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Equoterapia: Benefícios e Indicações

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1 
 
 
“A equoterapia trata-se de um método 
terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma 
abordagem interdisciplinar aplicada nas áreas de 
saúde e educação, buscando o 
desenvolvimento biopsicossocial de pessoas 
com necessidades especiais.” 
(ANDE – BRASIL) 
 
• Introdução 
⤳ O termo equoterapia foi criado, em 1989, pela 
Associação Nacional de Equoterapia (ANDE). 
⤳ No ambiente equoterápico a pessoa deixa de 
ser paciente e passa a ser chamado de 
praticante de equoterapia. 
 
Quando o praticante é incapaz de gerar os 
movimentos por si só, o cavalo gera os 
movimentos e os transmite ao praticante, que 
desencadeia o seu mecanismo de resposta. A 
repetição simétrica, rítmica e cadenciada faz 
com que as respostas surjam de maneira 
bastante rápida (WICKERT, 1999). 
 
• Andaduras naturais do cavalo 
⋅ 1° Trote 
⋅ 2° Galope (andaduras saltadas) 
⋅ 3° Passo (rolada ou marchada – sem 
tempo de suspensão): 
⤳ É a andadura mais utilizada na equoterapia; 
⤳ Ritmada, cadenciada, ou seja, sempre no 
mesmo ritmo e na mesma cadência. 
⤳ Simétrica – todos os movimentos produzidos 
de um lado do animal se reproduzem com 
simetria do outro lado. 
 
Ao passo, o cavalo possui uma marcha de 
quatro batidas, que em trinta minutos de 
terapia, o paciente executa de 1.800 a 2.250 
ajustes tônicos capazes de atuar no SNC 
(WICKERT, 1999). 
 
O cavalo movimenta um membro em cada tempo. 
 
⤳ Movimentos tridimensionais produzidos pelo 
cavalo ao passo: 
⋅ Eixo vertical: para cima e para baixo 
(aproximadamente 5 cm); 
 ⋅ Plano frontal: direita e esquerda; 
 ⋅ Plano sagital: para frente e para trás; 
⋅ E uma pequena torção da pelve do 
praticante de equoterapia (giros de 8°), 
provocada pelas inflexões laterais do 
dorso do animal. 
 
⋅ São movimentos simultâneos. 
Todas as combinações de movimentos são 
utilizadas ao longo da sessão. 
 
⤳ O movimento tridimensional e multidirecional é 
proporcionado pela andadura ao passo, sendo 
transmitida ao praticante a partir do contato pela 
cintura pélvica com o cavalo (DURAN, 1999). 
 
⤳ A marcha do cavalo é a mais semelhante à 
marcha humana, no que diz respeito às 
dissociações entre cinturas escapular e pélvica, 
sendo que as dissociações latero-lateral, infra 
superior e anteroposterior conservam 
basicamente as mesmas proporções ((BRUDER, 
1998; AUGUSTO, 1999 apud PRADA et al., 2004; 
BIZERRA et al., 2004). 
 
⤳ O cavalo ao passo faz um movimento com o 
seu dorso e quando colocamos o praticante 
sobre o dorso do cavalo, ou seja, sobre seu 
centro de gravidade ocorre um alinhamento do 
centro de gravidade do animal e do praticante 
formando um único corpo e, todo o movimento 
que o cavalo realiza o praticante também realiza. 
Assim, o dinamismo e os desequilíbrios 
constantes exigem ajustes posturais do 
praticante a fim de manter o equilíbrio 
(MEDEIROS; DIAS, 2002). 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Estímulos recebidos pelo cavalo 
⤳ A conscientização corporal; 
⤳ Integração sensorial; 
⤳ Estimulação do vestibular (responsável pelo 
equilíbrio, através das oscilações do tronco do 
praticante causadas pelo movimento 
tridimensional do cavalo); 
⤳ Ajustes tônicos; 
⤳ Modulação do tônus muscular; 
⤳ Estimulação de reações de endireitamento e 
de proteção melhorando a postura; 
⤳ O aumento da capacidade ventilatória e a 
conscientização da respiração. 
(ROCHA; LOPES, 1999; ROBACHER et al., 2003) 
 
• Indicação 
⤳ Idade mínima de dois anos; 
⤳ Doenças neurológicas (atenção: doenças 
neurodegenerativas – síndrome de Duchenne); 
⤳ Doenças ortopédicas; 
⤳ Doenças genéticas; 
⤳ Sequela de traumas e cirurgias; 
⤳ Distúrbios de aprendizagem e linguagem; 
⤳ Atraso do desenvolvimento motor; 
⤳ Distúrbios mentais, psicológicos e 
comportamentais 
(MEDEIROS; DIAS, 2002) 
 
• Contraindicação 
⤳ Processos tumorais, infecciosos e 
inflamatórios; 
⤳ Escoliose estrutural acentuada (acima de 45 
graus); 
⤳ Osteoporose moderada à grave com ou sem 
história de fraturas; 
⤳ Instabilidade atlanto-axial (geralmente 
encontrada em pacientes com Síndrome de 
Down); 
⤳ Crises convulsivas; 
⤳ Epilepsia; 
⤳ Hipertensão não controlada por 
medicamentos; 
⤳ Luxação de quadril se existir dor e/ou 
amplitude de movimento inadequada; 
⤳ Amputação a nível pélvica; 
⤳ Cardiopatias graves; 
⤳ Rigidez articular – quando há presença de dor 
na movimentação; 
⤳ Alergia ao pelo do animal; 
⤳ Hérnia de disco. 
(MEDEIROS; DIAS, 2002) 
 
• programas básicos da equoterapia 
⋅ 1° Programa Hipoterapia: 
⤳ Programa mais utilizado; 
⤳ Indicado para praticantes com mobilidade 
reduzida, déficits motores e/ou cognitivos (não 
consegue ficar sozinha sem supervisão); 
⤳ Indicado para pessoas com necessidades 
especiais; 
⤳ Necessita de um auxiliar-guia e do auxilia lateral 
(ou até 2); 
⤳ O cavalo, pelo movimento, estimula mais o 
praticante do que este atua sobre ele. O 
praticante não tem condições de guiar o cavalo. 
 
⋅ 2° Programa Educação / Reeducação: 
⤳ Pode ser aplicado tanto na área da reabilitação 
quanto na área de educação/reeducação; 
⤳ Neste programa o praticante possui 
condições de exercer alguma atuação sobre o 
 
3 
 
cavalo e pode conduzi-lo, dependendo em 
menor grau do auxiliar-guia e do auxiliar lateral. 
 
⋅ 3° Programa Pré-esportivo 
⤳ Também pode ser aplicado nas áreas de 
reabilitação ou educativa. Porém, visa mais um 
esporte adaptado do que um programa de 
reabilitação. (É uma evolução do praticante, onde 
não precisa mais de um auxiliar guia ou auxiliar 
lateral); 
⤳ O praticante possui boas condições para atuar 
e conduzir o cavalo e, embora não pratique 
equitação, pode participar de pequenos 
exercícios específicos de hipismo. 
 
• estrutura da sessão 
⋅ 1° Primeira etapa: aproximação 
⤳ “O cuidar do animal”; 
⤳ Sempre fazer nas primeiras sessões, em 
casos de medo e receios, ficar nessa fase por 
semanas ou meses, para que o praticante se 
acostume com o cavalo; 
⤳ Dar atividades de cuidado com o animal para 
o praticante (alimentar, escovar...), facilitando na 
familiarização. 
 
⋅ 2° Segunda etapa: montaria 
⤳ Onde vai atrás dos objetivos de tratamento 
(trabalhar equilíbrio, melhorar coordenação 
motora e entre outros) 
 
⋅ 3° Terceira etapa: desfecho 
⤳ “Início, meio e fim”; 
⤳ Dar atividade para marcar essa fase de 
termino, como guardar o cavalo (com praticantes 
que tem dificuldade de sair do cavalo). 
 
• construção da fase de montaria 
⋅ Dependendo do praticante: 
Seleção dos equipamentos 
⤳ Sela: Maior movimento; estímulos; estabilidade 
e segurança. Fica bem presa, garantindo que os 
movimentos tridimensionais cheguem melhor no 
praticante. 
⤳ Manta: Mudanças de decúbito (dá uma 
flexibilidade para mudanças de decúbito, melhor 
que a sela nesse ponto); montaria dupla; porém 
gera mais instabilidade, pois não é tão presa 
quanto a sela. 
⤳ Estribo: Maior estabilidade (sempre); alguns 
exercícios sem estribo (> instabilidade). 
Bom para crianças que andam na ponta 
do pé (colocando o tornozelo numa 
posição mais neutra). 
(CIRILLO, 1998) 
 
⋅ Dependendo dos objetivos 
Seleção do trajeto 
⤳ Subida: abdominal 
⤳ Descida: paravertebrais 
⤳ “S”: coordenação motora; equilíbrio 
⤳ Círculo: + utilizada 
 
Tipo de solo 
⤳ Areia: Maior absorção de impactos 
⤳ Grama; Asfalto e Terra Batida: mais impacto 
– “cuidado com a osteoporose” 
(WICKERT, 1999) 
 
• Andaduras do passo 
⤳ Além de tudo isso, é importante ser definido 
o perfil dos praticantes atendidos para escolher 
qual a frequência de passada é necessária para 
favorecer o tratamento. 
 
A frequência de passada, ligada à velocidade do 
caminhar e comprimento do passo pode ser 
dividida em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
⋅ Transpista: 
⤳ Passadas longas; 
⤳ A marca da pata traseira ultrapassa a 
marca da pata da frente; 
⤳ Baixa frequência, mais lento; 
⤳ Tem como objetivo diminuir a 
espasticidade; dissociação de cinturas, 
coordenação motora, transferência de 
peso. 
 
O cavalo que transpista naturalmente é o 
melhor para a equoterapia, pois proporcionaum 
maior número de estímulos ao praticante. 
(PIEROBON, 2005) 
 
⋅ Sobrepista: 
 ⤳ Passadas regulares; 
⤳ A marca da pata traseira é em cima da 
marca da pata da frente; 
 ⤳ Frequência média; 
⤳ Esse tipo de andadura proporciona 
maior ênfase na estimulação infra 
superior do praticante; 
⤳ Tem como objetivo o alinhamento 
corporal; controle de cabeça e tronco. 
 
⋅ Antepista: 
⤳ Passadas curtas; 
⤳ A marca da pata traseira fica atrás da 
marca da pata da frente; 
⤳ Alta frequência, veloz; 
⤳ Tem como objetivo o equilíbrio e força 
muscular, praticantes com hipotonia. 
 
• benefícios da equoterapia 
⤳ Melhorar o equilíbrio e a postura, através da 
estimulação de reações de endireitamento e de 
proteção; 
⤳ Desenvolver a coordenação de movimentos 
entre tronco, membros e visão; 
⤳ Estimular a sensibilidade tátil, visual, auditiva e 
olfativa pelo ambiente e pela atividade com o 
cavalo; 
⤳ Oferecer sensações de ritmo; 
⤳ Desenvolver a modulação do tônus muscular; 
⤳ Estimular a força muscular; 
⤳ Desenvolver a coordenação motora fina; 
⤳ Promover a organização e a consciência 
corporal; 
⤳ Aumentar a autoestima, facilitando a 
integração social; 
⤳ Estimular o bom funcionamento dos órgãos 
internos; 
⤳ Aumenta a capacidade ventilatória 
⤳ Favorecer a conscientização da respiração; 
⤳ Melhorar a memória, concentração e 
sequência de ações; 
⤳ Motivar o aprendizado, encorajando o uso da 
linguagem; 
⤳ Ajudar a superar fobias, como a de altura e a 
de animais; 
⤳ Estimula a afetividade pelo contato com o 
animal; 
⤳ Aumentar a capacidade de independência e 
de decisões; 
⤳ Ensinar a importância de regras como a 
segurança e a disciplina; 
⤳ Promove a sensação de bem-estar, motivando 
a continuidade do tratamento.

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