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APOSTILA MÓDULO 1 - Gestão de Recursos Ambientais - 20212 B - UNINABUCO

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1 Conceitos de temática ambiental 
A temática ambiental está em destaque no cenário mundial, por isso, há uso indiscriminado 
dos termos relacionados a ela. Antes de discutir sobre tais questões, você precisa conhecer e 
aprofundar seus conhecimentos sobre esses conceitos da área no intuito de evitar possíveis 
discordâncias ou equívocos. 
 
1.1 Conceitos de natureza e meio ambiente 
O termo natureza, de maneira geral, é entendido como algo do mundo natural ou do meio 
físico que não depende do homem para nascer ou desenvolver-se. Dulley (2004) confirma essa 
definição enquanto termo genérico, que designa os organismos e o ambiente onde eles vivem: o 
mundo natural. Souza (1997) destaca o seguinte conceito: “a natureza, vista em dimensão 
histórica, inclui o homem, seus atos, objetos, conhecimentos, crenças, potencialidades e limites”. 
Nele, destaca-se o fato de que o homem faz parte da natureza, ainda que essa ideia seja rejeitada 
por grande parte da população. 
 
Ainda, Capra (1996) apresenta um conceito mais complexo, confira: “a natureza é vista como uma 
teia interconexa de relações na qual a identificação de padrões específicos como sendo ‘objetos’ 
depende do observador humano e do processo do conhecimento”. Veja que o autor defende a 
ideia de que a natureza está conectada com absolutamente todas as formas de vida por meio 
de uma teia de inter-relações em que se encontram os seres humanos. Mas, ainda assim, devido 
ao seu ponto de vista ou de observação, visualiza enquanto “objetos”, ou seja, aquilo que ele 
pretende extrair. A percepção da natureza, enquanto conjunto de objetos a serem extraídos e 
utilizados pelo homem, integra uma visão de mundo capitalista. 
 
Quanto ao termo meio ambiente, Dulley (2004) destaca que a expressão é constituída 
por relações dinâmicas entre os seres vivos e os não vivos, ou seja, de todos os seus 
componentes. Os seres e as coisas, isoladas, não formariam meio ambiente porque não se 
relacionariam. Assim, nesse conceito, há destaque para as “relações” estabelecidas entre os seres. 
E é relevante você perceber que tal definição inclui o homem no ambiente. 
 
 
Figura 1 - O meio ambiente é um conjunto com todas as coisas com vida e sem vida que existem no planeta Terra que afetam os 
outros ecossistemas e a vida dos seres humanosFonte: Alphaspirit, Shutterstock, 2020. 
Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), em 1972, durante a Conferência de Estocolmo, 
o meio ambiente foi definido como "o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais 
capazes de causar efeitos diretos ou indiretos em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as 
atividades humanas". A partir desse conceito, o meio ambiente foi subdividido em quatro 
esferas: atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera. Essa conferência também foi uma das primeiras 
iniciativas em busca da preservação e do melhoramento do meio ambiente. 
1.2 Conceitos de recursos, recursos naturais e recursos 
ambientais 
Os recursos, de acordo com Dulley (2004), referem-se à obtenção de algo, estão distribuídos na 
Terra, nos vários lugares em porções fixas e, apesar de possuírem potencial para renovação, tais 
processos demoram centenas de milhões de anos. Nessa definição é importante destacar dois 
pontos: 
 
Em relação à distribuição em porções fixas na Terra por vários lugares, isso representa o fato de os 
recursos estarem distribuídos de maneira desigual pelo planeta. Como exemplo, você pode considerar o 
petróleo, cuja maior parte das reservas encontram-se na área do Oriente Médio. 
Em relação à renovação, eles levam muito tempo, isso ressalta o fato de os recursos, uma vez utilizados, 
não serem facilmente repostos na natureza. 
 
Conforme a Constituição Brasileira de 1988, recurso pode ser “componente do ambiente 
relacionado com frequência à energia que é utilizada por um organismo e qualquer coisa obtida 
do ambiente vivo e não-vivo para preencher as necessidades e os desejos humanos”. Essa 
definição colabora com a ideia de que os recursos estão à disposição das vontades humanas. 
Como você pode perceber, esse entendimento favorece a exploração inconsequente dos 
recursos e é contrário à lógica da sustentabilidade. 
 
Já recursos naturais são um conceito antigo que vem da união dos significados das 
palavras recurso e natureza, descritos anteriormente. Sendo, portanto, aquilo que está na 
natureza, necessário aos seres humanos. Esses recursos são divididos em duas 
categorias: renováveis e não renováveis. 
 
O que diz respeito a recursos ambientais, conforme Dulley (2004), corresponderiam 
aos recursos naturais renováveis que possuem valor econômico. Na legislação brasileira, tal 
termo tem sido mais frequentemente empregado, pois vincula-se à ideia de sustentabilidade, 
para qual objetiva-se aproveitar dos recursos econômicos de forma racional para que os 
renováveis não se esgotem por mau uso e para retardar a finitude dos não renováveis. A 
legislação brasileira mais recente admite, preferencialmente, a nomenclatura recursos 
ambientais, porém, nos textos mais antigos, ainda existe o termo recursos naturais. 
 
1.3 Recursos naturais renováveis e não renováveis 
São classificações criadas a partir do conceito de recursos naturais. Para Dulley 
(2004), os recursos naturais renováveis são aqueles que, mesmo posteriormente à sua 
utilização, podem ser renovados, ou seja, retornam e, novamente, tornam-se disponíveis. 
Como exemplos de recursos renováveis você pode considerar as energias solar, eólica e 
hidrelétrica. Agora, os recursos naturais não renováveis são aqueles que, uma vez utilizados, 
não retornam à natureza, ou seja, não podem ser substituídos ou produzidos novamente. São 
exemplos de recursos não renováveis minerais como ferro, ouro etc. 
 
Figura 2 - A energia solar, uma das fontes de energia renováveis, é um exemplo que pode manter-se e 
ser aproveitada sem possibilidade de esgotamento de sua fonte 
Fonte: Alphaspirit, Shutterstock, 2020. 
Conforme virtuoso (2004), ainda que o conceito de recursos naturais renováveis enfatize a capacidade 
de esses recursos serem renovados, eles possuem uma capacidade de renovação limitada, pois, ao 
poluir o ar, a água, destruir os biomas entre outros, há uma enorme dificuldade em repor tais recursos 
ao meio ambiente. 
 
2 Utilização de recursos naturais 
Os recursos naturais são fundamentais para a existência humana visto que eles auxiliam no 
equilíbrio da Terra e são a principal fonte de matéria-prima para a maioria dos produtos dos que 
o homem usufrui em forma primária ou original. Além disso, há a possibilidade de modificá-los 
para obtenção de subprodutos que são empregados para as mais diversas finalidades. Saiba que 
a relação de exploração dos recursos naturais por todos os seres vivos realiza-se continuamente 
ao longo dos anos, pois recursos como a água e a luz solar são fundamentais para a sobrevivência 
de qualquer organismo, por isso, é importante zelar pela preservação de tais recursos. 
 
 
Figura 3 - A sobrevivência dos seres vivos depende da água, substância mais abundante na 
constituição da maioria dos seres vivos 
Fonte: Alphaspirit, Shutterstock, 2020. 
 
 
De acordo com Pádua e Lago (2004), a troca de matéria e energia entre a natureza e os seres 
vivos constitui um meio ambiente harmônico. O conjunto de relações estabelecidas entre 
comunidades que vivem em um determinado local e interagem entre si é denominado 
como ecossistema. Porém, é preciso ressaltar que esse convívio entre esses grupos 
anteriormente acontecia em equilíbrio. 
 
As objeções que se fazem hoje no âmbito da área ambiental não são, em si, contrárias ao 
aproveitamento e ao beneficiamento de recursos. Em sua essência, os ambientalistas 
questionam o uso indiscriminado desses recursos. Veja um exemplo: no Brasil, foi exorbitante 
a extração de recursos naturais com a exploração de ouro e diamantes pelo garimpo em Minas 
Gerais, nos séculos XVII e XVIII. Diamantes e outras pedras preciosas revelaram-se emdiferentes 
locais da Serra do Espinhaço Meridional, principalmente, nas regiões de Ouro Preto e Diamantina. 
Eles foram descobertos pela administração portuguesa em 1729, o que promoveu uma 
expressiva movimentação de bandeirantes e aventureiros para a área. 
 
Fique de olho 
No século XVIII, a descoberta das minas de ouro e pedras preciosas pelos bandeirantes gerou uma 
verdadeira corrida pelo ouro, dando início aos primeiros povoamentos em Minas Gerais, o que fez com 
que a população da região cresce disparadamente (TORRES et al., 2012). A falta das devidas precauções 
na retirada dos minérios dos garimpos resultou no esgotamento desses minérios, causando esgotamento 
também das próprias minas. Isso levou à decadência do ciclo de mineração, visto que os minerais são 
recursos naturais não renováveis. 
Atualmente, sabe-se que a extração sem as devidas ponderações ambientais e sem o 
conhecimento dos mineradores conduziu a um grande desperdício desses minerais. 
2.1 Uso dos recursos naturais para finalidades comerciais 
e empresariais 
Atualmente, as empresas são cobradas tanto pela sociedade quanto pelos órgãos ambientais a 
realizar medidas e providências compatíveis de gerenciamento com relação ao meio ambiente. 
Devido a isso, os estabelecimentos devem dispor de uma política que se empenhe em 
preservar o meio ambiente. Portanto, note que uma correta gestão dos recursos ambientais 
pelas instituições é primordial. Além disso, as empresas que possuem políticas justas e 
conscientes em relação às práticas ambientais possuem um diferencial no mercado e, diante de 
uma negociação, tornam-se vantajosas perante os concorrentes. 
 
Existe uma tendência de utilização e consumo de bens produzidos de acordo com as normas de 
preservação do meio ambiente (NETO LIMA, 2008). Há uma exigência de que as organizações 
produzam e comercializem produtos e serviços que estão de acordo com padrões 
ecologicamente adequados aos seus clientes e consumidores. 
 
Certamente, você já deve ter lido ou ouvido falar que, durante longos anos, a humanidade 
obstinou-se em realizar sua própria evolução econômica e industrial, sem se preocupar com 
a preservação de seu ambiente de sobrevivência, não é mesmo? Bom, tal mentalidade está, hoje, 
em transformação, porém, esta não se tornou uma escolha, mas sim uma forma de sobrevivência 
futura para que o homem continue habitando e usufruindo dos recursos naturais presentes na 
Terra, visto que esses se encontram em ameaça de escassez (COSTA, 2004). 
 
Diante dessa lógica, a preservação do meio ambiente consiste no maior desafio humano para 
colocar em prática suas ações de modo sustentável, que gerem também a consciência da 
necessidade dessa preservação, tornando-se um objetivo comum não somente a cada indivíduo, 
mas, em especial, aos principais agentes poluidores atuais, como as indústrias 
 
Saiba que é imprescindível realizar uma reformulação dos padrões de produção para que as 
empresas estejam equilibradas com o meio ambiente, pois o industrial consciente, com 
inteligência, opta pela aplicação de estratégias tecnológicas em benefício do uso racional das 
matérias-primas e da redução de resíduos gerados na produção” (PINTO, 2004). 
 
Para Dias e Moraes Filho (2006), as indústrias têm o desafio contemporâneo de dar exemplos 
sobre os demais setores empresariais. Essa importante missão vem em contraponto ao 
desenvolvimento desenfreado e despreocupado que essas instituições mantiveram por 
diversos anos. 
Além de reconstituir politicamente seus processos a fim de reduzir os excessos de poluição e 
resíduos finais, é preciso incentivar a necessidade de ser ambientalmente correto, fato que é 
vantagem para as empresas, pois uma boa gestão dos recursos ambientais gera uma economia 
no sistema de produção, refletindo em menores custos e, portanto, maior lucro (PINTO, 2004). A 
sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável são os principais conceitos que norteiam os 
sistemas de gerenciamento ambiental das empresas. 
 
 
2.2 Conceitos de desenvolvimento sustentável e 
sustentabilidade 
Os conceitos desenvolvimento sustentável e sustentabilidade são coerentes aos princípios 
adotados pelas empresas por considerarem um progresso econômico contínuo ao longo do 
tempo, mas que aconteça de maneira equilibrada ao meio ambiente e leve também em 
consideração aspectos sociais e culturais. 
 
Passos (2009) defende que o termo sustentabilidade foi estabelecido pela Conferência de 
Estocolmo, em 1972, e surgiu em decorrência dos debates realizados pelo Clube de Roma, 
instituído em 1968, formado por intelectuais e empresários. Essa reunião citou quatro tópicos 
que deveriam ser solucionados para que o mundo conseguisse atingir a sustentabilidade, são 
eles: o controle do crescimento populacional, o controle do crescimento industrial, 
a insuficiência da produção de alimentos e o esgotamento de recursos naturais. 
 
Conforme Sachs (1990), o termo vem do latim sustentare, que significa suster, sustentar, 
suportar, conservar em bom estado. Porém, saiba que esse conceito vai além da preservação do 
meio ambiente, pois engloba algumas dimensões, como: geográfica, cultural social, econômica e 
ecológica. Dentre os valores vinculados a essas esferas, estão incluídas uma espacialização rural-
urbana mais equilibrada, desenvolver-se em harmonia com o cultural, diminuição das diferenças 
sociais, melhor distribuição de renda, destinação certa de recursos naturais e mínima degradação 
ambiental. 
 
No entanto, o conceito mais difundido refere-se à responsabilização e à conscientização quanto 
ao futuro das gerações, explicitado por Barbosa (2019) 
 
“refere-se à satisfação das necessidades humanas (físicas, econômicas e sociais) sem 
comprometer o futuro das novas gerações, com o objetivo de oferecer recursos e 
oportunidades iguais a todos. Ou seja, ele diz respeito a uma utilização consciente dos recursos 
naturais do planeta e de uma equidade social.” 
 
 
Ainda na análise de Barbosa (2019), a expressão desenvolvimento sustentável foi citada em 
1980, no documento Estratégia de Conservação Global (World Conservation Strategy), publicado 
pela World Conservation Union. Porém, a difusão do termo ocorreu a partir 1987, quando se 
popularizou internacionalmente devido à publicação do Relatório Brundtland, também 
chamado de Nosso Futuro Comum, para o qual o desenvolvimento sustentável é aquele que 
“atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de gerações futuras 
atenderem às suas próprias necessidades”, ou seja, ele representa uma consolidação dos ideais 
da sustentabilidade. 
 
A partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ocorrida no 
Rio de Janeiro, em 1992, também conhecida como Rio 92, foi originado o documento denominado 
de Agenda 21, em que desenvolvimento sustentável se reformula como “um desenvolvimento 
com vistas a uma ordem econômica internacional mais justa, incorporando as mais recentes 
preocupações ambientais, sociais, culturais e econômicas. 
2.3 Conceitos de recursos naturais e ecologia 
O termo ecologia, derivado de biologia, foi criado por Ernest Haeckel, em 1866, a partir da união 
das palavras gregas oikos (casa) e logos (estudo). Sendo assim, note que a ecologia seria o “estudo 
da casa” ou então o “estudo do habitat dos seres vivos” (PÁDUA; LAGO, 2004). 
 
 
 
Figura 4 - Como uma ciência complexa e ampla, a ecologia investiga o funcionamento de toda a natureza 
 
Fonte: Alphaspirit, Shutterstock, 2020. 
 
 
Como você pode notar, a ecologia está diretamente interligada às preocupações referentes à 
conservação do meio ambiente, visto que este estuda a “casa” dos seres humanos, ou seja, a 
Terra. Sendo que a ecologia se preocupa com as esferas em um mesmo meio ambiente, tais 
como os biomas. Há também uma inquietação quanto ao manejo dos recursos ambientais, 
buscando uma utilização mais consciente para melhorar as relações de convívio dentro de um 
ecossistema. Outro aspecto importanteque interliga a ecologia e os recursos ambientais é 
a biodiversidade, que corresponde à quantidade de espécies diferentes que um bioma pode ter, 
ou seja, à sua variedade. 
 
De acordo com Nascimento (2012), o próprio termo sustentabilidade está ligado à ecologia, pois 
esse conceito também representa “a capacidade de recuperação e reprodução dos ecossistemas 
(resiliência) em face de agressões antrópicas (uso abusivo dos recursos naturais, 
desflorestamento, fogo etc.) ou naturais (terremoto, tsunami, fogo entre outros)”. 
Já no entendimento de Neto Lima (2008), a ecologia se relaciona aos recursos naturais e aos seus 
fins comerciais e econômicos. Isso porque os consumidores cobram um posicionamento das 
empresas quanto à ecologia e ao meio ambiente, caso esse equilíbrio não ocorra, há um 
posicionamento contrário às gestões de suas produções que podem resultar em uma 
desaprovação dos produtos, ocasionando queda nos lucros. 
 
Assim, tenha em mente que, para que a ecologia e os recursos naturais sejam preservados, é 
preciso que ocorra uma harmonia entre os seres humanos, os demais seres vivos e o meio 
ambiente, de modo a gerar um equilíbrio no ecossistema. Para isso, note que é preciso 
uma conscientização coletiva dos atores sociais, resultando, assim, em um planejamento que 
favoreça a todos e também ao meio ambiente, pois as iniciativas em prol da manutenção dos 
sistemas ecológicos somente possuem futuro quando levarem em consideração a importância 
de se manter o ambiente natural, aproximando os objetivos sociais dos objetivos ambientais. 
 
3 Progresso histórico de exploração dos 
recursos ambientais 
As relações entre o homem e a natureza são remotas. Desde a vinculação ocorrida entre ambos, 
o homem usufruía dos recursos naturais para sua sobrevivência. No entanto, com o crescimento 
das sociedades, o consumo desses recursos tornou-se mais frequente e demasiado. Essa 
exploração foi justificada e incentivada historicamente pelos modelos econômicos vigentes. 
Confira, a seguir, detalhes sobre algumas fases. 
 
3.1 Antecedentes ao capitalismo 
O feudalismo foi um modelo econômico que perdurou durante toda a Idade Média, em 
meados os séculos V e XVI, era amparado pela realização da agricultura e pela troca de 
mercadorias. Devido às diversas mudanças na sociedade, esse sistema se tornou obsoleto e 
foi substituído pelo capitalismo. Esse novo sistema é organizado com o objetivo de obtenção 
máxima de lucros, em que os recursos ambientais são aproveitados para o aumento de riquezas. 
Tal processo é melhor explicitado por Moreira (2006, p. 90), que diz que 
 
“o nascimento do capitalismo se dá a partir das entranhas do pré-capitalismo. A desagregação 
que subverte as relações pré-capitalistas para convertê-las em relações capitalistas chama-se 
acumulação primitiva do capital. Com a acumulação primitiva se estabelecem: (1) a forma de 
propriedade privada capitalista e (2) a hegemonização do capital sobre o trabalho. Na base dessa 
sucessão, iniciando-a e determinando seu rumo, está a separação que se estabelece no nível das 
propriedades das forças produtivas em conjunto dos meios de produção e a força de trabalho.” 
 
Veja que o capitalismo é, portanto, pautado na propriedade privada e no domínio do capital 
através do desenvolvimento dos meios de produção e exploração do trabalho. Sua vigência 
compreende o período do século XV até os dias atuais. Devido à longa perpetuação do sistema, 
ele é subdividido em três diferentes fases: Capitalismo Comercial (século XV – 
XVIII), Capitalismo Industrial (século XVIII – XIX) e Capitalismo Financeiro (a partir do século 
XX). Conheça as principais características dessas fases a seguir. 
 
3.2 Capitalismo Comercial (séculos XV – XVIII) 
A primeira fase do capitalismo, denominada como comercial, tinha sua economia pautada no 
mercantilismo, unida ao absolutismo, que atuava no âmbito político. Tinha como principais 
características a intervenção do Estado nas relações comerciais, a busca incessante pelo lucro e 
o acúmulo de riquezas. Essa doutrina incentivou as nações europeias a expandir seus territórios 
para aumentar o comércio de mercadorias. Durante esse processo, ocorreram as colonizações 
nos continentes americano e africano, decorreram em caráter exploratório, com interesse inicial 
na extração de recursos minerais e, posteriormente, na dominação dos territórios e no 
desenvolvimento da agricultura, em estruturas estruturadas pelo latifúndio e trabalho escravo 
de outros povos, principalmente indígenas e grupos étnicos negros de origem africana. 
 
Tenha em mente que a reprodução ampliada das estruturas de dominação era sustentada pelos 
pilares da escravização e pela cobrança de tributos pagos ao rei. Foram formados verdadeiros 
impérios com duas nítidas divisões de classe: a elite dominadora e os escravizados, que 
podem ser conhecidos com os termos dominados e dominantes ou colonizadores e colonizados. 
A queda do mercantilismo advém das revoltas populacionais aos abusos do poder do 
monárquico e ao surgimento da classe burguesa – nova camada social criada a partir do 
enriquecimento por meio do comércio e que desejava libertar os mercados da intervenção estatal 
e o fim da escravidão, que era um dos alicerces dessa fase econômica do capitalismo. 
 
 
 
 
3.3 Capitalismo industrial e suas duas fases (séculos XVIII 
– XIX) 
O capitalismo industrial é dividido em duas fases. A primeira deu-se como resultado da evolução 
na sociedade a partir da substituição da produção manufatureira para a industrial, iniciada pelo 
processo de Revolução Industrial, em 1760, na Inglaterra com emprego de aparelhagem 
mecânica simples e também pelas transformações tecnológicas e políticas ocorridas no período. 
Quanto à tecnologia, você pode considerar que as fábricas iniciaram seu funcionamento tendo 
como força motriz a máquina a vapor, que era abastecida com recursos minerais, tais 
como ferro e carvão. O processo despontou, inicialmente, na área têxtil e, depois, expandiu-se 
para outros setores, o que propiciou uma grande alteração na estrutura da sociedade, pois um 
grande contingente de pessoas migrou para as cidades à procura de uma posição no mercado 
de emprego. 
 
Como resultado, você pode entender que houve um inchaço demográfico nas cidades, que se 
tornaram imundas e superlotadas. Em decorrência da grande procura por empregos e da 
ausência de legislação trabalhista, os operários das fábricas vivenciaram situações insalubres, 
com jornadas de trabalho avançadas e precárias condições de trabalho. 
 
Nas questões políticas, destacaram-se as revoluções derivadas das camadas sociais menos 
favorecidas, a exemplo da Revolução Francesa, em 1789. A população desfavorecida revoltou-se 
diante dos privilégios concedidos apenas à parcela dominante na sociedade ao passo que 
poucos direitos eram concedidos a eles (desfavorecidos). 
A segunda fase ocorreu devido à evolução tecnológica como resultado dos avanços científicos, 
refletido pelas indústrias que modernizaram suas produções e passaram a empregar, 
principalmente, o aço como gerador de força motriz, além dele, produtos químicos diversos, 
energia elétrica, petróleo e seus derivados. 
Durante o capitalismo industrial, a economia esteve fundamentada no liberalismo, tal 
sistema baseia-se na livre concorrência, com pequena ou nenhuma intervenção do Governo na 
economia. Ele defende a democracia, mas continua negando a real participação social e protege 
as grandes organizações; a economia era voltada exclusivamente para o mercado com um grande 
conservadorismo social. 
 
3.4 Capitalismo financeiro (a partir do século XX) 
Essa é a fase mais recente do capitalismo, que iniciou-se após o fim da Segunda Guerra Mundial 
(1939-1945). Segundo Moreira (2006), nesse período, mudanças históricas importantes 
ocasionaram transformações significativas na sociedade, dentre elas, houve um grande avanço 
dos recursos tecnológicos e uma valorização, em esfera internacional, das técnicas voltadasà 
quantificação e precisão dos dados. Também marcado pela chamada globalização, apresenta 
evoluções em diversas áreas, como informática, telecomunicações e meios de transporte. 
 
Durante o capitalismo financeiro, a economia está fundamentada no chamado neoliberalismo, 
considerado como a volta do liberalismo. Com isso, veja que crescem os processos de 
transnacionalização e uma dependência maior das empresas, o que gerou o aumento das 
privatizações. Assim, os países tiveram as soberanias nacionais ameaçadas devido à dependência 
ao capital estrangeiro. Nesse contexto, a maioria dos países subdesenvolvidos venderam seus 
recursos naturais a preços baixos e privatizaram empresas, estradas etc. O discurso do poder 
expressa as ideias e as realizações de apenas alguns setores e classes. 
 
Porém, o capitalismo tem apresentado sinais de decadência. Note que esse cenário ocorreu em 
grande medida devido à junção de vários fatores, como dívidas externas, arrocho salarial, 
desemprego, atividades informais, narcopoder, estagflação, fome etc. Os países latinos passaram 
uma década produzindo apenas para tentar pagar as dívidas e exportar produtos. 
 
FIQUE DE OLHO 
O capitalismo tem demonstrado sinais de exaustão, pois ocorreram sucessivas crises nesse sistema. A 
exemplo disso, você pode considerar a chamada década perdida no Brasil, em 1980, marcada pelo fim 
da ditadura, forte crise social e estagnação econômica. Outra crise bastante conhecida foi a quebra 
da Bolsa de Nova York, em 1929. 
Educação ambiental 
Um dos caminhos mais eficazes de difundir o senso de criticidade e quebrar os paradigmas 
anteriores é por meio do ensino. Assim, a educação ambiental é um dos métodos difusores 
desses conceitos, portanto, é um processo que visa ensinar e modificar as convicções do público 
em geral. A seguir, você vai conhecer definições de educação ambiental, algumas de suas 
características e formas de disseminação e antecedentes da questão ambiental. 
 
4.1 Definições de educação ambiental 
Conforme o Congresso de Belgrado, promovido pela UNESCO (1975), a educação ambiental é 
um procedimento que visa ao ensino ou à formação da população, em geral, que possua os 
conhecimentos, o estado de espírito, as motivações, as competências, a vontade de integrar-se 
para a criação de uma consciência com relação aos problemas do meio ambiente que sejam de 
sua responsabilidade com um envolvimento que permita que esses problemas realizem ações 
individual e coletivamente para impedir problemas futuros e resolver os atuais. 
 
Durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também 
chamada de ECO-92, foi conceituada a Educação Ambiental, no capítulo 36, do documento da 
Agenda 21 como o processo que busca desenvolver uma população que seja consciente e 
preocupada com o meio ambiente e com os problemas que lhes são associados. Uma população 
que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, 
individual e coletivamente, na busca de soluções para os problemas existentes e para a 
prevenção dos novos ONU (2020). 
 
Para que a educação ambiental funcione, saiba que é preciso a formação de uma percepção 
ambiental. Oliveira (1996) revela que a percepção do meio ambiente é uma ferramenta para a 
educação ambiental. Esta resulta do fato de o processo de aprendizagem exigir uma participação 
do sujeito no meio externo, mediante experiência. Estas experiências podem ser diretamente 
sobre os objetos – experiência física –, o que implica uma ação do sujeito no sentido de descobrir 
as propriedades de tais objetos. A abstração, aqui, está presa às propriedades do objeto. As 
experiências podem ser também, indiretamente sobre os objetos – experiência matemática –, o 
que implica agir sobre as ações exercidas pelos sujeitos (OLIVEIRA, 1996, p.199-200). 
 
A partir de uma percepção ambiental, note que podem ocorrer as mudanças sociais e econômicas 
de utilização adequada dos recursos naturais, conforme vêm ocorrendo lentamente ao longo dos 
anos. Porém, ainda há muito o que se fazer. Uma das primeiras iniciativas em prol da realização 
de mudanças na sociedade são as consolidações de novos conceitos que surgiram 
principalmente após debates promovidos em âmbito internacional, tais como sustentabilidade, 
desenvolvimento sustentável, ecologia dentre outros. 
 
4.2 Características e formas de disseminação da educação 
ambiental 
A concepção de educação ambiental e de termos tais como sustentabilidade e desenvolvimentos 
sustentável têm como objetivo sinalizar e demonstrar as novas visões do mundo de hoje, no 
qual você pode identificar uma preocupação em modificar-se a lógica do uso indiscriminado dos 
recursos para uma mentalidade mais voltada para a realização de ações sustentáveis dos 
elementos naturais. Porém, para que aconteça essa transformação, é preciso introduzir novos 
conhecimentos à comunidade para que as pessoas se conscientizem das demandas 
contemporâneas e superem a ideologia anterior, que ainda está enraizada na sociedade como 
um todo. 
 
As diretrizes da educação ambiental foram fundamentadas na Conferência 
Intergovernamental sobre Educação Ambiental aos Países Membros, ocorrida entre 14 e 26 
de outubro de 1977, na ex-União Soviética. Nela, foram definidos os pontos em que a educação 
ambiental deve ser baseada. 
 
O Ministério da Educação (MEC, 1998) enumerou os sete pontos levantados na Conferência que 
devem compor a educação ambiental no Brasil. Confira quais são. 
 
• Dinâmico integrativo 
É um processo permanente por meio do qual os indivíduos e a comunidade tomam 
consciência do seu meio ambiente e adquirem o conhecimento, os valores, as habilidades, 
as experiências e a determinação que os tornam aptos a agir, individual e coletivamente, e 
resolver problemas ambientais. 
 
• Transformador 
Possibilita a aquisição de conhecimentos e habilidades capazes de induzir mudanças de 
atitudes. Objetiva a construção de uma nova visão das relações do ser humano com o seu 
meio e a adoção de novas posturas individuais e coletivas em relação ao meio ambiente. A 
consolidação de novos valores, conhecimentos, competências, habilidades e atitudes 
refletirá na implantação de uma nova ordem ambientalmente sustentável. 
 
• Participativo 
Atua na sensibilização e na conscientização do cidadão, estimulando-o a participar dos 
processos coletivos. 
• Abrangente 
Extrapola as atividades internas da escola tradicional, deve ser oferecida continuamente em 
todas as fases do ensino formal, envolvendo a família e toda a coletividade. A eficácia virá na 
medida em que sua abrangência atingir a totalidade dos grupos sociais. 
 
• Globalizador 
Considera o ambiente em seus múltiplos aspectos: natural, tecnológico, social, econômico, 
político, histórico, cultural, moral, ético e estético. Deve atuar com visão ampla de alcance 
local, regional e global. 
 
• Permanente 
Tem um caráter permanente, pois a evolução do senso crítico e a compreensão da 
complexidade dos aspectos que envolvem as questões ambientais se dão de um modo 
crescente e contínuo, não se justificando sua interrupção. Despertada a consciência, ganha-
se um aliado para a melhoria das condições de vida do planeta. 
 
• Contextualizador 
Atua diretamente na realidade de cada comunidade, sem perder de vista a sua dimensão 
planetária. 
 
 
Além desses sete pontos que você acabou de conhecer, o MEC criou a oitava premissa, 
recentemente acrescentada nas características da educação ambiental no Brasil: 
• Transversal 
Propõe-se que as questões ambientais não sejam tratadas como uma disciplina específica, 
mas sim que permeiem os conteúdos, os objetivos e as orientações didáticas em todas as 
disciplinas. A educação ambiental é um dos temas transversais dos Parâmetros Curriculares 
Nacionais do Ministério da Educação e Cultura. 
 
 
A educação ambiental também é pautada por princípios, ou seja, aquilo que deve basear os 
ensinamentos da educação ambiental.Esses princípios e suas características, que você conhecerá 
a seguir, devem ajudar a formar cidadãos a se tornarem mais conscientes com relação às suas 
ações no meio ambiente (MEC, 1998). 
 
• Considerar o ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos naturais e artificiais, 
tecnológicos e sociais (econômico, político, técnico, histórico-cultural e estético). 
• Construir-se em um processo contínuo e permanente, iniciando na educação infantil e 
continuando por meio de todas as fases do ensino formal e não formal. 
• Empregar o enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada disciplina, 
para que se adquira uma perspectiva global e equilibrada. 
• Examinar as principais questões ambientais em escala pessoal, local, regional, nacional, 
internacional, de modo que os educandos tomem conhecimento das condições ambientais de 
outras regiões geográficas. 
• Concentrar-se nas situações ambientais atuais e futuras, tendo em conta também a 
perspectiva histórica. 
• Insistir no valor e na necessidade de cooperação local, nacional e internacional para prevenir 
e resolver os problemas ambientais. 
• Considerar, de maneira clara, os aspectos ambientais nos planos de desenvolvimento e 
crescimento. 
• Fazer com que os alunos participem da organização de suas experiências de aprendizagem, 
proporcionando-lhes oportunidade de tomar decisões e de acatar suas consequências. 
• Estabelecer uma relação para os alunos de todas as idades, entre a sensibilização pelo 
ambiente, a aquisição de conhecimentos, a capacidade de resolver problemas e o 
esclarecimento dos valores, insistindo especialmente em sensibilizar os mais jovens sobre os 
problemas ambientais existentes em sua própria comunidade. 
• Contribuir para que os alunos descubram os efeitos e as causas reais dos problemas 
ambientais. 
• Salientar a complexidade dos problemas ambientais e, consequentemente, a necessidade de 
desenvolver o sentido crítico e as aptidões necessárias para resolvê-los. 
• Utilizar diferentes ambientes educativos e uma ampla gama de métodos para comunicar e 
adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, privilegiando as atividades práticas e as 
experiências pessoais. 
 
Tenha em mente que, para você se destacar na carreira e se tornar um bom profissional no 
futuro, é preciso aprimorar seus conhecimentos quanto aos conceitos e a história da educação 
ambiental para colocá-los em prática na sua carreira. É importante também refletir sobre a as 
questões ambientais para se posicionar diante de situações ambientais reais atuais e futuras, 
com o objetivo de aplicar a sustentabilidade na prática. Esse é um dos maiores desafios da 
sociedade sobre o assunto, mas ainda é insuficiente o número de iniciativas concretas para a 
preservação dos recursos naturais no planeta. 
 
4.3 Antecedentes da questão ambiental 
Durante o capitalismo industrial, já havia indícios dos futuros problemas ambientais do 
planeta. A exemplo disso, entre as décadas de 50 e 60, os níveis de poluição 
atmosférica geraram muitas mortes da cidade de Londres (Inglaterra), a origem do problema 
eram os poluentes no ar lançados pelas indústrias. Em Nova York (Estados Unidos) e Minamata 
(Japão), situações semelhantes ocorreram nesse mesmo período. 
 
Conforme a autora Passos (2009), as preocupações quanto aos problemas ambientais do 
planeta tiveram início a partir do livro “Primavera Silenciosa” (Silent Spring), publicado em 1962 
pela norte-americana Raquel Garsons. A publicação era instigante, pois apresentava o perigo do 
uso de dicloro-difenil-tricloroetano (DDT), inseticida de baixo custo largamente utilizado pelo 
mundo, e protestava sobre as crenças da sociedade quanto ao progresso tecnológico. 
Assim, ela afirmava que a natureza está vulnerável às intervenções humanas. Tais indagações 
levariam à proibição do uso do DDT na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
Humano, realizada 10 anos após a divulgação do livro. 
 
Outro antecedente crucial para que tenham sido realizadas as primeiras Conferências 
Internacionais de Meio Ambiente foi a criação do Clube de Roma, fundado em 1968 por 
industriais e cientistas para conversarem sobre meio ambiente, sustentabilidade, política e 
economia em âmbito mundial. A principal publicação desse grupo ocorreu em 1971, com o 
relatório “Limites do crescimento”, que apresentava os problemas que a Terra enfrentaria no 
futuro devido à exploração dos recursos naturais pelas pessoas. Esse texto foi o principal 
documento que fundamentou os acordos desenvolvidos durante a Conferência das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente Humano, em 1972. 
 
5 Histórico da educação ambiental e 
conferências internacionais 
É recente, na sociedade, a demanda de questionamentos sobre a área ambiental. Tal processo 
emerge, principalmente, nos séculos XX e XXI, pois foi necessário repensar, em caráter individual 
e coletivo, as possíveis soluções para resolver ou minimizar os problemas ambientais atuais bem 
como evitar a repetição desses problemas no futuro. A cerca disso, confira como se deu o 
histórico da educação ambiental por meio de conferências internacionais. 
 
5.1 A primeira Conferência Mundial Ambiental: Estocolmo, 
1972 
A partir da publicação do relatório “Limites do crescimento”, elaborado pelo Clube de Roma, 
houve a percepção de que seria necessário reunir as nações para discutir sobre o futuro do meio 
ambiente. Essa primeira reunião mundial viria a ocorrer em 1972, porém, primeiramente, foram 
realizadas reuniões preparatórias para essa Conferência, a exemplo do Painel de Especialistas 
em Desenvolvimento e Meio Ambiente, ocorrido em Founex (Suíça), em junho de 1971. 
 
De acordo com a ONU (1972), a primeira Conferência Mundial com a temática ambiental foi a 
Conferência Mundial das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano (ou Conferência de 
Estocolmo) que começou seus debates de 5 a 16 de junho de 1972, contando com representantes 
de 113 países. Após muitas discussões entre os países participantes, a conferência gerou um 
documento denominado Declaração de Estocolmo, que, pela primeira vez, admitia que, nos 
países em desenvolvimento, a maioria dos problemas ambientais é motivada pelo 
subdesenvolvimento. Foram criados 26 princípios derivados do Princípio nº 1 que você conhecerá 
a seguir. 
 
• Deliberações da ONU no Princípio nº 1 
No seu Princípio nº 1, a ONU (1972) deliberou que o homem tem o direito fundamental à 
liberdade, à igualdade e a adequadas condições de vida em ambiente que lhe permita viver 
com dignidade e bem-estar, e tem a solene obrigação de proteger e melhorar o meio 
ambiente para as gerações atuais e futuras. 
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Para a ONU (1972), além do documento, originou-se o Programa das Nações Unidas para o 
Meio Ambiente (PNUMA) que teria sua sede internacional instalada em Nairobi (Quênia) para 
disseminar e coordenar as ações de proteção ambiental das Nações Unidas. Também foi criado 
um Fundo Voluntário para o Meio Ambiente administrado pelo PNUMA. Em consideração à 
importância dessa Conferência, o dia 5 de junho foi instituído como o Dia Mundial do Meio 
Ambiente. 
 
5.2 Conferências mundiais ambientais realizadas 
posteriormente: Eco-92, Rio +10, Rio +20 
Mesmo com o passado histórico marcado pela exploração dos recursos naturais, o Brasil possui 
uma liderança nas Conferências Mundiais Ambientais. Saiba que isso pode ser comprovado pelo 
fato de terem sido realizadas duas dessas conferências com sede no Rio de Janeiro: a Conferência 
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (ECO-92) e a Conferência das 
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). 
Em 1992, aconteceram, no Rio de Janeiro a ECO-92 e o Fórum Global - Fórum Internacional de 
Organizações Não Governamentais e Movimentos Sociais, também chamada de Cúpulada 
Terra, que teve como um dos principais resultados a adoção da Agenda 21 (ONU, 2020). Confira 
quais foram os resultados desse encontro: 
Carta da Terra 
Compunha a declaração dos princípios da ECO-92. 
Convenção das Mudanças Climáticas 
Estabeleceu a necessidade do aumento de estudos sobre os efeitos de liberação de poluentes 
na atmosfera e defende a colaboração entre as nações para a socialização das tecnologias 
limpas de produção 
Convenção da Biodiversidade 
Que atesta a soberania dos países na exploração dos recursos biológicos que estejam 
presentes em seus territórios e recomenda que sejam criados apoios financeiros para que os 
países que possuem maior biodiversidade possam gerir as suas conservações. 
 
No entanto, o grande marco dessa conferência foi a Agenda 21, pois ela determinou que cada 
país elabore a sua própria Agenda 21 nacional, com metas a serem cumpridas pelo país. Também 
foi instituído o conceito de Educação Ambiental e incentivada a sua realização pelo mundo. O 
documento possui uma série de outras recomendações, sendo considerado um documento 
extenso, que possui mais de 600 páginas, subdividido em 40 capítulos. 
 
Dando um salto para agosto e setembro de 2002, foi realizado, em Johannesburgo (África do Sul), 
o Encontro da Terra, chamado também de Rio +10, para retomar as decisões tomadas na 
conferência Eco-92 e reavaliar as mudanças ocorridas nos últimos 10 anos (ONU, 2020). Para isso, 
foi criado um plano de ação com 153 artigos e 615 pontos sobre diversos assuntos ligados ao 
meio ambiente e à sustentabilidade. Alguns desses pontos estão descritos pela ONU (2020) como: 
“pobreza e miséria, consumo, gestão de recursos naturais, globalização, direitos humanos, 
assistência oficial ao desenvolvimento, contribuição do setor privado ao meio ambiente, entre 
outros”. 
Figura 5 - A pobreza e miséria são um grande problema associado à sustentabilidade 
 
Fonte: Alphaspirit, Shutterstock, 2020. 
 
 
 
 
Além disso, foram estabelecidas as Metas do Milênio. O evento desapontou a comunidade 
internacional pelo fato de que obtiveram como resultado poucas sugestões práticas a serem 
realizadas, devido aos conflitos entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Foram 
debatidos, principalmente, temas relacionados aos problemas sociais, como a erradicação da 
pobreza, aos problemas de saneamento e à saúde. 
Por fim, foi consentido pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua 64ª sessão, o retorno 
da Conferência Mundial ao Rio de Janeiro, 20 anos após a Eco-92. A Rio+20 foi realizada entre 13 
e 22 de junho de 2012. A base da conferência referia-se à renovação dos acordos políticos para o 
desenvolvimento sustentável e, conforme a ONU (2020), teve como temas principais a economia 
verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura 
institucional para o desenvolvimento sustentável. 
 
	1 Conceitos de temática ambiental
	1.1 Conceitos de natureza e meio ambiente
	1.2 Conceitos de recursos, recursos naturais e recursos ambientais
	1.3 Recursos naturais renováveis e não renováveis
	2 Utilização de recursos naturais
	2.1 Uso dos recursos naturais para finalidades comerciais e empresariais
	2.2 Conceitos de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade
	2.3 Conceitos de recursos naturais e ecologia
	3 Progresso histórico de exploração dos recursos ambientais
	3.1 Antecedentes ao capitalismo
	3.2 Capitalismo Comercial (séculos XV – XVIII)
	3.3 Capitalismo industrial e suas duas fases (séculos XVIII – XIX)
	3.4 Capitalismo financeiro (a partir do século XX)
	Educação ambiental
	4.1 Definições de educação ambiental
	4.2 Características e formas de disseminação da educação ambiental
	 Dinâmico integrativo
	 Transformador
	 Participativo
	 Abrangente
	 Globalizador
	 Permanente
	 Contextualizador
	 Transversal
	4.3 Antecedentes da questão ambiental
	5 Histórico da educação ambiental e conferências internacionais
	5.1 A primeira Conferência Mundial Ambiental: Estocolmo, 1972
	 Deliberações da ONU no Princípio nº 1
	5.2 Conferências mundiais ambientais realizadas posteriormente: Eco-92, Rio +10, Rio +20

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