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Bioquímica II Letícia H. Cossa GLICÓLISE Glicólise: quebra das moléculas de glicose. Gliconeogênese: formação de glicose a partir de uma molécula orgânica que não seja carboidrato. A glicose além de um excelente combustível é uma molécula versátil. Matriz extracelular e polissacarídeos de parede celular; Síntese de polímeros estruturais; Sofre oxidação para formar ATP; Pode ser armazenada na forma de polissacarídeos, como glicogênio, amido, sacarose... Que são necessários para os momentos em que estamos em jejum. É um precursor da via Ribose-5-fosfato, usada como precursora para a síntese de nucleotídeos. GLICÓLISE: “Glykys” é açúcar e “Lysis” é quebra. É a quebra de uma molécula de glicose que gera duas moléculas de piruvato; Durante essa quebra, há consequente produção de ATP. Ocorre em animais, microrganismos e plantas, o que torna o processo universal. A degradação ocorre a partir de uma sequência de 10 reações. Para alguns tecidos e células de mamíferos, a glicólise é a única fonte de energia metabólica, como as hemácias, a medula renal, o SNC e os espermatozoides. → Esses tecidos e células não são capazes de oxidar completamente a molécula de glicose, por isso realizam somente até a etapa de glicólise. Glicólise → Mitocôndria → fosforilação oxidativa. Organismos aeróbicos extraem energia livre da glicose obtida do ambiente por meio da sua oxidação pelo oxigênio molecular gerando CO2 e H2O como produtos finais. A glicólise pode ser chamada também de via glicolítica, via de Embden-Meyerhof-Parnas. As 10 enzimas glicolítica envolvidas no processo de glicólise estão presentes no citoplasma. Esse processo ocorre no citoplasma. ETAPAS DA OXIDAÇÃO DA GLICOSE: 1) Glicólise citoplasma (independe de O2) 2) Ciclo de Kerbs; 3) Cadeia respiratória e fosforilação oxidativa. Ocorrem na mitocôndria e necessitam de O2 REAÇÕES DA GLICÓLISE: São cinco reações que consomem ATP e cinco reações que produzem ATP. 1) Fase preparatória: 2 fosforilações; Quebra de 1 hexose em 2 trioses; Dois ATP’s são investidos para formar compostos com maior energia livre de hidrólise. 2) Fase do Pagamento: Conservação da energia livre na forma de ATP e NADH. Geração de duas moléculas de piruvato. → Um ATP é utilizads para retirar o fosfato e inserir na glicose para que ela não consiga ser movimentada para fora da célula, dessa forma ficando presa interiormente. → O outro ATP é utilizado para transformar a glicose em frutose-1,6 difosfato. → Com a quebra da futose-1,6 difosfato, há formação de gliceraldeído 3-fosfato e dihidroxicetona-fosfato. → Depois da adição de fosfato à glicose, a reação se torna irreversível. → Hexocinase: é a enzima que catalisa a conversão de uma hexose a hexose-6-fosfato, através da hidrólise de ATP em ADP, transferindo assim o grupo fosfato ao monossacarídeo. → Na falta de O2 o piruvato pode se transformar em lactato. ETAPAS DA GLICÓLISE : Fase preparatória: Nessa fase um ATP é consumido para a conversão de glicose em frutose-1,6-bifosfato. A Bioquímica II Letícia H. Cossa ligação entre C-3 e C-4 é clivada para formar dois compostos fosforilados de 3 ou 6 carbonos. 1. Fosforilação da glicose: a glicose é ativada para as reações subsequentes, pela fosforilação em glicose-6- fosfato, com ATP como doador de grupo fosforil. Essa reação é catalisada pela Hexocinase, e é irreversível em condições intracelulares. 2. A glicose-6-fosfato é convertida em frutose-6-fosfato: a enzima fosfo-hexose-isomerase catalisa a isomerização reversível da glicose-6-fosfato (aldose) em frutose-6fosfato (cetose). 3. A fosforilação da frutose-6-fosfato a frutose-1,6- bifosfato: a enzima fosfofrutocinase-1 catalisa a transferência de um grupo fosforil do ATP para a frutose-6-fosfato, formando a frutose-1,6-bifosfato. Convenção-chave: compostos com dois grupos fosforil acoplados em diferentes posições da molécula são chamados bifosfatos. 4. Clivagem da frutose-1,6-bifosfato: a enzima frutose- 1,6-bifosfato-aldolase (ou aldolase), catalisa uma condensação aldólica reversível. A frutose-1,6-bifosfato é clivada para a formação de uma aldose (gliceraldeído-3-fosfato) e a cetose di-hidroxiacetona- fosfato. 5. Interconversão da trioses-fosfato: apenas o gliceraldeído-3-fosfato pode ser degradado nas etapas subsequentes da glicólise. O outro produto, a di- hidroxiacetona-fosfato é convertido em gliceraldeído-3- fosfato pela enzima triose-fosfato-isomerase. Essa reação completa a fase preparatória. A hexose foi fosforilada em C-1 e C-6, e posteriormente clivada para formar duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato. Inicio da fase de pagamento 6. Oxidação do gliceraldeído-3-fosfato e 1,3- bifosfoglicerato: é catalisada pela enzima gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase. Essa é a primeira das duas reações de conservação de energia, que no final leva à formação de ATP. 7. Transferência de grupo fosforil de 1,3- bifosfoglicerato a ADP: A enzima fosfoglicerato- cinase transfere o grupo fosforil de alta energia do grupo carboxil do 1,3-bifosfoglicerato para o ADP, produzindo ATP e 3-fosfoglicerato. 8. Conversão de 3-fosfoglicerato a 2-fosfoglicerato: a enzima fosfoglicerato-mutase catalisa o deslocamento reversível do grupo fosforil entre C-2 e C-3 do glicerato. Mg2++ é essencial para essa reação. 9. A desidratação de 2-fosfoglicerato a fosfoenolpiruvato: a enolase promove a remoção reversível de uma molécula de água do 2-fosfoglicerato para formar fosfoenolpiruvato (PEP). Bioquímica II Letícia H. Cossa 10. Transferência de um grupo fosforil do fosfopiruvato para o ADP: a última etapa na glicólise é a transferência de um grupo fosforil do fosfopiruvato ao ADP, catalisada pela piruvato-cinase. Para que ocorra a reação, é necessária a presença de K+ e MG+ ou Mn+. Após a glicólise, o piruvato pode tomar três rumos: 1. Ser reduzido a etanol – fermentação alcóolica. 2. Ser reduzido a lactato – fermentação lática 3. Ser completamente oxidado aa CO2 e H2O – Ciclo do ácido cítrico. → A acetil-CoA, em união com o oxaloacetato (4C), formará o citrato (6C) iniciando o ciclo de Krebs. → No início da cadeia respiratória, o NADH é oxidado gerando NAD+. O produto final desse processo será a oxidação completa da glicose, gerando CO2 e H2O. FERMENTAÇÃO: degradação de nutrientes orgânicos para obtenção de energia na ausência de O2. Pode ser fermentação lática ou alcoólica. Fermentação Lática: ocorre devido à falta de O2, em que o piruvato não entra no ciclo de Krebs, então ao invés de entrar na mitocôndria, o piruvato permanece no citosol e é reduzido à lactato. Nesse processo, ocorre a oxidação do NADH gerando NAD+. Ocorre em células musculares de pessoas em atividade intensa, em que a quantidade de O2 que chega às células é insuficiente aos tecidos. Ocorre em situações de hipovolemia severa ou choque hipovolêmico. O resultado desse processo é a oxidação incompleta da glicose gerando lactato. Na ausência de O2, o ciclo de Krebs para, sendo que o piruvato é descarboxilado (libera CO2) gerando acetaldeído o qual é reduzido à etanol (álcool). Nesse processo, ocorre a oxidação do NADH gerando NAD+. O lactato formado pelo musculo esquelético em atividade (ou pelos eritrócitos) pode ser reciclado; ele é transportado pelo sangue até o fígado, onde é convertido em glicose durante a recuperação da atividade muscular exaustiva. Fermentação alcoólica: é o tipo de fermentação realizada por leveduras e fungos. Na fermentação alcoólica, as duas moléculas de ácido pirúvico produzidas são convertidas em álcool etílico (também chamado de etanol), com a liberação deduas moléculas de CO2 e a formação de duas moléculas de ATP. Não ocorre em animais. RESPONDA: → Em qual local da célula ocorre a glicólise? No citoplasma. → A glicólise pode ser dividida em duas fases. Quais? O que caracteriza cada uma dessas fases? Divide-se em fase preparatória e fase do pagamento. Na fase preparatória, há gasto de 2 ATP’s para tornar a glicose imóvel e para quebrar a molécula, respectivamente. E na fase do pagamento, há conservação da energia livre na forma de ATP e NADH para geração de 2 piruvatos. → Qual o saldo energético da glicólise? Duas moléculas de NADH. → Qual é o produto final da glicólise e quais são os destinos possíveis? O produto final é o piruvato. Caso haja O2,ele segue para dentro da mitocôndria onde sofrera a fosforilação oxidativa e terminará o processo de respiração celular. Do contrário, na falta de O2, ele poderá sofrer fermentação. Bioquímica II Letícia H. Cossa → Qual a função das fermentações? Produzir energia a partir da degradação de nutrientes na ausência de O2. Pode ocorrer fermentação lática e fermentação alcoólica. REGULAÇÃO DA GLICÓLISE Piruvato desidrogenase catalisa três reações; É regulada em três pontos: Hexocinase; Fosfofrutocinase; Piruvatocinase; GLICOCINASE: A fosforilação da glicose em glicose-6-fosfato é a primeira etapa regulada, e é irreversível, realizada pela hexocinase. A hexocinase é encontrada em todos os tecidos e apresenta um baixo km, o que significa que ela tem uma ALTA especificidade com o substrato. Desse modo, a afinidade elevada com o substrato faz com que ela seja ativada em baixas concentrações de glicose e não consegue fosforilar rapidamente altas quantidades de glicose. É inibida pela glicose-6-fosfato. GLICOCINASE: Está presente nas células beta-pancreáticas e no fígado. É ativada em altas concentrações de glicose; Fosforila rapidamente altas quantidades de glicose. Não é inibida pela glicose-6-fosfato e é estimulada pela insulina. Esses dois fatores proporcionam a retirada da glicose sanguínea pelo fígado. FOSFOFRUTOCINASE 1: É uma enzima limitante da taxa da glicose, e atua na terceira etapa da glicólise, que converte a frutose-6- fosfato em frutose-1,6-bifosfato. É inibida pelo ATP e o citrato; O ATP é um indicativo de que a energia está alta dentro da célula. É ativada pelo AMP cíclico e pela frutose-2,6- bofosfato. PFK-2 No estado alimentado, a insulina desfosforila a PFK-2. Converte a frutose-6-fosfato a frutose-2,6-bifosfato. Em jejum, PFK-2 atua como uma fosfatase, isso implica a conversão da frutose-2,6-bifosfato em frutose-6-fosfato, favorecendo a gliconeogênese. GLICONEOGÊNESE Utiliza vias que não são carboidratos para produzir glicose. É uma via metabólica importante, pois alguns tecidos como cérebro, hemácias, medula renal, cristalino, córnea ocular, testículos e músculos em exercício necessitam de suprimento continuo de glicose. Ocorre no período entre as refeições e nos períodos de jejum prolongado. Alguns precursores da gliconeogênese são: lactato, piruvato, glicerol, aminoácidos e oxaloacetato. Não é simplesmente o inverso da glicólise. Alguns passos são diferentes de tal forma que o controle de uma via não inativa a outra. Contudo, muitos passos são os mesmos; “Pega o piruvato ou outro intermediário com menos carbonos e transforma em glicose”. Em mamíferos, ocorre principalmente no fígado e em menor extensão, no córtex renal e nas células epiteliais que revestem o intestino delgado. O oxaloacetato é o material de partida para a gliconeogênese. CIRCUITO DE CORI: Após exercícios vigorosos, o lactato produzido pela glicólise anaeróbia no músculo esquelético retorna para o fígado e é convertido em glicose novamente, que volta aos músculos e é convertida em glicogênio. ETAPAS DIFERENTES DA GLICÓLISE: Piruvato para PEP. Frutose-1,6-bifosfato para frutose -6-fosfato. Glicose-6-fosfato para glicose. No jejum, a Gliconeogênese é responsável por fornecer glicose para o cérebro. Ácidos graxos e Aminoácidos cetogênicos não SÃO precursores para Glicose. Possui 7 reações enzimáticas compartilhadas com a glicólise, porém os três passos irreversíveis precisam ser contornados. Reações de contorno na gliconeogênese: 1. Conversão de Piruvato em Fosfoenolpiruvato (PEP): A piruvato-carboxilase é a primeira enzima de regulação na via gliconeogênica; No citosol, oxaloacetato é convertido a fosfoenolpiruva to pela PEP- carboxilase. Como a membrana mitocondrial não tem transportador para o oxaloacetato, antes de ser exportado para o citosol o oxaloacetato formado a partir do piruvato deve ser reduzido a malato pela malatodesidrogenase mitocondrial, com o consumo de NADH; Bioquímica II Letícia H. Cossa 2. Conversão da frutose-1,6-bifosfato a futose-6-fosfato: como essa reação é irreversível em células intactas, a geração de frutose-6-fosfato a partir da frutose-1,6- bifosfato é catalisada por uma enzima diferente, dependente de MGg++, a frutose-1,6-bifosfatase, que promove a hidrolise essencialmente irreversível do fosfato no C-1. Conversão de glicose-6-fosfato em glicose: essa é a reação final do processo; A reação catalisada pela glicose-6- fosfatase não requer síntese de ATP, sendo a hidrolise simples de uma ligação éster fosfato. Glicólise Regulação da glicólise gliconeogÊnese
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