot 
juice) may cause gut 
discomfort and disco-
loration of urine
Effi cacy seems less 
clear cut in high cali-
ber athletes
Jones 
(2014)148
These supplements may perform as claimed but does not imply endorsement by this position stand. a Athletes 
should be assisted to undertake a cost to benefi t analysis (141) before using any sports food and supplements 
with consideration of potential nutritional, physiological, and psychological benefi ts for their specifi c event 
weighed against potential disadvantages. Specifi c protocols of use should be tailored to the individual scenario 
(see references for further information) and specifi c products should be chosen with consideration of the risk of 
contamination with unsafe or illegal chemicals.
FONTE: <https://journals.lww.com/acsm-sse/Fulltext/2016/03000/Nutri-
tion_and_Athletic_Performance.25.aspx>. Acesso em: 18 abr. 2020.
O artigo do Colégio Americano de Medicina Esportiva foi desenvolvido usan-
do a Biblioteca de Análise de Evidências da Academia de Nutrição e Dietética 
(EAL) que é uma síntese de pesquisas nutricionais relevantes sobre questões im-
portantes da prática dietética. O intervalo de publicação para a análise baseada 
em evidências foi de março de 2006 a novembro de 2014. 
25
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
3.1.2 Declaração de consenso do 
Comitê Olímpico Internacional (COI): 
suplementos alimentares e atleta de alto 
desempenho
Antes de darmos seguimento nas diretrizes, será destacado a seguir uma 
explanação sobre o conceito de suplementos, trazida pelo COI.
O Congresso dos EUA, ao elaborar a Lei de Saúde e Educação de Suple-
mentos Dietéticos de 1994 (DSHEA; <https://ods.od.nih.gov/About/DSHEA_Wor-
ding.aspx>), descreveu um suplemento alimentar como:
[...] um produto que não seja o tabaco, utilizado em conjunto 
com uma dieta saudável e que contenha um ou mais dos 
seguintes ingredientes alimentares: uma vitamina, mineral, erva 
ou outro botânico, um aminoácido, uma substância dietética 
para uso humano suplementar a dieta aumentando a ingestão 
diária total ou um concentrado, metabolito, constituinte, extrato 
ou combinação desses ingredientes. 
Por sua vez, o COI (2018) defi niu suplemento dietético como:
“Um alimento, componente alimentar, nutriente ou composto 
não alimentar que é ingerido propositalmente, além da dieta 
habitualmente consumida, com o objetivo de alcançar um 
benefício específi co à saúde e / ou desempenho”. Englobando 
como possíveis suplementos os: alimentos funcionais, alimentos 
enriquecidos com nutrientes ou componentes adicionais fora 
de sua composição típica de nutrientes; alimentos formulados 
e alimentos esportivos, produtos que fornecem energia e 
nutrientes de uma forma mais conveniente que os alimentos 
normais para apoio geral à nutrição; nutrientes simples e outros 
componentes de alimentos ou produtos à base de plantas, 
fornecidos em formas isoladas ou concentradas; produtos com 
vários ingredientes contendo várias combinações dos produtos 
descritos anteriormente que visam resultados semelhantes 
(MAUGHAN et al., 2018).
Ainda, para o COI (MAUGHAN et al., 2018), os produtos descritos como su-
plementos têm diferentes alvos de atuação incluindo: gerenciamento de defi ciên-
cias de micronutrientes; fornecimento de formas convenientes de energia e ma-
cronutrientes e fornecimento de benefícios diretos ao desempenho ou benefícios 
indiretos, como o apoio a intensos regimes de treinamento. 
Todavia, apesar de o uso apropriado de alguns suplementos poder benefi ciar 
o atleta, outros podem prejudicar a saúde, o desempenho e / ou o sustento e a 
26
 Suplementação alimentar
reputação do atleta (se houver uma violação da regra antidoping). Com isso, re-
comenda-se que haja uma avaliação nutricional completa para que seja tomada a 
melhor decisão sobre o uso de suplementos (BURKE et al., 2019). 
Maughan et al. (2018), assim como Burke et al. (2019), alega que, apesar de 
haverem diferentes produtos sendo comercializados, apenas alguns, como a ca-
feína, creatina, agentes tampão específi cos e nitrato, têm boas evidências de be-
nefícios, assim como vimos na tabela da ACSM (2016). No entanto, as respostas 
são afetadas pelo cenário de uso e podem variar amplamente entre os indivíduos 
devido a fatores que incluem genética, microbioma e dieta habitual. 
Ainda, além dos suplementos supracitados, muitos micronutrientes desem-
penham um papel importante para o desempenho esportivo que abrange desde 
a produção de energia até a fabricação de novas células, sendo que a defi ciência 
de um ou mais desses nutrientes pode levar a um comprometimento do desem-
penho esportivo, reduzindo a capacidade do atleta de treinar ou favorecendo o 
surgimento de doenças. 
Um desafi o nessa área é identifi car a ocorrência de defi ciências subclínicas, 
pois quando um estado nutricional subótimo é diagnosticado, o uso de um suple-
mento pode reverter ou prevenir outras defi ciências, trazendo diferentes benefí-
cios ao atleta. 
Os nutrientes que precisam ser suplementados nessas circunstâncias, de 
acordo com o COI (2018), incluem ferro, cálcio e Vitamina D, podendo por vezes 
ser necessária a suplementação de iodo (para aqueles que vivem em áreas com 
baixos níveis de iodo nos alimentos ou que não usam sal iodado), folato (para 
mulheres que podem engravidar) e Vitamina B12 (para aquelas que seguem uma 
dieta vegana ou quase vegana) nesses grupos populacionais, não sendo reco-
mendações específi cas aos atletas (MAUGHAN et al., 2018).
A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e do Exercício 
(SBME, 2009) em sua publicação intitulada Modifi cações dietéticas, 
reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação 
de ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde possui orienta-
ções em relação às substâncias proibidas (ilícitas) e métodos proibi-
dos em competições, segue link para leitura complementar: <http://
www.scielo.br/pdf/rbme/v15n3s0/v15n3s0a01.pdf>.
27
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
Da mesma forma, também seguem as orientações de que os suplementos 
destinados a melhorar o desempenho devem ser testados exaustivamente em trei-
namento ou competição simulada antes de serem utilizados na competição, sendo 
que a proteção da saúde do atleta e a conscientização do potencial de dano devem 
ser fundamentais; opinião e assistência profi ssional especializada são fortemente 
aconselhadas antes que um atleta embarque no uso de suplementos.
Para mais informações sobre esse consenso, acesse: <https://
bjsm.bmj.com/content/52/7/439>. 
3.1.3 Autoridade Brasileira de Controle 
de Dopagem (ABCD)
É importante, por fi m, destacarmos que assim como a nível mundial, o Brasil 
também possui um Comitê Nacional de Controle de Dopagem com normas rígidas 
de avaliação e punição de atletas que usam substancias ilícitas nas competições.
Para conhecimento, leia a seguir a missão, visão, os objetivos e princípios 
desse comitê:
Missão: consolidar a cultura antidopagem em âmbito nacional, 
por meio de ações de educaçãoe controle em todas as 
manifestações esportivas, buscando o esporte limpo e 
saudável respeitando as normas e regramentos nacionais e 
internacionais. Visão: tornar o Brasil uma referência mundial na 
cultura antidopagem, promovendo igualdade nas competições 
e disseminando os valores do jogo limpo. Objetivos: - Promover 
e expandir a cultura antidopagem no Brasil; - Aprimorar 
processos de gestão e governança da ABCD; e - Fiscalizar 
e gerir os procedimentos de controle de dopagem em âmbito 
nacional. Princípios: Independência: atuar com isenção e total 
independência em relação às organizações esportivas (ABCD, 
2019, s.p.). 
28
 Suplementação alimentar
Para manter-se informado sobre produtos adulterados, nos EUA 
foram disponibilizadas duas ferramentas on-line, “widget” e o “feed” 
RSS (Really Simple Syndication), que disparam alertas e informa-
ções sobre saúde e ações realizadas pelo FDA com relação aos pro-
dutos adulterados comercializados como suplementos alimentares. 
Incluem conteúdos atualizados publicados no website da FDA. Para 
mais informações acesse: <https://bit.ly/3bKZgZW>. 
3.1.4 World Anti-Doping Code (WADA)
O World Anti-Doping Code (WADA) / Código Mundial Antidopagem (Código) 
é o principal documento que compila as políticas, regras e regulamentos antido-
pagem dentro de organizações esportivas e entre autoridades públicas em todo 
o mundo. Atua em conjunto com seis normas que visam promover a consistência 
antidopagem em diferentes áreas: testes; laboratórios; isenções de Uso Terapêuti-
co (EETs); a lista de substâncias e métodos proibidos; a proteção da privacidade e 
informações pessoais; e cumprimento do código pelos signatários (WADA, 2015). 
Esse código entrou em vigor dia 1º de janeiro de 2004 e provou ser uma 
ferramenta poderosa e efi caz no equilíbrio dos esforços antidopagem no mundo, 
levou a vários avanços signifi cativos na luta global contra o doping no esporte, in-
cluindo a formalização de certas regras e o esclarecimento das responsabilidades 
das partes interessadas. 
Até o momento (2019), mais de 660 organizações esportivas aceitaram o 
Código Mundial Antidopagem. Essas organizações incluem o Comitê Olímpico In-
ternacional (COI), o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) , todas as Federações 
Internacionais (FIs) e todas as IFs reconhecidas pelo COI , Comitês Olímpicos 
e Paralímpicos Nacionais, Organizações Nacionais Antidopagem, sendo que os 
signatários devem executar três etapas para estar em total conformidade com o 
Código: aceitação, implementação e aplicação.
A aceitação do código signifi ca que um signatário concorda com os princípios 
do código e concorda em implementar e cumprir o código.
29
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
A WADA monitora a implementação e o cumprimento do Código. 
Para mais informações sobre a conformidade com o código, acesse: 
<https://www.wada-ama.org/en/code-compliance>.
4 SUPLEMENTOS ALIMENTARES E 
SUA COMPOSIÇÃO
Agora, caro acadêmico, iniciaremos a descrição dos suplementos alimenta-
res e os seus componentes para que possam realizar as considerações gerais 
referentes ao seu propósito de uso, recomendações e validação científi ca para 
prescrição.
Destaca-se que a prescrição de suplementos alimentares deve considerar as 
diferentes variáveis do indivíduo, a modalidade praticada, a frequência dos treinos 
e os momentos de competições.
4.1 AMINOÁCIDOS DE CADEIA 
RAMIFICADA
Os aminoácidos de cadeia ramifi cada, conhecidos como BCAA (Branched 
Chain Amino Acids), compreendem três aminoácidos essenciais (leucina, isoleuci-
na e valina), presentes em alimentos de origem animal.
São aminoácidos absorvidos por meio do transporte ativo sódio-dependen-
te, transportados até o fígado, onde podem ser utilizados para síntese proteica. 
Depositam-se preferencialmente no músculo esquelético, onde atuam como im-
portante fonte energética em períodos de estresse metabólico. Podem promover 
síntese proteica, evitar catabolismo e servir como substrato para a gliconeogêne-
se (CARLI et al., 1992). 
Os efeitos sugeridos para a suplementação com BCAA são: auxílio na hiper-
trofi a muscular (CARLI et al., 1992); ação anticatabólica; retardo da fadiga central 
(BLOMSTRAND, 1997); melhora no desempenho (MADSEN et al., 1996); pou-
30
 Suplementação alimentar
pança nos estoques de glicogênio muscular; aumento nos níveis plasmáticos de 
glutamina, após exercícios intensos (BLOMSTRAND; SALTIN, 2001); atenuação 
do dano muscular (GREYER et al., 2007).
Suas necessidades diárias são:
• Isoleucina – 10 mg/kg/dia;
• Leucina – 14 mg/kg/dia;
• Valina – 10 mg/kg/dia. 
De acordo com Rennie et al. (2006), estudos exploraram a pos-
sibilidade de que apenas a leucina, dos três aminoácidos essenciais, 
realmente estimule a síntese de proteína muscular, todavia, a maioria 
desses estudos foi pré-clínico, deixando em aberto o estudo em hu-
manos que comprovem essa teoria. 
4.2 PROTEÍNA ISOLADA 
Vários são os suplementos proteicos, a base de quantidades isoladas ou 
combinadas de diversos tipos de proteína, especialmente da soja, ovo (albumina) 
e do leite (caseína e Whey Protein), sendo o último citado o mais comum. A Whey 
Protein (proteínas do soro do leite de vaca) é a mais popular dos últimos tempos. 
Pode ser encontrada em diferentes formas (em pó) e tem diversas aplicações na 
indústria alimentícia, adicionada em iogurtes, shakes, barrinhas, nos suplementos 
esportivos, entre outros. Sua função básica é complementar as necessidades pro-
teicas, para a manutenção da massa muscular e para hipertrofi a. Suas formas de 
apresentação, segundo Haraguchi, Abreu e de Paula (2006), são: 
• Concentrada: processo remove a água, lactose, cinzas e alguns mine-
rais, e normalmente quando comparada as outras tem mais componen-
tes biologicamente ativos.
• Isolada: fonte proteica mais pura, com cerca de 90% de concentração pro-
teica e até mais. Durante o processo de fabricação, há a retirada signifi ca-
tiva de gorduras e lactose, ideal para os indivíduos intolerantes à lactose.
• Hidrolisada: o processo mais complexo de fi ltragem, em que as molécu-
las da proteína do soro do leite são quebradas pela hidrólise, disponibi-
31
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
lizando-as em forma de aminoácidos, tornando a digestão e absorção 
dela muito mais rápidas.
O leite de vaca é composto aproximadamente por 3,5% de proteína, 2,9% de 
caseína e 0,6% de proteínas do soro. As proteínas do soro do leite representam 20% 
das proteínas presentes nesse alimento, sendo que as duas principais (70 a 80%) 
são alfalactoglobulina e betalactoglobulina (ALVES, 2015; HIRSCHBRUCH, 2014). 
Além dessas duas proteínas, merece destaque a soroalbumina (10%), pre-
cursora da síntese de glutationa, possui atividade antioxidante já comprovada, 
além de favorecer o transporte dos ácidos graxos. As imunoglobulinas também 
possuem suas ações na imunidade passiva e atividade antioxidante. 
A alfalactoglubulina é o segundo peptídeo presente em quantidades signifi ca-
tivas no soro do leite de vaca e também está presente no leite humano. É um pep-
tídeo de rápida e fácil digestão, precursor da lactose e possui a capacidade de se 
ligar positivamente, facilitando a absorção de minerais como o cálcio e o zinco, além 
de apresentar atividade antimicrobiana (ALVES, 2015; HIRSCHBRUCH, 2014).
Em relação às doses recomendadas, ainda não há um consenso quanto à 
dose a ser utilizada para estimular a síntese proteica em sua extensão máxima. 
As quantidades suplementadas variam de 10 a 30 g após a prática do exercício 
físico, no tempo máximo de 1h para estimular o pico de síntese proteica e as 
adaptações fi siológicas à prática esportiva. 
4.3 ARGININA 
A arginina é um aminoácido condicionalmente indispensável, ingerido na 
alimentação (aproximadamente 3 a 5 g/dia) e sintetizado por nosso organismo, 
primariamente nos rins. Após sua ingestão, uma quantidade de arginina é meta-
bolizadapelas células intestinais (enterócitos) e pelo fígado. O restante permane-
ce na circulação, o que faz com que a suplementação oral seja menos efi ciente 
(MCCONELL et al., 2007). 
Suas funções biológicas são: detoxifi cação da amônia; reparo tecidual; forne-
cimento de energia como intermediário na síntese de creatinina e CP; e melhora 
na atividade do sistema imunológico (pesquisas realizadas em ratos).
Em relação aos efeitos ergogênicos, ainda pouco se sabe em relação a sua 
efetividade no aumento na síntese de óxido nítrico (NO), um gás naturalmente 
presente no nosso organismo e que está relacionado com a modulação da res-
32
 Suplementação alimentar
posta imunológica, auxílio no processo de cicatrização, vasodilatação e angiogê-
nese, entre outros benefícios (ALVES, 2015; HIRSCHBRUCH, 2014). 
Paddon-Jones, Borsheim e Wolfe (2004) classifi caram os supostos efeitos 
da arginina em duas categorias: efeito agudo, que é o aumento na capacidade de 
realizar exercícios, e efeito crônico, que é o aumento na estimulação da síntese 
proteica muscular (anabolismo). 
É importante verifi carmos que os estudos com ratos demonstram esse efeito, 
mas e com seres humanos? McConell et al. (2007) afi rmam que, em determinadas 
condições patológicas, o consumo de arginina auxilia na vasodilatação e melhora 
do fl uxo sanguíneo, mas não há consenso do seu efeito em indivíduos saudáveis. 
Recomenda-se a prescrição da arginina em doses de 500 mg a 30 g/dia, por 
períodos de 3 a 80 dias (HENDLER; RORVIK, 2007). Não há relatos de efeitos 
tóxicos da arginina (ALVES, 2015).
4.4 ALANINA
A alanina é um aminoácido dispensável precursor da carnosina (β-alanina-L-
-histidina), que apresenta várias funções biológicas, dentre elas o tamponamento 
dos íons H+, estando mais concentrada nas fi bras musculares tipo II (CULBERT-
SON et al., 2010).
Estudos têm demonstrado que a utilização de β-alanina, juntamente ao treina-
mento físico, poderia aumentar a síntese de carnosina, que auxilia no tamponamen-
to muscular, favorecendo a execução de exercícios intensos, uma vez que o declí-
nio do pH muscular contribui para a redução da fadiga (KENDRICK et al., 2009).
Hoffman e Falvo (2008) realizaram seu estudo que durou quatro semanas, 
com oito sujeitos experientes na prática do exercício de força (mais de três anos), 
que receberam 4,8 g de β-alanina (1,6 g/dia, 4 x ao dia) ou placebo. Após o perí-
odo de três dias, houve a troca de suplementação, de forma que todos os sujeitos 
fi zeram o uso de β-alanina. Ao fi nal, pôde-se perceber que a suplementação com 
β-alanina aumentou signifi cativamente a força muscular, sem promover altera-
ções hormonais (GH, testosterona e cortisol).
Buscando verifi car o efeito da β-alanina em outras modalidades, Donovan et 
al. (2012), por quatro semanas, suplementaram dezesseis boxeadores armadores 
com placebo e β-alanina (1,5 g, 4 x ao dia) e ao simular uma competição, evidencia-
ram que a suplementação de β-alanina aumentou a força e a frequência dos golpes. 
33
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
4.5 HMB
O β-hidroxi- β-metilbutirato (HMB) é um metabólito do aminoácido indispensável 
leucina, um dos três aminoácidos de cadeia ramifi cada que discutimos anteriormente. 
É produzido a partir do cetoiscaproato (KIC), um metabólito do aminoácido leucina, 
pela enzima KIC-desidrogenase, produzida naturalmente pelo corpo humano. 
O mecanismo de ação do HMB como recurso ergogênico ainda é incerto e as 
especulações afi rmam que:
• Diminui a incidência de lesão ou aceleração de sua recuperação muscu-
lar, por reduzir marcadores de lesão.
• Aumento da força muscular.
• Aumento da massa corporal magra.
• Ação imunomoduladora em modelo animal.
• Redução da gordura corporal.
• Melhora da capacidade aeróbica (ALVES, 2015). 
Ransone (2003) avaliaram o impacto da suplementação com HMB sobre a 
força muscular e a composição corporal de trinta e cinco jogadores de futebol 
americano. Os dezesseis atletas estudados receberam 3g dia do suplemento por 
quatro semanas e, ao fi nal, não apresentaram resultados estatisticamente signi-
fi cativos em relação ao grupo placebo. O que demonstra, considerando o estudo 
de Nissen et al., (1996) com indivíduos destreinados, que o HMB não apresenta 
efeitos positivos em atletas com rotinas de treino intensos e de força, ou que o 
tempo de quatro semanas nesses atletas seria muito reduzido.
O Jornal da Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva pu-
blicou em 2013 sua posição sobre o uso do HMB. Sugiro a leitura 
do seguinte artigo: International Society of Sports Nutrition Position 
Stand: beta-hydroxy-beta-methylbutyrate (HMB). Link para acesso: 
<https://jissn.biomedcentral.com/articles/10.1186/1550-2783-10-6>.
34
 Suplementação alimentar
4.6 CREATINA
O ácido metilguanadinoacético, ou creatina, há alguns anos tornou-se um 
dos recursos ergogênicos nutricionais mais utilizados com o objetivo de melhora 
no rendimento físico, pois acredita-se que aumenta força e velocidade nos exer-
cícios de explosão, em que a energia predominantemente utilizada é o ATP-CP 
(BACURAU, 2007).
Três aminoácidos estão envolvidos com a síntese de creatina, a glicina, a 
arginina e a metionina. Nos alimentos, a creatina é encontrada em produtos de 
origem animal, sendo que em uma dieta com aproximadamente 300g de carne e 
300mL de leite, o consumo de creatina será de aproximadamente 1g (BALSOM; 
SODERLUND; EKBLOM, 1994).
As necessidades de creatina giram em torno de 2g/dia, para repor a creatina 
catabolizada, sendo que o que não for consumido na dieta será sintetizado endo-
genamente. Para excreção da creatina, ocorre a conversão para creatinina, for-
mada em grande parte pelo músculo, atingindo a circulação por difusão simples, é 
fi ltrada pelos glomérulos e posteriormente excretada pela urina. A excreção diária 
é também de aproximadamente 2g, variando de acordo com a massa muscular 
total do indivíduo (ALVES, 2015).
Os possíveis efeitos ergogênicos da creatina são:
• Aumento da massa corporal magra.
• Aumento da força.
• Recuperação entre esforços repetidos de alta intensidade.
• Ação antioxidante.
Quanto ao aumento da massa magra corporal, muitos estudos indicam que a 
dose de carga favorece o alcance desse objetivo. Porém, tendo em vista que cin-
co dias seria um período curto de tempo, parte desse resultado pode ser devido 
à atividade osmótica da creatina, aumentando a quantidade intracelular de água, 
gerando a hipertrofi a muscular. Além disso, apesar de grande parte das pesquisas 
realizadas com a suplementação de creatina terem apresentado benefícios na 
força e na potência, inúmeros estudos não conseguiram chegar nesse resultado 
(LEDFORD; BRANCH, 1999).
Algumas estratégias de suplementação utilizam dose de carga de creatina 
correspondente a 20 a 30g por dia (creatina monoidratada), sendo dividida em 4 
a 6 doses de 5g, as quais ingeridas de 5 a 7 dias já favoreceriam o aumento má-
ximo nos estoques de creatina. Após o período da carga, sugere-se a ingestão de 
35
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
doses reduzidas, 2 a 5g ao dia. Doses maiores que 5g podem provocar náuseas, 
fraqueza e diarreia (ALVES, 2015). Hultman et al. (1996) recomendaram como 
dose de carga 0,3g/kg/dia, durante sete dias, seguida de 0,03 g/kg/dia como dose 
de manutenção por vinte e oito dias. Posteriormente, recomenda-se um intervalo 
de noventa dias para iniciar nova carga. 
4.7 CAFEÍNA
A cafeína (1,3,7 – trimetilxantina) é um alcaloide que se encontra de forma 
natural em folhas, frutos e sementes de mais de 60 espécies vegetais, tem efeito 
estimulante porque aumenta a ação de catecolaminas e AMP cíclico, o que leva a 
um aumento da lipólise no tecido adiposo e no músculo, aumentando a disponibili-
dade de ácidos graxos livres e triglicerídeos intramusculares. Pode promover altera-
ções no sistema nervoso central modifi cando as percepções do esforço e da fadiga, 
aumentando aliberação da adrenalina (BIESEK; ALVES; GUERRA, 2010). Nesse 
contexto, é considerada um nutriente não essencial, cujos efeitos incluem: estimula-
ção do sistema nervoso central, diurese, lipólise e secreção de ácido gástrico. 
Os efeitos ergogênicos descritos na literatura são: 
• Auxiliar na melhora do desempenho físico, em exercícios intermitentes e 
de longa duração.
• Aumentar o estado de alerta.
• Diminuir a fadiga mental e a percepção de esforço durante o exercício 
físico.
• Melhorar a concentração e a memória.
• Aumentar a oxidação lipídica.
A cafeína melhora o desempenho físico de indivíduos treinados por meio da 
utilização de doses de 3 a 6mg/kg/dia, com dose máxima de 9mg/kg/dia, já que do-
ses maiores não demonstraram melhora no desempenho esportivo (ALVES, 2015). 
Em relação aos efeitos adversos, a cafeína pode ser considerada segura 
para indivíduos saudáveis. De qualquer forma, o consumo excessivo pode pro-
vocar rubor facial, ansiedade, nervosismo, tremor, insônia e até mesmo arritmias 
cardíacas e perda de memória. Também pode aumentar a produção de calor, au-
mentando a temperatura corporal. Alguns atletas relatam sentir náuseas e dor de 
estômago com o consumo de cafeína. Ainda, por aumentar a diurese, ela poderia 
favorecer a desidratação, embora pesquisas demonstrem que a suplementação 
com cafeína não interfi ra de forma signifi cativa no estado de hidratação (BIESEK; 
ALVES; GUERRA, 2010).
36
 Suplementação alimentar
4.8 BICARBONATO DE SÓDIO
Durante o exercício anaeróbico, a rápida formação de energia na forma de 
ATP, dá lugar a um acúmulo de H+, lactato e perda de potássio (K+). A célula 
muscular possui mecanismos para tamponar o acúmulo de íons, esse mecanismo 
de tamponamento não é sufi ciente para impedir a formação de íons hidrogênio 
durante o exercício intenso, por esse motivo, deverá ser veiculado de forma exó-
gena. O aumento do pH sanguíneo retarda a fadiga muscular durante o exercício 
anaeróbico prolongado. 
Em relação às doses recomendadas, é de 0,3g/kg de peso de 1 a 2 horas 
antes do exercício. O bicarbonato de sódio não possui riscos para a saúde, exceto 
possíveis moléstias gastrintestinais (vômitos, diarreia e tontura). É recomendado 
ingerir o bicarbonato com água para prevenir a diarreia hiperosmótica.
4.9 BETA ALANINA
A suplementação com β-alanina vem ganhando destaque na melhora da per-
formance do exercício e redução da fadiga muscular pós-treino (DERAVE et al., 
2010). É um aminoácido não essencial, precursor da carnosina. 
De acordo com Kendrick et al. (2009), sua ação ocorre no aumento da sín-
tese de carnosina em até 80%, contribuindo com o tamponamento muscular. O 
aumento da carnosina poderia favorecer a execução de exercícios intensos, ten-
do em vista que a diminuição do pH muscular contribui para a redução da fadiga. 
Conforme Hobson et al. (2012) a β-alanina é mais útil em atividades com du-
ração entre os 60 e os 240 segundos e os efeitos dessa substância em atividades 
com duração inferior a 60 segundos não são signifi cativos. 
Por outro lado, Harris et al. (2006) mostraram que a β-alanina pode causar 
rubor e parestesia, podendo afetar a destreza, coordenação, equilíbrio, orientação 
espacial, força e resistência, além de ter a possibilidade de a β-alanina poder re-
duzir os níveis de taurina no corpo, sendo que a taurina é necessária para ajudar 
a regular os fl uidos corporais.
É importante citar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa 
(BRASIL, 2010a) e a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (2009) não 
citam a β-alanina como suplemento nutricional. Assim, é necessário ter cautela na 
prescrição desse suplemento já que seu uso não é proibido e nem, até o momen-
to, regulamentado. 
37
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
4.10 SUPLEMENTO DE 
CARBOIDRATO
Fontan e Amadio (2015) em sua revisão sistemática destacam que é comum 
protocolos com a ingestão de carboidratos (CHO) com objetivo de aumento do 
desempenho esportivo (distância e tempo), em diferentes tempos, concentrações, 
intensidade e duração de exercício, proporcionando aumento da performance.
A duração, aptidão e o estado nutricional de cada indivíduo determinam qual 
via metabólica será utilizada predominantemente durante a realização do exercí-
cio, sendo que a intensidade infl uencia no processo, quando transita entre os do-
mínios de baixa para alta intensidade, o que acarreta diferentes taxas de oxidação 
de gordura, proteína e de CHO. No exercício aeróbio intenso, o CHO é utilizado 
em maior proporção, comparando-se com exercício aeróbio moderado (FONTAN; 
AMADIO, 2015). 
Nesse interim, destaca-se que em esforços intensos somente a dieta pode 
não suprir as demandas de carboidrato, sendo recomendada a suplementação 
com repositores energéticos e hidroeletrolíticos, que possuem CHO e retardam 
quadros de hipoglicemia ou desidratação acompanhada de fadiga muscular. A re-
comendação do ACSM (2016) para suplementação de CHO em atletas pode va-
riar de 6 a 10g/kg/dia.
O grande benefício do CHO durante o exercício, além de promover energia, 
é reduzir o estresse orgânico mantendo os níveis glicêmicos durante o exercício e 
não utilizando outros macronutrientes para gerar energia. São inúmeros os proto-
colos de suplementação com carboidrato como a maltodextrina antes, durante ou 
depois do treino. 
Segundo o ACSM (2016), o consumo de CHO é mais importante durante o 
exercício em situações nas quais os atletas não o ingeriram via alimentação. A 
ingestão deve começar logo após o início da atividade, sendo preferível que seja 
consumido de 15 em 15 minutos ou de 20 em 20 minutos durante todo o exercício 
do que em dose única ao fi nal da sessão de treino, podendo ser em gel, lanche 
rico em CHO ou em pó misturado em água que deve ter de 6 a 8% da concentra-
ção de CHO. 
Nos próximos capítulos, a temática os suplementos e suas formas de prescri-
ção será discutida de forma mais aprofundada.
38
 Suplementação alimentar
5 MICRONUTRIENTES/
SUBSTÂNCIAS BIOATIVAS E OS 
RADICAIS LIVRES
Para iniciar o último tópico deste capítulo, vamos rever o que são os radicais 
livres? Você se recorda deles das aulas de Bioquímica, Química, Nutrição Esportiva?
Vamos lá! Os radicais livres são átomos ou moléculas que possuem em sua 
última camada de valência seus elétrons desemparelhados, apresentando reativi-
dade entre as células, sendo que essa reatividade pode causar inúmeros dados 
biológicos, inclusive necrose celular, através da redução dos elétrons (oxidação) 
de compostos como proteínas, DNAs e lipídios (BACURAU, 2007).
Os radicais livres são gerados através de diferentes vias, sendo uma das 
principais o metabolismo oxidativo (respiração celular) devido a uma pequena 
porcentagem de oxigênio que não recebe o número apropriado de elétrons na ca-
deia respiratória. Eles recebem o nome de espécies reativas de oxigênio (EROs), 
radicais livres derivados do oxigênio (BACURAU, 2007).
Nosso organismo possui um mecanismo endógeno de defesa dos radicais 
livres, formado por enzimas, como a catalase e superóxido dismutase e a glutatio-
na, além das vitaminas, minerais e substâncias bioativas, como as antocianinas, 
isofl avonas, fl avonoides, glicosinolatos, provenientes da alimentação, que com-
põe o mecanismo exógeno de defesa antioxidante. Sendo que antioxidante são 
substâncias que ajudam a reduzir os efeitos gerados pelos radicais livres (COS-
TA; ROSA, 2016).
Os alimentos funcionais são conhecidos por serem fontes das 
substâncias bioativas, caracterizam-se por oferecer vários benefícios 
à saúde, além do valor nutritivo inerente a sua composição quími-
ca, podendo desempenhar um papel potencialmente benéfi co na 
redução do risco de doenças crônicas degenerativas, como câncer, 
diabetes, entre outras. Para mais informações sobre os alimentos 
funcionais e suas substâncias biotivas, acesse: <http://bvsms.saude.
gov.br/dicas-em-saude/420-alimento-funcionais>. 
39
INTRODUÇÃOÀ SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
Apesar de haver grande discussão em relação à geração de espécies rea-
tivas de oxigênio, é importante destacar que apresentam papéis importantes em 
nosso organismo, a maior preocupação se concentra quando são gerados em 
excesso, ou seja, acima da capacidade do organismo combater, como pode ser o 
caso durante a prática de exercício físico intenso (BACURAU, 2007).
A grande quantidade de radicais livres, conhecido também como estresse oxi-
dativo, quando esses radicais são as espécies reativas de oxigênio, pode desenca-
dear doenças cardíacas, diabetes e câncer (COZZOLINO; COMINETTI, 2013).
Alguns fatores que podem estar relacionados ao estresse oxidativo são:
• Idade, quando o indivíduo é tem mais idade.
• Sexo (sexo masculino).
• Dietas pobres em antioxidantes.
• Tabagismo.
• Alcoolismo.
• Áreas com região de altos índices de poluição atmosférica (BACURAU, 
2007).
5.1 NUTRIENTES ANTIOXIDANTES 
(SUPLEMENTOS) E LESÕES
Vários são os nutrientes e não nutrientes com potencial antioxidante a serem 
inseridos na rotina dos atletas que podem auxiliar na prevenção de doenças. De 
acordo com pesquisas, as Vitaminas C, A e E são as mais potentes, sendo que 
a Vitamina E é a mais indicada, pois está localizada em membranas plasmáti-
cas e em organelas. Ela pode ser consumida em até 200 vezes a Recommended 
Dietary Allowances (RDA) por praticantes de exercícios físicos regulares (HIRS-
CHBRUCH, 2014). 
A Vitamina C também tem destaque com função antioxidante, todavia, ao 
contrário da Vitamina E, o uso de quantidades maiores da RDA deve ser caute-
loso, sendo que se pode pensar em utilizar os valores dentro da Tolerable Upper 
Intake Level (UL) com os praticantes de exercício físico (BACURAU, 2007).
Quanto ao β-caroteno, precursor da Vitamina A, sabe-se que é potente na 
ação de proteção às espécies reativas de oxigênio, devendo também o consumo 
estar dentro das Dietary Reference Intakes (DRI). Ainda, tem-se destacado nessa 
área a Coenzima Q10, substância presente na cadeia de transporte de elétrons, 
40
 Suplementação alimentar
apresentando potencial antioxidante. No entanto, como demais substâncias, são 
necessárias maiores comprovações na área do esporte (HIRSCHBRUCH, 2014). 
Vários outros micronutrientes e substâncias bioativas são estudadas como 
efeitos antioxidantes, os quais serão mencionados a seguir, todavia, cabe desta-
car que as pesquisas não padronizaram quantidades diferentes das já estabeleci-
das pelas DRI, que não são específi cas para atletas (BACURAU, 2007). 
De todos os minerais, os que mais se destacam com ação antioxidante, atu-
ando diretamente ou indiretamente como coenzimas, são o cobre, zinco, manga-
nês, selênio e ferro. Apresar de serem verifi cados em decréscimo no organismo 
de atletas, requerem cuidados em suplementações devido ao potencial de toxici-
dade (HIRSCHBRUCH, 2014).
Além das especulações referentes ao potencial dos antioxidantes na redução 
das lesões, temos também pesquisas que os relacionam com a performance dos 
atletas, já em 1992 Snider et al. forneceram para as triatletas uma mistura de Vi-
tamina E (200 UI/dia), CoQ10 (100 mg/dia), inosina e citocromo C e não obtiveram 
resultados satisfatórios ao fi nal a pesquisa. É importante destacarmos ainda que 
muitas pesquisas com suplementação de antioxidantes muitas vezes são realiza-
das com sedentários que se tornam praticantes de exercício físico ou com ratos/
camundongos (HIRSCHBRUCH, 2014). 
É importante ressaltarmos que o efeito de um micronutriente 
pode ser “mascarado” pelos efeitos fi siológicos do exercício, nesse 
sentido, Bacurau (2007) propôs que seria necessária uma amostra 
estimada com mais de 5 mil indivíduos, o que não acontece na maio-
ria das pesquisas publicadas.
5.2 SISTEMA ANTIOXIDANTE 
ENDÓGENO E LESÃO
As enzimas antioxidantes que representam o sistema endógeno antioxidan-
te, apresentam-se em exames laboratoriais de atletas em maior quantidade que 
em indivíduos sedentários, demonstrando que o organismo desses indivíduos 
41
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
apresenta um mecanismo de adaptação ao exercício físico. Alguns pesquisadores 
afi rmam que a relação entre a quantidade de treinamento semanal e o nível de 
proteção antioxidante é compatível, ou seja, quanto maior o nível de treinamento, 
maior a defesa do organismo.
Nesse contexto, considerando as lesões causadas em treinos, sugere-se 
que aconteçam em maior frequência em indivíduos ainda não adaptados aos 
treinos e maior quantidade de EROs, como os praticantes de fi nal de semana 
(BACURAU, 2007).
CONSUMO DE ANTIOXIDANTES POR PRA-
TICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA
MACEDO, J. L. et al. Consumo de antioxidantes por praticantes 
de atividade física. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São 
Paulo. v. 13. n. 80. p.550-556. Jul./Ago. 2019. Disponível em: <http://
www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/1396>. Acesso em: 21 
mar, 2020.
Resumo: Introdução: A prática de exercícios físicos promove 
efeitos benéfi cos à saúde humana, porém, quando os limites fi sio-
lógicos não são respeitados, pode provocar danos ao organismo, 
como causar o aumento da produção de radicais livres. O termo an-
tioxidante refere-se a compostos químicos que reduzem os efeitos 
oxidativos de lipídios, proteínas e ácidos nucleicos causados pelos 
radicais livres. Os antioxidantes apresentam capacidade de reagir 
com eses radicais diminuindo seus efeitos nocivos. Objetivo: Reali-
zar uma busca bibliográfi ca sobre o consumo de antioxidantes por 
praticantes de atividade física. Materiais e métodos: Trata-se de uma 
revisão de literatura do tipo integrativa. Para a busca e seleção dos 
estudos, utilizou-se as bases de dados: Ebscohost e Scielo e o bus-
cador Google Acadêmico, totalizando oito artigos, publicados entre 
os anos de 2015 e 2019. Resultados e discussão: em todos os estu-
dos analisados, verifi cou-se que houve inadequação do consumo de 
alimentos antioxidantes por praticantes de diversos tipos de atividade 
física, aeróbias e anaeróbias. Entre as vitaminas e minerais estuda-
dos, observou-se um predomínio de baixo consumo, principalmente, 
das Vitaminas A e C. Conclusão: Na presente pesquisa, observou-
-se que os praticantes de atividade física apresentam consumo ina-
42
 Suplementação alimentar
dequado de antioxidantes, é necessária a ingestão adequada desses 
compostos devido ao stress físico das lesões decorrentes da prática 
desportiva.
Palavras-chave: Consumo de alimentos. Nutrientes. Antioxi-
dantes. Exercício físico.
Atividades de Estudo: 
1 Considerando os métodos pelos quais os ergogênicos podem me-
lhorar a performance mediante a potência física, força mental e 
limite mecânico, relacione as colunas a seguir:
a) Para intensifi car a potência física
b) Para intensifi car a força mental ___________________________
c) Para intensifi car os limites mecânicos 
( ) Aumento dos processos psicológicos que maximizam a produção 
de energia.
( ) Melhora na estabilidade pelo aumento da massa corporal, sobre-
tudo da massa muscular.
( ) Melhora na liberação do substrato energético no músculo.
Assinale a alternativa que corresponde a ordem correta:
a) ( ) A; B; C.
b) ( ) B; A; C.
c) ( ) C; A; B.
d) ( ) B; C; A.
2 Assinale a alternativa que corresponde às classifi cações dos ali-
mentos para atletas estabelecidas pela Resolução nº 18 de 27 de 
abril de 2010 da ANVISA:
43
INTRODUÇÃO À SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR Capítulo 1 
a) ( ) Suplementos hidroeletrolíticos para atletas; suplementos energé-
ticos para atletas; suplementos proteicos para atletas; suplementos 
para substituição parcial de refeições de atletas; suplemento de 
creatina para atletas; e suplemento de cafeína para atletas.
b) ( ) Suplementos hidroeletrolíticos para atletas; suplementos ener-
géticos para atletas; suplementos proteicos para atletas; suple-
mento de creatina para atletas; e

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