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E-BOOK Criminologia Seja bem-vindo! Obrigado por fazer parte do nosso propósito de levar conhecimento com qualidade para o maior número de pessoas possíveis, por confiar e acreditar no nosso trabalho assim como nós acreditamos e confiamos no seu potencial. acreditamos que você pode chegar onde quiser sempre com mais conhecimento. Você já é diferente por ter acesso a esse e-book e certificado. Você poderá ter acesso aos nossos cursos e congressos pelo nosso site: www.cessetembro.com.br Quer ser um membro VIP? Faça parte da A Nova Classe: www.anovaclasse.com.br Nos acompanhe através de nossa rede social: @cessetembro Vamos fazer história juntos! Configura-se como ciência empírica (baseada na observação e na experiência) e interdisciplinar que tem por objeto de análise o crime, a personalidade do autor do comportamento delitivo, da vítima e o controle social das condutas criminosas. A criminologia não estuda apenas o crime, mas também as circunstâncias sociais, a vítima, o criminoso, o prognóstico delitivo etc. Seu objeto (crime, criminoso, vítima e controle social) é visível no mundo real e não no mundo dos valores. Origem: latim crimino (crime) e do grego logos (estudo, tratado), significando o “estudo do crime”. Conceito de Criminologia: é uma ciência que se dedica ao estudo do crime, do delinquente, da vítima e o controle social das condutas criminosas. CONCEITO Controle social OBJETO DA CRIMINOLOGIA criminoso delito vítima Ao longo dos anos o objeto de estudo da Criminologia sofreu mudanças importantes. A doutrina pontua que ela já se ocupou do estudo do crime (Beccaria), passando pela verificação do delinquente (Escola Positiva). Após a década de 1950, alcançou projeção o estudo das vítimas e também os mecanismos de controle social, havendo uma ampliação de seu objeto, que assumiu, portanto, uma feição pluridimensional e interacionista. Atualmente o objeto da criminologia está dividido em quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social. Sob a ótica da criminologia, o crime é um problema social, fenômeno comunitário, e abrange quatro elementos constitutivos: • incidência massiva na população: não é tipificado como crime um fato isolado; • incidência aflitiva do fato praticado: o crime deve causar dor à vítima e à comunidade; • persistência espaço-temporal do fato delituoso: é preciso que o delito ocorra reiteradamente por um período significativo de tempo no mesmo território; • consenso inequívoco acerca de sua etiologia e técnicas de intervenção eficazes (a criminalização de condutas depende de uma análise minuciosa desses elementos e sua repercussão na sociedade; Delito: o crime é um fenômeno social, comunitário e que se mostra como um problema maior, a exigir do pesquisador uma empatia para se aproximar dele e o entender em suas múltiplas facetas. A relatividade do conceito de delito é patente na criminologia, que o observa como um problema social. A criminologia tem toda uma atividade verificativa, que analisa a conduta antissocial, suas causas geradoras, o efetivo tratamento dado ao delinquente visando sua não reincidência, bem assim as falhas de sua profilaxia preventiva. Vítima: é fundamental o estudo do papel da vítima na estrutura do delito, principalmente em face dos problemas de ordem moral, psicológica, jurídica etc., justamente naqueles casos em que o crime é levado a efeito por meio de violência ou grave ameaça. Ressalte-se que a vitimologia permite estudar inclusive a criminalidade real, efetiva, verdadeira, por intermédio da coleta de informes fornecidos pelas vítimas e não informados às instâncias de controle (cifra negra de criminalidade). Criminoso - abordagens: - Escola Clássica, o criminoso era um ser que pecou, que escolheu agir mal, embora pudesse e devesse escolher o bem. - Escola Positiva o criminoso um ser atávico, preso a sua deformação patológica (nascia criminoso). - Escola Correcionalista o criminoso era um ser inferior e incapaz de se governar e o Estado deveria ter uma atitude pedagógica e de piedade. - Pela visão do marxismo o criminoso é vítima inocente das estruturas econômicas. - Atualmente, a criminologia não confere mais a extrema importância dada ao delinquente pela criminologia tradicional, deixando-o em plano secundário de interesse. Controle social Mecanismos e sanções sociais que buscam submeter os indivíduos às normas de convivência social. Que se divide: Controle social informal (família, escola, religião, profissão, clubes de serviço etc.) visão preventiva e educacional. Controle social formal (Polícia, Ministério Público, Forças Armadas, Justiça, Administração Penitenciária etc.), mais rigoroso que aquele e de conotação político-criminal. Policiamento comunitário: se entrelaçam as duas formas de controle. Pode ser entendido comoa associação da prevenção criminal e repressão com a necessária reaproximação do policial com a comunidade. Shecaira define o criminoso como histórico, real, complexo e enigmático, um ser absolutamente normal, pode estar sujeito às influências do meio (não aos determinismos) as diferentes perspectivas não se excluem; completam-se. é ciência normativa, visualizando o crime como conduta anormal para a qual fixa uma punição. Só Ihe preocupa o crime enquanto fato descrito na norma legał, para entender sua adequação CRIMINOLOGIA X DIREITO PENAL Criminologia Direito Penal Ciência empírica causal-explicativa Valorativa e normativa método juridico dogmatico e seu proceder é dedutivo sistemático Quer conhecer a realidade para explicá-la e compreender o problema criminal Aproxima-se do fenômeno delitivo sem prejuízos, sem mediações, procurando obter uma informação direta deste fenômeno Valora, ordena e orienta a realidade, com base em critérios/ prévios Os testes em Criminologia são técnicas de investigação que por meio de padrões ou tipos preestabelecidos destacam as características pessoais e da constituição do indivíduo, mediante respostas a estímulos com o objetivo de traçar o perfil psicológico e a capacitação pessoal de cometimento ou reincidência no crime. Teste de personalidade projetivo: busca medir a personalidade através do uso de quadros, figuras, jogos, relatos por imprimem estímulos no examinado, que provocam reações que dãovrespostas que servirão de base para a interpretação dos resultados esperados. Teste de personalidade prospectivo: emprega técnica para explorar as intenções atuais e futuras, retirando do sujeito as crenças e potencialidades lesivas; freios de contenção de boas condutas; o estilo de vida; os porquês da vida criminal, sofrimento às vítimas; se teme a justiça e a pena e a dimensão moral. Meio pelo qual o raciocínio humano procura desvendar um fato, referente à natureza, à sociedade e ao próprio homem. Conjunto de procedimentos, regras e operações previamente fixados. Passo a passo que deve ser comprovado e que pode/ deve ser reproduzido mais de uma vez Criminologia moderna tem como métodos • Empírico/ experimental • Indutivo • Biológico • Sociológico MÉTODO TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO Testes de inteligência: A inteligência é função psíquica complexa; inexistindo conceito de inteligência globalmente aceito. Áreas como Psicologia e Criminologia mede-se a inteligência pelo Quociente de Inteligência– QI. QI: divisão da Idade Mental (IM) pela Idade Cronológica (IC), multiplicada por 100. Segundo Penteado Filho (2012), a interdisciplinaridade procede de seu desenvolvimento histórico como ciência autônoma, considerando a grande influência de diversas outras ciências, como a sociologia, psicologia, direito, medicina legal. INTERDISCIPLINARIDADE COM OUTRAS CIÊNCIAS “Cientificamente o problema criminal, visando sua prevenção e interferência no homem delinquente. Porém, registre-se que esse núcleo de conhecimentos não é um amontoado de dados acumulados, porque se trata de conhecimento científico adquirido mediante técnicas de investigação rigorosas e confiáveis, decorrentes de análisesempíricas iniciais. Pode-se dizer com acerto que é função da criminologia desenhar um diagnóstico qualificado e conjuntural sobre o delito, entretanto convém esclarecer que ela não é uma ciência exata, capaz de traçar regras precisas e indiscutíveis sobre as causas e efeitos do ilícito criminal. Assim, a pesquisa criminológica científica, ao usar dados empíricos de maneira criteriosa, afasta a possibilidade de emprego da intuição ou de subjetivismos”. A doutrina destaca a classificação da Criminologia em dois ramos: criminologia geral e criminologia clínica. • Criminologia geral: é a sistematização/ comparação/ classificação dos resultados sobre as ciências criminais acerca do crime, criminoso, vítima, controle social e criminalidade. • Criminologia clínica: é a aplicação dos conhecimentos princípios e métodos de investigação médico-psicológicos teóricos para o tratamento dos criminosos. Informar a sociedade e Poder Público sobre o crime, o criminoso, vítima e mecanismos de controle social e por fim o combate à criminalidade. FINALIDADE CLASSIFICAÇÃO DA CRIMINOLOGIA -Escola Clássica (Francesco Carrara com o Programa de direito criminal, 1859), traçou os primeiros aspectos do pensamento criminológico, com influência das ideias liberais e humanistas de Cesare Bonesana, Marquês de Beccaria, (autor de “Dos delitos e das penas” 1764), considerado o precursor da Escola Clássica. - Psiquiatra/ Antropólogo Cesare Lombroso, com a publicação, em 1876, de seu livro O homem delinquente poderia ser considerado o fundador da criminologia. - Antropólogo Paul Topinard que em 1879 pode ter empregado pela primeira vez a palavra “criminologia”. - Jurista Rafael Garófalo, em 1885 usou o termo criminologia como nome de um livro científico. - Adolphe Quetelet, integrante da Escola Cartográfica, projetou análises estatísticas importantes sobre criminalidade. HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA -Na etapa pré-científica havia os clássicos foram influenciados pelo Iluminismo, com seus métodos dedutivos e lógico formais. Não está definido pelos pesquisadores da criminologia o seu exato ponto inicial. A criminologia como ciência autônoma existe há pouco tempo, mas possui considerável fase pré-científica. A etapa pré-científica da criminologia ganha destaque com os postulados da Escola Clássica, mas antes dela já houvesse estudos acerca da criminalidade. -E de outro lado, os empíricos, que investigavam a gênese delitiva por meio de técnicas fracionadas, tais como as empregadas pelos fisionomistas, antropólogos, biólogos etc., os quais substituíram a lógica formal e a dedução pelo método indutivo experimental (empirismo). - Essa dicotomia existente entre o que se convencionou chamar de clássicos e positivistas, quer com o caráter pré-científico, quer com o apoio da cientificidade, ensejou a luta de escolas. Os princípios fundamentais da Escola Clássica são: - crime é um ente jurídico; não é uma ação, mas sim uma infração (Carrara); - punibilidade deve ser baseada no livre-arbítrio; - pena retributiva, baseada na culpa moral do criminoso (maldade) e restaurar a ordem externa social; - livre arbítrio; - método e raciocínio lógico dedutivo; - pensamento derivado do utilitarismo; • Influenciado pelo Iluminismo Cesare Beccaria escreveu Dos delitos e das penas (1764), considerado um marco da escola clássica. Obra que faz crítica ao sistema inquisitório da Idade Média (que baseava-se na tortura para investigação, além de aplicação de penas cruéis). Desenvolve ideias para um direito penal mais racional, legal e humano. • Fundava-se no jusnaturalismo (direito natural, de Grócio), que decorria da natureza eterna e imutável do ser humano, e o contratualismo (contrato social ou utilitarismo, de Rousseau), em que o Estado surge a partir de um grande pacto entre os homens, no qual estes cedem parcela de sua liberdade e direitos em prol da segurança coletiva (situação apoiada pela burguesia). ESCOLAS CRIMINOLÓGICAS Escola Clássica Escola Positiva - Meados do início do século XIX na Europa; - Influenciada pelos princípios fisiocratas e iluministas. Possuiu 3 fases: - antropológica (Lombroso - fundador); - sociológica (Ferri); - jurídica (Garófalo); Pensamento influenciado pelos primeiros dados estatísticos sobre a criminalidade publicados em 1827. Em 1835, Quetelet publicou a obra Física social, que desenvolveu as seguintes ideias: a) o crime é um fenômeno social; b) os crimes são cometidos ano a ano com intensa precisão; c) há várias condicionantes da prática delitiva, como miséria, analfabetismo, clima etc; d) teoria das leis térmicas, em cada estação haveria uma propensão ao cometimento de determinados tipos criminais; e) cifra negra; -sistematizou uma série de conhecimentos esparsos; - traçou um perfil dos criminosos; Fase antropológica (Lombroso ): Seus estudos caracterizaram-se da seguinte forma: - Apoiado nos estudos em psiquiatria, analisou a degeneração dos loucos morais; - Utilizou dados antropológicos sobre o conceito de atavismo e de não evolução, desenvolvendo o conceito de criminoso nato; - Propôs utilização de método empírico-indutivo ou indutivo- experimental; Classificou os criminosos em natos, loucos, por paixão e de ocasião. Ao estudar tatuagens, constatou tendência à tatuagem nos dementes. A teoria de Lombroso defendia ainda a ideia de que pessoas afrodescendentes ou asiáticas nasciam propensas ao crime. - Recorte equivocado: pessoas presas/ corrupção/ falta de apuração devida. Por fim, afirmou que o crime não é uma entidade jurídica, mas sim um fenômeno biológico, razão pela qual o método indutivo-experimental deveria ser o empregado. Não afastou fatores exógenos da gênese criminal, entendia que eram apenas aspectos motivadores dos fatores endógenos. Então, clima, contexto social seriam um combustível, pois o criminoso nasce criminoso (determinismo biológico). Premissas básicas de sua teoria: atavismo, degeneração epilética e delinquente nato, cujas características seriam: fronte fugidia, crânio assimétrico, cara larga e chata, grandes maçãs no rosto, lábios finos, canhotismo (na maioria dos casos), barba rala, olhar errante ou duro. -Criminalidade deriva de fenômenos antropológicos, físicos e culturais; - Negação do livre-arbítrio (mera ficção) como base da imputabilidade; - Responsabilidade moral substituída pela responsabilidade social; - Razão de punir é a defesa social (a prevenção geral é mais eficaz que a repressão); - Classificou criminosos em natos, loucos, habituais, de ocasião e por paixão. -crime estava no homem e que se revelava como degeneração deste; - criou o conceito de periculosidade, que seria o propulsor do delinquente e a porção de maldade que deve se temer em face deste; - fixou a necessidade de conceber outra forma de intervenção penal – a medida de segurança. - concebeu a noção de delito natural (sentimentos altruísticos de piedade e probidade). - classificou os criminosos em natos (instintivos), fortuitos (de ocasião) ou pelo defeito moral especial (assassinos, violentos, ímprobos e cínicos), propugnando pela pena de morte aos criminosos natos. Fase sociológica (Ferri): Enrico Ferri (1856-1929) discípulo de Lombroso, criou a sociologia criminal. Fase Jurídica Rafael Garófalo (1851-1934): Também chamada Escola Sociológica Alemã. - método indutivo experimental para a criminologia; - distinção entre imputáveis e inimputáveis (pena para os normais e medida de segurança para os perigosos); - crime como fenômeno humano-social e como fato jurídico; - a função finalística da pena – prevenção especial; - eliminação ou substituição das penas privativas de liberdade de curta duração. -direito penal é obra humana; - responsabilidade social decorre do determinismo social (o meio social em que o indivíduo nasce determina sua vida e suas ações); - o delito é um fenômeno natural e social (fatores natural e social (fatores biológicos, físicos e sociais); - a pena é um instrumento de defesa social (prevenção geral); - método indutivo experimental; - os objetosde estudo da ciência penal são o crime, o criminoso, a pena e o processo. Figura como uma teoria eclética ou intermediária das duas últimas. - distinção entre imputáveis e inimputáveis; - responsabilidade moral baseada no determinismo (quem não tiver a capacidade de se levar pelos motivos deverá receber uma medida de segurança); - crime como fenômeno social e individual; - pena com caráter aflitivo, cuja finalidade é a defesa social. Escola Positiva: Escola de Política Criminal ou Moderna Alemã: Terza Scuola (Manuel Carnevale, Bernardino Alimena e João Impallomeni): • Busca compreender e justificar como os fatores do meio ambiente social influenciam a conduta individual, de forma a conduzirem o homem a cometer delitos. • A moderna sociologia encara uma divisão bipartida, com análise das teorias macrossociológicas, sob enfoques consensuais ou de conflito. Exemplos: Teorias de consenso: - Escola de Chicago - Teoria de associação diferencial - Teoria da anomia - Teoria da subcultura delinquente Na perspectiva macrossociológica a análise do delito decorre da visão da sociedade como um todo. Assim, o pensamento criminológico moderno é influenciado por duas visões: • funcionalista, denominada teoria de integração (teoria de consenso) • argumentativa (teorias de conflito). Teorias de consenso: As sociedades atingem seu objetivo quando há o funcionamento de suas instituições, com os indivíduos convivendo e compartilhando as metas sociais comuns, concordando com as regras de convívio. SOCIOLOGIA CRIMINAL Modelos sociológicos de consenso e de conflito Teorias de conflito: - Labelling approach - Teoria crítica ou radical Voluntariedade de pessoas e instituições Mesmos valores A harmonia social decorre da força e da coerção (relação entre dominantes e dominados). Ausência de voluntariedade entre os personagens para a pacificação social, esta é decorrente da imposição ou coerção. Segundo a visão de Marx, as sociedades são sujeitas a mudanças ininterruptas, sendo ubíquas, e todo elemento coopera para sua dissolução. Além disso, haveria sempre uma luta de classes ou de ideologia a informar a sociedade. Teorias de conflito Os postulados das teorias de conflito são: • sociedades são sujeitas a mudanças contínuas • cooperação para dissolução • luta de classes ou de ideologias a informar a sociedade moderna (Marx) Teoria de Consenso (postulados) Elementos sociais Perenidade Integralidade Funcionalidade Estabilidade Os sociólogos contemporâneos afastam a luta de classes, defendendo que a violação da ordem deriva mais da ação de indivíduos, grupos ou bandos do que de um substrato ideológico e político. Contexto histórico: • Revolução Industrial = expansão do mercado americano; • Influência importante da religião; • Com o processo de secularização = aproximação entre as elites e a classe baixa (teoria da ecologia criminal da Universidade de Chicago); • Crescimento desordenado da cidade de Chicago; • Crescentes e graves problemas sociais, econômicos, culturais = criaram ambiente favorável à criminalidade; Mecanismo solidário (controle social informal) x mobilidade e fluidez Constatação = mobilização e a fluidez impedem o efetivo controle social informal nas maiores cidades. Luta de classes Teoria de Consenso (postulados) Elementos sociais Mudança permanente Cooperação para dissolução Escola de Chicago Segundo a teoria estabeleceu-se a metodologia de colocação dos resultados da criminalidade sobre o mapa da cidade, pois é a cidade o ponto de partida daquela (estrutura ecológica). Considerando desorganização social e identificação de áreas de criminalidade, as principais propostas da ecologia criminal para o combate à criminalidade são: • alteração efetiva da situação socioeconômica das crianças; • amplos programas comunitários para tratamento e prevenção; • planejamento estratégico por áreas definidas; • programas comunitários de recreação e lazer; • reurbanização dos bairros pobres, com melhoria da estética e do padrão das casas; Destaque da Escola de Chicago: refere-se à metodologia (estudos empíricos) e da política criminal, com destaque à prevenção, reduzindo a repressão. Associação diferencial É considerada uma teoria de consenso, desenvolvida pelo sociólogo americano Edwin Sutherland (1883-1950) Cunhou no final dos anos 1930 a expressão white collar crimes (crimes de colarinho branco) para designar os autores de crimes específicos, que se diferenciavam dos criminosos comuns. Definições: • Comportamento do criminoso é aprendido, nunca herdado, criado ou desenvolvido pelo sujeito ativo. • Não há associação entre criminosos e não criminosos, mas sim entre definições favoráveis ou desfavoráveis ao delito. Propostas da Teoria Ecológica “Uma pessoa torna-se criminosa porque recebe mais definições favoráveis à violação da lei do que desfavoráveis a essa violação. Este é o princípio da associação diferencial” (Costa, 1976). Está errado afirmar que o crime é comportamento inadaptado das classes menos favorecidas. Ex: colarinho branco (sonegações, fraudes etc.), que são delitos praticados por pessoas de elevada estatura social. Daí por que a teoria conduz à ideia de que a cultura mais ampla não é homogênea, levando a conceitos contraditórios do mesmo comportamento, porque se nega que o comportamento do delinquente possa ser explicado por necessidades e valores gerais. Associação diferencial - conclusões Considerada como teoria de consenso, porém com influências marxistas. Não contempla qualquer estudo clínico do crime, pois não o compreende como anomalia. Sociedade como um todo orgânico articulado em que os indivíduos devem interagir num ambiente de valores e regras comuns. Segundo Merton, o comportamento desviado pode ser considerado sociologicamente um indício de dissociação entre as pretensões socioculturais e as possibilidades existentes para alcança-las, no fracasso, leva-se à anomia, isto é, atitudes que desconsideram normas sociais. Anomia. Subcultura delinquente Metas culturais x meios institucionalizados A interação ou choque entre estes podem gerar os seguintes comportamentos: • Não utilitarismo da ação; • Malícia da conduta; • Negativismo Conclusão: Subculturas criminais são uma reação de algumas minorias muito desfavorecidas frente às exigências sociais de sobrevivência. o caráter pluralista e atomizado da ordem social; a cobertura normativa da conduta desviada; as semelhanças estruturais, na gênese, dos comportamentos regulares e irregulares. essa teoria é contrária à noção de uma ordem social, ofertada pela criminologia tradicional. Teoria de 1960, também conhecida como (interacionismo simbólico, etiquetamento, rotulação oureação social) ganha destaque dentre as teorias de conflito. Expoentes principais: Erving Goffman e Howard Becker. Conformidade Inovação Ritualismo Evasão ou retraimento Rebelião A teoria da subcultura delinquente (teoria de consenso), do sociólogo Albert Cohen de 1955, a ideia central é: Características da subcultura delinquente segundo Cohen: Labelling approach Definição A criminalidade não é um atributo da conduta humana, mas o resultado de um processo em que se atribui esse atributo (estigmatização). Isto é, o delinquente é comum a qualquer pessoa, mas, sofre estigma, fica rotulado, assim, a ideia central desta teoria é o processo de interação em que o sujeito é taxado de criminoso. As consequências políticas da teoria do labelling approach são reduzidas àquilo que se convencionou chamar “política dos quatro Ds” (Descriminalização, Diversão, Devido processo legal e Desinstitucionalização). No plano jurídicopenal, os efeitos criminológicosdessa teoria se deram no sentido da prudente não intervenção ou do direito penal mínimo. Existe uma tendência garantista, de não prisionização, de progressão dos regimes de pena, de abolitio criminis etc. A teoria da rotulação de criminosos cria um processo de estigma para os condenados, funcionando a pena como geradora de desigualdades. O sujeito acaba sofrendo reação da família, amigos, conhecidos, colegas, o que acarreta a marginalização no trabalho, na escola. Características da corrente crítica: concepção conflitual da sociedade e do direito (o direito penal se ocupa de proteger os interesses do grupo social dominante); reclama compreensão/ apreço pelo criminoso; crítica à criminologia tradicional; capitalismo = base da criminalidade; propõe reformas estruturais na sociedade para redução das desigualdades e consequentemente da criminalidade. CRÍTICA: não analisa o crime nos países socialistas. Teoria crítica ou radical Contextualização – Evolução Histórica • A vítima sofre o resultado de atos próprios ou de outrem. • Marco inicial admitido por boa parte da doutrina é 1940 com Von Hentig e Benjamim Mendelsohn, com a sistematização de estudos para a vítima. • Não foi abordada pela Escola Clássica que focou no crime, nem na Escola Positiva focada no criminoso. Para Beistain, a atual vitimologia surgiu após II Guerra Mundial, como resposta dos judeus ao holocausto nazista. • Depois, com o 1º Simpósio Internacional de Vitimologia, de 1973, em Israel, sob a supervisão do famoso criminólogo chileno Israel Drapkin, impulsionaram-se os estudos e a atenção comportamentais, buscando traçar perfis de vítimas potenciais, com a interação do direito penal,da psicologia e da psiquiatria. Defende que os pequenos delitos devem ser rechaçados, o que poderia inibir os graves servindo como prevenção geral; os espaços públicos e privados devem ser tutelados e preservados. Essa teoria parte da premissa de que existe uma relação de causalidade entre a desordem e a criminalidade. Em 1990 o americano Wesley Skogan realizou uma pesquisa em várias cidades dos EUA que confirmou os fundamentos da teoria. A relação de causalidade existente entre desordem e criminalidade é muito maior do que a relação entre criminalidade e pobreza, desemprego, falta de moradia. Estados Unidos – 1982 Neorretribucionismo (lei e ordem; tolerância zero; broken windows) VITIMOLOGIA O termo “vítimas” designa as pessoas que, individual ou coletivamente, tenham sofrido um dano, nomeadamente um dano físico ou mental, um sofrimento emocional, um prejuízo económico ou um atentado importante aos seus direitos fundamentais, em resultado de atos ou omissões que violem as leis penais em vigor nos Estados Membros, incluindo as leis que criminalizam o abuso de poder. 2. Uma pessoa pode ser considerada "vítima", ao abrigo da presenteDeclaração, independentemente do facto de o autor ter ou não sido identificado, capturado, acusado ou condenado e qualquer que seja a relação de parentesco entre o autor e a vítima. O termo “vítima” inclui também, sendo caso disso, os familiares próximos ou dependentes da vítima direta e as pessoas que tenham sofrido danos ao intervir para prestar assistência a vítimas em perigo ou para impedir a vitimização. 3. As disposições da presente Declaração aplicam-se a todas as pessoas, sem qualquer distinção, nomeadamente de raça, cor, sexo, idade, língua, religião, nacionalidade, opiniões políticas ou outras, convicções ou práticas culturais, situação económica, nascimento ou situação familiar, origem étnica ou social, ou deficiência (Declaração dos Princípios Fundamentais de Justiça Relativos às Vítimas da Criminalidade e de Abuso de Poder, das Nações Unidas - ONU-1985). Conceito Vitimologia é a ciência que estuda a vítima, sua condição, é compreendida dentro da noção do estudo da criminalidade. Tem por objeto é a diminuição das vítimas na sociedade, e segundo Kaiser, investigações vitimológicas contribuem para a legitimação do sistema penal e seu desenvolvimento. Vítima: qualquer pessoa, organização, a moral que tenham ameaçadas, lesadas ou destruídas, mas o conceito deve alargar-se para aqueles que são indiretamente afetados, como membros do mesmo grupo, família, além dos crimes cometidos contra a Administração Pública, e o prejuízo ocorre contra a saúde, segurança, educação e meio ambiente, de modo que o sujeito passivo é a coletividade/ sociedade. CLASSIFICAÇÃO DAS VÍTIMAS Vitimização primária: deriva do cometimento do crime, violando os direitos da vítima, cujos danos podem ser materiais, físicos, psicológicos, variando ainda em relação à natureza da infração, personalidade da vítima, relação desta com o criminoso. Em suma, corresponde aos danos sofridos pela vítima decorrentes diretamente do delito. Vitimização secundária: é causada pelos agentes formais do controle social, durante o trâmite do processo trazendo sofrimento adicional pela sua própria dinâmica (inquérito policial e processo judicial penal). Além da vítima, a testemunha também podem sofrer essas consequências. Beristain aponta, citando Villmow, que na historia do sistema penal, a vítima nos últimos séculos se encontra desamparada, e também vitimada durante o processo penal; ela praticamente não e levada em conta; somente atuam o poder estatal, por uma parte, e o delinquente, por outra. Ambos abandonam e desconhecem a vítima. Vitimização terciária: carência de amparo dos órgãos públicos às vítimas; além disso, a própria sociedade deixa de abrigar a vítima, e muitas vezes há um incentivo explícito e implícito a não denunciar o delito, (cifra negra). VITIMIZAÇÃO PRIMÁRIA, SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA A criminologia classifica a vitimização em Vitimização primária, secundária e terciária. A doutrina aponta a necessidade de se conjugarem estudos sobre o criminoso e vítima para apuração de dolo/ culpa, dentre outras nuances que repercutem na adequação típica e na aplicação da pena (art. 59 do CP). Defende-se o papel da vítima em determinados tipos penais e circunstanciais, no entanto, a doutrina também pondera que há vítimas autênticas (não contribuem no contexto do crime ação/ omissão, nem interagem com o comportamento do autor do crime. CPB: Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime Hilário Veiga de Carvalho propôs a classificação etiológica dos criminosos, focando principalmente fatores biológicos, que segundo o pesquisador, o “exame a que ela força, poderia esclarecer o julgador e o aplicador da lei a orientar a terapêutica penitenciária no sentido mais útil para a recuperação social do agente criminoso”: COMPLEXO CRIMINÓGENO DELINQUENTE E VÍTIMA CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMINOSOS ¤ biocriminoso puro ¤ biocriminoso preponderante ¤ Mesobiocriminoso de correção possível: ¤ mesocriminoso preponderante ¤ mesocriminoso puro Biocriminoso puro (pseudocriminosos): existência exclusivamente de fatores biológicos; sujeito a “tratamento médico psiquiátrico, temporário ou definitivo em referência ao critério clínico em manicômio judiciário” (CARVALHO, 1951). Penteado Filho (2012) exemplifica: “é o caso dos psicopatas ou epiléticos que, em crise, efetuam disparos de arma de fogo, ou de retardados mentais severos, esquizofrênicos e outros”. Biocriminoso preponderante - de correção difícil: “tratamento em Colônias Disciplinares, em Casas de Custódia ou em Institutos de Trabalho, de reeducação ou de ensino profissional, com assistência médico psiquiátrica e com eventual internação em Hospital Psiquiátrico, e segregação temporária ou definitiva, como medida de segurança”. (CARVALHO, 1951). Estão propensos ao cometimento de atos criminosos; há a presença de alguns fatores mesológicos (relações entre os seres e o meio ou ambiente);possivelmente portadores de anomalia biológica insuficiente para desencadear a ofensiva criminosa, cedem a estímulos externos e aeles respondem facilmente. Mesobiocriminoso de correção possível: “tratamento no regime penal de Reformatório, progressivo e atendimento médico e pedagógico” (CARVALHO, 1951). Influências biológicas e ou do meio; reincidência ocasional. Mesocriminoso preponderante de correção esperada: “tratamento em colônias, com regime de trabalho adequado e com especial assistência sóciopedagógica” (CARVALHO, 1951). (Maria vai com as outras), reincidência excepcional, forte influência de fatores ambientais. Mesocriminoso (puro): pseudo criminoso: “tratamento essencialmente pedagógico e de sintonização social” (CARVALHO, 1951). Penteado Filho (2012) exemplifica como “fatores mesológicos, isto é, do meio social; agem antissocialmente por força de ingerências do meio externo, tornando-os quase vítimas das circunstâncias”. • “Criminoso nato: influência biológica, estigmas, instinto criminoso, um selvagem da sociedade, o degenerado (cabeça pequena, deformada, fronte fugidia, sobrancelhas salientes, maçãs afastadas, orelhas malformadas, braços compridos, face enorme, tatuado, impulsivo, mentiroso e falador de gírias etc.). Depois se agrega ao conceito a epilepsia. • Criminosos loucos: perversos, loucos morais, alienados mentais que devem permanecer no hospício”. • “Criminosos de ocasião: predispostos hereditariamente, “a ocasião faz o ladrão”; assumem hábitos criminosos influenciados por circunstâncias • Criminosos por paixão: sanguíneos, nervosos, irrefletidos, usam da violência para solucionarquestões passionais; exaltados.” • Criminoso nato: degenerado, (seguidor de Lombroso), atrofia do senso moral. • Criminoso louco: alucinados, ou semi-loucos. • Criminoso ocasional: o sujeito cometerá o crime ocasionalmente, pode-se dizer que por força da influência de fator externo ou não. • Criminoso habitual: reincidência na ação criminosa, profissão; para o teórico, o tipo mais recorrente. • Criminoso passional: age pelo impulso/ paixão. CLASSIFICAÇÃO DE CESARE LOMBROSO CLASSIFICAÇÃO DE ENRICO FERRI Propôs pena de morte (impiedade) aos criminosos natos ou sua expulsão do país. • Criminoso assassino: típico, egoísta, age por impulso, apresenta sinais exteriores e se aproxima de selvagens e crianças. • Criminoso violento: falta-lhe a compaixão; possui senso moral; falso preconceito. • Ladrões ou 1: não lhes falta o senso moral; falta honestidade, atávicos às vezes; Aspectos físicos: pequenez, face móvel, olhos vivazes, nariz achatado. A abordagem sociológica da criminalidade influencia grandemente na formação delitiva. Há a existência de múltiplos fatores externos que podem estimular fator criminógeno, frequentemente ausente no homem, a seguir serão apresentados alguns fatores sociais. “As estatísticas criminais demonstram existir uma relação de proximidade entre a pobreza e a criminalidade. Não que a pobreza seja um fator condicionante extremo de criminalidade, tendo em vista a ocorrência dos chamados “crimes do colarinho branco” ,geralmente praticados pelas camadas mais altas da sociedade”. (PENTEADO FILHO, 2012). Pobreza. Emprego, desemprego e subemprego CLASSIFICAÇÃO DE GARÓFALO FATORES SOCIAIS DE CRIMINALIDADE Estereótipo negativo Ideia pré-concebida Marcas da escravatura Sábias observações de Penteado Filho (2012): Em tema de criminologia, há quem afirme existir um número maior de delitos cometidos por negros do que por brancos, porém, dada a ausência de pesquisas e estatísticas sérias acerca do assunto, comungamos da opinião de João Farias Junior (2009), para quem “a vontade não age por si só, mas de acordo com a formação moral do caráter, e não de acordo com a cor da pele”. -Diferença de costumes, valores - Situação anormal: resposta uma conduta delituosa - Baixa absorção nos países em desenvolvimento no mercado de trabalho acentuando pobreza e miséria - Desordenado ou não planejado (crescimento) - Aumento taxas criminais por áreas geográficas proporcional ao aumento da densidade demográfica conforme Escola de Chicago. - Desemprego Migração Crescimento populacional Preconceito moral psicológica (reações psicológicas à vida seriam inatas, absolutas e invariáveis) social (circunstâncias sociais que empurravam invariavelmente a pessoa para o crime). Final sec. XIX/ início do sec. XX = substituição progressiva da constituição biológica (genética/ hereditariedade) por uma natureza: “De 1890 a 1920, os estigmas anatomofisiológicos indicadores da criminalidade nata foram perdendo seu valor diagnóstico, sobretudo na Europa, frente à valorização crescente dos chamados estigmas psicológicos, como o orgulho e a insensibilidade moral. Concluindo assim a inversão, do perverso constitucional para o sociopata ou psicopata” (OLIVEIRA JUNIOR, 2012). • “Criminoso nato: influência biológica, estigmas, instinto criminoso, um selvagem da sociedade, o degenerado (cabeça pequena, deformada, fronte fugidia, sobrancelhas salientes, maçãs afastadas, orelhas malformadas, braços compridos, face enorme, tatuado, impulsivo, mentiroso e falador de gírias etc.). Depois se agrega ao conceito a epilepsia. (PENTEADO FILHO, 2012) Educação Educação informal (família, sociedade) – senso moral. Educação formal (escola) MODERNAS TEORIAS ANTROPOLÓGICAS Rejeição da teoria do criminoso nato (Lombroso) Estudos antropológicos modernos herdaram um viés da análise positivista de Lombroso. Benigno Di Tullio desenvolveu o método biotipológico constitucionalista (medicina experimental e antropometria) visando ao estudo qualitativo da constituição humana em que se dava maior crédito ao processo dinâmico de formação da personalidade em contraposição ao enfoque estático lombrosiano. Resumidamente, para Di Tullio, a hereditariedade, sem embargo, não transmite a criminalidade, senão somente a predisposição criminal ou o processo mórbido que requer, ademais, a concorrência de outros fatores criminógenos (PENTEADO FILHO, 2012). não defende hereditariedade de transtornos hormonais glandulares, exceto crimes sexuais; oportuniza tratamento hormonal afirma que a influência criminógena não é direta, mas sim indireta. Estudos associados comportamento humano (delitivo) com processos hormonais ou endócrinos patológicos/ disfunções glandulares. Diferenciação da teoria endocrinológica com a teoria de Lombroso: ENDOCRINOLOGIA E CRIMINOLOGIA “[Nas vésperas da Primeira Guerra Mundial, houve a percepção que a sociologia criminal, aparentemente vencedora em relação a vertente biodeterminista da criminologia, tinha seus limites, sendo impossível explicar o crime simplesmente pela ação dos fatores exógenos. Não havia dúvidas que a miséria e o álcool eram fatores criminógenos, mas nem por isso todos os alcoólatras e miseráveis eram criminosos, nem tão pouco deixava de existir crimes na elite abastada. Em paralelo a influência do meio, seria necessário levar em consideração um certo número de fatores endógenos. O criminologista belga Louis Vervaeck (1872-1943) sintetizou esta constatação denominando o movimento consequente de “fase eclética”, uma busca por uma terceira via entre o determinismo lombrosiano e a opção sociológica (DARMON, 1991, 270). Segundo Darmon (1991, p.270), à margem da nova medicina legal, técnica, “a antropologia criminal faz figura de arcaísmo. Mas, apesar de tudo, ela permanece firme e, logo após a Primeira Guerra Mundial, as doutrinas de Lombroso, sob uma forma renovada, parecem até mesmo encontrar uma segunda juventude”.]” (OLIVEIRA JUNIOR, 2012). neurocerebralista (E. Miltgen, 1960) antropologia neo-lombrosiana ortodoxa (Maurice Verdun, 1925) psicologia antropológica (Pierre Grapin, 1947) constituição sanguínea (Richard Guidez, 1966); teorias “neohumorais” (Nicola Pende, 1921) Surge: • Os avanços engenharia genética (Projeto Genoma) • Renovação corrente do atavismo Obs: nem todos os dados biológicos derivam hereditariedade, ante fenômenos demutações genéticas, por exemplo. ASPECTO POSITIVO-CRIMINOLÓGICO DAS TEORIAS BIOLOGISCISTAS NO SÉCULO XX GENÉTICA, HEREDITARIEDADE E CRIMINOLOGIA Pacientes com doença de Parkinson ou acidentes vasculares encefálicos (doenças do cérebro) apresentam depressão e, eventualmente, demência (doenças psicológicas). Estudos recentes mostram que doenças tratadas no campo da Psiquiatria, como o transtorno afetivo bipolar e a esquizofrenia, para as quais uma base orgânica era incerta, são doenças também associadas a mudanças na estrutura e no funcionamento cerebral Exemplificando: Conforme expõe Penteado Filho (2012): “Os avanços recentes na área médica tornaram difícil traçar uma linha divisória entre “doenças do cérebro” (neurológicas) e “doenças da mente” (psiquiátricas). Os tempos atuais vieram a demonstrar o erro que foi separar as doenças do cérebro das doenças da mente. Existe uma grande proximidade entre elas, cujo elemento catalisador é o conhecimento Neurocientífico”. Avanços! Técnicas de genética molecular e biologia celular, que permitem identificação, clonagem e sequenciamento de uma quantia cada vez maior de genes neurais; criação de animais transgênicos; desenvolvimento de animais por recombinação homóloga possi NEUROCIÊNCIA E CRIMINOLOGIA Neurociência apresenta importante aporte para a psiquiatria e a neurologia por intermédio de contribuições conceituais e experimentais (interdisciplinaridade em certa medida). “estudos de anormalidades cromossômicas; estudos de linhagens de famílias que apresentam grande índice de portadores de transtornos mentais; interação gene e meio ambiente; novas abordagens da regulação neuronal (descobertas do Projeto Genoma Humano); neuropatologia da esquizofrenia (alargamento de ventrículo cerebral); os marcadores biológicos para vários transtornos psiquiátricos (neuroimagem funcional)” Transtornos psiquiátricos como esquizofrenia e transtorno bipolar possuem origem poligênica[determinado por vários genes - característica hereditária], segundo estudiosos, a identificação dos genes envolvidos permanece muito difícil. É inegável os avanços da engenharia genética para a psiquiatria científica: (Penteado Filho, 2012) “Importante descoberta deu-se no sentido de que em certas regiões do cérebro humano adulto há células-tronco neurais persistentes que podem originar várias classes de neurônios e células gliais. E esse achado possibilitou uma renovação de esperanças, na medida de sua potencial utilização no conserto de tecido cerebral danificado ou doente” Futuro E-book oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com a professora Klaique Andreia cessetembro
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